Organização Mundial de Saúde
Mais de 1,7 milhões de crianças com menos de cinco anos morrem, por ano, devido a doenças relacionadas com problemas ambientais...

Aquele número representa cerca de um quarto do total de mortes de crianças até aos cinco anos em todo o mundo, segundo informação da Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje divulgada.

A agência da ONU publicou os estudos "Herdando um mundo sustentável: Atlas sobre a saúde das crianças e o ambiente" e "Não contamines o meu futuro" que analisam a relação entre a saúde dos mais novos e o que os rodeia.

Entre os riscos ambientais listados está a poluição do ar interior e exterior, exposição a fumo de tabaco, insalubridade da água ou a falta de saneamento e de higiene.

Do total das 1,7 milhões de mortes, cerca de 570 mil devem-se a infeções respiratórias, como pneumonia, que podem atribuir-se à poluição do ar interior e exterior assim como à exposição ao fumo de tabaco, enquanto 361 mil crianças são vítimas de diarreias devido à falta de acesso a água potável e ao insuficiente saneamento e falta de condições de higiene.

"Um ambiente poluído é mortal, particularmente para as crianças mais novas", referiu a diretora geral da OMS, Margaret Chan, citada num comunicado da entidade.

As crianças são mais vulneráveis à poluição do ar e da água já que "os seus organismos e sistemas imunitários estão ainda a desenvolver-se" e, por exemplo, o seu aparelho respiratório é frágil, explicou.

Segundo a OMS, grande parte das doenças que são as principais causas de morte de crianças entre um mês e cinco anos poderiam ser evitadas com intervenções que se sabe reduzem os riscos ambientais, como o acesso a água potável e a utilização de combustíveis adequados à preparação das refeições.

A maior parte das mortes relacionadas com fatores ambientais registam-se nos países em vias de desenvolvimento onde, por exemplo, a poluição causa mais de metade das infeções respiratórias nos mais novos.

Os especialistas apontam novos perigos ambientais que ameaçam a saúde das crianças, como os resíduos elétricos e eletrónicos, como os telemóveis em final de vida, que não são corretamente reciclados, expondo os mais novos a toxinas que podem levar à redução das aptidões cognitivas, ao défice de atenção, a lesões pulmonares ou mesmo cancro.

As alterações climáticas fazem aumentar as temperaturas e os níveis de dióxido de carbono, o que favorece a produção de pólen, associada ao aumento dos casos de asma entre as crianças.

Atualmente, segundo o estudo da OMS, 44% dos casos de asma entre crianças com mais de cinco anos é uma consequência direta da poluição atmosférica.

A OMS referiu ainda que, em cada ano, cerca de 200 mil crianças até aos cinco anos morrem devido a quedas, acidentes rodoviários, envenenamentos, incêndios ou afogamento.

8 de março - Dia Internacional da Mulher
As doenças cardiovasculares são responsáveis pela morte de mais de 20 000 mulheres anualmente sendo, também, a principal causa...

Esta discrepância na taxa de mortalidade, por doenças cardiovasculares (DCVs), entre homens e mulheres pode dever-se a:

Sintomatologia inespecífica - Existe uma diferença significativa entre os sintomas, desencadeados pela doença coronária, em homens e mulheres, que pode ser subestimada pelas mulheres e pelos profissionais de Saúde, ou até confundida com outras causas.

Assim, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) alerta para a importância das mulheres serem sensibilizadas para este aspeto tão importante. Por exemplo, os sintomas mais frequentes na população feminina, despoletados por um ataque cardíaco podem incluir, apenas, um desconforto geral, semelhante a uma indigestão, sensação de ansiedade inesperada, náuseas, tonturas, palpitações, e/ou suores frios. Já na população masculina um ataque cardíaco revela-se habitualmente por sintomas típicos, como dor ou desconforto no peito, irradiando para o braço esquerdo ou maxilar inferior (mandíbula).

Uma vez que os sintomas nas mulheres são menos percetíveis e mais difíceis de valorizar, o diagnóstico acaba por acontecer em fases mais avançadas da doença, conduzindo a uma maior mortalidade das DCVs, nas mulheres;

Menor acesso a exames diagnósticos;

Idade mais avançada das mulheres;

Pressão Social Hoje em dia as mulheres são pressionadas por padrões de beleza que implicam um peso corporal baixo, facilitado pelo recurso ao hábito de fumar, com consequências nefastas para a sua saúde cardiovascular. A nicotina, componente químico responsável pela dependência do consumidor ao tabaco, influencia o sistema de regulação metabólico localizado no hipotálamo, uma região do cérebro, conduzindo à redução do apetite e potencial perda de peso. Porém, esta realidade tem uma fatura muito pesada, que se resume numa maior incidência e gravidade das DCVs.

O tabagismo é o responsável por cerca de 30% da mortalidade cardiovascular, encurtando a vida dos fumadores em 10 anos, em média. Apenas 10 anos após a cessação tabágica se verifica a atenuação dos seus efeitos nocivos. Já a equalização dos riscos de ex-fumadores, aos riscos e não fumadores, apenas ocorre decorridos 15 anos da cessação tabágica.

Face a esta realidade, a SPC adverte todas as mulheres para a adoção de um estilo de vida saudável, marcado por uma dieta equilibrada, rica em alimentos antioxidantes (como frutas e legumes), e pela prática de atividade física moderada e regular, idealmente com uma baixa exposição ao stress.

Para além da prevenção, que também deve passar pela avaliação do risco cardiovascular, em colaboração com o seu médico de família e/ou cardiologista, é particularmente importante estarem sensibilizadas para os sinais de alarme das DCVs. Esta é a melhor forma para diagnosticar atempadamente e garantir um acompanhamento apropriado.

Nas palavras do Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Dr. Miguel Mendes, “ao contrário do que é senso comum, as doenças cardiovasculares atingem mais as mulheres que os homens, pelo que devem ser tomadas todas as precauções, não só para prevenir a doença mas também para a diagnosticar atempadamente."

Estudo
Cientistas norte-americanos descobriram que muitas crianças diagnosticadas com autismo têm mais líquido cérebroespinal, que...

"O líquido é fácil de ver em ressonâncias magnéticas e aponta para um potencial biomarcador do autismo anos antes do aparecimento dos sintomas", afirmou o investigador Joseph Piven, da Universidade da Carolina do Norte.

Num estudo publicado hoje na revista Biological Psychiatry, os investigadores afirmam ter encontrado "um potencial alvo terapêutico para um dos grupos de pessoas com autismo".

O líquido cérebroespinal era encarado até há cerca de 10 anos como uma camada protetora entre o cérebro e o crânio, mas a ciência acabou por descobrir que é um sistema essencial de filtração para resíduos do metabolismo cerebral, podendo haver problemas quando não flui corretamente.

No estudo, os cientistas analisaram 343 crianças e em 221 delas havia um risco elevado de autismo, porque um dos irmãos já tinha sido diagnosticado.

Compararam-se ressonâncias magnéticas de crianças de seis meses a quem acabou por ser diagnosticado autismo aos 24 meses com outras da mesma idade sem autismo e verificou-se que os que têm autismo apresentavam mais 18% de líquido cérebroespinal.

"Normalmente, o autismo é diagnosticado aos dois ou três anos de idade, quando a criança começa a demonstrar sintomas no comportamento, porque atualmente não existem marcas biológicas" daquela perturbação de comportamento.

Em 70% dos casos analisados, o volume mais alto de líquido indiciou o aparecimento de autismo.

Joseph Piven afirmou que não se pode concluir com certeza que o fluxo irregular de líquido causa autismo mas apontou que pode ter efeitos no desenvolvimento do cérebro e "desempenhar um papel no aparecimento de sintomas de autismo".

Cancro da mama
Um projeto de tatuagem mamária reconstrutiva, nascido há um ano em Matosinhos, no distrito do Porto, envolveu já quase meia...

"Neste quase um ano de projeto já assisti praticamente 50 mulheres", afirmou o tatuador, que sublinhou o contributo dessas intervenções para que as mulheres em causa recuperassem a autoestima.

O tatuador, que conta com a colaboração neste projeto da enfermeira Ana Lopes, explicou que uma parte do seu trabalho consiste na pigmentação da aréola mamária.

“Nem sempre a aréola e mamilo são preservados na mastectomia. De forma geral, o mamilo é reconstruído com pele do próprio local e a aréola com enxerto de pele da região inguinal. A pigmentação da aréola é feita com ajuda da tatuagem. A tatuagem é entendida como a finalização do processo e melhoramento da autoestima, trazendo à mama a beleza original”, sustentou.

O tatuador referiu que a iniciativa arrancou depois da visita de uma médica do Instituto Português de Oncologia à sua loja para "verificar a qualidade do trabalho e a forma limpa como é feito".

Ao longo de uma carreira de mais 20 anos, Sérgio Carvalho fez "uma média de quatro tatuagens mamárias reconstrutivas por ano". A partir do momento em que houve o interesse dos médicos "a procura duplicou".

Cada tatuagem mamária reconstrutiva custa 100 euros. Sérgio Carvalho defende que esse custo deveria ser “assumido pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS)", na medida em que “vai beneficiar e muito a autoestima das mulheres".

Na sua loja em Matosinhos, a Wildbuddhatattoo, Sérgio Carvalho já atende mulheres para a tatuagem mamária de “várias partes do país”, referindo que aguarda "pela criação de um grupo de senhoras em Lisboa para, muito em breve, ir tatuá-las na capital".

Segundo o tatuador, grande parte das mulheres que chegam à sua loja para tatuagem areolo-mamilar, fazem-no "por indicação médica".

Sérgio Carvalho explicou que espera “sempre seis meses após a cirurgia para tatuar, evitando o risco de surgirem infeções, tal como aconselham os médicos".

O tatuador alertou para o facto de “não haver retorno” numa tatuagem, referindo ter sido, “pelo menos em duas ocasiões, confrontado por mulheres que chegaram tristes pela tatuagem de reconstrução feita noutro lado, em situações em que pouco já se podia fazer".

Segundo afirmou “há muitos casos de correções de tatuagem areolo-mamilar mal feita que põe por terra o objetivo deste tipo de ação, ajudar e apenas melhorar a autoestima. Neste momento, muitas mulheres enfrentam o retorno de insegurança devido estes trabalhos mal conseguidos, alguns casos sem possibilidade de correção”.

Por isso, apela a que as mulheres se informem e procurem locais qualificados para a realização deste trabalho.

Sérgio Carvalho conta que é gratificante ver o "sorriso da mulher”, quando se olha ao espelho após a tatuagem reconstrutiva.

"Ainda hoje tenho quem passe aqui só para me entregar um chocolate, um mimo, como forma de agradecimento. Contam-me que voltaram à normalidade com o marido”, disse.

Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
A APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil anunciou esta manhã as turmas escolhidas para beneficiar da “Missão...

Para garantir o acesso diário a este alimento essencial para a saúde das crianças, a iniciativa solidária “Missão 1 Quilo de Ajuda” integrada no projeto pedagógico “Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável” vai chegar a partir de hoje a 20 turmas, de norte a sul do país, distribuindo cabazes gratuitos, somando mais de mil porções de fruta entregues a cada semana até ao final do ano letivo 2016/2017.

A fruta distribuída nestas escolas é “fresca, da época, adquirida localmente e cada aluno recebe no mínimo uma peça de fruta por dia, para comer no lanche da manhã ou da tarde” clarificou Mário Silva, Presidente da APCOI, acrescentando ainda que “no ano letivo anterior, através da ‘Missão 1 Quilo de Ajuda’ a APCOI conseguiu apoiar 10 turmas compostas marioritariamente por alunos carenciados e este ano conseguiu duplicar o número de turmas beneficiárias, graças ao apoio de algumas empresas solidárias como o Montepio, a Fábrica de Óculos do Cacém, a Aquafresh, a Fruut e a Vitacress. Mas esta missão só termina quando todas as crianças em Portugal que chegam à escola de barriga vazia e que não trazem lanche por dificuldades financeiras da família recebam este apoio.”

Assim, para que nenhuma criança em situação de carência alimentar fique por ajudar, os portugueses podem juntar-se a esta importante causa. Para isso, basta entrar no site www.heroisdafruta.com e participar na votação solidária que está a decorrer até às 23h59 do dia 10 de março de 2017. Cada voto em qualquer hino dos Heróis da Fruta criado pelas escolas reverte na totalidade como donativo para a compra de cabazes para a “Missão 1 Quilo de Ajuda”.

Em 2016
1411 milhões de euros foi quanto Portugal exportou em 2016, mais do dobro dos 627 milhões de euros atingidos em 2008.

As exportações do setor da saúde atingiram novo máximo em 2016: 1411 milhões de euros, mais do dobro do valor registado em 2008. Face a 2015, este valor representa um crescimento de 16%.

A maioria dessas exportações refere-se a medicamentos (75%), mas também incluem material médico-cirúrgico (19%) e matérias-primas (5,5%). Na lista dos maiores importadores dos produtos de saúde portugueses estão os Estados Unidos da América, a Alemanha, o Reino Unido, a Espanha e a França.

Joaquim Cunha, diretor executivo do Health Cluster Portugal (HCP), sublinha que “este aumento significativo face a 2015 é o reflexo do bom trabalho que o setor da saúde tem vindo a desenvolver, onde se destaca o papel das empresas da área dos medicamentos, das matérias-primas e dos dispositivos médicos, que têm vindo a posicionar-se de forma competitiva nos mercados externos”.

De acordo com o diretor do HCP, “os últimos nove anos evidenciam um crescimento persistente das exportações da saúde, tendo hoje um considerável peso na economia nacional.” Defende ainda que os principais desafios são “dar continuidade aos investimentos, criar condições de estabilidade e trabalhar as questões ligadas à reputação, para que o setor português da saúde passe a ser visto lá fora como uma referência.” 

Em 2016
O número de crimes por maus tratos a animais de companhia registado pela GNR no ano passado aumentou em relação a 2015,...

Em comunicado, a Guarda Nacional Republicana (GNR), através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), adianta que, em 2016, e na sequência de ações de fiscalização, foram registados 767 crimes, mais 112 do que em igual período de 2015, o que corresponde a uma média de dois por dia.

De acordo com os dados da GNR, no ano passado foram registadas 3.694 denúncias de maus tratos, menos 116 do que em igual período de 2015 (o que corresponde a uma média de 10 por dia).

O maior número de denúncias foi registado no mês de março (374), fevereiro (366), janeiro (361) e maio (351).

Segundo os dados do SEPNA, os distritos com maior número de denúncias no ano passado foram Lisboa (591), Setúbal (556), Porto (471), Aveiro (291) e Faro (240).

Na Madeira foram registadas 186 denúncias e nos Açores 195, segundo os dados.

A fiscalização aos maus tratos a animais de companhia é feita através do SEPNA, podendo as denúncias ser encaminhadas para a linha SOS Ambiente e Território (808200520) ou através do link http://goo.gl/1zRBfA.

A lei que criminaliza maus-tratos a animais entrou em vigor a 01 de outubro de 2014.

“Quem sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de companhia é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 120 dias”, segundo a lei.

As penas podem ser agravadas se o animal morrer ou ficar incapacitado.

Quem abandonar um animal é punido com pena de prisão até seis meses ou com pena de multa até 60 dias.

Estudo
Um estudo do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de...

A investigação, que visou estudar a influência das experiências emocionais com os pais e o grupo de pares no desenvolvimento de processos adaptativos ou mal adaptativos de regulação emocional para a vulnerabilidade e manutenção dos comportamentos autolesivos na adolescência, envolveu 2863 adolescentes de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 12 e os 19 anos de idade, a frequentar entre o 7º e o 12º ano de escolaridade de várias escolas do distrito de Coimbra.

Os resultados do estudo, realizado ao longo de quatro anos pela investigadora Ana Xavier no âmbito do seu doutoramento, com orientação científica dos Professores José Pinto Gouveia (FPCEUC e Coordenador do CINEICC) e Marina Cunha (Instituto Superior Miguel Torga de Coimbra), evidenciam, também, que as raparigas reportam mais comportamentos autolesivos que os rapazes e a faixa etária mais vulnerável a esta psicopatologia situa-se entre os 15 e os 16 anos de idade.

O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), conclui “que os adolescentes que recordam sentimentos de ameaça, subordinação e desvalorização nas relações com a sua família tendem a apresentar sintomas depressivos, a ser mais autocríticos, a ter medo de sentimentos positivos e a manifestar comportamentos autolesivos. O mesmo se verificou quando os adolescentes recordam poucos (ou ausentes) sentimentos de afeto, calor e segurança nas relações com a família”, descreve Ana Xavier.

Os comportamentos autolesivos envolvem atos diretos e deliberados de destruição do tecido corporal do próprio, como, por exemplo, cortar-se, queimar-se, sem intenção de suicídio, mas com o objetivo de magoar e para regular as emoções difíceis e intensas. Estes comportamentos são complexos e sérios, estão associados a várias dificuldades psicológicas e muitas vezes necessitam de intervenção clínica para a sua resolução.

De acordo com a investigadora da UC, as conclusões deste estudo chamam a atenção para a “necessidade de implementação de programas de prevenção e de intervenção nas escolas para melhorar a saúde mental dos adolescentes e jovens. A adolescência é um período de desenvolvimento que apresenta elevados riscos para a psicopatologia”.

Estas intervenções, salienta Ana Xavier, “devem promover a aprendizagem de competências de regulação emocional adaptativas e eficazes (como, por exemplo, competências de compaixão, aceitação, tranquilização, mindfulness) para ajudar os adolescentes a aprenderem uma resposta saudável e alternativa às atitudes de autoataque e autocríticas, assim como a regular eficazmente os estados de emocionais negativos, e consequentemente a não se envolverem em comportamentos autolesivos”.

A partir de hoje
As máquinas de dispensa de alimentos com elevados teores de açúcar, sal e gorduras trans passam a ser proibidas, a partir de...

Um despacho publicado em junho do ano passado definiu que os centros de saúde e os hospitais, assim como toda e qualquer instituição do Ministério da Saúde, passam a ser proibidos de ter máquinas de venda automática de alimentos com excesso de calorias e em particular com altos teores de sal, de açúcar e de gorduras trans, processadas a nível industrial.

Assim, fica proibida a venda de salgados, pastelaria, pão e afins com recheios doces, charcutaria, sandes com molhos de maionese, ketchup ou mostarda, bolachas ou biscoitos muito gordos ou açucarados, guloseimas, snacks, sobremesas, refeições rápidas, chocolates grandes e bebidas com álcool.

Também as máquinas de venda de bebidas quentes têm que reduzir a quantidade de açúcar que pode ser adicionado (até um máximo de cinco gramas).

Em contrapartida, as máquinas têm que disponibilizar obrigatoriamente garrafas de água e devem dar prioridade a alimentos como leite simples, iogurtes, preferencialmente sem adição de açúcar, sumos de frutas e néctares, pão adicionado de queijo pouco gordo, fiambre com baixo teor de gordura e sal, carne, atum ou outros peixes de conserva e fruta fresca.

A entrada em vigor deste diploma decorreu de “forma faseada e progressiva”, permitindo que as entidades do setor e as instituições de saúde se adaptassem aos seus princípios orientadores.

O diploma entrou em vigor a 6 de setembro, mas as instituições tiveram seis meses (até hoje) para rever os contratos que tivessem em vigor de exploração de máquinas de venda automática.

Contudo, este prazo destina-se apenas às instituições cujos contratos em vigor não impliquem o pagamento de indemnizações ou de outras penalizações.

Wellcome Image
Uma fotografia de uma terapia inovadora para combater o cancro desenvolvida pelo português João Conde foi uma das vencedoras da...

A fotografia, cuja autoria é partilhada com Nuria Oliva e Natalie Artzi, foi obtida durante um período de dois anos em que João Conde, atualmente a trabalhar na universidade Queen Mary, em Londres, esteve no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

"A imagem mostra uma estrutura de gel, em que se vê uma estrutura parecida com um favo de mel. O gel tem embebidas uma série de moléculas terapêuticas, neste caso 'microRNA', que são umas sequências genéticas que alteram a expressão de alguns genes envolvidos em cancro. Esse gel adere muito facilmente ao tecido tumoral e liberta de forma controlada uma dose muito mais elevada (de terapia) para as células tumorais, de forma a poder inibir o seu crescimento e a sua multiplicação", disse João Conde em Londres.

João Conde precisa que "o que se vê na imagem é um corte histológico (corte de observação da estrutura de tecidos) em que se vê a estrutura do gel e os pontos vermelhos são as moléculas terapêuticas distribuídas ao longo do gel".

"Fui para o MIT para desenvolver uma série de plataformas para terapia de cancro, mas terapia localizada, em vez de ser como as terapias convencionais, como a quimioterapia, que é administrada intravenosamente", referiu o investigador português.

As terapias localizadas, explicou, são mais eficientes porque "conseguem libertar as moléculas terapêuticas e as drogas e a medicação localmente com uma dosagem muito mais elevada e de uma forma muito mais eficaz".

Para isso, o grupo onde João Conde trabalhou desenvolveu o gel, que é implantado localmente sobre os tumores, de cancro de mama no caso da imagem premiada, e cujo efeito foi captado num microscópio de fluorescência.

Os resultados do trabalho são promissores e mereceram um artigo na revista Nature Communications em 2016, que descrevia uma inibição de tumores de mama de cerca de 90%, em experiências feitas em ratos.

A imagem é uma das 22 imagens vencedoras da 20.ª edição da competição criada em 1997 pela fundação Wellcome Trust, sediada em Londres e que é considerada uma das instituições não-governamentais com maior volume de financiamento à investigação médica.

Ao mesmo tempo, financia outros trabalhos relacionados com a ciência, como a Wellcome Images, que possui um vasto catálogo de imagens médicas, manuscritos e ilustrações ligadas à medicina.

Os prémios, que no ano passado tiveram entre os vencedores as portuguesas Sílvia Ferreira, Cristina Lopo e Paula Alexandre, resultam numa exposição das imagens vencedoras que serão exibidas em institutos, museus e centros científicos no Reino Unido, Europa e África.

"É interessante porque é uma maneira de divulgar ao público um pouco do que fazemos no laboratório. Há sempre um hiato grande entre o público em geral e a comunidade científica", referiu João Conde.

Doutorado em Biotecnologia em 2014, o investigador venceu um prémio de início de carreira Marie Curie que lhe abriu as portas para trabalhar no MIT e atualmente em Londres, estando atualmente a ponderar o próximo passo na carreira.

A imagem vitoriosa, admitiu, foi apenas uma das várias que submeteu e nem sequer é aquela que considera mais impressionante.

"Enviámos outras em que usámos microscopia eletrónica de forma a mostrar a estrutura destas moléculas, que são à nanoescala [um nanómetro é um milhão de vezes inferior a um milímetro]. E aí conseguíamos ver detalhes muito mais interessantes do que nesta imagem. Esta é uma imagem mais geral e macroscópica do gel. O equipamento usado é bastante básico", reconheceu.

Saúde
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu em Lisboa um acordo entre os partidos políticos e os parceiros...

“Era bom para o país que não se estivesse todos os anos a discutir a cada orçamento como é a Saúde em Portugal. Os problemas da Saúde são a prazo: a demografia, as doenças crónicas, os cuidados continuados, o planeamento de novas estruturas são a prazo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, depois de ter discursado num encontro das Ordens Profissionais da Saúde, que decorreu em Lisboa, sobre ‘o futuro do financiamento da Saúde em Portugal’.

Na sua intervenção, o Presidente da República defendeu que “é preciso haver um acordo básico entre partidos políticos e parceiros económicos e sociais, ou terá de se continuar a pensar legislatura a legislatura, ou mesmo só ano a ano, ou seja, orçamento a orçamento”.

“Sabemos que muito depende da situação económica e financeira internacional e interna, em particular da situação orçamental, sabemos que vivemos incertezas e imprevisibilidades das mais complexas, sabemos que um ano eleitoral como este, e a disputa parlamentar e extraparlamentar que inevitavelmente o acompanha não tornam óbvios os entendimentos, mas vale a pena ir tentando”, considerou.

Em causa está a defesa, por parte das ordens profissionais da Saúde, como noticiou a imprensa em dezembro passado, da criação de uma lei plurianual da Saúde, que Marcelo Rebelo de Sousa disse ser uma “muito boa iniciativa”.

Também o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, defendeu, no mesmo encontro, "a realização de orçamentos plurianuais” para o setor, que apontou como uma medida “útil”.

Encontro das Ordens Profissionais da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, defendeu, em Lisboa, à margem do Encontro das Ordens Profissionais da Saúde, ...

“A realização de orçamentos plurianuais já tem vindo a ser feita, e é desejável e é útil”, disse Campos Fernandes acrescentando que “uma programação estática pode ser mais difícil porque as necessidades podem variar no momento e até pode condicionar a própria decisão política”.

Para o atual ministro da saúde, “o mais importante é a continuidade nas políticas” e acrescentou: “Os governos têm de se habituar a aproveitar o que nos governos anteriores fizeram e deixaram de boas políticas para os governos seguintes”.

Neste aspeto, o ministro afirmou-se confiante em encontrar consensos no âmbito da lei de Bases da Saúde e do compromisso parlamentar alargado, nomeadamente em sede de investimentos de grande dimensão.

O ministro citou o Hospital de Lisboa Oriental como o exemplo de um “projeto plurianual de grande envergadura”, cuja obra vai ser iniciada por este Governo: "Mas não sabemos qual vai ser o Governo que vai dar continuidade”, acrescentou.

Campos Fernandes afirmou que esta matéria “está prevista no âmbito do investimento que o Governo definiu”.

O governante reconheceu que é preciso investir em equipamentos médicos, depois de “a estagnação dos últimos cinco anos”, mas advertiu que os “recursos do país são finitos”.

“O país não tem nem nunca terá recursos infinitos, tem de definir bem prioridades, ser exigente, tem que procurar eficiência, qualidade, tem de partilhar”, disse o ministro que realçou “a capacidade instalada de muito boa qualidade, que é enorme e que tem de ser partilhada, os custos têm de ser repartidos, e naturalmente, é preciso investir na modernização dos equipamentos, que durante cinco, seis anos, tiveram em fase de absoluta estagnação”.

O ministro argumentou que tem sido esta a opção do Governo, que fez “a maior vaga de investimento dos últimos anos”, designadamente na construção de novos hospitais e centros de saúde”, mas também “investindo no capital humano, mais pessoas, e reposição das remunerações”.

No seu discurso a abrir o encontro, referiu a necessidade de refletir sobre as condições do Estado e da economia para financiar as políticas públicas de cariz social.

O ministro referiu que o “país foi confrontado com uma situação de emergência externa e teve de fazer uma brutal compressão da despesa, nomeadamente da despesa social”, o que se saldou em “quatro a cinco anos de grande dureza”, que exigiu até a redução das remunerações do pessoal clínico.

O ministro aproveitou a ocasião para dizer que há problemas de vários anos que não se resolvem num e sublinhou que atualmente há no país “uma nova esperança”, referindo que “a emigração forçada de enfermeiros se reduziu para metade”, no ano passado, pela primeira vez, e a de médicos em 35%.

O governante lembrou as 4.000 contratações adicionais feitas para o setor da saúde e “a reposição rendimentos progressivamente restabelecida”.

Campos Fernandes apontou 2016 como um “bom ano” a vários níveis, no setor da saúde, nomeadamente, o numero recorde de transplantes e doação de órgãos, na capacidade assistencial, “uma boa resposta dos profissionais no período de inverno”, que “foi o inverno que melhor correu nos últimos anos”.

Segundo o ministro, “66% das iniciativas previstas no programa do Governo estão no terreno” referindo que o Governo tem feito reformas no setor.

Este ano, afirmou, será inaugurado o primeiro Centro de Diagnóstico Terapêutico do Serviço Nacional de Saúde.

Outro sinal positivo do setor foi as 14 milhões de visitas ao portal da saúde, no ano passado, realçou.

“Até 2019 teremos a maior vaga de investimento público na saúde”, disse o ministro, que antecipou a remodelação da totalidade dos centros de saúde de Lisboa, devendo encerrar a 07 de abril o primeiro centro instalado num edifício dos anos 1950.

O ministro argumentou que é necessário um reforço da economia para o seu crescimento, de modo a “reabilitar as funções sociais do Estado”.

À semelhança da ADSE
A Ordem dos Médicos Dentistas propõe a criação de um seguro estatal para a saúde oral que funcione à semelhança da ADSE dos...

O bastonário Orlando Monteiro da Silva defende que este seguro estatal permitiria alargar o acesso dos portugueses a cuidados de saúde oral, atualmente muito reduzidos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Monteiro da Silva acredita que seria uma forma de “investimento sustentado na saúde”, porque, a longo prazo, permitiria melhorar a saúde oral dos portugueses e evitar complicações futuras e doenças que trarão mais custos no futuro.

“Seria um seguro estatal com um mecanismo do tipo do da ADSE (o subsistema de saúde dos funcionários públicos)”, indica o bastonário.

Esta é uma das propostas da Ordem dos Médicos Dentistas que integra um pacote de medidas sugeridas pelas várias ordens profissionais ligadas à Saúde, que promoveram um debate sobre o financiamento do setor.

Segundo um estudo apresentado no ano passado, o Estado precisaria de 280 milhões de euros anuais para dar a todos os utentes acesso a cuidados de medicina dentária em regime de convenção com consultórios privados.

O custo anual de 280 milhões de euros permitiria incluir cerca de 90% dos cuidados de saúde para todos os utentes do SNS. Ou seja, naqueles custos estão contemplados os cuidados e tratamentos mais frequentes, como extrações, desvitalização ou limpezas.

A Ordem dos Médicos Dentistas propõe ainda um reforço do programa de saúde oral, que através dos cheques dentista tem permitido acesso a tratamentos a grávidas, idosos, crianças da escola pública e doentes com VIH/sida.

No seu todo, o programa de saúde oral onde está integrado o cheque dentista já beneficiou mais de 2,5 milhões de utentes desde 2008, tendo sido usados, em oito anos, mais de três milhões de cheques, para 8,7 milhões de tratamentos.

"O Futuro do Financiamento da Saúde em Portugal"
Oito ordens profissionais defendem uma lei de programação na saúde que permita estabilidade nos orçamentos para a área, aumente...

Este foi o tema central do debate "O Futuro do Financiamento da Saúde em Portugal", que se realizou em Lisboa e foi promovido pelas ordens profissionais dos Biólogos, Enfermeiros, Farmacêuticos, Médicos, Médicos Dentistas, Médicos Veterinários, Nutricionistas e Psicólogos.

O presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais, Orlando Monteiro da Silva, explicou que o objetivo é sensibilizar a sociedade e o poder político para a necessidade de se assegurarem ciclos orçamentais no sistema de saúde que sejam alargados e ainda terminar com o subfinanciamento crónico da área.

“Pretendemos que, através de um mecanismo como uma lei de programação, haja ciclos de financiamento alargados que assegurem que não acontecem altos e baixos no financiamento que coloquem em causa a eficiência de todo o sistema de saúde e do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, afirmou Monteiro da Silva.

O também bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas defendeu orçamentos plurianuais para a saúde, com planificação e programação.

Monteiro da Silva frisou que á ideia é garantir o financiamento e a estabilidade de todo o sistema e não apenas do SNS, lembrando que atualmente em Portugal quase 40% dos gastos são privados (ou através de seguros, ou de convenções ou de pagamentos direitos por parte dos doentes).

O presidente do Conselho das Ordens Profissionais sublinhou que tem havido um subfinanciamento crónico na área da saúde em Portugal, destacando que se calcula que faltem 1,2 mil milhões de euros.

A comparação com países da União Europeia e da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) mostra que em Portugal estarão em falta esses 1,2 mil milhões de euros que uma programação alargada para os orçamentos da saúde poderia colmatar.

Segundo o Orçamento de Estado, a despesa total consolidada do Programa da Saúde prevista para 2017 é de 9.801 milhões de euros.

O debate que decorreu em Lisboa contou com a participação do ministro da Saúde na abertura e do Presidente da República no encerramento, além dos representantes das ordens profissionais e dos grupos parlamentares.

Parlamento
A Assembleia da República aprovou na semana passada, em votação final global, um projeto de lei que resulta da fusão dos...

O texto de substituição da comissão de Agricultura e Mar teve a abstenção do PSD e do CDS e os votos favoráveis dos restantes partidos - PS, PCP, BE, PEV e do PAN - Pessoas-Animais-Natureza.

Assente em motivações de saúde, éticas, ambientais e pedagógicas, a iniciativa do PAN - Pessoas-Animais-Natureza, seguida por propostas do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Ecologista os Verdes (PEV), foi debatida em junho do ano passado em plenário e baixou sem votação à comissão de especialidade.

Durante o debate, a maioria parlamentar concordou com a “liberdade de escolha na alimentação” pelo que, “analisadas e asseguradas as questões de operacionalidade e aplicabilidade da lei, a proposta pode reunir uma maioria consensual no parlamento”, adianta o PAN, que pretende também combater discriminação contra quem segue a dieta vegetariana.

As propostas surgiram na sequência da “Petição pela inclusão de opções vegetarianas nas escolas, universidades e hospitais portugueses”, que recolheu cerca de 15.000 assinaturas e que foi discutida em plenário em junho de 2016.

 

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), as dietas vegetarianas têm benefícios importantes, como a redução da prevalência de doença oncológica, obesidade, doença cardiovascular, hiperlipidemias (gorduras no sangue), hipertensão, diabetes.

Dia Europeu da Terapia da Fala
Para assinalar o Dia Europeu da Terapia da Fala, os terapeutas Cátia Bernardes e Pedro Brás da Silva

Há uma visão generalizada de que o Terapeuta da Fala “apenas” ajuda pessoas a corrigir a sua “dicção”, por exemplo, quando a pessoa não diz os “RR’s” ou troca sílabas nas palavras como /mánica/ para “máquina”. Também o Terapeuta da Fala é associado, comummente ao profissional que recupera as vozes de pessoas com “rouquidão”.

Estas são algumas das alterações incluídas na área da Fala, onde também podem ocorrer alterações de fluência (ex. gaguez) ou de ressonância (ex. vozes que têm escape nasal).

Todavia, a Fala é apenas uma das áreas de atuação do Terapeuta da Fala...e quem não a usa ainda ou deixa de a poder usar? De que forma, nestes casos, pode o Terapeuta da Fala ajudar?

A profissão já existe há várias décadas em Portugal e a auto-regulação profissional em Portugal é da responsabilidade da Associação Portuguesa de Terapia da Fala (APTF), fundada no ano de 1978. Mais recentemente, em 2014, nasce a Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala, que promove atividades de divulgação científica na área.

O Terapeuta da Fala é o profissional responsável pela prevenção, avaliação, intervenção e estudo científico das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita mas também outras formas de comunicação não verbal.

O Terapeuta da Fala intervém, ainda, ao nível da sucção, mastigação e deglutição dos alimentos (fonte: Associação Portuguesa de Terapia da Fala).

O Terapeuta da Fala avalia e intervém em indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a idosos, tendo por objetivo geral otimizar as capacidades de comunicação e/ou deglutição do indivíduo, melhorando, assim, a sua qualidade de vida (American Speech & Hearing Association, 2007).

De forma mais específica, o Terapeuta da Fala pode intervir em inúmeros campos de atuação, em diferentes faixas etárias:

Em recém-nascidos e bebés:

- Presta cuidados nas áreas da alimentação e comunicação, a partir de Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais;

- Nas alterações de comunicação, linguagem e fala em crianças de risco (ex. Trissomia 21, Espetro de Autismo, Surdez, Paralisia Cerebral, etc...);

Em idade pré-escolar:

- Nas perturbações de fala em crianças em consequências de alterações da voz (disfonia infantil), da Motricidade Orofacial e do sistema estomatognático (ie, com alterações da arcada dentária, da musculatura de língua e lábios, freio de língua curto, etc...)

- Em crianças com atrasos no desenvolvimento da linguagem.

Com crianças e jovens em idade escolar:

- Na promoção de competências de leitura e escrita, quando a aquisição não se processa de forma habitual

- Nas perturbações específicas de linguagem

- Nas perturbações do processamento auditivo central

- Nas alterações da fluência (ex. gaguez).

Em idade adulta:

- Nas perturbações neurológicas da linguagem (decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral, Traumatismo Crânio-encefálico, entre outras) em que o Terapeuta da Fala pretende reabilitar a linguagem oral, avaliando as componentes afetadas e as áreas linguísticas comprometidas.

- Nas doenças degenerativas do Sistema Nervoso Central (ie. Parkinson, Esclerose Lateral Amiotrófica, etc…)

- Nas alterações do padrão de deglutição (disfagia)

- Nas patologias vocais (ie. Nódulos e pólipos vocais, edema de Reinke, sulcus vocal, entre outras)

- Na reabilitação auditiva (treino auditivo)

Para além disso, o Terapeuta da Fala pode trabalhar em inúmeros contextos, desde o domicílio, em Hospitais, clínicas, escolas, instituições de apoio a pessoas com deficiência, entre outras.

Para exercer a profissão deve obter uma licenciatura de 4 anos nas várias Escolas de Formação no País, assim como obter uma Cédula Profissional pesada pela ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde).

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um grupo de investigadores portugueses descobriu que uma proteína presente em aglomeração no cérebro dos doentes com Parkinson...

Tiago Outeiro, que liderou o grupo de investigadores do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, estuda desde 2007 as moléculas relacionadas com a doença de Parkinson e foi avançando na sua identificação, e com este trabalho, publicado na revista PLoS Biology, obteve a confirmação acerca do seu funcionamento.

"Podemos, por um lado, tentar continuar a utilizar aquelas moléculas cujo funcionamento agora conhecemos em mais detalhe ou, [por outro] tentar descobrir novas moléculas que funcionem desta forma", explicou à agência Lusa Tiago Outeiro.

Trata-se de tentar controlar "esta alteração química na [proteína] alfa-sinucleína por forma a alterar a sua aglomeração no cérebro e a proteger as pessoas", referiu o cientista coordenador do trabalho.

"À medida que vamos sendo capazes de diagnosticar a doença mais cedo, se conseguirmos intervir mais cedo e impedir a aglomeração desta proteína, [talvez] possamos atrasar a progressão da doença ou tratar alguns dos sintomas", continuou.

A aglomeração da proteína alfa-sinucleína é tóxica e acontece nos cérebros das pessoas com doença de Parkinson.

Os investigadores portugueses descobriram que a proteína "sofre uma alteração química que se chama acetilação e isto altera o seu comportamento", especificou Tiago Outeiro, acrescentando que "esta alteração nomeadamente reduz a aglomeração da proteína".

"É uma informação muito importante porque nos dá uma ideia clara de um possível alvo terapêutico", concluiu.

A doença de Parkinson está associada à degradação dos neurónios produtores de dopamina, levando a um decréscimo da produção deste mensageiro químico no cérebro e, consequentemente, aos sintomas motores característicos da doença, explica uma nota da universidade.

Nos doentes com Parkinson também se verifica a acumulação de agregados proteicos, constituídos pela proteína alfa-sinucleína, nas células neuronais e, até agora, desconhece-se se esta aglomeração será uma das causas da doença ou um efeito desta.

Tem maior incidência nas pessoas mais velhas, mas também se registam casos em adultos com menos de 50 anos.

Estimativas apontadas pela universidade referem que mais de 10 milhões de pessoas no mundo sofrem de Parkinson.

Bexiga Hiperativa
Vai ser lançado o primeiro Plano de Cuidados Integrados na área da Bexiga Hiperativa, que reúne o conhecimento e a experiência...

O Plano de Cuidados Integrados da Bexiga Hiperativa será uma ferramenta prática para utilizar nas várias etapas da abordagem dos doentes com Bexiga Hiperativa, desde o diagnóstico ao tratamento. O Plano conta com o apoio científico da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Associação Portuguesa de Urologia (APU) e da Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia (APNUG) e o apoio da farmacêutica Astellas.

Com o aumento do envelhecimento da população portuguesa, o número de doentes com bexiga hiperativa tem vindo a aumentar sendo que se estima que a doença afete mais de 1.700.000 portugueses com mais de 40 anos de idade, com um impacto significativo na qualidade de vida.

Segundo Vera Pires da Silva, Médica de Família e uma das autoras do Plano “o objetivo é conseguir um diagnóstico correto da doença, identificar os doentes que realmente necessitam de tratamento e dar especial atenção aos doentes durante o seguimento do tratamento de forma a reduzir o seu abandono”.

Outro dos principais objetivos na elaboração deste Plano que contou com o contributo de um conjunto de especialistas nas áreas de Urologia, Ginecologia, Fisiatria e Medicina Geral e Familiar é “disponibilizar um acesso fácil e rápido a evidências científicas que geram as decisões no plano de cuidados, assim como o fluxograma com o percurso do doente e os formulários a utilizar no tratamento do doente” explica a especialista.

O Plano de Cuidados Integrados para a bexiga hiperativa mesmo que finalizado continuará a ser desenvolvido através de feedback e revisão regular, de modo a refletir as alterações nas recomendações e evidência científica. O plano inclui sete formulários, desenvolvidos para cobrir as diversas etapas do percurso do doente.

Organização Mundial da Saúde
Mais de mil milhões de pessoas estão em risco de perda auditiva em todo o mundo devido ao hábito constante de ouvir música em...

No Dia Mundial da Audição, que hoje se assinala, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lembra que a perda de capacidade auditiva, que afeta milhões de pessoas, “tem um enorme impacto na comunicação, educação, emprego, bem como nas relações sociais e emocionais”.

Calcula-se que, em todo o mundo, cerca de 360 milhões de pessoas vivam com uma perda de audição que é considerada incapacitante e que 330 milhões de pessoas sofram de infeções crónicas nos ouvidos.

A OMS revela ainda que cinco em cada mil crianças nascem com surdez ou dificuldades auditivas, enquanto um terço dos adultos com mais de 65 anos apresentam perda de audição.

Contudo, a Organização Mundial da Saúde sublinha que a perda auditiva pode ser prevenida e que cerca de 60% das perdas de audição na infância podem ser evitadas através de estratégias de saúde pública.

A grande maioria das pessoas com perda de audição vive nos países com médios e baixos rendimentos, segundo informação da OMS que foi divulgada no site da Direção-Geral da Saúde.

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
Mais de mil portugueses registaram o seu testamento vital em cerca de um mês, elevando para 8.743 o número de documentos...

De acordo com os números dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), de janeiro até 01 de março o registo de testamentos vitais aumentou significativamente e correspondeu ao maior crescimento desde a entrada em vigor das diretivas antecipadas de vontade, em julho de 2014.

O testamento vital é um direito de todo o cidadão maior de idade, que consiste em manifestar que tipo de tratamento e de cuidados de saúde pretende ou não receber quando estiver incapaz de expressar a sua vontade.

A SMPS adianta que os “resultados expressivos” verificados até dia 1 de março se devem a campanhas informativas sobre o testamento vital. Este aumento acontece igualmente numa altura em que a sociedade portuguesa tem debatido a despenalização da morte assistida ou da eutanásia.

Em fevereiro, havia pouco mais de 7.500 portugueses com testamento vital registado, número que aumentou para mais de 8.700 até início de março.

Só no dia 1 de março foram criados 90 testamentos vitais, segundo a SPMS, que adianta que o número de diretivas de vontade feitas por mulheres continua a ser superior ao dos homens.

O testamento vital é um documento onde se pode manifestar o tipo de tratamento ou cuidados de saúde que se deseja ou não, permitindo igualmente a nomeação de um ou mais procuradores de cuidados de saúde.

O registo do testamento vital permite que os médicos tenham informação atempada e constante sobre a vontade do doente. Numa situação de urgência ou de tratamento específico, o médico assistente pode consultar o testamento vital através de um portal específico para os profissionais de saúde.

A vontade expressa pelo doente pode produzir efeitos quando lhe tiver sido diagnosticada uma doença incurável em fase terminal, quando não houver expetativas de recuperação na avaliação clínica feita pelos membros da equipa médica ou em situação de doença neurológica ou psiquiátrica irreversível, complicada por intercorrência respiratória, renal ou cardíaca.

O utente pode escolher não ser submetido a reanimação cardiorrespiratória, não ser submetido a meios invasivos de suporte artificial de funções vitais ou a medidas de alimentação e hidratação artificiais que apenas visem retardar o processo natural de morte.

É ainda possível decidir não ser submetido a tratamentos que se encontrem em fase experimental, pedir assistência religiosa quando se interrompam os meios artificiais de vida ou solicitar a presença de determinada pessoa que deve ser especificada pelo utente.

Apesar de ter várias hipóteses sujeitas a preenchimento através de cruz, o documento tem um espaço em branco para outras opções que o utente deseje colocar.

O modelo do testamento vital pode ser descarregado através do Portal da Saúde, devendo ser preenchido e entregue num agrupamento de centros de saúde com balcão de Registo Nacional de Testamento Vital (RENTV).

O utente deve entregar o documento antecipado de vontade em papel, com assinatura reconhecida pelo notário ou com assinatura presencial junto de um funcionário de um balcão de Registo de Testamento Vital.

Para que o testamento vital seja válido, basta ter o documento assinado e reconhecido pelo notário. Contudo, é necessário que esteja registado no RENTEV para que se garanta que o médico assistente tem conhecimento da vontade deixada pelo doente.

Além da parte em que são indicados os tratamentos a que se deseja ou não submeter, o testamento vital prevê que se possa nomear um procurador de cuidados de saúde, que é a pessoa chamada a decidir em nome do utente.

Contudo, se um doente manifestar na diretiva antecipada de vontade uma proposta contrária à do procurador de cuidados que nomeou, prevalece o que está expresso pelo utente no testamento vital.

Páginas