Em Coimbra
Dois alunos de duas escolas secundárias de Coimbra vão participar no NOMORFILM, um projeto europeu de investigação que pretende...

Dois alunos das escolas secundárias D. Duarte e Jaime Cortesão, em Coimbra, vão participar no “mega projeto europeu de investigação NOMORFILM (‘novel marine Biomolecules against Biofilm. Application to medical devices’)”, programa que pretende descobrir antibióticos produzidos por microalgas, para combater infeções hospitalares”, anunciou a Universidade de Coimbra (UC), numa nota divulgada.

A participação dos dois estudantes do ensino secundário surge na sequência de um concurso lançado para o efeito naquelas duas escolas pela Algoteca da UC, que é parceira do projeto que envolve 15 países e tem um orçamento global de sete milhões de euros.

Os vencedores do concurso serão conhecidos no sábado, durante uma sessão, às 11:00, no Museu da Ciência da UC, onde, na mesma altura, é inaugurada uma exposição com os dez melhores trabalhos.

O prémio proporciona aos vencedores “vestirem a pele de cientistas”, participando, durante 15 horas, nos trabalhos de investigação do NOMORFILM, que decorrem nos laboratórios da Algoteca.

Os dois alunos premiados irão, designadamente, “cultivar algas" e "produzir extratos dos seus compostos para posterior identificação de moléculas antibacterianas”.

O projeto NOMORFILM, que é financiado pelo programa comunitário Horizonte 2020, teve início em abril de 2015, sob a coordenação geral do Instituto de Saúde Global de Barcelona.

A equipa da UC é composta por sete investigadores, liderada por Lília Santos, docente e responsável pela Algoteca (ACOI), infraestrutura de investigação do Departamento de Ciências da Vida, onde se “desenvolve trabalho científico e pedagógico na área das microalgas e que inclui a maior coleção de culturas vivas destes organismos”.

O grande objetivo desta investigação é “descobrir moléculas produzidas por microalgas que possam combater de forma eficaz as infeções hospitalares, nomeadamente as infeções causadas por biofilmes que se desenvolvem em implantes médicos (próteses, por exemplo), levando à rejeição dos dispositivos, com custos muito elevados”, refere a UC, na mesma nota.

Um biofilme é uma espécie de ‘camada biológica’ que se forma “em torno dos implantes resultante do desenvolvimento e proliferação de micro-organismos, como bactérias e fungos, que causam infeção, podendo conduzir à rejeição do implante”, explica Lília Santos.

“Com o aumento da resistência das bactérias aos antibióticos disponíveis no mercado, é urgente encontrar alternativas eficazes e estamos a tentar descobrir antibióticos derivados de algas, mas temos um trabalho gigantesco pela frente”, conclui a investigadora.

Estudo
O investigador de Coimbra Ricardo Pocinho iniciou um estudo para perceber se o envelhecimento ativo, nomeadamente a educação e...

O estudo, que já conta com 620 inquiridos de todo o país, pretende perceber se há uma relação entre a capacidade que a pessoa idosa tem para lidar com situações que lhe causam stress e a educação e o lazer, explicou à agência Lusa o investigador Ricardo Pocinho, coordenador de uma pós-graduação em Envelhecimento Ativo e Saudável, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.

Segundo o investigador, o estudo propõe-se analisar o percurso formativo e educativo das pessoas inquiridas (todas com mais de 65 anos) ao longo da vida, bem como perceber as atividades de lazer que estas frequentam ou frequentaram.

Dessa forma, pretende-se perceber "se a atividade que seja considerada lazer contribui para a capacidade para lidar com problemas" que surgem na vida dos idosos, referiu.

O estudo surge no seguimento de outros dois realizados por Ricardo Pocinho em 2014 e 2015 sobre a importância das universidades seniores na qualidade de vida e bem-estar dos idosos, e sobre o turismo sénior, respetivamente.

A investigação foi criada "pela ideia de continuidade na perceção de fatores" que garantem qualidade de vida em pessoas com mais de 65 anos, apontou.

O objetivo do estudo, financiado com meios do próprio e fora do âmbito de qualquer centro de investigação ou instituição do ensino superior, passa por "traçar um perfil" e definir "estratégias" para que pessoas "com 40 anos saibam qual o caminho para poderem envelhecer ativamente", sublinhou.

De acordo com Ricardo Pocinho, não "são as pessoas de 80 anos que têm de ter estratégias", sendo que o envelhecimento ativo tem de ser pensado antes das pessoas entrarem na terceira idade.

O estudo começou em novembro de 2015 e o investigador espera tê-lo concluído dentro "de três a quatro meses".

Para além de Ricardo Pocinho, o projeto conta ainda com a participação de um psicólogo e uma gerontóloga.

Comité Europeu dos Medicamentos para Uso Humano
O Comité Europeu dos Medicamentos para Uso Humano recomendou para aprovação na UE o novo fator VIII recombinante da Bayer, para...

A decisão final da Comissão Europeia para autorização de comercialização é esperada para as próximas semanas. A hemofilia afeta aproximadamente 400.000 pessoas em todo o mundo e é caracterizada por hemorragias prolongadas ou espontâneas, especialmente nos músculos, articulações ou órgãos internos.

"A Bayer está altamente comprometida com a comunidade de hemofilia, o que está bem exemplificado pelo mais recente desenvolvimento do BAY 81-8973, bem como pelo nosso candidato fator VIII recombinante de longa ação BAY 94-9027 em pipeline", disse o Dr. Joerg Moeller, membro do Comité Executivo da Bayer HealthCare e Chefe de Desenvolvimento Global.

"Além disso, estamos também a prosseguir diferentes abordagens do tratamento precoce da hemofilia, incluindo um anticorpo anti-TFPI".

A recomendação positiva do Comité Europeu dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) baseia-se nos resultados dos ensaios clínicos do programa de desenvolvimento LEOPOLD (Long-Term Efficacy Open-Label Program in Severe Hemophilia A Disease), que avaliou o BAY 81-8973 em crianças, adolescentes e adultos tanto em regime de profilaxia como em tratamentos on demand.

A Bayer submeteu pedidos de introdução no mercado para o BAY 81-8973 nos EUA e em vários países e está a aguardar aprovações regulamentares em todo o mundo.

A Bayer HealthCare tem como missão «science for a better life», através do seu portfólio de tratamentos inovadores. A Hematologia na Bayer HealthCare inclui um tratamento aprovado para o tratamento da hemofilia A e numerosos compostos em várias fases de desenvolvimento para a hemofilia, anemia falciforme e outros distúrbios do sangue e hemorrágicos. Juntos, estes compostos refletem o compromisso da Companhia em torno da Investigação e Desenvolvimento, priorizando metas específicas para a intervenção com o potencial para melhorar a forma como os distúrbios raros do sangue e hemorrágicos são tratados.

Vladimir Putin
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que Moscovo registou a patente de um medicamento contra o vírus Ébola, cujos...

“Temos uma boa notícia. Registámos [a patente] um medicamento contra o Ébola, que revelou nos testes correspondentes uma grande eficácia, superior aos compostos usados neste momento a nível mundial”, disse Putin, durante uma reunião com os membros do governo russo.

Em finais de dezembro de 2015, a chefe do serviço russo de proteção dos direitos do consumidor, Ana Popova, informou que estava a ser preparada a documentação necessária para o registo do novo medicamento.

A vice-primeira-ministra russa com a tutela da política social, Olga Golodets, tinha afirmado anteriormente que os testes ao medicamento tinham sido um sucesso.

Em finais de julho de 2015, a comunidade médica internacional, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), anunciou que uma vacina tinha superado os primeiros ensaios clínicos e que reunia as condições necessárias para ser administrada a pessoas em risco de infeção com o vírus Ébola.

A vacina em questão ainda não conta com as autorizações necessárias e, neste momento, só pode ser usada em ensaios clínicos ou casos específicos.

No entanto, a OMS está a trabalhar em parceria com as farmacêuticas responsáveis pelo composto e as entidades reguladoras para assegurar o uso da vacina em eventuais novos surtos da doença.

A epidemia de Ébola na África ocidental, que afetou sobretudo a Guiné-Conacri, a Serra Leoa e a Libéria, foi controlada durante o ano passado. Ainda surgem casos residuais em alguns dos países afetados, que esperam superar definitivamente este ano esta emergência sanitária.

O recente surto de Ébola foi o mais grave e prolongado desde que o vírus foi descoberto, em 1976. Foram contabilizados 28.601 casos desde que surgiu em dezembro de 2013, dos quais um terço dos doentes (11.299) acabou por morrer.

183ª Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia
Na 183ª Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, organizada pela secção de Uroginecologia, decorre, no dia 15 de Janeiro...

A Bexiga Hiperativa, que se caracteriza por um aumento da frequência urinária e pelo desejo súbito e imperioso de urinar, é uma doença com um forte impacto na qualidade de vida dos doentes. Existem distintos resultados em relação à prevalência desta patologia em Portugal mas estima-se que esta se encontre acima da média europeia (17%). Estes dados evidenciam a importância do debate e partilha de informação sobre os avanços e desafios desta patologia em Portugal.

Temas como o “Diagnóstico e classificação”, o “Tratamento farmacológico” e “Porque nem sempre se aborda esta patologia”, vão ser objeto de debate e partilha entre os especialistas de ginecologia e urologia presentes.

Pode consultar mais informações sobre a reunião aqui.

Desenvolvidos em Portugal
O Japão acaba de se tornar no primeiro país a nível mundial a aprovar a patente de um conjunto de instrumentos cirúrgicos para...

O autor desta inovação, o cirurgião-ortopedista Dinis Carmo, acredita que este parecer positivo alcançado no Japão poderá, em breve, "desbloquear" e acelerar os processos de patenteamento submetidos nos 28 países que compõem a União Europeia e em mais 11 países de geografias diversas, como a Austrália, Índia, Israel, Brasil, EUA, Canadá, China e México.

"O Japão é um país credível, com métodos reconhecidamente rigorosos e acredito que o facto de ter concedido a patente a esta inovação no prazo de apenas 2 anos e meio se deve à eficiência e capacidade de decisão que caraterizam este país e que fazem com que seja uma das maiores potências industriais do mundo", refere Dinis Carmo.

Entretanto, com a aprovação da patente no Japão, o cirurgião-ortopedista enuncia os próximos passos estratégicos a realizar, até que a comercialização dos instrumentos cirúrgicos naquele país seja uma realidade.

"Por um lado, há que divulgar o método junto de quem pratica esta intervenção, ou seja, os cirurgiões. Nesse sentido, vamos contactar a sociedade japonesa de cirurgia da mão, bem como os principais hospitais universitários do país. Por outro lado, será fundamental celebrar um contrato de distribuição com os distribuidores de material cirúrgico locais, sendo que temos já um contacto bem estabelecido com uma empresa produtora de material cirúrgico na Coreia do Sul, a Imedicon, com uma vasta rede de distribuição internacional", explica.

Dinis Carmo sublinha contudo que, antes de mais, a comercialização dos instrumentos cirúrgicos à escala internacional está dependente da sua produção a nível industrial.

"Neste momento estamos a trabalhar em conjunto com duas empresas nacionais - a FAMOLDE, da Marinha Grande, especialistas na confeção de moldes de plástico, e a MCM, de Braga, especialistas em metalurgia", revela.

Quanto ao custo que a aquisição do conjunto de instrumentos cirúrgicos poderá vir a ter no Japão, o cirurgião-ortopedista esclarece que é um assunto a ser resolvido tendo em consideração os custos de produção e as recomendações dos agentes locais.

"Para o universo da América do Norte, Europa e Japão estimamos um custo de cerca de 150 a 200 Euros por unidade descartável, o que é cerca de 50 a 100 Euros mais barato que outros conjuntos existentes no mercado, com a vantagem adicional de não ser necessária a utilização de qualquer outro equipamento dispendioso, como por exemplo material específico de artroscopia ou ecografia", justifica Dinis Carmo.

O Síndrome do Túnel do Carpo (STC) é uma doença caracterizada por dores, formigueiros e adormecimentos a nível do punho, mãos e dedos, manifestando-se sobretudo no período noturno, sendo suficientemente fortes para despertarem o doente, impedindo o repouso. Contudo, os mesmos sintomas podem manifestar-se durante o dia, interferindo com as atividades diárias e o desempenho da atividade profissional. Atividades que implicam o uso repetitivo das mãos, como os teclados e os ‘ratos’ dos computadores têm vindo a ser implicadas pelo aumento do número de casos.

Segundo dados estatísticos do New York Times Health Guide (março de 2012), o número anual de casos de STC nos EUA ronda os 500 mil, sendo a segunda intervenção cirúrgica mais comum naquele país.

"Como não há evidência de grandes variações na frequência desta patologia em países industrializados, tendo em conta a população japonesa, que ascende a cerca de 127 milhões de habitantes, por extrapolação, podemos calcular um número de cerca de 180 mil casos anuais", avança Dinis Carmo.

Em Portugal, a partir do Porto, o cirurgião ortopedista já aplicou a sua técnica cirúrgica em mais de 300 pacientes, observando uma taxa de sucesso muito próxima dos 100%, sendo que a boa tolerância à intervenção permite inclusive que esta possa ser feita simultaneamente às duas mãos.

Recorde-se que a técnica cirúrgica desenvolvida por Dinis Carmo consiste em permitir a realização da intervenção cirúrgica sem cortes na palma da mão, permitindo uma cirurgia mais segura, um período pós-operatório menos doloroso, uma recuperação mais rápida, menos efeitos secundários e reações adversas, bem como uma cicatriz esteticamente próxima da perfeição, uma vez que a mesma, efetuada a nível da prega palmar distal do punho, se torna praticamente indetetável após alguns meses.

Fisioterapia dermato funcional
Afetando sobretudo as mulheres, a gordura localizada pode ser uma verdadeira dor de cabeça no que à

A fisioterapia dermato-funcional é, nada mais nada menos que, a área da fisioterapia responsável pela manutenção da integridade do sistema tegumentar – constituído pela pele (derme e epiderme), hipoderme (camada subcutânea) e os chamados anexos da pele (glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, folículos pilosos e unhas).

Sendo designada anteriormente de fisioterapia estética, tem ganho terreno, nos últimos anos, no acompanhamento pré e pós-operatório das cirurgias estéticas.

Para além de atuar sobre a aparência atingindo as necessidades dos pacientes, a fisioterapia dermato-funcional também se ocupa em restaurar e melhorar a função dos tecidos tratados. Quer isto dizer que o fisioterapeuta dermato-funcional está apto a tratar a acne, rugas, manchas, cicatrizes, celulite, estrias, gordura localizada e queimaduras.

Depois de uma avaliação inicial, é possível o terapeuta traçar um plano de tratamentos adequado a cada problema. Esta análise permite ainda determinar quais os recursos terapêuticos necessários, a duração e frequência dos tratamentos, tendo em vista alcançar os melhores resultados para cada caso.

A gordura localizada caracteriza-se pela acumulação de células adiposas em determinadas regiões do corpo. Mas desengane-se se pensa que ela só afeta quem tem excesso de peso porque isso não passa de um mito.

Não sendo uniforme a sua distribuição, é mais frequente assistir-se a uma maior acumulação de tecido adiposo na parede abdominal e nas regiões próximas dos membros.

Enquanto nos homens a gordura localizada atinge, sobretudo, o abdómen, cintura e tronco, nas mulheres afeta, para além da região abdominal, a metade inferior do corpo – glúteos e coxas.

Com o crescente aumento pela procura de técnicas que reduzam ou eliminem as imperfeições, têm sido desenvolvidas várias técnicas e aparelhos que visam travar a gordura localizada.

Entre os recursos mais utilizados pela fisioterapia dermato-funcional estão a radiofrequência, os ultra-sons e a massagem modeladora. Mas há mais!

Os resultados apresentam-se como bastante satisfatórios, podendo ser potenciados se aos tratamentos juntar a prática de uma alimentação saudável e exercício físico.

Na verdade, é bom não esquecer que os tratamentos estéticos não operam milagres, mas que ajudam (e muito!) a recuperar a auto-estima, ajudam!

Os especialistas alertam, no entanto, para a existência de algumas contra-indicações: gravidez, insuficiência renal e hepática, tumores ou cardiopatias e afeções de pele. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação Portuguesa de Cães de Assistência
Mais de 70% dos pedidos feitos à Associação Portuguesa de Cães de Assistência são de pessoas sem recursos financeiros para...

“Temos tido infelizmente mais pedidos do que aqueles que conseguimos suportar”, ultrapassando já os 250, o que “numa associação com um ano é muito” e não temos nenhum tipo de ajuda estatal, disse à agência o presidente da organização, Rui Elvas.

Segundo Rui Elvas, mais de 70% das pessoas que pediram ajuda “não têm condições financeiras para suportar todo o processo, desde a aquisição [do cão], treino e certificação”, estando a associação a suportar os encargos com fundos próprios, oriundos de donativos, e com a “boa vontade de muitos treinadores”.

Mas a associação, que está a formar e a certificar os primeiros cães de assistência para pessoas com deficiência motora, diabéticos, autistas e epiléticos, “não pode fazer mais” porque não tem apoio estatal e os donativos e as receitas que tem “são residuais” para as suas necessidades.

“É muito complicado porque estamos a falar de valores que variam entre os 5.000 e os 15 mil euros, dependendo da valência que o cão vai ter”, explicou o treinador/formador.

Para ultrapassar estas dificuldades, a associação vai pedir ao Estado para aplicar a lei de 2007 sobre cães de assistência, que prevê apoio a estas situações.

Por cada cão guia (considerado também cão de assistência) formado para pessoas invisuais, o Estado paga à entidade formadora cerca de 17.400 mil euros, refere Rui Elvas, defendendo que o Estado também pague um montante, a definir, por cada cão de assistência formado.

“O que queremos é que os cães de assistência tenham os mesmos benefícios e estejam abrangidos da mesma maneira pela lei”, defendeu, admitindo, contundo, que a Segurança Social, quem comparticipa estas situações, possa ainda não ter conhecimento desta formação.

Como a associação é muito recente, “compreendemos que a Segurança Social ainda não tenha conhecimento real de tudo isto e não tenha feito nenhuma abordagem nesse sentido, mas cabe-nos a nós ir bater à sua porta e tentar perceber se existe abertura e respeito pelo que está estabelecido na lei sobre a igualdade dos cães de assistência”.

A APCA surgiu para colmatar uma área que não estava a ser desenvolvida em Portugal, uma situação que “penalizava em muito as pessoas” que podiam usufruir de um cão de assistência.

Num ano de trabalho, a associação já tem três cães certificados, sete em certificação e está a começar a formação de mais oito. Destes casos, só dois utentes é que pagaram, lamentou.

Os cães assistência ajudam as pessoas no dia-a-dia, através de ações como abrir e fechar portas, buscar o telemóvel, medicamentos, mas também dando assistência durante ataques epiléticos, detetando níveis de glicemia e proporcionando conforto à criança.

Há cerca de ano e meio, Diana Niepce, bailarina, teve um acidente, caiu de um trapézio, o que a deixou numa cadeira de rodas. Teve conhecimento dos cães de assistência no Centro de Reabilitação de Alcoitão, mas na altura ainda não eram muito divulgados.

“Todos os cães que encontrávamos eram cães guias para cegos e que não se adaptavam a uma pessoa com mobilidade reduzida”, até que tive conhecimento da associação, contou a jovem, de 30 anos.

Após alguns contactos com a associação, Diana recebeu a sua cadela ainda bebé, a Nina. Sem possibilidades financeiras, a formação de Nina, hoje com quatro meses e meio e a pesar 20 quilos, está a ser patrocinada pela associação.

O treino passa agora pela Nina acompanhar a Diana a andar na rua com andarilho e, mais tarde, acompanhá-la no trabalho e em casa. Neste momento está a ser treinada para ajudar a abrir e fechar portas, apanhar objetos, como o comando da televisão, e levá-los a Diana.

“Sou encenadora e o objetivo é que a Nina venha comigo em tournée, que venha aos teatros comigo”, disse, contando orgulhosa: “Já vamos ao café e ela porta-se muito bem”, este tipo de intervenção “vai ser muito rico para a sociedade”.

Direção-Geral de Alimentação e Veterinária
Portugal não tem qualquer foco de gripe das aves e a proibição de comercialização destes animais em alguns mercados é uma...

"Não temos gripe das aves em Portugal, as medidas são exclusivamente de precaução dado a gravidade económica que a doença representa" para os produtores, disse à agência Lusa Álvaro Mendonça.

Em termos de segurança para as pessoas, "o risco é mínimo, é reduzidíssimo porque não há nenhum foco em Portugal", referiu.

"A transmissão do H5N1 para os seres humanos, para além de ser baixa, neste momento, por comunicação das autoridades francesas, sabemos que os marcadores de risco para a espécie humana não existem neste estirpe de vírus", salientou ainda o responsável.

No final de dezembro, depois de surgirem vários focos em França, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária proibiu a comercialização de aves em feiras e mercados em alguns concelhos, sobretudo na zona centro e Alentejo e na zona da Ria Formosa, no Algarve, onde há mais migrações conhecidas de aves selvagens.

A proibição da venda de animais vivos em mercados e da importação de galinhas, perús, patos ou gansos de França devido à gripe das aves é hoje noticiada no Diário de Notícias, que aponta 139 zonas classificadas como de maior risco, distribuidas por 58 concelhos, referindo que há oito anos não era emitido um aviso sobre esta doença.

"Logo que haja a possibilidade de reduzir o nível de vigilância em França, nós reduzimos também proporcionalmente ou anulando mesmo as medidas, sobretudo as das feiras e mercados", disse ainda o responsável.

Álvaro Mendonça apontou ainda que o consumo de produtos com origem nas aves "não tem risco também" e lembrou que é uma medida prática de segurança alimentar os alimentos serem cozinhados bem passados, mas não especificamente pela gripe das aves.

As autoridades portuguesas têm acompanhado a situação desde o primeiro alerta vindo de França, nomeadamente através de uma "divulgação personalizada aos operadores, às empresas que trabalham com este tipo de animais importados, para aumentarem os níveis de biosegurança nas suas explorações", mas também de realização de análises aos animais.

"Temos feito a todas as aves e bandos importados de França análises à saída" daquele país, através de colheitas enviadas a um laboratório em Portugal, e "todos os resultados, sem exceção, deram negativos", esclareceu o diretor geral da Alimentação e Veterinária (DGAV).

A gripe das aves transmiste-se entre estes animais, nomeadamente entre domésticos, mas também entre os pássaros selvagens e os domésticos, por isso, as medidas de prevenção relacionadas com as aves vivas dos mercados, feiras e explorações, de modo a evitar o contacto entre eles.

A questão começa no fim de novembro, com o primeiro alerta nas redes europeias para a existência de gripe de alta patogeneidade, para as aves e não para as pessoas, em França, em alguns pontos do centro, descendo depois para o sudoeste do país, chegando a atingir 67 focos, como relatou Álvaro Mendonça.

Perante a situação, no final de dezembro, Portugal optou por suspender a entrada de aves domésticas que se destinassem a feiras ao ar livre de modo a evitar qualquer eventual contágio, e a proibir feiras e mercados nos locais de risco, zonas húmidas, ribeiros, charcos por terem migração de pássaros.

"Isto vigorará não sabemos exatamente até quando e, por nós, será levantado o mais rapidamente possível, mas temos de esperar que França possa reduzir o nível de alerta", disse Álvaro Mendonça.

Direção-Geral da Saúde
A subdiretora-geral da Saúde afirmou hoje que o vírus da gripe A, diagnosticado recentemente em 13 pessoas nas urgências do...

Graça Freitas comentava assim o anúncio na terça-feira pela Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda de que o serviço de urgências do hospital daquela cidade diagnosticou este mês 13 casos de Gripe A e deu uma "resposta eficaz" à situação.

Em declarações, a subdiretora-geral da Saúde salientou “não haver motivos para alarme”.

“Existem basicamente dois vírus importantes que circulam entre os humanos, os de tipo A e B. No grupo A, há o H1N1 e o H3N2. O que se chama A, que foi batizado em 2009 e que originou uma pandemia, tinha na altura um padrão de comportamento diferente, era mais agressivo e as pessoas não tinham imunidade para esses vírus”, explicou.

Graça Freitas adiantou que, depois da pandemia em 20019/2010, estes vírus continuaram a circular entre os seres humanos, em épocas gripais seguintes.

“Entretanto, nós vamos adquirindo imunidade natural através do contacto com o vírus e através da vacinação. Agora, em 2015/2016, estes vírus são habituais. Aliás é o vírus dominante este inverno, mas isso não lhe confere nada de especial, uma vez que não é um vírus pandémico”, sublinhou.

Segundo Graça Freitas, o vírus não tem as mesmas características e ganhou imunidade natural e vacinal.

“O que se está a passar agora é que há uma subida da atividade gripal que deverá atingir um pico ainda não sabemos quando. Mas, é o movimento normal da gripe”, declarou.

Contudo, referiu Graça Freitas, os vírus podem sofrer mutações e, por isso, as autoridades de saúde “estão atentas”.

A subdiretora-geral da Saúde voltou a apelar às pessoas para que, antes de se deslocarem aos Serviços de Saúde, contactem primeiro a linha de Saúde 24, através do número de telefone 808242424.

O Gabinete de Comunicação e Imagem do hospital da Guarda informou na terça-feira, em comunicado, que "não há qualquer motivo acrescido para alarme" junto da população, assegurando que a unidade de saúde dispõe de todas as condições de resposta eficaz para este tipo de situações".

O mais recente Boletim da Vigilância Epidemiológica da Gripe, divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge na semana passada, dava conta de que a atividade gripal esteve em baixa na semana de 28 de dezembro a 03 de janeiro, mas com tendência para crescer.

De acordo com o boletim, publicado semanalmente, às quintas-feiras, a taxa de incidência da síndrome gripal aumentou para 51,4 casos por 100.000 habitantes, o que indica "provável início do período epidémico".

Segundo o boletim, na semana de 28 de dezembro a 03 de janeiro foram admitidos dez novos casos de gripe nas 23 unidades hospitalares de cuidados intensivos que reportaram informação.

Cerca de 70% dos pacientes tinham doença crónica subjacente, "considerada de risco para a evolução do quadro de gripe", com a maioria, 80%, a rondar uma idade entre os 15 e os 64 anos.

A taxa estimada de admissão por gripe nas unidades de cuidados intensivos é de 4,4%, a mais alta desde o início da época gripal, tendo sido identificado o vírus A em todos os doentes.

Nas crianças
O tema aparece com frequência em blogs e fóruns de maternidade, com pais a mostrarem-se temerosos acerca do consumo dos sumos...

A ideia é que as isoflavonas seriam então reconhecidas pelo organismo como se fossem o estrogénio e desencadeariam a ação hormonal.

Segundo os médicos, porém, ainda não existe uma resposta definitiva sobre a relação entre o consumo de soja e a puberdade precoce devido à escassez de grandes estudos sobre o tema.

“Em meninas, essa relação é mais pesquisada. Já os efeitos em meninos são menos estudados, e as pesquisas foram feitas em animais, com resultados extrapolados para humanos. São inconclusivas”, diz Jane Oba, pediatra e médica gastroenterologista do hospital Albert Einstein, no Brasil.

Uma revisão de estudos publicada na revista Critical Reviews in Food Science and Nutrition afirma que a ingestão de fitoestrogénios (hormonas de origem vegetal) pode prejudicar o sistema endócrino, principalmente em bebés e crianças, mas há uma urgência de que novas pesquisas analisem a questão a fundo, escreve o Diário Digital.

Uma pesquisa publicada nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, em 2005, encontrou relação entre o consumo de soja e o desenvolvimento precoce do tecido mamário numa menina de 4 anos.

A menina, porém, consumia cerca de 70 g de soja por dia, entre proteína de soja, bebidas à base de soja e soja tostada – o que equivaleria a 4,2 litros de sumo de soja. Essa quantidade fornecia-lhe cerca de 44,8 mg de fitoestrogénio por dia. Os pais foram aconselhados a reduzir a oferta de soja para uma vez por semana e o desenvolvimento da puberdade parou.

Ieda Verreschi, professora de endocrinologia da Unifesp e uma das autoras do estudo, explica que meninas entre 6 e 8 anos são muito sensíveis ao estrogénio, inclusive ao da soja.

Já os meninos são menos sensíveis. “Se eles consumirem muitos produtos à base se soja, terão fitoestrogénio em excesso, mas é muito pouco provável que essa quantidade traga problemas para quem é sadio”, diz.

Oba afirma ainda que alguns desses estudos realizados com meninos e animais mostraram também alterações na fertilidade.

“Mas ainda não é possível atribuir a infertilidade de um homem adulto ao consumo de soja, por exemplo”, diz.

Na Europa
A Europa está a recomendar vigilância dos seus Estados-membros face à proliferação de casos do zika vírus no Brasil e em países...

O alerta faz parte um documento produzido pelos europeus em Dezembro diante da proliferação de casos brasileiros, que foram pelo menos 500 mil em 2015. Segundo a União Europeia, 19 países registaram casos nos últimos nove meses e a tendência é que a proliferação continue.

Na avaliação de risco, escreve o Diário Digital, o bloco recomenda ainda que os governos europeus não permitam a doação de sangue por pessoas que tenham passado pelas áreas indicadas pela avaliação, incluindo o Brasil.

A Europa não apresenta nenhum tipo de sugestão para que os seus cidadãos deixem de visitar o Brasil ou outras áreas afetadas. Também não existe qualquer restrição sobre o comércio, mas deixa claro que “viajantes para países onde o zika vírus está a circular estão sob o risco de desenvolver a doença pela picada do mosquito”.

A preocupação imediata dos europeus é com a contaminação nos seus territórios ultramarinos, como no caso da Madeira ou na Guiana Francesa, com casos que poderiam ser rapidamente importados para a Europa continental.

Uma das preocupações é que, sem informação, os médicos não identifiquem pessoas contaminadas e façam diagnósticos equivocados.

Usando dados oficiais, o Centro Europeu de Controlo de Doenças apontou que, em nove meses, o vírus foi registado em praticamente toda a América Central e também na Venezuela, Colômbia, Paraguai e Guiana Francesa, assim como em Porto Rico e na Martinica, ambos nas Caraíbas.

Mas, longe da América Latina, casos também foram registados em Vanuatu, Ilhas Salomão, Samoa, Fiji e Nova Caledônia, além de Cabo Verde.

O caso também chamou a atenção dos pesquisadores, que já alertam que a comunidade internacional corre o risco de repetir com o zika os mesmos erros que permitiram a proliferação do vírus do ébola, há dois anos. O alerta é de Trudie Lang, professora da Universidade de Oxford e uma das coordenadoras do Global Health Research, uma das maiores redes de investigadores do mundo, com mais de 50 mil membros.

Brevemente
Nos próximos anos, vai ser possível injetar no organismo substâncias que defendem o organismo das várias formas desta doença,...

Em breve, segundo o Sapo, vai ser possível tratar doentes com cancro através de vacinas personalizadas que incentivam o sistema imunitário a contrariar a evolução de tumores malignos. Com uma atuação semelhante às vacinas contra a gripe, esta nova abordagem, recentemente apresentada num congresso médico nos EUA, dá outra capacidade de resposta às defesas do corpo humano ajudando o sistema imunitário a identificar e destruir ou a conduzir à remissão de células cancerígenas presentes no organismo.

Nos testes já realizados em ratos com um tipo de cancro muscular, divulgados na mesma ocasião, a vacina curou perto de 90%  dos casos. Os cientistas envolvidos na pesquisa estão já a avaliar o tratamento em pacientes com melanoma metastático e preparam-se para iniciar novas fases de testes nos cancros da mama, cérebro, pulmão, cabeça e pescoço. Nalguns países estão já disponíveis vacinas como a Gardasil, que, não curando a doença, ajuda a prevenir o cancro do colo do útero.

Desenvolver novos tratamentos
Estruturas 3D de proteínas e mapas de mutações de redes de comunicação no cancro foram adicionados à maior base de dados do...

A base de dados CanSAR, financiada pelo Cancer Research UK (Instituto britânico de Pesquisa do Cancro), foi assim readaptada com a adição das estruturas 3D de quase três milhões de cavidades na superfície de cerca de 110 mil moléculas, uma alteração que pretende facilitar o desenvolvimento de novos tratamentos contra o cancro, indica a revista Nucleic Acid Research.

A CanSAR, segundo o Sapo, nasceu da necessidade de criar novas abordagens para construir uma imagem detalhada do comportamento molecular nos seres humanos e já permitiu realizar milhões de medições experimentais para mapear a ação de compostos químicos sobre as proteínas humanas. Esses mesmos dados foram combinados com informação genética e resultados de ensaios clínicos.

Investigadores revelam
A ‘Burkholderia pseudomallei’ provoca a melioidose e pode matar tantas pessoas como o sarampo. Os investigadores receiam que o...

A melioidose é uma doença provocada pela bactéria Burkholderia pseudomallei que, apesar de ser pouco conhecida, provoca tantas mortes por ano como o sarampo e muito mais que a dengue, como referiu um artigo científico publicado na Nature Microbiology. Além do número de casos estar subestimados, lê-se no Observador, a sua distribuição conhecida pode não corresponder à real.

“As nossas estimativas sugerem que a melioidose está severamente subnotificada nos 45 países onde se sabe que é endémica [onde é nativa] e que provavelmente é endémica em mais 34 países onde nunca foi reportada a doença”, referem os autores no artigo.

A bactéria que causa a melioidose é altamente patogénica (eficaz a provocar a doença) e a infeção difícil de diagnosticar, porque tem manifestações muito diversificadas. Além disso, os métodos de identificação convencional de bactérias não funcionam com a Burkholderia pseudomallei. Como agravante, a bactéria é resistente a uma grande diversidade de antibióticos, o que pode justificar o elevado número de mortes. Os investigadores estimam que em 2015 tenham existido 165 mil casos (intervalo de confiança 68 a 412 mil casos) – uma taxa de incidência de 5 pessoas por cada 100 mil em risco. Em 2015, terão morrido, segundo a mesma estimativa, 89 mil pessoas (com um intervalo de confiança de 36 mil a 227 mil).

A Burkholderia pseudomallei pode ser facilmente encontrada no solo no sudeste da Ásia e no norte da Austrália, mas a distribuição real ainda é pouco conhecida. A equipa de Direk Limmathurotsakul, investigador na Universidade de Oxford (Reino Unido) e na Universidade de Mahidol (Tailândia), estima que 40% dos casos aconteçam no este da Ásia e na região do Pacífico e 44% no sul da Ásia. Apenas a Austrália, o Brunei e Singapura têm dados nacionais de vigilância para esta infeção.

Os investigadores deixam um alerta também que os Estados Unidos e o Japão se devem manter atentos. Apesar de se considerar que a bactéria está ausente nestes países, a Flórida, o Louisiana e o Texas (nos EUA) e Okinawa e Kagoshima (no Japão) têm ambientes e condições semelhantes às de países onde a Burkholderia pseudomallei já foi encontrada.

A inoculação através da pele é principal forma de contaminação nos trabalhadores rurais nos países em desenvolvimento, mas a inalação da bactéria durante fenómenos climáticos extremos também deve ser considerada. Outra forma importante de contágio é a ingestão de água contaminada.

No passado, a importação de animais infetados espalhou a doença por áreas onde não era endémica, incluindo um surto em Paris, em 1975. Mas as pessoas infetadas também podem fazer viajar a doença, para a qual não existe vacina, e espalhá-la por outros locais. De lembrar que a bactéria é muito resistente e pode permanecer no solo por mais de seis anos.

Seminário debate consumo de leite
A endocrinologista Isabel do Carmo afirma que a suposta intolerância à lactose é uma moda, para a qual não existe qualquer...

Este é o tema que a especialista vai tratar, hoje, durante o seminário “Consumo de leite e laticínios – O que pode estar a mudar”, num painel subordinado ao tema “Elogio do leite”, no qual vai explicar a relação entre o leite e a evolução do ser humano, na Europa.

“O ser humano estabeleceu-se há sete mil anos com o pastoreio. Nessa altura o adulto perdia a lactase. Houve depois uma mutação que permitiu que desdobrasse a lactose”, explicou.

Isso significa que há milhares de anos que os europeus possuem essa enzima chamada lactase, que desdobra a lactose, e permite ao organismo processar este açúcar presente no leite, pelo que considera que “a história da intolerância ao leite está mal contada”.

“A mutação tem sete mil anos. E não há nenhuma mutação atual ao contrário. A intolerância é uma moda, que suspeito seja influência da indústria norte-americana de produção de soja e leite soja”, afirmou.

A médica sublinha, a propósito, que a tendência para se deixar de consumir derivados de leite também não faz sentido, visto que estes alimentos não possuem lactose.

“Quando o leite se transforma em iogurte ou queijo, mesmo para quem tenha efetivamente intolerância, deixa de haver lactose e passa a haver ácido láctico [a lactose transforma-se em ácido láctico por fermentação] e o valor nutricional mantém-se”.

Isabel do Carmo aconselha que quem suspeitar de intolerância faça testes laboratoriais para confirmar, porque o leite tem um valor nutricional como nenhum outro, sendo um alimento completo para crianças e quase completo para o adulto.

A mesma ideia defende Pedro Graça, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, que vai moderar um debate sobre os “factos, mitos e enganos” relacionados com o consumo do leite, para quem o leite fornece “uma série de nutrientes de forma muito concentrada”.

O ponto de partida do debate será o decréscimo do consumo de leite e laticínios em Portugal e na Europa, e tentar perceber o que leva algumas pessoas a terem receio de consumir leite.

Existem três perspetivas: a saúde, com as intolerâncias, o ambiente, com o impacto que as vacas têm no consumo de energia e na produção de gases com efeito de estufa, e os direitos dos animais, com as condições em que são criados.

As questões de saúde serão as mais discutidas, porque, do ponto de vista alimentar, é um “excelente alimento”, que permite a produção de derivados e a sua utilização para diversos fins culinários, e, do ponto de vista nutricional, fornece proteínas, vitaminas e minerais de elevada qualidade e baixo valor energético - “dois copos de leite fornecem um terço das necessidades diárias de uma pessoa”.

Além disso, é possível hoje em dia extrair a gordura (saturada) do leite, reduzindo os riscos para a saúde, essencialmente cardiovasculares, associados ao seu consumo.

“O leite é também um produto relativamente barato, o que é importante numa altura de grandes desigualdades sociais. O leite é democrático, acessível a todas as bolsas”, acrescentou o também diretor do Programa Nacional de Alimentação Saudável.

O responsável lembrou que, recentemente, o leite surge associado ao risco de desenvolvimento de alguns tipos de cancro, quando há um consumo elevado e regular, mas sublinha que esta é apenas uma “hipótese de trabalho que não está validada cientificamente”.

Relativamente à intolerância à lactose, Pedro Graça salienta que sempre houve e continuará a haver, mas o especialista não tem certezas de que esteja a aumentar, a não ser que, no seu conjunto, as alergias têm vindo a aumentar.

“O que não sabemos das alergias é a relação entre o hospedeiro e as substâncias agressoras. O que sabemos é que estamos em mudança do ponto de vista ambiental. Há substâncias novas ligadas ao alimento e à produção alimentar, como conservantes e aditivos, mas também o ar que respiramos. Tudo junto pode originar um conjunto de casos”.

Para o especialista, entre prós e contras, o importante é que os consumidores tenham informação correta e possam, esclarecidamente, fazer as suas escolhas.

EUA
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou uma “nova campanha nacional” contra o cancro, por via da qual pretende...

“Pelos entes queridos que todos perdemos, pela família que ainda podemos salvar, façamos com que os Estados Unidos sejam o país que cura o cancro de uma vez por todas”, disse, na terça-feira à noite, no seu último discurso do Estado da União, proferido diante das duas câmaras do Congresso norte-americano (Câmara dos Representantes e Senado).

Obama colocou à frente da iniciativa o seu vice-presidente, Joe Biden, que fez da luta contra o cancro uma prioridade pessoal desde que, em maio, perdeu o seu filho Beau, de 46 anos, devido a um tumor cerebral.

ASAE
A ASAE fez mais de 500 fiscalizações, no mês de dezembro, no período de Natal e Ano Novo, a “operadores económicos que...

“Durante as ações de fiscalização foram verificadas as condições de higiene, segurança e qualidade dos géneros alimentícios, designadamente normas de comercialização, rotulagem, condições de conservação e armazenagem e ainda questões relativas ao licenciamento, tendo sido instaurados 96 processos de contraordenação”, em 550 operações de fiscalização, adiantou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), em comunicado.

A ASAE declarou ter detetado infrações ao nível de requisitos de higiene, inspeções periódicas a instalações de gás, na entrega de duplicado das reclamações dos utentes ou “falta, inexatidão ou deficiência” na rotulagem, entre outras.

“Foi ainda apreendido cerca de uma tonelada de géneros alimentícios, designadamente produtos cárneos e carnes, queijo, produtos hortícolas, massas alimentícias e similares, produtos de pastelaria, entre outros, no valor aproximado de 6.700 [euros], tendo ainda sido suspensa a atividade de um operador económico”, informou a ASAE.

Viana do Castelo
O serviço de pneumologia do hospital de Viana do Castelo "personalizou" uma aplicação para 'smartphones'...

"Percebemos que tínhamos que adaptar a tecnologia a cada doente para a eficácia do sistema e por outro lado face ao nível cultural baixo dos pacientes selecionados, alguns dos quais nunca tiveram um telemóvel na vida", explicou o diretor do serviço pneumologia, Rui Nêveda.

O projeto de telemedicina, a decorrer há mais de um ano da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), acompanha 15 pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), doença que se estima afetar cerca de 5,3% população portuguesa, sendo o tabagismo a maior causa.

"Era impossível colocar o projeto em prática tal como tinha sido desenhado. Foi preciso simplificar toda a tecnologia, adaptando-a ao doente porque todos são diferentes, tem níveis de escolaridade diferentes, apesar de todos terem uma patologia grave", explicou.

Há 23 anos responsável pela área de pneumologia do hospital da capital do Alto Minho, Rui Nêveda apontou que o "segredo do sucesso" deste projeto passou por "aliar a tecnologia ponta ao conhecimento médico".

A plataforma tecnológica foi desenvolvida por uma empresa especializada, e o "algoritmo criado para cada doente resultou da investigação do corpo clínico".

"O sucesso passou muito pela equipa que está envolvida, que foi a casa de cada um dos 15 doentes conhecer as famílias, perceber as condições em que vivem. O que provamos é que é possível usar tecnologia desde que bem explicada e adaptada ao doente", sublinhou.

Com aquela aplicação "o doente coloca o dedo no oxímetro, e os parâmetros do seu estado de saúde são transmitidos para o sistema, sediado na unidade de cuidados intensivos do hospital, permitindo, em tempo real, a avaliação dos dados", sublinhou.

"Os resultados são excelentes. Há uma redução de 50% de idas ao serviço de urgência e, consequentemente, uma redução em cerca de 70% de internamentos", adiantou Rui Nêveda.

"Isto não é um 'call center'. Não é alguém impessoal que está do outro lado do telefone a dar indicações. Preservamos as relações humanas entre o paciente e o profissional de saúde e, por isso, é um sistema que transmite muita segurança", frisou.

Manuel Gaivoto, de 79 anos, residente na cidade é um dos 15 doentes seguidos naquela unidade e que ainda tem bem presentes as "idas diárias" à urgência.

"Ia tantas vezes ao hospital que só não corriam comigo por pena. Cheguei a ter mais de 70 internamentos. Um dia, o médico disse-me: você fuga daqui porque o ministro da Saúde se vê isto acaba-lhe com a reforma", afirmou brincando com a situação que viveu.

Desde que integrou o projeto, a urgência "é só para casos muito graves", garantindo sentir-se "mais seguro a ser tratado em casa".

"Sinto que tenho a equipa ao pé de mim. A tal ponto que ainda há dias, por ter as mãos frias, ao medir, no oxímetro as saturações de oxigénio, com o dedo frio os valores estavam alterados. O enfermeiro ligou-me logo para casa a saber o que se estava a passar. Nesse aspeto sou um privilegiado", explicou.

A rotina diária de Manuel Gaivota começa com a medição da saturação de oxigénio, da temperatura corporal, da diabetes, da tensão arterial.

"Eu próprio posso controlar a minha doença e mandar os dados para o doutor e os enfermeiros. Este sistema trouxe-me mais qualidade de vida, apesar da doença crónica", rematou.

Os "excelentes" resultados alcançados com a telemonitorização da DPOC levam o serviço de pneumologia a querer alargar a tecnologia aos 260 doentes identificados no Alto Minho.

"Todos têm direito a integrar este projeto mas para isso é preciso uma estrutura mais profissional e mais recursos", apontou.

Atualmente o projeto envolve quatro médicos e 22 enfermeiros dos cuidados intensivos.

Tribunal de Contas
O Serviço de Utilização Comum dos Hospitais ocultou a existência de uma dívida de 17,6 milhões de euros aos centros...

Trata-se de um montante avançado pelos centros hospitalares de Lisboa (Lisboa Norte, Lisboa Central e Lisboa Ocidental) para pagamento de uma dívida bancária acumulada do Somos Compras, ACE, um Agrupamento Complementar de Empresas criado em 2007 sem capital social.

“No final de 2013 os centros hospitalares de Lisboa pagaram 100% da dívida bancária do Somos Compras, ACE, no montante de 19,3 milhões de euros, apesar de deterem apenas uma participação de 9% em contraposição com os 91% que o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) detinha no Somos Compras, ACE”, lê-se no relatório do Tribunal de Contas (TdC).

Segundo o Tribunal, o SUCH “não registou no Balanço de 2013, nem no de 2014, a dívida aos centros hospitalares de Lisboa (17,6 milhões de euros em 2013)”.

A razão para esta ocultação terá sido “possibilitar a contratação de novos empréstimos”.

“Face à ocultação da dívida aos centros hospitalares e a erros e deficiências detetados nas contas do SUCH”, o TdC recomendou que as contas fossem corrigidas, além de ter sido instaurado um processo autónomo de multa ao presidente do SUCH, que procedeu ao pagamento voluntário da multa”.

O relatório indica que a apreciação e aprovação das contas refeitas de 2013 e 2014 tornou visível “um passivo que estava oculto de cerca de 45,5 milhões de euros”.

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