Em Coimbra
O Hospital Pediátrico de Coimbra recebe na sexta-feira e no sábado um encontro no qual se vai falar da sexologia na pediatria,...

"A sexologia está bastante ausente da pediatria. E então a sexologia na infância é uma área de desconhecimento", aponta o diretor do serviço de urgência do Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC) e membro da comissão científica do 1º Encontro Nacional de Sexologia em Pediatria, Luís Januário.

Dentro da sexologia, a organização decidiu focar-se na diversidade de género, por se constatar que as pessoas transexuais, transgénero ou intersexuais são "as mais discriminadas, por não se reconhecer a sua existência" na pediatria, disse Luís Januário.

O encontro, que surgiu a partir de uma proposta de um conjunto de internas do HPC, vai ser por isso um primeiro passo para o Hospital Pediátrico de Coimbra encontrar "respostas" para a diversidade de género na adolescência e infância, até agora "ignorada".

O encontro vai debater a sexualidade na infância e adolescência, a necessidade de abordagens multidisciplinares, variações de identidade de género em crianças e adolescentes, o papel da família, das associações e dos ‘media’, e conta ainda com um momento de partilha de experiências por pessoas que se identificam como diversas em termos de género.

"Estas são questões que se iniciam na infância e que depois, se não as detetarmos precocemente, poderão surgir-nos sobre outras formas mais graves, por exemplo, do ponto de vista do equilíbrio emocional", vincou.

Segundo Luís Januário, há "necessidades imensas de formação", sendo que o próprio encontro vai dinamizar cursos vocacionados para médicos.

O objetivo da organização do encontro passa por "abrir as mentes para a necessidade de conhecimento destas situações" e criar uma "resposta organizada" no campo da saúde infantil e juvenil dentro do hospital, para que "estas crianças possam ser estudadas e orientadas, numa perspetiva saudável".

"É importante que se possa dizer que depois não são adolescentes com disforia de género [transtorno de identidade de género], mas sim pessoas com questões de diversidade de género que estão em orientação", realçou.

"Este é um pontapé de saída fundamental", sublinhou a investigadora do Centro de Estudos Sociais Ana Cristina Santos, também membro da comissão científica.

Para a coordenadora do projeto INTIMATE (Micropolítica da Intimidade na Europa do Sul), é importante que não haja "qualquer tentativa de patologizar" as crianças, visto que o único problema que existe "é a discriminação".

O médico tem aqui um papel importante, mas também "simbólico", como figura que "tem autoridade e legitimidade para confirmar ou contrariar determinados preconceitos, medos ou ansiedades".

"Os casos devem ser sinalizados desde cedo, para garantir que estas crianças e adolescentes têm o apoio a que têm direito e que encontram no profissional de saúde um aliado", frisou.

No encontram participam, entre outros, o sexólogo Júlio Machado Vaz, o pediatra Mário Cordeiro, a psicoterapeuta e investigadora Ana Alexandra Carvalheira, a jornalista Ana Soromenho e a professora de Direito Teresa Pizarro Beleza.

Sobrinho Simões
O presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, Sobrinho Simões, mostra-se "muito...

"É evidente que fiquei muito contente exatamente por ser uma votação entre pares, de todo o mundo, em que há 100 nomeados e muitas das pessoas são patologistas que eu admiro imenso", afirmou Sobrinho Simões, no dia em que foi conhecida a publicação da primeira lista dos 100 patologistas mais influentes do mundo pela revista “The Pathologist”, escreve a Rádio Renascença.

Questionado sobre a importância desta votação para a patologia portuguesa, o investigador disse que há poucos patologistas em Portugal e "cada vez em menor número porque é uma especialidade muito difícil, não se ganha muito bem e é muito exigente".

"E, portanto, a visibilidade da patologia dada agora por esta eleição e sendo em Portugal e sendo a primeira vez, essa noção de que nós somos capazes de competir internacionalmente e de ser conhecidos torna interessante a profissão para jovens médicos quando estão a escolher a profissão e esperamos que isto possa ser usado como chamariz para aumentar o recrutamento de bons patologistas", acrescentou Sobrinho Simões.

Entre as frases dos eleitores sobre o médico português selecionadas pela revista pode ler-se que Sobrinho Simões "contribuiu mais do que qualquer outra pessoa para a visibilidade da patologia na Europa" e que se trata de "um cientista proeminente de um pequeno país com poucos recursos, fundador de uma instituição proeminente que faz a diferença, sem sair do seu país".

O professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) sublinhou que terá ganhado "muitos votos a partir da Turquia, da Roménia, da Sérvia, do Brasil, da Colômbia", por exemplo, por serem países de onde provêm muitos patologistas que passam pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e pela FMUP, locais "de acolhimento de patologistas de muitos sítios".

Na lista encontram-se outros dois nomes ligados ao IPATIMUP como o da também antiga presidente da Sociedade Europeia de Patologia Fátima Carneiro e o de Jorge Reis-Filho. 

Investigação revela
Embora a existência da bactéria 'Mycoplasma genitalium’ já fosse conhecida, uma investigação recente aponta para a sua...

Já ouviu falar de Mycoplasma Genitalium? A bactéria já era conhecida desde os anos 1980, pela sigla MG, mas recentemente tem sido referida como "uma nova doença sexualmente transmissível", graças a uma investigação da University College London que mostrou fortes provas de que a infeção bacteriológica se espalhe através do contacto sexual.

A maioria das pessoas que contrai a infeção diz não ter quaisquer sintomas, o que a torna difícil de detetar, escreve o Diário de Notícias. Algumas mulheres dizem sentir ardor ao urinar e ter sangramentos depois das relações sexuais. Mais de 90 por cento dos homens não manifestam qualquer sintoma. A bactéria MG está ligada à inflamação cervical e à doença inflamatória pélvica, e pode também provocar infertilidade e gravidez ectópica.

Para perceber se a MG se tratava de uma doença sexualmente transmissível, os investigadores, cujo trabalho foi publicado na revista científica International Journal of Epidemiology, procuraram descobrir se existia correlação entre a presença da infeção bacteriológica e a atividade e comportamento sexual. O estudo revelou que dos 4507 homens e mulheres entre os 18 e os 44 anos que tinham atividade sexual com pelo menos um parceiro, 48 mulheres e 24 homens tinham MG. Já numa população de 200 pessoas que nunca tinham tido sexo, não havia nenhum caso de Mycoplasma Genitalium. A equipa descobriu ainda que a infeção era mais comum nas pessoas que tinham tido mais parceiros sexuais ao longo da vida, ou que tinham sexo desprotegido mais frequentemente.

No Reino Unido, onde o estudo foi desenvolvido, estima-se que cerca de um por cento da população com menos de 45 anos esteja infetada com MG, conta o jornal The Guardian.

A doença é tratável com antibióticos comuns, mas não costuma ser diagnosticada por não ser muito conhecida. À CNN, uma médica especialista sublinhou a importância de considerar uma infeção de MG se "houver sintomas de uma infeção mas todos os testes forem negativos".

A melhor forma de estar protegido da doença é usar o preservativo. "Preservativos, preservativos, preservativos", disse ao canal norte-americano a médica Raquel Dardik. "No fundo é uma bactéria, e os preservativos são muito eficazes contra as bactérias".

Ivermectina
O medicamento contra os parasitas que este ano deu o prémio Nobel da medicina a dois investigadores, que o recebem na quinta...

Os investigadores William Campbell, norte-americano, e Satoshi Omura, japonês, recebem na quinta-feira a distinção pelas descobertas relacionadas com uma nova terapia para combater infeções provocadas por parasitas, com o medicamento Ivermectina a baixar significativamente duas doenças parasitárias. O medicamento é feito por uma empresa portuguesa numa das suas fábricas em Macau.

“É um grande orgulho fabricarmos o produto que deu aos seus inventores o prémio Nobel” disse à Lusa o presidente da empresa Hovione Farmaciencia, Peter Villax, explicando que da sua fábrica sai todos os anos entre uma a duas toneladas de Ivermectina, que vão dar para 300 a 600 milhões de comprimidos.

A empresa fabrica o principio ativo para uma multinacional farmacêutica (Merck), que depois o transforma em compridos e os distribui gratuitamente para o mundo, especialmente a África subsaariana (também há casos na América do Sul).

São nessas duas regiões, mas especialmente em África, que existem milhões de pessoas que sofrem da chamada “cegueira dos rios” ou de “filaríase linfática”, também conhecida por “elefantíase”.

José Gil Forte, médico oftalmologista que durante vários anos esteve na Guiné-Bissau a trabalhar com doentes infetados e a ministrar Ivermectina diz que no país mais de metade da população está em risco de contrair “cegueira dos rios”, que é transmitida pela picada de um pequena mosca e que se não for tratada provoca, entre outros males, a cegueira.

“Na Guiné-Bissau é a principal causa de cegueira e em África a segunda. No norte de Moçambique e em Angola também há zonas infetadas”, disse o médico à Lusa, acrescentando que os conflitos nalguns países tornam difícil a distribuição do medicamento, que impedia muitas infeções com apenas duas tomas por ano.

“É um fármaco importantíssimo”, disse o especialista, acrescentando que salva da cegueira cerca de 30 milhões de pessoas em cada ano e não tem efeitos secundários.

Sendo o medicamento de distribuição gratuita (está na lista dos medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde) as duas doenças só não foram ainda erradicadas por dificuldades de o fazer chegar a populações afetadas, diz Peter Villax, acrescentando que ainda assim há países que estão em vias de erradicar as duas doenças, como a Colômbia, o Togo, o Equador e o Iémen.

O medicamento que deu o Nobel a dois investigadores, diz ainda Peter Villax, é tomado de forma preventiva mas também cura as pessoas afetadas pela cegueira, embora não recupere as que já estão cegas. E, garante o responsável, é possível acabar com a doença, bastando tratar todos os que são portadores “Já devia ter sido eliminada”, contrapõe José Gil Forte.

A substância que permitiu o medicamento foi identificada por Omura em 1978 mas foi o norte-americano quem a purificou. A partir de 1987 a Merck passou a distribuir o medicamento gratuitamente e dez anos depois a portuguesa Hovione começou a produzir a substância, o que faz até hoje, praticamente a totalidade nas contas de Peter Villax.

A empresa especializou-se na investigação na área da saúde e detém hoje mais de 400 patentes e tem fábricas, além de Portugal, na Irlanda, nos Estados Unidos e na China. Foi criada em 1959 por Ivan Villax, de nacionalidade húngara.

Com mais de 1.300 trabalhadores, está envolvida em meia centena de projetos de novos medicamentos e são dela, diz Peter Villax, 10 por cento dos medicamentos aprovados todos os anos pelas autoridades norte-americanas.

A cegueira do rio afeta cerca de 20 milhões de pessoas (em risco são 70 milhões) em África e a elefantíase mais 100 milhões.

Estudo
O tratamento antiandrogénico contra o cancro da próstata quase duplica o risco dos homens virem a sofrer da doença de Alzheimer...

Quanto maior for a duração deste tratamento, que bloqueia o funcionamento da testosterona e impede a sua ação, maior é o risco dos homens serem diagnosticados com Alzheimer, concluíram os investigadores deste estudo que foi publicado na segunda-feira na revista médica Journal of Clinical Oncology.

A pesquisa não prova que o tratamento antiandrogénico aumenta este risco, mas aponta claramente esta possibilidade.

Estes resultados corroboram outras evidências segundo as quais um baixo nível de testosterona, a hormona masculina, diminuiria a resistência do cérebro contra a doença de Alzheimer nas pessoas que envelhecem.

“Com base nos resultados do nosso estudo, o aumento do risco de Alzheimer é um efeito potencial do tratamento antiandrogénico, mas são necessárias mais pesquisas antes de alterar a prática médica para o tratamento do cancro da próstata”, explicou Nigam Shah, professor adjunto de informática biomédica da Universidade de Stanford (Califórnia) e principal autor do estudo.

Os androgénios, as hormonas masculinas, desempenham um papel essencial ao estimular o crescimento das células cancerosas da próstata. Por isso, as terapias que suprimem a produção dos androgénios são frequentemente usadas contra o cancro.

As estimativas indicam que cerca de 500 mil homens norte-americanos com tumores na próstata são tratados com antiandrógenicos.

Mas o facto de reduzir fortemente a atividade destas hormonas pode ter efeitos secundários nefastos, referem os autores.

Vários estudos mostram a ligação entre os baixos níveis de androgénios, principalmente testosterona, e a impotência, obesidade, diabetes na idade adulta, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e a depressão.

Investigações realizadas nos últimos anos estabeleceram também uma relação entre os baixos níveis de testosterona e as deficiências cognitivas. Além disso, os homens que sofrem da doença de Alzheimer têm tendência para ter níveis mais baixos de testosterona do que os indivíduos da mesma idade que não foram atingidos por esta degenerescência cerebral incurável.

Neste estudo, os cientistas recorreram aos dados clínicos de cerca de cinco milhões de pacientes, dos quais 16.888 diagnosticados com cancro na próstata e entre estes 2.400 a serem tratados com antiandrogénicos.

Foram comparados com um grupo de pacientes igualmente afetados por um cancro na próstata, mas que não estavam a seguir o mesmo tipo de terapia.

O grupo de homens submetidos ao tratamento hormonal tinham um risco 88% superior de ter a doença de Alzheimer no período posterior do que o grupo que não tinha seguido esta terapia.

Sessão de esclarecimento
A Sociedade Portuguesa de Reumatologia realiza na sexta-feira, em Gaia, uma sessão de esclarecimento sobre as espondilartrites,...

“A prevalência das espondilartrites na população portuguesa é de 1,6% e continua a existir um défice de reconhecimento das manifestações típicas da doença, porque muitas vezes se confundem com a lombalgia comum. Existe claramente uma necessidade de divulgação destas doenças, para que possam ser tratadas precocemente”, notou Elsa Sousa, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

A responsável alerta que, sem tratamento, estas doenças evoluem para uma “perda de mobilidade ao nível da coluna, com limitações dos movimentos habituais e incapacidade de realizar tarefas do dia-a-dia, associadas a dor crónica”, a inflamações nas articulações, no aparelho visual e no intestino e a “alterações na pele, nomeadamente com o aparecimento de psoríase”.

Relativamente a uma dor de costas comum, “o que caracteriza as espondilartrites é a dor após o acordar e uma limitação da mobilidade mais forte nas primeiras horas do dia”, destaca Elsa Sousa.

Para dar a conhecer este grupo de doenças, a SPR decidiu fazer uma sessão de esclarecimentos durante o sétimo Fórum das Espondilartrites, que se realiza na sexta-feira e no sábado num hotel de Gaia, distrito do Porto.

“Temos, pela primeira vez, uma sessão aberta ao público para, numa linguagem clara, transmitir as características da doença e revelar muitas das terapêuticas disponíveis”, descreveu a médica e investigadora.

A iniciativa de esclarecimento está marcada para as 18:00 de sexta-feira.

“Queremos que conhecimento seja partilhado e chegue à população – sentimos que é uma das estratégias importantes para que diagnosticar mais precocemente, e reduzir o impacto das doenças reumáticas na população e combater um conceito de passividade perante essas doenças”, esclareceu Elsa Sousa.

Segundo a médica e investigadora, estas doenças crónicas surgem “muitas vezes numa população relativamente jovem” que, sem “uma sensibilização adequada” pode ter acesso ao reumatologista “já numa fase muito tardia da doença”.

As Espondilartrites são um grupo de doenças inflamatórias crónicas, que partilham um conjunto de características clínicas e genéticas.

Fazem parte deste grupo a espondilite anquilosante, a artrite psoriásica, a artrite associada às doenças inflamatórias do intestino (doença de Crohn ou colite ulcerosa) e a artrite reativa, entre outras formas.

O Fórum das Espondilartrites tem como participantes em vários painéis temáticos Raquel Duarte, do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho), Luís Figueira, do Centro Hospitalar São João, Pedro Alves, do Hospital de São José/Centro Hospitalar Lisboa Central) e Nuno Lança, do Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa Norte.

A estes profissionais juntam-se Marcus Cequeira, da Unidade Local de Saúde do Alto Minho), Renata Aguiar, do Hospital Infante D. Pedro/Centro Hospitalar do Baixo Vouga), Pedro Ávila Ribeiro, do Hospital de Santa Maria/Centro Hospitalar Lisboa Norte, Fernando Pimentel-Santos, do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental) e Anabela Barcelos, do Hospital Infante D. Pedro/ Centro Hospitalar do Baixo Vouga).

Nobel da Química
O Prémio Nobel da Química Tomas Lindahl defendeu que o cancro poderá vir a ser tratado como uma doença crónica, considerando...

Que o cancro se torne um dia uma doença crónica é "agora um dos objetivos do nosso campo de investigação", afirmou Tomas Lindahl, um dos três investigadores distinguidos com o Nobel da Química pelos estudos dos mecanismos que permitem a reparação de ADN.

Os investigadores, segundo o Comité Nobel, conseguiram, através de uma espécie de "caixa de ferramentas de reparação de ADN", mapear, a nível molecular, a forma como reparar as células danificadas, permitindo também salvaguardar a informação genética.

“O trabalho desenvolvido forneceu conhecimento fundamental sobre como funciona uma célula viva e pode ser usada, por exemplo, no desenvolvimento de novas terapias contra o cancro", justificou o Comité Nobel, num comunicado divulgado a 7 de outubro.

Nascido em Estocolmo, na Suécia, e especialista na área do cancro, Tomas Lindahl, 77 anos, desenvolve o seu trabalho como responsável do grupo emérito do Instituto Francis Crick de investigação biomédica, em Londres.

"Mais do que falar da cura do cancro, prefiro olhar para o problema como se se tratasse da diabetes”, disse Tomas Lindahl em entrevista à agência espanhola Efe.

“Não se pretende curar a diabetes. Bem, pode tentar-se, apesar de ser muito difícil, mas pode viver-se com a doença, há uma boa medicação pode levar-se uma vida normal, sem estar o tempo todo assustado, explicou.

O objetivo “é conseguir o mesmo” com o cancro, “que se possa viver como ele, mas sem pensar nisso, e com uma medicação diária, conseguir ter uma normal”, frisou.

No entanto, o investigador não se aventura em estabelecer um prazo para atingir esse objetivo, uma vez que existem diferentes tipos de cancro.

"Há alguns que podemos curar ou regredir, mas há outros, como o cancro do pâncreas, que ainda não entendemos e que ainda é uma doença muito perigosa".

A esperança dos investigadores, segundo Lindahl, é "entender porque é que alguns tipos de cancro não respondem bem aos tratamentos". Se conseguirem responder a esta questão poderão encontrar novos medicamentos e melhores tratamentos para os doentes.

"Mas, primeiro, temos de entender qual é o problema", reconheceu o investigador e perito e e para isso precisamos de realizar mais investigação básica, um tipo de ciência fundamental para o desenvolvimento de todas as disciplinas.

12 mil euros
A Irmandade dos Clérigos, no Porto, entregou 12 mil euros, valor da receita de bilheteira de quatro dias, à Liga Portuguesa...

O donativo, fruto de uma campanha que decorreu de 30 de novembro a 2 de dezembro, é o resultado da “generosidade dos visitantes nacionais e estrangeiros”, referiu a Irmandade dos Clérigos, responsável pelo monumento.

O presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Américo Aguiar, realçou o “excelente” trabalho desenvolvido pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, sobretudo no apoio dos voluntários junto da comunidade, dos doentes oncológicos e dos familiares.

“Um trabalho que pretendemos continuar a apoiar com a ajuda de todos aqueles que nos visitam”, disse.

Por seu lado, o presidente do Núcleo Norte e secretário nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, sublinhou que o número de pessoas com cancro é “assustador”.

“Morrem por ano 42 mil pessoas com cancro em Portugal. Se não forem tomadas medidas na prevenção a nível mundial, na Europa e mesmo a nível nacional, a Organização Mundial da Saúde estima que o número de mortes aumente para o dobro. Todos os dias, em todo o mundo, morrem 7,6 milhões de pessoas com cancro, é um número catastrófico”, salientou.

Este ano, a Liga Portuguesa Contra o Cancro é a quinta instituição apoiada pela Irmandade dos Clérigos, depois do Instituto Português de Oncologia, da Liga dos Bombeiros Portugueses, da Operação Nariz Vermelho e da Cáritas da Jordânia.

Distúrbios do sono
Se costuma ter insónias ou um sono agitado, este artigo é ideal para si!

A adoção de uma alimentação saudável, rica em vitaminas e minerais, vai ajudá-lo a sentir um maior equilíbrio e bem-estar físico e mental, inclusive quando chega a hora de ir dormir.

Por isso, à noite fuja dos alimentos açucarados e das bebidas estimulantes, como as bebidas alcoólicas, refrigerantes, chá ou café.

E não se esqueça que as refeições devem ser regulares e tornarem-se cada vez mais ligeiras, à medida que o dia avança.

Para que possa comprovar os seus benefícios, deixamos-lhe algumas sugestões para a ceia que o vão ajudar a dormir melhor.

Leite com Mel

Quem não se lembra de beber um copo de leite morno, antes de ir para cama, quando era criança?

A verdade é que a temperatura do leite morno é reconfortante e ajuda a relaxar. Além disso, o leite é fonte de triptofano, um aminoácido precursor da serotonina, responsável por baixar os níveis de stress no nosso corpo, preparando-o para o sono.

Já o mel é um hidrato de carbono simples, que facilita a absorção do triptofano.

Um copo de leite desnatado com uma colher de sopa de mel tem em média 150 calorias.  

Iogurte com Aveia

Além de ser uma fonte rica em proteínas, cálcio, fibras e vitaminas do complexo B, que promovem um bom trânsito intestinal, ajuda na saciedade e melhora os níveis de colesterol bom, esta combinação - iogurte com aveia - segue a mesma lógica do leite com mel - enquanto o primeiro é fonte rica em triptofano, o segundo é um hidrato de carbono que vai ajudar na sua absorção.

Uma combinação leve e nutritiva, que fornece uma sensação de bem-estar. Saiba que um copo de 140g de iogurte light sem açúcar acompanhado de três colheres de sopa de aveia tem aproximadamente 220 calorias.

Nozes

As nozes possuem gordura monoinsaturada, selénio e proteínas. Elas equilibram os tipos de gorduras que dão saúde ao coração e melhoram os níveis sanguíneos de colesterol. Também são ricas em triptofano, por isso ideais para serem incluídas na ceia.

Uma porção de três nozes tem 80 calorias.

Banana

A banana é uma fonte riquíssima de triptofano. Fonte de potássio, vitaminas do complexo B e pectina, ajuda no controlo da pressão arterial, na regulação do intestino e na diminuição do colesterol alto.

Por ser de fácil digestão, esta fruta é uma boa opção para a ceia.

Uma unidade média tem cerca de 90 calorias.

Soja

A soja é uma das maiores fontes de triptofano que podemos encontrar na nossa dieta. Rica em proteínas, cálcio e fibras, ajuda na redução do colesterol. Pode ser ingerida em formato de grão, leite ou mesmo em creme (em substituição da manteiga), com uma torrada. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
União Europeia
As autoridades portuguesas enviaram três notificações para o sistema alerta rápido e de resposta da União Europeia sobre as...

A diretiva europeia com o objetivo de reforçar a capacidade para coordenar a resposta a emergências incluiu o alerta rápido e de resposta acerca de doenças, envolvendo ameaças biológicas, químicas, de origem ambiental e desconhecidas.

Segundo o relatório da Comissão Europeia sobre os resultados da implementação, desde 05 de novembro de 2013 a 04 de setembro de 2015, um total de 168 mensagens foram colocadas no sistema, entre alertas (90) e informações (78).

A maior parte foi proveniente da Comissão Europeia (28), seguindo-se França (22), Reino Unido (20) e Alemanha (12). Portugal integrou o grupo que registou três notificações, a par da Áustria, República Checa, Dinamarca, Islândia, Suécia e Suíça.

Das notificações de alerta, 49 estiveram relacionadas com o vírus Ébola, 13 com sarampo, nove com gripe, seguindo-se raiva e meningite (8), hepatite (6), botulismo, dengue e vírus do Vale do Nilo (5), poliovírus e doença do legionário (4). Outras menções foram cólera, difteria, tuberculose ou malária.

Em 2016
O ministro da Saúde anunciou que as taxas moderadoras vão baixar em 2016 e que os utentes previamente referenciados pela Linha...

“Paga quem tiver de pagar, porque tem um consumo ou uma utilização de cuidados inapropriada. Não pode, ou não deve, pagar quem não tem uma alternativa a não ser recorrer a um ponto de cuidados de saúde que a pessoa julga o mais adequado”, disse Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas, no final de uma visita às instalações da Linha Saúde 24.

De acordo com o ministro, o valor das taxas moderadoras vai baixar, respeitando assim “o compromisso político que está no programa do governo”.

“Nós honramos os nossos compromissos e estamos neste momento a trabalhar no sentido de fazer as alterações que estão desenhadas”, adiantou.

Para já, Adalberto Campos Fernandes confirmou que está em curso “uma revisão do modelo de taxas moderadoras em vigor”.

“As taxas moderadoras não podem ser taxas frenadoras, castigadoras. Têm de ser taxas que modelam uma procura e que visam construir uma procura que é mais adequada ao interesse dos doentes”.

O ministro quer que as taxas moderadoras sejam “um instrumento de inteligência no acesso e circulação dos doentes”.

“As taxas não são e nunca foram um mecanismo de receita. É importante que elas sejam equilibradas, proporcionais às condições de rendimento dos cidadãos, mas não podem ser um elemento que frena - através de uma barreira económica inaceitável - o acesso aos cuidados de saúde”.

Em concreto, Adalberto Campos Fernandes revelou que está em cima da mesa e a ser objeto de avaliação a possibilidade dos utentes referenciados pelos cuidados de saúde primários não pagarem taxa nas urgências hospitalares.

Por outro lado, pagarão os utentes que não estiverem referenciados previamente e os que não tiverem quadro clínico que justifique uma ida à urgência hospitalar.

“O cidadão tem de perceber que vale a pena ir ao seu médico de família, ao enfermeiro de família ou visitar a sua equipa de saúde e devem, em primeira instância, recorrer a um serviço com enfermeiros treinados e com instrumentos de decisão, clinicamente testados”, prosseguiu.

A “novidade legislativa” vai estar em vigor no início do próximo ano e o objetivo do Governo é que “a Linha Saúde 24 passe a ser verdadeiramente o primeiro ponto de contacto entre os cidadãos que precisam de cuidados agudos de saúde e os serviços”.

Para o ministro, é preciso “garantir que as pessoas doentes têm uma resposta e utilizar as taxas moderadoras no sentido de que, tendo uma resposta adequada - que deve ser a linha e depois a equipa de saúde no centro de saúde ou na unidade de saúde familiar -, se a pessoa ainda assim persistir numa má utilização dos serviços, faz sentido que tenha uma penalização”.

Ministério tem dúvidas
Novo ministro estuda medida que terá sido aprovada pelo anterior secretário de Estado da Saúde.

O Ministério da Saúde está a avaliar se o pagamento aos médicos por doente observado - uma das medidas previstas no plano de contingência do Hospital de Amadora-Sintra para fazer face ao habitual pico da procura no Inverno - é ou não uma prática permitida por lei. “O Ministério está a analisar a situação e tomará uma decisão no devido tempo”, adianta o gabinete do novo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Para poder pagar aos médicos por doente atendido em vez de pagar à hora, como é habitual, os responsáveis do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) terão alegado que tal medida foi autorizada pelo anterior secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, que estipulou por despacho os valores máximos que os médicos que trabalhem neste período mais crítico podem receber e que podem chegar aos 45 euros/hora. Mas o Diário de Notícias refere que a opção de pagamento por doente atendido já está em vigor no hospital desde 2 de Novembro, num serviço de internamento que foi criado para alargar a resposta e evitar o caos do Inverno passado.

No Amadora-Sintra, no último Natal houve doentes a esperar mais de 20 horas para serem observados por médicos, o que deu origem a uma auditoria do Tribunal de Contas muito crítica para os gestores do hospital.

O plano de contingência para o período do frio e da epidemia de gripe sazonal do Amadora-Sintra a que o jornal Público teve acesso prevê, de facto, a contratação de médicos “com pagamento por doente observado e não por hora”, medida que, refere, foi “aprovada pela ARS [Administração Regional de Saúde]“. Mas um elemento da ARS de Lisboa e Vale do Tejo garantiu ao jornal Público que esta medida não foi aprovada pela instituição, e defende mesmo que esta prática é “ilegal”, se não tiver sido previamente aprovada por algum responsável governamental.

De resto, o plano de contingência do hospital inclui muitas outras medidas para fazer face aos picos de procura da urgência neste Inverno. Por exemplo, os doentes triados com pulseira verde (pouco urgentes) e azul (não urgentes) serão atendidos num pavilhão adjacente à urgência geral por uma equipa específica e no horário compreendido entre as 8h00 e as 24h00.

Está também prevista a “captação” de médicos de família e o reforço da remuneração nos dias "críticos" (24, 25, 26, 27 e 30 de Dezembro e 1, 2 e 3 de Janeiro próximos), além da contratação de camas de cuidados continuados no exterior (30) e de camas para os chamados casos sociais (seis), pessoas com alta clínica mas sem retaguarda familiar.

O plano de contingência do Hospital Amadora-Sintra contempla ainda a possibilidade de os doentes serem transferidos para serviços de urgência de outros hospitais, caso estejam a aguardar mais tempo do que aquele que está estipulado na lei para serem observados por médicos.

DGS
A Direção-Geral da Saúde vai lançar um manual com orientações alimentares para os refugiados, população com especificidades que...

O manual, intitulado "Acolhimento de refugiados: Alimentação e necessidades nutricionais em situações de emergência", foi elaborado no âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) e consiste num "documento inovador a nível nacional", que utiliza a evidência científica mais recente e útil para quem ajuda no acolhimento a refugiados.

O manual parte da cultura alimentar portuguesa e dos produtos alimentares existentes no país, adaptando as refeições a grupos de refugiados, cujos gostos e preferências não se afastam muito da matriz mediterrânica comum, já que a maioria desta população provém do Médio Oriente e de África, escreve o Jornal de Notícias.

"O nosso país possui uma cultura alimentar comum a tantos outros povos da bacia mediterrânica e uma já larga tradição científica de pensamento no domínio das ciências da nutrição que, em conjunto com a nossa tradicional capacidade de bem receber, podem fazer escola nesta área tão carenciada de ação qualificada", considera Pedro Graça, diretor do PNPAS.

O manual está organizado em três partes: começa com a avaliação do estado nutricional da população a receber, apresenta estratégias para o desenho da intervenção nutricional e alimentar tendo por base as necessidades nutricionais destes grupos e aborda o tema da higiene e segurança dos alimentos.

Esta última parte pretende ser particularmente útil para as instituições que podem receber muitas pessoas e onde a confeção de refeições necessita de obedecer a critérios exigentes de higio-sanidade.

O manual apresenta ainda algumas considerações relacionadas com os cuidados básicos na área da psicologia destinados às equipas que estão no terreno a prestar apoio alimentar.

Este documento pretende ser um contributo para a receção de refugiados, no âmbito da sua distribuição pelos diversos Estados Membros acordada pela Comissão Europeia.

Na quarta-feira, o diretor nacional adjunto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou que o primeiro grupo de migrantes que vão ser recolocados a partir de Itália e da Grécia deverão chegar a Portugal antes do Natal.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde decidiu clarificar a situação do pagamento de medicamentos na sequência de acidentes que devem ser pagos...

"Sempre que se apure a entidade financeira responsável pelo encargo com o medicamento, deve promover-se o ressarcimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mediante cobrança das quantias devidas", refere um diploma publicado na sexta-feira passada em Diário da República.

Em abril deste ano, segundo o Jornal de Notícias, a agência Lusa noticiou que o Estado gastava indevidamente dinheiro com a comparticipação de medicamentos prescritos na sequência de acidentes e que deviam ser pagos pelas seguradoras.

A jurista Ana Andrade, que há mais de 20 anos trabalha no setor da saúde, alertava na altura para a despesa que o Estado tem vindo a pagar ao longo dos anos com a comparticipação de medicamentos que devia ser suportada por terceiros, como as seguradoras, quando os remédios são prescritos na sequência de acidentes e são comprados pelos utentes nas farmácias.

Agora, uma portaria assinada pelo anterior secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Manuel Teixeira, vem "clarificar os mecanismos de identificação e cobrança [de medicamentos e respetivas comparticipações] nos casos em que a responsabilidade pelos encargos compete a entidade financeira distinta do SNS".

"Nos casos em que não seja de imediato apurada a entidade financeira responsável distinta do SNS, nomeadamente por motivos de acidentes ou ocorrência semelhante, os sistemas de prescrição eletrónica devem assegurar a sinalização dessa situação".

Quando se apurar a entidade financeira responsável, o SNS deve ser ressarcido das quantias devidas.

A jurista Ana Andrade foi pela primeira vez confronta como uma situação destas durante o episódio de acidente que se passou com a filha enquanto praticava desporto num clube privado com segurou, e que motivou um ida à urgência e consequente prescrição de medicamentos.

A despesa hospitalar foi suportada pela seguradora, como manda a lei, mas os fármacos foram em parte pagos pelo SNS, uma vez que são comparticipados pelo Estado. Isto, mesmo apesar de a instituição a que pertencia o médico prescritor, saber qual a seguradora e a apólice de seguro.

Além disto, jurista lembrava ainda, em abril, que nem sempre o terceiro responsável é conhecido no momento do acidente e da prestação de cuidados e consequente prescrição de medicamentos.

"O SNS paga o que as seguradoras ou outros terceiros deveriam pagar, sem possibilidade de retorno quando se conhecer o terceiro responsável", referia Ana Andrade, sendo esta situação que a portaria agora publicada pretende inverter.

Federação Nacional de Educação
A Federação Nacional de Educação quer que o stress seja incluído na lista de doenças profissionais, depois de um inquérito...

Em comunicado, a Federação Nacional de Educação (FNE) adianta que o resultado da Campanha da Saúde, que terminou hoje, revelou situações de stress agudo nas escolas.

No decorrer da campanha, escreve o Diário Digital, foi realizado um inquérito junto dos professores que, entre os 223 questionários validados, mostrou que “cerca de um quarto (23,3%) revelou que no seu percurso profissional já experienciou situações agudas de stress profissional”.

Centro Europeu de Investigação
Cinco investigadores portugueses foram incluídos no apoio do Centro Europeu de Investigação, no âmbito do Horizonte 2020, de...

Segundo a informação divulgada pelo centro, sob responsabilidade do comissário português Carlos Moedas, dois investigadores portugueses do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa receberão bolsas do financiamento que chegará a outros três cientistas lusos a trabalhar no estrangeiro, escreve o Sapo.

Um cientista israelita a trabalhar na Fundação Champalimaud faz ainda parte do fundo, num total de 429 milhões de euros e que pode chegar aos 1,5 milhões por concessão para permitir aos bolseiros criarem as suas equipas.

O comissário Calos Moedas frisou a importância de “manter os investigadores mais talentosos na Europa, assim como atrair novas e diversas perspetivas de investigadores de topo de qualquer parte do mundo”.

“Estas bolsas garantem que muitas das ideias mais empolgantes do mundo são desenvolvidas aqui. Dar aos investigadores e cientistas a liberdade e a segurança para continuarem a sua carreira e ambições no nosso continente", acrescentou.

Entre os tópicos apoiados estão trabalhos sobre o antigo clima da Terra, doenças tropicais negligenciadas e como a diplomacia se transforma com os novos meios de comunicação.

Os fundos do centro destinam-se a investigadores de qualquer nacionalidade a trabalhar, ou com intenções de se transferirem, para a Europa, tendo este pacote sido divido por 38 nacionalidades e por 23 países europeus.

Cada vez mais
A maioria dos hospitais públicos portugueses já têm terapias alternativas à medicina convencional, como é o caso da acupuntura,...

A mais usada, segundo o Diário de Notícias, é mesmo a acupuntura médica - diferente da que tem origem na medicina chinesa, e que é a única reconhecida como competência médica, desde 2002 - aplicada na medicina da dor e na reabilitação e já presente em mais de metade dos hospitais públicos. Os cursos para formação de médicos têm listas de espera e as consultas anuais triplicaram em algumas unidades.

Helena Ferreira é atualmente a coordenadora da competência de acupuntura médica da Ordem dos Médicos e reconhece que só em relação a esta terapia "o número de consultas duplicou nos últimos anos". Os cursos pós-graduados são quatro e não abrem todos os anos. "Neste momento estão cheios e há quase 30 médicos em espera." Na associação nacional, já há mais de 300 médicos inscritos

A técnica é usada sobretudo nas unidades de medicina da dor ou na medicina física e de reabilitação, onde há mais evidência científica, mas o controlo da náusea e da dor em doentes operados ou que fazem quimioterapia também tem bons resultados. "O controlo da dor no parto ou a aplicação de técnica para tratamento de infertilidade também é prática, neste caso associada à especialidade de ginecologia e obstetrícia", refere a médica de família de Lisboa, que tem tratado seis/oito doentes por semana.

Maria Manuel Marques, anestesista do Hospital Beatriz Ângelo, que usa a técnica no âmbito da medicina da dor, diz que em Loures houve 2371 consultas desde há quatro anos: "Nos primeiros anos foram 200 consultas/ano, hoje os números triplicaram: 600 a 700."

Em Coimbra, Paula Capelo tem uma espera de dois meses. "Sempre que posso faço acupuntura, mas sou anestesista, por isso não consigo ver mais do que 16 doentes por semana. A nossa especialidade faz muita falta." Desde 2008 que trabalha juntamente com outro médico que dá um dos cursos de formação pós-graduada. E todos os anos trata cerca de cem doentes.

Benefícios e poupanças
O normal é os doentes precisarem de quatro a seis sessões para resolver o seu problema, mas os casos mais complexos, de dor crónica, fibromialgia, podem precisar de mais sessões. "Há os que ficam bem, mas têm de voltar mais tarde para novos tratamentos." Os benefícios, além da redução da dor, em problemas dos intestinos e até na desabituação tabágica, são "o aumento do bem-estar e menor uso de medicamentos. Nem sempre conseguimos tirar toda a medicação mas é positivo sobretudo em doentes muito medicados, como os idosos".

Em Viseu, "o hospital com a consulta mais antiga do país, desde 1997, não se consegue dar resposta a todos os doentes", diz António Almeida Ferreira, confirmando a duplicação dos pedidos. O médico de família trabalha com um anestesista e diz que só pode tratar "sete/oito doentes semanais, mas há bons resultados. Por vezes quase não precisam de medicação".

Helena Ferreira diz que há estudos internacionais que mostram poupanças pelos "ganhos na qualidade de vida e redução da medicação". O doente só paga a taxa moderadora. O tratamento de eletroacupuntura custa cerca de 30 euros.

Reiki e osteopatia no SNS
Helena Ferreira diz que há médicos com formação em osteopatia a trabalhar nas unidades públicas. "São sobretudo fisiatras, que utilizam estes princípios na sua rotina", refere. Almeida Ferreira refere que "já tem havido cursos de formação no Norte para fisioterapeutas na área".

Quanto ao reiki, que não integra a lista de terapêuticas não convencionais regulamentadas (ao lado), já houve várias experiências, em centros de saúde e no hospital, experiências que nem sempre duram. O caso mais sólido é o do Hospital de São João, que tem uma equipa de enfermeiros voluntários a fazer reiki com doentes oncológicos na área do sangue. Zilda Alarcão, enfermeira reformada, diz que fez uma investigação que confirmou os benefícios nos doentes e ajudou o projeto a avançar. "Os doentes têm melhoria da qualidade de vida, autoestima, redução da dor, melhor sono, menos náuseas. Muitos ficam a dormir depois da sessão", que é de uma hora.

Depois de tratar doentes no hospital de dia, começaram a responder aos internados em 2014, mas os nove terapeutas já não conseguem responder a todos. "Cada doente tem um terapeuta responsável e há fases do tratamento em que podem precisar de mais de uma sessão semanal, mas o tempo que temos nos gabinetes é pouco."

Angariação de fundos
Amanhã, às 21h30, as portas do Salão Preto e Prata do Casino Estoril abrem-se para a 1ª Gala de Natal Solidária Instituto...

O espetáculo, apadrinhado por Nicolau Breyner e com o apoio do Casino Estoril, será uma noite de música humor e solidariedade, tendo como anfitrião o humorista Eduardo Madeira. Contará com as atuações musicais de Luís Represas e Paulo Gonzo, Virgem Suta, ÀTOA e João Só e as atuações em formato de stand-up comedy de Manuel Marques, Luís Filipe Borges, António Raminhos, Joel Rodrigues e Joana Machado

“O objetivo é retribuir. O Instituto Português de Oncologia (IPO) faz tanto por tantas pessoas que vivem a realidade do cancro mas também precisa que se faça alguma coisa pelo Instituto”, afirma Tomás Mello Breyner “Queríamos fazer algo concreto e falámos com a administração do IPO Lisboa. Acolheram de imediato a ideia”.

Com esta iniciativa, Tomás Melo Breyner quer também enviar um sinal de força aos doentes do IPO Lisboa e a todos os doentes com cancro: “Nunca percam a esperança na recuperação e, sobretudo, não fiquem parados à espera que o mundo vá ter com vocês. Temos de lutar pelos nossos objetivos e por aquilo em que acreditamos.” E uma das coisas em que ele acredita é que para o ano haverá mais. “Desejo dar continuidade a esta iniciativa por muitos anos e associar-me a outros projetos que possam beneficiar o IPO de Lisboa.”

Os bilhetes já estão à venda na Ticketline e Fnac com preços a partir de 20€, com 100% das receitas da noite a reverter a favor do IPO Lisboa. Também é possível apoiar o IPO Lisboa ligando o nº 760 200 350 (custo da chamada 0,60€ + IVA), linha disponível até 2 janeiro de 2016.

Saiba mais sobre esta iniciativa em www.ipolisboa.min-saude.pt.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra organiza, na próxima quinta-feira (dia 10 de dezembro), uma tertúlia/debate...

Intervirão, enquanto oradores, o presidente do Instituto Padre António Vieira responsável pela recém-criada Plataforma de Apoio aos Refugiados, Rui Marques, e o professor no Núcleo de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Daniel Pinéu.

A tertúlia está marcada para as 16h00, no bar do Polo B da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), e a entrada é livre.

Trata-se de uma iniciativa do Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Prática e Investigação em Enfermagem e do Capítulo Phi Xi da Sigma Theta Tau International - Honor Society of Nursing, sediados na ESEnfC e coordenados, respetivamente, pelas professoras Ananda Maria Fernandes e Aida Cruz Mendes.

Sendo um problema de ordem social que, ao afetar a Europa e o mundo, tem implicações na saúde regional e global, o tema dos refugiados não podia passar ao lado da reflexão da comunidade educativa da ESEnfC.

Enquanto Centro Colaborador da OMS para a Prática e Investigação em Enfermagem, a ESEnfC preocupa-se, justamente, em promover a saúde global, regional e local, trabalhando em estreita colaboração com o Gabinete Regional da OMS para a Europa.

A Sigma Theta Tau International é uma sociedade honorífica de Enfermagem que dedica a sua ação à melhoria da saúde das populações, através do desenvolvimento científico da prática de Enfermagem. No seu seio procura-se congregar todos os que se distinguem pela excelência, seja na prática clínica, na educação, na investigação e/ou na liderança em Enfermagem.

Em Coimbra
Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, liderada por Nuno...

Os cientistas conseguiram desvendar, “pela primeira vez, a função de uma enzima envolvida na produção de um tipo de redes em forma de espiral, que participam no transporte interno de ‘blocos’ para construção da parede robusta destas bactérias (as micobactérias), a principal ‘linha de defesa’ contra o ataque do sistema imunitário e uma barreira eficaz contra antibióticos convencionais”, afirma a Universidade de Coimbra (UC) numa nota divulgada.

“A enzima incorpora uma ‘âncora’ estabilizadora naquelas redes transportadoras”, acrescenta a UC.

O estudo, já publicado na revista Scientific Reports, esclarece que, “por ser essencial, esta enzima é um alvo terapêutico potencial”, sublinha Nuno Empadinhas.

A compreensão da função da enzima na “construção daquelas redes vitais exclusivas das micobactérias permitirá criar compostos para a bloquear seletivamente e o transporte dos ‘tijolos’, impedindo a formação da parede, sem a qual não sobreviverão”, sustenta o investigador, considerando que “esses compostos poderão ser antibióticos muito específicos contra a tuberculose”.

A descoberta surge num momento em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça o alerta para “uma iminente co-pandemia tuberculose-diabetes, consequência do aumento global na incidência de diabetes, doença crónica que enfraquece o sistema imunitário e facilita a infeção”, realça a UC.

Nuno Empadinhas relembra “lições da pandemia HIV-SIDA, que, ao ‘desligar’ o sistema imunitário dos pacientes, potenciou um novo alastramento de tuberculose, que em muitos casos acumulou novas resistências aos antibióticos em uso há décadas”.

O envelhecimento da população constitui “outro fator de risco preocupante”, adverte o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC).

O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela fundação japonesa Mizutani Foundation for Glycoscience, teve como primeira autora a investigadora do CNC Ana Maranha e contou com a colaboração de investigadores dos institutos de Tecnologia Química e Biológica, em Oeiras, e de Biologia Molecular e Celular, no Porto, e da Universidade de Guelph (Canadá).

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