Estudo
O consumo de antidepressivos no primeiro trimestre da gravidez não aumenta o risco de desenvolver uma criança que sofra de...

Publicado no Journal of the American Medical Association, o trabalho mostrou apenas um pequeno aumento do risco de parto prematuro em mulheres que tomavam medicamentos como o Prozac (fluoxetina), Zoloft (sertralina), ou Celexa (citalopram), nos três primeiros meses de gestação.

"Até onde sabemos, este estudo é um dos mais sólidos, que mostra que ser-se tratada com antidepressivos no princípio da gravidez não aumenta o risco de autismo, o déficit de atenção (TDA), ou está relacionado com um crescimento fetal insuficiente", afirma Brian D'Onofrio, professor de Psicopatologia da Universidade de Indiana e principal autor do estudo.

"A avaliação dos riscos e dos benefícios do uso de um antidepressivo durante a gravidez é uma decisão extremamente difícil para as mulheres", ressalta o especialista. "Mas este estudo faz pensar que o consumo destes medicamentos quando uma mulher está grávida pode ser mais seguro do que se pensava", acrescenta o professor D'Onofrio.

O estudo, segundo o Sapo, foi realizado em colaboração com cientistas do Instituto Karolinska da Suécia e da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, com base em 1,5 milhões de nascimentos entre 1996 e 2012.

A investigação também incorpora dados sobre as prescrições de antidepressivos, os diagnósticos de autismo e de TDA em crianças, a idade dos pais e o seu nível de educação, assim como outros fatores.

Universidade do Porto
Investigadores do Porto estão a desenvolver ferramentas tecnológicas para explorar de forma sustentável os recursos vivos em...

"O mar profundo contém uma vasta reserva de recursos, tanto de origem mineral como biológica, com um vasto potencial. No entanto, muitos desses recursos estão localizados em ecossistemas sensíveis, que são mal estudados e compreendidos", explicou o coordenador do projeto e investigador do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR), Filipe Castro.

Em declarações, o especialista indicou que, para além dos recursos vivos, podem também ser explorados os minerais e os metais, como o cobre e o níquel, por exemplo, elementos que, defende, necessitam de ser "mapeados e quantificados".

Com o lema "Conhecer para intervir", o projeto CORAL resulta de uma parceria entre o CIIMAR e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), escreve o Sapo.

Uma das linhas de investigação do CORAL é a "Bluetools", na qual estão a ser criadas as tecnologias capazes de monitorizar e explorar o solo dos fundos marinhos, lidando com as particularidades deste ambiente, como a profundidade, a ausência de luz e a distância ao continente.

"Estas novas soluções" serão "combinadas com o desenvolvimento de diretivas, métodos de avaliação de risco e impacto e recomendações para uma futura exploração mineira dos recursos não vivos de profundidade na União Europeia", referiu o coordenador do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC e docente no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), Eduardo Silva, outro dos responsáveis pelo projeto.

A segunda linha de investigação, "BlueSensors", é focada no desenvolvimento de sensores com tecnologia fotónica, que tem por base a utilização da luz e do seu espetro.

Esses sensores vão permitir compreender a evolução da qualidade da água, avaliar o impacto da biodiversidade, da integridade dos navios e das infraestruturas marinhas, sendo estas condições, para os investigadores, "fundamentais" para uma "gestão eficiente e sustentável" da exploração dos recursos marinhos.

Embora já existam ferramentas que explorem o mar, Filipe Castro acredita que com a criação desta equipa multi e interdisciplinar, unindo os conhecimentos do INESCTEC e do CIIMAR, vão conseguir obter resultados "muitíssimo mais inovadores e disruptivos".

Para os especialistas, o desafio deste projeto passa por "conseguir reunir todos estes requisitos numa tecnologia que permita monitorizar em tempo real parâmetros físicos, químicos e biológicos, num sistema complexo como é o mar".

O CORAL, que tem a duração de três anos, é financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte (NORTE2020), através Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Ordem Enfermeiros
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros defendeu hoje a importância de desmistificar a informação incorreta que as pessoas têm...

Ana Rita Cavaco salientou a importância "de desmistificar a informação que [as pessoas] têm e não está correta porque, quanto maior o grau de informação que temos e o acesso a ela, mais dúvidas se colocam, [o que] é normal".

"O conhecimento destas questões tem de chegar [às pessoas] para elas conseguirem tomar as melhores decisões e alterar e fazer mais leis não me parece [ser o mais adequado], as mentalidades não se mudam por decreto", disse, em resposta à agência Lusa sobre as regras existentes sobre vacinação.

Uma jovem de 17 anos com sarampo, internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, morreu hoje de madrugada, segundo fonte hospitalar.

A jovem estava internada desde o fim de semana na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do CHLC – Hospital Dona Estefânia, na sequência de uma pneumonia bilateral – complicação respiratória do sarampo.

"Há uma coisa que não podemos perder de vista, Portugal é um país fortemente regulado na área da saúde, tem, de facto, muitas leis, e não é por isso que todas elas são cumpridas, isto vai de uma mudança da consciencialização de cada um de nós e como podemos ajudar as pessoas a tomar as melhores decisões", salientou a bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

Referiu que, "muitas vezes, a taxa de não cobertura vacinal, não só desta vacina, mas de muitas outras, ocorre neste grupo de pessoas que tem mais acesso à informação".

Para Ana Rita Cavaco, "é preciso esclarecer as dúvidas que as pessoas têm" e que "são legítimas porque há muita informação a circular que não é fidedigna".

"Se eu não fosse enfermeira, teria, seguramente, as mesmas dúvidas", acrescentou.

"Há uma obrigatoriedade do plano nacional de vacinação, mas [por outro lado] não podemos interferir na liberdade de escolha de cada um que decide o que quer, qual a vacina que quer fazer, qual é o ato de saúde que deixa que lhe pratiquem, neste caso a administração de vacinas", defendeu a representante dos enfermeiros.

Segundo a especialista, esta "não é uma vacina que cause outros danos colaterais às crianças, até porque está amplamente testada no mercado".

O recente surto de sarampo que abrange vários países europeus causou em Portugal pelo menos 21 casos confirmados de sarampo.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e até levar à morte, avisa a Direção-geral da Saúde.

A doença manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde anunciou hoje que o surto de sarampo está “em vias de resolução” e afirmou que o debate em torno da...

Adalberto Campos Fernandes falava numa conferência de imprensa sobre o surto de sarampo que se regista em Portugal.

O ministro disse que estão confirmados 21 casos de sarampo e que desde sexta-feira não há ocorrência de nenhum caso.

“Acreditamos que estamos no início de um processo de estabilização”, afirmou.

O ministro sublinhou a importância da população confiar nos serviços de saúde e do dispositivo montado para responder a este surto que atinge Portugal, mas também outros países europeus, como a Itália, onde estão notificados 1.500 casos de sarampo.

”O dispositivo está a funcionar, as autoridades de saúde estão a trabalhar, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação estão a trabalhar em conjunto para tranquilizar os pais. Não há razão para alarme”, disse.

Ainda hoje a Direção-Geral da Saúde deverá emitir um conjunto de informações para as escolas, tendo em conta que hoje se inicia o terceiro período escolar e são justificadas algumas apreensões dos pais.

“Hoje mesmo falei com o ministro da educação e vão ser dadas orientações aos diretores escolares para que possam tranquilizar as famílias”, adiantou.

Em relação aos maiores de 40 anos, estes têm “uma elevadíssima probabilidade de estarem imunizadas”.

Sarampo
A jovem de 17 anos que morreu com sarampo no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, não estava vacinada, revelou hoje o ministro...

"A jovem não estava protegida do ponto de vista imunitário", disse o ministro, em resposta a uma pergunta sobre se a rapariga estava vacinada.

De acordo com uma nota do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), a que pertence o Hospital Dona Estefânia, a jovem morreu “na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral – sarampo”.

Na conferência de imprensa na Direção-Geral da Saúde, o ministro manifestou solidariedade para com os pais da jovem que morreu e sublinhou a importância da proteção, frisando que a vacinação "é segura e eficaz".

"Assistimos a um combate muito desleal entre a ciência e a opinião (...). A melhor resposta é a prevenção. É tempo de parar com a opinião e a especulação sobre a evidência científica", afirmou o governante.

Adalberto Campos Fernandes apelou ainda à população para confiar no sistema de saúde e na capacidade de uma comunidade "solidária e responsável".

"Não julgamos pais, não fazemos juízos de valor. Por vezes, por falta de informação, são levados a tomar as medidas erradas. O valor da vacina é superior à vantagem individual", acrescentou.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), desde janeiro de 2017 e até hoje foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros 18 casos em investigação. Houve ainda oito casos suspeitos, mas as análises feitas pelo Instituto Ricardo Jorge deram negativo para sarampo.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses.

De acordo com o diretor-geral da Saúde, Francisco George, a Itália acaba de notificar 1.500 casos, 10% em enfermeiros e médicos, mas em 90% as pessoas a quem foi diagnosticada esta condição não estavam vacinadas.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

Sarampo
O diretor-geral da Saúde garantiu hoje que Portugal nunca terá uma epidemia de sarampo “de grande escala” devido aos elevados...

Francisco George falava durante uma conferência de imprensa a propósito do surto de sarampo em Portugal, onde foram já confirmados 21 casos da doença, e que causou a morte de uma jovem de 17 anos na madrugada de hoje, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.

“Os níveis de cobertura de vacinação da população é de tal maneira alta que o sarampo encontra resistência para progredir. O sarampo só existe em doentes. Só doentes têm o vírus do sarampo. Para circular é preciso encontrar terreno favorável e nós não temos terreno favorável”, disse.

Além das vacinas disponíveis para as crianças que completam, este ano, um ano de idade e as que têm cinco anos, existe ainda uma reserva estratégica de 200 mil doses de vacinas que poderão ser usadas em caso de necessidade, acrescentou.

Francisco George reiterou que não existe qualquer falta de vacinas contra o sarampo em Portugal e defendeu a vacinação da população.

Suporte Básico de Vida
Uma escola, centena e meia de pessoas, Sociedade Portuguesa de Cardiologia, INEM e Direção-Geral de Educação: juntos num Mass...

No seguimento das várias iniciativas que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) tem protagonizado junto do Ministério da Saúde, dos meios de comunicação social e da sociedade civil, de modo a promover a importância da formação de crianças em idade escolar em Suporte Básico de Vida (SBV) para a redução dos números de episódios fatais de Morte Súbita, será realizada uma ação de “Mass Training” em SBV, dirigida a mais de 1 centena de participantes. Esta iniciativa vai ter lugar no pavilhão da escola E.B.2,3 Dr. António Contreiras, de Armação de Pêra, no Algarve.

Integrada nos trabalhos do Congresso Português de Cardiologia, que decorre em Albufeira, de 22 a 25 de abril, a SPC uniu esforços com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), com o intuito de organizar uma sessão de treino em SBV destinada à comunidade local, reunindo alunos, professores e funcionários não docentes do Agrupamento Escolas Silves Sul. Este evento pretende sensibilizar a sociedade civil para a importância de potenciar o ensino em SBV nas escolas!

Com esta iniciativa a SPC e o INEM pretendem dar mais um passo na implementação de medidas que expandam o número de portugueses, e sobretudo crianças, jovens e professores, informados e formados em SBV.

Nas palavras do Dr. Daniel Ferreira, Director da Escola de Ressuscitação CardioPulmonar da SPC “este evento pretende alertar uma vez mais a opinião pública e os responsáveis políticos pelas áreas da saúde e da educação para a importância do treino em Suporte Básico de Vida da população portuguesa. Este ensino do SBV, já incorporado nos programas escolares dos alunos do ensino secundário, permitirá, uma vez implementado em todas as escolas do país, treinar toda uma geração de jovens portugueses para responderem com eficácia a situações de morte súbita que eventualmente venham a testemunhar ao longo das suas vidas.”

“O INEM tem participado de forma ativa em muitos Mass Training, um pouco por todo o país, pois é uma forma importante de fazer chegar a milhares de pessoas a mensagem de que podem fazer a diferença em caso de emergência”, refere por sua vez a Dr.ª Teresa Pinto, Diretora do Departamento de Formação em Emergência Médica do INEM. Para esta responsável “a SPC tem sido um parceiro empenhado no aumento da consciencialização do SBV, mais um motivo pelo qual não podíamos deixar de colaborar com esta iniciativa que vai ter lugar no Algarve”.

Os factos:
- Em Portugal, em média, cerca de 10 mil pessoas vão sofrer morte súbita cardíaca a cada ano que passa, tendo em conta os números da mortalidade cardiovascular. Cerca de 20% da mortalidade global da população ocorre como Morte Súbita e aproximadamente metade das mortes cardiovasculares devem-se a episódios de Morte Súbita.
- Em setembro do ano passado foi celebrado um protocolo entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, com vista à formação de professores que posteriormente irão disseminar o ensino do suporte básico de vida aos alunos do ensino secundário.
 - Em Portugal, a legislação prevê a existência de desfibrilhadores automáticos externos (DAE) em locais públicos com maior concentração de pessoas, designadamente aeroportos e portos comerciais, estações ferroviárias, de metro e de camionagem com fluxo médio diário superior a 10 000 passageiros e recintos desportivos, de lazer e de recreio com lotação superior a 5000 pessoas.

O que propõem os cardiologistas?
- Incrementar e potenciar o ensino do SBV nas escolas, com uma forte vertente prática e fomentar a sensibilização de todos os cidadãos para a importância desta aprendizagem e treino.
- Promover uma maior acessibilidade a equipamentos de DAE, onde a existência destes aparelhos seja considerada um requisito básico de segurança.

Moçambique
A aldeia de Chipaco, no centro de Moçambique, passou a ter água potável e é a mais recente beneficiária dos projetos da...

"Já estamos em Chipaco há dois anos com um programa que apoia cerca de 200 crianças vulneráveis diariamente com alimentação, higiene pessoal, apoio escolar e dinamização de atividades culturais e desportivas", disse David Fernandes, diretor da organização não-governamental (ONG).

Ao longo do tempo foi sendo reunido o valor necessário para abrir um furo de captação de água que entrou agora em funcionamento.

"A população utilizava a água disponível em charcos, sem condições de higiene e segurança", descreveu.

Não existem dados estatísticos oficias, mas segundo o líder comunitário vivem em Chipaco (distrito de Vanduzi, província de Manica) 183 famílias.

Tendo em conta que cada família terá em média cinco pessoas, estima-se que entre 900 a mil pessoas possam beneficiar da captação de água.

A Big Hand pretende agora ali criar uma nova escola para evitar que as crianças tenham que caminhar oito quilómetros até outra aldeia - distância que leva ao abandono escolar.

A ONG portuguesa foi fundada em 2010 e, segundo os seus próprios dados, apoia 5.000 crianças em várias aldeias na província de Manica.

"É certo que a crise global dificulta a angariação de fundos, mas as pessoas continuam com um coração enorme e uma vontade gigante de querer mudar o mundo e por isso vão contribuindo", referiu David Fernandes.

Existem campanhas de angariação de fundos a decorrer, como por exemplo, "um lápis por uma escola", em que cada lápis vale a contribuição de um euro, além de outras iniciativas descritas no portal da organização na Internet.

Estudo conclui
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, com cerca de 2.400 crianças, concluiu que a postura corporal...

"As crianças do sexo feminino apresentaram uma maior prevalência de um tipo de postura com curvaturas da coluna aumentadas (hiperlordótica), enquanto apenas 5% dos rapazes possuem" esse padrão postural, prevalecendo, nestes, uma tipologia caracterizada por um deslocamento posterior da coluna relativamente aos membros inferiores, indicou o investigador principal do projeto, Fábio Araújo.

Estes são alguns dos resultados de um trabalho desenvolvido pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), no qual foram avaliadas 1.147 raparigas e 1.266 rapazes, com sete anos, com o objetivo de perceber em que momento da infância surgem os tipos de postura já conhecidos e identificados.

Dos quatro tipos de padrões posturais conhecidos, explicou o especialista, o primeiro é alinhado e equilibrado, estando os outros três (designados por não-neutros) associados ao desenvolvimento de diferentes patologias na coluna.

Em declarações, o especialista indicou que, dentro dos três padrões posturais não-neutros, existem aqueles que são caracterizados por um deslocamento posterior da coluna relativamente aos membros inferiores, com uma grande e longa curvatura da região torácica (primeiro padrão).

O segundo padrão não-neutro refere-se a uma retificação da coluna, ou seja, são casos em que os indivíduos sofrem perdas da magnitude das curvaturas da coluna, enquanto no terceiro encontra-se uma postura hiperlordótica, em que há um aumento dessa magnitude.

De acordo com o investigador, as diferenças encontradas neste estudo podem ser um dos fatores que explica porque é que patologias como a escoliose (desvio da coluna) são mais prevalentes nas raparigas e a doença de Scheuermann (aumento da curvatura superior do tronco) predominante nos rapazes.

Na vida adulta, os primeiros dois tipos de postura não-neutra podem "contribuir para o desenvolvimento de dor da coluna e discopatia lombar (lesão do disco entre as vértebras da coluna)".

Quanto ao terceiro padrão não-neutra, o hiperlordótico, pode levar ao desenvolvimento de listese vertebral (espondilolistese - quando ocorre um deslizamento acentuado das vértebras relativamente às vértebras adjacentes), acrescentou o investigador.

Fábio Araújo acredita que, com esta investigação, foi possível demonstrar, pela primeira vez, o quão "essencial" é o período infância para o desenho da neutralidade postural, devendo, por isso, as intervenções para promover uma postura saudável começar neste período precoce de vida.

As crianças avaliadas participam do "Geração XXI", um projeto iniciado em 2005, que visa acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças nascidas em hospitais públicos da Área Metropolitana do Porto, ao longo a vida.

O estudo "Defining patterns of sagital standing posture in girls and boys of school age" ("Definindo padrões de postura sagital ereta em meninas e meninos de idade escolar") é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), pelo Programa Operacional Saúde XXI e pela Fundação Calouste Gulbenkian, foi publicado na revista "Physical Therapy".

O grupo encontra-se agora a avaliar a relação entre o peso e a altura (índice de massa corporal) e os padrões posturais encontrados, trabalho cujos resultados preliminares sugerem a existência de uma ligação "bastante clara" entre os fatores.

De acordo com o especialista, os resultados finais desse segundo trabalho podem servir de base para futuras investigações que visem verificar de que forma as medidas preventivas e de controlo de peso na infância podem ter efeito no desenvolvimento de uma postura saudável na vida adulta.

Direção-Geral da Saúde
Os diretores das escolas públicas querem que a Direção-Geral da Saúde emita para os estabelecimentos de ensino uma circular...

“A Direção-Geral da Saúde devia emitir um comunicado para pais e escolas a abordar o assunto de forma clara, embora nós [escolas] saibamos o que fazer. Mas os pais também devem estar mais esclarecidos em relação à matrícula dos seus filhos”, disse Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e escolas Públicas.

Filinto Lima, que falava dois dias depois de ter começado o período normal de matrículas para o pré-escolar e 1.º ciclo, disse ainda que na altura das matrículas as escolas verificam o boletim de vacinas e alertam os pais, mas nunca podem recusar a inscrição a um aluno.

“A prática é: quando verificamos que o pai não atualizou o boletim de vacinas concedemos um prazo, uma semana costuma bastar, e o pai normalmente atualiza, porque se tinha esquecido. Se isso não acontecer, comunicamos o facto à autoridade de saúde local, que são os centros de saúde”, explicou.

Filinto Lima disse ainda que a escola não pode recusar a matrícula a um aluno, apenas pode impedir a sua presença em contexto de sala de aula quando ele tem ou há indícios de que tenha uma doença infetocontagiosa.

“Nesse caso o aluno só pode regressar à escola quando o médico passar a alta”, explicou.

“Até pelo muito que se tem falado nos últimos tempos sobre este assunto, a DGS deveria emitir um comunicado para pais e escolar a esclarecer o assunto de forma clara. Os pais também devem estar esclarecidos em relação à matrícula dos seus filhos”, acrescentou.

Segundo a DGS, desde janeiro de 2017 e até ao fim do dia de segunda-feira foram confirmados 21 casos de sarampo em Portugal, havendo outros casos ainda em investigação.

Destes, um deles é de uma jovem de 17 anos que está internada nos cuidados intensivos pediátricos do Hospital Dona Estefânia, ventilada e o seu estado clínico na terça-feira à tarde era instável.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses, desde meados de 2016.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

No próximo ano
Centenas de jovens médicos ficarão sem acesso a uma especialidade em 2018, uma realidade que se agrava a cada ano, estima a...

Há 2.466 jovens médicos para se candidatarem à formação especializada no próximo ano para um número provisório de 1.719 vagas, uma diferença superior a 700.

Segundo o bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, trata-se do maior número de sempre de vagas propostas de acordo com a capacidade de formação do país, mas que ainda assim deixará de fora algumas centenas de candidatos, além daqueles que acabam por desistir para se recandidatarem no ano seguinte.

A Ordem dos Médicos, que já entregou à Administração Central do Sistema de Saúde o mapa provisório de capacidades formativas para 2018, exige que o Governo melhore a capacidade formativa e reequacione as vagas dos cursos superiores.

“O número de médicos que podem ficar sem acesso à especialidade será maior do que o ano passado. Este ano existem mais vagas mas continuam a existir internos que podem não ter acesso à especialidade”, declara o bastonário, para quem este ano o número de jovens médicos que ficará de fora deverá aumentar em relação ao ano anterior.

Mesmo que algumas dezenas de jovens acabem por desistir de se candidatar por não conseguirem nota no exame de acesso à especialidade que pretendem, repetindo-o no ano seguinte, muitos outros ficarão de fora ainda que não seja essa a sua opção.

Entre os 2.466 médicos formados e candidatos à especialidade para 2018 há 392 que são formados no estrangeiro e que têm direito a realizar a especialidade em Portugal.

“Há um excesso de estudantes de medicina. Em cada ano entram cerca de 1.800 estudantes nos cursos de medicina, quando não temos capacidade formativa para isso”, afirmou Miguel Guimarães.

Para a Ordem dos Médicos, ao longo dos anos os ministérios do Ensino Superior e da Saúde foram aumentando “de forma incompreensível” o número de vagas para acesso aos cursos de medicina, sem compreenderem o impacto dessa medida.

Só entre 1995 e 2014 o ‘numerus clausus’ nos cursos de medicina aumentou 396%.

“O ‘numero clausus’ devia ser adaptado àquilo que é a real capacidade formativa das escolas médicas”, defende Miguel Guimarães, vincando que o Governo deve atuar no sentido de melhorar a formação pré-graduada, até porque os próprios diretores de faculdades reconhecem que têm estudantes a mais.

Além deste problema, a Ordem sustenta que “é um imperativo nacional” investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS), quer ao nível de recursos humanos como de equipamentos, para aumentar a capacidade de formação.

Ou seja, se o Ministério da Saúde corrigisse as deficiências existentes no SNS, melhorava a capacidade de formar especialistas, ao mesmo tempo que melhorava a qualidade dos cuidados de saúde.

“Podíamos ter em Portugal ainda mais vagas para formar internos, mais algumas centenas, desde que os serviços estivessem de facto completos: com os especialistas que deviam existir, com os serviços devidamente equipados e também com uma estrutura física necessária”, frisa o bastonário.

Este alerta da Ordem surge na semana em que decorre a Mostra de Especialidades Médicas, um evento organizado pelo Conselho Nacional do Médico Interno, que pretende ajudar os jovens médicos internos no processo de escolha de especialidade.

Esta mostra decorre esta semana no Porto e em Lisboa e em Coimbra no início de maio.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os distritos de Portalegre, Évora, Beja e Setúbal, além da ilha de Porto Santo, na Madeira, apresentam hoje nível ‘muito...

O restante território, com exceção para oito das nove ilhas dos Açores, apresentam risco ‘elevado’. S. Miguel é a ilha açoriana com índice ‘elevado’.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

Para hoje, o IPMA prevê para Portugal continental períodos de céu muito nublado, condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoadas.

Para o norte e centro de Portugal continental aguarda-se uma subida da temperatura máxima e para as regiões do sul, uma descida da temperatura máxima.

Para os Açores espera-se períodos de céu muito nublado com abertas e aguaceiros em geral fracos, enquanto para a Madeira está previsto céu muito nublado e vento fraco a moderado.

Direção-Geral da Saúde
O número de casos de hepatite A notificados desde o início do ano em Portugal subiu para 199, segundo uma atualização feita...

No passado dia 07, segundo um balanço na altura do diretor-geral da Saúde, Francisco George, estavam notificados 160 casos. Na altura o responsável anunciou o alargamento da vacinação para a hepatite A, no seguimento de um surto da doença.

Há cinco dias o Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT) exigiu que as autoridades tomem medidas para adquirir mais vacinas contra a hepatite A, estimando que as 12 mil doses disponíveis não sejam suficientes até ao fim deste ano.

Na mesma altura o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) garantiu que Portugal tem “um número adequado” de vacinas contra a hepatite A.

Segundo dados recentes a grande maioria dos doentes notificados são adultos jovens do sexo masculino, principalmente residentes na área de Lisboa e Vale do Tejo.

Hospital Dona Estefânia
A jovem de 17 anos com sarampo, internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, faleceu hoje de madrugada, segundo fonte...

De acordo com o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), a jovem morreu “na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral – sarampo”.

A jovem estava internada desde o fim de semana na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do CHLC – Hospital Dona Estefânia, na sequência de uma pneumonia bilateral – complicação respiratória do sarampo.

“A família acompanhou toda a evolução da situação clínica e o CHLC, com tristeza, lamenta a ocorrência e presta, publicamente, os seus sentidos pêsames”, adianta a nota do Centro Hospitalar enviada à agência Lusa.

O recente surto de sarampo que abrange vários países europeus causou em Portugal pelo menos 21 casos confirmados de sarampo.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e até levar à morte, avisa a Direção-geral da Saúde (DGS).

A doença manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

Segundo a norma clínica emitida pela DGS na semana passada, as complicações do sarampo podem incluir otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalite.

Os adultos têm, normalmente, doença mais grave do que as crianças e os doentes imunocomprometidos podem não apresentar manchas na pele.

O sarampo, que é evitável pela vacinação, transmite-se por via aérea e pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe de pessoas infetadas.

Com um período de incubação que pode variar entre sete a 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer o exantema (erupções cutâneas).

Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18 anos, e uma dose quando se trata de adultos.

A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo, sendo gratuita e incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.

“Alerta-se, desde já, para a necessidade de os pais vacinarem os seus filhos sem hesitação, uma vez que as vacinas estão disponíveis no país”, referiu a DGS numa nota hoje emitida, um alerta que tem repetido de forma constante.

A vacinação organizada contra o sarampo em Portugal iniciou-se em 1973, com uma campanha de vacinação de crianças entre os um e quatro anos, que vigorou até 1977. Em 1974, a vacina contra o sarampo foi incluída no PNV e em 1990 foi introduzida uma segunda dose da vacina.

Mais de 500 casos de sarampo foram reportados só este ano na Europa, afetando pelo menos sete países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que avisa que muitos dos casos de sarampo ocorrem por causa de pais que não querem vacinar os seus filhos.

Instituto Gulbenkian
Cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência descobriram um novo mecanismo para combater bactérias multirresistentes, num...

O estudo, da equipa da cientista Isabel Gordo e que foi financiado pelo Conselho Europeu de Investigação e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, pode ajudar na descoberta de novos antibióticos ou estratégias alternativas contra as bactérias multirresistentes.

Os investigadores identificaram um mecanismo compensatório que “favorece o crescimento de bactérias multirresistentes e que pode ser usado no futuro como um novo alvo terapêutico contra estas bactérias”, segundo um comunicado sobre o trabalho divulgado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência.

Em declarações, Isabel Gordo, bióloga e cientista do Instituto Gulbenkian, explicou que o estudo incidiu em bactérias multirresistentes (resistentes a vários antibióticos) e que identificou proteínas que, se forem bloqueadas, podem tornar possível matar essas bactérias.

Explicou a cientista que as bactérias adquirem mutações que fazem com que os antibióticos deixem de funcionar mas ficam debilitadas, pelo que adquirem as mutações compensatórias, o que faz com que seja difícil destruí-las.

A cientista deu como exemplo um automóvel, que seria a bactéria. Ao atingir-se o motor com algo (o antibiótico) o veículo deixa de andar rápido mas adapta-se e continua a andar, e se se atingir o acelerador (segundo antibiótico), haverá também uma adaptação, pelo que o carro continua a andar. O que equipa descobriu, explicou a cientista, foi que há outro alvo (outro mecanismo compensatório que inclui mutações), a embraiagem, que pode no futuro ser atacado e assim fazer parar o automóvel.

“Era completamente desconhecido até agora como é que estas mutações compensatórias evoluem em bactérias multirresistentes, e foi isso que a equipa de Isabel Gordo se propôs a investigar”, refere o comunicado.

Descobriu-se que o ritmo de adaptação compensatória das bactérias E.coli (responsáveis por exemplo pelas intoxicações alimentares) multirresistentes é mais rápido do que nas estirpes que têm apenas uma mutação, e foram identificadas as proteínas chave envolvidas no mecanismo compensatório das bactérias multirresistentes, diz-se no comunicado da Fundação Gulbenkian.

A equipa de investigação prevê que o mecanismo agora descoberto possa ser usado de forma geral em muitos outros casos de multirresistências a fármacos, uma vez que os antibióticos afetam os mesmos mecanismos celulares.

Questionada, Isabel Gordo não fez previsões sobre quando será possível ter um medicamento eficaz para matar as bactérias multirresistentes.

Constitucionalista
O professor catedrático e constitucionalista Paulo Otero considerou que "não há nada na Constituição que proíba a...

Paulo Otero falava numa altura em que existe um surto de sarampo em Portugal, que deixou uma jovem de 17 anos internada nos cuidados intensivos do hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e quando é sabido que não existe uma política de saúde que imponha a vacinação obrigatória para certas doenças.

Questionado se a vacinação obrigatória não colide com direitos fundamentais do cidadão previstos na Constituição, Paulo Otero salientou que "é a saúde pública que está em primeiro lugar" em situações de "contágio alargado da doença".

"Estão em causa as crianças e os pais não são os seus donos. As crianças não são propriedade dos pais", frisou o professor catedrático, observando que, em matéria de saúde pública e perigo de contágio, é muito discutível que os pais possam dispor da vontade dos filhos, quando em causa está a sobrevivência das próprias crianças.

Além de não encontrar obstáculos de natureza constitucional que impeçam a vacinação obrigatória para proteção da saúde pública, Paulo Otero reconheceu, no entanto, que é difícil que o Estado possa ser responsabilizado judicialmente pela morte de alguém que contraiu a doença evitável por vacinação.

"O que pode haver é a violação do dever de legislação (do Estado) em tornar obrigatório certo tipo de vacinas", disse, admitindo também que possam ser levantadas questões sobre a responsabilidade civil do Estado em não tornar obrigatória a vacinação contra certas doenças graves e contagiosas.

Quanto ao surto de sarampo em Portugal, Paulo Otero vincou que há "uma atenuante" para o Estado, porque o "surto é anómalo", já que há décadas que não existia nenhum surto desta doença.

O professor catedrático insistiu porém que "não há motivos decorrentes da tutela dos direitos fundamentais que obstem a casos de vacinação obrigatória", embora devendo esta obrigatoriedade estar sempre subordinada ao "princípio da proporcionalidade". Ou seja, não faria sentido, por exemplo, tornar obrigatória em Portugal a vacinação contra uma doença que só existe nos trópicos.

Contactado, o constitucionalista e deputado do PS Bacelar de Vasconcelos assinalou que o tema da vacinação é uma questão "polémica entre as próprias instituições de saúde" e que há "opiniões que se contradizem relativamente à imposição da vacinação obrigatória", nomeadamente quanto a certas "doenças ou surtos epidémicos".

"É sobretudo uma questão de avaliação da epidemia", disse Bacelar de Vasconcelos, para quem "só perante uma ameaça grave em que está em causa a saúde pública" é que se deve ponderar a obrigatoriedade da vacinação.

"Em última análise, a vacinação obrigatória é sempre uma agressão física", considerou o deputado socialista, admitindo contudo que "não há um impedimento constitucional" em tornar a vacinação obrigatória quando "houver um perigo grave para a saúde pública".

"Não havendo essas condições [de perigo para a saúde pública] impor a toda a gente a vacinação obrigatória é ridícula", disse, nomeadamente "perante um surto de sarampo que estava erradicado em Portugal".

Bacelar de Vasconcelos entende que quaisquer medidas que sejam tomadas pelas autoridades sanitárias sobre a vacinação devem ser "proporcionais" à situação que enfrentam, muito embora em "cenários de grave crise epidémica as entidades de saúde pública tenham a possibilidade de adotar medidas excecionais e transitórias que travem a propagação da doença".

Quanto a eventuais responsabilidades criminais ou civis do Estado em situações de morte por ausência de vacinação obrigatória, o constitucionalista considerou que a questão "não se coloca neste momento" e que só uma "negligência grave" poderia fazer repensar o assunto.

Uma jovem de 17 anos com sarampo está internada nos cuidados intensivos do hospital Dona Estefânia, em Lisboa, encontrando-se ventilada, sob sedação e o seu estado clínico é instável.

O hospital recorda que não é prática habitual emitir informação clínica pública sobre doentes internados e que só o faz agora, após autorização da família da doente, a título excecional.

Em Portugal, desde janeiro de 2017 e até ao fim do dia de segunda-feira, foram registados 21 casos confirmados de sarampo pelo Instituto Ricardo Jorge, havendo outros casos ainda em investigação.

Um surto de sarampo tem afetado desde o início do ano vários países europeus.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Dia 21 de maio
A 12.ª edição da Corrida da Mulher deverá juntar a 21 de maio 15.000 mulheres, numa ‘luta’ de cariz social, que nos 11 anos...

A prova, hoje apresentada em Lisboa, conta com mais de 10.000 inscritas, entre as quais as quenianas Gladys Cherono, campeã mundial da meia maratona em 2014, e Filomena Cheych Daniel, segunda classificada na EDP Lisboa, a mulher e a vida, nas edições de 2014 e 2015.

No evento, que juntará figuras públicas de várias áreas da sociedade portuguesa, participará triatleta portuguesa Vanessa Fernandes, medalha de prata nos Jogos Olímpicos Pequim2008.

A corrida, que tem como objetivo a angariação de fundos para a compra de aparelhos de rastreio do cancro da mama, é disputada num percurso de cinco quilómetros, junto ao rio Tejo.

A partir de maio
Os medicamentos para as artrites reumatoide, idiopática juvenil, psoriática e as espondiloartrites passam a ser gratuitos para...

O diploma, publicado em Diário da República, refere que estes fármacos, que beneficiavam de uma comparticipação de 69%, passam a ter um regime excecional de comparticipação específico para os fármacos modificadores da doença reumática.

Na origem desta medida está a morbilidade que estas doenças provocam, assim como as repercussões pessoais e socioeconómicas nos doentes, uma vez que “são doenças de sintomatologia em muitos casos incapacitante e fortemente penalizadora da qualidade de vida dos doentes”.

Estes fármacos só poderão ser prescritos por médicos especialistas em reumatologia e medicina interna e podem ser adquiridos na farmácia comunitária.

A medida entra em vigor em maio.

Aguarda aprovação
O regulamento para a eleição dos representantes dos beneficiários titulares da ADSE está pronto, aguardando a aprovação do...

A versão final do documento, foi enviada na segunda-feira às estruturas sindicais da Administração Pública, que viram nele incluídos alguns dos seus contributos, e está no Ministério da Saúde a aguardar a aprovação formal do Governo.

"Assim que a portaria que aprova este Regulamento Eleitoral for publicada, poderão ser marcadas as eleições e, assim que forem eleitos os representantes dos beneficiários, o Conselho Geral e de Supervisão da ADSE poderá começar a funcionar", disse José Abraão, secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública.

O sindicalista salientou que só depois de o Conselho Geral ser formalmente constituído é que o Governo aprovará o regulamento do beneficiário da ADSE, que irá permitir a entrada dos funcionários com contrato individual de trabalho para este sistema de proteção.

A ADSE foi transformada em Instituto de Proteção e Assistência na Doença, pelo Decreto-Lei n.º 7/2017, de 09 de janeiro, tornando-se num "instituto público de regime especial e gestão participada".

Um dos seus órgãos é o Conselho Geral e de Supervisão, que segundo a portaria do regulamento eleitoral, tem "funções de acompanhamento, controlo, consulta e participação na definição das linhas gerais de atuação do instituto".

Está previsto que este órgão seja composto, entre outros elementos, por quatro representantes eleitos por sufrágio universal e direto dos beneficiários titulares da ADSE, I.P., sendo o processo para eleição fixado pela portaria do membro do Governo responsável pela área da saúde.

Assim, os beneficiários titulares da ADSE vão poder eleger os seus representantes neste órgão através de voto direto e secreto.

As listas concorrentes têm de ser subscritas por 100 beneficiários e a eleição será feita através do método de Hondt.

O Conselho Geral integra ainda representantes do Governo, das três estruturas sindicais da Função Púbica, a FESAP, a Frente comum e a Frente Sindical liderada pelo STE, e de duas associações de reformados e aposentados.

Sistema Traces
Um novo sistema de certificação de produtos biológicos importados entra em vigor esta quarta-feira e, durante seis meses, será...

O novo sistema de certificação eletrónica, tendo em vista uma melhor monitorização da importação dos produtos biológicos, arranca na quarta-feira e durante um período transitório de seis meses usar-se-á tanto a certificação em papel como a certificação eletrónica.

A partir de 19 de outubro de 2017, as importações de produtos biológicos serão cobertas unicamente pelo sistema de certificação eletrónica, segundo uma nota de imprensa da Comissão Europeia.

O sistema foi criado na sequência das recomendações do Tribunal de Contas Europeu e de um pedido dos Estados-membros no sentido de melhorar a monitorização de movimentos de produtos biológicos e dar coerência dos controlos de importação.

Os certificados de importação serão incluídos no sistema informático veterinário integrado (Traces - Trade Control Expert System), o atual sistema eletrónico da União Europeia para o rastreio de produtos alimentares.

O sistema Traces permite aos parceiros comerciais e às autoridades competentes obter facilmente informações sobre os movimentos das suas remessas e acelerar os procedimentos administrativos.

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