Investigador indica
O investigador português Dinis Calado, do Francis Crick Institute, no Reino Unido, disse no Porto que as células estaminais,...

“Vários tipos de cancro têm origem nestas células, que por si só não têm uma capacidade proliferativa muito grande, mas que, devido a mutações que poderão ocorrer, perdem essa restrição e acabam por proliferar muito. O tumor é constituído por vários tipos de células e dentro desses grupos de células existirão algumas que têm uma capacidade percussora do tumor”, explicou o investigador.

Dinis Calado falava no âmbito do Porto Cancer Meeting, a decorrer até sexta-feira, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), sobre o tema “Células Estaminais e o Cancro”.

“Tentar perceber como é que células estaminais normais funcionam talvez ajude a perceber como é que essas células cancerígenas que poderão ter características de células estaminais nos tumores poderão ser eliminadas. E, assim, fazer com que os tratamentos sejam mais eficazes”, sublinhou.

Dinis Calado desenvolve investigação na área da genética em ratinhos, no The Francis Crick Institute.

“Tentamos modelar doenças cancerosas do foro sanguíneo, tais como leucemia e linfomas. Fazemos uma comparação de tumores entre espécies para tentar encontrar mutações que são conservadas de forma evolutiva. Apesar de sermos muito diferentes dos ratinhos, como é óbvio, a formação de cancros tem mutações que são idênticas. Às vezes, o que acontece em tumores humanos é que há muitas mutações e não sabemos quais as que devemos estudar. Então, uma comparação entre espécies diferentes poderá ajudar-nos a priorizar quais as mutações a estudar”, explicou.

Com o tema “Células Estaminais e o Cancro”, a XXIII edição do Porto Cancer Meeting reúne especialistas portugueses na área a trabalhar em centros de investigação nacionais, investigadores portugueses que estão no estrangeiro em centros de referência nesta matéria e ainda especialistas estrangeiros vindos de todo o mundo.

O principal objectivo é “conseguir juntar, num ambiente informal, vivo e cientificamente dinâmico, investigadores, estudantes e todos os que trabalham em cancro na discussão à volta de um tema chave do cancro. Aliás, tem sido hábito do Porto Cancer Meeting promover, durante e após a reunião, a interação entre grupos, criando as condições para novas colaborações, ou seja, aumentar as parcerias de investigação e a mobilidade de estudantes”, salienta a organização.

Este ano, as comunicações centram-se na relevância das células e das características estaminais no cancro para a progressão tumoral, nomeadamente a sua agressividade, heterogeneidade e resistência à terapia.

Até sexta-feira, estarão reunidos no Auditório do Ipatimup, mais de 150 profissionais da área do cancro.

No final de 2014
Quase metade dos 844 utentes que aguardavam vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, no final de 2014, eram...

Dados da monitorização da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) referentes ao ano passado, e disponibilizado no site da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), referem que nesse período aguardavam vaga na rede 354 utentes da região de Lisboa e Vale do Tejo e 224 da região do Norte.

Oriundos da região Centro estavam 143 utentes em espera, 105 do Alentejo e 18 do Algarve.

O documento refere que “os lugares de internamento cresceram 7,8%”, existindo no final de 2014 um total de 7.160 camas.

Os lugares em Unidades de Longa Duração e Manutenção (ULDM) representam 77,6% do total de novas camas, representando actualmente esta tipologia 57,2% dos lugares de internamento disponíveis.

De acordo com este relatório, o número de Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) aumentou 3% em relação a 2013.

No final do ano passado existiam 274 ECCI.

Existiam ainda 26 Equipas Intra-hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP) e 11 Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos (ECSCP).

O documento indica que a população da RNCCI com idade superior a 65 anos representa 83,4% do total.

“A população com idade superior a 80 anos representa 45%do total. Dos utentes com mais de 65 anos, 55% tem mais de 80 anos”, lê-se no relatório.

Na Rede existem mais mulheres do que homens, com 55,6% dos utentes a serem do sexo feminino.

Em 2014, o número de utentes referenciados para a Rede foi de 41.657. Em 2013 tinham sido referenciados 39.896 utentes.

Agência Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho
A coordenadora do Ponto Focal da Agência Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho, Emília Telo, afirmou que o investimento...

“Sabemos que investindo um euro na Segurança e Saúde no Trabalho (SST) podemos ter um retorno que vai de 2,5 euros a 4,8 euros”, afirmou a responsável no seminário “Sono, saúde e Bem-estar no Trabalho e sua influência nos riscos psicossociais”, que se realiza na Maia, distrito do Porto.

Segundo a responsável, é muito importante fazer uma avaliação dos riscos psicossociais no trabalho e depois implementar medidas para a prevenção de situações geradoras de stresse e promoção de ambientes de trabalho saudáveis.

“Quatro em cada dez pessoas [inquiridas em 2013 no âmbito de um estudo realizado na União Europeia] consideram que o stresse não é gerido corretamente no seu local de trabalho”, alertou Emília Telo.

Dirigido à população da Maia, designadamente os funcionários da autarquia, este seminário visa “consciencializar empregadores e trabalhadores para a gestão destes riscos psicossociais”.

Emília Telo destacou que o “stresse contínuo [no trabalho] vai levar a um esgotamento”, sendo que o trabalhador perde as suas capacidades para desenvolver o seu trabalho.

“A gestão destes riscos deve ser integrada na gestão de todos os outros”, frisou, acrescentando que só assim será possível combater o absentismo.

A vereadora dos Recursos Humanos da Câmara da Maia, Marta Peneda, afirmou que os riscos piscossociais e o stresse estão relacionados com o trabalho, sendo o seu impacto “significativo”.

“Na Câmara, constatamos que 80% do absentismo está relacionado com a doença e apenas os restantes 20% devem-se a acidentes de trabalho”, disse a vereadora, adiantando ser necessário “implementar práticas preventivas” junto dos 1.200 funcionários da autarquia.

Este seminário surge no âmbito da campanha europeia de consciencialização para a importância desta temática, promovida pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA).

Esta campanha teve início em 2014 e prolongar-se-á até ao final do ano.

Substâncias cancerígenas utilizadas ilegalmente para branqueamentos dentários
A decisão da Comissão Europeia proíbe a utilização de produtos cosméticos com substâncias de perborato de sódio e de ácido...

Estas substâncias do grupo de boratos são utilizadas frequentemente em salões de beleza com o objectivo de induzirem o branqueamento dentário.

A Ordem dos Médicos Dentistas tem alertado para os riscos de utilização de produtos contendo borato, devido aos perigos para a saúde destas substâncias, classificadas pela União Europeia na categoria de substâncias cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução.

A utilização de perborato de sódio e de ácido perbórico está estritamente proibida, pelo que, como medida de salvaguarda da saúde pública, a OMD apela às autoridades portuguesas para tomarem todas as iniciativas necessárias para garantir que nenhum destes produtos cancerígenos esteja disponível, e assegurar que não são utilizados em branqueamentos dentários.

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, considera que “é obrigatório tomar medidas de controlo e fiscalização e punir de forma exemplar os infractores que persistam na utilização destes produtos. Existem ainda outras substâncias químicas que branqueiam os dentes e que o seu uso está autorizado, mas quando mal aplicadas têm efeitos prejudiciais na saúde. Para branquear os dentes são utilizadas substâncias em concentrações que apenas os profissionais de saúde oral estão autorizados a aplicar”.

Para Orlando Monteiro da Silva “é essencial consultar um médico dentista, até porque existem vários produtos para branqueamentos dentários em diferentes concentrações e é necessária uma avaliação prévia para garantir a melhor solução para a saúde oral de cada paciente”.

Voluntários desenvolvem
Azer Jaafoura e alguns dos seus colegas pensaram numa forma de ajudar o dia-a-dia de doentes com Alzheimer. Num projecto, que...

“O nosso objectivo é tornar a vida dos doentes com Alzheimer ainda mais fácil, bem como das pessoas que os ajudam”, referiu Azer Jaafoura, Director de Marketing Mobile na SETN. “Muito embora o Alzheimer não tenha cura, os estudos mais recentes mostram que os estímulos mentais sob a forma de lembretes regulares de eventos do passado podem potencialmente abrandar a progressão da doença. Foi precisamente aqui que vimos uma oportunidade”.

Com a ajuda da Associação Tunisina de Alzheimer, a SETN trabalhou com a 3SG BBDO no desenvolvimento de uma aplicação para smartphone. A Backup Memory funciona como um estimulador de memória para utilizadores que revelam os primeiros sinais da doença. A app ajuda a perceberem o que está à sua volta identificando membros da família e amigos, ao mesmo tempo que relembra as suas relações com cada um e as memórias partilhadas no passado, recorrendo a fotografias e vídeos.

Através de ligação Bluetooth, a solução Backup Memory procura outros equipamentos que estejam a utilizar a app, interligando-os e partilhando informação sobre os utilizadores sempre que se encontram num raio de 10 metros. Previamente, os dados relevantes e o conteúdo multimédia têm que ser introduzidos manualmente ou mediante o upload para a aplicação.

A integrar o trabalho da SETN e da 3SG BBDO, a Associação de Alzheimer Tunisina testou a aplicação durante o seu desenvolvimento, certificando-se da sua aplicabilidade no dia-a-dia dos doentes de Alzheimer.

“Experimentámos a Backup Memory em alguns dos nossos doentes com Alzheimer com resultados muito positivos”, afirmou o Dr. Meriam Labidi, médico geriatra e membro da Associação. “Com o Alzheimer, o que se perde fica perdido para sempre. Através de estimulação cognitiva, os doentes podem tentar manter as suas memórias e, assim, atrasar o seu efeito devastador”.

A equipa de Azer Jaafoura continuará a trabalhar para otimizar a aplicação, incluindo novas funcionalidades, nomeadamente, sinal GPS no equipamento de forma a permitir à família a localização constante, e melhorando a interface de utilizador.

“A app Backup Memory não visa ser uma revolução tecnológica, mas dar uma utilização prática à tecnologia actual,” salientou Azer Jaafoura. “Estamos satisfeitos com o progresso feito até à data e não queremos parar por aqui. A evolução tecnológica pode ajudar a fazer a diferença e gosto de pensar que isto é só o começo”.A app Backup Memory encontra-se disponível gratuitamente no Google Play, em inglês e francês.

Médicos católicos assinalam
A Associação de Médicos Católicos Portugueses, criada em plena Primeira República, cumpre este ano um século, um percurso que...

"É uma associação leiga. Naturalmente, somos católicos e fiéis à doutrina da Igreja. As diversas problemáticas que afectam o exercício das medicina, discutimo-las francamente entre nós, mas procuramos que a resultante seja de fidelidade à Igreja", explicou o presidente da associação Carlos Martins da Rocha.

Ginecologista-obstetra do Hospital de São João, no Porto, Carlos Martins da Rocha afirma-se "um homem de ciência e profundamente crente" e garante que não tem "qualquer problema em compatibilizar a fé com os conhecimentos científicos".

Há um ano em funções, a actual direcção diz ter como modelo para o seu mandato a figura de "Cristo Médico".

"Como médicos católicos temos a enorme responsabilidade de procurarmos, em primeiro lugar, ser competentes no exercício da nossa profissão e, em segundo lugar, ter uma relação com o doente o mais parecida com aquela que teria Cristo", considerou Carlos Martins da Rocha.

A relação médico-doente será, de resto, o tema da reunião nacional de médicos católicos, agendada para sábado no Porto, no âmbito de um programa de actividades que decorre desde Janeiro para assinalar o centenário da associação.

Lembrou que há aspectos desta relação que se têm deteriorado e que o relacionamento é dificultado por várias questões, entre as quais a imposição de tempos limite para as consultas ou a organização dos serviços de saúde são alguns exemplos.

Ainda assim, sublinhou que a capacidade de relacionamento com o doente depende essencialmente do médico.

"O médico existe para tratar competentemente o doente, sabendo tratar a doença, mas não pode esquecer-se do doente, aquele que o procura", disse.

Carlos Martins da Rocha destacou os debates e acções de formação promovidos pela associação sobre questões sensíveis para a Igreja Católica como o testamento vital, a ideologia de género ou a homosexualidade.

A posição em relação ao aborto, por exemplo, é um dos temas em que os médicos católicos manifestam "inteira solidariedade" com a posição da Igreja Católica, sendo "contrários ao aborto como solução para as gravidezes indesejadas".

Porém, a associação ainda não tomou qualquer posição oficial sobre a petição para rever a lei do aborto, apoiada pela Igreja Católica, e que reuniu 5 mil assinaturas.

"A lei que temos em Portugal é uma lei de despenalização, mas na prática dá a possibilidade de a mulher abortar sempre que estiver de acordo com a lei", considerou.

Fundada em 1915 pelo bispo do Porto, António Barroso, a associação é uma das mais antigas associações de médicos católicos em todo o mundo.

Com 600 associados está organizada em núcleos nas dioceses portuguesas e responde perante a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

A associação publica há mais de 75 anos a revista "Acção Médica", que promove a discussão de temas que afectam o exercício da medicina numa perspectiva cristã.

Os médicos da associação dão também apoio médico, aos fins de semana e durante as grandes peregrinações, aos peregrinos que se deslocam a Fátima.

Crianças nascidas a partir de 1 de Junho e alguns adultos doentes
A vacina Prevenar 13, que previne doenças como a meningite e a pneumonia, vai ser gratuita para as crianças nascidas a partir...

A inclusão foi possível após “negociações com a indústria farmacêutica”, conforme revelou fonte do Ministério da Saúde, adiantando que a medida custará ao Estado 2,5 milhões de euros, só em 2015.

Esta vacina previne doenças provocadas pela bactéria pneumococo, como a pneumonia, meningite, otite e septicemia, entre outras.

Uma vez que a vacina passará a integrar o Plano Nacional de Vacinação (PNV) a partir de 1 de Junho, e como as crianças só podem começar a recebê-la aos dois meses de idade, a vacinação será gratuita a partir de Agosto deste ano.

Além das crianças, a Prevenar 13 será igualmente gratuita para “os adultos com doenças crónicas e considerados de alto risco, nomeadamente os portadores do vírus VIH e de certas doenças pulmonares obstrutivas, além do cancro do pulmão”.

Para a restante população, nomeadamente os adultos e as crianças nascidas antes de 1 de Junho deste ano, o Estado vai comparticipar 15% do custo da vacina.

O acordo entre a Direcção-Geral da Saúde (DGS), o Infarmed e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e a indústria farmacêutica será firmado quinta-feira.

Em Junho
O director do programa nacional para a saúde mental revelou que o projecto de cuidados continuados para estes doentes arranca...

O anúncio foi feito na Comissão Parlamentar de Saúde durante a audição de Álvaro de Carvalho, que afirmou ainda ter conhecimento destes factos “oficiosamente”, porque viu o protocolo assinado entre o Ministério da Saúde e as Misericórdias.

“Grande parte da actividade deveria ser apoiada por equipas comunitárias, que são menos onerosas e mais eficazes. [Neste caso] terá havido a opção política de construir unidades em sítios periféricos, o que obviamente discuto e não subscrevo”, afirmou o responsável.

No final da audição, Álvaro de Carvalho especificou aos jornalistas que “as primeiras experiências de cuidados continuados vão arrancar no âmbito das misericórdias com duzentas e tal camas”.

No entanto, as camas só são necessárias para casos mais complicados, explicou, considerando que “o cerne da questão deveria ser a reabilitação por equipas de cuidados comunitários”.

“É para isto que aponta a evidência e prática internacional”, sublinhou, referindo que até para crianças e adolescentes esta é a melhor solução.

Álvaro de Carvalho acrescentou que está para breve a abertura dessas unidades, algumas das quais situadas em Pinhel, Almeida e Soure.

“Portugal tem a atracção de financiar em função das camas, mas convém que a reabilitação seja feita o mais possível com as pessoas integradas no seu meio e isso não é feito com camas”, criticou, lembrando que pode haver situações em que seja recomendada a institucionalização de um doente, “mas a maioria não exige essa retirada do meio familiar”.

Para Álvaro de Carvalho, as unidades físicas de cuidados continuados são “sítios em que as pessoas vão estar desalojadas do meio de origem. Será uma transinstitucionalização, em vez de ser uma desinstitucionalização com requalificação”.

Universidade de Coimbra
A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que está a investigar o funcionamento do cérebro em doentes afectados por...

Os testes, a cargo do Laboratório de Neurociências da Visão do IBILI (Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida) em colaboração com Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), ambos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), são considerados fundamentais pelos promotores "para os cientistas encontrarem respostas para tantas perguntas", lê-se num documento a que a agência Lusa teve acesso.

A investigação tem como objectivo "conhecer as causas e os mecanismos cerebrais que podem estar alterados" na neurofibromatose de tipo 1 (NF1), uma patologia genética, geralmente benigna - em que a formação de pequenos tumores externos devido ao crescimento anormal do tecido nervoso ocorre pela redução de uma proteína utilizada pelo corpo humano precisamente para evitar o surgimento de tumores - mas que pode provocar perdas de visão.

Os especialistas explicam que a investigação passa por "um estudo observacional", sem alteração das rotinas diárias ou tratamentos habituais dos doentes, "aprovado pela Comissão de Ética Independente da FMUC de modo a garantir a protecção dos direitos, segurança e bem-estar de todos os participantes", homens e mulheres maiores de 18 anos.

Inclui a realização de uma ressonância magnética, um electroencefalograma e uma estimulação magnética transcraniana - através de um aparelho posicionado no couro cabeludo, que gera um campo magnético e suscita respostas motoras - técnica que os investigadores garantem ser indolor e não evasiva.

"Os dados que serão recolhidos irão contribuir para uma melhor informação dos investigadores e dos médicos de forma a melhorar a compreensão existente sobre a NF1 e possibilitar o desenvolvimento de novas terapêuticas", sustenta.

Ordem dos Psicólogos
A Ordem dos Psicólogos avançou esta semana com uma acção judicial contra a Direcção-Geral de Serviços Prisionais, a quem acusa...

A informação foi divulgada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), que “entendeu recorrer aos tribunais para que a legalidade seja assegurada”.

A OPP acusa a Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) de “ilegalidade”, ao “solicitar a realização de actos psicológicos a Técnicos de Reinserção Social não inscritos na OPP (parte dos quais nem sequer licenciados em Psicologia) ”.

Segundo a Ordem, a DGRSP defende “expressamente” que esses atos “não têm que ser praticados por psicólogos devidamente inscritos na OPP”.

“Com efeito, de acordo com o estipulado na Lei, a prática da Psicologia é da competência exclusiva dos psicólogos inscritos na OPP e não de técnicos com formação em Psicologia, sem competência e não obrigados ao cumprimento do Código Deontológico da OPP”, afirma em comunicado.

A OPP afirma, como exemplo, que a DGRSP solicita a realização de “Perícias de Personalidade” a Técnicos de Reinserção Social do seu serviço que não estão inscritos na OPP.

De acordo com a Ordem, a realização destas perícias - utilizadas em Tribunal como meio de prova e para análise de casos como a adopção, regulação parental ou abusos sexuais - por não psicólogos “é uma prática gravosa, desrespeitadora e ilegal”.

Neste contexto, a OPP fez diversos pedidos de audiência e apelos para intervenção urgente junto do Ministério da Justiça (MJ), que, ”lamentavelmente, nunca foram aceites e respondidos”.

A OPP salienta ainda que para 14 mil reclusos distribuídos por 49 estabelecimentos prisionais existem apenas 30 psicólogos, o que significa que há cadeias sem psicólogos, os “principais agentes responsáveis pela alteração de comportamentos”.

“Desta forma, a pergunta que se coloca é a seguinte: De que forma é que o MJ e a DGRSP pretendem reduzir a taxa de reincidência – que ronda os 50% - se não garantem a contratação e continuidade dos serviços de psicologia nos estabelecimentos prisionais”, questiona.

A OPP garante que continuará a lutar e que, caso considere necessário, irá “utilizar todos os meios que tiver à sua disposição”.

Prevenção do cancro digestivo
O grupo hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil organiza na sexta-feira, no Porto, Coimbra e Lisboa,...

Em declarações, o director do Serviço de Gastrenterologia do IPO/Porto, que promove a iniciativa, afirmou que o objectivo é “tornar mais personalizados e alargados os canais de comunicação para a referenciação de doentes” nos três centros.

“Achamos que, se do outro lado houver rostos, se encurtam distâncias, se facilita a comunicação e se proporciona uma melhor referenciação”, sublinhou Mário Dinis Ribeiro, referindo que esta é a primeira vez que os três IPO se juntam para uma iniciativa nesta área.

Sendo o cancro digestivo dos “principais problemas de saúde pública” esta é “uma acção fundamental que a longo prazo terá com certeza efeitos positivos na prevenção e diagnóstico nesta área junto da comunidade”, explicou.

“Significa investir um bocadinho no futuro porque grande parte do público são jovens médicos e, portanto, a ideia é que eles conheçam os rostos do outro lado e possam contactá-los sempre que necessário através de um telefonema ou através de um e-mail e vice-versa”, frisou.

A meta é trabalhar melhor a prevenção e diagnóstico precoce no âmbito do cancro digestivo em particular do estômago e do intestino.

“Como cidadãos gostaríamos de encontrar a cura para todos doentes com cancro mas, não sendo possível, podemos ter um objectivo mais terreno que é aumentar a sobrevivência das pessoas que padecem. Uma das formas de aumentar a sobrevivência é diagnosticar precocemente e uma das formas de diagnosticar precocemente é estar a atento a coisas que são simples, como a idade, factores de risco ou história familiar. E ninguém melhor do que a medicina familiar para ter esses dados antes mesmo de se hospitalizar”, salientou.

Portanto, frisou o especialista, “em algumas circunstâncias, perante alguns factores de risco, que pode ser por exemplo a idade, se as pessoas forem submetidas a esquemas de rastreio a tendência é para que as lesões sejam detectadas precocemente e que de cancro digestivo aquele indivíduo não faleça”.

Actualmente, existe a indicação da Direcção Geral da Saúde para que indivíduos com mais de 50 anos façam o rastreio através da pesquisa de sangue oculto nas fezes, seguido do exame de diagnóstico se for positivo, mas “não há uma organização deste processo, nem uma centralização dos dados”, lamentou Mário Dinis Ribeiro.

“Existem indicações, recomendações, mas continua a ser algo muito individual, muito na dependência do médico assistente”, frisou.

Durante o curso serão exploradas as temáticas da prevenção e diagnóstico precoce e respondidas todas as questões relativamente a casos clínicos concretos que os médicos e enfermeiros irão apresentar.

Centro Hospitalar de Lisboa Central
Os médicos do Centro Hospitalar de Lisboa Central decidiram começar a usar os descansos compensatórios por trabalho nocturno,...

Esta tomada de posição dos médicos foi sugerida pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que tem vindo a alertar para os riscos que correm os médicos e os doentes sempre que os clínicos não podem usufruir do descanso compensatório.

Este descanso, previsto na lei, tem de ser gozado pelos médicos sempre que estes trabalhem em período noturno, domingos e dias de feriado.

No entanto, uma circular da administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) refere que “não terão aplicação concreta” as circulares da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) que determinam o cumprimento da lei dos descansos compensatórios.

No seguimento desta atitude do CHLC, o SIM reuniu-se com a administração da instituição, no passado dia 23 de Abril, tendo esta avançado que iria apresentar várias hipóteses de solução para o problema.

De acordo com o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, a situação no CHLC é de “calamidade anunciada” por causa da falta de pessoal.

Sobre esta situação, o dirigente sindical lamentou que o conselho de administração do CHLC tenha “assistido impávido e sereno à saída de médicos para a pré-reforma e para o privado”.

“Foi a época dos Contratos Individuais de Trabalho (CIT) milionários, numa altura em que não existiam concursos”, lembrou.

Jorge Roque da Cunha critica, contudo, que a administração do CHLC tente resolver o problema da falta de pessoal violando a lei e impedindo os médicos de usufruírem do descanso compensatório, o que “põe em risco os médicos e os doentes”.

“A atitude [da administração] tem sido de muita incompreensão em relação às necessidades dos médicos, nomeadamente em relação ao descanso compensatório”.

Segundo Jorge Roque da Cunha, o SIM ainda não recebeu as propostas de resolução do problema por parte do CHLC.

A proposta que o SIM apresentou aos médicos foi para que, a partir da próxima semana, estes comuniquem que vão usufruir dos descansos compensatórios, para que as direcções não os escalem no período normal de trabalho semanal.

Além de exigir “responsabilidade” da parte do conselho de administração do CHLC, o SIM apelou “vivamente aos directores de serviço para que exerçam os seus poderes”.

“É fundamental que os directores de serviço exerçam as suas competências de direcção e as questões éticas e deontológicas, ao invés de aparentarem subserviência que pode pôr em causa a segurança dos doentes e dos médicos”, disse.

Despertar consciências
Data comemorativa, celebrada mundialmente a 6 de Maio, visa divulgar a doença, esclarecer mitos e despertar consciências.

O Dia Internacional da Osteogénese Imperfeita (OI), celebrado anualmente no dia 6 de Maio, tem como objectivos divulgar, esclarecer mitos acerca de como viver com a doença e despertar consciências para melhorar a vida daqueles que vivem com a patologia.

Neste dia, comunidades em todo o mundo juntam-se para divulgar a Osteogénese Imperfeita, uma doença rara de origem genética que provoca grande fragilidade óssea, sendo por isso também conhecida pela “doença dos ossos de vidro”.

Em Portugal, a Associação Portuguesa de Osteogénese Imperfeita (APOI) celebra o dia e apela à participação de todos com diversas sugestões:

  • Veste de amarelo no dia 6 de Maio
  • Usa uma flor amarela no cabelo ou uma gravata amarela
  • Desafia as tuas capacidades, e celebra o facto de SERES CAPAZ!
  • Apoia e participa nas iniciativas da tua Associação
  • Promove o Dia da OI através da tua escola ou das redes sociais
  • Faz uma festa da OI em tua casa
  • Envolve a tua família e os teus amigos na festa
  • Tira fotos e partilha-as com outras pessoas através do site oficial do Dia Internacional da Osteogénese Imperfeita
  • Visita o site do Dia Internacional da Osteogénese Imperfeita, faz um like na página do facebook ou põe à prova a tua criatividade e faz a tua própria página para celebrar a OI
Congresso da Ordem dos Enfermeiros
A Ordem dos Enfermeiros vai propor uma alteração ao modelo de financiamento dos hospitais portugueses, considerando que as...

Este é um dos assuntos centrais que estará em debate no Congresso da Ordem dos Enfermeiros (OE), que começa no domingo em Lisboa, segundo disse à agência Lusa o bastonário Germano Couto.

Para a Ordem, o actual modelo de financiamento é arcaico e está ultrapassado, focando-se apenas na medição da produção dos cuidados de saúde, através do número de doentes entrados, dos procedimentos realizados, dos recursos consumidos e dos tempos médios de resposta.

Germano Couto pretende que os resultados dos hospitais sejam medidos em termos dos doentes tratados e das melhorias alcançadas na vida do doente.

“Actualmente, Portugal tem um modelo de financiamento das instituições de saúde que as financia tendo por base aspectos processuais, como número de consultas ou cirurgias. E não aspectos de resultados em saúde, ou seja, que melhorias é que a intervenção teve para um cidadão em particular”, explica o bastonário dos Enfermeiros, em declarações à Lusa.

Tomando como exemplo um doente com um AVC (acidente vascular cerebral), o hospital recebe exactamente o mesmo dinheiro independentemente da forma como o doente sairá do hospital, se mais ou menos independente.

“Nós não premiamos a intervenção com eficiência, mas sim o diagnóstico. O que a OE pretende é que este modelo de financiamento mude, porque não premeia o investimento na saúde do cidadão”, defendeu Germano Couto.

“Na saúde existe um conjunto de profissões que contribuem para a melhoria do utente. Termos um modelo de financiamento baseado unicamente numa profissão, na médica, é um erro. É o diagnóstico médico que continua a ser prevalente para a medição de resultados, mas todos os profissionais contribuem para a melhoria do doente”, frisou.

Durante o Congresso, a Ordem convidou todas as administrações de hospitais públicos e privados para um debate sobre este tema, pretendendo que as unidades de saúde se candidatem, voluntariamente, a integrar uma experiência piloto de medição de resultados alcançados.

Esta experiência será acompanhada pelo Consórcio Internacional para a Medição de Resultados em Saúde, da qual a OE é parceira, que pretende verificar os ganhos em saúde obtidos nos cidadãos atendidos, bem como os ganhos económicos de cada unidade.

Durante o Congresso dos Enfermeiros, a Ordem deverá ainda anunciar a criação de um prémio de jornalismo, no valor de 10 mil euros, que visa incentivar “um jornalismo de qualidade que sensibilize os cidadãos para o trabalho na área da enfermagem”. O prémio será anual, com início já este ano.

Quase todas as regiões do país
Todas as regiões do país, com excepção de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, Açores, apresentam hoje risco muito alto de...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu, Vila Real, Santa Cruz das Flores e Horta (Açores) estão hoje com risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta (UV).

O IPMA adiantou ainda que Angra do Heroísmo (ilha Terceira) e Ponta Delgada (ilha de São Miguel) apresentam hoje risco alto.

Para as regiões com níveis muito altos e altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protector solar e evitar a exposição das crianças ao sol.

De acordo com o IPMA, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, sendo que o índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, com onze.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, aumentando gradualmente a nebulosidade em especial por nuvens altas a partir da tarde, vento fraco, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e possibilidade de formação de geada em alguns locais das regiões do interior norte e centro.

A previsão aponta ainda para uma pequena descida da temperatura mínima e subida da máxima, em especial nas regiões do interior.

Em Lisboa as temperaturas vão variar entre 9 e 20 graus Célsius, no Porto entre 8 e 17, em Vila Real entre 4 e 19, em Bragança entre 3 e 17, em Viseu entre 4 e 17, na Guarda entre 3 e 16, em Castelo Branco entre 5 e 20, em Évora entre 7 e 23, em Beja entre 7 e 24, em Faro entre 12 e 21, em Coimbra entre 9 e 21 e em Viana do Castelo entre 6 e 17.

Organização Mundial de Saúde
A Europa vai enfrentar uma epidemia de obesidade dentro de 15 anos, alertou a Organização Mundial de Saúde em projecções...

“A Europa será confrontada com uma grande crise” de obesidade, alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O estudo, realizado pelo escritório regional europeu da OMS, com sede em Copenhaga, refere que quase todos os adultos irlandeses vão ter excesso de peso em 2030.

Segundo o estudo, 89% dos homens adultos da Irlanda vão estar acima do peso em 2030 e 48% vão ser obesos, contra os 74% e 26%, respectivamente, registados em 2010.

No caso das mulheres irlandesas, prevê-se que em 2030, 57% das mulheres sejam obesas.

As projecções são igualmente alarmantes para o Reino Unido onde se prevê que em 2030 33% das mulheres e 36% dos homens sejam obesos.

A Grécia, Espanha, Suécia e República Checa deverão também conhecer elevados níveis de obesidade entre adultos.

A grande maioria dos 53 países incluídos no estudo vai registar um aumento na proporção de obesos e de pessoas com excesso de peso entre a população adulta.

Segundo dados da OMS, mais de 1,9 mil milhões de adultos do mundo tinham excesso de peso em 2014, dos quais 600 milhões eram obesos.

Em Portugal
Os casos de malária registados em Portugal duplicaram entre 2010 e 2013, ano em que a doença foi diagnosticada em 123 doentes,...

Segundo o Sistema de Vigilância de Doenças de Declaração Obrigatória, cujo relatório foi hoje divulgado, a malária foi uma das patologias que mais subiu em quatro anos.

Os casos de malária aumentaram de 54 em 2010 para 123 em 2013, com os autores do documento a ressalvarem que este “aumento gradual” inclui apenas “casos importados”, o que significa que os doentes contraíram a doença em outro país.

O Sistema de Vigilância de Doenças de Declaração Obrigatória registou, em 2013, um total de 1.416 casos destas patologias.

De acordo com o relatório, disponibilizado no site da Dirceção-Geral da Saúde (DGS), as cinco doenças com maior incidência de casos notificados foram a sífilis precoce, salmoneloses, febre escaro-nodular, parotidite epidémica e malária.

Além da malária, as outras quatro doenças registaram, em 2013, 186 casos (sífilis precoce), 171 casos de salmoneloses, 154 de febre escaro-nodular e 159 de parotidite epidémica.

“Uma doença de declaração obrigatória é aquela para a qual há informação frequente, regular e temporalmente adequada, relativamente aos casos de doença individuais, é considerada necessária para a sua prevenção e controlo”, lê-se no documento.

O relatório não inclui, no entanto, os casos de infecção VIH/Sida, tuberculose, hepatites agudas B e C, hepatites virais não especificadas e outras hepatites virais agudas.

Esta exclusão deve-se ao facto destas doenças serem “alvo de vigilância específica, no âmbito dos respectivos programas e a sua monitorização ser efectuada com recurso adicional a outros sistemas de informação”.

O documento aponta para uma estabilização de incidência de notificações de casos de infecção e meningite meningocócica que, entre 2010 e 2013, totalizaram 323 casos: 90 em 2010, 83 em 2011, 76 em 2012 e 74 em 2013.

No mesmo período registaram-se 136 casos de infecção e meningite por Haemophilus influenza: 10 em 2010, 32 em 2011, 46 em 2012 e 48 em 2013.

Sobre a doença dos Legionários, o relatório indica 445 casos nesses quatro casos. Em 2010 registaram-se 111 casos, 98 em 2011, 139 em 2012 e 97 em 2013.

Relativamente à Doença de Creutzfeldt-Jakob, esta totalizou 44 casos em 2013: oito em 2010, oito em 2011, 12 em 2012 e 16 em 2013.

Uma realidade
As Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde têm um elevado impacto negativo em doentes hospitalizad

Primordialmente as Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS) eram definidas como uma infeção hospitalar ou infeção nosocomial, pois englobavam apenas as infeções adquiridas em meio hospitalar. Atualmente, o termo IACS refere-se não só a todas as infeções adquiridas em meio hospitalar, como também a todas as infeções que surgem em consequência de prestação de cuidados de saúde, independentemente do local onde os doentes se encontram (centros de saúde, lares, unidades de cuidados continuados …) (Franco, 2010). 

Ainda de acordo com o mesmo autor, este refere que a IACS ocorre em todo o mundo, atingindo tantos países desenvolvidos como países em desenvolvimento. Assim, “o impacto das IACS é enorme, com centenas de milhares de doentes afetados anualmente” (Franco, 2010, p.1).

Na atualidade, a Direção Geral da Saúde (2007, p.4), define IACS como “uma infeção adquirida pelos doentes em consequência dos cuidados e procedimentos de saúde prestados, e que pode também afetar os profissionais de saúde durante o exercício da sua atividade”. Como consequência, está o aparecimento de infeções que se encontra ligado aos cuidados de saúde que são prestados, sendo o comportamento humano um fator de risco (profissionais de saúde, doentes e visitas).

Em Portugal, no Inquérito Nacional de Prevalência de Infeção realizado em Março de 2009 pelo Programa Nacional de Controlo de Infeção da Direção Geral de Saúde (PNCI-DGS), no âmbito da Campanha de Organização Mundial de Saúde “Práticas Simples Salvam Vidas” foram estudados 21.459 doentes internados em 144 hospitais tendo-se observado uma prevalência de 11,03% IACS em 9,8% doentes hospitalizados, estimando-se que as taxas de incidência são geralmente metade das taxas de prevalência observadas. Como tal, pelo menos 5 em cada 100 doentes tratados nos hospitais portugueses poderão ter adquirido uma infeção em consequência do seu internamento (INSRJ, 2010).

50 mil mortes por ano na Europa

As infeções associadas aos cuidados de saúde são a maior causa de mortalidade, morbilidade e custos elevados nos cuidados de saúde. Sendo que, de acordo com os mesmos autores, na Europa são contraídas 5 milhões de IACS/ano, correspondendo a 50.000 mortes (1%) que contribuem para a morte de 135.000 pessoas correspondendo a 2.7% (Biomérieux, 2007), citado por Chaves & Quadrado, 2009, p.23). 

Segundo a DGS (2007, p. 4), esta refere que “a Organização Mundial de Saúde reconhece que as IACS dificultam o tratamento adequado de doentes em todo o mundo, sendo também reconhecida como uma importante causa de morbilidade e mortalidade, bem como do consumo acrescido de recursos, quer hospitalares, quer da comunidade”.

As causas das infeções

A maioria das infeções associadas a cuidados de saúde ocorrem devido à presença de bactérias, vírus, fungos e parasitas. Porém a maioria das infeções são causadas por bactérias e vírus que se encontram, tanto nas unidades de saúde, como nos próprios doentes (pele, vias respiratórias e trato gastrointestinal). As infeções podem ser causadas por microrganismos que fazem parte da flora da pele e mucosas do doente (endógenas), como por microrganismos transmitidos por outro doente ou do próprio meio ambiente (exógenas), em consequência disto são os próprios profissionais de saúde que podem funcionar como meio de transmissão de microrganismos (Franco, 2010).

As infeções associadas aos cuidados de saúde estão associadas a técnicas invasivas e que na maioria são realizadas por profissionais de enfermagem. Assim, estes, podem ser agentes causadores de infeções e devem tomar as medidas adequadas, como uma constante atualização na temática (através de estudos/investigações, entre outros), assumindo assim um papel importante na prevenção da infeção.

De acordo com o Center of Disease Control (CDC), em 1988 foram implementadas as Precauções Básicas da qual fazem parte todos os princípios essenciais de controlo de infeção que são obrigatórios em todos os estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde. Estas precauções aplicam-se a todos os utentes que recorrem aos serviços de saúde, hospitais, centros de saúde, ou que se encontram institucionalizados em lares, com o objetivo de prevenir e diminuir o risco de infeção em doentes e profissionais de saúde (Franco, 2010).

As estratégias de prevenção das IACS que são baseadas nas Precauções Básicas, devem constar de:

  • Higiene das mãos;
  • Boas práticas em procedimentos invasivos – uso de técnica assética;
  • Limpeza, desinfeção e esterilização dos dispositivos médicos;
  • Uso racional de antimicrobianos;
  • Administração segura de injetáveis;
  • Descontaminação dos equipamentos;
  • Higiene ambiental dos serviços de saúde;
  • Uso racional do equipamento de proteção individual;
  • Uso correto e rejeição de cortantes ou perfurantes;
  • Encaminhamento correto após exposição;
  • Correto programa de vacinação;
  • Boas práticas no transporte de espécimes;
  • Precauções em doentes com infeções epidemiologicamente importantes;
  • Isolamento e colocação de doentes colonizados/infetados conforme a via de transmissão;
  • Higiene respiratória.

A prevenção é sem dúvida a melhor forma de combate à Infeção. Cabe aos serviços proporcionar condições (recursos humanos e materiais), para uma prática segura, sempre com o objetivo de prevenir e reduzir as IACS na prestação de cuidados de saúde de qualidade ao utente.

 

Bibliografia

Chaves, M. & Quadrado, C. (2009). O enfermeiro na prevenção das infeções urinária e respiratória associada aos cuidados de saúde – Da Opinião à Ação. Trabalho de Investigação Apresentado na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, II Curso de Pós-Licenciatura em Enfermagem Médico-Cirúrgica. Coimbra.

DGS (2007). Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde. Disponível em: http://www.dgs.pt/. Acedido em 30 de Agosto de 2012

Franco, L. (2010). Infeção Associada aos Cuidados de Saúde. Disponível em: http://www.chbalgarvio.min-saude.pt/NR/rdonlyres/B85D81E0-0C79-426E-9930.... Acedido em 15 de Setembro de 2012.

Instituto Nacional Saúde Ricardo Jorge (2010). Relatório Inquérito de Prevalência de Infeção 2010. Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde.

 

 

Joana Margarida da Costa Taborda – Enfermeira a desempenhar funções no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra no Serviço de Urgência. Mestre em Enfermagem – Área de Gestão de Unidades de Cuidados, aluna da Pós-Especialidade em Enfermagem Médico-Cirúrgica, Pós-Graduação em Trauma, Autora da Dissertação de Mestrado “Cuidados de Enfermagem na Manipulação de Cateteres Urinários - Impacto no Perfil Microbiológico”.

 

José Filomeno A. Taborda da Costa – Enfermeiro-Chefe no Centro de Saúde de Miranda do Corvo, Enfermeiro Especialista na Área de Reabilitação, Elemento da Direção de Enfermagem do ACES PIN, Enfermeiro do Comité de Peritos do Pré-Hospitalar da Ordem dos Enfermeiros, Elemento da Comissão de Qualidade e Segurança do Programa de Prevenção e Controle de Infeções e Resistências aos Antimicrobianos (PCIRA), Elemento da Comissão de Controle e Infeção, Elemento Responsável pela Aplicação dos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem no ACES PIN, Representante do Município de Miranda do Corvo no Conselho da Comunidade no ACES PIN, Deputado da Assembleia Municipal no Município de Miranda do Corvo

 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Dia 5 de Maio - Dia Mundial da Asma
“Poluição: Uma nuvem sobre as doenças Respiratórias” é a mensagem da campanha que, no âmbito do Dia Mundial da Asma, leva a...

Poluição automóvel, poluição fabril e tabaco são três dos factores de risco que são apontados no relatório “Lung Health in Europe Facts and Figures” como potenciais fontes de doenças respiratórias, nomeadamente a asma.

O relatório que apresenta um resumo daquela que é a realidade da saúde respiratória na europa aponta como uma das mais importantes medidas de acção a necessidade de identificar os factores de risco que poderão estar na origem dos episódios de asma. Segundo Carlos Robalo Cordeiro, Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia “é necessário compreender a asma para melhor a prevenir e combater. Sendo esta uma das medidas apontadas pela relatório “Lung Health in Europe Facts and Figures” consideramos ser importante chamar a atenção para três relevantes factores que poderão estar na origem de doenças respiratórias, nomeadamente da asma”.

A poluição da atmosfera é hoje um importante problema de saúde pública, o qual tende a agravar-se devido ao rápido crescimento da população mundial e à deslocação da população rural para as áreas urbanas onde, segundo a ONU, está concentrada 47% da população global. “Com o crescimento urbano, inevitavelmente assistimos ao surgimento de um maior índice de poluição que emerge de uma sociedade mais industrializada, onde o principal meio de transporte continua a ser o automóvel. Por estas e outras razões há estudos que indicam que aproximadamente um terço da população irá desenvolver asma, sendo que a maior probabilidade de isso acontecer encontra-se durante a infância. São esses dados que dentro de 20 anos seria importante inverter”, acrescenta Carlos Robalo Cordeiro.

A poluição atmosférica está associada a efeitos adversos sobre a saúde, sendo o aparelho respiratório o mais afectado, comprometendo principalmente as crianças que, de maneira geral, são mais sensíveis que os adultos a qualquer forma de poluição, havendo mesmo estudos que revelam que 14% dos casos de asma crónica na infância devem-se à exposição à poluição existente em estradas com muito tráfego.

No que se refere ao tabaco poder-se-á dizer que é um forte potenciador de episódios de asma não só em quem fuma como também em todos aqueles que são afectados pelo tabagismo passivo.

Associação Nacional dos Estudantes de Medicina
A Associação Nacional dos Estudantes de Medicina vai entregar ao Ministério da Saúde um abaixo-assinado a contestar a escolha...

Segundo explicou o presidente da Associação Nacional dos Estudantes de Medicina (ANEM), a Ordem dos Médicos decidiu que a prova nacional de acesso à especialidade, que se realiza em Novembro, devia ser feita com base na 19ª edição do livro “Harrison’s Principles of Internal Medicine”, que só esteve disponível este mês.

Ora os estudantes lembram que começaram a estudar para a prova há cerca de seis meses com base na 18ª edição da mesma obra, que tem alterações significativas, o que “pode ter consequências nefastas na preparação dos estudantes”.

Contactado, o bastonário da Ordem dos Médicos sublinhou que a regra, obrigatória pelo Código Deontológico, é que seja usada na prova a edição mais recente daquela obra.

“Os médicos têm de estar actualizados. Os jovens que vão realizar a prova vão iniciar o seu trabalho como médicos um mês depois de fazerem o exame. A Ordem dos Médicos não pode compactuar com comodidades e não embarcamos em facilitismos. O que esperamos, e o que os estudantes devem fazer, é estudar durante todo o curso de medicina sempre pela bibliografia mais actualizada”, declarou o bastonário José Manuel Silva.

O presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina vinca que “até há uma semana a 19º edição não estava disponível em Portugal”.

Além disso, Alberto Abreu da Silva refere que a nova bibliografia tem um custo de cerca de 200 euros “que não é comportável para muitos estudantes dado o investimento já feito na bibliografia da edição anterior”.

“Os estudantes usam a bibliografia recomendada para o seu percurso académico. Tendo sido a 18ª edição uma bibliografia utilizada durante o 6º ano é coerente que permaneça como a fonte bibliográfica para a prova nacional de acesso”, que será feita por cerca de 1800 estudantes,

A ANEM diz concordar com os argumentos da Ordem dos Médicos sobre a necessidade de actualização científica, mas considera que, neste caso concreto, não está a ser respeitado o esforço, o tempo e o dinheiro investido pelos estudantes.

Uma vez que a Ordem aconselha a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) sobre a bibliografia recomendada, a associação de estudantes recolheu assinaturas para pedir à ACSS que não acolha as recomendações.

Segundo Alberto Abreu da Silva foram conseguidas cerca de duas mil assinaturas que serão entregues na sede da ACSS em Lisboa, pedindo a esta autoridade que defina, até segunda-feira, qual a bibliografia recomendada e exigindo que seja assumida a 18ª edição do “Harrison’s Principles of Internal Medicine”.

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