Estudo
Não só a nossa aparência física, parece que também a nossa personalidade sofre grandes alterações ao longo da vida. Um estudo...

A aparência física de uma pessoa aos 14 anos é obviamente diferente daquela que terá mais de 60 anos depois. Um estudo sobre a personalidade, publicado na revista científica Psychology and Aging, diz que a personalidade dessa mesma pessoa sofre grandes alterações ao longo da vida, ainda que haja aspetos que não sofrem tamanha transmutação, como a estabilidade de humor e conscienciosidade.

Em 1950, na Escócia, a pedido de um grupo de investigadores, 1208 crianças com uma média de idade de 14 anos foram submetidas a seis avaliações de personalidade feitas pelos seus professores. O objetivo, segundo o jornal Público, era avaliar seis traços de personalidade: perseverança, autoconfiança, estabilidade de humor, originalidade, conscienciosidade e desejo de aprender. Passados 62 anos, Mathew Harris, da Universidade de Edimburgo, e a sua equipa de investigadores tentaram saber do máximo número de pessoas que tinham participado no estudo para as convidar a participarem noutro igual. As que concordaram (174 pessoas), com uma média de idade nos 77 anos, responderam, em 2013, ao mesmo questionário que lhes tinha sido apresentado 63 anos antes. Desta vez, também os seus familiares responderam às mesmas perguntas.

Os resultados mostram que a personalidade das pessoas, ao longo de todos estes anos, sofreu alterações ao ponto de os investigadores dizerem que não existia “estabilidade significativa de qualquer uma das seis características”.

Esta descoberta refutou a hipótese que os investigadores tinham proposto para o estudo. “Tínhamos colocado a hipótese de que iríamos encontrar provas de estabilidade de personalidade por um período ainda maior do que 63 anos, mas as nossas co-relações não sustentaram esta hipótese, parecendo inconsistentes com resultados anteriores”, dizem no artigo.

Por que é que os investigadores formularam tal hipótese? Antes, já tinham sido efectuados estudos que cobriram períodos menores, desde a infância até à idade adulta (períodos até 50 anos), e que mostraram uma “relativa estabilidade de personalidade”. Mas nunca nenhum estudo realizado abrangeu mais de 60 anos, segundo a Sociedade Britânica de Psicologia, e isso fez a diferença.

“Uma grande diferença entre o nosso estudo e a maioria dos estudos anteriores é que a avaliação das características foi feita numa idade mais avançada, em vez de na idade adulta”, escrevem os investigadores.

Mathew Harris e a sua equipa afirmam que “estudos anteriores demonstraram que a personalidade está sujeita, ao longo da vida, a séries de mudanças relativamente pequenas – particularmente na adolescência e no início da idade adulta, continuando até uma idade mais velha”. Isto faz com que a personalidade pareça “relativamente estável durante pequenos intervalos”. Mas se duas avaliações de personalidade forem feitas com um grande intervalo entre elas, como este de 63 anos, verifica-se um maior distanciamento entre uma e outra. “Os nossos resultados sugerem que, quando um intervalo é estendido até 63 anos, dificilmente há uma relação”, concluem os investigadores.

Mas a Sociedade Britânica de Psicologia refere, no seu site, que o estudo de Mathew Harris e da sua equipa tem algumas limitações, como por exemplo: “A teoria sobre a personalidade mudou muito ao longo das décadas. Hoje em dia, é quase consensual que a personalidade é formada a partir de cinco características principais (incluindo a extroversão e neuroticismo), mas não era esse o caso em 1950, o que é uma das razões para uma avaliação superficial e incompleta da personalidade”, escreve Christian Jarrett, autor do texto.

Os autores do estudo, citando a definição do psicólogo David Funder, que trabalha nos EUA, dizem que a “personalidade se refere aos padrões de pensamento, emoções e comportamento característicos de um indivíduo, juntamente com os mecanismos psicológicos – escondidos ou não – atrás desses padrões”.

Para Chistian Jarrett, há ainda outros problemas no trabalho de Mathew Harris: a avaliação que os professores fizeram aos jovens foi “provavelmente influenciada pelo seu conhecimento das capacidades académicas dos alunos”, e a amostra que os investigadores recolheram em 2013 “foi um subgrupo altamente seletivo da amostra original”.

Fica agora aberta a possibilidade de mais estudos sobre a questão, como dizem aliás os autores do artigo científico: “Estudos futuros devem centrar-se em compreender melhor como e por que é que a personalidade muda ao longo da vida.”

Estudo
Os indivíduos que exibem níveis elevados da hormona do stress, o cortisol, durante períodos prolongados apresentavam um risco...

Ter um trabalho que envolva situações de stress ao longo de 15 anos aumenta o risco de cancro do pulmão, cólon, reto, estômago e de linfoma não-Hodgkin, segundo um novo estudo publicado no Canadá.

Agora, um estudo liderado por Sarah Jackson da Universidade College de Londres, no Reino Unido, demonstrou que quem sofre de stress crónico tende a ter um peso superior, assim como um Índice de Massa Corporal (IMC) mais elevado.

Para o estudo, a equipa de investigadores usou dados de 2.527 adultos com 54 anos ou mais, provenientes de um estudo inglês sobre envelhecimento, escreve o Sapo.

Para medir os níveis de cortisol dos participantes, os investigadores utilizaram amostras de cabelo de dois centímetros recolhidas o mais próximo possível do couro cabeludo. As madeixas representavam cerca de dois meses de crescimento do cabelo.

"O cortisol no cabelo é uma medida relativamente nova que oferece um método mais eficaz e fácil para avaliar as concentrações crónicas de cortisol na investigação do peso", explicou a autora principal do estudo, citada pela imprensa britânica.

"A análise do cortisol no couro cabeludo reflete a exposição a cortisol sistémico durante um período prolongado de tempo – dois meses neste estudo – sendo assim não afetado pela altura em que a amostra foi recolhida ou por stress agudo", acrescentaram os autores.

Os cientistas procederam também à recolha de dados biométricos, como os perímetros da cintura dos participantes ao longo de quatro anos. Foi observado que os participantes que apresentavam níveis mais elevados de cortisol no cabelo, tinham perímetros da cintura, peso e IMC mais elevados do que os participantes com baixos níveis de cortisol.

Os adultos considerados obesos – com cinturas com mais de 102 cm para os homens e 88 cm para as mulheres – apresentavam níveis mais elevados de cortisol.

Estudo
As malformações congénitas vinculadas ao vírus Zika são 20 vezes mais frequentes em relação ao período anterior à epidemia que...

O estudo agora publicado pelas autoridades sanitárias dos Estados Unidos constatou entre 2013-2014 três nascimentos entre cada mil com malformações do cérebro, microcefalia, deformações do tubo neural e outras anomalias cerebrais.

Em 2016, porém, a proporção de bebés nascidos com esse tipo de anomalias, cuja mãe grávida tenha sido infetada pelo Zika, atingiu os 6%, escreve o Sapo. Isso corresponde a cerca de 60 nascimentos em cada mil afetados pelo vírus, indicou o Centro de Controlo e de Prevenção de Doenças (CDC), escreve a agência de notícias France Presse.

Os investigadores analisaram estatísticas de 2013-2014 procedentes de três programas de vigilância de nascimentos com defeitos congénitos nos estados de Massachusetts, Carolina do Norte e Geórgia para estabelecer uma referência em relação ao início da epidemia de Zika.

As malformações mais frequentes relacionadas ao com o Zika são as anomalias do cérebro (55% dos casos) ou a microcefalia (89%).

Entre as mulheres infetadas, o vírus também é responsável por 48% dos abortos involuntários e por 66% de nascimentos prematuros.

Outros dados mostram que o risco mais elevado para o feto é quando a mãe é infetada pelo zika no primeiro trimestre da gravidez e no início do segundo trimestre, indicou o CDC. A instituição ressalta, porém, que realmente não há um período sem perigo durante a gestação.

O CDC reiterou suas recomendações às grávidas nos Estados Unidos para evitarem viajar para países onde a transmissão do vírus através de mosquitos está ativa e o contacto sexual com parceiros que visitaram essas zonas.

Estudo
É um aviso para todos os homens amantes do desporto levado até à exaustão: o excesso de exercício pode inibir o funcionamento...

Um estudo da Universidade da Carolina do Norte avaliou mais de mil atletas que participaram em provas de alta performance e resistência. Durante a investigação, foram recolhidas informações biométricas e os voluntários foram inquiridos sobre os seus hábitos de exercício e sobre as suas vidas sexuais.

De acordo com a conclusão da análise, escreve o Sapo, foi constatada uma associação entre o aumento da prática extrema de exercício e a queda da libido masculina.

No entanto, o autor do estudo e professor de fisiologia do exercício e nutrição, Anthony Hackney, frisa que o estudo tratou sobretudo os atletas sujeitos a níveis extremos de exercício. "Não estamos a falar de pessoas que passam 30 minutos no ginásio, estamos a falar de pessoas que correm 80 quilómetros por semana. Se é sedentário e fisicamente inativo e acima do peso, sabemos que esses indivíduos têm uma libido muito baixa", recorda o investigador.

"Faça essas pessoas terem uma atividade física regular e perder um peso e a libido aumenta. Mas este estudo mostra que se temos pessoas a praticar grandes volumes de treino a grande intensidade, ano após ano a libido deles diminui", alerta.

Segundo o estudo, o atleta amador Matt Bach, que passou cinco anos a competir em provas de resistência, treinava até 17 horas por semana. Ao longo da sua vida, notou um declínio na qualidade da sua vida sexual. "Eu não queria usar a cama para nada para além de dormir. Não era normal. A minha libido estava muito baixa e eu sabia que eu precisava de ajuda", recorda.

Os índices de testosterona de Matt Bach estavam, em maio de 2016, em 153 nanogramas por decilitro de sangue, quando o normal para um homem da sua idade seria algo em torno de 625ng/dl. Bach parou de treinar e em duas semanas o índice saltou para 256ng/dl. Dois meses depois, a testosterona já estava em 308ng/dl.

Cancro
Aos 22 anos, Bárbara Machado sobreviveu a um linfoma muito agressivo (não-hodgkin), fez um vídeo em que relatou de forma...

Os meses que transitaram entre novembro de 2009 e junho de 2010 foram de "superação" para a então recém-formada em gestão de empresas, praticante federada de futsal e voluntária na Cruz Vermelha, em Vilela, concelho de Paredes.

"Primeiro foi uma dor de ouvidos e depois os gânglios a aumentarem que me fez repetir, durante três meses, consultas no setor particular até que no Centro Hospitalar do Porto, numa consulta de sangue, disseram-me ser 99% seguro que tinha um linfoma", disse Bárbara Machado.

O linfoma não-hodgkin, que foi diagnosticado a Bárbara Machado, é uma doença que afeta as células do sistema linfático e define-se por ser indolente (de baixo grau e de evolução lenta) ou agressivo (de alto grau ou crescimento rápido), subdividindo-se em 30 tipos em função do aspeto das células, colhidas através de uma biopsia.

A notícia de doença que "é uma anomalia genética e que acontece nos jovens a partir dos 20 anos e nos idosos a partir dos 60" foi-lhe dada "da forma que mais queria" ouvir, que o linfoma "era para curar".

Contudo, o voluntariado na Cruz Vermelha "teve de ser abandonado" mas pode continuar a trabalhar com os jovens e crianças num tempo em que "a cada consulta perguntava se já podia voltar aos treinos" de futsal que tinha interrompido.

Determinada a vencer a doença que lhe ameaçava o futuro, a jovem residente em Paços de Ferreira, distrito do Porto, pensou primeiro "em escrever tudo o que estava a sentir", mas o espaço temporal entre quando se sentia doente e quando tinha vontade de escrever fê-la mudar o alvo das suas memórias.

"Impulsionada por uma amiga com formação em multimédia, avancei para a produção de um vídeo, que dura 15 minutos, em que contei como contrariei tudo o que de mau me foi acontecendo, para nunca me esquecer do que passei”, relatou a jovem.

Desse período guarda a conversa "muito importante" que teve com um ex-doente de linfoma por lhe ter permitido "partilhar com alguém que também praticava desporto" a vivência da doença.

Uma versão de sete minutos desse vídeo foi posteriormente aproveitada pela Associação de Apoio a Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL) para ajudar os pacientes que apoiados no Centro Hospitalar de São João, no Porto.

Com duas sessões de quimioterapia ainda por cumprir, a 23 de junho de 2010 Bárbara recebeu a notícia de que ganhara a luta a um linfoma no Estádio III (num máximo de quatro), mas que por ter "sido detetado a tempo foi possível ser controlado".

Depois quis recomeçar "depressa demais", mas o corpo resistia "e o futsal foi ficando para trás”.

“Era a tartaruga da equipa!", recordou, entre sorrisos, sublinhando que fora de campo a sua postura "gerou uma onda de solidariedade".

"Do conjunto de palestras em que participei, uma delas juntamente com o meu vídeo, e uma onda de solidariedade, fizeram render cerca de dois mil euros para a associação Pegadas de Amor, em Paredes", disse.

Vítima de um linfoma "muito agressivo mas também muito sensível ao tratamento", Bárbara lembrou que na ADL a alertaram para "cuidar sempre da imagem, que estar nas sessões de quimioterapia não era razão para descurar a aparência".

O fim do tratamento deixou-a disponível e empenhada em seguir a sua vida e, depois de passar por vários empregos, sempre na área da gestão, e do regresso à Cruz Vermelha, está há três anos à frente de "um negócio familiar na área da decoração de interiores" e tornou-se instrutora de fitness.

O seu testemunho faz parte do livro "Somos todos heróis" que será apresentado hoje ADL, no Porto, e o vídeo pode ser encontrado na página oficial da associação.

Março – Mês de Consciencialização para o Mieloma Múltiplo
Foi aprovado pela Comissão Europeia o primeiro tratamento de manutenção de doentes adultos com mieloma múltiplo recém...

Na altura em que se assinala o Mês de Consciencialização para o Mieloma Múltiplo, doença que representa 1% de todos os cancros e 10% de todas as doenças malignas hematológicas, os doentes com mieloma múltiplo sujeitos a transplante na Europa contam agora com uma opção terapêutica.

O mieloma múltiplo é um cancro do sangue, ainda sem cura, com risco de morte que se caracteriza pela proliferação tumoral e supressão do sistema imunológico. É uma doença rara, mas fatal, que todos os anos leva ao diagnóstico de cerca de 39 mil pessoas na Europa. Anualmente cerca de 24 mil pessoas morrem da doença. A idade média do diagnóstico na Europa é entre 65 e 70 anos.

Em Portugal estima-se que surjam, todos os anos, 300 novos casos desta doença. Os últimos dados indicam que o mieloma múltiplo afeta mais de 1500 portugueses.

Esta indicação representa um marco importante na investigação e tratamento do mieloma múltiplo. É uma indicação única para um medicamento imunomodulador e que resulta do extenso programa de investigação clínica, que nesta nova indicação em particular foi baseada em dados de investigações conduzidas por importantes grupos de estudos corporativos. No seu conjunto estes estudos em manutenção após transplante demonstraram benefício no tempo de sobrevivência dos doentes sem progressão da doença. Este é um medicamento, por via oral (em cápsulas), que só pode ser prescrito em ambiente hospitalar por especialistas em hemato-oncologia para identificar quais os doentes candidatos e este tipo de tratamento.

3 de março - Dia Mundial da Audição
Em Portugal, quatro em cada mil crianças nascem com uma surdez profunda. De acordo com Victor Correia da Silva,...

De acordo com o otorrinolaringologista, “hoje em dia, e perante as alternativas terapêuticas disponíveis, pode-se afirmar que a maioria dos casos de surdez, quando detetados a tempo, podem ser totalmente revertidos”. Entre implantes e próteses auditivas, e com um correto acompanhamento da Terapia da Fala e da reabilitação auditiva após as cirurgias, as pessoas com défice de audição podem ter uma vida perfeitamente normal. 

Victor Correia da Silva explica que, por exemplo, “se uma criança com uma surdez profunda for precocemente implantada com um implantem coclear, isto é, por volta dos 12 meses de vida, e não tiver outros défices neurológicos, quando tiver quatro anos de idade poderá ter um desenvolvimento de linguagem igual a uma normo-ouvinte e iniciar escolaridade em estabelecimento de ensino regular aos seis anos”.

De acordo com o coordenador da Unidade de Implantes Auditivos, "estas crianças têm um desenvolvimento cognitivo de linguagem fabuloso. É gratificante ver como uma criança que nasceu sem audição consegue, ao final de muito pouco tempo, ter um desempenho semelhante ao de uma normo-ouvinte."

Por outro lado, acrescenta, cada vez se aposta mais na colocação de implantes em pessoas idosas. “A idade não é um fator de exclusão e se a pessoa estiver bem mentalmente os resultados são muitos bons”, menciona acrescentando que os resultados numa pessoa com mais de 80 anos são iguais a uma de 60.

“Quando não ouve, a pessoa de idade isola-se e regride sob o ponto de vista cognitivo e tem uma maior possibilidade de demência. Quando estimulamos essas pessoas e lhes voltamos a dar audição, rejuvenescem. É muito interessante ver como modificam o comportamento quando voltam a ouvir”, remata.

No Dia Mundial da Audição, 3 de março, o Hospital CUF Porto lança uma campanha de sensibilização para alertar para o perigo da progressão e do sub-diagnóstico das doenças auditivas que, atualmente, têm uma série de soluções disponíveis ao nível da Medicina.

“Estar atento às dificuldades auditivas ou de fala nas crianças, percecionar cedo as diferenças de audição nos adultos, zumbidos ou alterações que fazem a diferença na audição normal, são alguns dos sinais a que devemos estar atentos”, alerta Victor Correia da Silva. 

Estudo
O reforço de uma proteína que protege as células pode retardar a progressão da doença de Alzheimer, segundo um estudo divulgado...

Fiona Kerr e Linda Partridge usaram experiências com ratos e com moscas da fruta para demonstrarem que o bloqueio de um inibidor da proteína protegeu os neurónios dos animais do desenvolvimento dos sintomas da doença.

O estudo, publicado na revista científica “PLOS Genetics” mostrou que o inibidor 'Keap1', que bloqueia a proteína protetora 'Nrf2', é um alvo promissor para medicamentos contra o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência e que provoca a deterioração de funções cognitivas, pode ter a progressão retardada com medicamentos mas até agora não há forma de prevenir o desenvolvimento ou parar a sua progressão.

A proteína 'Nrf2' protege as células do cérebro de condições adversas mas por razões desconhecidas os seus níveis decrescem nos neurónios de pessoas afetadas por Alzheimer. Tentativas de ativar a 'Nrf2' provocaram efeitos tóxicos. Os cientistas têm usado as moscas da fruta para investigar o 'Keap1', um inibidor da 'Nrf2'.

Segundo o estudo publicado hoje, bloqueando a interação entre o 'Keap1' e a 'Nrf2' nos cérebros das moscas podia prevenir-se os efeitos prejudiciais da proteína chamada peptídeo beta-amiloide, que cria as placas no cérebro características dos doentes de Alzheimer. O mesmo resultado foi conseguido nas células de ratos.

O estudo demonstra que reforçando a 'Nrf2', ao bloquear o seu inibidor (Keap1), pode proteger-se os neurónios dos ratos dos efeitos do Alzheimer causados pelo peptídeo.

“Com o envelhecimento da nossa população a incidência da demência está a aumentar drasticamente e há a necessidade urgente de descobrir novos medicamentos que protejam as células nervosas e parem a progressão da doença”, disse Fiona Kerr.

“As nossas descobertas são importantes porque ao bloquear o 'Keap1' e ao aumentar a atividade da proteína 'Nrf2', protetora das células, há o potencial de prevenir esta perda de células nervosas na doença de Alzheimer e em outras formas de demência”, sublinhou a investigadora.

FAO
A fome ameaça 37 países que dependem da ajuda alimentar externa devido aos conflitos e à seca, apesar de abundarem as colheitas...

O mais recente relatório da FAO (sigla em inglês para Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), subordinado às perspetivas de colheita e situação alimentar, realça que 28 desses 37 países dependentes do exterior estão no continente africano, onde a seca do ano passado associada ao fenómeno El Niño continuam a causar estragos.

Os conflitos prolongados aumentaram igualmente o número de pessoas deslocadas que passam fome, o que faz com aumente o número de emergências devido a insegurança alimentar.

O diretor-geral adjunto da FAO, Kostas Stamoulis, indicou em comunicado que o mundo está numa situação "sem precedentes", com quatro ameaças de fome [quando um país ou região não produz ou tem alimentos suficientes para alimentar a sua população] em vários países ao mesmo tempo.

Em certas zonas do Sudão do Sul foi declarada na semana passada a fome, que se calcula poder afetar 100 mil pessoas. Em todo o país, calcula-se que cerca de 4,9 milhões de sudaneses do sul precisam de assistência alimentar urgente.

No Iémen a guerra e a escassez alimentar fizeram com que 17 milhões de pessoas (dois terços da população) sofram fome, metade das quais precisa de ajuda de emergência. Por isso, indica a ONU, o risco de declarar a fome no país "é muito alto".

No norte da Nigéria há 8,1 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda, devido às ações do grupo ‘jihadista’ Boko Haram.

Na Somália são 2,9 milhões de pessoas afetados pelo terrorismo do Al Shabab e por uma dura seca que reduziu a produção de alimentos em 70% em parte do país. As reservas alimentares estão agora a esgotar-se.

O Afeganistão, o Burundi, a República Centro-Africana, a República Democrática do Congo, o Iraque, a Birmânia e a Síria são outros dos países em que os combates e os distúrbios têm vindo a pôr em risco a alimentação de milhões de pessoas, o que tem repercussões nos Estados vizinhos que acabam por receber os seus refugiados.

O relatório da FAO indica, por outro lado, que a produção de cereais recuperou na América Central em 2016 e foi abundante na Ásia, Europa e América do Norte.

A produção mundial de trigo pode ascender este ano a 775 milhões de toneladas, cerca de 1,8% abaixo da produção no ano passado, que registou níveis históricos. Ainda assim, os excedentes acumulados auguram um a situação "cómoda" a nível global.

Para este ano prevê-se uma melhoria da produção agrícola no sul da África, reduzida anteriormente pelo impacto do El Niño, ainda que uma praga de lagartas e as inundações localizadas em Moçambique, Zâmbia e Zimbabué possam limitar o seu crescimento.

Estudo
Um estudo desenvolvido por investigadores da Unidade de Investigação em Epidemiologia do Instituto de Saúde Pública da...

Os autores concluíram que a exposição ambiental a uma maior diversidade de fungos pode ajudar a reduzir o risco de sensitização alérgica nas crianças. Em contrapartida, a exposição a concentrações elevadas de endotoxinas (produzidas por certo tipo de bactérias) poderá aumentar a severidade dos sintomas alérgicos e respiratórios em crianças atópicas.

As conclusões alcançadas suportam os resultados de estudos recentes que sugerem que a exposição a certos microrganismos, no ambiente do lar, nos primeiros anos de vida, pode ter uma influência protetora sobre a criança, reduzindo o risco de doenças respiratórias.

A investigação utilizou uma amostra de 20 escolas primárias localizadas na cidade do Porto e avaliou o nível de concentração de bactérias e de fungos em 71 salas de aulas. A recolha de amostras do ar das salas decorreu em dois períodos: janeiro a abril de 2014 e outubro de 2014 a março de 2015. Participaram no estudo 858 crianças com idades entre os 8 e os 10 anos, tendo sido submetidas a um questionário que avaliava o seu historial de asma ou de doença alérgica.

"Este estudo realça a importância da exposição a um ambiente biodiversificado nos primeiros anos de vida, algo que se tem vindo a perder com o aumento da urbanização e higienização do ambiente interior. No entanto, foi possível verificar que uma exposição a elevadas concentrações de certos agentes microbiológicos também pode estar associada a um aumento da sensitização alérgica e, portanto, é fundamental promover um ambiente biodiversificado e equilibrado dentro das salas de aula", refere João Cavaleiro Rufo, investigador do estudo.

Com base nestas evidências, futuras recomendações de saúde pública serão delineadas para ajudar a reduzir o risco de sensitização alérgica em crianças.

O artigo “Indoor fungal diversity in primary schools may differently influence allergic sensitization and asthma in children” foi publicado na “Pediatr. Allergy Immunol.” e encontra-se disponível, através do seguinte link

Investigação
A lei da gestação de substituição aprovada em 2016 reforça a discriminação contra casais LGBTQ, nomeadamente de homens gay,...

"A gestação de substituição foi aprovada recentemente, mas com fortíssimas restrições - apenas para casos em que há uma grave lesão ou ausência de útero. Isso introduz uma discriminação que já lá estava, mas que é apenas reforçada", disse à agência Lusa Ana Cristina Santos, coordenadora do projeto Intimate, que organiza em Coimbra a 2.ª Conferência Internacional "Queering Parenting", hoje e sexta-feira.

O projeto de investigação analisou as questões das parentalidades da comunidade LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros e Queer), nomeadamente sobre a procriação medicamente assistida e a gestação de substituição em Portugal, Espanha e Itália, com recurso a entrevistas de profundidade por pessoas LGBTQ que são ou querem ser pais e mães.

O estudo conclui que continua a haver "restrições aos direitos reprodutivos", o que leva a que a parentalidade não possa ser vista como "uma escolha", mas como um privilégio, sublinhou a investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.

Apesar da remoção de muitos obstáculos, como é o caso da coadoção ou do alargamento da Procriação Medicamente Assistida (PMA), "a parentalidade continua a ser um privilégio", notou, sublinhando que seria "importante" alterar a lei da gestação de substituição.

"Mantém-se uma hierarquia entre as pessoas que podem aceder a técnicas de reprodução medicamente assistidas e outras banidas pela sua natureza, porque não encaixam num critério apertado, que é um critério clínico, e isso inclui, por exemplo, os casais de homens", realçou Ana Cristina Santos.

A atual lei da gestação de substituição está associada a "uma patologia" e transforma a "gestação num mal necessário. Não deve ser um mal necessário, mas mais uma forma de se aceder à parentalidade", defendeu a investigadora.

O projeto de investigação, que está previsto terminar em 2019, também conclui que a parentalidade na comunidade LGBTQ não é "um acidente" ou fruto do acaso.

"Estes pais e estas mães são pais e mães intencionais, que programaram e planearam as suas vidas em função do projeto da parentalidade", constatou a coordenadora do projeto, considerando "muito leviano" e desligado da realidade quando se diz que "a criança não está no centro das preocupações destes pais e destas mães".

O estudo nota ainda que, em termos de homofobia em contexto familiar, a gravidez acaba por ser o momento escolhido "para haver uma reconciliação com a família de origem", referiu.

De acordo com Ana Cristina Santos, o estudo em torno da parentalidade envolveu cinco entrevistas de profundidade para cada um dos dois temas (PMA e gestação de substituição) e em cada uma das cidades: Lisboa, Madrid e Roma.

Além das entrevistas a pais e mães LGBTQ, o projeto contou ainda com entrevistas semiestruturadas a peritos de diferentes áreas, como a saúde, direito ou política.

Entre hoje e sexta-feira, realiza-se em Coimbra a segunda conferência internacional do projeto, contando com a presença de académicos, políticos e profissionais das áreas da saúde e do direito de vários países da Europa, mas também do México, Nigéria, Colômbia e Brasil, entre outros.

O projeto Intimate - A Micropolítica da Intimidade na Europa do Sul arrancou em 2014 e termina em 2019, abordando a cidadania íntima LGBTQ em Portugal, Espanha e Itália, em torno de temas como a conjugalidade lésbica, poliamor, procriação medicamente assistida e redes de amizade, entre outros temas.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde e o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, em colaboração com o Grupo de...

Esta ferramenta pedagógica, explica os vários conceitos ligados ao padrão alimentar mediterrânico tendo como base a Roda dos Alimentos Portuguesa. Ao longo da mesma, é também possível explorar os vários grupos de alimentos que compõem esta nova Roda, em conjunto com o número de porções diariamente recomendadas. São apresentados exemplos práticos e visualmente atrativos, salientando não só a componente alimentar, mas também os elementos inerentes estilo de vida mediterrânico.

Pretende-se que a nova Roda dos Alimentos interativa possa ser utilizada pelos profissionais da saúde e educação e disponibilizada em unidades de saúde, assim como no contexto de sala de aula como uma ferramenta para auxiliar os professores na abordagem ao tema.

A nova Roda dos Alimentos Mediterrânica é agora apresentada numa versão interativa. Ao longo desta ferramenta é possível explorar os vários grupos de alimentos característicos do padrão alimentar mediterrânico, juntamente com os princípios associados ao estilo de vida mediterrânico.

 

União Europeia
Um documento com 12 passos para reduzir o impacto das doenças crónicas na União Europeia, que leva em conta as “diferentes...

O documento foi anunciado na conferência final do JA-CHRODIS (Ação Conjunta Europeia nas Doenças Crónicas e na Promoção do Envelhecimento Saudável), realizada segunda e terça-feira passadas, em Bruxelas.

Para Rogério Ribeiro, investigador do Centro de Educação e Investigação da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), uma das organizações que representou Portugal na conferência do JA-CHRODIS, o diagnóstico está feito, mas era necessário encontrar uma forma de a Comissão Europeia conseguir ajudar os Estados-membros numa resposta às doenças crónicas.

A partilha dos melhores exemplos e a necessidade de levar em conta as particularidades de cada país, como o caso de Portugal, onde existe uma grande prevalência de idosos com mais do que uma doença, foram abordados neste encontro.

O documento dos 12 passos para reduzir o impacto das doenças crónicas foi apresentado pelo coordenador do JA-CHRODIS, Carlos Segovia, que o classificou como uma “ferramenta prática para inspirar e guiar profissionais de saúde e decisores políticos na promoção do envelhecimento saudável e na prevenção, gestão e tratamento das doenças crónicas”.

Os passos têm em consideração as diferentes conjunturas nacionais, realçando a conceção, monitorização e avaliação de projetos, o envolvimento dos cidadãos em risco e dos cidadãos com doença crónica, a educação e a formação, a colaboração intersectorial, a boa governança, a equidade, entre outras recomendações.

Para Rogério Ribeiro, esta conferência “mostrou que existe agora um caminho e uma metodologia de trabalho claros para avançarmos para a aplicação no terreno das lições aprendidas e soluções desenhadas em diálogo europeu nas áreas da promoção da saúde ao longo do ciclo de vida, da prevenção e gestão das doenças crónicas, principalmente da diabetes”.

As doenças crónicas representam 70% a 80% do orçamento para a saúde na União Europeia.

Segundo o Comissário Europeu para a Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, “mais de meio milhão de cidadãos europeus em idade ativa morre prematuramente por causa das doenças crónicas”.

“Isto representa um custo elevado, quer para a sociedade, quer para a economia – 115 biliões de Euros gastos na perda de produtividade e na despesa dos sistemas nacionais de saúde”, prosseguiu.

Administração Regional de Saúde
A região Centro tem as melhores taxas de saúde em relação à maior parte dos indicadores do país, foi sublinhado num encontro...

“Em quase todos os indicadores, temos taxas melhores que a média do continente” do país, disse João Pedro Pimentel, do Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, adiantando exemplos como os da mortalidade prematura por cancro, as doenças cérebro-cardiovasculares e rastreios.

A região Centro é, “historicamente, pioneira no rastreio do cancro da mama e do colo do útero e, agora, do cólon e reto e da retinoterapia diabética”, salienta João Pedro Pimentel, que falava aos jornalistas, à margem da sessão, que está a decorrer no auditório do Hospital Pediátrico de Coimbra.

Mas há alguns setores em relação aos quais esta zona não atinge uma performance tão satisfatória, registando valores ligeiramente piores que a média do país, como acontece com as doenças crónicas do fígado.

Mas mesmo nas áreas que observam os melhores indicadores, “é preciso consolidar” as suas prestações, sustenta João Pedro Pimentel, destacando que “há ainda muito por fazer”.

À semelhança do que sucede na generalidade do país, “os grandes problemas” desta região relacionam-se com as doenças crónicas e, entre estas, sobretudo com as doenças neoplásicas, a diabetes e as doenças cardio-cerebro-vasculares, adverte o médico, referindo que doenças como a sida se tornaram crónicas.

“As doenças infecciosas, as doenças transmissíveis estão, pode dizer-se, controladas e a região Centro tem taxas de vacinação excelentes”, embora o fenómeno também se deva a circunstâncias como a o desenvolvimento económico e social e com os cuidados de saúde em geral.

Importa manter as taxas de cobertura de vacinação e os resultados alcançados em relação às doenças infecciosas e reforçar o combate às doenças crónicas, essencialmente através de medidas relacionadas com a alimentação (sobretudo através da redução do consumo de sal e a de açúcar), com o exercício físico e com o não consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, sintetiza João Pedro Pimentel.

“Devemos apostar tudo na prevenção [da doença] e na promoção [da saúde]” e cada vez mais junto dos mais jovens, designadamente através dos planos locais de saúde, que “institucionalizam e articulam” diferentes entidades.

Na região Centro, já “há muita articulação com câmaras municipais, com escolas, com serviços de segurança social e outras instituições, mas falta melhorar” essa cooperação em termos de planos locais de saúde, conclui.

O encontro regional ‘Melhorar a saúde na região Centro’ pretende “discutir, de forma intersetorial, estratégias promotoras de ganhos em saúde” nesta zona do país e destina-se a dirigentes e profissionais dos setores de saúde e social, autarquias locais e associações de utentes e de doentes, entre outras entidades.

A ARS do Centro abrange mais de 1,7 milhões de pessoas (cerca de 17% da população do país), distribuídas por 78 concelhos dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.

Tecnologia
Os óculos de realidade virtual podem ser usados para trabalhar problemas mentais e várias empresas estão a criar aplicações de...

Apresentada no congresso mundial de tecnologia móvel que termina hoje em Barcelona, a tecnologia usa os dispositivos criados principalmente para jogos e vira-os para o tratamento de fobias e outros problemas num ambiente seguro.

Uma das técnicas da psicoterapia cognitiva é confrontar quem sobre de fobias com aquilo que lhe provoca medo, mas num ambiente virtual, fácil de controlar. O que se consegue com óculos de realidade virtual é, por exemplo, colocar quem não consegue falar em público no ambiente de uma sala cheia de gente.

O diretor da empresa lituana Telesoftas disse à agência Efe que usar esta tecnologia põe estas terapias num novo patamar, conseguindo tornar visível o que até agora eram exercícios de imaginação sugeridos aos pacientes.

Outra empresa, a catalã Psious, lançou-se nas aplicações terapêuticas da realidade virtual porque um dos seus trabalhadores sofria de fobia de andar de avião.

As aplicações informáticas podem ser carregadas em vários modelos de capacetes de realidade virtual, num processo sempre acompanhado e controlado por psicoterapeutas, que frente a um computador definem o que se passa na simulação.

Administração Central do Sistema de Saúde
A Administração Central do Sistema de Saúde vai receber 60% dos lucros dos jogos da Santa Casa atribuídos ao Ministério da...

A portaria, que entra em vigor na sexta-feira, fixa as normas regulamentares necessárias à repartição das verbas de exploração dos jogos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa afetas ao Ministério da Saúde para este ano.

As verbas destinam-se a apoiar “a concretização dos objetivos estratégicos do Plano Nacional de Saúde nas áreas ligadas à prestação de cuidados continuados integrados e à prevenção e tratamento das dependências e dos comportamentos aditivos, e ainda aos programas de saúde considerados prioritários”.

Assim, um quarto das verbas será distribuído por entidades que atuam no “planeamento, prevenção e tratamento dos comportamentos aditivos e das dependências”, incluindo o programa de troca de seringas.

Já 15% são para a Direção-Geral da Saúde (DGS) para financiar programas em várias áreas, como do VIH/SIDA, hepatites virais e tuberculose (7%), saúde mental (3%), doenças oncológicas (0,8%) e prevenção do tabagismo (0,5%).

Destes 17%, 0,8% serão destinados à área da prevenção da diabetes, 0,5% para as doenças cerebrocardiovasculares, 0,5% para as doenças respiratórias, 0,5% para a promoção da atividade física, 0,8% para a área do controlo das infeções associadas aos cuidados de saúde de resistência aos antimicrobianos e 0,6% para a área da promoção da alimentação saudável.

O decreto-lei que regula a forma de distribuição dos resultados líquidos dos jogos sociais explorados pela Santa Casa determina que as normas regulamentares necessárias à repartição anual das verbas dos jogos sociais sejam aprovadas por portaria do ministro responsável pela área setorial, para vigorar no ano seguinte.

A portaria, assinada pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, produz efeitos desde o dia 01 de janeiro.

Comissão Nacional de Cuidados Paliativos
O Instituto Politécnico de Castelo Branco assinou um protocolo com a Comissão Nacional de Cuidados Paliativos no âmbito da...

Em comunicado, o presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), Carlos Maia, diz-se satisfeito com a assinatura deste protocolo e pelo facto de a escolha da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP) ter recaído na Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD).

"Significa mais um reconhecimento público do trabalho que tem vindo a ser efetuado nesta escola [ESALD] do IPCB nesta área", sustenta.

No âmbito do protocolo, a ESALD e o Ministério da Saúde comprometem-se a colaborar e a manter um diálogo de interesse recíproco, na formação pré-graduada, na formação pós-graduada, na investigação em cuidados paliativos e em qualquer outra área que se considere relevante.

À CNCP compete coordenar a Rede Nacional de Cuidados Paliativos e estabelecer orientações estratégicas e técnicas no domínio da formação contínua e específica dos diversos grupos de profissionais e voluntários a envolver na prestação de cuidados paliativos.

Carlos Maia realçou ainda o "papel determinante" da atual diretora da ESALD, Paula Sapeta, que desde cedo definiu a área dos cuidados paliativos como a sua orientação científica e nela tendo desenvolvido as suas investigações e efetuado formação avançada.

"Isto levou a que a ESALD tivesse sido a primeira escola, a nível nacional, a incluir nos planos curriculares da licenciatura em enfermagem conteúdos de cuidados paliativos", frisou.

Recorde-se que a ESALD tem também, desde 2005, formação pós-graduada em cuidados paliativos, estando a decorrer no presente ano letivo a 6.ª edição do mestrado.

Segundo a diretora da ESALD, o curso de mestrado contribuiu até hoje para a formação de um total de 208 profissionais de saúde, dos quais 121 são da região de Castelo Branco, de todas as áreas profissionais, medicina, enfermagem, psicologia, serviço social, fisioterapia, entre outras.

Além de a ESALD continuar a formação pré e pós-graduada, Paula Sapeta sublinha que o compromisso futuro "passa por incrementar a investigação e a formação contínua de outros profissionais, e ainda a realização de projetos conjuntos com as instituições de saúde, na assessoria e pareceres técnicos, a realização de cursos, seminários, simpósios e conferências".

Reduz risco de hemorragia
Chegou ao mercado o primeiro anticoagulante oral de ação direta que combina a toma diária única com a eficácia na prevenção do...

Este medicamento está indicado para a prevenção do AVC e do embolismo sistémico em doentes com fibrilhação auricular não-valvular e para o tratamento da trombose venosa profunda e da embolia pulmonar, atuando através da inibição do fator Xa - um ativador da coagulação - e apresentando-se como um mecanismo de ação rápido, com um início de ação entre uma a duas horas após a administração.

De acordo com alguns estudos, sabe-se que, em Portugal, cerca de 2,5% da população com mais de 40 anos sofre de fibrilhação auricular, sendo a sua incidência mais elevada nas faixas etárias mais avançadas.

Estima-se, ainda,  que perto de 9% dos portugueses com mais de 65 anos sofra desta doença, sendo que mais de 35% não estão diagnosticados.

Para Miguel Viana Baptista, Neurologista do Hospital de Egas Moniz, “o aparecimento dos novos anticoagulantes orais permitiu que um maior número de doentes com fibrilhação auricular e risco tromboembólico passassem a fazer terapêutica anticoagulante. Só por si, esta realidade já representa uma grande vitória”. Para este especialista a chegada deste novo medicamento ao mercado português, “poderá contribuir para que esse número aumente ainda mais”, sobretudo junto de populações mais vulneráveis como os doentes idosos, “que comportam um grande risco hemorrágico, mas também um elevado risco tromboembólico e que não podemos deixar de tratar sob pena de não os estarmos a proteger contra eventos isquémicos”.

Para informação técnica sobre o medicamento consulte a notícia da nossa Área Profissional.

Daiichi Sankyo
O laboratório Daiichi Sankyo acaba de lançar edoxabano, o primeiro anticoagulante oral de ação direta que combina a toma diária...

Edoxabano já está disponível nas farmácias, com indicação para a prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) e do embolismo sistémico (ES) em doentes com fibrilhação auricular não-valvular (FANV) e para o tratamento da trombose venosa profunda (TVP) e da embolia pulmonar (EP) e prevenção da TVP e da EP recorrentes em adultos. A fibrilhação auricular é a arritmia cardíaca mais comum e está associada a um risco acrescido de mortalidade, aumentando o risco de AVC entre três a cinco vezes.

Em Portugal, de acordo com os dados do estudo FAMA, 2,5% da população com mais de 40 anos sofre de fibrilhação auricular, sendo que a incidência é francamente mais elevada nas faixas etárias mais avançadas. Para além isso, segundo o mais recente Estudo SAFIRA (System of AF Evaluation In Real World Ambulatory Patients), perto de 9% dos portugueses com mais de 65 anos sofre desta doença, e, destes, mais de 35% não estarão diagnosticados.

Num estudo que envolveu mais de 21.000 doentes, publicado no New England Journal of Medicine, o edoxabano esteve associado a uma redução de 20% do risco de hemorragia major, em comparação com o tratamento standard com varfarina bem controlada. A hemorragia major é a mais temida complicação em doentes com FANV anticoagulados. Edoxabano reduziu também em 53% o risco de hemorragia intracraniana, em 49% o risco de hemorragia potencialmente fatal e em 45% o risco de hemorragia fatal.

Edoxabano atua através da inibição do fator Xa, que é um ativador da coagulação, e tem um mecanismo de ação rápido, com um início de ação entre uma a duas horas após a administração. Não necessita de controlo laboratorial regular do INR.

Para o Prof. Doutor Miguel Viana Baptista, Neurologista do Hospital de Egas Moniz, “o aparecimento dos novos anticoagulantes orais permitiu que um maior número de doentes com FA e risco tromboembólico passassem a fazer terapêutica anticoagulante. Só por si, esta realidade já representa uma grande vitória. Penso que a chegada de edoxabano poderá contribuir para que esse número aumente ainda mais, nomeadamente dentro de populações mais vulneráveis como os doentes idosos, que comportam um grande risco hemorrágico, mas também um elevado risco tromboembólico e que não podemos deixar de tratar sob pena de não os estarmos a proteger contra eventos isquémicos”.

Compatível com alimentos e outros medicamentos
Edoxabano é também mais cómodo para o doente, na medida em que, para além de não requerer o controlo laboratorial regular do INR, pode ser administrado como ou sem alimentos e tem baixo risco de interações com outros medicamentos. Pode, inclusivamente, ser administrado a doentes com intolerância à lactose. O aparecimento deste novo fármaco amplia as opções terapêuticas que os médicos podem oferecer aos seus doentes.

“Edoxabano tem uma grande vantagem: foi alvo de um programa de investigação muito rigoroso e muito completo. Por outro lado, permite um ajuste de dose que foi testado no âmbito dos ensaios clínicos, o que é muito relevante para os doentes reais que tratamos na nossa prática clínica. Os resultados demonstram que o edoxabano tem uma eficácia indiscutível e, sobretudo, que é um anticoagulante muito seguro, do ponto de vista hemorrágico”, adianta a Prof.ª Doutora Cristina Gavina, Cardiologista do Hospital de Pedro Hispano, em Matosinhos.

Edoxabano também está indicado para a trombose venosa profunda, uma complicação frequente com uma incidência que tem vindo a aumentar e que está associada a uma elevada morbilidade e mortalidade. A idade avançada, as viagens de longa duração, o cancro, a imobilidade e a administração de determinados medicamentos, nomeadamente alguns contracetivos, são alguns dos fatores que aumentam o risco de TEV, que pode ser fatal, ao provocar uma embolia pulmonar, ou causar sequelas para toda a vida, como a síndrome pós-trombótica, a insuficiência venosa e ulceras nas extremidades. Além disso, comporta um elevado risco de recorrência.

Por outro lado, outro problema que condiciona a terapêutica anticoagulante nestes doentes é a má adesão ao tratamento. Ao ser administrado numa única dose diária, o edoxabano favorece uma melhor adesão terapêutica por parte dos doentes.

Ordem dos Médicos Dentistas
Desde que foi criado, em 2008, até ao final de Dezembro do ano passado, o cheque-dentista já abrangeu 2.609.560 utentes em...

O cheque-dentista é disponibilizado a crianças e jovens, a grávidas, a idosos e a doentes com a infeção VIH/Sida. Desde Março de 2016, este programa abrange também jovens de 18 anos que tenham concluído o plano de tratamentos aos 16 anos.

“O cheque-dentista tem sido de enorme importância, em especial para grávidas, crianças e adolescentes, e também na vertente do projeto de intervenção precoce do cancro oral”, reconhece o responsável pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), que ressalva que, mesmo assim, é urgente dar uma resposta integrada em termos de saúde pública, incluindo no grupo de beneficiários os mais carenciados, os diabéticos e criando mecanismos para garantir próteses aos desdentados totais.

Orlando Monteiro da Silva destaca ainda, segundo o jornal Público, a necessidade deste programa prever um cheque-dentista "urgência" para dar resposta às situações de dor e trauma dentário, e a premência do Estado “assegurar” o acesso aos cuidados básicos de saúde oral a todos os portugueses. O que a OMD pretende é uma espécie de fusão entre o que existe na Madeira e o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral (PNPSO) do continente. “São duas realidades que, não sendo comparáveis, podem ser complementares. No caso do continente deviam até coexistir”, considera o bastonário.

Dentistas nos centros de saúde
As ideias do bastonário coincidem muito com a realidade que já existe na Madeira. Primeiro, a ordem quer uma rede de serviços de medicina dentária nos centros de saúde e hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a exemplo do que acontece no arquipélago.

A este nível, o que está a ser feito pela tutela é um processo gradual e lento. Em Outubro passado, o Ministério da Saúde pôs em prática projetos-piloto de integração de dentistas nos centros de saúde do continente, com a contratação de 15 profissionais para as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo e que vieram reforçar as duas dezenas de especialistas que já trabalhavam nos cuidados de saúde primários. Até 2019, de acordo com o calendário definido pela tutela, serão contratados 91 dentistas, ou seja, haverá profissionais em menos de um quarto dos centros de saúde do país.

É também fundamental, frisa Orlando Monteiro da Silva, garantir à generalidade da população um seguro de saúde público e uma convenção nos mesmos moldes da que existe na ADSE para funcionários públicos e familiares. Tudo para corrigir uma situação que já vem de longe. Quando o SNS foi criado, em 1979, a saúde oral ficou de fora. “Infelizmente, o Estado Português não criou até hoje condições para que este problema tivesse uma resposta integrada”, lamenta do bastonário.

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