Reino Unido
O Serviço nacional de saúde britânico referiu que está a investigar se os doentes foram colocados em risco após o desvio de...

O diário britânico The Guardian refere que resultados de análises ao sangue, diagnósticos de cancro e outros documentos partilhados entre o hospital e os médicos de família foram armazenados por engano num armazém pela Shared Business Services (SBS), uma empresa subcontratada.

O jornal indica que o erro se iniciou em 2011 e foi descoberto em março de 2016. O Departamento de Saúde informou que está a decorrer um inquérito, mas até ao momento não existem provas de que os doentes tenham sido prejudicados.

Diversos líderes da oposição já pediram explicações ao Governo, com o líder liberal democrata Tim Farron a considerar este episódio como “uma perturbante perda de informações pessoais e privadas”.

O Departamento de Saúde britânico e a companhia francesa Sopra Steria são coproprietárias da SBS.

Estudo
Investigadores australianos concluíram que as dores nas colunas aumentam em 13% a propensão para uma morte prematura por...

Cientistas da Universidade de Sydney, Austrália, concluíram que as pessoas com dores crónicas na coluna vertebral apresentam uma possibilidade 13% superior de morrer prematuramente do que todas as outras pessoas.

O estudo foi publicado no “European Journal of Pain” e contou com a participação de 4.390 gémeos dinamarqueses com mais de 70 anos, escreve o Sapo.

Segundo o Paulo Ferreira, um dos responsáveis pela investigação e professor associado da Faculdade de Ciências da Saúde daquela universidade, a descoberta é "um achado significativo porque muitas pessoas consideravam que a dor na coluna não representava qualquer perigo de vida".

Os investigadores ressalvam que são necessários mais estudos para reforçar esta conclusão, até porque não foi estabelecida uma relação de causalidade entre a dor na coluna e o aumento da mortalidade por todas as causas.

Mathew Fernandez, autor principal do estudo, igualmente da Faculdade de Ciências da Saúde, comenta que "com a população a envelhecer rapidamente, a saúde da coluna vertebral torna-se crucial para manter a independência numa idade mais avançada, evidenciando a importância da dor na coluna como um sintoma a apresentar no âmbito dos cuidados de saúde primários".

Estudo
A médica e cientista Ester Coutinho foi premiada pela Academia de Ciências Médicas do Reino Unido, pela apresentação oral de um...

A informação foi dada pela instituição britânica, que atribuiu o prémio na quinta-feira.

No estudo, publicado na quinta-feira na revista médica britânica e de que a investigadora portuguesa é a primeira autora, a equipa de cientistas debruçou-se sobre o papel dos anticorpos das mães em perturbações no desenvolvimento intelectual e motor das crianças.

Os anticorpos são proteínas do sistema imunitário que normalmente protegem o organismo contra infeções, mas, por vezes, podem levar ao aparecimento de doenças autoimunes.

A investigação de Ester Coutinho procura encontrar anticorpos nas grávidas que afetam o desenvolvimento cerebral do feto, que, mais tarde, se pode revelar em distúrbios ou doenças do neurodesenvolvimento das crianças, como paralisia cerebral, surdez, cegueira, autismo, dislexia, hiperatividade com défice de atenção e deficiências cognitivas.

"O que encontrámos foi uma associação entre um anticorpo contra uma proteína cerebral chamada CASPR2 [envolvida no neurodesenvolvimento] em mães que, depois, tiveram crianças com atrasos mentais. Essa associação foi validada em ratinhos", assinalou a cientista, que realizou o estudo na Universidade de Oxford, no Reino Unido, para a sua tese de doutoramento, ao abrigo de um programa cofinanciado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência, em Portugal.

A equipa de investigadores estudou a presença da proteína CASPR2 em amostras de soro do sangue de mães com psicose pós-parto e com crianças com atraso mental ou outras disfunções no desenvolvimento psicológico, comparando-as com grupos de controlo. As amostras foram recolhidas na década de 90 e armazenadas num biobanco na Dinamarca.

Posteriormente, os cientistas avaliaram, em fêmeas de ratinhos, os efeitos da exposição uterina aos anticorpos contra a CASPR2 e, em seguida, o comportamento das crias já crescidas e o seu cérebro (depois de mortas).

"Vimos que houve alterações de comportamento e neuropatologias do cérebro. Tinham défice de interação social, alterações nas camadas corticais do cérebro, excesso de ativação de outras células cerebrais, como a microglia, e uma perda de sinapses [ligações entre neurónios, células cerebrais]. Tudo isto sugerindo uma patologia que é comum às pessoas que têm atrasos intelectuais e motores", apontou Ester Coutinho.

O próximo passo da investigação é validar as conclusões em disfunções específicas do neurodesenvolvimento, como o autismo, e estudar o mecanismo de funcionamento dos anticorpos durante a gestação.

Organização Mundial da Saúde
A Organização Mundial da Saúde instou o mundo a criar novos medicamentos para combater 12 superbactérias que resistem aos...

Os agentes patogénicos “prioritários”, segundo a lista da Organização Mundial da Saúde (OMS), incluem germes que causam infeções mortais na corrente sanguínea, nos pulmões, cérebro ou aparelho urinário, e que não respondem a uma cada vez maior lista de medicamentos.

“A resistência aos antibióticos está a crescer e estamos a ficar sem opções de tratamento”, afirmou Marie-Paule Kieny, diretora-geral-adjunta da OMS e que publicou a lista, no topo da qual aparecem as 'Acinetobacter baumannii', um grupo de bactérias que provoca patologias diversas, que vão desde a pneumonia até infeções em feridas.

A responsável alertou que se funcionar apenas a lei do mercado os novos antibióticos não serão desenvolvidos a tempo, pelo que é necessário que os governos criem políticas para aumentar o financiamento público e privado na investigação de novos medicamentos.

A OMS já tinha advertido que se nada for feito numa era pós-antibiótico as infeções comuns ou pequenos ferimentos podem transformar-se em assassinos, considerando, em comunicado, que as bactérias podem desenvolver resistência aos fármacos quando as pessoas tomam doses incorretas de antibióticos, e que estirpes resistentes podem ser contraídas diretamente de animais, da água, do ar ou de outras pessoas.

Os germes da lista da OMS, que é dividida em três categorias e que inclui entre as bactérias mais preocupantes a 'salmonella' e a 'Staphylococcus aureus', foram escolhidos com base na gravidade das infeções que causam, na facilidade com que se propagam, no número de fármacos em uso e nos novos antibióticos que estão a ser estudados.

Uma das prioridades são superbactérias resistentes a antibióticos que estão muitas vezes em hospitais, clínicas e entre pacientes que dependem de ventiladores e cateteres.

Na lista estão também bactérias resistentes aos medicamentos e que causam doenças “mais comuns” como gonorreia ou intoxicação alimentar induzida por salmonela.

A lista será discutida com especialistas em saúde do grupo dos G20 (maiores economias mundiais), esta semana em Berlim.

Parlamento
Três projetos de lei do PAN, BE e PEV que defendem a inclusão de um menu vegetariano em todas as cantinas e refeitórios...

Assente em motivações de saúde, éticas, ambientais e pedagógicas, a iniciativa do PAN - Pessoas-Animais-Natureza, seguida por propostas do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Ecologista os Verdes (PEV), foi debatida em junho do ano passado em plenário e baixou sem votação à comissão de especialidade.

Durante o debate, a maioria parlamentar concordou com a “liberdade de escolha na alimentação” pelo que, “analisadas e asseguradas as questões de operacionalidade e aplicabilidade da lei, a proposta pode reunir uma maioria consensual no parlamento”, adianta o PAN, que pretende também combater discriminação contra quem segue a dieta vegetariana.

O texto final da lei será votado, na quarta-feira, na Comissão de Agricultura e Mar e a votação global final em plenário deverá ocorrer na sexta-feira, anunciou o partido em comunicado.

As propostas surgiram na sequência da “Petição pela inclusão de opções vegetarianas nas escolas, universidades e hospitais portugueses”, que recolheu cerca de 15.000 assinaturas e que foi discutida em plenário em junho de 2016.

“Esta mudança representa a vontade de muitos portugueses que, por opção ou necessidade, seguem regimes de alimentação que diferem da norma, nomeadamente uma alimentação vegetariana”, sublinha o PAN.

A lei aplica-se às cantinas e refeitórios que façam parte da Administração do Estado, que deverão passar a ter diariamente uma opção vegetariana.

Nos casos em que não haja procura, e para evitar o desperdício alimentar, pode ser instituído um regime de inscrição prévia para quem pretender prato vegetariano, sublinha a projeto de lei.

“As entidades que façam administração direta das cantinas dispõem de um prazo de seis meses para se adaptarem e as restantes podem aguardar até ao final da execução do contrato que esteja em vigor”, acrescenta.

Segundo o PAN, esta lei vem “travar a discriminação das pessoas que já seguem esta dieta mas que dificilmente conseguem fazer uma refeição fora das suas casas”.

Para o subscritor do projeto, André Silva, esta questão torna-se “especialmente relevante” quando se tratam de crianças e jovens, que se sentem muitas vezes “discriminados nas escolas, pelos colegas, professores, auxiliares, por comerem comida diferente, necessariamente trazida de casa”.

“Temos tido até agora um Estado que nos impõe uma dieta padronizada. Os indicadores são claros a vários níveis, para além dos vários benefícios que mudanças graduais nos hábitos alimentares nos podem trazer, a opção que propomos é técnica, económica e nutritivamente possível”, salienta.

Por outro lado, esta escolha possibilita “uma redução dos impactos ambientais”, contribuindo para padrões elevados de segurança alimentar e de saúde das gerações futuras.

Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), as dietas vegetarianas têm benefícios importantes, como a redução da prevalência de doença oncológica, obesidade, doença cardiovascular, hiperlipidemias (gorduras no sangue), hipertensão, diabetes.

Estudo
Um estudo desenvolvido na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto indica que as mulheres atletas de alta competição têm...

Este é um dos resultados do projeto "Effects of physical exercise on the pelvic floor and its relevance for the urinary incontinence" ("Efeitos do exercício físico no pavimento pélvico e sua relevância para a incontinência urinária"), que tem como objetivo estudar a incontinência urinária e os distúrbios alimentares em atletas de elite.

Tendo como principal investigadora a fisioterapeuta da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), Alice Carvalhais, o projeto conta com profissionais das faculdades de Desporto e de Engenharia da Universidade do Porto (FADEUP e FEUP), do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) e da Escola Norueguesa de Ciências do Desporto, de Oslo.

Para a realização do primeiro estudo, foram avaliadas atletas de 26 modalidades, individuais e coletivas, com representatividade em Portugal, tendo sido nos desportos com alto impacto que se verificou uma taxa mais elevada de prevalência de incontinência urinária, disse à Lusa Alice Carvalhais.

Segundo a fisioterapeuta, os dados para essa etapa foram recolhidos através de questionários feitos a 372 atletas de alta competição, tendo sido solicitada autorização aos responsáveis pelas diferentes seleções nacionais para contacto com as mesmas nos períodos de estágios e em algumas situações de provas e de campeonatos.

Para controlo, foram avaliadas, também nessa fase, 372 mulheres que não praticavam desporto (ou que praticavam, no máximo, duas vezes por semana), recrutadas em escolas secundárias, faculdades e espaços públicos, acrescentou.

O segundo estudo do projeto passa por perceber se existe inter-relação entre diferentes estruturas anatómicas que delimitam a cavidade abdomino-pélvica em mulheres continentes e naquelas que possuem algum grau de incontinência urinária, de forma a verificar o impacto que o nível de atividade física pode ter nesses parâmetros.

Nesta parte, a recolha dos dados está a ser realizada no Laboratório de Biomecânica do Porto (LABIOMEP), tendo sido avaliadas, até à data, 46 mulheres, número que se prevê aumentar brevemente.

O terceiro momento do projeto, segundo a investigadora, consiste no desenvolvimento de um dispositivo para monitorizar e treinar a força dos músculos do pavimento pélvico.

Alice Carvalhais é fisioterapeuta há 30 anos e passou os primeiros 20 a intervir, maioritariamente, na área das disfunções neuro-músculo-esqueléticas.

"Entretanto, comecei a interessar-me pela saúde na mulher, mais especificamente pelas disfunções do pavimento pélvico", área na qual efetuou uma formação específica.

Para a fisioterapeuta, o que se retira desta análise não é que as mulheres devam abandonar a alta competição ou os desportos em que a prevalência desta condição é elevada, mas sim que algo deve ser feito no sentido de desenvolver estratégias para prevenir o aparecimento desta disfunção nas mulheres que não o apresentam e intervir naquelas em que já ocorre, mesmo sem a prática desportiva.

Prevê-se que todas as fases do projeto estejam concluídas até dezembro de 2017.

Presidente da ESEnfC
Maria da Conceição Bento, que falava na sessão de abertura do VI Fórum Politécnico, observou, no entanto, que há custos...

A Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Maria da Conceição Bento, defendeu, que “a grande meta para o ensino da saúde não podia ser outra senão a de dispormos, nas instituições de ensino politécnico da saúde, de laboratórios de simulação”, que incorporem “desde modelos de equipamento para treino de simples tarefas, como braços para administração de perfusões e medicação intravenosa, até simuladores de pessoa humana de alta-fidelidade, para a aprendizagem da tomada de decisão em cenários de elevada complexidade”.

A Presidente da ESEnfC, que intervinha no VI Fórum Politécnico, que teve por tema a “Simulação e Formação Interprofissional na Saúde”, e no qual esteve presente a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Fernanda Rollo, enumerou um conjunto de vantagens resultantes da aprendizagem por simulação, como o “aumento das oportunidades dadas aos estudantes para se familiarizarem com as competências clínicas antes de as consolidarem na prática clínica real”, o contacto com “experiências que farão parte da prática no mundo real dos cuidados de saúde”, ou a possibilidade de “o aluno pensar espontaneamente e de forma mais ativa do que passiva”.

Por outro lado, prosseguiu Maria da Conceição Bento, a simulação “fornece oportunidades aos estudantes de cometerem erros num cenário seguro”, transformando esses erros em “oportunidades de aprendizagem”, mas também “permite a demonstração dos conceitos fisiológicos de forma mais fácil do que lendo os manuais”, além de que “melhora a capacidade de visualizar as respostas fisiológicas às medicações e intervenções de Enfermagem”.

Apesar dos “benefícios evidentes”, a Presidente da ESEnfC notou que “a incorporação da simulação como estratégia na implementação dos currículos de Enfermagem tem custos associados à manutenção dos centros de simulação, o que pode constituir um grande desafio, dado tratar-se de um investimento muito elevado e para responder ao qual necessitamos de encontrar, eventualmente no quadro dos programas de financiamento europeu, os recursos necessários”.

A eventual criação de unidades móveis de simulação como forma de acesso de todas as escolas politécnicas de saúde ao ensino por simulação, ou a existência de redes e de parcerias que facilitem, igualmente, a formação contínua dos profissionais de saúde, foram algumas ideias partilhadas no VI Fórum Politécnico, realizado pela ESEnfC em articulação com a Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde (SPSim).

O Fórum Politécnico é uma iniciativa promovida pelo CCISP, em colaboração com o Programa de Modernização e Valorização dos Institutos Politécnicos, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Estudo
Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra descobriu como a produção...

As fêmeas de meia-idade apresentam uma redução de uma hormona sexual (o estrogénio) no cérebro que, com o envelhecimento, contribui para a neurodegeneração, disfunção cognitiva e sináptica, morte neuronal e Doença de Alzheimer (DA). A redução do estrogénio encontra-se associada à disfunção ovárica que se inicia com o período que antecede a menopausa (perimenopausa), a qual pode ser acelerada pelo impacto da diabetes.

A investigação, publicada na revista científica Molecular Neurobiology, sugere que a redução do estrogénio pode ser explicada pela incapacidade de ser transportado da circulação sanguínea para o cérebro, podendo ocorrer o mesmo com o transporte do colesterol, envolvido na produção do estrogénio.

A incapacidade de transporte ocorre apesar de as fêmeas de meia-idade diabéticas tipo 2 terem níveis de colesterol no sangue mais elevados que os machos com a mesma idade.

Ana Duarte, uma das autoras do estudo, explica que “o sexo feminino tem sido considerado como fator de risco para DA, particularmente após a menopausa. No entanto, pouco se sabe acerca dos eventos que precedem esta fase da vida. Os nossos resultados sugerem que, pelo menos durante a meia-idade, o facto de se ser do sexo feminino ou masculino afeta de forma diferente a comunicação entre células do cérebro, através das diferentes hormonas sexuais, podendo também elas ser parcialmente afetadas pela diabetes tipo 2”.

Apesar de as fêmeas de meia-idade apresentarem níveis de estrogénio no cérebro semelhantes ou menores que os dos machos, elas parecem ter desenvolvido mecanismos de adaptação de modo a manterem funcional a maquinaria que interage com esta hormona, combatendo a acumulação cerebral de elementos associados à doença de Alzheimer. Alguns elementos protetores, como a insulina, podem explicar como as fêmeas apresentam menos marcadores patológicos da DA que os machos.

A investigadora salienta ainda que “ao demonstrar que diferentes perfis e ações dos diferentes sexos poderão ter um papel crucial no cérebro na presença da diabetes tipo 2, o estudo reforça a necessidade de estabelecer abordagens preventivas e/ou terapêuticas dirigidas a diferentes fases da vida (como a meia-idade) para potenciar os tratamentos na diabetes tipo 2 e na DA”.

O estudo, que obedeceu a um longo e rigoroso processo de recolha, armazenamento e processamento de amostras, de acordo com a legislação portuguesa e europeia em vigor, contou com a colaboração do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC).

A investigação foi financiada por Fundos Europeus do FEDER através do Programa Operacional Fatores de Competitividade – COMPETE 2020, de verbas portuguesas através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e do Programa de Estímulo à Investigação da Faculdade de Medicina da UC, bem como do Fundo Social Europeu através de Bolsas.

Link do artigo: http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs12035-016-0155-1

Governo
A medicina geral e familiar, a medicina interna, anestesiologia ou ortopedia são as especialidades com mais vagas por preencher...

De acordo com um despacho conjunto dos ministérios da Saúde e das Finanças, a publicar hoje em Diário da República, o Governo determinou um limite até 150 postos de trabalho a preencher em estabelecimentos de saúde situados em zonas carenciadas de trabalhadores médicos.

Os profissionais que aceitem trabalhar para as instituições, identificadas no despacho, poderão receber um conjunto de incentivos que passam, entre outros, por um vencimento superior em 40%, mais férias e preferência na colocação do cônjuge.

O objetivo destes incentivos é “capacitar os serviços com a colocação efetiva de um maior número de profissionais, tendo em vista a melhoria do nível de acesso aos cuidados de saúde por parte da população”.

Segundo o despacho com a lista das unidades de saúde com falta de profissionais médicos, a medicina geral e familiar é a especialidade de que mais estabelecimentos de saúde referem falta (19), seguindo-se a medicina interna (16), a anestesiologia (15), a ortopedia (14), a radiologia e ginecologia (13), ou a cardiologia e a dermatologia (12).

Com falta de profissionais de saúde pública existem seis Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), cinco unidades de saúde precisam de especialistas em anatomia, nove necessitam de profissionais de cirurgia geral, dois de cirurgia plástica, três de angiologia/cirurgia vascular, três de endocrinologia/nutrição, 11 de gastrenterologia, dois de hematologia clínica, quatro de infeciologia, um de imunoalergologia, cinco de imuno-hemoterapia e oito de medicina física e reabilitação.

Um estabelecimento de saúde necessita de profissionais de medicina nuclear, um outro de nefrologistas, dez de neurologistas, um de neurorradiologistas, 11 de oftalmologistas, sete de profissionais de oncologia médica, 11 de otorrinolaringologia, quatro de patologia clínica, 11 de pediatria, 11 de pneumonia, oito de psiquiatria e saúde mental, seis de psiquiatria da infância e da adolescência, dois de reumatologia e 11 de urologia.

O despacho, assinado pelos ministros das Finanças e da Saúde, refere que “no setor da saúde ainda existe uma elevada concentração de médicos em estabelecimentos situados em determinadas zonas, em detrimento de outros que se encontram localizados fora dos grandes centros populacionais”.

“Esta situação tem efeitos negativos para os cidadãos que assim se veem, em alguns casos, forçados a deslocar-se a estabelecimentos de saúde distantes do seu domicílio, que lhes garantam os cuidados de que necessitam, com os consequentes incómodos que essa situação acarreta para os utentes”, lê-se no diploma.

Os médicos que aceitem trabalhar para os estabelecimentos de saúde agora conhecidos podem contar com um incentivo “fixado em 40% da remuneração base correspondente à primeira posição remuneratória da categoria de assistente, da carreira especial médica ou da carreira médica”.

Mais dois dias de férias enquanto permanecer no estabelecimento cujo posto de trabalho está identificado como carenciado e mais um dia de férias por cada cinco anos de serviço efetivamente prestado estão igualmente previstos.

Os incentivos preveem “a preferência pelo cônjuge ou pela pessoa com quem viva em união de facto na lista de ordenação final dos candidatos (…) para ocupação de posto de trabalho em serviço ou organismo da administração direta e indireta do Estado sito na localidade onde o trabalhador médico é colocado, desde que se trate de trabalhador com vínculo de emprego público constituído por tempo indeterminado”.

Os médicos podem “participar em atividades de investigação ou desenvolvimento das correspondentes competências e qualificações profissionais, mediante exercício de funções em serviços ou estabelecimento de saúde à sua escolha, situados em território nacional, pelo período máximo de 15 dias, por ano, seguido ou interpolado, com direito a ajudas de custo e transporte nos termos legais”.

O trabalhador que se candidate tem preferência no procedimento concursal de recrutamento para preenchimento de postos de trabalho na categoria de assistente graduado sénior, na lista de ordenação final dos candidatos, em caso de igualdade de classificação.

Estes incentivos, definidos em Decreto-Lei publicado no passado dia 27 de janeiro, são atribuídos pelo período de três anos, após a colocação no posto de trabalho.

No Porto
Uma associação de apoio ao doente com cancro digestivo do Porto tem desde 2009 em curso um Projeto de Prevenção Escolar...

Direcionado a alunos com idades entre os 11 e 13 anos, o Projeto de Prevenção Escolar Alimentar (PPEA) "envolve, por ano, três escolas e quatro turmas em cada uma delas" e destina-se "a mudar comportamentos e ambientes", explicou o presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, Europacolon Portugal, que lançou o PPEA em 2009.

"O trabalho começa com a medição antropométrica [as medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano] dos alunos e, ao longo do ano letivo, há uma atividade contínua com a colaboração dos professores, concluindo-se este com nova medição para avaliar os progressos havidos", referiu o responsável, Vítor Neves.

Pelo meio, o projeto faz também uma "sensibilização ao nível dos produtos disponíveis nas máquinas de ‘vending’ e nas cantinas, disponibilizando uma nutricionista para fazer esse acompanhamento", acrescentou.

Criada em 2006, a associação "tem como função primordial a diminuição do número de mortes por cancro do intestino e apoiar doentes e familiares, melhorando a sua qualidade de vida, tendo em 2014 alargado o seu âmbito a todas as patologias oncológicas do foro digestivo", relatou Vítor Neves.

"Com 13 mil novos casos de cancro digestivo por ano em Portugal e 24 mortes por dia", o presidente da associação defendeu ser "a prevenção o melhor caminho, num processo em que todos, desde o cidadão ao Estado, ficarão a ganhar".

Apoiado pelo Ministério da Saúde, o PPEA intervém neste escalão etário por ser uma idade em que começam a estar sensibilizadas para a mudança, explicou o responsável segundo o qual o projeto chegou já a duas mil crianças, desde que foi lançado em 2009.

Inserido no projeto, a Europacolon promove ações nas escolas envolvidas duas a três vezes por ano “para, a troco de prémios, sensibilizar os jovens a provar certos alimentos, desafiando-os a comer dois de três: salada, sopa e fruta".

"Muitos deles até comem o que nunca tinham comido. Esta é a atitude cultural e educacional que queremos implementar numa sociedade em que, por vezes, é mais fácil colocar uma piza no micro-ondas ou beber um refrigerante em vez de um copo de água", frisou.

Num processo que, reiterou, "todos têm de ser sensibilizados, a começar pelos familiares dos alunos", Vítor Neves defendeu que "quem estiver disponível para ajudar nessa mudança tem de ter benefícios".

"Com estas atitudes lúdicas, estamos a conseguir transmitir às crianças ideias para novos comportamentos e hábitos como, por exemplo, consumir alimentos naturais", explicou.

E continuou: "A experiência diz-nos, quer pelo registos quer pelas ações de formação, que a taxa de incidência oncológica é muito superior no interior do que no litoral de Portugal, dado o tipo de carnes processadas e enchidos que consomem".

Do leque de apoios que a associação disponibiliza, o teste RAS, que analisa o gene com o mesmo nome, destina-se aos doentes com cancro do intestino metastático "permitindo averiguar a eficácia de um determinado tratamento", numa ajuda que se estende à logística.

Pelo terceiro ano consecutivo, em parceria com as farmácias Holon, a Europacolon vai proceder até ao final de abril nas 176 farmácias espalhadas pelo país, "ao rastreio colorretal gratuito a pessoas com 50 ou mais anos", informou.

Em Coimbra
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra realizou nos últimos 30 anos um milhar de implantes cocleares em surdos...

"Os resultados situam-se ao nível dos melhores centros internacionais, pois cerca de 87% dos doentes falam ao telefone e a maioria das crianças frequentam a escola regular", sublinhou o diretor da unidade, Luís Filipe Silva, em declarações a propósito do Dia Internacional dos Implantes Cocleares, que se assinalou no sábado.

O especialista em otorrinolaringologia salientou que o "acompanhamento adequado das crianças e dos adultos implantados permite monitorizar as suas necessidades e promover a resolução de problemas".

De acordo com Luís Filipe Silva, a Unidade Funcional de Implantes Cocleares (UFIC) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) tem contribuído "para a integração dos surdos implantados no mercado do trabalho, preparando-os para uma vida ativa e autónoma, com um mínimo de limitações".

O trabalho desenvolvido vai desde a substituição de equipamentos, aconselhamento de programas de reabilitação, formação de profissionais do ambulatório (médicos de família, técnicos de saúde, professores) e apoio às famílias, até à supervisão clínica periódica e ajustes de processadores.

"Com uma capacidade de mais de 80 implantes por ano, são atualmente aplicados implantes cocleares bilaterais sequenciais em adultos e crianças, e desde 2016 implementado o programa de implantação bilateral em crianças de acordo com as Normas de Orientação Clínica da Direção-Geral da Saúde", refere.

A técnica de implantação coclear em surdos profundos foi trazida para Portugal em 1985 por uma equipa de otorrinolaringologistas de Coimbra, "que acompanharam sempre a evolução tecnológica mais avançada a nível mundial", acrescenta.

A Unidade Funcional de Implantes Cocleares do CHUC é constituída por uma equipa multidisciplinar que integra médicos otorrinolaringologistas, neurologistas, pediatras, neurorradiologistas, oftalmologistas, geneticistas, além técnicos de audiologistas, terapeutas da fala, enfermeiros, psicólogos, professores e educadores.

A capacidade para realizar o diagnóstico, tratamento e reabilitação de doentes com surdez profunda, bem como a construção de modelos de trabalho específicos, a implementação pioneira de procedimentos de reabilitação e de avaliação de resultados clínicos, assim como a constante investigação e produção de trabalhos científicos, "permitiu àquela unidade alcançar o reconhecimento nacional e internacional nesta área".

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Portugal tem um grave défice de cuidados continuados para portadores de doenças raras, não havendo uma única unidade estatal,...

O Núcleo de Estudos de Doenças Raras da Sociedade de Medicina Interna reconhece os avanços que se têm registado no tratamento destas patologias, nomeadamente o ritmo de introdução dos medicamentos, mas lamenta o “grave défice” de cuidados continuados na assistência a estes doentes.

“Não há nenhuma unidade de cuidados continuados estatal caraterizada para esta área da saúde. Há apenas uma da área privada, de uma associação de doentes, a Raríssimas”, disse o coordenador do Núcleo de Estudos, Luís Brito Avô, a propósito do Dia Mundial das Doenças Raras, que se assinala na terça-feira.

Com um modelo assistencial único, a Casa dos Marcos, da Raríssimas, é uma resposta às necessidades comunicadas por doentes portadores de patologia rara, respetivas famílias, cuidadores e amigos, disponibilizando um conjunto de serviços que incluem, por exemplo, unidade de lar residencial, centro de atividades ocupacionais, unidade clínica e de reabilitação e unidade de cuidados integrados.

Sobre o panorama em Portugal, sobretudo ao nível da oferta pública, Luís Brito Avô refere que os cuidados continuados estão muito dirigidos à terceira idade e a pessoas com múltiplas patologias ou défices sociais:

“Os cuidados continuados estão submersos pelos idosos e aqui estamos a falar de doenças que vão da pediatria até à medicina de adultos; e algumas técnicas são muito dirigidas e específicas para cada tipo de doente. E há uma intenção de reintegração o mais provável possível, o que é diferente dos cuidados continuados do doente idoso”.

Nem toda a população de doentes raros necessita ou necessitará de cuidados continuados, havendo aliás muitos portadores de doença rara com vidas perfeitamente normais.

Outra das necessidades do país, segundo o especialista, é aumentar a formação específica dos profissionais de saúde, sejam médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ou assistentes sociais.

Estima-se que haja cerca de 7.000 doenças raras e muitas delas são “profundamente desconhecidas” de muitos profissionais de saúde.

O coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Raras defende assim que a formação devia ser dada a dois níveis: nos cursos universitários e depois em pós-graduação.

Numa análise mais global, Luís Brito Avô reconhece que a certificação dos centros de referência na área da saúde foram um grande avanço, na equidade e encaminhamento correto do doente.

Não morriam tantas pessoas desde 1960
Este foi o oitavo ano consecutivo em que o número de mortes ultrapassou o total de nascimentos. Desde 2009, Portugal perdeu...

O número de mortes em Portugal tem-se mantido relativamente estável. Mas em 2016 morreram quase 111 mil pessoas e este é o valor absoluto mais elevado registado em Portugal desde 1960 (quando se registaram mais de 95 mil óbitos), uma consequência do progressivo envelhecimento da população e, eventualmente, da precocidade da epidemia de gripe sazonal, que neste Inverno atingiu o pico em Dezembro passado e atingiu sobretudo a população mais idosa.

Em 2016, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) contabilizou 110.927 óbitos, enquanto o Instituto Ricardo Jorge (Insa) registou 87.557 “testes do pezinho”, o rastreio que praticamente todos os bebés fazem à nascença. Ainda provisórios, estes dados estarão muito próximos dos valores finais e permitem concluir que o saldo natural (mortes versus nascimentos) voltou a ser negativo (menos 23.380), o que acontece já pelo oitavo ano consecutivo em Portugal. A boa notícia é a de que o número de nascimentos cresceu de novo.

O aumento do número de mortes não surpreende os especialistas, escreve o jornal Público. “É natural. Se a população está envelhecida, há cada vez mais pessoas nas idades de maior risco [de morrer]”, observa Maria João Valente Rosa, diretora da Pordata, a base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

"Nunca fomos tão velhos"
“Nunca fomos tão velhos, esta evolução terá muito a ver com o envelhecimento”, corrobora Paulo Nogueira, o responsável pela Direção de Serviços de Informação e Análise da DGS. Também o facto de neste ano a epidemia de gripe sazonal ter atingido o pico em Dezembro passado, quando noutros anos isso costuma acontecer em Janeiro ou Fevereiro, poderá ter tido alguma influência neste acréscimo, especula Paulo Nogueira. Mas o problema, acentua, é que há dez anos ainda nasciam mais pessoas do que as que morriam.

É precisamente este fenómeno - o aumento do saldo natural negativo - que mais preocupa os especialistas em demografia e em epidemiologia. O ano de viragem foi 2007, quando pela primeira vez (excetuando o ano da gripe pneumónica, 1918, em que morreram quase 250 mil portugueses) houve mais mil óbitos do que nascimentos em Portugal. Em 2008, a tendência reverteu-se, mas no ano seguinte o saldo natural voltou a ser negativo e tem continuado assim desde então.

Portugal está, pois, a “encolher” e a perder população progressivamente. Entre 2009 e 2016, feitas as contas por alto, perdemos quase 126 mil pessoas e falta ainda somar a este número o resultado do saldo migratório (emigração versus imigração) que desde 2011 também se tem revelado sempre negativo.

Para a socióloga Ana Fernandes, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, o que merece destaque é justamente este fenómeno de “implosão” demográfica. “Estamos em perda [há anos] e, se não atrairmos jovens, corremos o risco de atingir o ano de 2060 com menos de sete milhões de pessoas, de acordo com projeções efetuadas pelo Instituto Nacional de Estatística. É uma perda muito grande”, enfatiza. “E o problema não é termos menos gente, é termos menos gente mais envelhecida”, acrescenta.

Relativamente ao aumento da natalidade que se voltou a observar em 2016, Ana Fernandes lembra que Portugal tinha “batido no fundo” – em 2013 nasceram menos de 83 mil crianças – e o que está a acontecer agora é “uma recuperação face à contenção” verificada nos anos da crise económica. Alguns casais não podiam todavia adiar mais o seus projetos de parentalidade e, depois da saída da troika, os nascimentos naturalmente aumentaram, diz.

As projeções divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em 2013 apontaram para uma redução drástica da população em 2060. Se Portugal não conseguir aumentar a natalidade e os saldos migratórios continuarem negativos como até agora tem acontecido, em 2060 a população nacional poderá ficar reduzida a 6,3 milhões de habitantes, no mais pessimista dos três cenários traçados então pelo INE. O cenário mais otimista prevê que a população se fique pelos 8,6 milhões de residentes em 2060, mas isso implicaria uma recuperação bem mais significativa da natalidade e o crescimento da imigração. 

O impacto da gripe e do frio
“Em saúde pública, isto [o aumento do número de óbitos] é considerado um fenómeno esperado e normal. 2016 foi um ano sereno, sem grandes problemas, apesar de ter havido uma concentração, um excedente de mortalidade [em Dezembro] . Todos os anos a mortalidade tem um comportamento irregular”, sintetiza o diretor-geral da Saúde, Francisco George. Esta variação está relacionada com "o aumento da população que se aproxima do fim de vida", diz também. 

Ana Fernandes e Maria João Valente Rosa sublinham, todavia, que o indicador que deve ser levado em conta quando se fala de mortalidade é o da esperança de vida – e esta não tem cessado de aumentar em Portugal, numa evolução sem paralelo. Quanto ao número de óbitos, esse é resultado da estrutura etária e não deve funcionar como indicador de mortalidade, frisa a diretora da Pordata. O que é certo, sublinha, é que "somos cada vez menos”, e, para que a população não diminua, "estamos cada vez mais dependentes da dinâmica migratória".

O número de óbitos verificado em 2016 também não surpreende Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública. “Quanto maior a proporção de idosos, maior será a mortalidade”, comenta o médico, que nota que, para se poder fazer comparações, seria necessário levar em conta as taxas de mortalidade padronizada.

Além disso, nota, a mortalidade está em parte associada a condições meteorológicas adversas, como os picos de frio e as ondas de calor. "Recorrentemente, nos períodos de Inverno, temos excessos de mortalidade", e, neste Inverno, o pico da epidemia de gripe sazonal associado a temperaturas baixas ocorreu em Dezembro passado. Acresce que a estirpe predominante do vírus foi a H3N2, que é habitualmente mais severa e atinge sobretudo os mais idosos e vulneráveis, que têm um risco maior de morrer, justifica. Os dados da mortalidade de 2016, lembra ainda, podem estar associados a “uma época de gripe e meia”, porque o pico da gripe sazonal do Inverno passado ocorreu já no princípio de 2016.

"O excesso de mortalidade deve ser motivo de preocupação", considera Ricardo Mexia, que lembra que há vários estudos que indicam que Portugal, apesar de ter uma amplitude térmica baixa, é um dos países em que a população é mais vulnerável aos efeitos do frio e do calor na saúde. Porquê? "A nossa construção não é a mais adequada, há pessoas que acabam por recorrer a expedientes para se aquecer, como as braseiras, e os acidentes acontecem". 

Estudo
Cada um dos nossos ouvidos tem cerca de 15.000 células ciliadas. Quando diminuem, começa a perder-se a audição. E se fosse...

Cinco por cento da população mundial sofre com perda de audição, o que corresponde a 360 milhões de pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para resolver este problema, é preciso entrar no ouvido interno. É lá que estão os cílios, que se movem por vibrações sonoras. Quando se perdem células ciliadas, a audição diminui. Um grupo de cientistas percebeu (por agora em ratinhos) como poderá regenerá-las nos ouvidos, escreve o jornal Público.

Para percebermos a falta de audição, viajemos até ao ouvido. Vamos imaginar: quando alguém nos chama, esse som entra pela orelha, que por sua vez o encaminha para o canal auditivo. Depois, é no tímpano que esse som se transforma em vibrações. Mas é o martelo, a bigorna e o estribo que passam as vibrações para o ouvido interno, também conhecido como cóclea. E paremos: é aqui que estão os cílios, minúsculos pêlos, que se movem quando há vibrações sonoras. Cada ouvido humano tem cerca de 15.000 células ciliadas e, quando elas diminuem, há perda de audição. Ou seja, não ouvimos bem quando alguém nos chama.

E se conseguíssemos criar células ciliadas? Cientistas do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, partiram desta questão. Usando uma combinação de substâncias químicas e dos chamados “fatores de crescimento”, conseguiram criar mais de 11.500 células ciliadas. Fizeram-no a partir de uma única célula estaminal do ouvido de ratinho (um tipo de células que tem a capacidade de originar células ciliadas).

Mas este resultado já tem antecedentes. Em 2013, investigadores do Hospital dos Olhos e Ouvidos do Massachusetts tinham conseguido regenerar células ciliadas – cerca de 200 –, ao transformarem outras células do ouvido interno naquelas células. Assim, os ratinhos conseguiram recuperar parte da audição.

Desta vez, e isso vem relatado na revista Cell Reports desta semana, o trabalho tem uma dimensão maior. Os ratinhos têm em cada ouvido cerca de 3000 células ciliadas. Como já vimos, agora os investigadores criaram mais de 11.500 células ciliadas.

Para tal, usaram células estaminais de ratinhos recém-nascidos (entre um a três anos de idade) e de adultos (com 30 a 60 dias), bem como de um primata adulto e, ainda, de um humano. No caso dos ratinhos, usaram-se tanto células como tecidos da cóclea.

Mas como fizeram esta regeneração? Em 2013, os cientistas já tinham visto que o ouvido interno tem células estaminais que podiam ser manipuladas num pratinho de laboratório. Elas têm uma proteína chamada “Lgr5”, que também existe em células estaminais intestinais dos adultos, células estas que, a cada oito dias, regeneram todo o revestimento dos intestinos, explica um comunicado do Hospital dos Olhos e Ouvidos do Massachusetts. Os cientistas decidiram explorar esta capacidade de regeneração e tentar criar células com cílios. Com substâncias químicas, transformaram então células de ratinhos que tinham a proteína Lgr5 em novas células ciliadas.

“Mostrámos que conseguimos aumentar a produção de células que expressam a Lgr5, para as diferenciar em células ciliadas, o que abre a porta para a descoberta de medicamentos para a audição”, diz, no comunicado, Albert Edge, da Universidade de Harvard e também um dos autores do artigo.

E no ser humano?
Nem só os resultados em células de ratinhos foram “surpreendentes” para a equipa. No estudo também se usou tecido nervoso do ouvido interno de um homem de 40 anos (retirado durante uma cirurgia a um tumor no cérebro). As células estaminais recolhidas neste tecido humano foram submetidas ao mesmo tratamento feito às células dos ratinhos. Em 12 dias, multiplicaram-se as células estaminais e geraram-se novas células ciliadas “de forma semelhante aos ratinhos”, diz-nos outro autor do trabalho, Jeffrey M. Karp, da Universidade de Harvard, sem adiantar quantas células ciliadas humanas se obtiveram.

“Demonstrámos que o cocktail de moléculas funciona no tecido humano. Mais importante do que isso, demonstrámos que as nossas moléculas têm capacidade para expandir as células estaminais da cóclea do ser humano e gerar novas células ciliadas”, explica Jeffrey Karp.

Voltemos aos ratinhos: se cada um deles tem 3000 células ciliadas em cada ouvido, obter 11.500 não será de mais? “Ao longo das nossas experiências, observámos que podemos duplicar o número de células ciliadas e ter uma cóclea saudável”, responde Jeffrey Karp. “Quando as células ciliadas do tecido intacto da cóclea morreram devido a antibióticos, vimos que os nossos compostos as regeneravam para os níveis do tecido saudável.”

O objetivo é um dia reparar os danos na audição. Para fazer ensaios clínicos (em pessoas), previstos para daqui a 18 meses, segundo um comunicado do MIT, alguns elementos da equipa criaram a empresa Frequency Therapeutics. A equipa espera que um tratamento destes seja fácil de aplicar, com medicamentos que se possam injetar no ouvido médio e difundam através da membrana para o ouvido interno. Este tipo de injeção é frequentemente usado para tratar infeções nos ouvidos. 

Instituto Nacional de Estatística
Num século, a esperança de vida à nascença mais do que duplicou em Portugal.

“Portugal assistiu a dois tipos de transições, a demográfica e a epidemiológica, como é típico das sociedades mais desenvolvidas”, assinala o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia.

Se antes se morria muito em Portugal por doenças transmissíveis e agudas, atualmente predominam as doenças crónicas e degenerativas, sobretudo as cardiovasculares, os tumores malignos e a diabetes, e o sistema de saúde ainda não foi “reorientado” para esta realidade, nota Ricardo Mexia. “O sistema de saúde ainda é muito hospitalocêntrico, ainda se gasta muito pouco em prevenção”, lamenta o médico.

De que se morre hoje em Portugal? Sobretudo ainda de doenças do aparelho circulatório (cérebro e cardiovasculares), apesar da acentuada redução da mortalidade por estas causas que se tem vindo a registar nas últimas décadas (ainda na década de 80 do século passado estas patologias eram responsáveis por 45% do total dos óbitos).

A segunda causa de morte, que se tem vindo a aproximar-se gradualmente da primeira, são os tumores malignos - em 1955, representavam apenas uma fração reduzida dos óbitos (7,6%). Em 2015, de acordo com os últimos dados que o Instituto Nacional de Estatística divulgou na semana passada, os tumores malignos foram o motivo de 24,5% do total de óbitos, enquanto as doenças respiratórias continuavam a ser a terceira causa de morte em Portugal (12,4%).

A diabetes tem igualmente relevância na mortalidade, escreve o jornal Público, sendo responsável por mais de 4% dos óbitos, uma proporção quase idêntica à das doenças do aparelho digestivo. Para combater este cenário, prescreve Ricardo Mexia, é preciso "apostar na actividade física, na melhoria da dieta, na visita regular aos médicos, na cessação tabágica". 

A boa notícia é a de que, ao longo de todo o século XX e na primeira década deste século, a esperança de vida à nascença mais do que duplicou em Portugal. Se, em 1920, a esperança de vida à nascença se ficava pelos 35,82 anos para os homens e 40,06 para as mulheres, em 2014, segundo os últimos dados disponíveis, estes valores passaram para 77,4 anos e 83, 2 anos, respectivamente. Em 2015, havia já mais de quatro mil portugueses com 100 ou mais anos.

Foi uma recuperação fenomenal, porque Portugal partiu de uma posição muito desfavorável e encontrava-se numa etapa de combate à mortalidade muito mais atrasada face a outros países da Europa Ocidental. A mortalidade infantil foi descendo ao longo dos anos de uma forma impressionante, sendo hoje uma das mais reduzidas do mundo.

É este aumento da esperança de vida que acaba por se reflectir também no progressivo envelhecimento da população. Em 2015, Portugal era o quinto país com o índice de envelhecimento (número de pessoas com 65 e mais anos por cada 100 pessoas menores de 15 anos) mais elevado da União Europeia, a seguir à Itália, Alemanha, Grécia e Bulgária. Um envelhecimento que não tem sido compensado pelo aumento das taxas de natalidade e de fecundidade, nem pela entrada de imigrantes, que poderiam ajudar ao rejuvenescimento da sociedade portuguesa.

Governo
O Ministério da Justiça vai contratar, este ano, 28 médicos e 56 enfermeiros para os serviços prisionais e investir na compra...

O anúncio foi feito hoje pela secretária de Estado adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro e pelo diretor dos serviços prisionais e de reinserção, Celso Manata, na cerimónia de inauguração da primeira unidade de cuidados de saúde continuados dos serviços prisionais em Portugal, no Hospital Prisional S. João de Deus, em Caxias.

“O Ministério da Justiça está a tentar resolver problemas estruturais, de longa data. Estão a ser feitas, pela primeira vez nos últimos 10/15 anos, grandes investimentos em carros celulares, câmaras de videovigilância e rádios”, disse Celso Manata.

O investimento global ronda os 5,5 milhões de euros, sendo que três milhões são para carros celulares, dois milhões para videovigilância, e meio milhão para rádios.

“Havia uma série de fragilidades que havia que era preciso colmatar. A vídeo vigilância não resolve tudo, mas é um auxiliar importante para termos maior eficiência, menor número de recurso humanos e uma melhor gestão do erário público”, disse Celso Manata adiantando que algumas câmaras serão colocadas no Estabelecimento prisional de Caxias, já que, “a maior parte das câmaras estão avariadas”.

No domingo fugiram do EP de Caxias três reclusos, detidos preventivamente, tendo dois deles, de nacionalidade chilena, sido já capturados em Espanha, encontrando-se o português ainda a monte.

Por sua vez, a secretária de Estado realçou o investimento na área da saúde em meio prisional com a inauguração das instalações da primeira unidade de cuidados de saúde continuados, que foram construídas por reclusos e tiveram um custo de cerca de 40 mil euros.

“Assegurar cuidados de saúde de qualidade à população reclusa é mais que uma responsabilidade puramente humanitária. A prestação de cuidados de saúde de qualidade em meio prisional constituiu um instrumento estratégico ao serviço da plena reintegração social e combate à reincidência”, disse Helena Mesquita Ribeiro.

Segundo o Ministério da Saúde, a unidade de cuidados de saúde continuados vem dar resposta ao aumento da média de idades dos reclusos, que passou de 36,6 anos em 2008 para 39,7 anos em 2015, e à prevalência de detidos com doenças crónicas incapacitantes e com dependência funcional.

A unidade garante a prestação de diversos cuidados como atividades de manutenção e de estimulação, apoio no desempenho das atividades básicas e instrumentais da vida diária, apoio psicossocial, controlo fisiátrico periódico, cuidados de enfermagem de reabilitação, cuidados de enfermagem permanente, cuidados de higiene, conforto e alimentação, cuidados médicos, exames complementares de diagnóstico, preparação da alta e respetivamente encaminhamento, prescrição e administração de fármacos.

Hoje também o hospital prisional recebeu uma nova ambulância doada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

EUA
A história da família Young está a comover não só os Estados Unidos como pessoas do mundo inteiro.

Keri Young estava grávida de 19 semanas quando descobriu, numa consulta normal de gravidez, que a bebé que carrega na barriga não tinha cérebro. Os médicos aconselharam-na a abortar.

Segundo o Sapo, a notícia chocou a família Young, mas trouxe uma decisão surpreendente: a progenitora decidiu levar a gravidez até ao fim para doar os órgãos para bebés que deles necessitem para sobreviver.

Foi o marido de Keri, o jornalista Royce Young, que deu a conhecer o caso numa mensagem dedicada à mulher, publicada no Facebook.

Royce descreveu o momento em que a família soube da notícia e elogiou a coragem de Keri. "Apesar de todo o seu corpo chorar profundamente, de alguma forma Keri conseguiu levantar-se e perguntar: 'se a tiver até ao fim, podemos doar os seus órgãos?'", recorda o pai.

"Todo o processo tem sido difícil, mas eu digo isto assistindo das bancadas, tal como vocês. A Keri tem estado no campo o tempo todo, a sentir cada pontapé, cada soluço. Ela é lembrada a cada momento, todos os dias, que carrega um bebé que vai morrer".

"Esta foi uma das experiências mais poderosas que já vivi. Em oito anos que estamos casados (15 em que estamos juntos), tive vários momentos em que pensei: 'caramba, que sorte tenho em estar casado com esta mulher. Mas desta vez foi diferente. Percebi que não só estou casado com a minha melhor amiga, mas também com um ser humano absolutamente notável e especial", acrescentou Royce Young.

O parto de Keri está previsto para 7 de maio.

Estudo
O alerta é de um novo estudo científico que garante que dormir mais de nove horas por noite pode simbolizar uma predisposição...

Cientistas norte-americanos, da Universidade de Boston, concluíram que quem dorme regularmente mais do que nove horas por noite tem duas vezes mais probabilidade de desenvolver demência.

O estudo não estabelece uma razão de causa-efeito, é apenas uma conclusão com base em dados estatísticos, escreve o Sapo.

Em 2025 a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que os número de pessoas com 65 anos com algum tipo de demência, nomeadamente Alzheimer, superará os 10 milhões.

De acordo com os investigadores do referido estudo, a população com maior risco de demência dorme mais de nove horas por dia e não tem o ensino secundário: neste grupo de pessoas o risco aumenta seis vezes.

A investigação, que se baseou em dados de mais de dois milhares de pessoas, conclui ainda que o excesso de horas de sono está associada a uma redução do volume do cérebro.

Matthew Pase, professor do Centro Médico da Universidade de Boston e principal autor do estudo, diz que "ir medindo a duração do sono pode ser uma ferramenta útil para prever o risco de cada pessoa de vir a desenvolver demência num prazo de dez anos", cita o Telegraph.

ESEnfC
Mostra da ESEnfC estará patente, até 31 de março, no átrio principal dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, inaugurou, ao início da tarde de ontem, a exposição itinerante “135 anos de Ensino de Enfermagem em Coimbra”, que vai estar patente, até dia 31 de março, no átrio principal dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Na sessão inaugural desta mostra da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) estiveram, também, Maria da Conceição Bento e José Martins Nunes, respetivamente presidentes da instituição de ensino superior e do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Esta exposição visa dar a conhecer a história e o desenvolvimento do ensino da Enfermagem, desde 1881 (ano da criação da Escola de Enfermeiros de Coimbra, fundada por Augusto da Costa Simões) até à atualidade, assim como o respetivo impacto na melhoria dos cuidados prestados nos serviços de saúde.

Nesta mostra retrospetiva, que conta com a curadoria de Cristina Nogueira (CulturAge), o visitante pode dar-se conta da evolução das instalações, dos meios ao dispor do ensino e da profissão, da articulação com os estabelecimentos de saúde, da atividade científica e de investigação, dos serviços de extensão à comunidade, das cerimónias académicas e estudantis, mas também das transformações políticas, sociais e legislativas que condicionaram o futuro da ESEnfC, ou das mudanças nos planos de estudos.

Painéis informativos com pequenos textos, objetos ligados à profissão, documentos e fotografias pretendem levar o público visitante a conhecer o passado e o presente da Enfermagem e da ESEnfC.

No período da manhã, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, integrou, ainda, a mesa de abertura do Congresso SPSim 2017 - “A simulação e a humanização dos cuidados de saúde”, que se realizou na ESEnfC, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde (SPSim).

Telemedicina
O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Martins Nunes, considerou que os...

"Se tivermos em mente que uma questão fundamental [no Serviço Nacional de Saúde (SNS)] é o acesso e a coesão territorial e nacional na saúde, nós estamos a ver quanto de bom trajeto o Ministério da Saúde e os hospitais estão a traçar nesta matéria", disse o responsável.

Martins Nunes falava aos jornalistas após uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) efetuada pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que assistiu à consulta de cardiologia por telemedicina entre o Serviço de Cardiologia B do polo Hospital Geral e a extensão de saúde de Granja do Ulmeiro, do Centro de Saúde de Soure, e à inauguração da consulta de hematologia clínica com o Centro Hospitalar Cova da Beira.

"Isto é um contributo enorme para a coesão territorial e para o acesso aos cuidados de saúde", sublinhou.

O presidente do conselho de administração dos CHUC anunciou que, até ao final do ano, existe a intenção de "praticamente todos os serviços" estarem conectados através de telemedicina com os hospitais e centros de saúde da região Centro.

Segundo Martins Nunes, neste momento o CHUC está num processo de consulta e "conta até ao final do ano ter a oftalmologia, a dermatologia, inclusive as biopsias, feitas à distância," entre outras, disponíveis em rede através da telemedicina.

"Isto não é custo. Trata-se de um investimento seguro que a curto prazo tem resultados palpáveis", disse o responsável, salientando que já existe por telemedicina o serviço da Via Verde AVC, que abrange todos os hospitais da região Centro, e a criação do programa TeleTrauma, apresentado na semana passada, que envolve uma parceria com o Centro de Trauma de Miami, nos Estados Unidos da América.

O projeto vai agregar também todos os hospitais da região Centro, permitindo que, através de telemedicina, especialistas em trauma possam interagir com o cenário de acidente e com outros centros de emergência médica no local de um acidente em massa ou situação de catástrofe, usando dispositivos móveis de Internet para determinar a gravidade das lesões.

"O teletrauma é outra das áreas importantíssimas, porque ter um trauma a 500 quilómetros de distância tem o mesmo acesso de tratamento que tem um doente que tenha um traumatismo numa cidade grande", frisou Martins Nunes.

Para o presidente do CHUC, a criação de uma rede de telemedicina é "a melhor solução para um país como Portugal, colocando as tecnologias ao serviço da saúde e do Serviço Nacional de Saúde".

Atualmente, os CHUC já estão em rede de telemedicina nas áreas de cardiologia pediátrica com todos os hospitais da região Centro, com alguns centros de saúde, Hospital de Vila Real, com Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil e agora com Miami.

Ao nível da cardiologia B, estão em rede com seis centros de saúde do Baixo Mondego, que vai ser alargada a "toda a zona de influência do polo dos Hospital Geral e depois do polo universitário".

Segundo Martins Nunes, fica a faltar a medicina interna, a infecciologia e a oncologia para "ter a grande mancha de utilidade desta tecnologia".

O secretário de Estado da Saúde visitou hoje as obras de requalificação do serviço de hematologia clínica, cujo investimento rondou os 160 mil euros, e do Hospital de Dia do serviço de neurologia, remodelado e ampliado ao abrigo do mecenato, ambas no polo do hospital universitário.

Manuel Delgado inaugurou ainda a exposição "135 anos de ensino de Enfermagem em Coimbra", promovida pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e que se encontra patente ao público no átrio principal do polo do hospital universitário.

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