Estudo
Um estudo prova que a adoção de uma dieta mediterrânica rica em azeite virgem promove os efeitos do colesterol HDL na proteção...

O estudo foi levado a cabo por investigadores conduzidos pela cientista Montserrat Fitó do Instituto de Estudos Médicos do Hospital del Mar em Barcelona, em Espanha.

A investigação pretendeu analisar os efeitos de uma dieta mediterrânica rica em azeite virgem e frutos secos na potencialização do bom colesterol (HDL).

Os investigadores contaram com a participação de 296 pessoas, com uma média de idades de 66 anos e com elevado risco de doença cardíaca. Os participantes foram divididos em três grupos e foi atribuída uma dieta diferente a cada grupo durante cerca de um ano, escreve o Sapo.

Uma das dietas consistia numa dieta mediterrânica tradicional com quatro colheres de sopa diárias de azeite virgem. A segunda dieta era igual à anterior, mas sem azeite e com frutos secos. A terceira dieta incluía doses de carne vermelha, laticínios, alimentos processados e doces. As três dietas continham fruta, legumes, leguminosas, peixe e carne branca.

Os participantes foram submetidos a análises de sangue no início e fim do estudo de forma a medir os níveis de colesterol HDL e LDL (mau colesterol). Embora nenhuma das três dietas tenha produzido aumentos significativos nos níveis de colesterol HDL, as duas dietas mediterrânicas melhoraram a sua função, tendo sido essa melhoria mais acentuada na dieta que incluía o azeite virgem.

Embora a terceira dieta incluísse também fruta e legumes, tal como as dietas mediterrânicas, a mesma teve um impacto negativo sobre as propriedades anti-inflamatórias do colesterol HDL. Essa redução da atividade do HDL está associada a um maior risco de doença cardíaca.

 

Dessa forma, os investigadores concluem que uma dieta rica em azeite virgem pode proteger a saúde cardiovascular ao otimizar o impacto do bom colesterol no organismo.

Estudo
Um estudo revela que ser canhoto ou destro não está diretamente relacionado com o cérebro, tal como muitos cientistas...

Um estudo revela que ser canhoto ou destro não está diretamente relacionado com o cérebro, tal como muitos cientistas acreditavam até aqui, mas sim com a medula espinal, conta o El Espãnol. Teorias anteriores consideram que a tendência para escrever e executar tarefas com a mão esquerda ou direita já se consegue observar no útero da mãe, às oito semanas de gestação, através dos movimentos da mão e do braço do bebé. Até agora sempre se acreditou, segundo o Observador, que esses movimentos partiam do córtex cerebral: era a partir daí que eram enviados sinais para a medula espinal, encarados como uma ordem de movimento.

A mais recente investigação, publicada no eLife, vem contrariar esta certeza. De acordo com dados revelados pelos investigadores, o córtex cerebral não está ligado à medula espinal desde o princípio da formação dos fetos e, mesmo antes de todas as ligações estarem desenvolvidas, os movimentos das mãos no útero já são evidentes. Por isso, a tendência para ser esquerdino ou destro não está relacionada com o cérebro, mas sim com a medula espinal. Para comprovar esta hipótese, os investigadores analisaram os genes presentes na medula espinal entre a oitava e a décima segunda semanas da gravidez, quando os segmentos da coluna vertebral que controlam o movimento se desenvolvem.

 

O estudo foi levado a cabo pela Universidade alemã de Ruhr Bochum, em colaboração com o Instituto Max Planck de Psicolinguística, com a Universidade de Radboud nos Países Baixos e com o Centro de Investigação Wellenberg, da Universidade de Stellenbosch na África do Sul.

Banco Farmacêutico
Os portugueses doaram 14 mil medicamentos e produtos de saúde, num valor estimado em 56.000 euros, a utentes de 100...

A IX jornada de recolha de medicamentos, que se realizou no passado sábado, contou com a participação de 220 farmácias de 16 distritos do país, de 600 voluntários e de milhares de portugueses.

Em declarações, a porta-voz do Banco Farmacêutico, Ana Formigal, fez um balanço muito positivo da iniciativa que recolheu mais 3.500 medicamentos face ao ano anterior.

Também aumentou o número de farmácias aderentes (mais 56), o número de voluntários (mais 100), o número de instituições apoiadas (mais 10).

“Estamos muito felizes porque, mais uma vez, se comprovou a generosidade dos portugueses e de todos os intervenientes neste processo”, que se traduziu num “resultado histórico”, disse Ana Formigal

Pela primeira vez, salientou, “alcançámos uma recolha de 14 mil medicamentos e outros produtos de saúde” com os quais “vamos conseguir ajudar muita gente e isso é muito positivo”, frisou.

Esta recolha vai beneficiar os utentes de 100 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) com valência de apoio na área da saúde.

As instituições “vão fazer chegar estes 14 mil medicamentos às pessoas que têm referenciadas e que necessitam deste tipo de produtos para melhorar a sua qualidade de vida e manter a sua saúde”, explicou a responsável.

Segundo Ana Formigal, muitos dos medicamentos doados são “bastantes caros” e pouco acessíveis às pessoas mais carenciadas.

“Houve pedidos para doação por parte das IPSS de produtos relativamente baratos, desde um euro, mas de facto há produto de sete, oito, nove, dez e mais euros que as pessoas mais carenciadas não conseguem lá chegar”, adiantou.

A variedade de produtos doados “é imensa” e vai desde “os clássicos antipiréticos”, até pomadas antibacterianas compressas, antigripes ou antialérgicos.

Desde 2009, ano em que a iniciativa decorreu pela primeira vez em Portugal, o Banco Farmacêutico ajudou instituições de solidariedade social com 74.000 medicamentos e produtos de saúde.

O Banco Farmacêutico nasceu em Milão de uma colaboração entre a Companhia das Obras e a Associação Lombarda dos Proprietários de Farmácia e tem como missão “ajudar as pessoas mais carenciadas através do fornecimento de medicamentos e de produtos de saúde, em colaboração com as realidades assistenciais que operam localmente”.

Cientistas
Químicos perigosos associados ao cancro e infertilidade são usados em milhares de produtos de uso diário com superfícies...

Num artigo divulgado na publicação científica Environmental Science & Technology, investigadores da Suíça, Suécia e Estados Unidos apelam à "regulação de toda a categoria de químicos com alto teor de flúor".

Isto inclui os revestimentos antiaderente e anti mancha nas mobílias, tapetes, material de campismo, roupa, cosméticos, utensílios de cozinha e embalagem, feitos com materiais que foram ligados ao aparecimento de cancro dos rins e dos testículos, infertilidade, problemas de tiroide e alterações hormonais.

Os cientistas frisam que se trata de químicos que não se decompõem e contaminam o ambiente durante milhares de anos e censuram as instituições de regulação por não alargarem as restrições.

O professor da universidade sueca de Estocolmo Ian Cousins, coautor do artigo, afirmou que "a menos que se alargue o espectro [dos reguladores], as gerações futuras estarão cada vez mais expostas a água, ar e comida contaminada".

"Ser impermeável à chuva ou resistente à gordura vale arriscarmos a nossa saúde?", questionou a professora Arlene Blum, da universidade norte-americana de Berkeley.

Outra questão, indicou Tom Bruton, também de Berkeley, é que os produtos enriquecidos com flúor que foram sendo proibidos acabaram por ser substituídos por outros parecidos, demasiados para se conseguir avaliar todos.

A resposta da indústria química é que os produtos atuais são mais seguros porque não se acumulam no corpo humano, como os mais antigos, mas os cientistas contrapõem que as pessoas estão sempre em contacto com os químicos perigosos no ambiente que os rodeia.

Marcas mundiais de mobiliário e roupa estão a acabar com os químicos enriquecidos com flúor nos seus produtos, reconhecendo que não é essencial usá-los.

Comissão parlamentar de Saúde
A Associação Portuguesa de Fertilidade alertou para a necessidade de ter um centro de procriação medicamente assistida na zona...

Numa audiência na comissão parlamentar de Saúde, Joana Freire, da Associação Portuguesa de Fertilidade (APF), lembrou que a zona sul do país não tem nenhum centro público de procriação medicamente assistida.

Os utentes que moram nestas regiões têm de recorrer aos centros públicos na região da Grande Lisboa.

Quanto aos tratamentos nos centros do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Associação defende que se passe dos atuais três para os cinco ciclos, o que pode aumentar as possibilidades de sucesso.

A APF quer ainda aumentar a idade máxima com que as mulheres podem recorrer aos tratamentos de segunda linha, passando dos atuais 39 anos e 364 dias para os 41 anos e 364 dias, equiparando com quem acede aos tratamentos de primeira linha.

Outra das preocupações manifestada aos deputados da comissão de saúde foi o aumento da comparticipação dos medicamentos para a fertilidade, com a Associação a sugerir que passe dos atuais 69% para os 90%, atingindo mesmo uma comparticipação de 100% nos casos de casais com dificuldades económicas.

Médicos internistas
A propósito do Dia Mundial das Doenças Raras, celebrado este ano a 28 de fevereiro, o Núcleo de Estudos de Doenças Raras da...

Ainda que o universo das Doenças Raras seja vasto – estima-se que existam cerca de 7000 doenças – é importante destacar os avanços farmacológicos nesta área, particularmente nos últimos 20 anos. Brito Avô destaca a introdução de medicamentos órfãos “com uma progressão nas últimas duas décadas nunca antes vista”. Estes avanços são o fruto do que diz ser a “notável evolução do conhecimento em algumas áreas, que levou à multiplicação sensível do número de testes biológicos e estudos genéticos disponíveis, que são facilitadores de diagnóstico e de métodos de avaliação na progressão/regressão da doença”.

O coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Raras (NEDR) ressalta ainda o trabalho desenvolvido pela SPMI e outras organizações para aumentar o conhecimento nesta área e a partilha do mesmo. “Várias sociedades médicas, como a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e outros grupos de investigação têm-se empenhado na educação médica permanente desta área. Tem sido evidente um crescimento do interesse e financiamento com programas como o Horizon 2020 disponibilizando apoios e colaborações internacionais, que devemos aproveitar ao máximo”.

A reorganização dos serviços de saúde com a certificação dos centros de referência deu mais resposta, mais acessibilidade e equidade na abordagem e tratamento do doente raro. No entanto, ainda existe déficit de conhecimento  quanto aos seus benefícios que importa colmatar. “É  absolutamente necessário divulgar a sua existência, quer entre os profissionais de saúde, quer na população em geral, pô-los a funcionar em rede entre eles, e com toda a estrutura do SNS e integrá-los nas redes Europeias, o que já está consolidado em algumas áreas, permitindo exponenciar a troca de informação, conhecimento epidemiológico, acesso diferenciado a terapêuticas e até cuidados transfronteiriços”, sublinha o médico.

A área dos cuidados continuados, tem ainda enormes carências, sendo o único exemplo em Portugal de uma Unidade assistencial específica para as Doenças Raras a Casa dos Marcos da Raríssimas. Exemplo marcante de uma das múltiplas ações das Associações de doentes, cujo papel na organização das estratégias de suporte dos doentes e famílias é absolutamente fundamental e deve ser apoiada.

Para o coordenador do NEDR “o SNS merece mesmo assim uma nota positiva em termos gerais, é preciso reconhecer que os custos da saúde têm um crescimento exponencial e os recursos não são ilimitados”. No entanto o SNS português é universal, generoso e solidário, e está obrigado por legislação nacional e comunitária. “Na minha opinião tem cumprido a sua missão nas doenças raras tanto quanto nos é possível no contexto global do País”.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
São 170 estudantes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra que, a partir de segunda-feira (dia 27 de fevereiro), e durante...

Até dia 21 de abril, estes estudantes do 2º ano da licenciatura em Enfermagem ministrada na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), no âmbito do designado Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade, vão poder conhecer os equipamentos sociais existentes naquela área geográfica (centros de saúde, unidades de cuidados continuados, estruturas residenciais para pessoas idosas), compreender como se articulam entre si e como funcionam como rede de apoio à pessoa na comunidade ao longo do ciclo vital.

Durante estas semanas, os estudantes da ESEnfC terão múltiplas oportunidades de aprendizagem, através do contacto direto com as pessoas no contexto específico da prestação de cuidados, com as equipas de saúde e com a pessoa no seu ambiente natural.

Alguns destes estudantes poderão mesmo vir a participar como observadores/voluntários em alguns projetos desenvolvidos por organizações não-governamentais para o desenvolvimento ou por instituições particulares de solidariedade social.

"O Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem decorre em duas áreas distintas, a área hospitalar e a área da comunidade, preconizando-se que esta experiência contribua para a continuidade no desenvolvimento de competências pessoais, interpessoais e de uma atitude científica como base para a prática", lê-se no guia orientador do Ensino Clínico de Fundamentos de Enfermagem que, no ano letivo de 2016-2017, é da responsabilidade dos professores Maria do Carmo Fernandes (área hospitalar) e Manuel Carlos Chaves (área da comunidade).

Outro grupo de estudantes, agora em ensino clínico na área hospitalar, estará na comunidade entre os dias 15 de maio a 7 de julho, para idêntico trabalho de aprendizagem e de compreensão de pessoas e grupos nos respetivos contextos de vida.

AVC: a importância do cuidador informal
O Acidente Vascular Cerebral é a principal causa de morte e incapacidade em Portugal, estimando-se q

“No dia 24 de Agosto de 2006 a vida como eu a conhecia terminou e a partir daí foi tudo diferente”, começa por dizer Ana Santos ao relembrar o Acidente Vascular Cerebral que atingiu o companheiro, numa fase inicial da vida.

“Não somos familiares diretos. Quando aconteceu o AVC vivíamos em união de facto”, acrescenta explicando que, apesar de tudo, nunca deixou de estar ao seu lado.

“Devido ao tipo de AVC – que foi no tronco cerebral -, e devido ao tempo que o Luís esteve sem assistência médica (cerca de seis horas), o seu caso foi bastante grave”, recorda admitindo que nunca lhes explicaram que sequelas podiam resultar da doença.  Mas “quando lhe foi dada alta hospitalar, para além do movimento dos olhos e um virar de pescoço para a esquerda e direita, nada mais mexia”.

Sem movimentos e sem fala, Luís, aos 33 anos, viu-se totalmente dependente. “Não existia alimentação pela boca”, sequer. E Ana passou apenas a sobreviver, acumulando o cansaço e a angústia de terem perdido quase tudo.

“Dependendo da gravidade do AVC assim poderá afetar mais ou menos a família do doente. No meu caso foi a 100%, uma vez que vivíamos juntos e, devido à doença, tivemos de regressar, cada um, a casa dos seus pais”, refere.

Admite, no entanto, que não imaginava o que estaria para vir. “A nível emocional não senti logo uma mudança abrupta. Claro que ficamos imbuídos de imensa dor e tristeza mas o pensamento positivo e a resiliência nunca me fizeram deixar de lutar e acreditar”, diz. “Ao fim destes anos, admito que emocionalmente fui-me muito abaixo, vamos acumulando muitos sentimentos e frustrações, diariamente, e um dia o copo transborda”, justifica.

Ana continuou a trabalhar e tentou sempre corresponder ao que era esperado, quer a nível familiar como profissional. “Atualmente, dedico cerca de sete horas diárias ao Luís. Já foram mais. Nos primeiros anos após o AVC, quando os cuidados eram maiores e mais exigentes, dedicava cerca de oito ou nove horas”, revela admitindo que esses foram os anos mais duros da sua vida.

“Costumo dizer que, nesses três anos, eu não vivi, sobrevivi. Fazia as rotinas básicas e as necessárias e vivi de forma muito absorvente toda a doença e o papel de cuidadora”, afirma acrescentando que se anulou “em prol do que achava maior”. Tinha apenas 27 anos quando a vida lhes trocou as voltas.

No entanto, hoje sabe que é essencial deixar a família e os amigos entrarem nas suas vidas e receber apoio psicológico. “Passar por uma vivência destas é traumatizante e, infelizmente, só recorri a esta ajuda quando já me encontrava doente”, diz.

“Aprendi a ser um pouco de tudo”

Entre a sua atividade profissional e a sua função enquanto cuidadora informal, Ana teve de aprender a estruturar o seu dia-a-dia para cuidar do Luís.

“As minhas funções e atividades são diversas e variadas. Passam por dar a alimentação, fazer higiene sempre que necessário, acompanhar o trabalho em casa com a fisioterapeuta e as enfermeiras de neuro-reabilitação”, dá como exemplo.

“Basicamente, ao longo dos anos, fui aprendendo a ser um pouco de tudo: médica, enfermeira, fisioterapeuta, psicóloga”, refere acrescentando que, ainda assim, no pouco tempo livre que lhe resta, procura dedicar-se às atividades que lhe dão algum prazer ao lado de Luís que, 10 anos depois, acabou por recuperar a fala e alguma mobilidade.

“Atualmente, o panorama é bastante diferente do prognóstico de há 10 anos”, quando lhe foi dito que o seu estado seria irreversível. No entanto, admite que continuam a existir dias menos bom, sobretudo, na relação cuidador-doente.

“Como em todas as relações há dias bons e dias menos bons. Existem também dias muito maus”, admite explicando que se sente impotente quando Luís está triste. “Há dias em que nada do que eu diga ou faça faz aliviar a dor que ele possa estar a sentir e só o tempo acaba por acalmá-lo”, afirma.

Por outro lado, no que diz respeito à forma como a sociedade “acolhe” estes doentes e seus cuidadores, garante que ainda há muito para fazer.

“Enquanto cuidadora sinto falta de um certo reconhecimento perante esta função que, para mim, é uma profissão a tempo inteiro. Eu pessoalmente não tive de deixar de trabalhar mas tive que reduzir para um part-time e tive que abdicar de ter uma carreira profissional por causa desta função”, afirma.

“No fundo, estamos a tratar de pessoas que precisam de ajuda e, visto que o Estado não oferece meios competentes para ajudar estes doentes, temos de ser nós a dar o passo sem recebermos compensações neste sentido”, justifica acrescentando que acabam por ser penalizados “fisicamente, emocionalmente, financeiramente, profissionalmente”.

Lamenta ainda a falta de informação e de acompanhamento profissional. “Se hoje em dia é difícil cuidar de uma pessoa com necessidades especiais, há 10 anos era ainda pior. Desde tratar de burocracia nas instituições públicas, a informação “escondida” - como se não fosse obrigação dizerem-nos os nossos direitos -, a alta do hospital sem grande acompanhamento, a falta de meios e locais para fazer reabilitação”, esclarece reforçando a necessidade de desenvolverem mecanismos e práticas que permitam agilizar o sofrimento e as dificuldades dos doentes e seus cuidadores.


Luís Abreu e Ana Santos

Ana Alves, fisiatra associada da Portugal AVC, partilha desta opinião. “A importância do cuidador informal é fundamental para a qualidade de vida do nosso sobrevivente, mas não nos podemos esquecer que o dia-a-dia do próprio cuidador mudou de um momento para o outro”, afirma.

“Costumo dizer que o primeiro objetivo destas famílias é que o seu familiar sobreviva, mas depois vão tomando consciência das dificuldades que vão ter nas suas vidas, não só na fase hospitalar, como também ao longo de vários anos”, acrescenta reafirmando a necessidade do cuidador ser apoiado “tanto a nível psicológico como físico ou financeiro”.

De acordo com a especialista, a sociedade não está desperta para a importância de “cuidar” dos cuidadores informais, o que faz com que estes se sintam abandonados.  “Não são assim tão raras as situações que deixam de trabalhar, ou que aumentam o absentismo, abdicam dos seus lazeres/convívios, desenvolvendo stress, depressão, sentimentos de solidão, perda de autoestima e desespero não tendo a quem recorrer, sendo frequente uma desorganização familiar grave”, afirma referindo que estas mudanças são para a vida.

Não obstante a importância que os familiares/cuidadores desempenham no cuidado destes doentes, a fisiatra reforça a necessidade do sobrevivente de AVC "ter acesso a uma equipa multidisciplinar coordenada e sustentada, especializada na reabilitação, para obter melhor funcionalidade possível, desde a fase de internamento hospitalar, como posteriormente ao longo da sua vida. 

Segundo a especialista, esta equipa deve ser constituída por fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta da fala, terapeuta ocupacional, enfermeiro de reabilitação, assistente social "entre outros, consoante as necessidades, onde a peça central deste programa é o sobrevivente de AVC e o cuidador/familiar, já que sabemos que o AVC afeta todo o círculo socio-familiar envolvente". 

"O objetivo será a melhoria da funcionalidade, aumentar a integração socio-familiar e profissiona e qualidade de vida", assegura. 

Portugal falha na reabilitação

Mais apoio social, centros de dia, atividades de lazer ou recreativas, “ou mesmo atividades profissionais adaptadas às suas dificuldades” são os aspectos que mais falham no âmbito da reabilitação do sobrevivente de AVC. 

De acordo com Ana Alves, para além das dificuldades iniciais destes doentes, acrescem outras dificuldades “muitas vezes provocadas pela falta de programas de reabilitação adequados ao longo da vida”.

“Em Portugal existe apoio domiciliário principalmente através do centro de saúde ou centros sociais”, embora de forma bastante precária. “Deveria aumentar em quantidade e qualidade”, afirma a especialista.

“Ainda temos de evoluir na atenção que damos aos sobreviventes de AVC e seus cuidadores. Portugal está cada vez a melhorar mais na via verde AVC, mas a falhar redondamente na reabilitação”, refere. “Não só nos programas de reabilitação a que os doentes têm acesso, como também na sua integração socio-familiar e profissional, objetivo major da reabilitação”, justifica.

No entanto, admite que está em discussão a aprovação do estatuto do cuidador informal, “com benefícios fiscais, sociais ou mesmo financeiro”.

Por outro lado, “já este ano, vai iniciar-se um portal na internet com vídeos tutoriais com ensinamentos básicos para os cuidadores, para capacitar o cuidador informal, melhorar as suas competências e qualidade de vida”.

Foi a pensar nas carências sentidas nesta área que nasceu a Portugal AVC. “A Portugal AVC, designação comum da “PT.AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos” tem como principais objetivos contribuir não só para a reintegração social do doente – através da criação de Grupos de Ajuda Mútua - como ajudar a informar de forma “simples, clara, precisa e o mais completa possível” sobreviventes e seus cuidadores.

Por outro lado, tal como refere Ana Alves, propõe-se “continuar a pugnar pelo reconhecimento de direitos, inclusive no âmbito laboral, para sobreviventes e cuidadores e fazer chegar a sua voz a outras instâncias”. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doenças raras
Com inspiração no projeto português, também no Brasil já está disponível a LINHA RARA, a primeira linha de apoio brasileira...

Esta linha, sediada assim no hospital de oncologia pediátrico, pretende ser uma plataforma de apoio e informação, que se propõe a escutar, informar, aconselhar e encaminhar corretamente os portadores de doenças raras e os seus familiares, profissionais de saúde, estudantes, professores e o público em geral. O objetivo é promover, um acompanhamento integrado e multidisciplinar e prevenir recorrência em doenças hereditárias, de elevada incidência neste país.

Em Portugal, a Linha Rara nasceu em 2009 e atendeu até hoje 12358 pedidos de apoio, cerca de 45 por semana, com as mais variadas questões, desde dúvidas sobre diagnósticos e medicamentos, informação sobre patologias raras, ensaios clínicos e comunidade de doentes. Esta é uma linha que tem prestado um grande apoio estes doentes, através da fácil disponibilizando informação.

Segundo Paula Brito e Costa, Presidente da Raríssimas Portugal, “A LINHA RARA no Brasil beneficia de todo o know-how de atendimento realizado em Portugal, pelo que acreditamos que será um projeto muito importante, principalmente se tivermos em consideração a extensão do território brasileiro e, logicamente, o difícil acesso físico à informação e cuidados de saúde. É com grande orgulho que vemos um projeto português, aliás premiado a nível europeu por 2 anos consecutivos, ser replicado no Brasil, reforçando a estreita colaboração entre os países. Se há coisa de que Portugal se pode orgulhar, é de exportar alto conhecimento para países que falam a mesma língua, e foi o caso!”

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou 16 processos de contraordenação a fornecedores de refeições em...

A operação dirigida às instalações de fornecimento de refeições em estabelecimentos hospitalares e unidades de saúde, que decorreu em todo o país, fiscalizou 142 operadores económicos, informa a ASAE em comunicado.

Um dos operadores viu a sua atividade suspensa por não cumprir os “requisitos gerais e específicos de higiene”, adianta.

No comunicado, a ASAE destaca a importância desta operação, tendo em conta que “uma parte das pessoas a que se destinam as refeições” são “os doentes e como tal elementos de grupos de risco com grande suscetibilidade a toxi-infeções alimentares”.

Como resultado da ação, foram instaurados 16 processos de contraordenação, por incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, inexistência de processo ou processos baseados nos princípios do HACCP (Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos).

As contraordenações resultaram também da “disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas nas cantinas, bares e outros estabelecimentos localizados nos estabelecimentos de saúde e inobservância dos requisitos das cozinhas, copas e zonas de fabrico dos estabelecimentos de restauração e bebidas”.

As ações incidiram na verificação do cumprimento dos requisitos relativos aos serviços de fornecimento de refeições designadamente no que se refere às regras de segurança alimentar e de qualidade dos géneros alimentícios, tendo em atenção as diferentes zonas de preparação, confeção e armazenamento dos géneros alimentícios.

Planeamento familiar
O Governo português anunciou a sua adesão à iniciativa 'She decides', lançada pela Holanda, que pretende reforçar as...

"O Governo português, através da secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, informou as autoridades holandesas do seu apoio à iniciativa global 'She Decides', informa o ministério liderado por Augusto Santos Silva numa nota enviada às redações.

De acordo com o comunicado, "esta iniciativa foi recentemente lançada pelo Governo holandês para reforçar fontes de financiamento alternativas para organizações internacionais e não-governamentais que trabalhem na área do planeamento familiar em países em vias de desenvolvimento".

Portugal, acrescenta o comunicado, "tem um registo sólido de cooperação para o desenvolvimento em áreas como a saúde materno-infantil, sexual e reprodutiva, estando o Governo a analisar possibilidades de reforçar apoios concedidos a organizações internacionais e não-governamentais que operam nestes domínios".

ONU
A capacidade de a humanidade se alimentar no futuro está em risco e sem esforços adicionais não se cumprirá a meta de acabar...

O risco deve-se à “intensificação das pressões sobre os recursos naturais, à crescente desigualdade e às consequências de um clima em mudança”, indica um relatório da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

No relatório “O Futuro da Alimentação e da Agricultura: Tendências e Desafios” são analisadas 15 tendências globais e indicados os 10 desafios a vencer para “alcançar a segurança alimentar e nutrição para todos e tornar a agricultura sustentável”.

A FAO refere que “a população mundial deve crescer para quase 10 mil milhões (7,4 mil milhões atualmente) até 2050, aumentando a procura agrícola – num cenário de crescimento económico moderado – em cerca de 50% em relação a 2013”, com a consequente pressão sobre os recursos naturais.

“Serão necessárias grandes transformações nos sistemas agrícolas, nas economias rurais e na gestão dos recursos naturais para alcançar todo o potencial da agricultura e conseguir um futuro seguro e saudável para todos”, adianta.

Precisa que os aumentos de produção necessários para responder à procura terão de vir sobretudo de “melhorias na produtividade e de um eficaz uso de recursos”.

O relatório assinala que, embora a fome e a pobreza extrema tenham vindo a ser reduzidas globalmente desde os anos 1990, continuam a existir “cerca de 700 milhões de pessoas, sobretudo nas zonas rurais, extremamente pobres”, enquanto “perto de 800 milhões passam fome cronicamente e dois mil milhões registam deficiências de micronutrientes”.

A FAO alerta assim para a necessidade de “esforços adicionais para promover o desenvolvimento em prol dos pobres”, da redução das desigualdades e da proteção dos mais vulneráveis, sem os quais “mais de 600 milhões de pessoas continuarão subnutridas em 2030”.

Erradicar a fome até 2030 é o segundo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aprovados numa cimeira da ONU em 2015, mas, avisa a FAO, “a atual taxa de avanço não é suficiente sequer para erradicar a fome até 2050”.

A agência da ONU considera que as estratégias de desenvolvimento favoráveis aos mais pobres permitirão que estes também beneficiem do investimento na agricultura e melhorem o seu rendimento, dando “resposta às causas que estão na raiz da migração”.

As mudanças do clima constituem um obstáculo adicional, já que afetam “todos os aspetos da produção de alimentos”, diz o relatório, referindo “uma maior variabilidade da precipitação e aumentos na frequência de secas e inundações”.

O relatório lembra ainda que o crescimento económico e o aumento da produção de alimentos tiveram “um custo elevado para o ambiente” e que “quase metade das florestas (…) desapareceu”, enquanto “as fontes de água subterrâneas se estão a esgotar rapidamente” e “a biodiversidade foi profundamente prejudicada”.

“Se as tendências atuais se mantiverem, os limites do planeta podem ser ultrapassados”, adverte o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, na introdução do relatório.

Sendo o desafio principal produzir mais com menos, também é necessário investir em investigação, promover a inovação e “encontrar melhores formas de lidar com questões como a escassez de água e as alterações climáticas”, assinala a agência da ONU.

Organização Mundial da Saúde
O laboratório da Autoridade do Medicamento portuguesa foi um dos selecionados a nível mundial para analisar fármacos contra a...

A Autoridade do Medicamento portuguesa (Infarmed) vai assim fazer parte da rede de laboratórios que pretende detetar medicamentos antimaláricos falsificados, segundo uma comunicação feita pelo próprio organismo no seu boletim de notícias.

No âmbito do programa de combate à malária em vários países, estão a ser distribuídos medicamentos a populações carenciadas que integram uma lista de fármacos pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a OMS, metade da população mundial está em risco de contrair malária. Em cada ano, há quase 225 milhões de casos, que provocam 781 mil mortes, sendo que 85% das mortes são de crianças, maioritariamente em países africanos.

Uma parte destas mortes pode estar associada à administração de medicamentos antimaláricos sem qualidade, que contribui para o desenvolvimento de resistência às terapêuticas mais utilizadas.

“A deteção rápida destes medicamentos sem qualidade nos locais em que estão a ser distribuídos é um imperativo. É no âmbito deste projeto que o laboratório do Infarmed irá atuar”, refere a Autoridade do Medicamento.

 

O Infarmed já colaborou anteriormente com a Organização Mundial da Saúde e outros programas das Nações Unidas, nomeadamente testando fármacos também para o VIH/sida e para a malária.

Sociedade Portuguesa de Hipertensão
No próximo dia 25 de fevereiro realiza-se a sessão de tomada de posse dos novos Corpos Sociais da Sociedade Portuguesa de...

O Dr. Manuel Carvalho Rodrigues, Cardiologista do Centro Hospitalar da Cova da Beira, na Covilhã e Professor da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade da Beira, será o novo presidente e durante o seu mandato tem como prioridades: a adesão ao tratamento dos fatores de risco cardiovascular, sendo um dos quais, a hipertensão.

Após os dois últimos mandatos em que os trabalhos da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) foram guiados pela redução do consumo de sal entre a população portuguesa, o Dr. Carvalho Rodrigues quer projetar a Sociedade a nível nacional e internacional, com novos projetos e parceiros.

Assim, o seu mandato irá arrancar com a realização de um Simpósio Satélite, em Lisboa, no dia 08 de abril, no âmbito do Congresso Europeu de Hipertensão de Milão, cujo tema central é “Risco Cardiovascular – Monoterapia vs Politerapia: da ciência à saúde pública” dirigido a especialistas hospitalares. Estão também definidos outros momentos, como o Dia Mundial da Hipertensão, em maio, este ano comemorado na Covilhã com iniciativas dirigidas à população e o Summer School dirigido a jovens internos, em setembro, na Curia. Para o ano, o Congresso de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, dirigido a cardiologistas, internistas e médicos de medicina geral e familiar, regressa em Fevereiro, em Vilamoura.

Ainda dentro do programa eleitoral do Dr. Carvalho Rodrigues estão contemplados o reforço da clarificação do público-alvo para as várias iniciativas e os diferentes eventos desenvolvidos pela SPH e a renovação dos quadros. Pretende-se também estimular a participação dos investigadores e profissionais de saúde, mantendo a área de formação e ensino.

Para o Dr. Manuel Carvalho Rodrigues, novo presidente eleito da SPH, “Este novo mandato pretende ser um virar de página da ação da SPH, com uma aposta em novos temas e outras dinâmicas, mas perseguindo, sempre, a excelência de resultados e tendo como base as experiências anteriormente conseguidas, levando o nome da SPH além-fronteiras. O meu lema de vida é ‘quem não tem memória não tem futuro.’”

Ânimas
A Associação Portuguesa para a Intervenção com Animais de Ajuda Social (Ânimas) quer conciliar o melhor que se faz a &quot...

Em declarações, Abílio Leite disse que, nessa perspetiva, está a ser desenvolvido “um esforço para tornar ainda melhor a formação e certificação dos cães de assistência em Portugal”, contando “com trabalhos e participações das universidades do Porto, Coimbra e Lisboa".

Esta vai ser das questões a debater em 26 e 27 de novembro, em Oliveira de Azeméis, no I Congresso Internacional sobre Animais de Ajuda Social, adiantou o responsável pela associação do Porto.

A iniciativa, disse, visa "promover uma reflexão, com maior rigor científico" em torno da atividade.

A ordem de trabalhos será dividida entre as temáticas em torno dos "cães de assistência" e das "intervenções assistidas por animais", atividades que são o centro da ação da associação criada em 2002 e que formou até à data mais de uma dezena de cães guias para deficientes visuais e cães de assistência, escreve o Sapo.

"Estamos a endereçar convites a especialistas da Espanha, Inglaterra e da Áustria para que, com o seu contributo, façamos uma reflexão sobre como fazer as coisas bem", explicou Abílio Leite.

O público-alvo "serão os profissionais das áreas da saúde e da educação bem como quem está ligado ao mundo da formação dos cães". "É importante para nós fazer as coisas com ética e profissionalismo para que todos possam ser bem servidos", salientou o responsável da Ânimas que conta ter uma média de "100 pessoas em cada um dos dois dias do congresso". As conclusões dessa reunião serão, depois, "publicadas em livro", adiantou Abílio Leite.

Os cães de assistência são treinados para realizar tarefas que aumentem a autonomia e a funcionalidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Associação Respira
Para além dos recém-nascidos, o Programa Nacional de Vacinação prevê a imunização antipneumoncócica gratuita de alguma...

Segundo a Norma 011/2015 da Direção-Geral da Saúde, os grupos de adultos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica (DIP) devem vacinar-se. A prevenção contra a Pneumonia, a forma mais comum da DIP nesta faixa etária, é, assim, recomendada, a quem está mais fragilizado, como é o caso dos membros da Associação Respira - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas.

Para a Associação, a vacinação é uma das maiores realizações em matéria de Saúde Pública. Milhões de vida têm sido salvas (e continuarão a ser), através dos programas de vacinação, que correspondem, em média, a apenas 0,5% dos orçamentos da Saúde.

“Para os doentes com DPOC e outras doenças respiratórias crónicas, a vacinação contra a pneumonia é mandatória”, começa Isabel Saraiva,  Vice-Presidente Respira. “A evidência demonstra a sua eficácia, nomeadamente na redução das exacerbações que são eventos graves com consequências imprevisíveis”, continua.

Na opinião da Respira, o acesso à vacinação antipneumocócica, deve ser facilitado, quer através da divulgação e da prescrição da imunização por parte dos profissionais de Saúde, quer por via do incentivo económico – no caso dos doentes com DPOC, a comparticipação prevista é semelhante à de qualquer outro adulto saudável, 15%.

O acesso à informação é o primeiro passo para a uma boa prevenção. “As pessoas estão pouco informadas. Temos de alterar este cenário. Mesmo no caso de quem está recomendado e pertence aos grupos de alto risco, logo, com acesso gratuito à vacina contra a Pneumonia, as taxas de vacinação são extremamente baixas. Seja por falta de informação sobre os seus direitos, seja porque não houve prescrição por parte da equipa médica, o facto é que ainda há muitos grupos por imunizar”, explica Isabel Saraiva.

Grupos de alto risco como portadores de HIV, pessoas cuja imunidade está comprometida, pessoas com linfomas ou que tenham retirado o baço, estão entre aqueles que têm direito à vacinação sem quaisquer custos. À semelhança do que acontece com quem sofre de doenças respiratórias, a falta de informação e/ou de aconselhamento médico, são a principal causa das reduzidas taxas de vacinação.

Com o alargamento da vacinação a estes grupos, pretende-se uma redução da incidência da doença e, consequentemente, a diminuição das taxas de morbilidade e mortalidade por DIP. Previne-se, simultaneamente, complicações e sequelas da doença nos grupos mais vulneráveis, assim como o seu impacto social.

“As Doenças Respiratórias são um dos maiores desafios do século XXI mas o seu impacto em termos de saúde e socioeconómicos está subavaliado. Em 2030, um terço da população europeia terá mais de 65 anos, o que significa, entre outros aspetos, que o peso da Pneumonia se fará sentir cada vez mais. Sabendo nós que as pessoas com DPOC se incluem na faixa etária entre os 65 e os 79 anos, entendemos que um programa de vacinação eficaz deve ter em linha de conta as alterações demográficas e a gravidade da Doença Respiratória”, conclui a Presidente da Respira.

Na idade adulta, a DIP manifesta-se, sobretudo, sob a forma de Pneumonia. De 18 em 18 minutos, há um internamento por Pneumonia e a cada 90, morre uma dessas pessoas. Para além da Pneumonia, a vacinação antipneumocócica previne formas graves da infeção como a Meningite e a Septicémia, e outras menos graves como a Otite Média Aguda e a Sinusite.

O pneumococo é a bactéria responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, custa uma média de 80 milhões de euros por ano, o que significa que, por dia, se gastam 218 mil euros apenas com tratamento e internamento. Custos indiretos, como o absentismo laboral, não estão contemplados nestes cálculos.*

 

*Custos Diretos dos Internamentos hospitalares de adultos com diagnóstico principal de Pneumonia Adquirida na Comunidade em Portugal Continental no período entre 2000 e 2009 (data em submissão): Froes F, Diniz A, Serrado M, Nunes B. Hospital admissions of adults with community acquired pneumonia in Portugal between 2000 and 2009. Eur Respir Journal 2013

Estudo
Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto descobriram que uma proteína associada...

Este trabalho, publicado na revista científica 'Cerebral Cortex', mostra que a proteína KIAA0319 "é muito importante na regulação do crescimento dos axónios (prolongamento que liga um neurónio a outro)" e que, conseguindo-se "diminuir os seus níveis", é possível "aumentar a capacidade regenerativa do tecido nervoso", disse a investigadora líder do projeto, Mónica Sousa.

Para obter estes resultados, a equipa recorreu a trabalhos 'in vitro' e 'in vivo' (ratos), nos quais comprovou que a KIAA0319, quando recebe um sinal, desencadeia uma cascata de acontecimentos que têm efeitos claros no desenvolvimento dos neurónios, incluindo o crescimento e a orientação, lê-se num comunicado sobre a investigação.

Ou seja, "a presença desta proteína e a sua quantidade nos neurónios determina o efeito que um sinal pode ter quando chega à célula", acrescenta o documento.

Mónica Sousa indica que a dislexia está associada a baixos níveis de KIAA0319, devido a um tipo de erro que ocorre durante o desenvolvimento embrionário, e que se manifesta quando as crianças começam a aprender a ler, por exemplo.

Em doenças deste género, os profissionais sequenciam o genoma de indivíduos normais e comparam-no com o genoma de indivíduos disléxicos, para se descobrir uma porção deste material genético que esteja alterada.

Para além do gene KIAA0319, existem outros que explicam o fenómeno da dislexia, como é o caso do ROBO1 e do DCDC2.

Quanto ao ROBO1, "já se demonstrou que tem uma forma de ação muito similar à descrita agora para o KIAA0319", estando ambos "sub-expressos nos casos de dislexia e, quando sobre-expressos, reduzem o crescimento dos axónios", lê-se na nota informativa.

Estes resultados "permitem descrever o conjunto de acontecimentos dentro dos neurónios, que são dependentes da proteína expressa pelo gene KIAA0319 e dos sinais que ela recebe do meio circundante, permitindo desenhar um mapa de moléculas que interagem entre si para que os neurónios se desenvolvam ou não", afirmou Mónica Sousa.

O trabalho da equipa coordenada pela investigadora passa por "perceber o papel que desempenham determinadas proteínas no desenvolvimento dos neurónios, jovens ou adultos, com o objetivo de abrir novos caminhos para a regeneração do tecido nervoso".

Uma vez identificados os genes que regulam o crescimento axonal, procura-se verificar como é que estes e as proteínas que eles codificam agem, com o propósito de completar o "puzzle" de acontecimentos bioquímicos que são afetados por cada um desses genes.

No futuro, pretendem encontrar "uma solução eficaz e segura", "capaz de inibir a proteína", podendo ser utilizada como uma opção terapêutica em situações nas quais é necessário aumentar o crescimento axonal, como as lesões severas.

Neste projeto, que conta com a colaboração de profissionais da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), estão envolvidos cerca de dez investigadores.

China
A China descobriu uma nova mutação do vírus H7N9, considerada a mais mortífera das estirpes que causam a gripe das aves,...

A nova mutação, descoberta em janeiro em duas pessoas contagiadas com H7N9, na província de Guangdong, que confina com Macau e Hong Kong, "não torna o vírus mais contagioso para os humanos, neste momento", segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China.

Este organismo, que confirmou a descoberta e informou a Organização Mundial da Saúde, anunciou ainda que a nova estirpe foi detetada em quatro aves de capoeira de Guangdong.

O vírus H7N9 sofre frequentemente mutações.

A China enfrenta o mais grave surto do vírus H7N9 dos últimos anos, com 88 mortos desde o início de 2017, mais 22 do que na totalidade de 2016, e 271 casos de contágio.

Pequim ordenou o encerramento de mercados de aves vivas nas regiões centro e sul do país e a criação de centros para a prevenção e controlo do vírus em seres-humanos.

A maioria dos casos ocorreu nos deltas do rio Yangtze e do rio das Pérolas, que inclui Macau e Hong Kong, regiões com condições meteorológicas propícias à transmissão do vírus, devido ao inverno ameno e húmido.

Exercício Físico
Se está a pensar em voltar à prática de exercício físico regular, saiba que, nesta época do ano, dev

O frio e chuva podem desencorajar os que desejam continuar ou recomeçar a prática de exercício físico, mas com alguns cuidados e recomendações médicas, é tão ou mais seguro que outra época do ano.

A nossa temperatura corporal está constantemente sujeita a processos fisiológicos que permitem que se mantenha nos parâmetros normais e a sensação de calor, com um bom aquecimento, é fácil de ser mantida.

Esta homeostasia (termorregulação) diz respeito a um conjunto de mecanismos que têm como objetivo manter a temperatura corporal no valor estável de 37oC (com variações diárias).

A nossa temperatura corporal apenas se mantém diariamente neste valor basal, porque há características fisiológicas que permitem que esta oscile entre parâmetros estáveis.

Estes mecanismos dizem respeito tanto a mecanismos endógenos, como também a mecanismos exógenos, que permitem compensar estas variações, como usar mais ou menos roupa durante o dia.

Quanto aos mecanismos endógenos, o principal factor é a capacidade de nos apercebermos da alteração da temperatura.

A integração deste factor consegue-se através do Sistema Nervoso Central e depois desencadeia uma actuação que pode ser voluntária (como bater os pés quando há sensação de frio, para produção de calor através da contração muscular) ou involuntária.

Apesar do mencionado, a prática desportiva em ambientes frios pode causar hipotermia, definida como temperatura corporal inferior a 35oC. Desta forma, é necessário estabelecer medidas preventivas para praticar desporto em condições de segurança.

Cada pessoa, deve ter aconselhamento médico sobre a possível existência de patologias que comprometem a prática de exercício em condições térmicas adversas (como doenças cardíacas).

Deve-se utilizar roupa adequada, como várias peças de roupa leve em vez de uma ou duas camisolas grossas.

A acumulação de ar quente entre as várias camadas de roupa, permite um melhor isolamento térmico. Com baixas temperaturas, o corpo, reage concentrando o fluxo sanguíneo no núcleo do corpo para proteger os órgãos vitais, o que acaba por deixar as extremidades mais vulneráveis, pelo que a utilização de luvas, meias e calçado adequado, são factores importantes.

Outro aspecto relevante, e já focado, é o aquecimento para a prática desportiva. Nesse período de tempo, há a preparação do corpo para o exercício, aumentando a temperatura corporal. A sua estrutura dependerá do tipo de atividade a realizar.

O esforço físico intenso deve, então, ser precedido por uma fase de preparação, na qual se deve ativamente aquecer o corpo, pois este aquecimento irá melhorar a elasticidade dos tecidos do corpo.

Durante a realização de exercícios de aquecimento deve ser estimulada a activação do Sistema Nervoso Central, de modo a aumentar a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos e melhorar a coordenação do movimento e a performance desportiva.

Estas alterações que advêm de um período de aquecimento, preparam o corpo da pessoa para um exercício moderado ou de alta intensidade, diminuindo a resistência intra-muscular. Deste modo, verifica-se um aumento da amplitude de movimento, bem como da velocidade e força de contração muscular.

Num planeamento de treino correto, deve-se também considerar os processos de adaptação e recuperação.

Tem-se verificado um maior risco de lesão em pessoas que treinam ocasionalmente e que não têm por hábito fazer aquecimento antes de iniciar a sua prática desportiva. Por outro lado, o exercício deve ser agradável e deve encaixar-se no estilo de vida de cada um.

Embora não seja possível evitar totalmente a ocorrência de lesões em desporto, são cada vez mais utilizadas estratégias no sentido de as reduzir e atenuar igualmente a sua gravidade e as consequências nefastas para os atletas e para o seu envolvimento desportivo e social.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Comer peixe e marisco com altos níveis de mercúrio pode aumentar o risco de esclerose lateral amiotrófica, segundo um estudo...

A causa exata para aquele tipo de esclerose desconhece-se, mas alguns estudos anteriores sugerem que o mercúrio poderá ser um fator de risco para a doença.

Nos Estados Unidos, a principal fonte de exposição ao mercúrio é comer peixe contaminado com o metal neurotóxico.

A esclerose lateral amiotrófica (ELA), conhecida também como a doença de Lou Gehrig, é uma doença do sistema nervoso que ataca a células nervosas, que estão no cérebro e na espinhal medula e que não tem cura.

Para elaborar o estudo, os investigadores questionaram 518 pessoas, 294 das quais com a doença e 224 sem a doença, sobre o seu consumo de peixe e marisco.

Os cientistas concluíram que, entre os participantes que comeram peixe e marisco regularmente, os que estavam nos 25% dos que consumiram mais mercúrio tinham o dobro do risco de sofrer da doença, do que aqueles que tinham ingerido menos quantidades de metal.

Os autores salientam que o estudo requer novas investigações e que as suas conclusões “não negam o benefício para a saúde de comer peixe”.

O estudo sugere que as pessoas devem escolher espécies com menos mercúrio, assim como evitar o consumo de peixe de águas contaminadas com mercúrio.

A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos recomenda que as mulheres em idade fértil e as crianças comam entre duas e três vezes por semana peixe, principalmente salmão e sardinhas, que têm baixos níveis de mercúrio e são ricos em nutrientes.

A administração recomenda que se evite comer o peixe-espada e o tubarão.

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