Saúde animal
O Ministério da Agricultura anunciou, em comunicado, que deu início à regularização dos pagamentos às Organizações de...

Segundo o comunicado, os pagamentos no valor de 2,4 milhões de euros vão ser feitos a 109 Organizações de Produtores Pecuários (OPP) e dizem respeito a ações desenvolvidas ao longo do ano de 2015.

O comunicado refere também que o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, “lamenta o atraso nos pagamentos, que deveriam ter sido efetuados há meses”.

“A falta de pagamento das verbas devidas pelo Ministério ao longo de todo o ano colocou estas organizações em grande dificuldade para assegurar o exercício das funções de controlo sanitário do efetivo pecuário nacional, que – apesar das circunstâncias – tem sido garantido”, referiu Capoulas Santos, citado no comunicado.

As OPP são organismos que executam os programas de erradicação e vigilância de doenças dos animais, incluindo na erradicação da brucelose, tuberculose e leucose enzoótica.

Aos 83 anos
Robert Spitzer, considerado um dos psiquiatras mais influentes nos Estados Unidos e responsável por acabar com a classificação...

Segundo o New York Times, que cita a mulher do psiquiatra, Robert Spitzer, que sofria de Parkinson, morreu no passado dia 25 devido a complicações cardíacas em Seatle.

Robert Spitzer desempenhou um papel central na década de 1970 no desenvolvimento do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, considerado a bíblia da psiquiatria nos Estados Unidos.

A homossexualidade, que foi considerada até à década de 1970 como um distúrbio mental, foi um dos principais temas discutidos por Robert Spitzer.

O psiquiatra defendeu que os homossexuais não deveriam ser considerados doentes mentais, porque estavam confortáveis com a sua sexualidade.

Portugueses descobrem
Uma equipa de investigadores portugueses descobriu que uma proteína, até agora subvalorizada na doença de Parkinson, pode,...

O grupo liderado pela dupla Sandra Tenreiro e Tiago Outeiro, do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, estudou mais em pormenor a proteína beta-sinucleína, semelhante a uma outra, da mesma família, a alfa-sinucleína, que é tida como crucial no desenvolvimento da doença degenerativa.

A equipa detetou que a beta-sinucleína poder ser igualmente tóxica para as células e interage com a alfa-sinucleína.

Para Tiago Outeiro, a descoberta pode ser promissora. "Talvez possamos utilizar esta proteína [a beta-sinucleína] como alvo terapêutico [para a doença de Parkinson], testar estratégias capazes de interferir com a toxicidade desta proteína", afirmou, acrescentando que se trata de uma das metas para futuros estudos.

A sua equipa estudou a toxicidade da proteína beta-sinucleína na levedura, célula simples, mais fácil de manipular geneticamente, mas cujo funcionamento não difere muito do da célula humana, explicou o investigador.

Posteriormente, o grupo validou os resultados em linhas celulares humanas, linhas derivadas de células do cérebro, mas cultivadas em laboratório.

Em ambos os casos, as células entraram em "stress" e morreram quando produziam "níveis mais elevados" da beta-sinucleína.

"Mais do que demonstrar a toxicidade da proteína beta-sinucleína, o nosso estudo abre portas a novas perguntas e relembra-nos que há ainda muito a fazer para se compreender a base molecular destas doenças a que chamamos sinucleinopatias", como a doença de Parkinson, assinalou Tiago Outeiro, citado num comunicado hoje divulgado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

O investigador sustenta que "o desenvolvimento de terapias eficazes passa por primeiro entender os mecanismos moleculares que estão na origem da doença", salientando que, "até agora, era sabido que a formação de aglomerados da proteína alfa-sinucleína no cérebro é um aspeto central na doença" de Parkinson.

Os neurónios (células do sistema nervoso) afetados "acabam por morrer, o que dificulta a transmissão de mensagens no cérebro e o controlo do movimento, levando ao aparecimento da doença", precisou, na mesma nota.

Os resultados da investigação foram publicados na revista científica Human Molecular Genetics.

A doença de Parkinson, que não tem cura, afeta os movimentos corporais, conduzindo a tremores, rigidez, instabilidade na postura e a alterações na marcha, descreve a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, na sua página na internet.

A patologia aparece quando os neurónios de uma determinada região do cérebro, chamada substância negra, morrem, sendo que, "quando surgem os primeiros sintomas, já há perda de 70 a 80% destas células", adianta a associação.

Segundo o comunicado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, a doença de Parkinson atinge cerca de 20 mil pessoas em Portugal.

Estudo revela
Problemas financeiros, relacionamentos e pressão social na raiz do problema.

O Natal pode ser um período festivo e que tende a reunir as famílias mas de acordo com um estudo recente feito pela Samaritans, uma ONG britânica, metade dos homens admite sentir-se deprimido ou triste durante a época. A pressão social para que o feriado seja perfeito é uma das causas identificadas, juntamente com a sensação de isolamento, as dificuldades financeiras e os relacionamentos problemáticos.

Os especialistas sugerem que a solidão, a insegurança, a perda de entes queridos, as memórias de infância e a falta de convívios familiares agradáveis são os principais motivos que levam as pessoas a ficarem mais vulneráveis à época festiva. Neste contexto, os homens assumem um lugar de destaque por serem tendencialmente mais fechados e menos crentes nos benefícios terapêuticos.

Portugal é um país particularmente sensível a este problema social. É o segundo da Europa com maior taxa de depressão, logo a seguir a França, e, apesar da elevada prescrição e consumo de fármacos antidepressivos (em 2015, entre janeiro e agosto, foram compradas diariamente 75 mil embalagens de antidepressivos, estabilizadores de humor, tranquilizantes, hipnóticos e sedativos), a taxa de suicídios continua longe de estar controlada – o número de casos tem vindo a aumentar na região Centro e interior Norte e Odemira (Beja) é o concelho europeu com a taxa de ocorrências mais elevada.

Hélder Flor, médico especialista em Medicina Tradicional Chinesa (MTC), lamenta a perspetiva com que a depressão é enquadrada e a lógica linear de abordagem. “Para começar, as depressões são diferentes entre si. Na MTC, partimos sempre pelo diagnóstico, uma vez que a origem do distúrbio é tão importante como o tipo de depressão com que estamos a lidar. De acordo com os princípios milenares da MTC a depressão tem origem em estados de tristeza e stresse emocional que causam estagnação do Qi (chi), energia, no fígado, coração e pulmão, debilitando estes órgãos e desequilibrando-os o que culmina num bloqueio do fluxo de energia interna refletindo-se num mal estar generalizado”, comenta.

Acupuntura é caminho importante para o tratamento
A alternativa tem vindo a ser, cada vez mais, o recurso às terapêuticas tradicionais. De acordo com um estudo da Universidade de Hong Kong publicado no Journal of Alternative and Complementary Medicine, a electroacupuntura reduziu mais rápida e eficazmente os sintomas depressivos comparativamente com a administração de fluoxetina – o fármaco utilizado no Prozac. À segunda semana, os sintomas nas pessoas tratadas através da terapêutica alternativa registaram uma redução mais significativa, repetindo-se a tendência na quarta semana.

Os resultados fazem com que Hélder Flor não compreenda por que é que a Medicina Tradicional Chinesa não é vista como uma das primeiras opções de tratamento pelos pacientes, “quer pela ausência de efeitos negativos, quer pela rapidez do tratamento”. O caminho indicado para a solução passa pela combinação da “acupuntura com a fitoterapia (plantas medicinais), sendo que também se recorre a moxabustão ou a massagem Tui-Na nalgumas situações. "Em todo o caso, sempre sem qualquer efeito secundário e com resultados de que nos orgulhamos”, acrescenta.

O médico especialista em Medicina Tradicional Chinesa reconhece que “os níveis de stresse dos portugueses atingem o máximo por altura do natal, uma vez que as pessoas andam mais ansiosas e sentem uma maior pressão”. Mas o problema não se esgota com o feriado natalício, uma vez que se mantém até à passagem de ano e tende a agravar-se depois disso. “A pessoa sente que não consegue lugar mais contra a dor emocional”, continua.

Para o médico, o quadro poderia ser mais bem controlado se a pessoa se preocupasse com a prevenção: “O grande problema é que em vez disso, o típico português deixa a situação arrastar até estar tão em baixo que não vê qualquer esperança futura quando, na realidade, ela existe e pode ser bastante simples, inclusive nos casos mais graves.”

Governo deu
O ministro da saúde, Adalberto Campos Fernandes, deu luz verde para a construção do hospital do Seixal, disse o presidente da...

"Nas palavras do ministro, o processo vai ser retomado, o projeto de execução vai ser retomado para que possa ser lançado o concurso e posteriormente começada a sua construção", afirmou Joaquim Santos aos jornalistas.

Segundo o autarca, foi manifestada a "intenção de, respeitando a decisão da Assembleia da República, incluir no Orçamento do Estado de 2016 o projeto de execução do hospital do Seixal".

“Aquilo que foi interrompido pelo anterior ministro em 2011 vai ser retomado, o que são excelentes notícias para as nossas populações”, acrescentou.

Estimando que o hospital estará construído em 2019/2010, Joaquim Santos referiu que irá custar cerca de 60 milhões de euros e que será pequeno, uma vez que terá “72 camas apenas”.

Para mostrar que a fatura da obra não vai recair sobre o erário público, o autarca frisou que a população do Seixal paga ao Estado, “só em IRS” (Imposto sobre o Rendimento Singular), 120 milhões de euros por ano.

“Talvez seis meses de IRS da população do Seixal seja suficiente para custear o hospital”, afirmou.

Contudo, esclareceu que a verba para a edificação não vai estar prevista no Orçamento do Estado de 2016, onde constará apenas o montante necessário para se avançar com os projetos para a obra.

O presidente da Câmara do Seixal referiu ainda que faltam na península de Setúbal 1.300 camas hospitalares relativamente à média nacional e cerca de 715 médicos também relativamente à média nacional.

Acompanhado na reunião pelos presidentes das câmaras de Sesimbra e de Almada, o autarca revelou ainda que os três municípios se comprometeram a trabalhar numa solução para ajudar a aliviar a “sobrecarga” que tem o hospital Garcia de Orta, em Almada.

“Ficou estabelecida a criação de um grupo de trabalho para, num curto prazo, podermos estudar soluções complementares que pudessem ajudar a aliviar este problema”, disse Joaquim Santos, acrescentando que o Garcia de Orta foi dimensionado para 150 mil pessoas e serve mais de 450 mil.

No dia 18, o parlamento aprovou, com a abstenção do PSD e do CDS-PP e os pareceres favoráveis das restantes bancadas e do deputado do PAN, dois projetos de resolução - do BE e do PCP - recomendando a construção urgente de um hospital no Seixal.

A unidade está projetada para ser um equipamento de proximidade, vocacionada para os cuidados em ambulatório, com serviço de urgência a funcionar 24 horas, 72 camas, 23 especialidades e unidades de apoio domiciliário e de medicina física e de reabilitação.

O ministro da Saúde recebeu também hoje a presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, que pediu a reabertura da medicina interna no hospital da cidade.

“O ministro foi muito sensível aos argumentos que apresentámos não só na reabertura da medicina interna, como de classificação da urgência. Neste momento Tomar tem urgência básica e o que reivindicamos é uma urgência médico-cirúrgica, visto servir concelhos mais populosos do Médio Tejo”, disse a autarca.

Em declarações, Anabela Freitas declarou que o ministro foi também “muito sensível à questão das redes de referenciação”, explicando que a “unidade de Tomar está a referenciar para Lisboa, mas está mais próximo de Coimbra do que de Lisboa”.

“Saio daqui com muita esperança, até porque já tinha falado com o anterior Governo e a motivação é completamente diferente”, concluiu.

Além do concelho de Tomar, o hospital serve os concelhos de Ferreira do Zêzere e Ourém.

Aleitamento materno
A Organização Mundial de Saúde recomenda o leite materno como o alimento infantil exclusivo até aos
Bebé a ilustrar a protecção contra a diarreia infantil

Sendo a segunda causa de internamento hospitalar, a seguir às infeções respiratórias, a diarreia é, em alguns países, considerada um grave problema de saúde pública.

Com a função de proteger, defender e alimentar, tornando o organismo resistente, o leite materno é composto, essencialmente, de água, hidratos de carbono, gordura, proteínas e elementos de defesa, que protegem o organismo contra várias infeções.

Além de ser excelente no combate a doenças durante o primeiro semestre de vida, o leite materno assume-se como um complexo vitamínico com inúmeros benefícios.

Sabe-se que a introdução precoce dos alimentos está associada a um aumento de episódios de diarreia, a um maior número de hospitalizações por doença respiratória, e menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como é o caso do ferro e zinco.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o leite materno continua ser uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida de um bebé, estimando-se, por exemplo, que dois copos (500ml) de leite materno forneçam 95% das necessidades diárias de vitamina, 38 por cento de proteína e 31% do total de energia. Além disso, continua a proteger contra doenças infecciosas.

A análise de vários estudos levados a cabo em três continentes concluiu que quando as crianças não eram amamentadas no segundo ano de vida, elas tinham duas vezes mais probabilidades de morrer por doença infecciosa, quando comparadas com crianças amamentadas.

Além de evitar a diarreia, a amamentação também exerce influência na gravidade da doença. Está comprovado que crianças não amamentadas correm um risco três vezes maior de desidratação e de morte, em relação às amamentadas. 

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Aleitamento materno

Vantagens do aleitamento materno

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Diarreia infantil
A diarreia afeta a maioria das crianças, sobretudo, entre os seis e os 24 meses.

Para além da desidratação, a diarreia é responsável ainda pela perda de apetite e má absorção dos nutrientes – o que compromete o estado nutricional da criança e pode levar ao agravamento da doença.

Algumas práticas inadequadas durante o seu tratamento, como a suspensão da alimentação ou a manutenção de dietas com poucas calorias, podem trazer prejuízos ao desenvolvimento e crescimento infantil, agravando a perda nutricional.

Deste modo, aconselha-se a que se mantenha a alimentação da criança o mais próximo do normal possível, não só garantindo a manutenção do seu peso, como evitando o agravamento do seu estado de saúde.

As crianças que ainda se alimentam de leite materno devem continuar a ser amamentadas, uma vez que este é um alimento de fácil absorção e bem tolerado pelo organismo, mesmo durante os episódios de diarreia.

Quando as crianças já comem alimentos sólidos, estes devem ser ingeridos em pequenas quantidades e em intervalos mais curtos de forma a combater a perda de apetite.

O leite é uma excelente fonte de proteína e cálcio. Em caso de intolerância deve ser substituído por outra fórmula sem lactose, mas com valores adequados de nutrientes. Substituir o leite por bebidas de soja, por exemplo, pode fazer com haja uma quebra nutricional, uma vez que estas bebidas não apresentam cálcio e vitamina D nas quantidades apropriadas.

A carne – fonte de proteínas, ferro e vitaminas do complexo B – deve ser cozida, cortada em pedaços, moída ou até desfiada, de modo a ser melhor tolerada durante estes episódios de desconforto gástrico. Deve dar-se preferência às carnes brancas em vez das vermelhas.

Os hidratos de carbono são fontes energéticas importantes e devem fazer partes das refeições quotidianas. O pão torrado costuma ter melhor aceitação por parte das crianças que sofrem de enjoos matinais.

Os legumes devem ser cozidos e devem-se evitar apenas algumas frutas – como é o caso do mamão e da ameixa, devido ao seu efeito laxante, e abacate devido ao elevado teor de gordura.

Se estes são os alimentos que devem ser privilegiados em situação de diarreia infantil, saiba que deve evitar os alimentos fritos, açucarados e condimentados, assim como gorduras.

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OMS declara
A Organização Mundial de Saúde anunciou que a Guiné-Conacri erradicou o vírus do Ébola ao fim de dois anos marcados pela...

“Hoje, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declara o fim da transmissão do vírus Ébola na República da Guiné (Guiné-Conacri)”, anunciou a agência das Nações Unidas através de comunicado.

Segundo a OMS, o país vai agora “entrar num período de alta vigilância”, que se vai prolongar durante os próximos 90 dias, no sentido de detetar de forma eficaz eventuais novos casos de Ébola.

O anúncio é encarado de forma marcante pela Guiné-Conacri, um dos países mais pobres do mundo, onde foi detetado o “paciente zero” em dezembro de 2013.

Emile Ouamouno, uma criança da Guiné Conacri, foi a primeira vítima do surto da epidemia de Ébola registada há dois anos e que se alastrou a outros países da costa ocidental africana.

A declaração da OMS ocorre 42 após ter sido anunciado que o segundo teste efetuado ao último paciente afetado pelo vírus, na Guiné-Conacri, estava livre de perigo.

Os outros dois países da África Ocidental, seriamente afetados pela epidemia desde 2013 – Serra Leoa e Libéria – já declararam que a epidemia foi erradicada.

Estudo revela
Investigadores dizem que dormir de lado, na conhecida “posição lateral”, pode ajudar a remover resíduos localizados no cérebro...

Uma equipa internacional de cientistas, liderada por investigadores da Stony Brook University, nos EUA, recorreu a exames de ressonância magnética para ver a imagem do cérebro de ratos e descobriu que as vias glinfáticas – sistema que remove resíduos químicos do cérebro – ajudaram na tarefa enquanto os roedores dormiam de lado.

A técnica utilizada permitiu observar como os filtros de um fluido cerebroespinal atravessava o cérebro transferindo-os para o fluido intersticial entre as células, a fim de limpá-las a partir do cérebro.

Segundo psicólogo
Com o assassinato esta segunda-feira de uma mulher em Sacavém, o balanço da violência doméstica em 2015 eleva-se para pelo...

As relações onde há violência doméstica duram menos tempo, mas a escalada de violência é cada vez mais agressiva, diz à Rádio Renascença o psicólogo Daniel Cotrim, que trabalha com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). Em 2015, pelo menos 29 mulheres foram assassinadas em contexto de violência doméstica. Uma delas foi assassinada esta segunda-feira, em Sacavém.

“Há 15 anos, ou até mesmo há dez anos, a média de permanência numa relação abusiva rondava os 20/30 anos. Hoje em dia os números indicam-nos que as mulheres permanecem numa relação abusiva cerca de seis anos”, refere Daniel Cotrim.

O facto tem duas leituras: “Por um lado, quer dizer que as campanhas de sensibilização e informação têm chegado às pessoas, mas, por outro lado, quando olhamos bem para dentro deste tipo de violência, vemos que ela é muito mais perigosa e mais fatal. Mais depressa se passa da violência psicológica para a violência física, da violência física para a tentativa de homicídio e depois para o homicídio”, explica.

Vítimas mais novas
Há ainda uma mudança de perfil das vítimas, aponta Daniel Cotrim. Em 80% dos casos, as vítimas continuam a ser do sexo feminino, mas são agora muito mais novas. “Há 15 anos, falávamos de mulheres acima dos 50 anos. Neste momento, falamos de mulheres jovens, entre os 20 e os 45 anos, e muitas vezes com três ou quatro filhos.”

Para este especialista da APAV, o trabalho a ser feito passa também pelos menores que assistem à violência doméstica.

“Nesta nova geração de rapazes e raparigas de 12, 13, 14 anos, na qual já vemos muitos fenómenos de violência no namoro, relações abusivas entre adolescentes, é fundamental começarmos a trabalhar cada vez mais cedo. Ou seja: iniciarmos a partir do momento que se inicia o processo de socialização das pessoas um trabalho sobre as questões da violência e da igualdade das oportunidades.”

29 mortes em 2015
A violência doméstica volta a ser notícia depois de pelo menos mais dois casos mortais nos últimos dias. No dia de Natal, em Armamar, um homem matou a tiro a mulher, suicidando-se de seguida. Já esta segunda-feira, em Sacavém, há registo de outro caso semelhante.

Com estes dois casos, o número de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica em 2015 aumentou pelo menos para 29. No final de Novembro, o Observatório das Mulheres Assassinadas, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), registava a morte de 27 mulheres. A maioria das vítimas foi assassinada com armas brancas ou de fogo.

Daniel Cotrim lembra que na origem da violência doméstica está a relação de poder entre as pessoas.

“Não é pelas leis serem mais graves ou maiores que vamos ver uma diminuição maior ou menor. O que está na base da violência – de qualquer forma de violência, mas sobretudo neste tipo de violência – é a questão do poder e é a ideia do poder. A ideia de que alguém, alegadamente mais forte, pode dominar alguém alegadamente mais fraco”, detalha.

Nesta linha de pensamento, Daniel Cotrim considera irrealista pensar que algum dia a violência doméstica será totalmente erradicada, mas acredita que há espaço para reduzir os números.

“Aquilo que temos de trabalhar é a ideia de liberdade e democracia também nas relações afetivas e isto faz-se trabalhando, cada vez mais cedo, com as crianças as ideias de cidadania, de igualdade de género e de oportunidade”, afirma, defendendo que “homens e mulheres não são iguais”.

“A igualdade não é ocultar ou fazer passar a diferença. Igualdade é respeitarmos a diferença do outro e da outra em função tanto do seu sexo, como do seu género”, remata.

TdContas tinha questionado
O diretor-geral da Saúde esclareceu que só em 2014 é que tomou conhecimento da existência de várias contas bancárias, abertas...

A explicação de Francisco George surge a propósito de uma ação do Tribunal de Contas (TdC), segundo a qual em 2014 a DGS “foi titular de dez contas abertas na Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo encerrado durante esse ano sete dessas contas e transferido os respetivos saldos para contas da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, EPE”.

Porém, prossegue o relatório, “no final de 2014 permaneciam na CGD três contas bancárias que apresentavam um saldo de 8.389,35 euros, bem como 4.500 ações de uma empresa gestora de participações em sociedades imobiliárias”.

“A DGS, em 2014, por iniciativa própria, questionou a Caixa Geral de Depósitos, tendo tomado conhecimento da existência de contas bancárias, abertas nos anos 80, bem como da existência de ativos financeiros adquiridos em 1988, pela então Direção da instituição”, lê-se no comunicado deste organismo.

Segundo a DGS, este organismo “não só procedeu ao pedido de encerramento de todas as contas, como também solicitou orientações ao Ministério das Finanças quanto à forma de proceder, uma vez que não tinha enquadramento legal para resolver a situação autonomamente”.

Francisco George assegurou que “algumas das contas referidas correspondem a contas associadas a cauções de entidades privadas, relacionadas com projetos de construção, no âmbito de competências de serviços que entretanto foram integrados nesta Instituição centenária, nomeadamente a Direção-Geral dos Hospitais, não sendo meras contas de depósito bancário”.

“Já após o relatório do TdC, a DGS teve instruções da Direção-Geral do Orçamento para integrar estes ativos na sua contabilidade, o que vai ocorrer na Conta de Gerência de 2015, aguardando-se ainda a resposta da Direção-Geral do Tesouro e Finanças”, prossegue o comunicado.

A DGS acrescenta que “as infrações detetadas foram relevadas pelo TdC, pelo que não serão aplicadas quaisquer sanções”.

Esta ação do TdC visou avaliar “a integralidade, fiabilidade e exatidão da conta de gerência de 2014 da DGS, bem como sobre a legalidade e regularidade das operações examinadas”.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde decidiu hoje constituir um grupo coordenador da Urgência Metropolitana de Lisboa para avaliar os ...

Em comunicado, o Ministério da Saúde explica que o grupo coordenador da Urgência Metropolitana de Lisboa é liderado pelos diretores clínicos dos cinco maiores hospitais da área metropolitana, acompanhado pela administração regional de Saúde e pelo coordenador nacional para a reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Este grupo deve avaliar os constrangimentos existentes nas urgências dos hospitais e preparar soluções para as “disfunções identificadas”.

“Os trabalhos iniciar-se-ão de imediato, dando prioridade às especialidades em que se verificam maiores dificuldades devendo as medidas começar a ser aplicadas a partir de 1 de fevereiro de 2016”, refere a nota, enviada após reunião do ministro e secretários de Estado da Saúde com o presidente da administração regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e com os diretores clínicos das cinco instituições hospitalares.

O Ministério da Saúde considera que é necessário encontrar um novo modelo de organização da atividade assistencial no SNS que “permita uma assistência eficaz, atempada e de elevada qualidade”.

Reconhece que é necessário ter em conta fatores como a gravidade e caráter urgente de algumas doenças, a sua frequência relativamente baixa e a escassez de profissionais habilitados.

A conjugação destes fatores “obriga a que o SNS se organize de modo a garantir uma resposta pronta e coordenada”.

“Este processo exige que se proceda a uma profunda reorganização dos cuidados de saúde hospitalares nas várias regiões do país, apostando nos princípios da cooperação interinstitucional, da organização em rede e da partilha dos recursos disponíveis no SNS”, acrescenta a nota do Ministério.

Nos últimos dias têm sido noticiados casos de alegada falta de assistência que envolvem hospitais da Urgência Metropolitana de Lisboa, como o caso da morte de um homem de 29 anos no São José, por falta de equipas completas para intervenções de neurocirurgia ao fim de semana.

Protesto de suinicultores
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica recolheu embalagens de carne de porco não rotulada no talho do Pingo Doce do...

A Lusa constatou no local que as montras do talho onde estavam as embalagens de carne de porco ficaram entretanto vazias.

Em declarações à Lusa, o porta-voz da iniciativa dos suinicultores portugueses disse que esta foi “a primeira vez que a ASAE respondeu prontamente a uma denúncia dos suinicultores”.

A ação da ASAE ocorre na sequência da ação que os suinicultores realizaram no talho do Pingo Doce do centro comercial Braga Parque, entre as 17:00 e as 19:00.

A iniciativa juntou cerca de 200 suinicultores de todo o país que chegaram esta tarde em autocarros a Braga, entraram no Pingo Doce do Braga Parque vestidos com t-shirts brancas onde se lia “coma o que é nosso”.

De seguida, concentraram-se na área do talho e das montras de embalagens de carne sob o olhar atento de alguns seguranças daquele supermercado.

A ação tinha como objetivo informar a opinião pública e alertar para “a prática de terrorismo comercial que tem vindo acontecer por parte da grande distribuição relativamente aos produtores” de carne de suíno, disse João Correia, um dos promotores da iniciativa, à Lusa.

A ação de ontem no Norte do país - que se segue a outras que têm acontecido desde o início do mês – tem na origem o baixo preço pago pela grande distribuição aos produtores, que se queixam de os custos de produção ascenderem atualmente a 1,50 euros por quilo de carne enquanto esse mesmo quilo é vendido a um euro nos hipermercados.

Além disso, os produtores falam do incumprimento da lei da rotulagem, que entrou em vigor em abril, para identificar a carne de porco.

Estão registados em Portugal cerca de quatro mil suinicultores industriais, havendo no total quase 14 mil explorações.

Portugal produz cerca de 55% da carne de porco que consome.

Estudo
Milhões de vidas podem ser salvas se as pessoas em risco de ataque cardíaco ou AVC forem tratadas com medicamentos para baixar...

A hipertensão arterial, principal causa de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVC) afeta mais de mil milhões de pessoas no mundo e mata cerca de 9,4 milhões por ano.

Os benefícios de diminuir uma pressão arterial elevada já são conhecidos, mas permanece a incerteza quanto às vantagens de tratar as pessoas com pressão sanguínea mais baixa, mas afetadas por outras patologias (renais, diabetes, antecedentes cardíacos, entre outras)

Cada redução de 10 mmHg (milímetro de mercúrio) de pressão arterial sistólica (o primeiro valor, mais elevado, da tensão) reduz o risco de ataque cardíaco em um quinto, o de AVC e insuficiência cardíaca em um quarto, e o de morte em 13%, segundo o estudo que se baseou em 123 ensaios publicados entre 1966 e julho de 2015, relativos a mais de 600 mil pessoas.

Os “resultados mostram claramente que o tratamento da pressão arterial, a fim de a baixar para um nível inferior ao atualmente recomendado, pode reduzir consideravelmente a incidência de doenças cardiovasculares e potencialmente salvar milhões de vidas”, estimou o professor Kazem Rahim, da Universidade de Oxford, responsável pelo estudo publicado na revista médica britânica The Lancet.

“Os nossos resultados apontam para uma recomendação da redução da pressão arterial sistólica para menos de 130 mmHg (13)”, indicam os investigadores, que defendem o tratamento de todos os pacientes em risco de crise cardíaco ou AVC, independentemente da pressão arterial que apresentarem no início do tratamento.

Os cientistas apelam a uma revisão urgente das atuais diretivas sobre pressão arterial, incluindo as emitidas pela Sociedade Europeia de Hipertensão que recentemente aliviou as metas de tensão arterial que se situavam em 130/85 mmHg (correspondentes a 13/8,5 em linguagem corrente), elevando-as para 140/90 (14/9) e até um pouco acima para as pessoas mais idosas.

Segundo a American Heart Association, uma pressão “normal” é inferior a 120/80 e torna-se elevada a partir de 140/90.

“Uma vez que o abaixamento da tensão arterial parece seguro e benéfico para os pacientes, não há qualquer razão para que não se aplique aos que estão em alto risco” de complicações cardiovasculares, considerou Stéphane Laurent, da Université Paris Descartes) num comentário que acompanha o artigo.

Destaca, no entanto, que o estudo não avalia o efeito dos “cocktails” terapêuticos anti-hipertensores, que são cada vez mais prescritos.

Investigação Norte-Americana
O parto prematuro, a principal causa de morte perinatal de mães e bebés, pode ser evitado graças a uma descoberta de cientistas...

Uma investigação da Universidade de Stanford e da Universidade do Nevada ajudou a localizar o elemento que provoca as contrações da mulher, o que permitiu desenhar um inibidor para as interromper e adiar o parto.

Atualmente, não existe uma estratégia específica para prevenir ou tratar os partos prematuros que provocam a morte ou graves deficiências em inúmeros recém-nascidos todos os anos.

O desencadeador do parto é um canal de cálcio, ou seja, uma proteína semelhante a um poro que se encontra na membrana das células e que controla o fluxo de cálcio até ao interior da célula.

A identificação do canal de cálcio nas células musculares da parede uterina como causador da ativação das contrações permitiu aos médicos identificar o alvo para onde será direcionado um inibidor para as bloquear.

Os investigadores aperceberam-se de que este canal de cálcio está mais presente em mulheres grávidas do que nas não-grávidas, aumentando os índices à medida que a gestação avança.

Os canais de cálcio são conhecidos pela capacidade de conduzir e manter o ritmo cardíaco, pelo que faz sentido que ajudem a preparar o corpo da mulher para o parto, como descobriu a equipa liderada pelo cientista Lihua Ying.

As equipas académicas de Nevada e Stanford desenvolveram um inibidor e testaram-no com sucesso em dois tipos de roedores, conseguindo prolongar as gravidezes e evitar partos prematuros.

Pelo contrário, a estimulação do canal de cálcio acelerou o parto dos ratinhos, comprovando a descoberta.

Formação especializada
"É da mais elementar justiça que os 114 jovens médicos que ficaram sem acesso a uma vaga na formação especializada possam...

No entender de Miguel Guimarães, "estes jovens tinham a justa expectativa de aceder a uma especialidade médica e, por isso, é natural que face a essa impossibilidade seja criada esta janela de oportunidade para que continuem no Serviço Nacional de Saúde (SNS), quando o seu contrato acabava no próximo dia 31 de Dezembro".

O presidente da Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) recorda que "esta era precisamente a solução que a Ordem dos Médicos preconizava e defendera junto do ministro da Saúde, face à impossibilidade de encontrar mais vagas para estes 114 médicos". "Depois do investimento feito pelo País na formação pré-graduada destes jovens, é importante que se tomem medidas para que não sejam obrigados a emigrar ou a optar por uma solução laboral precária".

Não obstante esta alternativa agora encontrada, Miguel Guimarães assegura que "é urgente que Ordem, ACSS e demais instituições colaborem no sentido de potenciar o máximo de vagas para formação específica nas diferentes especialidades no concurso de 2016, ou corremos o risco de ficarem ainda mais médicos impedidos de continuar a sua formação específica”.

De resto, recorda o presidente do CRNOM, "a Ordem dos Médicos do Norte já começou a visitar também unidades de saúde privadas, para avaliar as condições e regimes de trabalho, incluindo a análise da existência potencial de condições de formação semelhantes às que existem no sector público, sem esquecer o pilar fundamental da formação, as carreiras médicas”. Miguel Guimarães considera “essencial maximizar as capacidades formativas respeitando todas as normas relativas à qualidade da formação”.

Enfermeiros alertam
A dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses Guadalupe Simões alertou para a existência de serviços da Via Verde...

Guadalupe Simões falava a propósito da morte de um jovem no Hospital de São José, em Lisboa, por alegada falta de assistência especializada ao fim de semana.

Para a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), esta situação – que existe em outras áreas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) – deve-se à diminuição do valor pago às equipas de prevenção que optam por ficar em casa com a família.

“Daquilo que temos conhecimento, há variadíssimos serviços da chamada Via Verde Coronária e para o AVC (Acidente Vascular Cerebral) com dificuldades em manter equipas de prevenção, precisamente por causa dos cortes”, adiantou.

Antes dos cortes decididos pela anterior equipa ministerial, dirigida por Paulo Macedo, os profissionais das equipas de prevenção recebiam como se estivessem a trabalhar durante o período em que estavam de prevenção, sem que tal exigisse a sua presença no hospital.

Em caso de serem chamados, estes profissionais recebiam valores de hora extraordinária.

Os cortes determinaram que o valor a pagar por hora extraordinária baixasse 50% e que, em alguns casos, os profissionais passassem a não receber enquanto estão de prevenção, fora da instituição.

“Esta situação só acontece porque o governo anterior decidiu proceder a variadíssimos cortes e um deles foi a diminuição do pagamento às equipas de prevenção”, afirmou.

O jovem David Duarte, 29 anos, foi internado no Hospital de São José no dia 11 de dezembro, tendo-lhe sido diagnosticado uma hemorragia cerebral provocada por um aneurisma e a precisar de uma intervenção cirúrgica rápida.

No entanto, uma vez que nesta instituição não existe ao fim de semana equipas completas de neurorradiologia de intervenção para que as operações se possam realizar, tal como acontece no Hospital de Santa Maria, o jovem acabou por morrer sem a intervenção recomendada para o seu caso.

Esta morte foi noticiada pelo jornal Correio da Manhã na edição de terça-feira, no mesmo dia em que, segundo disse o ministro da Saúde, a tutela tomou conhecimento do caso.

Ao início da noite de terça-feira, durante uma conferência de imprensa, foi anunciada a demissão do presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e dos presidentes dos conselhos de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC), Teresa Sustelo, e do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins.

O ministro da Saúde determinou, entretanto, a abertura de um inquérito ao caso a realizar pela Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), tendo também o Ministério Público aberto um inquérito.

Adalberto Campos Fernandes espera receber ainda hoje o primeiro “relatório circunstancial” que solicitou ao CHLC sobre este caso.

Fique a conhecê-las
Relações sexuais desprotegidas aumentam os riscos de contrair e transmitir doenças.

As infeções sexualmente transmissíveis (IST) são infeções contagiosas, cuja forma de transmissão mais frequente é através das relações sexuais. São provocadas por microrganismos, tais como bactérias, vírus e parasitas. Estes agentes infeciosos encontram-se nos fluidos corporais (sangue, esperma e secreções vaginais). Qualquer pessoa pode contrair uma IST através de relações sexuais (vaginais, anais ou orais) sem proteção, com alguém que esteja infetado.

A transmissão das IST é facilitada através de relações sexuais desprotegidas (não utilização de preservativo) e múltiplos parceiros sexuais. As pessoas com um único parceiro sexual ao longo da vida, poderão adquirir uma IST se esse parceiro tiver relações sexuais com outras pessoas infetadas.

Frequentemente as IST não dão manifestação clínicas durante meses ou anos, nestes casos só através de análises específicas é possível saber quem está infetado. Certas infeções provocam sintomas apenas no homem, outras somente na mulher e, por vezes, pode existir infeção sem qualquer tipo de sintoma.

Os sintomas podem aparecer logo após o contacto sexual, ou levar semanas, meses ou anos a surgir. Por vezes os sintomas desaparecem mesmo sem qualquer tratamento, mas a infeção permanece no organismo.

Alguns sinais e sintomas que podem traduzir a existência de uma IST:

  • Corrimento vaginal anormal, frequentemente com mau cheiro ou corrimento uretral;
  • Presença de vermelhidão, manchas brancas, bolhas, verrugas ou vesículas nos órgãos genitais ou à sua volta, no ânus, ou na boca;
  • Alteração de textura e/ou de cor nas unhas e/ou na pele ao seu redor;
  • Prurido intenso;
  • Dor ou sensação de queimadura ao urinar;
  • Dores difusas no baixo-ventre;
  • Sensação de dor ou queimadura aquando das relações sexuais;
  • Febre.

Se não forem tratadas algumas IST podem provocar doenças ou complicações graves. O tratamento deve ser sempre feito aos parceiros envolvidos nas relações sexuais, mesmo que não apresente nenhum sintoma.

As complicações mais frequentes são a doença inflamatória pélvica, epididimite, orquite, infertilidade, cancro do colo do útero, do pénis ou ânus. Nas grávidas, as infeções podem provocar aborto, parto prematuro ou transmissão da infeção ao feto e ocasionar malformações congénitas ou doença no recém-nascido.

As Infeções Sexualmente Transmissíveis mais conhecidas são:

Para fazer o diagnóstico de uma IST deve consultar um médico, fazer análises e os tratamentos que ele recomendar. A pessoa com uma IST tem o dever de informar os seus parceiros e/ou parceiras para que procurem uma consulta médica onde serão aconselhados e tratados.

Os principais fatores de risco para contrair uma IST são: os contactos sexuais casuais; as relações sexuais com múltiplos parceiros; a não utilização de preservativos e o início precoce da atividade sexual. Outros fatores de risco a considerar estão relacionados com a falta de cuidados de higiene, a consulta tardia após surgirem os primeiros sinais ou sintomas, a não comunicação aos parceiros sexuais, para que estes se possam tratar o mais precocemente possível.

Os grupos que apresentam maior risco de contraírem estas infeções são os jovens entre os 18 e 24 anos pois apresentam mais comportamentos de risco (consumo de álcool, drogas, parceiros sexuais casuais/múltiplos parceiros).

Perante o que foi exposto é importante evitar os comportamentos de risco e fazer rastreios regulares, principalmente se tiver um parceiro novo. Também, sempre que tiver relações sexuais ocasionais o uso do preservativo é vital. A maioria das IST podem ter cura quando diagnosticadas e tratadas precocemente.

Não esquecer que o risco de adquirir uma IST é tanto maior quanto maior for o número de parceiros sexuais, e que a infeção pode ser transmitida por um parceiro sexual aparentemente sem sinais de doença.

Cristina Paula Ferreira Oliveira Albuquerque
Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica
Pós Graduação em Gestão de Serviços de Saúde
Socióloga

 

 

Maria Manuela Figueiredo Pereira Marques
Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica
Pós Graduação em Gestão de Serviços de Saúde

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hidratação e exercício físico
Que a água é essencial para o nosso organismo já todos sabemos. Mas e os sais minerais?

A água e os sais minerais são essenciais para o nosso organismo, uma vez que, desempenham um papel importante na regulação do sistema nervoso e muscular, e até mesmo na reparação dos tecidos. Para além de atuarem sobre o sistema imunitário, funcionam ainda como poderosos antioxidantes.

Se, por um lado, todo o metabolismo humano assenta em reacções desenvolvidas em soluções aquosas – não fosse a água responsável quer pelo transporte de nutrientes como a glicose, lípidos, hidratos de carbono, oxigénio, vitaminas, sais minerais e fitoquímicos protetores, quer pela eliminação de toxinas através da urina -, por outro lado, os sais minerais têm um papel essencial no equilíbrio do nosso organismo.

Sendo constituintes orgânicos dos tecidos corporais, eles agem como reguladores orgânicos que controlam os impulsos nervosos, a atividade muscular, a pressão sanguínea e a homeostase hídrica.

No entanto, não sendo eles produzidos pelo nosso organismo, têm de ser obtidos através de uma boa alimentação, sobretudo pela ingestão de líquidos.

A verdade é que, no nosso dia-a-dia, vamos perdendo água e sais minerais, quer através da respiração ou do suor. Essa perda é maior durante a prática de exercício físico.

Durante a prática desportiva, a taxa de transpiração é muito variável, sendo que pode oscilar entre um a dois litros de líquidos, por hora de exercício, dependendo do ritmo e da intensidade do treino.

A desidratação, como consequência de perdas de água através do suor, é responsável por várias alterações ao nível do funcionamento do organismo. É o caso do aumento da temperatura retal, da frequência cardíaca, da respiração, da concentração do sangue, e de dificuldades na circulação e da diminuição do volume do sangue.

Um corpo desidratado pode perder ainda metade da proteína corporal, por exemplo.

Caso a perda de água por desidratação atinja um valor elevado, pode-se assistir a um aumento da temperatura e consequentemente ao sobreaquecimento dos tecidos que, em casos muito extremos, poderá provocar um choque térmico.

Deste modo, é importante repor a água e os sais minerais antes, durante e depois de um treino. Quem aconselha é a American College of Sports Medicine.

Se os líquidos perdidos não forem repostos a desidratação e a fadiga precoce são inevitáveis.

Estudos mostram ainda que os repositores hidroeletrolíticos ou isotónicos são melhores que a água para manter a hidratação durante a prática desportiva, uma vez que possuem as quantidades adequadas de sais minerais, são de rápida absorção e, sendo constituídos por hidratos de carbono e sais minerais, ajudam a reabastecer os músculos e a acelerar a rehidratação, proporcionando uma recuperação mais rápida.

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No Reino Unido
Uma bactéria resistente até ao mais poderoso antibiótico foi detetada em três quintas de produção de animais no Reino Unido e...

A bactéria resistente à colistina - o mais poderoso de todos os antibióticos - foi detetada pela primeira vez em animais e seres humanos na China em novembro. Na altura, a comunidade médica britânica calculava que a bactéria demorasse cerca de três anos a chegar ao país, escreve a estação de televisão BBC.

Porém, segundo o Sapo, as expectativas dos cientistas saíram goradas. Depois da análise de material recolhido nos últimos três anos, foi encontrado este tipo de resistência em quinze casos de três quintas de produção de porcos no Reino Unido e também em sangue humano.

A notícia é revelada pela BBC.

As autoridades esclareceram que a ameaça para a saúde humana é reduzida, mas as investigações vão continuar para permitir aferir que tipo impacto a bactéria poderá ter na população.

O departamento de Saúde Pública de Inglaterra e a Agência de Saúde Animal e Vegetal começaram a estudar este tipo de bactérias em 2012.

O gene mcr-1 que dá à bactéria a resistência à colistina pode espalhar-se rapidamente entre espécies. Existe, por isso, o receio de que a resistência à colistina dê origem a super bactérias que tornem infeções aparentemente tratáveis impossíveis de eliminar.

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