Ordem dos Médicos
O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, defendeu em Coimbra uma alteração do quadro...

Carlos Cortes quer iniciar um movimento que "possa agregar todas as organizações", desde associações de utentes a outras ordens profissionais, para se combater a violência contra profissionais de saúde e criar mecanismos de proteção dos mesmos.

Segundo o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), "tem de haver uma alteração legislativa profunda para corresponder às necessidades", assim como uma "maior preocupação" por parte do Ministério da Saúde e dos responsáveis dos hospitais para com esta temática.

Neste momento, o profissional de saúde "está completamente sozinho", quando tem de lidar com uma situação de agressão física ou psicológica, não havendo "nada que obrigue as instituições a defender os seus profissionais como o deveriam fazer", sublinhou Carlos Cortes, que falava durante uma conferência de imprensa, em Coimbra, de apresentação de uma campanha de prevenção e intervenção sobre o ‘burnout' e sobre a violência contra profissionais de saúde no local de trabalho.

A SRCOM já realizou duas reuniões no sentido de organizar um movimento, assegurando o dirigente que "não é uma questão corporativa".

Segundo o presidente da secção regional, os hospitais veem-se obrigados a cortar "nalguns itens, sendo um deles a segurança", não há acompanhamento por parte das instituições, nada impede o agressor de continuar "a utilizar o local" de trabalho do profissional e há também o "surgimento de uma nova violência".

"Os utentes e acompanhantes têm mais propensão para exteriorizar a sua insatisfação nos hospitais, porque a sua situação global não está bem, e também porque os cuidados de saúde estão mais degradados hoje e o acesso é mais difícil", apontou.

A secção regional está a avançar com "uma campanha inédita e pioneira no país", procurando trabalhar na prevenção e sensibilização junto dos profissionais de saúde em temas como o ‘burnout' (exaustão), a violência contra profissionais de saúde e mediação de conflitos.

Entre uma das medidas, a SRCOM pretende "ir a todos os hospitais e ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde]" da região abordar a questão do ‘burnout' junto dos profissionais.

O psiquiatra João Redondo, do Centro de Prevenção e Tratamento do Trauma Psicogénico de Coimbra, sublinhou que esta campanha permite que os profissionais possam saber "como agir" em casos de violência ou de 'burnout', sendo importante que as ações de sensibilização cheguem também "à gestão" das instituições.

Em 2014, a Direção-Geral da Saúde registou 531 sinalizações de violência contra profissionais de saúde, mais do dobro do que em 2013, em que foram realizadas 202 notificações.

Estudo
O Protocolo de Montreal é um tratado da ONU ratificado por 196 países que se comprometeram em eliminar a produção de gases...

O tratado internacional para proteger a camada de ozono, negociado na década de 1980 no seio das Nações Unidas, terá prevenido o aumento de casos de cancro de pele em várias regiões do mundo, referiu um estudo.

Essa prevenção, segundo o estudo, foi registada sobretudo na Austrália, Nova Zelândia e no norte da Europa.

De acordo com o estudo, publicado no jornal especializado Nature Communications, se o Protocolo de Montreal não tivesse sido aprovado em 1987, o buraco da camada de ozono na Antártica teria aumentado em 40% até 2013.

Com base na mesma premissa, o documento indicou que os níveis de radiação ultravioleta na Austrália e na Nova Zelândia, países que têm atualmente as taxas de mortalidade mais altas por cancro de pele, teriam aumentado entre oito a 12%.

No norte da Europa, a diminuição da camada de ozono no Ártico poderia ter representado um aumento dos níveis de radiação ultravioleta na Escandinávia e no Reino Unido em cerca de 14%, acrescentou a investigação, que foi coordenada por Martyn Chipperfield, professor da Universidade britânica de Leeds.

“A nossa investigação confirma a importância do Protocolo de Montreal e mostra que já tivemos benefícios reais”, afirmou Chipperfield.

“Sabíamos que o protocolo iria salvar-nos de uma grande perda de ozono no futuro, mas na verdade já ultrapassamos a fase em que as coisas iriam ser visivelmente piores”, reforçou o investigador.

As concentrações de gases que destroem a camada de ozono estão atualmente cerca de 10% abaixo dos níveis máximos registados em 1993.

Mesmo assim, será preciso esperar até 2050 para que o buraco da camada de ozono na Antártica tenha a mesma amplitude que apresentava em 1980.

O Protocolo de Montreal, também ratificado pela União Europeia (UE), tornou-se no primeiro tratado na história das Nações Unidas a conseguir uma ratificação universal.

Instituto Nacional de Estatística
Os suicídios foram responsáveis por 1.053 mortes em Portugal em 2013, menos 23 face ao ano anterior, a grande maioria homens...

Segundo a publicação do Instituto Nacional de Estatística (INE) “Causas de morte 2013”, as mortes por doença representaram 96% do total de óbitos registados no país em 2013 (106.876) e as causas externas de lesão e envenenamento foram responsáveis por 4% dos óbitos.

No conjunto das causas de morte externas de lesão e envenenamento, evidenciaram-se as lesões auto provocadas intencionalmente (suicídios), que provocaram 1.053 mortes em 2013, menos 2,1% face a 2012, correspondendo a 1% do total de mortes no país.

Cerca de 80% das mortes por suicídio “foram de homens (812), apurando-se uma relação de 336,9 óbitos masculinos por 100 femininos, e correspondendo a 1,5% do total de óbitos de homens no país”, refere o INE.

Quanto à região onde os suicídios foram cometidos, verificou-se que o maior número de óbitos ocorreu na Área Metropolitana de Lisboa (24,1%).

A idade média ao óbito foi de 59,9 anos, semelhante para os dois sexos (59,6 para os homens e 60,7 para as mulheres).

Os dados do INE indicam também que as mortes por perturbações mentais e do comportamento corresponderam a 2,1% da mortalidade no país em 2013.

Nesse ano, foram registados 2.223 óbitos por perturbações mentais e do comportamento, com maior expressão nas mulheres (60%).

A idade média das pessoas que faleceram devido a estas causas foi de 83 anos, mais elevada nas mulheres (85,1 anos) do que nos homens (79,8 anos).

O INE refere que este conjunto de doenças atinge sobretudo as idades mais avançadas - apenas 9% dos óbitos ocorreram antes dos 70 anos em 2013 – o que explica o número de anos potenciais de vida perdidos ser relativamente baixo (2.528 anos), correspondendo a uma taxa de 28,2 anos por 100 mil habitantes.

No conjunto das mortes provocadas por perturbações mentais e do comportamento, 91,4% corresponderam a mortes por demência (2.032 óbitos).

As causas de morte externas de lesão e envenenamento causaram 4.227 óbitos em 2013, o que representou um aumento de 6,9% face a 2012 (3 955).

Quase 70% do total destas mortes foram de homens, com uma relação de 200,9 óbitos masculinos por 100 femininos.

A idade média ao óbito devido a estas causas foi de 65 anos, bastante mais elevada para as mulheres (72,3 anos) do que para os homens (61,4 anos).

Por outro lado, sublinha o INE, “trata-se de um conjunto de causas que, quando comparado com as restantes, afeta relativamente mais as idades prematuras (43,4% dos falecidos tinham menos de 65 anos)”.

O número de anos potenciais de vida perdidos foi 46.519 e a taxa de anos potenciais de vida perdidos foi de 518,6 anos por 100 mil habitantes.

Instituto Nacional de Estatísticas
Portugal registou 106.876 óbitos em 2013, menos 1.093 face ao ano anterior, mais de metade devido a doenças do aparelho...

As doenças do aparelho circulatório continuaram a ser a principal causa básica de morte, tendo originado 31.528 óbitos, representando 29,5% da mortalidade total ocorrida no país, menos 4,1% face a 2012.

No conjunto destas doenças, destacaram-se as mortes devido a acidentes vasculares cerebrais (AVC), que representaram 11,5% do total (12.273 óbitos), contra 12,5% no ano anterior, refere a publicação do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) “Causas de morte 2013”.

Já a doença isquémica do coração provocou 6.936 óbitos em 2013 (6,5%) e o enfarte agudo do miocárdio 4.568 mortes (4,3%).

Em média, as doenças do aparelho circulatório atingiram os homens cinco anos mais cedo, com uma idade média ao óbito de 78,5 anos, contra 83,5 anos das mulheres.

Segundo o INE, estas doenças mataram mais mulheres (55,7%) do que homens (44,3%) e causaram uma mortalidade prematura de 12,3% [proporção de indivíduos falecidos com menos de 70 anos no total de mortes por esta causa] e 40.956 anos potenciais de vida perdidos no país em 2013.

Os tumores malignos foram a segunda causa de morte em 2013, provocando 25.920 óbitos, o que correspondeu a 24,3% do total da mortalidade, mais 0,6% relativamente a 2012.

De entre os tumores malignos, evidenciaram-se 4.010 mortes causadas por cancro da traqueia, brônquios e pulmão, mais 9,1% do que em 2012, enquanto os tumores malignos do cólon, reto e ânus foram responsáveis por 3.848 óbitos (3,6%).

O cancro matou mais homens (59,7%) do que mulheres (40,3%), tendo a idade média ao óbito se situado nos 72,4 anos, mais elevada para as mulheres (73,7 anos) do que para os homens (71,6 anos).

A mortalidade prematura situou-se em 9,2%, mais elevada para os homens (11,7%) do que para as mulheres (6,7%), referem os dados do INE, acrescentando que foram perdidos 113.408 anos potenciais de vida em 2013 devido aos tumores malignos.

As mortes por cancro do cólon, reto e ânus ocorreram em média cinco anos mais tarde (74,6 anos) do que as devidas a cancro da traqueia, brônquios e pulmão (69,3 anos).

No caso das mulheres, o cancro da mama provocou 1.646 óbitos, menos 6,4% face a 2012, tendo sido a idade média ao óbito de 70,5 anos, mais 1,2 anos do que em 2012.

Já o cancro da próstata causou 1.717 óbitos em 2013, menos 5,3% do que em 2012, mantendo-se a idade média ao óbito próxima dos 80 anos.

O cancro do estômago foi responsável por 2,1% do total de óbitos, menos 4,6% face a 2012, e o cancro do pâncreas por 1,3%, um aumento de 5,9% face ao ano anterior.

No conjunto das doenças do aparelho respiratório, a pneumonia com 5.935 óbitos e a doença pulmonar obstrutiva crónica com 2.537 óbitos, foram as causas com maior número de mortes (representando, respetivamente, 5,6% e 2,4% do total de óbitos no país).

As doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas causaram 5.775 óbitos em 2013, menos 4,6% do que no ano anterior, tendo a diabetes mellitus sido a causa que provocou mais mortes (4.548 óbitos), embora tendo baixado 6,7% relativamente a 2012.

Em Gaia
A Associação das Doenças da Tiroide organiza um Encontro na Marina da Afurada, em Gaia, onde decorrem várias atividades com o...

Numa parceria com o Holmes Place, a corrida e a caminhada, de 12 e 6 Km respetivamente, contam com um aquecimento prévio, ao qual se segue a distribuição de um lanche antes do início da corrida.

No programa estão também previstos rastreios, nomeadamente, à tensão arterial, colesterol, índice de massa corporal (IMC) e glicemia.

O tema central da 7ª Semana Internacional da Tiroide é o hipotiroidismo – o tipo mais frequente de doença da tiroide e que afeta 10 vezes mais mulheres do que homens, mas que muitas vezes é subdiagnosticado já que os seus sinais e sintomas se confundem facilmente com os de outras condições, como a depressão.

OMS
A Organização Mundial de Saúde, o maior órgão decisor na política de saúde, aprovou hoje um plano de ação para lutar de forma ...

O anúncio foi feito hoje, no final de uma reunião da Organização Mundial de Saúde (OMS), e a decisão foi tomada após oito dias de deliberações, no sentido atuar decisivamente contra um problema crescente.

Antes de começar a reunião, a OMS apresentou um estudo que revela que as infeções que nas últimas décadas se tornaram curáveis graças aos antibióticos podem começar a matar novamente, devido ao aumento das bactérias resistentes a estes medicamentos.

A OMS alertou que, sem medidas que o evitem, o mundo dirige-se a “uma era pós-antibióticos”, em que doenças comuns e ferimentos leves possíveis de tratar com estes medicamentos durante as últimas décadas podem voltar a matar.

O plano de ação estabelece cinco objetivos: melhorar a consciência e conhecimento sobre a resistência antimicrobiana, reforçar a vigilância e a investigação, reduzir a incidência da infeção, otimizar a utilização de medicamentos antimicrobianos e assegurar um financiamento duradouro.

A resolução apela aos Estados para implementar rapidamente o plano de ação nos seus próprios contextos nacionais e a procurarem fontes de financiamento adicionais.

Ao adotarem este plano, os países comprometem-se a implementá-lo, nacionalmente, antes de maio de 2017, de acordo com a OMS, citada pela agência noticiosa Efe.

Os planos nacionais têm que cobrir tanto a resistência antimicrobiana em humanos, como em animais e na agricultura.

O uso prolongado de antibióticos e outros antimicrobianos gera, naturalmente, um processo de resistência, mas este acelera quando se utilizam de forma excessiva, inapropriada ou quando são de má qualidade, refere a OMS.

Um dos principais problemas encontrados é que a venda de antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos sem prescrição médica é habitual em muitos países, ao que se junta ainda a disponibilidade de os encontrar na Internet.

A OMS sublinha que, através da Internet, as pessoas têm acesso a medicamentos que não poderiam comprar numa farmácia sem receita médica, inclusive em países onde existe uma boa regulação nesse aspeto.

Para esta situação contribui também a carência de diretivas de tratamento em muitos países, o que aumenta não só a automedicação, como também o mau uso ou escolha do antibiótico por parte dos médicos.

Outro fator que incrementa a resistência é o tratamento não ser completado.

O terceiro problema encontrado são os medicamentos de baixa qualidade e que não contêm a quantidade apropriada do ingrediente ativo, o que resulta numa dose menor do que a necessária. Esta situação agrava-se no caso dos fármacos falsificados.

Além disto, os delegados da OMS aprovaram outra resolução para melhorar o acesso a vacinas a preços acessíveis.

O maior problema regista-se nos países menos desenvolvidos, pois estes não contam com a ajuda de instituições como o GAVI (Aliança Mundial para Vacinas e Imunização), nem possuem o dinheiro necessário para vacinar toda a população, como deveria acontecer, vinca a OMS.

Em 2012, os delegados da OMS adotaram o Plano Global para a Vacinação, que pretende a vacinação universal para 2020, mas cuja implementação não está a dar os resultados desejados.

Infarmed
O Infarmed emitiu um comunicado sobre a recolha voluntária de vários lotes do medicamento Diclofenac Sandoz 50 mg comprimidos...

A empresa Sandoz Farmacêutica, Lda. irá proceder à recolha voluntária dos lotes aqui listados, do medicamento Diclofenac Sandoz 50 mg comprimidos revestidos, nas apresentações de 60 unidades (5670898) e 10 unidades (5762299), por terem sido detetados resultados fora de especificação nos ensaios de desintegração e dissolução.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização destes lotes.

Face ao exposto:
- As entidades que possuam estes lotes de medicamento em stock não os podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.
- Os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a estes lotes não devem interromper o tratamento. Logo que possível, devem adquirir outro lote ou outra marca de Diclofenac 50 mg comprimidos revestidos, desde que tenham receita médica válida.

Quer ser voluntário na luta contra o cancro?
A União Humanitária dos Doentes com Cancro vai marcar presença na 2ª Feira da Saúde de Belém, que decorre nos dias 29 e 30 de...

No espaço União Humanitária dos Doentes com Cancro (UHDC) os visitantes da feira podem conhecer o trabalho desenvolvido pela associação e, caso estejam interessados, inscreverem-se como associados e voluntários e ainda têm a oportunidade de inscrever os seus filhos no projeto Ocupação de Tempos Livres (OTL) de Jovens no Verão.

“A campanha de admissão de novos associados e voluntários tem como objetivo garantir os meios humanos necessários para que a União possa continuar o seu trabalho solidário, beneficiando assim milhares de doentes com cancro mais carenciados, o que só é possível com a continuação do apoio da população”, refere Cláudia Costa, porta-voz da UHDC.

Durante os dois dias da Feira, os mais novos têm, ainda, a oportunidade de se inscreverem no projeto de OTL de Jovens no Verão no espaço UHDC. Trata-se de uma iniciativa de ocupação de tempos livres dirigida a estudantes, com o duplo objetivo de lhes proporcionar uma ocupação salutar dos seus tempos livres e de lhes incentivar e consolidar os valores da solidariedade.

“Através do OTL de Jovens no Verão, os mais novos poderão participar em campanhas, eventos e várias iniciativas de apoio aos doentes com cancro desenvolvidas pela UHDC”, explica Cláudia Costa.

População desafiada a subir Escadório do Bom Jesus de Braga
“Já pensou o que sente uma pessoa com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica quando tenta respirar?” é o desafio que a Associação...

No Dia Mundial Sem Tabaco, a Associação Respira mostra como se sente uma pessoa com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) quando tenta respirar e desafia a população a subir o Escadório do Bom Jesus, com uma mola no nariz. A iniciativa visa alertar para as consequências do consumo de tabaco, pois a grande maioria dos casos de DPOC são de pessoas que fumavam.

“Convidamos todos os visitantes e turistas do Santuário Bom Jesus a subir as escadas com uma mola no nariz, respirando por uma palhinha, para que percebam as limitações de uma pessoa que sofre desta doença. Ao experienciarem as dificuldades, acreditamos que as pessoas vão refletir e mudar o seu comportamento face ao tabaco”, explica a Direção da Respira.

Estudo
A investigadora da Universidade de Coimbra Joana Barbosa descobriu que as células estaminais neurais diminuem no envelhecimento...

As células estaminais neurais (CEN) convertem-se “diretamente em neurónios, esgotando o número de células disponíveis no envelhecimento e nas lesões cerebrais”, afirma a Universidade de Coimbra (UC) numa nota divulgada.

O estudo que permitiu esta conclusão, desenvolvido por Joana Barbosa, recém-doutorada do Programa Doutoral em Biologia Experimental e Biomedicina do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC, já foi publicado na “prestigiada revista ‘Science’”, adianta a UC.

Os resultados da investigação “mostram que as CEN não geram continuamente neurónios ao longo do tempo, como se assume, mas apenas um número limitado”, afirma Joana Barbosa.

“A população de CEN é consumida aos poucos porque as células são convertidas diretamente em neurónios sem qualquer divisão”, sustenta a especialista, sublinhando que a descoberta “contradiz a visão atual de que as CEN geram neurónios novos ao mesmo tempo que mantêm a sua própria população”.

A investigadora desenvolveu, ao longo de cinco anos, uma técnica de imagiologia ‘in vivo’ para estudar as CEN individuais no cérebro de peixe-zebra adulto, que foi aplicada pela primeira vez num organismo vertebrado adulto.

“No cérebro intacto do peixe-zebra, as CEN raramente se dividem e, quando o fazem, a divisão realiza-se assimetricamente, dando origem a uma célula que produz neurónios (chamada progenitora neuronal) e a uma CEN”, observa Joana Barbosa.

Mas, “após uma lesão cerebral, as progenitoras migram para o local danificado e as CEN alteram o modo de divisão, repartindo-se simetricamente, originando duas progenitoras que aumentam, dessa forma, a produção de neurónios”, explica a especialista.

“A produção de neurónios após lesão resulta num decréscimo de CEN, sendo que a manutenção destas células poderá ser a chave para uma regeneração neuronal no longo termo”, conclui.

A tecnologia, que foi desenvolvida no âmbito do estudo, durante a estada da investigadora no centro de investigação alemão Helmholtz Zentrum München (HMGU), poderá “auxiliar as tentativas de melhoria da regeneração neuronal em humanos”.

Estudo revela
Um estudo da Universidade de Vila Real revela que 66% dos transmontanos rejeitam a medicação prescrita pelo médico, a maioria...

A investigação “Identificação dos fatores que influenciam a adesão à terapêutica: a realidade transmontana” foi desenvolvido no âmbito da dissertação de mestrado de Simone Moura, de Biologia para as Ciências da Saúde, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), sob orientação da professora Paula Oliveira.

Este é, segundo anunciou hoje a academia em comunicado, o “primeiro trabalho sobre a adesão à terapêutica na população transmontana alguma vez desenvolvido”.

Para este estudo foram inquiridas 1.500 pessoas dos distritos de Bragança e Vila Real, 900 mulheres e 600 homens, com uma média de idades de 56 anos, e as conclusões revelam que 66% rejeitam a toma de medicamentos prescritos pelo médico, e destes, 63% são portadores de doenças crónicas.

Os dados mostram que 42% dos inquiridos deixam de tomar a medicação devido a efeitos secundários ou reações adversas e que 18% interrompem o tratamento por não sentirem melhorias. Já 8% da população não cumpre a medicação por falta de recursos económicos.

“São valores preocupantes. Há doenças que não podem deixar de ser tratadas, sob o risco de porem em causa a segurança dos doentes e de outras pessoas, nomeadamente as doenças cardiovasculares e mentais”, afirma Paula Oliveira, investigadora do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB).

A responsável frisa ainda que, este incumprimento, “implica um maior recurso aos cuidados de saúde e gastos acrescidos no sistema nacional de saúde e para os próprios doentes”.

“Concluímos que são os baixos rendimentos económicos, a idade avançada e uma baixa literacia os responsáveis por uma fraca adesão à terapêutica”, salienta.

Ainda segundo a investigação, a toma de vários medicamentos é responsável por 6,1% do incumprimento e 5,2% das falhas na toma resultam da complexidade do tratamento, que dificulta a toma da medicação de acordo com a prescrição médica.

O estudo identificou ainda os medicamentos genéricos como mais um fator determinante na influência na adesão à terapêutica.

“Para o mesmo princípio ativo existem diferentes embalagens, comercializadas pela mesma farmacêutica, o que pode induzir confusão nos doentes,” explica a investigadora.

Dos inquiridos que optaram pelo medicamento genérico, 70% referiram que a embalagem mudou nos seis meses anteriores e que quando tiveram dúvidas sobre se se tratava do mesmo fármaco, 45% suspenderam a medicação.

Os dados foram recolhidos em instituições prestadoras de cuidados de saúde, como o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, centros de saúde e farmácias.

O questionário aplicado, segundo a docente, contemplou “a caracterização sociodemográfica da população, identificação da doença base, atitudes face ao tratamento e ao uso de medicamentos, análise da relação entre doentes/profissionais e serviços de saúde e avaliação da influência dos medicamentos genéricos na adesão à terapêutica”.

Simone Moura e Paula Oliveira querem que este trabalho “sirva de base para a implementação de boas práticas com o objetivo de reverter esta situação” e adiantaram ainda que foi criado “um folheto sobre a importância que tem para o doente o cumprimento da prescrição médica”.

O folheto vai ser distribuído pelas farmácias e entidades prestadoras de cuidados de saúde.

Programa de formação
Um programa nacional de formação vai criar nos centros de saúde 900 “peritos em depressão”, entre médicos de família,...

Os centros de saúde são muitas vezes a primeira porta de entrada no sistema de saúde para pessoas com depressão, mas muitos dos seus profissionais não estão preparados para lidar com este problema de saúde, afirma o psiquiatra Ricardo Gusmão. Um programa nacional de formação vai criar nos centros de saúde 900 “peritos em depressão”, entre médicos de família, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, explica o responsável pelo projeto. Dois dos objetivos são a prevenção do suicídio e a redução do consumo de ansiolíticos, escreve o jornal Público na sua edição digital.

O psiquiatra Ricardo Gusmão estima que 20% das pessoas que vão ao médico de família tenham tido uma depressão no último ano. Mas cerca de 90% são depressões ligeiras a moderadas, nota, e nestes casos “não faz sentido referenciar para a psiquiatria. Há a capacidade para tratar nos cuidados primários.”

O problema é que os médicos de família tiveram durante a sua formação cerca de duas a três cadeiras de saúde mental e passaram três meses num serviço de psiquiatra. “É muitíssimo pouco”, diz. Depois disso, ficam por sua conta.

Ricardo Gusmão afirma que a resposta de muitos médicos de família, quando percebem que podem estar em causa depressões, "é prescreverem um placebo, caso dos fortificantes, ou benzodiazepinas [ansiolíticos]” ou então receitam antidepressivos. Mas também "há médicos de família que não percebem que podem estar em causa sintomas de depressão e, se percebem, muitos não sabem o que fazer". Este projeto pretende chegar a cerca de 15% a 20% dos médicos de família do país.

Mas, nota o médico, “temos de ser justos, os médicos de família não tem tempo para fazer psicoterapia, nem os psicólogos [dos centros de saúde]”. Então o objetivo é que seja dada formação a cerca de 900 profissionais, entre médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais, que funcionarão como “peritos em depressão” e que, por sua vez, deverão transmitir os conhecimentos que adquiriram a 3400 profissionais das suas respetivas áreas.

O programa quer chegar a um total de 4300 profissionais e assim atingir um milhão de utentes, entre os quais 200 mil pessoas com depressão e outras doenças mentais, ajudando a prevenir o suicídio, já que se admite que “o suicídio é uma complicação da doença mental, nomeadamente da depressão”, explica Ricardo Gusmão, que é presidente da Eutimia-Aliança Europeia Contra a Depressão em Portugal, associação que propôs o projeto.

O projeto Primary Care Mental Health Sustained Capacity-Building for Depression and Suicidal Behaviour (PrimeDep), prevê um modelo de formação de oito horas mais 4 de e-learning. “Pretende-se que os médicos de família aprendam a diagnosticar, a prescrever e a monitorizar corretamente”, notando que prescrever benzodiazepinas ou antidepressivos deveria implicar que “o doente deveria ser visto pelo menos uma vez por mês, para aferir o resultado”.

A ideia é que muito do trabalho de seguimento possa ser feito por enfermeiros e psicólogos que possam criar “grupos psicoeducacionais”, onde é transmitida ao doente informação sobre a sua doença, sobre como gerir os seus sintomas, conhecer os efeitos secundários dos medicamentos. E, como objetivo último, deverão ser criados grupos de auto-ajuda de doentes.

Outras das ferramentas do programa envolverá uma plataforma informática que poderá ser prescrita pelo médico, sendo dado ao doente um login e palavra-passe, sendo o seu uso acompanhado por um profissional de saúde. "É uma ferramenta de auto-ajuda guiada”, que será “receitada” caso estejam cumpridos alguns critérios, como, por exemplo, o utente não querer tomar medicação, ter alguma literacia informática, explica o médico.

O programa vai ser posto em prática em centros de saúde das administrações regionais de saúde do Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. O Alentejo e Algarve são as regiões do país com maiores taxas de suicídio, “nessas regiões a cobertura é quase integral”, sublinha.

Ferramenta
O Portal do Utente disponibiliza a possibilidade do utilizador calcular o seu risco de diabetes.

O Portal do Utente disponibiliza a possibilidade do utilizador calcular o seu risco de diabetes. Na funcionalidade “Calculadora de Risco de Diabetes” o utente é convidado a responder a um total de oito perguntas definidas pela Direção- Geral da Saúde.
A classificação do risco é calculada em função de 5 critérios: “Muito Alto”, “Alto”, “Moderado”, “Ligeiro” e “Baixo”. Cerca de mil utilizadores já usaram esta nova ferramenta. Os resultados são, também, acedidos pelos médicos através do Portal do Profissional.
Entretanto, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde estão a desenvolver, em parceria com a Direção-Geral da Saúde, um sistema que permitirá enviar para os profissionais de saúde uma mensagem de alerta nos casos de risco “Muito Alto” ou “Alto”.
 

Evidências com pitavastatina
No âmbito de “Formação Médica Contínua”, um conjunto de especialistas nacionais de Medicina Interna

Pitavastatina Update - Evidência nos doentes com alterações metabólicas
“Mais de 50% dos doentes que sofrem um EAM têm valores de c-HDL inferiores a 40mg/dl. Face a estes dados, desde 2005 que falamos no colesterol HDL enquanto fator de risco cardiovascular”, afirmou o Prof. Doutor John Chapman. Sabe-se, inclusivamente, que um incremento “dos valores de c-HDL aumenta a atividade antioxidante e anti-inflamatória”.

O problema, acrescentou, “é que, devido a diferenças farmacológicas, o efeito das estatinas sobre o c-HDL é muito variável”, sendo que a sinvastatina e a pitavastatina parecem ser as que têm maior capacidade de elevação do “bom colesterol”.

Tal “variabilidade foi estudada numa revisão sistemática e numa meta-análise que tiveram como objetivo determinar a relação entre a redução do c-LDL e a elevação do c-HDL. A ideia seria eleger as estatinas com melhor relação, ou seja, a melhor resposta em ambos os parâmetros. Curiosamente verificou-se também uma grande variação interindividual, o que sugere que há variações genéticas que condicionam a resposta ao tratamento com estatinas. Isto é válido tanto para o c-LDL como para o c-HDL”.


Prof. Doutor John Chapman

Segundo o Prof. Doutor John Chapman, os ensaios clínicos dão conta de um valor médio que esconde a “enorme variedade de respostas”. É por isso que, na prática clínica, “é fundamental seguirmos os nossos doentes. Não basta prescrever o tratamento, temos de confirmar se este é eficaz”. Se a resposta não for suficiente, “temos de intensificar a terapêutica com um aumento de dose da estatina ou com a associação de ezetimiba”, recomendou.

Esta questão será, aliás, referida nas guidelines que estão a ser preparadas para 2016, como forma de alertar os médicos para a necessidade de monitorizar essa resposta interindividual.

Num breve resumo do estudo COMPACT-CAD (Comparison of pitavastatin with atorvastatin in increasing HDL-cholesterol and adiponectin in patients with dyslipidemia and coronary artery disease), o orador lembrou que a pitavastatina permitiu um aumento significativo no c-HDL, o que vem confirmer que, “de facto, há diferenças entre as várias estatinas no que respeita aos efeitos sobre o c-HDL”. Verificou-se ainda, nos doentes que receberam pitavastatina, um aumento contínuo da ApoA1 e um aumento significativo da adiponectina, que é “uma molécula muito sofisticada que desempenha um papel-chave na modulação da resistência e sensibilidade à insulina”.

Todavia, a pitavastatina tem outras particularidades observadas em vários estudos em torno do c-HDL. É o caso da redução da produção de ApoCIII, cuja concentração está também associada a um aumento do risco cardiovascular.

Relativamente à segurança e toxicidade, há também diferenças entre as Estatinas. “Como em qualquer fármaco, se aumentarmos a concentração, aumentamos o risco de efeitos adversos e no caso das estatinas, estamos a falar de sintomas musculares, de toxicidade hepática, de disglicemia e de proteinúria”.

Centrando-se nas alterações glicémicas induzidas pelas estatinas, o Prof. Doutor John Chapman lembrou que, em determinada altura, alguns investigadores julgavam tratar-se de um efeito de classe. No entanto, os resultados da primeira meta análise sobre a associação entre a disglicemia e as estatinas foram muito heterogéneos, confirmando que, para algumas estatinas há um risco de disglicemia mais elevado do que para outras.

Também aqui há alguma variabilidade interpessoal, uma vez que o risco de disglicemia é mais elevado nos doentes com fatores de risco para a diabtes ou já com alterações no metabolismo da glicose. Aliás, acrescentou o especialista, “já no estudo TNT se tinha concluído que o risco de diabetes associado à atorvastatina estava também muito relacionado com o perfil de risco de cada doente”.

A dislipidemia no diabético tem características muito particulares, “desde logo a redução do c-HDL e a elevação dos triglicerídeos”. Quanto ao c-LDL, por norma são partículas pequenas, muito densas e altamente aterogénicas. “Este é o perfil lipídico clássico de um doente com diabetes tipo 2, mesmo quando a glicemia está controlada e dentro dos alvos terapêuticos”. Segundo o especialista, “em conjunto, estes fatores vão favorecer e acelerar a doença aterosclerótica e a doença cardiovascular”.

A grande discussão reside no tempo de progressão da diabetes versus desenvolvimento de dislipidemia.

 

“Muitos indivíduos com tolerância normal à glicose, embora já com uma ligeira alteração na glicemia pós-prandial, expressam moderado aumento no colesterol LDL e ligeira redução do colesterol HDL: À medida que se aproximam de um estado pré-diabético, as alterações lipídicas vão-se acentuando. A questão é, quem chega primeiro: a diabetes ou a dislipidemia?”, questionou o orador.

Por outro lado, “em indivíduos com resistência à insulina há uma acumulação progressiva de lípidos em vários órgãos, nomeadamente, no fígado, nos músculos e no pâncreas. Às vezes chamamos-lhe de lipotoxicidade. O que sabemos é que, quando há essa acumulação de gordura, há também um impacto na secreção e na resistência à insulina, por exemplo, no músculo e no fígado”, descreveu.

Há, portanto uma relação clara entre dislipidemia e a acumulação de lípidos em vários órgãos. Todos estes efeitos favorecem a hiperglicemia. “E poderá a pitavastatina corrigir o metabolismo lipídico anormal associado à pré-diabetes e à síndrome metabólica?”, questionou o Prof. Doutor John Chapman.

Para responder a esta questão foi desenvolvido o estudo CAPITAIN (Chronic effects of pitavastatin on plasma lipid transport and ateroma biomarkers in patients at elevated risk for the premature development of atherosclerosis), cujo desenho foi muito bem definido e incluía a avaliação de diversos parâmetros metabólicos.

O estudo teve vários objetivos, incluindo a investigação do efeito da pitavastatina, na dose de 4 mg, administrada durante seis meses, nos biomarcadores plasmáticos de inflamação e aterosclerose, tais como os monócitos, linfócitos, adesão endotelial de proteínas, lipoproteínas aterogénicas e HDL cardioprotetor, bem como o efeito no controlo glicémico.

O controlo glicémico foi avaliado em jejum, através do índice HOMA (Homeostasis Model Assesment), pelos níveis de insulina, pelas taxas de insulina/glicose e pela HbA1c.

“Verificou-se que a pitavastatina reduziu o colesterol não-HDL e melhorou o colesterol HDL no plasma, melhorando, por conseguinte, a capacidade antioxidante”, descreveu o especialista.

Quanto ao potencial diabetogénico, ficou demonstrado, no estudo CAPITAIN, que a pitavastatina tem um efeito neutro no controlo glicémico de doentes com um risco metabólico relevante.

De forma resumida, o Prof. Doutor John Chapman referiu que “o tratamento com pitavastatina favorece a normalização das anomalias dos lípidos-chave em circulação, envolvidos na fisiopatologia da diabetes tipo 2. Esta estatina pode, por isso, ter um especial interesse na abordagem da dislipidemia dos doentes diabéticos e pré-diabéticos”.


Prof. Doutor Eric Bruckert

O Prof. Doutor Eric Bruckert começou por salientar a importância do diagnóstico precoce e preciso da hipercolesterolemia familiar (HF) e da especificidade de abordagem terapêutica em relação à dislipidemia não-familiar.

Tomando como exemplo o potencial caso clínico de um homem de 41 anos, não fumador, com uma pressão arterial de 128/88 mmHg, não diabético, sem doença cardiovascular, com uma dieta equilibrada, com  um colesterol LDL (c-LDL) de 188mg/dl, um colesterol HDL (c-HDL) de 43mg/dl e triglicerídeos de 128mg/dl, o especialista do Hospital Universitário de Pitié-Salpêtrière referiu que, à luz das recomendações da EAS e ESC, este doente teria um baixo risco cardiovascular. “Para além da elevação do colesterol não-LDL, este homem não apresentou outros fatores de risco”, frisou. Neste contexto, as mesmas recomendações sugerem apenas um intervenção no estilo de vida e, eventualmente, um fármaco para o controlo da dislipidemia.

Todavia, “se este doente tiver HF, aos 40 anos terá, seguramente, um elevado risco cardiovascular, apesar da ausência de outros fatores de risco”. Aliás, acrescentou o especialista, “quando fazemos a avaliação imagiológica de um doente com 40 anos, com HF, que nunca fez qualquer tratamento, verificamos que já apresenta uma doença aterosclerótica significativa e que, por isso, tem um elevado risco de eventos cardiovasculares”.

Assim, “se não identificarmos estes doentes precocemente e se não os tratarmos adequadamente, estamos a permitir que a doença progrida e que resulte numa morte precoce evitável”.

Segundo o Prof. Doutor Eric Bruckert, existem várias razões que justificam a identificação destes doentes: “em primeiro lugar, são indivíduos que têm um elevado risco cardiovascular, pelo que é muito importante conseguirmos reduzir o colesterol para valores <70 mg/dl; depois porque o tratamento tem de ser iniciado em idades jovens”. Todas as recomendações, nomeadamente as do NICE, as Americanas e as Europeias, apontam para o tratamento da HF nas crianças a partir dos dez anos de idade, contudo, na prática “esta recomendação não é aplicada”, lamenta o especialista, assegurando que mesmo nas crianças com HF, a formação de placa aterosclerótica é muito marcada.

Está demonstrado que a confirmação de HF através do teste genético muda não só o comportamento dos médicos, mas também o dos próprios doentes.

“Não podemos esquecer que, num individuo com HF, o risco de evento cardiovascular é 13 vezes mais elevado do que na população que não tem HF. Em alguns estudos, o risco é multiplicado por 20!”. Este risco deve-se, em primeiro lugar, a uma disfunção primária da clearance de LDL, com o aumento da secreção de partículas de ApoB nos doentes com HF. Estes doentes têm níveis elevados de colesterol à nascença. A partir dos 20 anos, os níveis de colesterol vão aumentando cada vez mais e a hipercolesterolemia vai agravando sempre com a idade”.

Mas, se por um lado, é clara a relação entre a elevação do c-LDL e o aumento exponencial do risco cardiovascular, o mesmo não acontece em relação ao c-HDL, cuja relação com a doença cardiovascular é “bastante mais complexa”.

De acordo com um artigo publicado no New England Journal of Medicine, há uma relação inversa entre o c-HDL e a aterosclerose carotídea. “O mesmo estudo sugere que, em doentes com HF, não ocorre apenas um aumento precoce de c-LDL, mas também uma profunda mudança no metabolismo lipídico que inclui uma redução da funcionalidade do c-HDL”. Nestas circunstâncias, referiu o Prof. Doutor Eric Bruckert, “podemos ter aterosclerose precoce ou modificações arteriais quando estamos expostos a alterações lipídicas desde a nascença”.

Para identificar os doentes com HF, o especialista recomendou o recurso a scores clínicos como o Dutch Clinic Network Criteria que avalia o doente com base em três parâmetros: o nível do colesterol LDL, a história familiar e as características clínicas do doente.

“De acordo com este score, quanto mais elevados forem os níveis de c-LDL, maior é a probabilidade de estarmos perante uma HF”. No entanto, “havendo hipertrigliceridemia, a probabilidade de uma HF é mais baixa”. Quanto à avaliação clínica, o especialista chamou a atenção para a existência de xantomas aquilianos (do tendão de Aquiles). “Os doentes que apresentam este tipo de manifestação têm uma maior probabilidade de sofrer de HF.”

Relativamente à história pessoal, havendo precedentes de doença cardiovascular ou história de hipercolesterolemia, deve também levantar-se a suspeita de HF.

“O score DUTCH tem sido muito utilizado em muitos centros especializados em lípidos e é, de facto, uma chave importante para chegarmos ao diagnóstico”, adiantou o orador. Porém, por não ser uma ferramenta perfeita (já que nem todos os doentes com xantomas têm HF, assim como nem todos os doentes com HF têm xantomas), o score DUTCH deve ser complementado com o teste genético.

A causa genética mais frequente é uma mutação no recetor de LDL. “O teste genético e a identificação da mutação geradora de HF são muito importantes pois dão-nos também uma ideia do prognóstico”. Por outro lado, avançou o especialista, “havendo a confirmação de uma mutação genética, é mais fácil identificar outros membros da família com o mesmo problema e é também mais fácil conseguirmos que o doente tenha uma boa adesão ao tratamento”.

Relativamente à HF homozigótica (herdada por parte do pai e da mãe), o Prof. Doutor Eric Bruckert explicou que esta é uma situação extremamente grave, mas “felizmente mais rara”. Ainda assim, “acompanhamos aqui neste centro, um total de 53 casos”.

Segundo o especialista, antes do aparecimento das estatinas, a esperança média de vida destes doentes era de 18 anos, sendo que o primeiro evento cardiovascular ocorria, em média, aos dez anos de idade. “Atualmente, estes doentes fazem tratamento desde os primeiros anos de vida com estatina.

De uma forma geral, o tratamento da HF é idêntico ao tratamento da hipercolesterolemia não-familiar (dieta, estatinas, e ezetimibe). Só em casos mais graves “recorremos à aférese para remover do sangue as partículas de LDL”.

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Procedimentos e recomendações para colonoscopia
A Jaba Recordati, mediante a aquisição pelo Grupo Recordati dos Laboratórios Casen-Fleet, organizou

Publireportagem

Os participantes do “Consensus Meeting Colonoscopy”, que decorreu em setembro de 2014, estiveram reunidos em Condeixa. Provenientes do norte, sul e centro do País, formaram uma pool de profissionais de saúde da especialidade: Guilherme Macedo, Leopoldo Matos, Ricardo Gorjão, Miguel Mascarenhas Saraiva, José Cotter, José Pontes, António Banhudo, Pedro Amaro e António Curado.

Para além destes especialistas nacionais, a reunião contou com a presença do Carlos Badiola, diretor médico da Casen Recordati, que apresentou o case study “Citrafleet® data review”. A moderação do encontro esteve a cargo do diretor da divisão de Assuntos Científicos da Jaba Recordati, Alfredo Tavares.

Os tópicos em discussão no “Consensus Meeting Colonoscopy” giraram em torno do protocolo standard adoptado na prática médica e as principais recomendações da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia da Sociedade Norte-Americana de Gastroenterologia , a sua eficácia, segurança e preferências, as exceções por exemplo nos casos de deficiências de funcionamento de fígado e rins, obstipação, o tipo de dieta a adotar e procedimentos em caso de necessidade de sedação, entre outros. A importância ou não da dieta e que tipo de dieta deve ser feito e quando deve ser iniciada. A discussão posteriormente foi conduzida em torno de questões como “que tipo de protocolo está a ser adotado em Portugal” e “o que pode ser um protocolo eficiente com CitraFleet®?”

Após a conclusão do encontro, foi redigido um esboço de protocolo com a súmula das linhas orientadoras e comentários de procedimento para um exame de colonoscopia com CitraFleet®, que circularia posteriormente por todos os participantes até ser possível chegar a um entendimento e compromisso com o qual todos se sentissem confortáveis e que refletisse os seus contributos e reflexões.

Com o profícuo contributo de todos os participantes e após duas rondas de feedback ao longo de menos de dois meses foi possível proceder à respetiva reformulação do “diagnóstico” até à versão final e consensual do protocolo com CitraFleet®.

O documento foi estruturado de forma simples com os procedimentos antes e durante a preparação com CitraFleet®, com as recomendações dos intervalos entre as doses (“split doses”), o jejum e as exceções a considerar (doença cardíaca, insuficiência renal grave, grávidas e epilepsia).

Foi unânime a importância de se adotar um tipo de procedimento e recomendações com discurso simples e eficaz em termos da sua linguagem e acessibilidade, que não suscitasse quaisquer dúvidas na sua compreensão.


Entrevista a Dr. Ricardo Gorjão
Gastrenterologista

Médico News (MN) - Qual a sua opinião sobre reuniões científicas em que são dadas indicações e recomendações sobre uma determinada prática clínica?
Dr. Ricardo Gorjão (RG) - São reuniões importantes, na medida em que ajudam a balizar essa mesma atividade clínica.

MN - De que forma é que as conclusões retiradas dessas reuniões vêm melhorar alguns procedimentos, desta feita na área da Gastrenterologia e, mais especificamente, na realização de exames médicos como a colonoscopia?
RG - Porque permitem corrigir situações tanto diagnósticas como terapêuticas, aumentando a eficácia dos atos clínicos.

MN - Relativamente à colonoscopia, qual a importância de uma boa preparação do doente antes de realizar o exame diagnóstico?
RG - A preparação na colonoscopia é de primordial importância, pois quanto melhor a preparação, menos hipótese há de não se observar lesões da mucosa coloretal.

MN - Sessões de trabalho como o “Consensus Meeting” melhoram o desempenho profissional? De que forma?
RG - Melhoram, sem dúvida. A troca de experiência entre os intervenientes é muito importante para otimização das conclusões com consequente repercussão na prática clínica.


Entrevista a Dr. António Curado
Diretor do Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Oeste

Médico News (MN) -Qual a sua opinião sobre reuniões científicas em que são dadas indicações e recomendações sobre uma determinada prática clínica?
Dr. António Curado (AC) - A minha opinião é muito positiva, devido à interação entre pessoas com conhecimentos e opiniões diversas, mas com experiência numa determinada área específica. Realizar pequenas reuniões sobre uma determinada área é igualmente favorável, uma vez que também se discutem opiniões, afinam-se pontos de vista e limam-se algumas dúvidas.

MN - De que forma é que as conclusões retiradas dessas reuniões vêm melhorar alguns procedimentos, desta feita na área da Gastrenterologia e, mais especificamente, na realização de exames médicos como a colonoscopia?
AC - Verificamos que há uma grande diversidade das recomendações dos gastrenterologistas que fazem endoscopia em termos de preparação intestinal. Nem sequer estou a falar dos produtos, mas sim da forma de se administrarem as doses, do intervalo de tempo entre as doses, do tempo entre a preparação e a própria realização do exame ou das dietas que são necessárias realizar. Existem diversos fatores que condicionam a preparação dos doentes para as colonoscopias, e a preparação é fundamental para o sucesso desses exames. Como as recomendações atualmente usadas, nomeadamente em Portugal, não são consensuais, promover a reunião de especialistas com opiniões diferentes é de um grande valor.

MN - Relativamente à colonoscopia, qual a importância de uma boa preparação do doente antes de realizar o exame de diagnóstico?
AC - A preparação é basilar, fundamental. Se a preparação não for conveniente, há uma forte possibilidade de escaparem lesões.

MN - Sessões de trabalho como a “Consensus Meeting” melhoram o desempenho profissional? De que forma?
AC - Penso que sim, pois têm reflexo no próprio desempenho profissional dos profissionais envolvidos. O que resulta da troca de impressões e opiniões facilita a promoção do consensos alargados e melhora a prática clínica.


Entrevista a Dr. José Cotter
Diretor do Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Alto Ave - Guimarães, presidente do Colégio da Especialidade de Gastrenterologia da Ordem dos Médicos

Médico News (MN) -Qual a sua opinião sobre reuniões científicas em que são dadas indicações e recomendações sobre uma determinada prática clínica?
Dr. José Cotter (JC) - Este tipo de reuniões realiza-se em todo o mundo, sendo extraordinariamente úteis, na medida em que conseguem juntar um grupo de peritos habitualmente muito dedicados às matérias discutidas e que emanam recomendações que resultam num aproveitamento do que de mais consensual, provado e útil pode haver sobre a matéria em discussão. Desta forma, justifica-se a sua realização e , hoje em dia, podemos inclusive afirmar que se realizam cada vez mais, a propósito de múltiplos tema específicos, com benefício para toda a comunidade científica.

MN - De que forma é que as conclusões retiradas dessas reuniões vêm melhorar alguns procedimentos, desta feita na área da Gastrenterologia e, mais especificamente, na realização de exames médicos como a colonoscopia?
JC - Melhoram, porque muitas vezes não existem procedimentos padronizados e essa falta de padronização faz com que haja heterogeneidade, que nem sempre permite obter os melhores resultados. No fundo, o que se pretende com estas recomendações é aumentar a homogeneidade dos procedimentos, de forma a obter resultados com melhor aproveitamento e que beneficiem os doentes.

MN - Relativamente à colonoscopia, qual a importância de uma boa preparação do doente antes de realizar o exame diagnóstico?
JC - É fulcral, pois as preparações prévias às colonoscopias têm como objetivo obter os melhores resultados dos procedimentos, permitindo a sua otimização. No momento do exame é fundamental conseguir um resultado tão bom que não seja necessário realizar um novo exame, algo que só se consegue com preparações otimizadas que possibilitem que o exame seja conclusivo.

MN - Sessões de trabalho como a “Consensus Meeting” melhoram o desempenho profissional? De que forma?
JC - Indiscutivelmente, porque estas reuniões debruçam-se sobre vários aspetos, que não apenas relacionados com a preparação para colonoscopia e com a otimização dessa preparação, permitindo que os exames sejam conclusivos e com os seus resultados. Focam também outros aspetos igualmente importantes, que dizem respeito ao conforto das preparações e à seleção dos doentes para a utilização de determinada preparação, com vista a conseguir o melhor resultado possível com o mínimo de complicações ou de preferência ausência de complicações.

 

Procedimentos e recomendações para colonoscopia

Recomendações de preparação da colonoscopia com CitraFleet® (Instruções)

Antes da preparação
1. Dois dias antes do exame (48 horas) iniciar dieta de acordo com as seguintes recomendações:
                Não comer frutas, hortaliças, leguminosas (grão, feijão), gorduras, e, não beber álcool, bebidas com gás ou leite.

2. No dia anterior ao exame:
                Alimentação líquida (sopa passada sem gordura, sumos de frutas, água, chá ou outras bebidas claras, incluindo caldos claros).

Preparação
Compre uma embalagem de CitraFleet® em qualquer farmácia (2 saquetas).
3. Preparação CitraFleet® / Tempo de espera entre doses

                Ingestão do preparado com 150 - 250ml de água (1 copo grande).

                1ª dose - intervalo de 4 a 6 horas entre a 1ª e 2ª dose de produto; indicar a hora __:__. No intervalo deve beber 1,5l de líquidos claros (6 copos grandes)

                2ª dose - intervalo de 4-6horas entre a 2ª dose do produto e o exame; indicar a hora __:__. Nas 3 horas seguintes à toma da 2ª dose deve ingerir 1,5l de líquidos claros.

4. Jejum
                Se o seu exame for com sedação (anestesia) deve cumprir jejum absoluto nas 2-3 horas antes do exame, ou seja, não deve beber nem comer nada. Caso o exame seja sem sedação pode e deve manter a ingestão de líquidos claros.

5. Exceções (precauções)
                Estas instruções não se destinam a pessoas com doença cardíaca, insuficiência renal grave, grávidas e epilepsia (p.f. contacte a sua unidade de colonoscopia).

                Se sofrer de obstipação grave, fez uma colonoscopia prévia sem sucesso ou resultados insuficientes, e em caso de dúvida, contacte a sua unidade de saúde.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Serviço Nacional de Saúde
A partir de setembro, os utentes do Serviço Nacional de Saúde com depressão ligeira a moderada vão poder contar com uma...

Esta plataforma, que faz parte de um projeto da EUTIMIA – representante em Portugal da Aliança Europeia contra a Depressão em Portugal, será apresentada na quarta-feira.

Trata-se de uma ferramenta cognitiva comportamental, por módulos, que as pessoas utilizam quando é prescrita pelo médico de família, e que depois é guiada pelo próprio médico de família ou enfermeiro ou psicólogo dos cuidados de saúde primários, que trabalham em equipa, explicou o psiquiatra Ricardo Gusmão, dirigente da EUTIMIA.

A plataforma tem oito módulos, o que significa que em oito semanas se faz o tratamento, e “basicamente responde às necessidades de 90% dos doentes com depressão nos cuidados de saúde primários”.

Reconhecendo que nem todos os utentes usam internet e smartphones, Ricardo Gusmão assegura que este é um instrumento que se “afigura como de crescente importância”, pois comprovadamente funciona, que “é o mais importante”.

Num dos módulos, exemplificados por Ricardo Gusmão, o despertador toca e a aplicação regista a que horas é que a pessoa acordou e pergunta imediatamente a que horas é que se deitou no dia anterior e como é que a pessoa dormiu.

“Isto tem a ver com a qualidade do sono, que é importantíssimo para a saúde mental das pessoas”, acrescentou.

Se estiverem a fazer medicação, há um módulo de uma semana sobre essa questão, que responde às principais preocupações de cada um dos doentes com este assunto.

“As pessoas são chamadas a interagir com o smartphone ou o tablet e, desta forma, registar os resultados que são enviados para a pessoa que está a orientar este processo do tratamento”, afirmou.

Segundo o psiquiatra, está demonstrado cientificamente que funciona tanto como ir ao psicólogo fazer esta técnica cognitivo-comportamental face a face.

“No fundo é uma psicoterapia adaptada à interação do individuo com ele próprio e com a ajuda de um terceiro”, sublinhou.

Para pôr em prática este projeto, os médicos vão ser treinados para reconhecer quem é que tem indicação para lhe ser prescrita esta plataforma e os enfermeiros e psicólogos vão ser treinados para fazer essa orientação.

O projeto já começou, as ferramentas estão a ser adaptadas e estão a ser introduzidas melhorias, disse, acrescentando que o projeto “vai para o terreno depois de setembro”.

Em setembro, vai ser feita a formação primeiro dos líderes regionais - entre 12 e 20 pessoas que trabalham no norte – para depois estes treinarem “peritos em depressão” que trabalham nos cuidados de saúde primários e que ficam capacitados para diagnosticar e tratar a depressão, inclusivamente por meios não farmacológicos.

Ao todo o projeto prevê a formação de um universo de 4.300 profissionais dos cuidados de saúde primários (1.700 médicos de família e 2.435 enfermeiros, entre outros especialistas), dos quais 900 serão os considerados peritos em depressão.

O projeto vai envolver um milhão de utentes, sendo que se estima que 200 mil sofram de depressão. Os outros envolvidos são pessoas com patologias mentais comuns que utilizam os cuidados de saúde primários.

Este projeto, juntamente com outro que visa promover a saúde mental em contexto escolar e combater o ciberbullying, vão ser desenvolvidos graças a uma verba de 730 mil euros obtida através da Administração Central do Sistema de Saúde, no âmbito do programa EEA Grants (linha de financiamento concedida pela Islândia, Liechtenstein e Noruega aos estados Membros da União Europeia.

A EUTIMIA é uma organização não governamental com menos de dois anos de existência criada para apoiar sobreviventes do suicídio.

Infarmed
O Infarmed emitiu um alerta sobre a recolha voluntária de lote do medicamento Sildenafil toLife, comprimido revestido por...

A empresa ToLife - Produtos Farmacêuticos, S.A. irá proceder à recolha voluntária do lote n.º KF0610A, com a validade 06/2019, do medicamento Sildenafil toLife, comprimido revestido por película, 50 mg, embalagem de 4 unidades (número de registo 5202825), por ter sido detetada uma incorreção na dosagem impressa numa das faces da cartonagem (25 mg em vez de 50 mg).

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.
Face ao exposto:
- As entidades que possuam este lote de medicamento em stock não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.
- Os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a este lote não devem interromper o tratamento, devendo considerar a dosagem de 50 mg, conforme informação inscrita no blister.

Infarmed
O Infarmed emitiu um alerta sobre a recolha voluntária de lotes dos medicamentos Eprex 10000 UI/ml Solução Injetável em...

A empresa Janssen-Cilag Farmacêutica, Lda. irá proceder à recolha voluntária de 3 lotes do medicamento Eprex 10000 UI/ml Solução Injectável em Seringas Pré-cheias e de 2 lotes do medicamento Eprex 2000 UI/ml Solução Injectável em Seringas Pré-cheias, por terem sido detetados resultados fora de especificações no ensaio da metionina oxidase aos 12 meses.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização destes lotes.
Face ao exposto:

- As entidades que possuam estes lotes deste medicamento em stock não os podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.
- Os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a estes lotes não devem interromper o tratamento. Logo que possível, devem consultar o médico assistente para que lhes seja prescrito um medicamento alternativo.

Tema de evento formativo em Lisboa
“Higienização das Mãos – a sua importância e medidas para o aumento da adesão” é o mote do simpósio a decorrer no próximo dia 2...

Os estudos representativos demonstram: cerca de um terço das infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) – cuja incidência em Portugal (11,5%) é superior à da média europeia (cerca de 7%), poderiam ser prevenidas com a adoção de um conjunto de boas práticas, que incluem a higiene das mãos.

Atividades como a Campanha Mundial de Higiene das Mãos, programa da Organização Mundial de Saúde ao qual a Direção Geral da Saúde aderiu em 2008, têm vindo a sensibilizar os profissionais de saúde para a importância dessa prática. Não obstante, a indústria farmacêutica, nomeadamente os fornecedores de desinfetantes de mãos, têm também um forte papel nessa matéria, através da disponibilização de ferramentas que aumentem a atenção dos profissionais de saúde para os pontos de desinfeção (e a sua colocação nos locais adequados) e do apoio no treino para uma correta desinfeção das mãos.

Neste contexto, a HARTMANN Portugal organiza, no próximo dia 2 de junho, no VIP Grand Hotel em Lisboa, um simpósio para mais de 100 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, e administradores hospitalares.

O evento formativo “50 anos a prevenir infeções” tem o patrocínio científico da Associação Nacional de Controlo de Infeção (ANCI) e conta com intervenções de diversos especialistas na área do controlo de infeção.

A presidente e a vice-presidente da ANCI, respetivamente as enfermeiras Isabel Veloso e Ana Geada, figuram no painel de palestrantes, indo abordar a evolução da desinfeção das mãos em Portugal nos últimos anos e a importância da dermotolerabilidade dos produtos desinfetantes no dia-a-dia dos profissionais de saúde.

Para dar uma perspetiva do que se faz de melhor em Portugal na área do controlo de infeção, a Enf.ª Alexandra Pais, do Hospital Lusíadas Boavista, também será oradora, abordando as várias ações que podem ser tomadas para aumentar a adesão à desinfeção das mãos nos hospitais.

“Temos a certeza que a informação prestada será especializada e de elevada importância para todos os responsáveis pelo controlo de infeção dos hospitais de todo o país”, considera Ricardo Maio, brand manager da HARTMANN Portugal.

O diretor científico da Bode Science Center (centro de estudos criado especificamente para apoiar os utilizadores dos produtos de desinfeção da HARTMANN e fornecer informações científicas de relevo para a área), Dr. Günter Kampf, também está entre o painel de convidados. “Os profissionais de saúde devem saber exatamente quais as situações clínicas que exigem uma desinfeção das mãos e devem ter fácil acesso a essa prática sempre que precisam”, afirma, justificando a importância do evento.

 

Estudo revela
Cerca de um quarto das células da pele de pessoas de meia idade já deram os primeiros passos em direcção ao cancro da pele, de...

Análise de amostras de pele de pessoas com idades entre 55 e 73 anos descobriram mais de 100 mutações de ADN ligadas ao cancro em cada centímetro quadrado de pele. A equipa, do Sanger Institute, perto de Cambridge, em Inglaterra, disse que os resultados eram surpreendentes.

Especialistas dizem que a prevenção é a melhor defesa contra danos provocados pelo sol. O cancro da pele é um dos tipos mais comuns da doença.

Muitas das mutações que culminam em cancro já são conhecidas, mas a equipa queria saber quando começaram a aparecer. Os investigadores analisaram amostras de pele removidas da pálpebra de quatro doentes. Em seguida, examinaram a fundo o ADN da pele para identificar amostras com mutações que podem estar ligadas ao estágio em direção ao cancro.

“O mais surpreendente é a escala, que entre um quarto e um terço das células apresentava essas mutações de cancro. Isso é muito mais elevado do que esperávamos, mas essas células estão a funcionar normalmente”, disse à BBC Peter Campbell, chefe do departamento de genética do cancro do Sanger. Seriam necessárias inúmeras mutações - não se sabe ao certo quantas - para culminar num tumor.

Os resultados mostraram que houve algumas mudanças subtis na forma como as células que sofreram mutações se comportavam - cresciam mais rápido do que outras células da pele.

“Certamente afeta a exposição ao sol, mas não acho que devamos ficar apavorados. Passa a mensagem de que essas mutações se acumulam ao longo da vida, e que a melhor forma de prevenção é ter atenção, durante toda a vida, aos danos que a exposição provoca”.

Ao comentar a pesquisa, Bav Shergill, da Associação Britânica de Dermatologistas, disse que “apesar de o sistema imunológico do corpo poder ser muito eficiente em remover células que sofreram mutações, é importante lembrar que algumas células não são removidas e se transformam em cancro”.

“Prevenção é a primeira linha de defesa; usar roupas protetoras, procurar sombra e escolher um protetor solar com um fator de proteção (SPF, na sigla em inglês) de pelo menos 30, são boas práticas”, completa. “Pesquisas como esta podem ajudar a descobrir que erros específicos podem fazer uma célula da pele danificada degenerar num cancro” disse Alan Worsley, do Cancer Research UK.

“Embora todos precisemos de sol, evite queimar-se e causar danos à pele passando mais tempo na sombra, cobrindo-se com roupas e usando muito protetor com um fator de pelo menos 15”.

 

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