Em Portugal
Uma rede nacional de psicólogos voluntários formados em situações de crise e catástrofe foi criada para apoiar os refugiados em...

Em declarações, o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Baptista, explicou que os psicólogos da rede fazem parte de uma bolsa de 1.000 profissionais que participaram num programa de formação em emergência e catástrofe promovido pela Ordem.

O objetivo é “dotar o país de um recurso adicional de pessoas preparadas para intervir numa série de situações de emergência e catástrofe”, adiantou Telmo Mourinho Baptista, no final da assinatura do protocolo, que decorreu em Lisboa.

“Depois da formação feita”, e com a chegada de refugiados a Portugal, “entendemos que não devíamos ficar por aqui e que seria um desperdício” não colocar “à disposição da sociedade portuguesa o conhecimento adquirido” e a possibilidade de intervir junto destas pessoas, sublinhou.

Nesse sentido, a Ordem dos Psicólogos lançou o desafio ao Alto Comissariado das Migrações que aceitou de imediato a ajuda.

“É um apoio absolutamente importante”, disse Pedro Calado, adiantando que já estão em Portugal 452 refugiados espalhados por 64 municípios.

Pedro Calado contou que o grupo de trabalho que está a operacionalizar a recolocação de refugiados no país pensou inicialmente em seis princípios que “pareciam muito importantes”: Acesso à habitação, à educação e à saúde, apoio alimentar, treino da Língua Portuguesa e acesso ao mercado de trabalho.

Contudo, com a chegada dos primeiros refugiados em dezembro do ano passado, rapidamente se percebeu que “havia um sétimo elemento que era muito importante”, o apoio de saúde mental.

“Muitas destas pessoas que estão a chegar a Portugal (…) vieram da linha da frente de combates” e “assistiram a situações muito dramáticas”, mas também o próprio percurso de chegada à Europa acarreta, muitas vezes, “riscos muito grandes”.

Perante esta situação, “tivemos de falar com as várias associações e instituições” que as estão a acolher, no sentido de as alertar para esta questão da saúde mental”, disse Pedro Calado.

Em geral, salientou, as instituições têm conseguido responder, “mas pontualmente e localmente tem havido um ou outro caso de maior dificuldade” por “inexistência de recursos ou muitas vezes por inexistência de alguém treinado em situações efetivas de trauma”.

Por estas razões, quando o bastonário da ordem “nos desafiou para alavancarmos esta rede de voluntários, imediatamente percebemos a oportunidade que daqui viria”.

“A ideia não é sobrepor àquilo que já é feito localmente”, mas ter “um reforço supletivo de capacidade de resposta” a estas situações, explicou.

Seis meses depois da chegada a Portugal dos primeiros refugiados, Pedro Calado faz “um balanço muito positivo”, afirmando que apenas uma família deixou o país.

“Um dos receios que tínhamos era que as pessoas viriam para Portugal e depois partiriam para outros países europeus e isso não aconteceu".

“Temos visitado algumas famílias e há uma satisfação muito grande, por estarem num país seguro e estável que lhes permite começar a ter um projeto de vida, um projeto de felicidade”, acrescentou.

Estudo
A vacina experimental RTS,S, a mais avançada contra a malária, perde grande parte da sua eficácia após alguns anos, de acordo...

A proteção também diminui mais rapidamente em pessoas que vivem em zonas onde os índices da doença são maiores que a média, dizem investigadores britânicos, cujo estudo foi publicado na revista americana New England Journal of Medicine.

Os resultados sugerem que a capacidade protetora desta vacina varia de acordo com as populações e mostram a necessidade de estudos adicionais para encontrar a maneira mais eficaz de utilizá-la, afirmaram os cientistas.

Atualmente, não existe nenhuma vacina homologada contra a malária, escreve o Sapo. A RTS,S, desenvolvida pelos laboratórios britânicos GlaxoSmithKline, é a vacina experimental que está em estágio de desenvolvimento mais avançado.

A vacina já tinha sido testada num amplo ensaio clínico realizado em sete países africanos, e no ano passado a Agência Europeia de Medicamentos deu uma "opinião científica positiva" para a sua utilização.

O estudo atual, que envolveu 447 crianças com idades entre os cinco e 17 meses, trouxe uma perspetiva diferente.

Cientistas do programa de pesquisa KEMRI-Wellcome Trust em Kilifi, Quênia, dividiram os participantes em dois grupos, um que recebeu três doses da vacina RTS,S e um grupo de controlo, para comparação, que foi vacinado apenas contra a raiva.

Durante o primeiro ano, a taxa de proteção das crianças vacinadas contra a malária foi de 35,9%. Porém, quatro anos depois, essa taxa caiu para 2,5%. Em média, ao longo de sete anos, a vacina foi considerada apenas 4,4% efetiva contra a doença.

Além disso, entre as crianças que eram expostas com mais frequência à malária, causada por um parasita do género Plasmodium e transmitida por mosquitos infetados, o número de casos da doença foi ligeiramente maior no grupo vacinado (1.002 casos) do que no grupo de controlo (992) após cinco anos.

Isso se explicaria pelo fato de que as crianças vacinadas desenvolvem sua imunidade natural mais lentamente do que os que não receberam a vacina, um fenómeno observado em estudos anteriores, de acordo com os investigadores.

A malária matou mais de 400.000 pessoas em 2015, 90% delas na África subsariana e a maioria com menos de cinco anos.

Gordura saudável
Portugal obteve, este ano, a terceira maior produção de azeite no último século, mas o consumo, que se tem mantido estável nos...

Os dados, que apontam para uma tendência de redução do consumo e aumento do preço desta gordura saudável, foram revelados no dia em que é inaugurada a V Bienal do Azeite, que transforma Castelo Branco, na capital do azeite durante três dias.

Segundo a empresa de estudos de mercado AC Nielsen, citada pela Casa do Azeite, o consumo de azeite em Portugal decresceu 1,6% em 2015, em volume, e registou um aumento de 18% em valor.

O preço médio de venda ao consumidor final em 2015 foi de 3,93 euros/kg, mais de 20% acima do preço médio praticado em 2014, escreve o sapo.

Mesmo assim, de acordo com os dados disponíveis no ‘site’ da Casa do Azeite, o consumo tem-se mantido estável nos últimos anos, em torno das 70.000 toneladas, o que representa um consumo ‘per capita’ de 7,0 kg e “uma nítida recuperação comparativamente ao início da década de 90, em que o consumo ‘per capita’ se situava em 2,6 kg”.

Quanto à produção, atingiu na campanha 2015/2016 as 109.052 toneladas, um aumento de cerca de 79% relativamente à campanha anterior e que representa a terceira maior produção em 100 anos, segundo as estatísticas do INE recolhidas pela Casa do Azeite.

O Alentejo manteve-se como a principal região produtora (73% do total), com 79.344 toneladas, seguindo-se Trás-os-Montes (12%), com 13.092 e Ribatejo e Oeste (5,4%), com 5.887 toneladas.

Entre os cinco principais países exportadores de azeite

Portugal encontra-se igualmente entre os cinco principais países exportadores de azeite, tendo vendido ao exterior 129.600 toneladas em 2015, apesar de um decréscimo de 4,4% no volume exportado.

Espanha foi o principal destino da produção nacional, absorvendo 49% do total (63.970 toneladas), seguindo-se o Brasil (25%), Itália (13%) e Angola (3%).

A produção mundial de azeite está concentrada na Bacia Mediterrânica, com oito países europeus a representar quase 70% do total: Espanha, Itália, França, Grécia, Portugal, Chipre, Croácia e Eslovénia.

Os dados provisórios do Conselho Oleícola Internacional, um organismo que representa 95% da produção mundial, sugerem um aumento de 18% para a campanha de 2015/2016 (após as quebras registadas nas duas campanhas anteriores), com um valor estimado de 2.985.500 toneladas.

Espanha continua a ser o maior produtor mundial, esperando-se um total de 1.300.000 toneladas para a campanha de 2015/2016, seguindo-se Itália (350.000), Grécia (300.000) e Portugal (109.052).

Em Portugal
Donald Nuss, um dos cirurgiões pediátricos mais influentes das últimas décadas, ao descrever uma técnica cirúrgica totalmente...

A iniciativa decorre no dia 2 de julho, no Hospital Lusíadas Porto, e conta com a participação de 100 especialistas e de um doente para contar a história na primeira pessoa.

O peito escavado ou pectus excavatum é uma doença que afeta uma em cada 500 pessoas e, escreve o Sapo, é caracterizada por uma deformação das costelas e do esterno, formando uma depressão, sendo quatro vezes mais frequente no sexo masculino.

Estes doentes apresentam geralmente uma postura alterada com consequências que podem incluir intolerância ao exercício físico, dor torácica, falta de ar e ainda repercussões psicossociais.

"A técnica de Nuss, popularizada com o nome do especialista, revolucionou o tratamento da doença em 1997 e é atualmente a cirurgia de eleição, uma vez que permite a correção cirúrgica do Pectus Excavatum sem cicatriz visível. É uma técnica minimamente invasiva que não exige incisão nem remoção de cartilagens ou do esterno", revela Tiago Henriques Coelho, cirurgião pediátrico no Hospital Lusíadas Porto.

E acrescenta: "Este será um evento de grande aprendizagem e partilha de conhecimentos, no qual vão participar especialistas das áreas de Cirurgia Pediátrica, Anestesia, Cardiologia, Dermatologia, Genética, Medicina Física, Pediatria, Pneumologia, Radiologia e Ortopedia. Contaremos ainda com a visão da Enfermagem e com a perspetiva de um doente que foi submetido a esta técnica".

O norte-americano Donald Nuss é atualmente professor emérito do Children's Hospital of The King's Daughters, em Norfolk, Vírginia. A sua abordagem no tratamento do peito escavado foi popularizada em todo o mundo e tornou-se a técnica de eleição para o tratamento cirúrgico desta doença.

Desde a publicação dos seus resultados, Donald Nuss já operou mais de mil doentes e ensinou cirurgiões de todo o mundo.

Saúde escolar
O presidente da Associação Portuguesa de Bioética e professor da Faculdade de Medicina do Porto, Rui Nunes, defendeu a...

“Cada escola será uma escola, mas provavelmente haverá a necessidade de um ou, porventura, mais do que um profissional de saúde dentro dos estabelecimentos ou no agrupamento. Enfim, será uma questão organizativa, mas obviamente tem de haver profissionais para as questões da saúde escolar”, disse Rui Nunes.

O especialista em Bioética falava a propósito da sua participação num seminário sobre Carreiras Especiais para os Não Docentes, que se realiza no auditório da Escola Secundária da Lixa.

Rui Nunes considera que é essencial dar "novos passos para a modernidade”, insistindo na necessidade de, por exemplo, se realizarem rastreios auditivos, visuais e orais.

“É impressionante o número de crianças que ouve mal e nós, sociedade, não temos a noção de que isso acontece. Refiro-me ao rastreio de situações que muitas vezes estão latentes e que passam despercebidas, ao nível da audição, visão, locomoção ou problemas respiratórios, entre outros”, sublinhou.

Na sua intervenção, Rui Nunes irá também dar “um especial enfoque” à necessidade de acolher e integrar as crianças e jovens estudantes com necessidade educativas especiais, com surdez profunda, com autismo ou outros problemas.

“Defendo a ideia de que a escola tem de ser inclusiva, mas para ser inclusiva obviamente têm de existir os profissionais adequados e há um custo social que, obviamente, tem de ser alocado a esta escolha”, disse.

Contudo - sublinhou -, “a minha experiência noutros domínios diz-me que, muitas vezes, não são precisos mais recursos materiais, é uma questão de melhor gestão, melhor distribuição e melhores escolas. Se calhar, com os mesmos recursos podemos fazer mais”.

“Desde logo porque, neste caso, infelizmente, temos uma demografia que ajuda. Ao contrário da saúde, em que a procura é cada vez maior, nas escolas há menos jovens, logo é teoricamente mais fácil resolver os problemas”, frisou.

Segundo Rui Nunes, é preciso apostar “na dimensão preventiva, não só de rastreio e de diagnóstico, mas de prevenção, no fundo, na educação para a saúde, que tem de ser levada à cabo e concretizada por especialistas na matéria”.

O seminário sobre Carreiras Especiais para os Não Docentes é organizado pela Federação Nacional da Educação (FNE) e pelo Sindicato dos Técnicos Superiores, Assistentes Técnicos e Assistentes Operacionais (STAAEZN), que representa os trabalhadores não docentes da zona norte.

A iniciativa conta com a presença do secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, de representantes dos diretores escolares (ANDE e ANDAEP), de deputados dos diferentes partidos, da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) e de autarcas.

“Rede de Rastreio Comunitário”
Mais de 6.000 testes ao VIH/sida e mais de 4.400 à sífilis foram realizados gratuitamente entre agosto do ano passado e março...

Promovida pelo Grupo de Ativistas sobre Tratamentos VIH/sida (GAT), a Rede de Rastreio Comunitário pretende promover o diagnóstico precoce do VIH/sida, hepatites virais e outras doenças sexualmente transmissíveis junto de populações mais afetadas (prostitutas, consumidores de droga, migrantes) e dá a conhecer hoje os resultados finais do projeto.

Os diagnósticos são conseguidos através de um sistema de rastreio em contextos não formais de saúde, assegurando a referenciação para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de todas as pessoas com resultados reativos.

De acordo com os resultados dos rastreios, no total, entre agosto de 2015 e abril deste ano foram feitos 6.046 testes ao VIH, dos quais 118 (2,2%) tiveram resultado reativo. Destes, 79,7% aceitaram a referenciação proposta pela organização.

Na sífilis foram feitos 4.416 testes, 4,2% (160) deles deram resultado reativo, tendo sido encaminhados para referenciação 76,3%.

No caso das hepatites, realizaram-se mais de 5.255 testes, 2.951 para o vírus da hepatite C e 2.129 para a hepatite B, dos quais foram reativos 1,9% e 2,1%, e referenciados 80,8% e 84,1%, respetivamente.

No âmbito da realização dos testes, todos os utentes com mais de 18 anos foram convidados a responder a um questionário com informação sociodemográfica e comportamental, tendo respondido 2.766 utentes (1.699 homens 1.044 mulheres e 23 mulheres transgénero, sendo a faixa dos 24 aos 35 anos a mais representada.

No que respeita às habilitações literárias, 22,8% tinham o 2.º ciclo do ensino básico ou menos, 29,1% completaram o ensino secundário e pouco menos de 30% tinham o ensino superior.

Quase dois terços nasceram em Portugal, sendo que dos restantes, 14,7% tinham nascido num país africano, maioritariamente de língua oficial portuguesa, 8,9% no Brasil e 6% em países europeus.

Quanto ao uso de preservativo nos 12 meses anteriores e na última relação sexual, 58% referiram terem usado este contracetivo (19,1% e 38,9%, respetivamente).

Dos 315 (13,8%) inquiridos que tiveram relações sexuais a troco de dinheiro ou bens, 49 (19%) admitiram não ter usado sempre preservativo.

Quanto a testes anteriores realizados para detetar a presença de infeções, 42,7% dos inquiridos disseram nunca ter feito um teste ao VIH e entre os que o realizaram, 28,6% fizeram-no antes de 2015.

No que respeita às hepatites B e C, 75,4% e 78,4%, respetivamente, nunca tinham realizado testes de deteção da doença. Dos que tinham realizado, 12% e 13,5% tinham-no feito antes de 2015.

Relativamente à Sífilis, os números são ainda mais gritantes, com 88,6% dos inquiridos a assumir nunca ter feito este teste e entre aqueles que referiram já ter realizado o rastreio, 3,7% fizeram-no antes de 2015.

Este projeto pretende manter e expandir a Rede até julho deste ano, tendo atualmente mais de 20 pontos de rastreio em todo o país para a hepatite C, B e sífilis, e testes rápidos do VIH/sida (com resultados em um minuto) disponíveis em todas as organizações que aderiram à Rede.

No final do mês de abril, a rede contava com a participação de 16 organizações com atuação de Norte a Sul do litoral do país, tendo sido formados para a realização do rastreio 65 técnicos.

Nos EUA
As doenças cardiovasculares e o cancro, por essa ordem, continuam a ser as principais causas de morte nos Estados Unidos,...

O estudo compilou informações de mais de 2,6 milhões de mortes ocorridas nos Estados Unidos no ano 2014, os dados disponíveis mais recentes, dos quais pouco mais de 1,2 milhões correspondem a ambas as doenças.

Segundo o relatório dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), as doenças cardiovasculares e o cancro encabeçam a lista em que se seguem problemas respiratórios crónicos, acidentes, derrames cerebrais, Alzheimer ou diabetes.

As principais 15 causas de morte nos Estados Unidos mantiveram-se inalteradas face a 2013, de acordo com o estudo dos CDC, que sinalizou que persistem disparidades entre os diferentes grupos étnicos em algumas causas de morte, como sucede com o VIH.

Universidade do Porto
O Grupo de Infeção e Sepsis, organização que atribui este galardão, premiou com uma bolsa no valor de 10 mil Euros o projeto ...

O projeto de investigação vencedor da bolsa de Investigação em Micologia Clínica será trabalhado por Sofia Costa de Oliveira, Ana Pinto e Silva, Isabel Marco Miranda, Cidália Pina Vaz e Acácio Gonçalves Rodrigues, do Serviço de Microbiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

A equipa de investigadores vai aprofundar os estudos sobre o conhecimento dos mecanismos de resistência das equinocandinas. “As equinocandinas promovem a redução de um componente fundamental da parede fúngica que é o glucano. No entanto, alguns fungos têm a capacidade de compensar essa diminuição produzindo mais quitina, o que torna o tratamento com equinocandinas ineficaz. Acreditamos que existe possibilidade de modular esse mecanismo de escape à ação do antifúngico, potenciando deste modo o seu efeito” avança Sofia Costa de Oliveira, investigadora principal do trabalho.

“Se conseguirmos uma resposta positiva numa melhor utilização dos tratamentos já existentes na infeção fúngica, podemos estar a dar uma resposta que pode significar ganhos para o Serviço Nacional de Saúde, na medida em que não terão de investir em investigação de novas moléculas para tratamento destas doenças. Por vezes, cabe-nos a nós potenciar as moléculas já existentes para aumentar a sua eficácia no tratamento. Os medicamentos já existentes têm ainda muito potencial para serem explorados. Os resultados obtidos com este projeto irão fornecer dados valiosos que permitirão o desenho de novas estratégias terapêuticas para ultrapassar a problemática da resistência ou tolerância às equinocandinas, pelos fungos patogénicos, com implicações na Saúde Pública, Biotecnologia e Agricultura.”, explica Sofia Costa de Oliveira.

Apesar de todos os esforços já desenvolvidos, a mortalidade por candidemia pode chegar aos 40%. Doentes com o sistema imunitário debilitado têm um elevado risco de desenvolver infeção fúngica invasiva, sendo que o número de pessoas que registam esta doença fúngica pode mesmo chegar aos 200 mil casos por ano.

Esta bolsa de investigação foi criada para uma melhor resposta na área da micologia e no tratamento dos fungos que afeta muitas pessoas, especialmente em ambiente hospitalar, por se encontrarem já muito fragilizadas. 

Health4Moz
A 6ª Missão da Health4MOZ, leva perto de uma dezena de médicos portugueses em missão com o objetivo de diminuir os números da...

Os médicos portugueses voltam a Moçambique, este mês, em missão de voluntariado, com o objetivo de intervir ativamente na zona de Nampula e Maputo. Nesta missão da Health4Moz a vigilância na gravidez, a assistência ao parto, o suporte básico de vida e as técnicas de laboratório serão as principais áreas de atuação, justificadas pela elevada taxa de mortalidade infantil registada em Moçambique.

Os técnicos de saúde portugueses juntam-se novamente no sentido de melhorar as condições de assistência médica neste país, onde a expectativa de vida é de 49 anos. Com o apoio de simuladores de tecnologia de ponta vão transmitir os seus conhecimentos a alunos, a jovens recém-licenciados e a profissionais no terreno, em ações de formação de forte componente prática.

A Health4Moz é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos e já deu apoio a mais de 500 técnicos de saúde, entre os quais, médicos (de clínica geral e familiar e de outras especialidades como ginecologia, pediatria, cardiologia), enfermeiros e, ainda, um farmacêutico e dois médicos dentistas.

Nos últimos três anos, em parceria com a Universidade de Lúrio (UniLúrio) e com o Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU), a Health4Moz tem vindo a desenvolver uma forte intervenção em Moçambique, onde os indicadores de saúde estão muito aquém da maioria dos seus vizinhos africanos, sendo considerado um dos mais baixos a nível mundial.

O apoio financeiro que suporta estas missões resulta das iniciativas realizadas ao longo do ano nas mais diversas áreas e de variadas formas, desde as artes plásticas ao setor empresarial.

Esta 6ª missão conta com o apoio da VISABEIRA, parceiro da Health4MOZ desde o início e da Sociedade Comercial C. Santos (Mercedes), que organizou um jantar solidário cujo valor reverteu integralmente a favor da Helth4MOZ e do IPO Porto.

A decorrer até 2019
Foram aprovadas 12 candidaturas que recebem financiamento para projetos de investigação que vão decorrer até 2019.

A Universidade da Beira Interior (UBI) viu aprovados 12 projetos de investigação PTDC, que têm gestão e financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e COMPETE. Os projetos terão uma duração de três anos, terminam em 2019, e uma dotação de 918.374 euros.

Deste conjunto, sete são liderados pela UBI e os restantes vão funcionar em consórcio com outras instituições, nomeadamente as universidades de Aveiro, Lisboa, Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro e a FARM ID – Associação da Faculdade de Farmácia.

A área da saúde teve o maior número de candidaturas aprovadas, num total de cinco. Segue-se engenharia informática com quatro, engenharia mecânica com três e uma de ciências sociais e humanas.

Os resultados do PTDC conhecidos agora mostram francas melhorias face aos dois concursos anteriores. Em 2010 foram também aprovados 12 projetos, com liderança na UBI em sete, mas com um financiamento global de aproximadamente metade: 569.358 euros. Em 2012, a UBI esteve envolvida em sete projetos apoiados – com um montante de 276.296 euros –, tendo coordenado dois.

“As aprovações de projetos deste ano estão dentro da média das outras instituições, mas temos de aumentar a taxa de sucesso porque temos o potencial para isso”, considera Paulo Moniz, vice-reitor para Área da Investigação. O também responsável do Instituto Coordenador de Investigação (ICI) considera que “é muito importante ter projetos da FCT, quando contribuem com quase um milhão de euros”.

No futuro, Paulo Moniz deseja “ter mais projetos e consequente transferência de conhecimento e tecnologia, na forma de patentes, e parcerias com empresas, em programas doutorais e de mestrado”. O vice-reitor conclui: “Darei todo o apoio que for necessário. Neste momento temos estes 12 e serão acarinhados com toda a devoção que possamos dar. Aceitamos todos estes desafios e tenhamos confiança na UBI”.

Médicos Sem Fronteiras
Cerca de 60 mil refugiados sírios, metade deles crianças, estão encurralados numa faixa desértica na fronteira da Jordânia com...

Num comunicado, a diretora de operações dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), Benoit De Gryse, apelou à retoma "imediata e urgente" do apoio humanitário e à criação de garantias de proteção internacional.

A ajuda foi suspensa a 21 deste mês na sequência de um ataque suicida na região, que matou sete soldados jordanos e 14 outros feridos.

Desde então que o campo de refugiados improvisado na região, também conhecida por "Berma", não dispõe de alimentos ou de assistência médica e a quantidade de água potável está "muito limitada"

"Essas pessoas - das quais mais da metade são crianças - precisam desesperadamente do retorno imediato do fornecimento de alimentos, água e assistência médica. Isso não pode demorar", disse De Gryse.

"No entanto, a assistência por si só não é suficiente. As pessoas que fogem das guerras deveriam receber proteção internacional e ter a perspetiva de um lugar com segurança para se realocarem. Nem a Síria nem a fronteira são locais seguros agora", sublinhou diz De Gryse.

Para a responsável dos MSF, trata-se de uma "responsabilidade coletiva" para tentar ultrapassar a "tremenda falha" da comunidade internacional.

"A Jordânia não pode arcar sozinha com as consequências da guerra na Síria. Há muitos países dentro e fora da região que deveriam oferecer um lugar seguro para os refugiados", apelou.

Antes de ser forçada a suspender suas atividades, depois do ataque, os MSF mantinham desde 16 de maio uma clínica móvel de saúde para atender os refugiados na região, tendo, desde então, assistido 3.501 pessoas, em que os principais problemas de saúde eram doenças de pele, diarreia e desnutrição.

Segundo os MSF, das 1.300 crianças menores de cinco anos diagnosticadas com desnutrição, 204 sofriam de desnutrição moderada e 10 desnutrição severa. Além disso, 24,7 por cento das crianças atendidas pela equipa médica dos MSF apresentava diarreia aguda.

"As condições antes da suspensão da ajuda eram extremamente difíceis e muitos dos pacientes atendidos pela nossa equipa contaram que se mudaram para essa área tão inóspita porque enfrentavam níveis altíssimos de violência e insegurança", relatou De Gryse.

"A ideia de que existem, na Síria, áreas seguras para onde essas pessoas possam retornar não faz sentido. Isso não é uma opção. Ficar no acampamento também não. A área não é segura para ninguém, especialmente para milhares de mulheres e crianças. Os países com capacidade para recebê-las não deveriam virar as costas. É urgente que ofereçam asilo aos refugiados", concluiu De Gryse.

Estudo
Um estudo recente demonstra que, para os homens, há um fator decisivo na hora de escolher a utilização do preservativo ou não:...

Um estudo das Universidades de Bristol e Southampton, publicado no British Medical Journal, revela que a vontade de um homem usar preservativo numa relação sexual casual varia consoante a beleza física da parceira.

A investigação foi feita com base numa amostra pequena: 51 homens entre os 19 e os 61 anos.

Os investigadores convidaram os homens heterossexuais a avaliar fotos de 20 mulheres diferentes e a dizer com as quais concordariam ter sexo sem proteção, escreve o Sapo. Segundo as conclusões do estudo, para os homens, quanto mais atraente fosse a mulher, menores seriam as hipóteses de terem uma doença sexualmente transmissível e portanto maior seria a probabilidade de se deitarem com as mesmas sem proteção.

O estudo conclui que, de maneira geral, as pessoas tendem a associar a boa aparência à saúde.

No entanto, as doenças sexualmente transmissíveis são democráticas: afetam feios, bonitos, pobres e ricos.

O inquérito demonstrou que, em média, os homens perdem a virgindade aos 18, sendo que o participante mais precoce perdeu aos 14 e o mais velho aos 30.

No que toca ao número de parceiras sexuais, um homem tem em média nove, sendo que o máximo de parceiras registado pelo estudo foram 60.

Estudo
A utilização de células estaminais em transplantes que visam tratar doenças do sangue (leucemias e alguns géneros de anemias) e...

Um estudo publicado pelo banco público de células estaminais de Nova Iorque reforça a importância das células estaminais hematopoiéticas no tratamento eficaz de mais de 80 patologias e dá relevo aos descobrimentos nesta área.

“A investigação científica no campo das células estaminais está a produzir resultados a um ritmo alucinante. Praticamente todos os meses são divulgados novos estudos sobre possíveis avanços científicos relativamente à utilização deste recurso no tratamento ou reversão de diferentes patologias”, explica Patrícia Cruz, diretora do Banco de Tecidos e Células - Laboratório Cytothera.

Neste momento estão a ser efetuados estudos que comprovam o alargamento do espetro de ação e aplicação das células estaminais hematopoiéticas, apontando-as como um fator decisivo no tratamento de doenças como a paralisia cerebral, o autismo, diabetes tipo 1 e displasia broncopulmonar, escreve o Diário Digital.

Outro tipo de células estaminais cujos avanços têm sido notáveis são as células estaminais mesenquimais que, utilizadas em conjunto com as já referidas células estaminais hematopoiéticas, potenciam o sucesso dos transplantes alogénicos (em que existe grande risco de rejeição do transplante no paciente).

Existem, de momento, mais de 400 estudos que visam comprovar e aprofundar as possibilidades de atuação das células mesenquimais em casos de diabetes, colite ulcerosa, cirrose hepática, cardiomiopatias, esclerose múltipla, lúpus e doença do enxerto contra o hospedeiro.

Estes avanços reforçam a importância da criopreservação das células estaminais do tecido e do sangue do cordão umbilical, garantindo o futuro do bebé e permitindo que este tenha à sua disposição um recurso promissor no tratamento de um leque cada vez mais alargado de patologias.

Estudo
Os cães podem ser grandes parceiros de pacientes com diabetes; e se treinados, são capazes de alertar sobre quadros iminentes...

Os nossos companheiros caninos possuem cerca de 25 vezes mais recetores olfativos do que nós. Se tivéssemos essa capacidade, poderíamos perceber uma colher de chá de açúcar dissolvida em duas piscinas olímpicas. Tamanha sensibilidade permite que os cães avisem quando os níveis de açúcar no sangue estão baixos.

Pessoas com diabetes tipo 1 podem ter tremores, desorientação e fadiga quando passam por hipoglicemia. Se não receberem glicose rapidamente, escreve o Diário Digital, o quadro pode avançar para convulsões e até mesmo perda de consciência. Alguns pacientes sofrem ataques repentinos, e os cães ajudam a evitar esses casos, alertando os seus donos ao realizar uma tarefa predeterminada, como latir, deitar ou colocar a pata sobre um dos ombros.

Mas como é que eles sabem que os seus donos precisam de ajuda? Um estudo da Universidade de Cambridge e do Instituto de Ciência Metabólica da Wellcome Trust finalmente encontrou a resposta: cães conseguem identificar um químico natural presente na respiração humana, o isopreno.

Os cientistas conduziram um estudo com oito mulheres que possuem diabetes tipo 1 e, sob condições controladas, reduziram os níveis de açúcar no sangue delas. Utilizando espectrometria de massa, eles procuraram por assinaturas químicas para detetar a presença de moléculas específicas.

Ao observar os dados, os cientistas descobriram que os níveis de isopreno subiram significativamente durante a hipoglicemia – em alguns casos, chegavam a duplicar. Eles acreditam que o isopreno é um subproduto da produção de colesterol; mas ainda não sabem ao certo porque a sua presença aumenta quando os níveis de açúcar caem.

Com esta descoberta, os pesquisadores pretendem desenvolver novos sensores médicos que poderiam realizar a mesma tarefa dos cães. Além disso, um dispositivo desse tipo poderia substituir a atual glicemia capilar, o teste da picada no dedo.

É importante também não superestimarmos as habilidades dos cães em detetar doenças. Eles parecem ser muito bons em indicar certos tipos de cancro (como cancro urológico e da mama), além da diabetes. Porém, muitas das pesquisas relacionadas com essas habilidades caninas ainda estão nos seus primeiros estágios. Alegações de que cães conseguem farejar cancro do pulmão, colorretal e até mesmo a doença de Parkinson ainda estão sob investigação e longe de serem provadas.

Ainda assim, é um tipo de pesquisa muito promissora que pode levar a novas descobertas científicas e novas tecnologias.

Estudo
Cientistas britânicos anunciaram um tratamento potencialmente revolucionário no tratamento de tumores cerebrais, que tem como...

Geoff Pilkington e Richard Hill, da Universidade de Portsmouth, no sul do Reino Unido, apresentaram as conclusões da sua pesquisa numa convenção para especialistas em tumores cerebrais, em Varsóvia (Polónia).

Os cientistas argumentam que o composto “IP1876B”, cuja fórmula tem ainda dois ingredientes não revelados, mostrou em testes ser 10 vezes mais eficiente no combate aos tumores do que qualquer combinação de drogas já conhecida. Todos os componentes, segundo os cientistas, já são aprovados para uso clínico, escreve o Diário Digital.

Os testes foram feitos usando células cancerosas de adultos e crianças. Neles, o “IP1876B” matou as células comprometidas sem ter efeito sobre células normais. E um dos grandes trunfos da nova fórmula - que combina os dois ingredientes com aspirina líquida - desenvolvida em parceria com a companhia Innovate Pharmaceuticals, é que esta aumentou de forma significativa a habilidade das drogas de cruzar a barreira hematoencefálica, uma membrana que protege o cérebro, mas que também bloqueia o caminho de muitas drogas anticancerígenas mais convencionais.

Outro obstáculo importante que Pilkington e Hill parecem ter superado é o desenvolvimento de uma forma verdadeiramente líquida de aspirina.

As alternativas atualmente no mercado não são totalmente solúveis e ainda contêm resíduos que podem causar efeitos colaterais gástricos.

Pilkington e Hill dizem que os resultados dos testes sugerem que o “IP1876B” pode ser altamente eficaz contra o glioblastoma, uma das formas mais agressivas de tumor cerebral e que normalmente mata pacientes por ano. Mas o composto ainda precisa de mais testes para determinar se pode ser usado com segurança em humanos.

“Temos uma potencial alteração crucial na pesquisa sobre tumores cerebrais e isso mostra que ciência bem financiada pode conseguir. É a mesma ciência que vai permitir um dia que encontremos a cura para essa doença devastadora”, diz Sue Farrington Smith, directora da Brain Tumour Research, ONG que arrecada fundos para pesquisas em tumores cerebrais.

Estudos concluem
Dois estudos do Instituto Gulbenkian de Ciência concluíram, numa experiência com células de ratinhos, que a resistência de...

Os investigadores Paulo Durão e Ricardo Ramiro, do Grupo de Biologia Evolutiva, coordenado pela cientista Isabel Gordo, descobriram que "a adaptação de bactérias ao sistema imune influencia o espetro de resistência a antibióticos", a ponto de as bactérias se tornarem "mais resistentes a alguns antibióticos, mas também mais sensíveis a outros", refere o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) em comunicado.

Os cientistas usaram, como modelo de bactéria, estirpes benéficas da E. coli, que habita no intestino, mas em que "muitas mutações" genéticas que lhe dão resistência a antibióticos "são muito parecidas às que aparecem em bactérias patogénicas", que causam doenças como a tuberculose, explicou Paulo Durão.

O investigador e outros colegas estudaram "a capacidade de bactérias resistentes a vários antibióticos de sobreviverem" na presença das células imunitárias que "respondem primeiro à infeção bacteriana", assinala a nota do IGC.

Estas células chamam-se macrófagos e são capazes de reconhecer e matar microrganismos.

O ponto de partida de Paulo Durão foi perceber como é que uma bactéria multirresistente a um antibiótico se comporta em contacto com os macrófagos.

O cientista utilizou estirpes de E. coli com mutações genéticas que lhe dão resistência aos antibióticos rifampicina e estreptomicina, em culturas de macrófagos de ratinhos.

Os investigadores "observaram que estas bactérias poderiam sobreviver melhor dentro dos macrófagos do que as bactérias não resistentes" aos dois antibióticos.

Paulo Durão propõe-se, de futuro, confirmar a conclusão num modelo de ratinho 'in vivo' e com uma bactéria má para o organismo.

Ricardo Ramiro quis saber o que acontece quando as bactérias se tornam resistentes ao sistema imunitário.

O investigador e outros elementos do mesmo laboratório 'forçaram', em experiências 'in vitro' e 'in vivo' com ratinhos, estirpes de E. coli a "evoluírem na presença de macrófagos", esclarece o IGC, acrescentando que as bactérias se tornaram, por isso, "capazes de sobreviver melhor dentro dessas células".

Como consequência, as bactérias, "inicialmente sem qualquer resistência a antibióticos, tornaram-se mais resistentes a uma classe específica de antibióticos, os aminoglicósidos, e mais sensíveis a outras classes de antibióticos", nomeadamente as tetraciclinas.

No caso de as bactérias serem mais sensíveis a antibióticos, tal significa que serão mais facilmente mortas por estes medicamentos.

Ricardo Ramiro explicou que o grupo observou que a população de bactérias E. coli diminuiu em ratinhos tratados com antibióticos para os quais essas bactérias eram mais sensíveis e, em contrapartida, aumentou quando os roedores receberam antibióticos para os quais as estirpes de E. coli eram mais resistentes.

Para o investigador, o estudo pode dar pistas para se "tentar perceber qual é o antibiótico que funciona melhor, para tratar uma determinada infeção" bacteriana, atendendo ao aumento da resistência das bactérias aos antibióticos.

O próximo passo será ver como bactérias patogénicas, como as que provocam infeções pulmonares e urinárias, interagem com o sistema imunitário.

Os resultados das investigações foram publicados nas revistas científicas Antimicrobial Agents and Chemotherapy e Evolutionary Applications.

Estudo
Um estudo realizado pela Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos conclui que 40,5% destes profissionais apresenta sinais de...

O estudo, feito a partir de um inquérito em que participaram 1.577 médicos (20% do total de inscritos na secção - 8.042), refere que 40,5% tem sinais de exaustão emocional, 17,1% dos médicos apresenta despersonalização (atitudes negativas, cinismo, insensibilidade e irritação) e 25,4% não realização profissional.

Sete em cada cem dos inquiridos apresentam sinais de ‘burnout’ elevado (conjugação de exaustão, despersonalização e não realização profissional), sendo que, desses, mais de metade têm idades compreendidas entre os 26 e os 35 anos, aponta o estudo.

O estudo identificou ainda que 24,5% dos profissionais de saúde obtiveram pontuação elevada na escala de depressão, 16,5% na escala de ansiedade e 16,4% de stress.

Dos inquiridos, 14,6% "é ou já foi acompanhado em consultas de psiquiatria" e um em cada dez é ou já foi acompanhado em consultas de psicologia clínica.

A doença crónica mais referida no inquérito da SRCOM é a hipertensão arterial (17,4%), seguindo-se de asma (14,2%) e diabetes (6,5%).

Apenas 11,8% dos médicos pratica meditação ou técnicas de relaxamento e 44% afirma que pratica uma atividade desportiva.

O estudo sugere que mulheres e profissionais na faixa dos 36 aos 45 anos apresentam valores de exaustão emocional mais elevados.

O presidente da secção regional da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, afirma que estava "à espera de resultados desta dimensão", contando que nas várias visitas que faz na região Centro encontra "o impacto do ‘burnout' nos médicos".

Para Carlos Cortes, "todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde estão expostos ao risco de ‘burnout', em maior ou menor grau".

"Ninguém está imune", alertou, considerando que, "se não houver uma reversão muito rápida", promovida pela própria tutela, poderão surgir "situações muito gravosas", que afetam a própria qualidade e eficiência do serviço prestado nos hospitais e centros de saúde do país.

Segundo o presidente do Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos (SRCOM), o estudo foi também realizado com o intuito de se fazer um "levantamento do problema e criar um dispositivo para prevenir o ‘burnout'" e instrumentos para tratar os médicos que sofrem desta doença.

O estudo desenvolvido pela secção decorreu de janeiro a dezembro de 2015, tendo sido realizadas sete sessões de sensibilização em diferentes locais da região Centro sobre fatores que potenciam o ‘burnout’ e estratégias de prevenção do mesmo.

63,2% dos médicos presentes no estudo são mulheres e a idade média da amostra é de 42,83 anos.

A participação foi voluntária e anónima e foram utilizados instrumentos de medida "internacionais", permitindo que o estudo "possa ser usado do ponto de vista científico", frisou Carlos Cortes.

Estudo
Um estudo da Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos centrado na problemática do ‘burnout' conclui que 18,7% dos...

O estudo, que abrangeu 1.577 médicos (20% do total de médicos inscritos na secção), refere que 15,9% dos inquiridos trabalha 60 a 80 horas por semana, 2,8% mais de 80 horas e 53,2% entre 40 a 60 horas, sendo que mais de metade dos profissionais que participou no estudo faz serviço de urgência.

Os médicos de medicina geral e familiar são os que apresentam mais sinais de ‘burnout’ nas suas três dimensões (exaustão, despersonalização e não realização profissional), seguindo-se os profissionais de medicina interna, cirurgia geral e neurologia, aponta o estudo.

Os médicos mais novos apresentam níveis mais elevados de exaustão emocional, bem como aqueles que trabalham mais de 40 horas e os profissionais que realizam trabalho noturno e serviço de urgência.

Os resultados do estudo sugerem que os profissionais da zona Centro que têm atividade médica hospitalar e que trabalham em instituições públicas apresentam maiores níveis de exaustão.

"Tem havido uma pressão crescente sobre os médicos e profissionais de saúde" em torno de questões "que têm muito pouco a ver com a ideia que os médicos têm da sua profissão", disse o presidente da secção regional da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.

A pressão para uma "produção desenfreada de dados médicos", o "excesso de burocratização do Serviço Nacional de Saúde", a sua desorganização, a falta de "meios complementares de diagnóstico, de meios farmacológicos e de recursos humanos", bem como as "disfuncionalidades dos sistemas informáticos" vêm dificultar o trabalho do médico e potenciar situações de ‘burnout', sublinhou.

Segundo Carlos Cortes, a carga horária e de trabalho a que os médicos estão sujeitos têm uma "implicação imediata", considerando que o facto de haver cerca de 20% dos médicos a trabalhar mais de 60 horas é "um dado que tem de obrigar o Ministério da Saúde a refletir".

Para o responsável da Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos (SRCOM), o fenómeno do ‘burnout' foi amplificado com a crise económica d "a desorganização que reina no Serviço Nacional de Saúde tem um impacto muito negativo sobre os médicos".

O estudo, que alerta para o facto de 40% dos médicos apresentarem sinais de exaustão emocional, vem "mostrar à tutela que tem responsabilidade”.

“Isto não é uma gripe que se apanha. A tutela tem a obrigação de saber combater este problema", salientou, alertando que todos os profissionais de saúde estão expostos ao risco de ‘burnout'.

O estudo, que decorreu de janeiro a dezembro de 2015, vai agora ser divulgado às entidades.

A secção regional oferece a sua "disponibilidade" para colaborar na criação de mecanismos de prevenção do ‘burnout' nos profissionais de saúde, juntamente com a tutela.

De acordo com Carlos Cortes, serão também necessários "mecanismos de maior discrição e de maior proximidade entre o médico e quem o irá tratar", para que este não seja exposto e não tenha de recorrer ao serviço de psiquiatria no local onde trabalha.

"Os médicos estão conscientes deste problema e de que têm de ajudar a resolvê-lo", realçou, considerando que a diminuição de situações de ‘burnout' também levará a incrementos da própria eficiência do Serviço Nacional de Saúde.

Relatório revela
Cerca de 3.200 crianças e jovens que se encontravam em instituições de acolhimento em 2015 tinham problemas de comportamento,...

Segundo o Relatório de Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens – CASA 2015, dos 8.600 menores institucionalizados no ano passado, 3.258 (37,8%) apresentavam problemas comportamentais, mais 1.094 do que em 2014.

Mais de metade (51%) dos jovens com este padrão de comportamento (1.670) tinha entre os 15 e os 17 anos, mais 510 do que em 2014.

Esta problemática também assume “relevância significativa” nas faixas etárias dos 12-14 anos e 18-20 anos, ambas com 20% das situações.

O relatório classifica esta problemática em três dimensões: comportamentos ligeiros (uso da mentira para evitar obrigações, fugas breve e intimidações), comportamentos médios (pequenos furtos, destruição de propriedade sem grandes prejuízos, agressões físicas) e comportamentos graves (roubos, utilização de armas brancas e destruição de propriedade com prejuízos consideráveis).

“Os problemas de comportamento de tipo ligeiro são claramente predominantes” (69% das crianças e jovens, de forma mais evidente na faixa dos 15-17 anos (47% das situações definidas como ligeiras)”, sublinha.

Já os comportamentos com uma gravidade média representam 29% do total e os graves 4%.

"Os problemas de comportamento de tipo ligeiro são claramente predominantes, estando identificados em 69% das crianças e jovens, de forma mais evidente na faixa dos 15-17 anos (47% das situações definida como ligeiras)", refere o relatório do Instituto da Segurança Social (ISS).

Para a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, esta situação coloca “o grande desafio” de se proceder a “uma melhor articulação” com saúde.

Muitos destes jovens tiveram percursos de vida difíceis e “precisam de acompanhamento na área da saúde mental” para poderem “reencontrar o seu equilíbrio”, disse Ana Sofia Antunes num encontro com jornalistas no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A governante destacou ainda o aumento de 38%, em 2015, das situações de jovens que apresentam comportamento antissociais.

Presente no encontro, um técnico do ISS defendeu que os jovens precisam de uma "resposta adequada" ao seu problema, que já não se pode basear "em casa, comida e roupa lavada".

Terá que haver um "reestruturação do serviço de acolhimento", defendeu o técnico, adiantando que a rede está a ter "algumas dificuldades" em receber estes jovens com necessidades específicas.

Os autores do relatório também analisaram o acompanhamento prestado em termos de saúde mental (pedopsiquiátrico e psicológico) às crianças e jovens e o recurso a medicação psicotrópica, verificando que 1.214 beneficiam de “acompanhamento irregular, ou a nível psicoterapêutico ou a nível psiquiátrico (ou ambos)”.

Verificaram ainda que 5.032 situações são acompanhadas regularmente em pedopsiquiatria ou psicoterapia (ou em simultâneo) e que foi prescrita medicação a 2.014 crianças, o que corresponde a 23,4% das crianças em situação de acolhimento.

Os autores do relatório também analisaram o acompanhamento prestado em termos de saúde mental (pedopsiquiátrico e psicológico) às crianças e jovens e o recurso a medicação psicotrópica, verificando que 1.214 beneficiam de “acompanhamento irregular, ou a nível psicoterapêutico ou a nível psiquiátrico (ou ambos)”.

Verificaram ainda que 5.032 situações são acompanhadas regularmente em pedopsiquiatria ou psicoterapia (ou em simultâneo) e que foi prescrita medicação a 2.014 crianças, o que corresponde a 23,4% das crianças em situação de acolhimento.

União Europeia
A Comissão Europeia propôs a renovação da licença para a utilização do herbicida glifosato, até final de 2017, no máximo, prazo...

A decisão de Bruxelas de autorizar, até no máximo o final do próximo ano, o uso do glifosato, resulta da falta de uma decisão, por maioria qualificada, entre os 28 Estados-membros, sobre o uso do herbicida na União Europeia (UE).

Assim, considerando o parecer da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar e das agências nacionais dos Estados-membros, Bruxelas decidiu renovar temporariamente a licença.

"Até final de 2017, é esperada uma opinião adicional sobre as propriedades da substância ativa por parte da Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA)", segundo um comunicado de imprensa de Bruxelas.

A Comissão Europeia propôs ainda aos Estados-membros que restrinjam as condições de uso do glifosato na UE, incluindo a proibição do uso de taloamina, que potencia o efeito do herbicida, nos subprodutos, o reforço do controlo do uso antes das colheitas e ainda minimizar a utilização em áreas específicas, como parques públicos e parques infantis.

Em Portugal, uma petição a favor da proibição do herbicida já reuniu 15 mil assinaturas.

A Quercus, uma das entidades que é contra a utilização do glifosato, lançou uma campanha a incentivar as autarquias a deixar este produto, tendo obtido a adesão de seis municípios, incluindo Porto e Braga, e 14 freguesias.

Depois dos alertas, o Ministério da Agricultura anunciou que iria retirar do mercado a taloamina e todos os produtos fitofarmacêuticos que contenham aquela substância, por constituírem um risco grave para a saúde humana, para a animal e para o ambiente.

Todavia, no mês passado o ministro da Agricultura indicou, em Bruxelas, que Portugal deveria abster-se na votação em sede do comité de peritos, pois os "dados científicos são contraditórios".

Dados divulgados pela imprensa, em abril, referiam que, pelo menos 89 câmaras municipais usam o pesticida para tratamento de vias públicas e que, em 2014, foram vendidas em Portugal cerca de 1.600 toneladas do produto.

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