Estudo
Investigadores dos Estados Unidos concluíram que as mulheres com uma má dieta na adolescência apresentam um maior risco de...

O estudo conduzido por investigadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles demonstra que o risco de cancro da mama é 41% mais elevado entre as mulheres com uma dieta pró-inflamatória na adolescência.

Segundo a investigação, uma dieta pró-inflamatória é uma alimentação pobre em vegetais e rica em alimentos processados, como refrigerantes, açúcares e carnes industrializadas, por exemplo.

Para o estudo, Karin B. Michels, professora e diretora do departamento de Epidemiologia daquela universidade, e a sua equipa utilizaram dados de uma análise prévia de 1998 que reunia informação sobre 45.204 mulheres. Nesse estudo, segundo o Sapo, as voluntárias tinham respondido a um questionário sobre hábitos alimentares quando frequentavam a escola secundária.

Essas mulheres foram seguidas durante 22 anos e durante esse período 870 foram diagnosticadas com cancro da mama antes da menopausa e 490 foram diagnosticadas com cancro da mama depois da menopausa.

"Os nossos resultados sugerem que uma alimentação habitual que promova a inflamação crónica quando consumida durante a adolescência ou quando se é jovem adulto poderá fazer aumentar o risco de cancro da mama em mulheres mais jovens antes da menopausa", disse a investigadora citada por um comunicado da universidade.

Estudo
Um estudo descartou a eficácia em seres humanos de duas substâncias, a androstenediona e o estratetraenol, utilizadas para...

Esse tipo de essências não têm nenhum impacto notável no grau de sedução das pessoas, segundo o estudo publicado na revista Royal Society Open Science.

As duas substâncias são vendidas como feromonas artificiais desde a década de 1990, embora não exista nenhuma prova científica de que realmente funcionem no ser humano, escreve o Sapo. A androstenediona e o estratetraenol são comercializadas em soluções ou concentrados com a promessa de aumentar a atração sexual dos compradores.

As feromonas são substâncias químicas que desempenham um papel-chave no comportamento sexual dos animais. São excretadas pelo corpo e reconhecidas por animais da mesma espécie.

Os cientistas australianos que elaboraram o estudo expuseram 94 heterossexuais (43 homens e 51 mulheres) às duas substâncias durante um dia e a um perfume do tipo no dia seguinte. Após cada exposição, os participantes observaram fotos de rostos "neutros" (com o cabelo escondido e sem maquilhagem), nos quais tinham que determinar o sexo, pelo que as feromonas deveriam facilitar.

Também pediram que avaliassem o grau de sedução ou o risco de infidelidade sentido ao visualizarem pessoas do sexo oposto em fotos. "Os resultados concordam com os outros estudos experimentais que sugerem que a androstenediona e o estratetraenol têm poucas possibilidades de desempenharem feromonas humanas" que afetem o homem, indicam os autores do estudo.

Os investigadores não excluem, entretanto, que feromonas sexuais possam afetar a evolução da sedução ou da infidelidade, embora considerem "pouco provável" que se tratem das duas substâncias estudadas.

Infarmed investiga publicidade
Autoridade Nacional do Medicamento regista grande aumento das vendas sem receita médica e lança campanha a alertar para os...

O Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento) promete avaliar nos próximos meses a publicidade aos medicamentos com omeprazol para a acidez do estômago. Uma informação que surge no dia em que a mesma entidade lança uma campanha a alertar os portugueses para os riscos de usar mal estes fármacos.

Nos últimos dois anos as vendas sem receita médica subiram 62%. O Infarmed diz que o que se vende nas farmácias e parafarmácias não anda longe do que acontece noutros países, pelo que os números ainda não são preocupantes, mas teme que os medicamentos estejam a ser mal usados por falta de conhecimentos de muitos doentes.

Entre 2010 e 2014 as vendas sem receita destes medicamentos para a acidez no estômago caíram para quase metade, mas nos últimos dois anos a tendência inverteu-se completamente: Portugal passou de 85 mil embalagens para 138 mil em 2016.

À TSF, o presidente do Infarmed diz que a culpa pode ser do marketing e para despistar a suspeita a autoridade do medicamento vai avaliar a publicidade que está a ser feita pelas farmacêuticas.

Henrique Luz Rodrigues explica que se o medicamento não está sujeito a receita médica é porque é seguro, mas o doente tem de estar consciente do risco que corre se o usar fora das indicações terapêuticas.

Uma das preocupações é saber se a publicidade aos medicamentos para a acidez no estômago traz as obrigatórias contraindicações com conselhos que vão aliás ser dados, a partir desta terça-feira, numa campanha lançada pela própria autoridade do medicamento.

O Infarmed teme que existam portugueses a tomar mal estes medicamentos conhecidos como inibidores da bomba de protões, uma classe de fármacos que contém omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol, dexlansoprazol e esomeprazol.

O Infarmed recorda que ninguém deve usar estes medicamentos sem recorrer a um médico, nos casos agudos, durante mais de duas semanas, existindo alternativas, também de venda livre, como os antiácidos.

Henrique Luz Rodrigues diz que tomar inibidores da bomba de protões durante meses ou anos aumenta o risco de fraturas ósseas, agrava infeções gastrointestinais e pode gerar outros problemas como, por exemplo, a camuflagem de outras doenças.

Estudo
O exercício de alta intensidade aeróbica, como andar de bicicleta, ajuda as células a deter o processo de envelhecimento e não...

O estudo, divulgado na revista Cell Metabolism, mostra que o exercício aeróbico de alta intensidade, como o ciclismo e andar, combinado com o levantamento de pesos, ajuda ao rejuvenescimento a nível celular e a combater problemas como a diabetes.

Aquele tipo de exercício faz com que as “células fabriquem mais proteínas para a produção de energia mitocondrial e dos ribossomas que sintetizam as proteínas, de modo que impedem o envelhecimento a nível celular”, segundo revela o estudo, liderado por investigadores da Universidade de Oregon, Estados Unidos.

Os peritos estudaram 36 homens e 36 mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos aos quais atribuiu três tipos de rotinas de exercício: um grupo só andava de bicicleta, outro só fazia pesos e um terceiro combinava ambos os exercícios.

Os mais jovens aumentaram a capacidade mitocondrial de 49%, enquanto os mais velhos elevaram-na para 69%.

Os investigadores certificaram que o exercício com pesos aumentou a massa muscular, enquanto o ciclismo de alta intensidade obteve os melhores benefícios a nível celular.

“Recomendaria um treino de alta intensidade durante três ou quatro dias e depois dois dias de exercício de força”, indicou Sreekumaran Nair, um dos responsáveis pelo estudo e perito em diabetes da Clínica Mayo de Minesota, Estados Unidos.

“Com base em tudo o que sabemos, não há substituto possível para este tipo de exercício, em relação a atrasar o processo de envelhecimento. O que vimos não se pode conseguir com nenhum medicamento”, acrescentou.

Talhos
O diretor-geral de Alimentação e Veterinária rejeitou que haja perigo para a saúde pública pelos problemas encontrados na carne...

Em declarações à margem de uma audição na Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, Fernando Bernardo, afirmou que das conclusões do estudo só se pode tirar "algum risco para a saúde humana", mas em situações individuais, como as pessoas que são alérgicas aos sulfitos usados irregularmente para a carne parecer mais fresca.

No estudo da Deco apresentado em final de janeiro, foi encontrada em 25 talhos de Lisboa e Porto carne picada vendida para hambúrgueres conservada a temperaturas mais alta que o permitido, bactérias nocivas para a saúde como a "salmonella", e presença irregular e não declarada de sulfitos.

Perante os deputados da comissão, o responsável defendeu que é aos operadores económicos que compete ter a "responsabilidade social e civil" de vender um produto que não apresenta riscos para a saúde e cumpre as normas de apresentação e manuseamento definidas na legislação.

Aos produtores e comerciantes de carne compete "afirmarem uma capacidade de se auto-regularem" para que se possa criar "um clima de confiança entre quem vende e quem compra", defendeu.

Fernando Bernardo disse que não compete às autoridades, como a sua direção-geral ou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, "responsabilizar-se pela segurança dos géneros alimentícios", porque são "os operadores económicos que têm que pôr no mercado produtos seguros".

Na audição, o diretor-geral considerou que proibir a venda de carne picada, como tem defendido a Deco, "não será possível", uma vez isso implicaria uma "exceção para Portugal que não é compaginável com o mercado único europeu".

Fernando Bernardo afirmou que o estudo mais recente e o "impacto de notícias alarmistas" sobre as suas conclusões "é cada vez menor" junto dos consumidores, até porque "não há vítimas e não é possível demonstrar que isto é um problema".

"Não se pode fazer da alimentação uma psicose ou o apocalipse", declarou, afirmando que os riscos que podem colocar as irregularidades encontradas pela Deco são "situações extremas" e a regulamentação não é feita em função delas.

Quanto à fiscalização, com um número de talhos que variará entre 6.500 e 11.000 em todo o país, "não se pode pôr um polícia atrás de cada operador", tornando-se "praticamente impossível a fiscalização sistemática todos os anos".

A entidade que dirige "não faz fiscalização, faz controlo oficial" e define "o quadro regulamentar" e as características da carne vendida, como deve ser manipulada e que regras de rotulagem tem que cumprir.

Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa
O Ministério Público está a investigar suspeitas de falsificação de documento, peculato e abuso de poder na Ordem dos...

Na sua página da internet, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) refere que neste inquérito “são suspeitos ex-dirigentes que, no âmbito das suas funções, visando obter e conceder vantagens pecuniárias ilícitas, terão elaborado documentos de conteúdo inverídico e, com base neles, garantido o pagamento de remunerações que não eram devidas por não terem correspondência com serviços prestados, bem como a concessão de outros benefícios pecuniários”.

A PGDL sublinha que os suspeitos, enquanto dirigentes da Ordem dos Enfermeiros, terão causado “um prejuízo de milhares de euros ao Estado”.

No âmbito deste inquérito da 9.ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, foram emitidos pelo Ministério Público (MP) mandados de busca às instalações da Ordem dos Enfermeiros e a uma empresa de consultoria de gestão e contabilidade, ambas situadas em Lisboa.

De acordo com a PGDL o inquérito “encontra-se em segredo de justiça” e a investigação prossegue sob a direção do MP da 9.ª secção do DIAP de Lisboa com a coadjuvação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.

A operação dirigida pelo MP foi realizada pela Polícia Judiciária.

Fonte ligada à investigação confirmou que a PJ realizou buscas nas instalações da Ordem dos Enfermeiros para "recolha de prova" relacionada com uma queixa apresentada pela bastonária desta ordem profissional de serviço público.

A notícia sobre as buscas foi avançada pela SIC que refere que estas diligências da PJ resultam de uma denúncia da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, sobre alegadas irregularidades financeiras no seio da instituição.

Em fevereiro, a imprensa noticiou que a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, instaurou processos disciplinares contra a então vice-presidente, Graça Machado, e contra José Lopes, à data diretor financeiro.

A Graça Machado são imputados factos como acumulação ilegal de ordenados (da Ordem dos Enfermeiros e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo), despesas sem justificação e uma "cunha", enquanto José Lopes é acusado de ter alterado o sistema informático que controla as horas de trabalho, de não ter pago o IMI de vários imóveis que são propriedade da Ordem e de ter metido uma "cunha", de acordo com o Diário de Notícias.

Posteriormente, segundo noticiou então a TVI, o diretor financeiro e a vice-presidente, ambos suspensos de funções, acusam a bastonária de várias irregularidades relacionadas com o preenchimento de despesas e com a reestruturação dos serviços jurídicos, alegadamente em interesse próprio.

Deco
A associação de defesa do consumidor Deco Proteste afirmou que é "preocupante e inquietante" que em quatro anos se...

Falando à margem de uma audição na Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, a diretora da associação, Ana Cristina Tapadinhas, disse que os estudos feitos desde 2013 apresentaram sempre "resultados preocupantes e inquietantes", com carne conservada a temperaturas demasiado altas, micro-organismos nocivos para a saúde e uso ilegal de sulfitos como conservantes.

"Os problemas que encontrámos em 2013, voltámos a encontrar em 2015 e 2017", afirmou a responsável, indicando que a Deco espera que dentro de seis meses haja resultados da campanha de fiscalização e informação a operadores e talhos defendida no âmbito da Comissão de Segurança Alimentar, em que a associação participa.

Uma das soluções, que a Deco tem advogado, é proibir completamente a venda de carne previamente picada nos talhos, e poderá voltar a estar em cima da mesa daqui a seis meses, indicou.

Ana Cristina Tapadinhas afirmou que este ano, depois de em janeiro a Deco divulgar um estudo sobre a venda de carne picada em hambúrgueres em talhos de Lisboa e Porto, se tomaram passos inéditos no sentido de aumentar a fiscalização.

Na Comissão de Segurança Alimentar, criou-se um grupo de trabalho específico para este problema e "acautelar um bem tão importante como a saúde pública", para o que a Deco contribuiu com o estudo, uma "fotografia do momento".

"Temos que aguardar", declarou, defendendo que o setor tem que ser mais fiscalizado e que, se não houver resultados no prazo que a Deco considera razoável, a associação acha necessária legislação para ser mais regulado.

No estudo sobre a carne picada vendida em forma de hambúrgueres, a Deco desaconselhou no fim de janeiro a compra deste formato, apontando as temperaturas a que a encontrou armazenada, mais elevadas do que o permitido por lei, a presença de bactérias de origem fecal e 'salmonella' e de sulfitos não declarados como conservantes, que são alergénicos para algumas pessoas.

Estudo
Cientistas de vários países, incluindo Portugal, descobriram que os genes dos seres vivos têm inscrita a "receita"...

Num estudo publicado hoje na revista científica Cell Metabolism, a equipa afirma que as suas descobertas permitirão para já alimentar animais criados para consumo humano, como peixe ou gado, de forma mais saudável e eficaz.

O neurocientista Carlos Ribeiro, da Fundação Champalimaud, afirmou que as experiências feitas até agora em ratos e moscas, se centraram na quantidade certa de proteínas ingeridas.

Carlos Ribeiro acrescentou que na investigação se analisou o genoma da mosca e do ratinho para descobrir a proporção de cada aminoácido (as 20 moléculas de cada proteína) ideal para a alimentação de cada espécie.

O resultado da "dieta ideal completamente sintética" a que chegaram permitiu-lhes aplicar um regime de aminoácidos que fez com que "os animais crescessem mais depressa, tivessem ossos melhores e não morressem tão cedo".

A aplicação imediata desta descoberta poderá estar em indústrias como a aquicultura ou a criação de gado, onde "se usam muitos suplementos alimentares" que fazem com que os animais comam "uma dieta desequilibrada".

Questionado sobre uma aplicação humana, Carlos Ribeiro afirmou que nesta altura é absolutamente especulativo, mas admitiu que um dos caminhos para a investigação poderá ser a compreensão de como o corpo humano "está otimizado" para funcionar, e as implicações da dieta na evolução de certas doenças.

Outra das investigadoras do centro Champalimaud, Samantha Herbert, afirma que a "gelatina" proteica usada para experimentar a dieta ideal "poderia resultar com qualquer animal" mas duvidou que as pessoas estivessem dispostas a comê-la.

“Gosto de ser otimista, por isso, penso que talvez estejamos mais perto do que pensamos de conseguir desenvolver uma dieta ideal, que garanta a boa saúde das pessoas ao longo da sua vida", ressalvou Samantha Herbert.

Dia 9 de março
A ligação entre a doença renal e a obesidade foi o tema escolhido para o Dia Mundial do Rim, que se assinala na quinta-feira,...

Em declarações, o presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, Aníbal Ferreira, sublinhou que existe hoje “uma associação muito clara entre a doença renal e a obesidade, no que diz respeito ao risco de desenvolvimento de algumas doenças que vão levar à insuficiência renal, como a diabetes e a hipertensão”.

O especialista alertou para o impacto da obesidade e excesso de peso nas idades mais jovens, os quais irão alterar, na idade adulta, os riscos de obesidade e insuficiência renal.

“A própria obesidade funciona, por si só, como um processo inflamatório crónico que vai agredir diversos órgãos e nomeadamente o rim”, acrescentou.

Por esta e outras razões, as organizações internacionais e nacionais decidiram aproveitar o Dia Mundial do Rim para chamarem a atenção para esta associação entre a obesidade e a doença renal.

Sobre a situação do transplante de rins em Portugal, Aníbal Ferreira reconheceu que faltam órgãos para as necessidades dos doentes, mas sublinhou que a taxa de transplantação renal foi, em 2015, a mais elevada de sempre e que em 2016 foi ainda melhor.

Segundo o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), dos 864 órgãos transplantados em 2016, o maior número ocorreu na transplantação renal (499), seguindo-se a hepática (272), a cardíaca (42), a pulmonar (26) e a pancreática (25).

“Apesar deste aumento de transplante, nos últimos anos tem-se verificado um aumento da procura e consequente diminuição da resposta”, disse.

Uma das razões que contribui para este aumento da procura é o facto de as populações viverem hoje mais e, por isso, existirem mais doentes a entrar em insuficiência renal, porque ficam tratados de outras doenças, pelas quais há décadas morreriam.

Em três anos
O número de vítimas de violência no namoro sinalizadas pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses aumentou...

De acordo com os dados estatísticos do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) sobre violência no namoro, a que a Lusa teve acesso, 2016 terminou com 767 pessoas vítimas de violência no namoro, o que representa um aumento de quase 10% em relação às 699 de 2015, mas significa um crescimento no número de casos de quase 60% quando comparando com as 484 vítimas de 2014.

Em declarações, o responsável pelo estudo confirmou que, ao longo dos últimos três anos, tem constatado uma evolução de aumento do número de casos reportados ao INMLCF em que as vítimas identificam como sendo uma relação de namoro.

Para César Santos, isso corresponde não necessariamente a um aumento real do número de casos, mas antes a uma maior consciencialização das vítimas para os seus direitos e para a necessidade de apresentarem queixa.

“Na violência doméstica em geral e na violência no namoro em particular assiste-se a uma maior consciencialização da sociedade sobre estes fenómenos para o que são os comportamentos abusivos e para que [a vítima] deve fazer valer os seus direitos”, apontou o responsável, coordenador do Gabinete Médico-Legal e Forense do Médio Tejo.

O INMLCF apurou que, no que diz respeito ao perfil da vítima, a maioria (657) são do sexo feminino, havendo 14,3% de homens, tendo havido uma evolução de 55% entre 2014 e 2016, passando de 424 mulheres no primeiro ano para 657 no segundo.

De registar, no entanto, que o número de vítimas homens tem vindo a aumentar exponencialmente, já que em 2014 foram 60 e em 2016 110, o que representa uma subida de 83,3%.

Ainda em relação ao perfil da vítima, os dados do INMLCF revelam que em 34,9% dos casos a pessoa tem entre 18 e 25 anos e em 22,8% entre 31 e 39 anos.

Já no que diz respeito aos agressores, há uma evolução nos últimos dois anos, já que em 2015 eram maioritariamente ex-namorados (52,9%), enquanto em 2016 foram sobretudo os namorados (51,8%).

As formas de agressão mais frequentemente reportadas são variadas e vão desde facadas (16), unhadas (56), puxão de cabelos (104), pontapés (142), empurrões (166), apertões (176) ou bofetadas (230), mas também murros (258) ou estrangulamento (59).

Apesar da tentativa de estrangulamento não ser a mais frequente, o responsável pelo estudo aproveita para salientar que muitas vezes as pessoas não tem real perceção das consequências e apertar o pescoço poderá despertar reflexos que, em última análise, pode provocar uma paragem cardíaca.

“Chamamos a atenção para o apertar do pescoço porque é subvalorizada a sua importância quando poderá ter, em algumas situações, um desfecho inesperadamente fatal”, alertou César Santos.

O INMLCF faz também a análise aos meses, dias e horas em que ocorrem mais agressões para concluir que acontecem sobretudo nos meses de julho (88) e outubro (86), aos fins de semana (246), entre as 15:00 e as 16:59 (99) e as 21:00 e as 22:59 (102)

Estes dados vão ser apresentados publicamente por ocasião do seminário “E se a escola do namoro formasse profissionais em violência”, que decorre no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra, e assinala o Dia Internacional da Mulher.

De acordo com César Santos, este seminário pretende trazer algum contributo na sensibilização para estes temas junto dos mais jovens, sobretudo os alunos do secundário, mas também universitários, dando-lhes as ferramentas necessárias a reconhecer um abuso, perceberem as consequências na saúde física e psíquica mas também ao nível legal.

“O namoro não é suposto ser uma tortura, mas sim um relacionamento de respeito entre duas partes”, concluiu, reforçando que comportamentos abusivos podem muitas vezes ter desfechos trágicos e levar à morte da vítima.

Hospital de Santa Marta
O primeiro coração artificial em Portugal foi segunda-feira implantado com sucesso a um doente de 64 anos que sofria de...

Este doente, que está consciente e hoje recebeu a visita da administradora do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), foi operado no Hospital de Santa Marta pela equipa do cirurgião José Fragata, pioneiro em várias intervenções na área cardiotorácica em Portugal.

Numa conferência de imprensa, José Fragata explicou que esta intervenção foi a resposta clínica possível para este doente que sofria de insuficiência cardíaca, mas que não respondia à medicação.

Para este tipo de doentes, a solução passa por um coração transplantado, mas o facto de o doente sofrer de doença renal e por causa dos efeitos nos rins dos fármacos para a imunodepressão, esta hipótese foi posta de lado.

Este paciente juntou-se, assim, aos 1.200 que em todo o mundo receberam um coração artificial desta geração e que chegam a viver 11 a 12 anos.

Trata-se de “uma bomba muito diferenciada, que funciona por levitação magnética, aspira o sangue da ponta esquerda do coração e injeta na aorta e que está ligada por uma 'drive line' que sai pela parede abdominal do doente e que se liga a um conjunto de baterias”, explicou José Fragata.

Segundo o cirurgião, “é como um telemóvel que tem carga de 17 horas e que à noite é preciso ligar a um carregador”.

José Fragata revelou que “o doente nem sequer dá pelo dispositivo, uma vez que ela esta alojada profundamente no tórax, dentro do saco pericárdico, faz corpo com o coração do doente aspira sangue do ventrículo e injeta na aorta”.

Não se trata de uma substituição, mas sim de uma assistência ao ventríloquo esquerdo. O coração do doente permanece no mesmo sítio, mas apenas o seu lado funciona, pois o esquerdo praticamente só trabalha com o dispositivo, o qual pulsa 5.000 vezes por minuto.

Segundo José Fragata, “os doentes só não poderão fazer desportos náuticos de contacto”, podendo ter uma vida normal.

A cirurgia durou três horas e foi muito participada e, principalmente, assistida por profissionais curiosos que quiseram testemunhar a intervenção inédita em Portugal.

Antes desta cirurgia, a equipa liderada por José Fragata assistiu a vários implantes no estrangeiro e preparou a técnica.

“Isto não é um passo de mágica nem uma atitude aventureira de um conjunto de pessoas que decidiram implantar um coração”, esclareceu o médico.

Segundo José Fragata, existe já um doente internado no Hospital de Santa Marta que aguarda por uma cirurgia destas.

Das 20 a 30 pessoas que aguardam por um transplante de coração em Portugal, este coração artificial deverá ser uma resposta para “quatro, cinco ou seis”.

Cada dispositivo custou 100 mil euros, sendo obrigatória a aquisição de dois, num total de 200 mil euros. A este valor acrescem os 7.000 euros que, por norma, custam a produção por doente nesta unidade de saúde.

Irregularidades financeiras
A Polícia Judiciária está a realizar buscas nas instalações da Ordem dos Enfermeiros, para "recolha de prova"...

A notícia sobre as buscas foi avançada pela SIC que refere que estas diligências da Polícia Judiciária (PJ) resultam de uma denúncia da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, sobre alegadas irregularidades financeiras no seio da instituição.

Em fevereiro, a imprensa noticiou que a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, instaurou processos disciplinares contra a sua vice-presidente, Graça Machado, e contra José Lopes, diretor financeiro.

A Graça Machado são imputados factos como acumulação ilegal de ordenados (da Ordem dos Enfermeiros e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo), despesas sem justificação e uma "cunha", enquanto José Lopes é acusado de ter alterado o sistema informático que controla as horas de trabalho, de não ter pago o IMI de vários imóveis que são propriedade da Ordem e de ter metido uma "cunha", de acordo com o Diário de Notícias.

Posteriormente, segundo noticiou então a TVI, o diretor financeiro e a vice-presidente, ambos suspensos de funções, acusam a bastonária de várias irregularidades relacionadas com o preenchimento de despesas e com a reestruturação dos serviços jurídicos, alegadamente em interesse próprio.

Ministério da Saúde
O pagamento aos hospitais privados das cirurgias que as unidades públicas não conseguiram realizar, que estão em atraso, começa...

“A propósito do pagamento das cirurgias feitas ao abrigo do SIGIC (Sistema Integrados de Gestão de Inscritos para Cirurgia), por convencionados, a dívida das administrações regionais de saúde até 30 de abril de 2016 começa a ser paga esta semana e ficará praticamente liquidada na seguinte”, disse fonte oficial do Ministério.

Desde 30 de abril que são os hospitais as entidades financeiramente responsáveis pelo pagamento das cirurgias não realizadas no Serviço Nacional de Saúde e que são transferidas para os privados convencionados.

“Está a ser feito um esforço de aceleração da conferência de faturação no sentido de regularizar todo o processo de pagamento aos convencionados”, adianta ainda a mesma fonte oficial do Ministério da Saúde.

Segundo um despacho de fevereiro do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi efetuado por cada uma das Administrações Regionais de Saúde (ARS) o levantamento das dívidas dos hospitais de origem no âmbito do SIGIC com vales cirúrgicos emitidos até 30 de abril de 2016, cujos valores ainda não foram pagos pelas ARS às entidades convencionadas. Em causa está, neste caso, um montante superior a oito milhões de euros.

Ministro da Saúde
O Ministro da Saúde considerou hoje que 2016 foi “um ponto de viragem” no Serviço Nacional de Saúde e que o estudo hoje...

“O mais importante sinalizar é que 2016 foi um ponto de viragem. Mais uma vez se comprovou que as taxas moderadoras estavam a ser um agente de barreira e acesso ao SNS, sobretudo aos mais pobres”, disse Adalberto Campos Fernandes.

O governante sublinhou que as taxas moderadoras "são sobretudo impactantes em grupos de população muito desfavorecidos" e lembrou que, em relação a estes, já há "mais de seis milhões e 300 mil isentos".

“Estamos a atentos e, se for preciso intervir no próximo orçamento de forma mais diferenciada e qualificada, fá-lo-emos”, afirmou.

“Todos os anos monitorizamos as relações de procura e a relação entre procura/oferta e não nos podemos esquecer que o rendimento é uma combinação de vários fatores. Se melhorar-mos as pensões, aumentar-mos o emprego e criar-mos condições para pagar menos impostos, o rendimento disponível aumenta”, frisou.

O ministro, que falava à saída da apresentação do estudo sobre sustentabilidade na saúde desenvolvido pela Nova Information Management School (Nova IMS), da Universidade Nova de Lisboa, sublinhou ainda que 2016 foi o ano em que mais portugueses procuraram o SNS.

Segundo o estudo, apresentado no Centro Cultural de Belém, o SNS está mais sustentável, em 2016 o financiamento aumentou e a despesa cresceu menos do que tinha acontecido em 2015.

De acordo com o trabalho da Nova IMS, em 2015 o financiamento do SNS fixou-se em 8,65 mil milhões de euros (mais 0,4%) e no ano passado este valor subiu 3,1% para os 8,93 mil milhões de euros.

Já a despesa, que tinha crescido 1,7% para os 9,03 mil milhões de euros em 2015, no ano passado subiu menos, atingindo os 9,13 mil milhões de euros (mais 1,2%), o que contribuiu para aumentar o índice de sustentabilidade do SNS (passou de 100.2 para 102.2).

O trabalho indica ainda que os portugueses têm uma perceção errada dos custos das taxas moderadoras na saúde e estimam valores acima dos reais, mas consideram que apesar de tudo são adequados (38,1%).

O estudo aponta diferenças entre o que os portugueses julgam que custa (11,92 euros) e o que realmente custa (7,00 euros) a taxa moderadora para uma consulta externa/especialidade num hospital público.

Nos episódios de urgência, o valor que os portugueses julgam (16,88 euros) que custa a taxa moderadora também é maior do que o real no caso da urgência básica (14,00 euros) e polivalente (16,00 euros). O valor estimado apenas é inferior ao custo real no caso das urgências médico-cirúrgicas (18,00 euros).

Quando confrontado com a ideia desfasada da realidade que os portugueses têm das taxas moderadoras, pois estimam valores acima dos reais na maior parte dos casos, o ministro respondeu que tal ocorre devido ao grau de literacia em saúde, mas não é exclusivo deste setor.

Em relação aos efeitos dos custos reais dos cuidados de saúde no bolso dos portugueses, o estudo diz que 10,7% deixaram de ir às urgências por falta de dinheiro, que 3,9% não fizeram exames de diagnóstico, que 3,4% perderam uma consulta externa/especialidade num hospital público e que 2,4% não foram a uma consulta com o médico de clínica geral ou médico de família num centro de saúde.

Quanto aos que deixaram de comprar medicamentos prescritos pelos médico por causa do seu custo, o estudo indica que estes números têm vindo a cair desde 2014, mas ainda assim foram 11,8% os que o confessaram tal realidade (contra 14,2% em 2015).

Em declarações, Pedro Simões Coelho, investigador da Nova IMS, sublinhou que estes valores estão "em queda muito acentuada".

"Este potencial de cuidados de saúde perdidos está em queda muito acentuada. Estimamos que cerca de 11% dos episódios urgência não se realizaram por esta razão [falta de dinheiro], mas eram quase 14,5%. Nas consultas externas são 3%, mas eram 8%.(...) Ainda é elevado, estimamos por exemplo que 12% não compraram medicamentos por causa do preço, mas em 2014 eram 16%. A tendência é para uma evolução positiva", considerou.

Médicos e enfermeiros
O ministro da Saúde manifestou hoje abertura para, em sede de negociação, “limar algumas questões” relativas ao pagamento do...

Adalberto Campos Fernandes, que falava aos jornalistas à saída de uma conferência sobre sustentabilidade na saúde, disse ainda que o secretário de Estado já tem agendada uma reunião para o início da próxima semana com os dois principais sindicatos dos médicos para tratar desta matéria.

“Os canais de diálogo estão abertos, as conversações com as estruturas sindicais estão abertas e nós estamos disponíveis para introduzir as medidas de melhoria do próprio modelo, mantendo este princípio de progressividade e faseamento, para que em 2018 este assunto esteja resolvido”, afirmou o responsável da pasta da Saúde.

Os médicos e enfermeiros ficaram descontentes com a publicação em decreto-lei na passada semana das regras de reposição do pagamento do trabalho extraordinário, pois consideram discriminatório o facto de estas apenas abrangerem profissionais que exercem funções nos serviços de urgência e nas unidades de cuidados intensivos.

Os sindicatos médicos e a Ordem dos Médicos reuniram-se na segunda-feira e convocaram para a próxima sexta-feira uma reunião alargada a todas as associações médicas para definir uma estratégia concertada de defesa do Serviço Nacional de Saúde.

O encontro, que se realizará na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, foi decidido após uma outra reunião que ocorreu depois de os sindicatos terem acusada no sábado o ministro da Saúde de faltar a compromissos assumidos para a reposição de parte do corte da remuneração do trabalho suplementar dos médicos.

Já o Sindicato dos Enfermeiros também disse que estava a analisar formas de luta contra a discriminação de profissionais no pagamento do trabalho extraordinário definido pelo Ministério da Saúde.

Segundo o Sindicato, no decreto-lei publicado na passada sexta-feira, o Ministério da Saúde define a alteração do pagamento do trabalho extraordinário aos profissionais de saúde que exercem funções nos serviços de urgência e nos cuidados intensivos, fazendo com que, a partir de 01 de abril, seja pago 75% e, a partir de 01 de julho, seja pago nos termos resultantes da negociação com os sindicatos.

Confrontando com o desagrado dos profissionais de saúde, o ministro afirmou: “O sentido de responsabilidade na governação faz com que nós não possamos dizer aquilo que é desejável e compreendemos que os próprios grupos profissionais entendam ser desejável, mas ao Governo cumpre fazer aquilo que é possível”.

Adalberto Campos Fernandes disse ainda acreditar que “em sede de negociação” seja possível “limar e resolver as questões que ainda existem”.

“Estamos a repor nas condições de progressividade e faseamento que o país permite”, acrescentou.

Estudo
O Serviço Nacional de Saúde está mais sustentável, de acordo com um estudo que é hoje apresentado em Lisboa e que indica que em...

Segundo o estudo, desenvolvido pela Nova Information Management School (Nova IMS), da Universidade Nova de Lisboa, o financiamento do SNS subiu 3,1% e a despesa cresceu 1,2%, menos do que tinha acontecido em 2015.

Se em 2015 o financiamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) se tinha ficado nos 8,65 mil milhões de euros (mais 0,4%), no ano passado este valor subiu 3,1% para os 8,93 mil milhões de euros.

Já a despesa, que tinha crescido 1,7% para os 9,03 mil milhões de euros em 2015, no ano passado subiu menos, atingindo os 9,13 mil milhões de euros (mais 1,2%), o que contribuiu para aumentar o índice de sustentabilidade do SNS (passou de 100.2 para 102.2).

O índice de sustentabilidade é calculado tendo em conta não só a qualidade dos cuidados de saúde na ótica dos cidadãos, como também os indicadores disponíveis sobre a qualidade técnica do SNS, a atividade registada e a despesa.

Em declarações, Pedro Simões Coelho, investigador da Nova IMS, explicou que o índice de sustentabilidade, que tinha sido estabelecido em 2014 com base 100, teve pela primeira vez um crescimento significativo.

"O índice tinha tido uma evolução marginal e este ano, pela primeira vez, teve uma evolução positiva (…), o que resulta, por um lado, de um crescimento da atividade, que estimamos em 1,6%, e simultaneamente do crescimento da qualidade, não da qualidade percecionada [pelos utentes] – essa estabilizou nos últimos três anos –, mas sobretudo da qualidade técnica, que evoluiu mais de seis pontos entre 2015 e 2016", afirmou.

Este movimento, sublinhou, foi conseguido "com um crescimento da despesa a uma taxa inferior à da atividade".

"É um SNS mais produtivo do que era, a atividade cresceu mais do que a despesa, é um sistema que com a mesma despesa consegue ter nível de qualidade significativamente superior", sublinhou o investigador.

Sob o ponto de vista da atividade, o estudo indica que aumentou o número de doentes atendidos tanto nos hospitais como nos serviços de saúde primários, mas esta subida foi mais significativa nos cuidados primários (2,1%).

A qualidade do SNS na ótica dos utentes baixou ligeiramente para os 68.3 pontos (- 1,2), mas a qualidade técnica – que usou 13 indicadores validados e ponderados por um grupo de peritos – subiu para os 68,5 pontos (+3,4).

A qualidade técnica é calculada usando, entre outros, indicadores como a sépsis pós-operatória, a mortalidade pós AVC (hemorrágico ou isquémico), o reinternamento a 30 dias e as cirurgias em ambulatório, entre outros.

Para os autores do estudo, a eficácia do SNS, que tinha baixado entre 2014 e 2015, aumentou no ano passado, subindo para 71.1 pontos (+0,9).

"Significa que está a 71% do que seria um sistema perfeito. É um sistema eficaz no seu contributo para qualidade de vida e de saúde da população, mas também é um sistema que tem tido um impacto significativo quer no estado de saúde da população quer na redução de comportamentos que têm impacto económico [absentismo laboral]", explicou

Para medir a eficácia foram usados indicadores como a produtividade, o absentismo dos cidadãos com problemas de saúde, a qualidade de vida dos cidadãos e o seu estado de saúde para perceber como é que o recurso aos serviços de saúde teve influência na melhoria destes valores. Como novos indicadores este ano aparecem a ansiedade e depressão, os cuidados pessoais, a dor/mau estar, a mobilidade e a realização das tarefas diárias.

O estudo demonstra que o investimento em saúde tem impacto no absentismo, produtividade, na qualidade de vida e que dá origem a um retorno económico e social.

Quanto ao impacto no absentismo, os autores indicam que diminuiu em 2016 o número de pessoas que não faltaram um único dia ao trabalho por questões de saúde (suas ou de familiares), assim como as que faltaram por períodos mais prolongados - mais do que 11 e mais do que 20 dias.

No sentido inverso, aumentou a percentagem de população que faltou ao trabalho entre um a dois dias (passou de 10,5 para 13%), entre três a cinco dias (de 16,1 para 16.9%) e entre 6 a 10 dias (de 6 para 9,3%).

Ao avaliar o impacto laboral/absentismo, o estudo concluiu que se não tivessem recorrido aos serviços de saúde os portugueses faltariam mais 1,6 dias ao trabalho, o que se traduz num impacto de 2,2 mil milhões de euros (em salários).

Com um universo de cidadãos acima dos oito milhões (pessoas com 18 ou mais anos), o estudo abrangeu a realização de 500 entrevistas, em fevereiro, cujos resultados foram “extrapolados para o universo segundo uma pós-estratificação que tem por base as variáveis género e classe etária”.

O estudo é hoje apresentado na 6.ª Conferência "Sustentabilidade na saúde 4.0 – Investimento em saúde e impacto na vida laboral", que vai decorrer no CCB, em Lisboa.

Hospital de Santa Marta
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciou hoje que foi realizado em Portugal o primeiro implante de coração...

O ministro considerou esta cirurgia como um facto inédito e remeteu mais informações para uma conferência de imprensa com a equipa médica no hospital de Santa Marta, em Lisboa, ao início da tarde.

O ministro fez o anúncio durante a 6.ª Conferência "Sustentabilidade na saúde 4.0 – Investimento em saúde e impacto na vida laboral", que decorre em Lisboa.

Estudo
Os portugueses têm uma perceção errada dos custos das taxas moderadoras na saúde e estimam valores acima dos reais, mas...

Segundo o trabalho da Nova Information Management School (Nova IMS), da Universidade Nova de Lisboa, que vai ser apresentado em Lisboa, mais de um em cada três (38,1%) portugueses considera adequadas as taxas moderadoras praticadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O trabalho da Nova IMS tem vindo a ser feito desde 2014 e todos os anos complementa o anterior com indicadores novos.

De acordo com o estudo, mais de metade dos inquiridos (50,1%) considera adequados ou muito adequados os valores pagos pelos medicamentos que lhes foram prescritos nos últimos 12 meses, pouco mais do que aqueles que consideram adequada a comparticipação do Estado para a medicação prescrita (49,1%)

Mas a perceção que os portugueses têm da realidade dos valores das taxas moderadoras é na maior parte dos casos errada.

O estudo indica que há uma diferença entre o que os portugueses julgam que custa (11,92 euros) e o que realmente custa (7,00 euros) a taxa moderadora para uma consulta externa/especialidade num hospital público.

Nos episódios de urgência, o valor que os portugueses julgam (16,88 euros) que custa a taxa moderadora também é maior do que o real no caso da urgência básica (14,00 euros) e polivalente (16,00 euros). O valor estimado apenas é inferior ao custo real no caso das urgências médico-cirúrgicas (18,00 euros).

"No caso das urgências a perceção está mais alinhada com a realidade, assim como nos cuidados primários. Onde se verifica maior diferença é nas taxas nas consultas externas dos hospitais", explicou Pedro Simões Coelho, investigador da Nova IMS.

Quanto aos efeitos dos custos reais dos cuidados de saúde no bolso dos portugueses, o estudo diz que 10,7% deixaram de ir às urgências por falta de dinheiro, que 3,9% não fizeram exames de diagnóstico, que 3,4% perderam uma consulta externa/especialidade num hospital público e que 2,4% não foram a uma consulta com o médico de clínica geral ou médico de família num centro de saúde.

Quanto aos que deixaram de comprar medicamentos prescritos pelos médico por causa do seu custo, o estudo indica que estes números têm vindo a cair desde 2014, mas ainda assim foram 11,8% os que o confessaram tal realidade (contra 14,2% em 2015).

Contudo, Pedro Simões Coelho sublinha que estes valores estão "em queda muito acentuada".

"Este potencial de cuidados de saúde perdidos está em queda muito acentuada. Estimamos que cerca de 11% dos episódios urgência não se realizaram por esta razão [falta de dinheiro], mas eram quase 14,5%. Nas consultas externas são 3%, mas eram 8%.(...) Ainda é elevado, estimamos por exemplo que 12% não compraram medicamentos por causa do preço, mas em 2014 eram 16%. A tendência é para uma evolução positiva", considerou.

“Esta evolução positiva resulta de várias coisas em simultâneo: da redução efetiva nas taxas moderadoras, de um alargamento de segmentos de população isenta de taxas moderadora e a verdade é que, para certos segmentos da população utilizadores do SNS, observámos um aumento de rendimento disponível", afirmou o investigador.

Com um universo de cidadãos acima dos oito milhões (pessoas com 18 ou mais anos), o estudo abrangeu a realização de 500 entrevistas, em fevereiro, cujos resultados foram “extrapolados para o universo segundo uma pós-estratificação que tem por base as variáveis género e classe etária”.

O trabalho vai ser hoje apresentado durante a conferência Sustentabilidade na Saúde, organizada pela TSF e pela farmacêutica AbbVie.

Estudo
Um novo teste sanguíneo capaz de apontar o local do corpo onde cresce um cancro, permitindo combatê-lo de forma precoce é o...

"Saber a localização do tumor é essencial para conseguir detetá-lo cedo", afirmou Kun Zhang, professor de bioengenharia na faculdade de engenharia da universidade da Califórnia e o principal autor do estudo hoje publicado na revista Nature Genetics.

O método aproveita-se do facto de os tumores, ao crescer, competirem com as células normais pelos nutrientes disponíveis, acabando por matá-las. Os cientistas seguiram o ADN dessas células mortas, que vai parar ao sangue, para identificar o tecido afetado pelas células cancerosas.

"Fizemos esta descoberta por acaso. No princípio, seguíamos a abordagem convencional, procurando células cancerosas e tentando identificar de onde vinham. Mas também detetámos sinais de outras células e percebemos que se juntarmos os dois tipos, podíamos determinar a presença de um tumor e saber onde está a crescer", afirmou Zhang.

Os cientistas responsáveis pelo estudo procurarão agora levar as suas conclusões para o plano clínico, trabalhando com oncologistas para apurar e refinar este método.

ENTRUST-AF PCI
A Daiichi Sankyo anunciou hoje que já foi incluído no estudo ENTRUST-AF PCI o primeiro doente.

O estudo de fase 3, multinacional, aleatorizado vai avaliar um regime terapêutico baseado no inibidor direto do fator Xa, de toma oral, em dose diária única (edoxabano – com a marca comercial LIXIANA®), produzido pela companhia, em comparação com um regime baseado num antagonista da vitamina K, em doentes com fibrilhação auricular submetidos a intervenção coronária percutânea (IPC) com stenting, com o objetivo de avaliar a incidência de hemorragia major ou não-major clinicamente relevante, de acordo com os critérios de hemorragia definidos pela ISTH 1. 1500 doentes, acompanhados em 200 centros da Europa, Coreia, Taiwan e Ucrânia 1, serão incluídos no ENTRUST-AF PCI.

“A estratégia antitrombótica ideal para os doentes com fibrilhação auricular submetidos a ICP é, até agora, desconhecida”, afirmou o Dr. Pascal Vranckx, Consultor Clínico em Cardiologia de Intervenção e Diretor Médico dos Serviços de Cuidados Intensivos Cardíacos no Hartcentrum Hasselt, na Bélgica. “O estudo ENTRUST-AF PCI vai avaliar o papel de edoxabano enquanto parte da estratégia terapêutica antitrombótica, em comparação com uma estratégia antitrombótica baseada num antagonista da vitamina K, tal como determinam as atuais guidelines”.

“A hipótese do estudo é que esta combinação seja pelo menos tão segura como a terapêutica tripla com varfarina e dois antiagregantes plaquetares, sendo possível que a terapêutica com edoxabano se revele mais segura para estes doentes com fibrilhação auricular e necessidade de PCI”, adiantou o Prof. Doutor Pedro Monteiro, cardiologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e investigador principal do estudo em Portugal. “A confirmar-se a hipótese do estudo, o edoxabano poderá constituir uma alternativa segura e eficaz no tratamento destes doentes, prevenindo simultaneamente o AVC e os eventos coronários e hemorrágicos”. Além disso, “o facto de ser de toma única diária deve melhorar a compliance e fazer com que mais doentes possam beneficiar do elevado perfil de eficácia e segurança demonstrado pelo edoxabano nos ensaios clínicos”. 

“O ENTRUST-AF PCI é um estudo importante para os doentes com fibrilhação auricular submetidos a ICP que precisam de terapêutica antiplaquetária e edoxabano crónico para a prevenção do AVC”, afirmou o Dr. Andreas Goette, Diretor Clínico e do Departamento de Cardiologia e Medicina Intensiva do St. Vincenz-Hospital Paderborn, na Alemanha, e investigador principal do estudo.

“Neste estudo, edoxabano será utilizado na dose aprovada para a prevenção do AVC em doentes com fibrilhação auricular”.

“O ENTRUST-AF PCI é o único estudo nesta área com uma única estratégia de dose completa de anticoagulante de ação direta e com poder estatístico para tirar conclusões definitivas”, afirmou o Prof. Doutor Pedro Monteiro. 

“ENTRUST-AF PCI vai trazer um novo corpo de evidência ao crescente Programa de Investigação Clínica de Edoxabano, e os resultados vão fornecer aos médicos uma maior compreensão do potencial de redução do risco hemorrágico em doentes com fibrilhação auricular submetidos a ICP”, adiantou o Dr. Hans Lanz, Director Executivo e Global Medical Affairs da Daiichi Sankyo. 

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