Seminário APOGEN
“O uso de medicamentos biossimilares pode permitir uma poupança de 100 milhões de euros ao orçamento para a saúde, deste ano...

“O uso destes medicamentos permite ainda aumentar o número de pessoas com acesso a tratamentos, dá maior autonomia aos médicos para escolher a melhor opção para cada doente e permite uma poupança que pode ser canalizada para investimentos noutras áreas da saúde como infraestruturas hospitalares” afirmou ainda Adrian van den Hoven, presidente da Medicines for Europe, convidado da APOGEN.

O seminário, que contou com a presença de Maria do Céu Machado, presidente do Infarmed, IP, centrou-se na apresentação do estudo “Payers’ price & market access policies supporting a sustainable biosimilar medicines market”, desenvolvido pela consultora independente Simon Kucher & Partners Consultants, que analisa em profundidade as políticas de acesso ao mercado de Medicamentos Biossimilares em 7 países europeus (DE, ES, FR, IT, NO, PL e UK), e o impacto que as mesmas revelam em parâmetros como a taxa de utilização de Medicamentos Biossimilares e os encargos dos respetivos sistemas de saúde.

O seminário encerrou com o painel de discussão “Políticas de acesso ao mercado para um mercado sustentável de medicamentos biossimilares” que contou com as participações de António Melo Gouveia, Diretor dos Serviços Farmacêuticos do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Hélder Mota Filipe, do Conselho Diretivo do Infarmed, IP, e Helena Canhão, Professora Catedrática Convidada e Responsável da EpiDoC Unit, CEDOC da Nova Medical School, UNL, entre outros.

Uma das doenças benignas mais comuns
A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) é uma das doenças benignas mais comuns, no entanto, estima-s

Afetando atualmente cerca de 70% dos homens com mais de 65 anos, a Hiperplasia Benigna da Próstata é uma condição médica que se caracteriza pelo aumento benigno da próstata e que pode conduzir a alguns sintomas do aparelho urinário inferior.

“Em bom rigor, a termo Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) é um termo histológico (vista da arquitetura de tecidos ao microscópio) e corresponde a um aumento de volume que acontece devido a um aumento do número das células”, começa por explicar José Manuel Palma dos Reis, chefe de Serviço de Urologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Sabe-se, no entanto, que, e apesar da sua crescente divulgação, a maioria dos homens continua a desconhecer e a considerar como tabu uma doença que, na opinião deste especialista, faz parte do natural processo de envelhecimento.  

“Ter HBP apenas significa que houve a tal hipertrofia (benigna como o próprio nome indica), não é sequer necessário que existam sintomas e pode corresponder a uma situação perfeitamente “inocente”. O tal fenómeno histológico em si é um fenómeno normal do envelhecimento que costumo comparar com os cabelos brancos”, justifica referindo que “tal como há pessoas que aos 50 anos já tem muitíssimos cabelos brancos, outras quase não os têm”.

Tratando-se de um fenómeno variável e sem fatores de risco, pode surgir “em tempos de vida muito variáveis de pessoa para pessoa”.

Nos casos em que surgem sintomas do aparelho urinário inferior, estes resultam de uma forma mais ou menos indireta da obstrução provocada pela próstata ao normal fluxo da urina no esvaziamento.

Quer isto dizer que no ínicio os doentes podem ter dificuldade em começar a urinar ou sentir que a descarga de urina foi incompleta.

“Há sintomas mais diretos (a que agora chamamos sintomas de esvaziamento) que se traduzem, por exemplo, num jato urinário mais fraco e num tempo de micção mais prolongado”, acrescenta o especialista.

Os chamados sintomas de armazenamento são, de acordo com José Manuel Palma dos Reis, “os que mais incomodam os doentes e têm a ver com alterações mais crónicas da bexiga perante a obstrução crónica”.

Necessidade de urinar mais vezes, sobretudo durante a noite, ou sentir urgência em urinar são os sintomas mais descritos. “Não raramente esta urgência pode ser tão intensa que culmina num episódio de incontinência de urgência”, acrescenta o médico explicando que estas situações acabam por ter graves repercussões na qualidade de vida do doente, afetando tanto a sua vida social como laboral.

Apesar de ser, na grande maioria dos casos registados, uma doença benigna, que necessita de tratamento sobretudo pelos sintomas e sua repercusão na qualidade de vida, a HBP pode, no entanto, “acarretar complicações graves“.

“Uma das complicações relativamente frequentes é a chamada retenção urinária aguda, em que o doente deixa de conseguir urinar, normalmente acompanhada de queixas dolorosas intensas que levam o doente à urgência com a consequente drenagem da bexiga por algaliação, que alivia os sintomas”, descreve o urologista.

Menos frequentes, mas também mais graves, são as situações em que a obstrução progride de forma silenciosa, com dilatação da bexiga e de todo o aparelho urinário até aos rins que culmina numa insuficiência renal.

A formação de cálculos na bexiga “pela estase de urina” e de divertículos na parede da bexiga “pelo aumento da pressão dentro da mesma”, são outras das complicações possíveis da doença.

“Igualmente, em alguns casos da HBP, particularmente de grande volume, podem surgir hemorragias (perda de sangue na urina, chamada hematúria). Faço, no entanto, notar que qualquer doente com hematúria deve forçosamente ser avaliado por um urologista, mesmo que tenha uma HBP conhecida”, adianta explicando que a hematúria pode sugir na sequência de um tumor na bexiga que necessita de tratamento específico e urgente.

De acordo com o chefe de Serviço de Urologia do CHLN, é por isso importante que o doente procure ajuda médica sempre que existam sintomas do aparelho urinário. “Por um lado é importante que outras causas potencialmente mais graves para os sintomas sejam excluídas, e caso os sintomas tenham interferência, como frequentemente têm, na qualidade de vida dos doentes, estes sejam tratados”, reforça.

O diagnóstico da HBP começa por ser clínico, baseado na história clínica do doente e no chamado toque retal. “Através do reto, se consegue palpar a próstata, o que permite para além de uma estimativa grosseira do seu tamanho, detetar outras potenciais situações, como nódulos da próstata suspeitos de focos de carcinoma ou, por exemplo, a presença de uma próstata tensa e dolorosa que poderia corresponder a uma prostatite”, esclarece o especialista.

A estes dados juntam-se depois alguns exames complementares como a ecografia da próstata e da bexiga, as análises com o doseamento do PSA e a avaliação da função renal para despiste de eventuais complicações.

“O tratamento da HBP sintomática é feito, pelo menos numa fase inicial, com medicamentos que têm registado notável melhoria nos últimos tempos e que permitem controlar os sintomas na grande maioria dos doentes e mesmo, em alguns casos, alterar a história natural da doença”, explica José Manuel Palma dos Reis.

Quanto à cirurgia, esta é normalmente aconselhada quando existem complicações – retenção urinária, cálculos da bexiga, entre outros – a que os especialistas costumam chamar de “indicações absolutas” e quando não se conseguem controlar os sintomas com a medicação.

Ambas as formas de tratamento têm sofrido uma considerável evolução nos últimos anos. Para além de novos fármacos, também as técnicas cirúrgicas têm apresentado desenvolvimentos significativos, nomeadamente com a introdução de técnicas minimamente invasivas, como o laser e formas alternativas de energia.

Mitos: cancro e disfunção erétil

Apesar da crescente informação divulgada sobre a doença e os avanços observados nas suas opções terapêutas, alguns mitos ainda prevalecem.

“Por um lado, quanto à doença há ainda, de facto, o mito de que pode «provocar» cancro da próstata e também problemas sexuais”, começa por dizer o urologista,  José Manuel Palma dos Reis.

Quando surgem sintomas do aparelho urinário inferior, há quem os associe a cancro da próstata. “No entanto, não há qualquer relação entre as duas patologias. Um homem que tem a próstata grande (HBP) tem exatamente o mesmo risco de ter cancro da próstata que outro homem com as mesmas características de idade, etnia, etc, e que tenha a próstata de tamanho normal”, desmistifica o clínico.

“Costumo explicar aos meus doentes preocupados com o risco de cancro em função do tamanho da próstata que seria a mesma coisa que assumir que só teriam tumores da mama mulheres com mamas grandes”, afirma.

No entanto, admite que sendo a HBP bastante frequente e sendo o cancro da próstata “não raro”, sobretudo a partir de determinada idade, estas duas patologias podem coexistir.  “Claro, num doente com HBP a abordagem será completamente diferente se descobrirmos que, além da banal HBP, existem na sua próstata (assim como poderiam existir numa próstata de tamanho normal) focos de carcinoma da próstata”, esclarece.

Quando à disfunção erétil, ainda existe o mito de que a cirurgia indicada para tratar a HBP provocará “impotência” do doente. No entanto, o risco de disfunção erétil nas cirurgias para a doença benigna da próstata é muito reduzido.

“O que acontece com bastante frequência, após a cirurgia, é uma alteração da ejaculação em que surge a chamada ejaculação retrógada em que o doente mantém a potência sexual e o orgasmo mas, quando se dá a ejaculação, o esperma em vez de ser expelido pela uretra reflui para a bexiga”, explica o urologista.

Não obstante, sabe-se contudo, “através de estudos epidemológicos, que a disfunção erétil é algo mais comum nos doentes com mais sintomas relacionados com a HBP – os tais LUTS (Lower Urinary Tract Symptoms)”. Apesar de considerados dois fenómenos distintos, a sua relação tem que ver mais com a gravidade dos sintomas do aparelho urinário inferior do que com volume da próstata ou grau de obstrução de fluxo urinário. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
População jovem é a mais afetada
Prurido ocular, olhos vermelhos, lacrimejo e sensibilidade à luz são sintomas que muitos dos portugueses tão bem conhecem e que...

A melhor forma de o fazer é, aconselha a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), evitar o contacto com os alergénios, as substâncias que desencadeiam as reações alérgicas. Na Primavera, os pólenes são os principais alergénios, encontrando-se em concentrações muito elevadas no nosso país. Embora possa parecer uma missão difícil evitá-los há formas de o fazer. As pessoas mais suscetíveis devem evitar caminhar em zonas arborizadas nas primeiras horas da manhã, momento do dia em que a polinização é maior, e em dias de muito vento, quentes e secos.

“A conjuntivite alérgica sazonal é a reação alérgica ocular mais frequente”, refere Vanda Nogueira, Oftalmologista e Coordenadora do Grupo Português de Inflamação Ocular, SPO. “Trata-se de uma inflamação ocular da conjuntiva, que é a membrana que reveste o olho para o proteger. A inflamação da conjuntiva faz-se muitas vezes acompanhar também por sintomas nasais”, acrescenta a especialista, confirmando que este é um problema que “surge frequentemente associado a outras doenças alérgicas, como a rinite”.

Esta forma de conjuntivite, que resulta dos pólenes libertados pelas árvores, difere da conjuntivite alérgica perene, que pode surgir em qualquer altura do ano, sendo sobretudo causada pelos ácaros e pelo pêlo dos animais. A conjuntivite alérgica pode também ser confundida com as conjuntivites de origem bacteriana ou viral, pelo que o seu diagnóstico deve ser feito por um oftalmologista.

Quanto ao tratamento, Vanda Nogueira explica que é feito com recurso “a medicamentos anti-inflamatórios ou anti-histamínicos”, mas aproveita para reforçar que o mais importante é “diminuir ou evitar a exposição aos agentes que provocam a reação alérgica”.

Universidade de Coimbra
Uma equipa internacional de investigadores, liderada pelos portugueses Lino Ferreira e Ricardo Neves, do Centro de...

As nanopartículas que transportam a quimioterapia permanecem inativas até serem ativadas na chegada ao “nicho leucémico”, local da medula óssea onde se encontram as células estaminais cancerígenas (CEC) que dão origem a todas as células da leucemia. A ativação realiza-se por controlo remoto, através da projeção de luz azul sobre as nanopartículas que transportam a quimioterapia.

O trabalho, publicado na revista Nature Communications, descreve uma formulação de nanopartículas aplicada em ratinhos com leucemia que se foca no papel do “nicho leucémico” na progressão da doença e na resistência à quimioterapia. O nicho é altamente protetivo das células estaminais leucémicas que aí se encontram, tornando difícil a sua erradicação através da quimioterapia convencional. A proteção descrita é, muitas vezes, responsável pelo regresso da doença após tratamento.

Lino Ferreira e Ricardo Neves, coordenadores da equipa que envolve cientistas da China, Espanha e Reino Unido, provaram que é possível utilizar células leucémicas como agentes de transporte de quimioterapia.

Ricardo Neves explica que “estas células conseguem encontrar o nicho leucémico, utilizando o seu sistema de ‘GPS natural’ e, dessa forma, criam a oportunidade de colocar a nanopartícula, cheia de quimioterapia, junto do reservatório de células responsáveis pelo perpetuar da doença. Deste modo, torna-se possível despoletar a libertação da quimioterapia, por ação da luz, e ter maior impacto no local e consequentemente na doença, evitando também os efeitos secundários noutros locais”.

De acordo com Lino Ferreira, “este tipo de tecnologia pode vir a ser utilizado num contexto terapêutico através da utilização de moléculas sensíveis à luz com infravermelho, cuja radiação é menos energética mas mais segura para utilização no organismo que a luz azul. A descoberta poderá ter aplicações práticas no tratamento do cancro e em outras áreas, sendo que no contexto da leucemia pode ajudar a erradicar as células do nicho da medula óssea doente”.

A tecnologia do estudo poderá também ser utilizada para ajudar as células transplantadas a reconhecer a medula óssea do paciente como a sua “nova casa” e aí permanecerem, contribuindo para a produção constante de sangue durante o resto da sua vida.

As células transplantadas levam consigo as nanopartículas desenvolvidas neste trabalho do CNC, fazendo o seu percurso normal no organismo, sendo ativadas quando chegam à medula óssea do paciente porque recebem um estímulo luminoso que lhes sinaliza o final da viagem.

A investigação foi financiada pelo FEDER através do programa COMPETE e por fundos da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), POCI:CANCEL STEM e ainda fundos da Comissão Europeia (Projeto European Research Project: ‘Nanotrigger’).

Especialista considera
O presidente do Congresso Nacional de Medicina Interna, que começa na quinta-feira, no Porto, considerou hoje “dramático” o...

“Os outros 44% morrem no hospital. E depois, dos que conseguem chegar à rede, cerca de 30% voltam a ser internados. Ou seja, os doentes acabam por piorar na própria rede”, referiu João Araújo Correia, citando os dados de um estudo realizado no Centro Hospitalar do Porto, que será apresentada no encontro.

Em média, “depois de cumpridos os critérios e de aceites, os doentes esperam 47 dias para entrar numa unidade da Rede Nacional de Cuidados Continuados. São necessárias mais camas para que haja uma resposta mais célere”.

Segundo Araújo Correia, que é diretor do Serviço de Medicina do Centro Hospitalar do Porto, “dos 56% que foram para as unidades, 37% foram reinternados. E, segundo as regras dos cuidados continuados, se permanecerem no hospital mais de sete dias, têm de recomeçar todo o processo, porque perdem a vaga. O que é uma coisa dramática”.

Citando a experiência do seu serviço, Araújo Correia disse que “em 2016 teve 117 doentes que acabaram por ir para lares ou rede de cuidados continuados”.

“Contabilizado o tempo que estiveram internados sem razão clínica, ou seja, à espera, chegou-se aos 2.961 dias, são quase três mil dias de internamento. Calculando quanto custa cada dia de internamento significa que só estes 117 doentes custaram ao hospital 571 mil euros”.

“O meu serviço tem três unidades de internamento e tenho sempre cerca de 25 doentes internados sem razão clínica. Estão à espera de ir para o lar ou para a rede de cuidados continuados. E eu tenho a urgência cheia de doentes à espera de vaga para serem internados. E eu sei que isto é uma coisa generalizada pelo país”, lamentou.

O especialista defendeu que “é fundamental haver mais camas na rede, para que haja uma resposta mais célere” e que “a rede seja dotada de meios mínimos”.

“Quem lá está são profissionais de saúde mais jovens, o que justifica que 30% dos doentes, que são muito complexos, voltem ao hospital. E, segundo as regras, se o doente estiver mais de sete dias internado na sequência dessa agudização, perde a vaga e tem que ser reiniciado todo o processo”, frisou.

A relação entre a Medicina Interna (MI) e a Medicina Geral e Familiar (MGF), ou “a falta de ligação entre estas duas grandes especialidades” é outro dos temas em destaque no congresso, que decorrerá até domingo na Alfândega do Porto.

Segundo João Araújo Correia, essa é “uma das grandes fragilidades do Serviço Nacional de Saúde. É exatamente por isso que 95% dos internamentos nos serviços de medicina se fazem a partir do serviço de urgência, o que é, digamos, o espelho de que realmente não há ligação entre as duas especialidades”.

“Os médicos de medicina geral e familiar convenceram-se que tratam fundamentalmente doentes crónicos (hipertensos, diabéticos e outros) e que também fazem rastreios, tudo com tempo, com consultas daí a uns meses”, disse.

Defendeu a necessidade de “criar incentivos para o tratamento da doença aguda nos centros de saúde”, referindo que uma das coisas que se pretende é que este congresso "promova de facto uma mudança de paradigma”.

Entre os convidados do congresso estarão o investigador Alexandre Quintanilha e o presidente do Conselho Económico e Social, Correia de Campos, que, “enquanto ministro da Saúde, foi grande responsável para que a medicina interna se assumisse como o grande alicerce do tratamento do doente no hospital. De facto, a partir do seu ministério o número de especialistas que começaram a entrar em medicina interna praticamente duplicou. Neste momento a medicina interna é a maior especialidade hospitalar, com 940 internos em formação”.

Direção-Geral da Saúde
Portugal tem até hoje 285 casos notificados de hepatite A, num surto que começou no início do ano e afeta outros países...

De acordo com a última atualização, publicada no ‘site’ da Direção-Geral da Saúde (DGS), a quase totalidade dos casos (93%) ocorreram em homens e em mais de metade (56%) o contágio ocorreu por via sexual.

A maior parte dos casos (227) estão concentrados na Região de Lisboa e Vale do Tejo e o grupo etário mais afetado é o dos 18-50 anos, com 255 casos.

Na semana passada, a DGS atualizou a norma sobre a hepatite A e os viajantes que pretendam levar a vacina da hepatite A deixaram de precisar de submeter o pedido à DGS, bastando ter a prescrição do médico.

Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional e o médico prescritor da vacina tinha de contactar previamente a autoridade de saúde.

Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o ‘stock’ de vacinas, de modo que a chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da DGS, sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.

A própria DGS já admitiu que a procura de vacinas não foi de princípio a que se desejava, tendo até sido constituída uma unidade móvel para ir ao encontro das populações de risco potencial.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não provoca cronicidade e dá imunidade para o resto da vida.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Onze distritos de Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores apresentam hoje um risco ‘Muito Elevado’ de...

Em Portugal continental estão com um risco 'Muito Elevado' os distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Braga, Porto, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Aveiro, Coimbra e Beja.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todos os restantes distritos apresentam um risco 'Elevado'.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje para o Norte e Centro de Portugal continental nebulosidade durante a tarde nas regiões do interior, com condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada e pequena subida da temperatura mínima.

Para a região do Sul, aguardam-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros, em especial nas regiões do interior e durante a tarde e condições favoráveis à ocorrência de trovoada. A temperatura mínima também deverá subir.

Para os grupos Ocidental e Central dos Açores prevê-se períodos de céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros fracos durante a madrugada e manhã.

No grupo Oriental, aguarda-se céu muito nublado com abertas ao longo da manhã, períodos de chuva que poderão ser pontualmente fortes durante a madrugada, passando a aguaceiros fracos e pouco frequentes.

Períodos de céu muito nublado e vento fraco a moderado são as previsões para a Madeira.

Estudo
O consumo regular de chocolate pode baixar o risco de arritmias cardíacas, segundo um estudo de observação divulgado na edição...

Os resultados da investigação sugerem que a melhor associação entre a causa e o efeito é o consumo de uma porção de chocolate por semana, para as mulheres, resultando em menos 21% de risco de doença, e duas a seis porções semanais no caso dos homens (23% menos risco).

Os autores do estudo salientam que a fibrilação atrial, um tipo comum de arritmia cardíaca e que se caracteriza por batimentos rápidos e irregulares do coração, afeta mais de 33 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo provável que um em cada quatro adultos a desenvolva em algum momento da vida. Não é claro o que a causa, não tem cura nem fatores preventivos óbvios.

O consumo regular de chocolate, especialmente o negro, tem sido associado a melhorias em vários indicadores da saúde do coração e os investigadores quiseram perceber se a mesma associação se pode fazer para a arritmia.

Para isso estudaram 55.502 dinamarqueses (26.400 homens e 29.100 mulheres), com idades entre os 50 e os 64 anos, que deram informação sobre risco de doenças cardíacas, dietas e estilo de vida, bem como a quantidade de chocolate que comiam, mas não sobre o tipo, sendo que na Dinamarca o chocolate mais comum é o com leite (mínimo de 30 por cento de cacau).

Com a monitorização dos intervenientes no estudo, que durou uma média de 13,5 anos, foram diagnosticados 3.345 novos casos de arritmia. Tendo também em conta outros fatores relacionados com doenças cardíacas os investigadores concluíram que a taxa de fibrilação atrial recém-diagnosticada era 10% menor nos que comiam uma a três porções de chocolate por mês, comparando com os que comiam menos de uma porção (em média 30 gramas por porção).

Os dados indicaram também um decréscimo de casos da doença noutros níveis de consumo, 17% para quem comeu uma porção por semana, 20% para quem comeu entre duas e seis porções por semana, e apenas 14% para quem comeu uma ou mais porções diárias.

Os responsáveis notam que o estudo é observacional, pelo que não se podem tirar conclusões definitivas de causa e efeito, e admitem que o leite pode reduzir os níveis de compostos benéficos do chocolate na saúde cardíaca, além de que o consumo de chocolate está muitas vezes ligado a produtos de alto valor calórico, como gorduras e açucares, que não são entendidos como bons para o coração.

EUA
A proposta de orçamento da Casa Branca apresentada ontem corta a despesa do governo americano em 3,6 triliões de dólares de...

Nos EUA, os orçamentos são aprovados pelo Congresso e este orçamento deverá sofrer grandes alterações na Câmara dos Representantes e no Senado, ambos controlados pelo partido Republicano.

Os maiores cortes na despesa acontecem no apoio aos mais necessitados, incluindo uma redução de 1,4 triliões no Medicaid (o programa que fornece cuidados de saúde a pessoas de classe baixa sem seguro de saúde) e cerca de 192 mil milhões em vales de comida.

A despesa aumenta no lado dos esforços militares, vendo o Pentágono um aumento de 52 mil milhões de dólares, e segurança nacional, com 1,6 mil milhões de dólares dedicados ao início da construção do muro com o México em 2018.

Desta forma, Trump cumpre a promessa de campanha de não fazer cortes na segurança social e Medicare (que fornece cuidados de saúde para idosos), dois programas muito populares junto dos seus apoiantes, mas que os republicanos garantem precisar ser reformados para sobreviver.

O diretor do Tesouro da Casa Branca, Mick Mulvaney, disse na apresentação do plano que o documento pretende respeitar os contribuintes americanos.

"Sim, tens de ter compaixão pelas pessoas que recebem fundos federais, mas também tens de ter compaixão pelas pessoas que os estão a pagar", disse Mulvaney.

Numa declaração, o congressista republicano David Valadão disse que "com a dívida nacional a subir para 18 triliões de dólares e um défice anual de 500 mil milhões, os EUA precisam reduzir a despesa federal para proteger a economia para a próxima geração de americanos".

Neste plano orçamental, Trump garante que, com uma taxa de crescimento otimista de 3% (superior à prevista pelo Congresso, que se fica pelos 1,9%), o equilíbrio orçamental seria alcançado no final da década.

O luso-americano Valadão diz, no entanto, que também "é preciso conciliar o dever de reduzir despesa com as necessidades das nossas comunidades e financiar os programas e serviços críticos em que muitos americanos, incluindo no vale da Califórnia, dependem todos os dias."

Os democratas, por sua vez, já atacaram o documento, dizendo que é um ataque aos mais pobres para favorecer os ricos.

"Este presidente fez campanha dizendo que ia restaurar a classe média americana, que iria trazer trabalhos de volta, que tornaria a América grandiosa de novo. Falou para a classe media, para as que pessoas que estão a sofrer neste país, e agora este orçamento ataca-os diretamente", disse o congressista Joseph Crowley.

Inicia funções a 01 de Julho
O antigo ministro da Saúde etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus foi eleito diretor-geral da Organização Mundial da Saúde.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, que assumirá funções a 01 de julho, venceu o britânico David Nabarro, na ronda final de votações na Assembleia Mundial da Saúde, que se reúne anualmente em Genebra.

O novo líder da Organização Mundial da Saúde (OMS), que irá suceder a Margaret Chan, no cargo há dez anos, será o primeiro africano e o primeiro profissional que não é médico a chefiar a agência das Nações Unidas.

O antigo ministro da Saúde e dos Negócios Estrangeiros da Etiópia, de 52 anos, liderou as três rondas de votações, obtendo 133 votos na última, contra os 50 votos conseguidos por David Nabarro, médico e conselheiro especial do secretário-geral da ONU para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e as Alterações Climáticas.

Compete à Assembleia Mundial da Saúde, na qual participam delegações dos estados-membros da OMS, eleger o diretor-geral.

Ordem dos Advogados
A Ordem dos Advogados considerou que não há um problema constitucional à volta do debate sobre a eutanásia se o parlamento...

A posição foi transmitida por dois vogais da Ordem dos Advogados (OA), Isabel Cunha Gil e Pedro Cabeça, ao grupo de trabalho que está a fazer audições sobre a petição “Toda a vida tem dignidade”, contra a eutanásia.

“Não há grandes dúvidas de que a Constituição não é ferida num debate como este”, seja qual for a opção do legislador, disse o representante da Ordem, que não vai pronunciar-se sobre a questão de fundo da petição nem sobre se pode estar em causa o valor da vida humana.

Cada advogado pensa por si e a Ordem não terá posição, justificaram os dois advogados.

Pedro Cabeça questionou ainda que a petição proponha que o parlamento “rejeite toda e qualquer proposta que vá no sentido de conferir ao Estado o direito a dispor ou apoiar a eliminação de vidas humanas”.

No texto que acompanha a petição, lançada pela Federação Portuguesa Pela Vida, lê-se que “a eutanásia é sempre um homicídio apoiado pelo Estado (pretensamente através de algum profissional de saúde) ou um suicídio assistido pelo Estado”.

Ao Estado “não cabe criar o direito de alguém ser morto por outrem, nem validar esta opção como legítima perante o coletivo”, prossegue o texto.

Os autores da petição querem que a Assembleia da República “legisle no sentido de reforçar e proteger o valor objetivo da vida humana, garantindo (…) a sua inviolabilidade, independentemente das circunstâncias em que se encontre”.

Com mais de 14 mil assinaturas, a petição vai ser discutida pelos deputados no plenário da Assembleia da República, mas está ainda a ser objeto de audições por um grupo de trabalho da Comissão de Assuntos Constitucionais.

Na Turquia
Uma equipa médica turca implantou as orelhas a um homem que nasceu sem elas, usando cartilagem da mãe do paciente, na primeira...

O homem, de 22 anos, sofria de anotia, uma deformidade congénita que impediu o desenvolvimento das orelhas, e tinha já sido operado, sem sucesso, 11 vezes, com os médicos a usarem cartilagem do próprio.

Agora, uma equipa médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Gaziantep, sul da Turquia, utilizou cartilagem das costelas da mãe do jovem.

“Esta é a primeira operação na qual se cria uma orelha usando o tecido cartilaginoso de outra pessoa. Fizemos todas as operações na Faculdade de Medicina da Universidade de Gaziantep e estamos orgulhosos. Esta operação abrirá o caminho para outros casos”, disse o médico Mehmet Mutaf, um dos responsáveis pela intervenção cirúrgica.

Mutaf transplantou parte da cartilagem da mãe para o peito do filho, para comprovar que o corpo aceitava o tecido, e um ano depois fez a operação para implantar as orelhas.

"Algarve Coração Seguro"
Mais de mil profissionais da hotelaria, comércio, serviços e autarquias no Algarve vão receber, este ano, formação em Suporte...

O projeto "Algarve Coração Seguro" visa implementar uma rede que, dentro de cinco anos, poderá abranger entre seis a sete mil profissionais de autarquias, hotéis, espaços comerciais e públicos da região, que passarão a estar habilitados a prestar primeiros socorros em situações de emergência, explicou Nuno Marques.

O presidente do Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve - conhecido como Algarve Biomedical Center (ABC), a entidade que vai promover as ações formação - acredita que, através daquele rede, "rapidamente se possam estar a salvar vidas", tornando a região num dos destinos turísticos mais seguros da Europa.

"A ideia é conseguir implementar uma rede de forma coordenada com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para que se possa dar uma resposta muito rápida em caso de emergência", afirmou, observando que o INEM saberá onde estão os desfibrilhadores e as pessoas com formação específica para usá-los.

Além da formação a mais de mil pessoas prevista para ocorrer ainda durante este ano - número que poderá atingir entre seis a sete mil pessoas durante os cinco anos em que vigora o protocolo -, será ainda distribuído "um conjunto significativo" de equipamentos, observou o responsável pelo centro, criado há cerca de um ano.

O acordo de cooperação vai ser assinado pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), a Região de Turismo do Algarve (RTA), a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), a Associação Empresarial da região do Algarve (NERA) e a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA).

Numa segunda fase, Nuno Marques quer estender as ações de formação à rede pública de transportes e ao Aeroporto Internacional de Faro, estando em curso negociações com as empresas que tutelam esses serviços.

De acordo com o presidente do Algarve Biomedical Center, o centro irá ministrar uma formação contínua aos profissionais abrangidos, durante os cinco anos em que vigora o protocolo.

O acordo será assinado hoje, às 15:00, numa unidade hoteleira em Albufeira, na presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

Direitos do doente
A prática da medicina, no contexto da transmissão da informação clínica a fornecer ao paciente, deve

Sem dúvida que o direito do doente implica ter o conhecimento de todos os procedimentos clínicos que lhe vão ser prestados e o seu livre e esclarecido consentimento para que os mesmos sejam executados de acordo com a leges artes do ato médico.

A sua decisão na aceitação dos tratamentos tem de ser livre e esclarecida, e só o homem instruído é que consegue ter liberdade para saber o que quer, escolher a direção que melhor lhe convém e determinar o seu destino.

É preciso ser suficientemente forte, estar disposto a sofrer para evitar que a doença nos agrave a fraqueza.

Se, em pleno conhecimento de causa o doente aceita e considera ser a decisão mais acertada, a sua luta e o seu esforço irão de encontro ao plano que melhor se ajusta naquele momento às propostas clínicas do tratamento que lhe é dirigido.

Os procedimentos médicos só serão tecnicamente justos e verdadeiros se conseguirem ser perfeitos.

A medicina exige a execução de planos terapêuticos científicos, com normas de orientação clínica, alicerçadas numa componente espiritual, sem a qual não conseguiremos obter o nível de excelência obrigatório para o bom desempenho profissional.

É essencial que os métodos para atingir estes objectivos estejam sempre enriquecidos pela norma universal do respeito e preservação da dignidade do ser humano.

A nossa obediência não pode ser cega, por isso é necessário que ao transmitir a verdade ao doente, temos que reflectir e adaptar o conceito de acordo com as características individuais do doente que irá depender do seu temperamento, da sua personalidade, do grau de conhecimento e diferenciação intelectual e espiritual.

A prática da medicina, no contexto da transmissão da informação clínica a fornecer ao paciente, deverá ser sempre baseada na verdade, na ciência, respeitando ao direito inviolável da dignidade do ser humano no seu todo (físico, espiritual e social).

É óbvio que a verdade é a mesma para todos os doentes, mas a forma como é transmitida a cada um é completamente diferente pois os pacientes são todos diferentes.

Se à partida nascemos todos iguais, não nos podemos esquecer que somos seres únicos com percursos regulares, com costumes e valores fundamentados no enriquecimento pessoal, com graus de conhecimento teórico e prático, espiritual e social diferenciado e sustentado pela vivência individual que nos caracteriza e determina a forma de estar e de vivenciar as experiências boas e menos agradáveis que vamos tendo ao longo da nossa vida.

O reconhecimento das características individuais dos pacientes por parte dos profissionais da saúde, que direta ou indiretamente irão ser intervenientes no processo da decisão clínica, é fundamental para que a aceitação por parte do doente seja livre e perfeita.

Perante o aparecimento de uma doença oncológica é necessário transmitir a verdade e todas as implicações que a doença tem, porém, este procedimento clínico é sempre complexo e muitas vezes cruel cuja história por vezes não se compadece, e é até imprópria, porque a sua expressão implica certamente um enorme sofrimento e por mais forte que a nossa riqueza espiritual seja, para interiorizar uma notícia que poderá não ter complacência pela preservação da nossa vida, cuja obediência fatual não pode ser modificada, têm de ter ciência e arte na comunicação da verdade que vamos dizer ao doente.

Por isso, é necessário transmitir a informação de forma simples, suficientemente explícita e clara, não omitindo nenhum detalhe, sem contudo esquecer que deverá ser suave para minimizar os efeitos nefastos que o impacto desta notícia gera no doente e na família.

O Ministério da Saúde criou a Carta dos Direitos do Doente Internado. Este documento para além de especificar os Direitos e Deveres dos doentes, da qual se extrai algum do seu conteúdo "agrupa direitos consagrados em diversos textos legais, nomeadamente na Constituição da República Portuguesa, na Lei de Bases da Saúde, na Convenção dos Direitos do Homem e da Biomedicina e na Carta dos direitos fundamentais da União Europeia. Apenas o Direito a uma segunda opinião não está previsto em nenhuma disposição legal nacional.

O regime legal de defesa do consumidor (Lei n. 24/96, de 31 de Julho) prevê também o direito à qualidade dos bens e serviços e o direito à proteção da saúde e segurança física.
A presente Carta dos Direitos do Doente Internado respeita o enunciado dos direitos tal como aparecem na Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes com exclusão dos direitos 13 e 14 que foram anunciados atendendo à condição especial que é o internamento (hospitais e centros de saúde).

As reformas dos sistemas de saúde variam de país para país, mas é consensual que o cidadão não pode ser excluído do processo de decisão, porque é co - financiador do sistema através dos seus impostos e é beneficiário do mesmo considerando as suas necessidades e, sobretudo, porque é o principal responsável pela sua saúde.
Na Carta de Otawa (1996) já se previa o reforço das capacidades dos cidadãos no que respeita à responsabilidade pela sua saúde. Isto só é possível com uma informação objetiva, transparente e compreensível que o tornem apto a decidir, como cidadão livre e esclarecido.

O Conselho da Europa através do seu "Comité" Europeu da Saúde reconheceu na 45ª Reunião que as organizações de entreajuda dos doentes têm um papel importante na representação dos seus interesses. Os cidadãos internados num estabelecimento de saúde ou seguidos por este no domicílio são pessoas com direitos e deveres. Não deverão ser consideradas apenas do ponto de vista da sua patologia, deficiência ou idade, mas com todo o respeito devido à dignidade humana.

Para além da regulamentação aplicada pelos estabelecimentos de saúde, devem zelar pelo respeito dos direitos do homem e do cidadão reconhecidos universalmente, e dos seguintes princípios gerais: não discriminação, respeito da pessoa, da sua liberdade individual, da sua vida privada e da sua autonomia..."

Ser tratado com qualidade, com segurança, com dignidade e respeito pela sua privacidade, não é um privilégio, mas sim um dever e uma obrigação para quem cuida.
Não se pode quebrar a relação de confiança e de colaboração entre o doente e a instituição que lhe presta a assistência.

Se se vetarem aos profissionais de saúde, designadamente aos médicos, a liberdade de aplicar os seus conhecimentos científicos, ou se não se investir nos equipamentos e nas instalações em benefício dos doentes, violam-se as leis universais, não se respeita o Homem na sua essência nem se cumprem os mais básicos deveres de cidadania.
Não é admissível que por falta de capacidade de resposta no internamento, se alojem os doentes em macas nos corredores dos hospitais, sendo que a legislação apenas admite a permanência de um período curto, nunca superior a 24 horas.
Muito menos restringir o acesso aos cuidados ou privar os doentes de serem tratados adequadamente.
Estar fragilizado devido à situação clínica vivenciada não significa vitimização nem penalização.
A vulnerabilidade na doença não é sinónimo de mendicidade nem de intolerância ou de desrespeito pelo doente e muito menos de falta de zelo ou de incumprimento dos deveres do Estado.

O Estado para além de regulamentar tem de zelar pelo respeito dos direitos do homem e do cidadão devendo ainda assegurar que os doentes tenham a possibilidade de ter ao seu alcance todos os meios disponíveis para o tratamento das suas doenças de acordo com as boas práticas médicas.

Independentemente das convicções políticas, religiosas, filosóficas ou sociais. Nenhuma orientação europeia irá determinar ou obrigar um Pais a desrespeitar a dignidade e os direitos humanos.

Importa, ainda referir que a manutenção e a sustentabilidade de um Estado depende dos contributos dos seus cidadãos quer seja através da criação de riqueza resultante do investimento económico, quer seja obtida pela contribuição tributária.
Uma política de saúde séria envolve servir, gerir com rigor, respeitar o doente e reconhecer a excelência do ato médico e dos outros profissionais de saúde.
Quem pretender ignorar esta cadeia não estará ao serviço da Nação nem dignificará o País.
Em suma, de que serve ter tudo regulamentado/legislado se as medidas aplicadas continuam descontextualizadas e inadaptadas às necessidades vigentes e o doente deixou de ser pessoa única e singular, protagonista de uma história clínica com potencialidades e recursos humanos de elevado nível para o curar e passou a ser representado como mais um número causador do desequilíbrio orçamental que é cada vez mais parco no investimento dos cuidados de saúde.

No âmbito da política atual, ser doente ou idoso/representa um pesadelo para o Estado, cujo futuro a curto prazo será empobrecido pelo abandono dos profissionais de saúde que já não conseguem tolerar mais constrangimentos, no atendimento aos doentes do SNS.

Nenhum português será insensível ao sofrimento de quem pede e precisa de ajuda se estiver condicionado por padrões de pobreza desta natureza.

Em suma, seja qual for o ato médico executado tem de ser sempre baseado no conhecimento científico cuja aplicabilidade é para ser exercida no ser humano que tem corpo e alma.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Investigadores de uma universidade alemã descobriram como os sinais de pele castanhos se transformam em cancro de pele, usando...

O grupo de peritos da Universidade Erlangen-Nuremberga descobriu que a o bio marcador 'ADAM 10' é ativado durante a transformação dos sinais.

O bio marcador está normalmente inativo em pele saudável e só é ativado perante uma resposta imune. Este mecanismo é conhecido, por exemplo, em casos de psoríase ou rosácea.

Até agora, conheciam-se as razões pelas quais as mutações genéticas foram responsáveis pela transformação dos sinais benignos em tumores malignos, mas pouco se sabia sobre o que acontece às proteínas e bio marcadores quando se desenvolve um melanoma.

Os investigadores usaram um novo tipo de robô que permite investigar processos de desenvolvimento em amostras de pele a nível celular, tirando uma foto a amostras de tecido, processo que vai sendo repetido e que produz uma sequências de imagens diferentes da mesma amostra.

Segundo a Universidade Erlangen-Nuremberga, a atual pesquisa pode vir a simplificar os métodos de diagnóstico no futuro e sugere também que cosméticos e cremes com alumínio devem ser evitados.

Associação Recovery IPSS
A Administração Regional de Saúde do Norte tem a partir de hoje 16 camas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados...

A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) assinou com a Associação Recovery IPSS os primeiros contratos que visam a entrada em funcionamento de seis camas de Residência de Treino e Autonomia e dez camas de Unidade Sócio Ocupacional, ambas destinadas aos jovens com patologias associadas à Saúde Mental, referiu a ARS-Norte, em comunicado.

Este serviço tem um custo de 190 mil euros para este ano, valor assumido pelo Estado português.

A região Norte fica agora com 2.490 camas, sendo 157 delas de Convalescença, 737 de Média Duração e Manutenção, 1.534 de Longa Duração de Manutenção, 26 de Cuidados Paliativos (Adultos), 20 de Cuidados Pediátricos Integrados e 16 de Saúde Mental (Infância e Adolescência), num investimento anual de 44 milhões de euros.

Além dos lugares de internamento, a ARS-Norte disponibiliza 1.673 lugares, com uma taxa de ocupação de 69%, de resposta domiciliária – Equipas de Cuidados Continuados Integrados – distribuídas pelos diferentes agrupamentos de centros de saúde da região Norte.

Primeiro-ministro
O primeiro-ministro, António Costa, assegurou que o Governo tem interesse e abertura para contratualizar com a associação...

No debate quinzenal, o deputado único do PAN, André Silva, questionou António Costa sobre a existência de "abertura do Governo para a contratualização com a Raríssimas de consultas de especialidade para doentes portadores de doença rara e desconhecida", querendo ainda saber da disponibilidade do executivo para, no próximo Orçamento do Estado, melhorar o acesso à saúde destes cidadãos mais vulneráveis.

"O Governo não só tem abertura como tem interesse e por isso o Ministério da Saúde já reuniu com a associação Raríssimas e recebeu a proposta da associação, que está neste momento a fazer o levantamento das necessidades de diagnóstico no âmbito das doenças raras, proceder ao estudo de eficiência relativamente à proposta que me foi apresentada, tendo em vista avaliar a utilidade da proposta de contratualização", começou por responder o chefe do executivo.

De acordo com Costa, "é necessário concluir essa análise para que o ministério possa dar uma resposta final".

"Há não só abertura como há interesse, concretizado no estudo que está a merecer a proposta e em função da análise que for feita daremos a resposta final sobre essa necessidade de ter os mecanismos mais eficientes de podermos fazer o diagnóstico e o tratamento de doenças raras ou desconhecidas", reiterou.

André Silva começou a intervenção por referir que se estima que "em Portugal existam cerca de 600 mil pessoas portadoras de doenças raras" e que "um quarto dos utentes espera pelo diagnóstico definitivo entre cinco a 30 anos, após o aparecimento dos primeiros sintomas".

"Atualmente, a centralização de competências para o diagnóstico nos hospitais e a elevada complexidade destas doenças, originam demoras e uma ineficiência na obtenção de diagnósticos, com consequências ao nível da degradação da saúde das pessoas e com impacto na insustentabilidade financeira do SNS, resultante das ineficiências no diagnóstico", condenou.

O deputado do PAN recordou que a associação Raríssimas "dispõe de um Centro de referência internacional nesta área, único no mundo, que oferece uma resposta inovadora em serviços especializados maioritariamente dedicados ao diagnóstico, intervenção e acompanhamento de pacientes com patologia rara e desconhecida".

"Esta Associação, já por diversas vezes propôs ao Governo a disponibilização de consultas de referenciação para doenças raras e desconhecidas, numa lógica de complementaridade com o Serviço Nacional de Saúde", sublinhou.

Em 2017
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou estar previsto o reforço do Serviço Nacional de Saúde com mais de 3.000...

"Acompanhamos a necessidade de reforçar os serviços públicos, em particular o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que foi muito depauperado ao longo dos últimos quatro anos. No ano passado, foi feito já um esforço muito importante de recursos humanos: mais de 4.000 pessoas, entre médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de diagnóstico", afirmou António Costa, em resposta ao líder do PCP, Jerónimo de Sousa, no debate quinzenal no parlamento.

Segundo o chefe do executivo socialista, "já está previsto para este ano um aumento de 3.408 profissionais: 1.036 médicos, 1.644 enfermeiros e 788 outros profissionais".

"Pergunta-me se é suficiente, porventura não é, mas temos de o fazer como até agora, com passos seguros e equilibrados", defendeu António Costa.

Antes, Jerónimo de Sousa lamentara "os passos dados", que "são ainda curtos", referindo os 2,6 milhões de portugueses no limiar da pobreza, a falta de investimento público e as "carências gritantes em serviços públicos e funções sociais do Estado".

Para o secretário-geral comunista, há que "acelerar a execução de medidas previstas do corrente ano, de reforço do SNS, resolvendo as justas aspirações de médicos, enfermeiros e outros profissionais e que as populações reclamam".

“Faça como quiser mas não feche os olhos” ao cancro da bexiga
É um dos 10 tipos de cancro mais comuns em todo o mundo. Os números, da Organização Mundial de Saúde, confirmam que o cancro da...

“Faça como quiser, mas não feche os olhos” é o mote da iniciativa, que conta com a participação do ator Diogo Infante, que dá voz ao projeto. O filme deixa várias mensagens de alerta, sobretudo dirigidas aos homens, as maiores vítimas deste tipo de tumor maligno (cerca de 80 por cento dos casos). As estatísticas confirmam que é sobretudo entre o sexo masculino, e nos homens com idade superior a 65 anos, que se conta o maior número de casos. De facto, os homens têm uma probabilidade duas a três vezes maior de sofrer desta doença, do que as mulheres.

Sinais de alerta como sangue na urina, dores abdominais, dor durante a micção ou irritação na bexiga são sintomas que deveriam levar ao médico, o que nem sempre acontece. Uma sondagem recente (www.wecarecampaign.org), que incluiu cerca de dez mil participantes de seis países diferentes, revela que quase um em cada dez adultos nunca ouviu falar da doença. A estes juntam-se cerca de dois terços dos inquiridos (62%) que confirmam não saber identificar os seus sintomas. E os que, na presença de sinais de alarme, nada fazem. Aqui, são mais de metade (52%) os que confessam ter tido pelo menos um dos sintomas, mas decidiram esperar que estes desaparecessem.

Motivos de sobra para falar no cancro da bexiga. Combater o preconceito. Mostrar que a doença existe e que pode roubar vidas. Por isso, o melhor mesmo é “não fechar os olhos”.

Mais informações sobre a doença e sobre a campanha disponíveis em www.sponcologia.pt

Direção-Geral da Saúde
Mais de 95% das crianças entre os sete e os 17 anos tinham levado as duas doses da vacina contra o sarampo em Portugal em 2016,...

Um boletim hoje divulgado com a avaliação do Programa Nacional de Vacinação mostra que a cobertura vacinal da primeira dose da vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR) foi de 98%.

Para a segunda dose da vacina a cobertura variou entre os 95% e os 97% para as crianças entre os sete e os 17 anos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) diz que continuam a ser cumpridos os “objetivos nacionais e internacionais do Programa de Eliminação do Sarampo”, mas admite que há assimetrias regionais e locais, que, no entanto, não surgem especificadas no boletim agora divulgado.

Ainda em relação à vacina contra o sarampo e rubéola, 18% das crianças ainda não tinham sido vacinadas aos 13 meses de idade, em 2016. Em 2015, este valor era de 16%.

A vacina VASPR deve ser administrada aos 12 meses de idade e a segunda dose, o reforço, deve ser dada aos cinco anos, de acordo com o esquema do Programa Nacional de Vacinação (PNV), em que as vacinas são gratuitas.

A DGS alerta para um atraso na vacinação aos 12 meses e sublinha “a importância da vacinação atempada”, especialmente naquela idade.

Para a autoridade de saúde é necessário “um maior investimento no cumprimento do PNV”, nomeadamente convocando todas as crianças com esquemas em atraso ou desenvolvendo atividades adicionais de vacinação em comunidades com menor cobertura.

Portugal registou este ano, como vários países europeus, uma atividade epidémica de sarampo, estando confirmados pelo menos 29 casos desde janeiro.

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