Retinopatia Diabética
São as lesões causadas pela diabetes mellitus a nível da retina, no olho, que dão origem à retinopatia diabética que, na sua...

Esta patologia ocular, a mais conhecida complicação microvascular da diabetes, pode ser de dois tipos: a retinopatia diabética não proliferativa e a proliferativa, sendo esta última a mais grave com alterações importantes nas estruturas internas posteriores do olho. Nas suas fases iniciais, a doença pode evoluir sem qualquer tipo de sintomas, sendo por isso silenciosa e enganadora. Nas fases mais avançadas, o principal sintoma é a perda, muitas vezes de uma forma irreversível, da acuidade visual, geralmente consequência do edema macular que se vai instalando com destruição da área mais nobre da retina. Quando isto acontece, estamos perante as formas graves de retinopatia diabética.

O risco de desenvolver esta patologia atinge em particular todos os doentes diabéticos de longa data (com mais de vinte anos de evolução de doença), mesmo com algum controlo eficaz da glicose no sangue, e todos aqueles que, por qualquer razão, não têm a sua diabetes metabolicamente controlada. A par disto, muitos doentes diabéticos apresentam também outras comorbilidades, como a hipertensão arterial, a obesidade e a nefropatia, que podem agravar a doença ocular. 

A retinopatia diabética tem tratamento, que depende da fase em que se encontra a doença: nas formas em que há doença ocular manifesta, pode recorrer-se à fotocoagulação laser e às injeções intravítreas de fármacos antiangiogénicos e/ou de corticosteróides. A decisão de quando tratar e como tratar depende somente da decisão médica, de acordo com o quadro clínico encontrado, e com a avaliação do potencial risco para perda de visão. O tratamento isolado ou combinado, laser e injeções intravítreas, podem reduzir em mais de 50% o risco de perda visual grave. Já nas fases mais graves da retinopatia diabética proliferativa, o tratamento de eleição é quase sempre o cirúrgico. No entanto, aqui o prognóstico visual é, em muitos casos, reservado.

No entanto, mais do que tratar, é fundamental prevenir. “A prevenção da retinopatia diabética deve ser efetuada a todos os doentes diabéticos através de rastreios”, defende Manuel Monteiro Grillo, presidente da SPO. “Há, em Portugal, programas para rastreio da retinopatia diabética em alguns centros de saúde, onde os doentes diabéticos são submetidos a uma fotografia do fundo ocular para depois, caso apresentem lesões, serem orientados para uma consulta de oftalmologia da especialidade”, afirma o especialista.

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia recomenda que todos os diabéticos sejam seguidos por um oftalmologista e lembra que as fases iniciais da doença são silenciosas e sem sintomatologia, o que pode negligenciar ou atrasar a ida ao médico. O controlo metabólico rigoroso e a ida a consultas de oftalmologia de rotina, que cujo intervalo será ditado pelo quadro clínico e risco de perda irreversível de visão para cada indivíduo, são cuidados indispensáveis.

Em Portugal, estima-se que a diabetes afete cerca de um milhão de indivíduos e que metade destes nunca tenham sido avaliados em consulta de oftalmologia.

Opinião
A Anestesiologia há muito que deixou de ser uma especialidade do bloco operatório apenas, tendo sido

Este desempenho desenvolve-se num ambiente de crescente complexidade, tecnologia sofisticada e no contexto de cenários clínicos cada vez mais desafiantes. A metodologia moderna do ensino e treino de futuros especialistas procura por isso novas abordagens na garantia de competências e segurança dos procedimentos, recorrendo cada vez mais aos modelos de simulação biomédica.

Apesar da evolução olimpicamente consolidada da Anestesiologia sobretudo na última década continuamos a assistir a morbilidade e mortalidade “non zero” relacionada com eventos anestésicos. Continuará a existir probabilidade (muito baixa) de desastres, quer no manuseio da via aérea que poderá configurar sempre cenários potencialmente catastróficos, quer pela abordagem anestésica extremamente difícil de determinadas situações clínicas, quer por não ser possível erradicar o erro médico.

Persistem diversos assuntos sem resposta concreta, tais como a influência da anestesia na função do cérebro, as consequências da anestesia no organismo em crescimento da criança, a eleição da técnica anestésica ideal para cada caso específico, entre muitas outras questões.

Interroga-se ainda o aparecimento de novos fármacos, pelo elevadíssimo custo de investigação que acaba por condicionar o  preço de aquisição para a  sua utilização clínica diária, apesar das potenciais vantagens clínicas reconhecidas.

À semelhança do que a inovação tecnológica que a cirurgia robótica (Da Vinci) representa estão também concebidos “robots “ futuristas para o campo da Anestesiologia. Esta tecnologia robótica não é criada para ter uma existência independente mas sim para permitir uma determinada autopilotagem da fase intermédia ou de manutenção em procedimentos anestésicos de longa duração, utilizando processos de auto-regulação e de administracão de fármacos com base na informação retrógrada proveniente de dispositivos de monitorização hiper rigorosos dos sinais vitais.

A chamada inteligência artificial poderá mudar a medicina mais do que qualquer descoberta ou desenvolvimento desde  a invenção da anestesia em 1849.

O que será a próxima invenção de sucesso  na nossa especialidade? Um fármaco superior no alívio da dor? Um anestésico inalatório mais aperfeiçoado? Monitorização mais evoluída que assegure maior segurança do doente?

A Anestesiologia é hoje uma disciplina central da prática médica, cuja grande  preocupação é a segurança do doente, a evicção do erro médico  e  a redução tanto quanto possível do impacto da técnica anestésica na evolução da recuperação de cada doente. Em poucas palavras , “primum non nocere “ - em primeiro lugar não fazer mal.

O que se espera da Anestesiologia para se tornar ainda mais segura?

Provavelmente aguardar novos desenvolvimentos na monitorização, na educação, em protocolos e na melhoria da qualidade da análise estatística de dados relativos a morbilidade e mortalidade.

Seja como anestesistas, como doentes a precisar de intervenção cirúrgica ou apenas como observadores de todo este processo, todos iremos continuar a valorizar e a apreciar o campo da Anestesiologia.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Legionella
As autoridades identificaram nas redondezas do Hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa, onde houve um surto de ‘legionella’,...

Segundo o presidente dos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), a maior probabilidade é que o surto tenha origem nas instalações do hospital, mas por precaução a Administração Regional de Saúde (ARS) e o delegado de saúde fizeram o levantamento dos equipamentos potencialmente geradoras de aerossóis para fazer análises.

Em declarações, Paulo Correia de Sousa afirmou que a atividade dos SUCH se circunscreveu às instalações do Hospital S. Francisco Xavier, mas que deram “um contributo para ajudar a identificar quais os equipamentos que eram potencialmente produtores de aerossóis”, os únicos que podem levar à transmissão da bactéria.

“De início eram 14 e depois foram reduzidos para sete pontos, mas não sei nem onde estão nem o trabalho ali feito”, disse o responsável, explicando que tal tarefa é da responsabilidade do delegado de saúde e da ARS.

Este surto de ‘legionella’, que de acordo com as informações conhecidas até hoje de manhã infetou 30 pessoas, já provocou a morte a duas delas.

Segundo informaram na segunda-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), até às 20:00 de segunda-feira tinham sido diagnosticados “30 casos de Doença dos Legionários com possível ligação epidemiológica ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) – Hospital de São Francisco Xavier”, mais um caso do que o anterior balanço.

Destes 30, dois morreram, um teve alta e os restantes encontram-se internados.

“Os doentes são, na sua maioria, idosos com fatores de risco associados, nomeadamente doenças crónicas graves e hábitos tabágicos”, indica o comunicado assinado pela diretora da DGS, Graça Freitas, e pelo presidente do INSA Ricardo Jorge, Fernando Almeida.

A ‘legionella’ é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma pneumonia grave. A infeção transmite-se por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada.

Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Administradores Hospitalares
A Associação dos Administradores Hospitalares considera que o surto de 'legionella' no Hospital São Francisco de...

Em declarações, Alexandre Lourenço indicou que o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental informou já que existe um contrato de manutenção em vigor para os sistemas de refrigeração do hospital de São Francisco de Xavier, onde foram até ao momento diagnosticados 30 casos de doença dos legionários.

“Não será uma questão de falta de recursos financeiros para a manutenção. Existe um contrato de manutenção em vigor e não existiu nenhum percalço com esse contrato. Temos graves dificuldades financeiras nos hospitais, mas nestas áreas existem contratos de manutenção”, afirmou o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares.

Alexandre Lourenço considera que este surto de ‘legionella’ associado ao hospital São Francisco Xavier deve ser analisado como um caso isolado, adiantando que tem de se perceber o que aconteceu para “aprender com a situação e evitar que no futuro volte a ocorrer”.

O número de casos diagnosticados de pessoas infetadas com ‘legionella’ no hospital São Francisco Xavier subiu para 30, segundo informaram na segunda-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).

Num comunicado conjunto enviado na segunda-feira à noite, DGS e INSA indicaram que até às 20:00 de segunda-feira “foram diagnosticados 30 casos de Doença dos Legionários com possível ligação epidemiológica ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) – Hospital de São Francisco Xavier”, mais um caso do que o anterior balanço.

Destes 30, dois morreram, também na segunda-feira, um teve alta e os restantes encontram-se internados. “Os doentes são, na sua maioria, idosos com fatores de risco associados, nomeadamente doenças crónicas graves e hábitos tabágicos”, indica o comunicado assinado pela diretora da DGS, Graça Freitas, e pelo presidente do INSA, Ricardo Jorge.

As duas entidades informam que “está em curso a investigação epidemiológica nas vertentes da vigilância da saúde humana e ambiental, a fim de apurar as circunstâncias que originaram o surto”, tendo sido realizadas vistorias técnicas aos equipamentos e às estruturas “potencialmente associados a fontes de transmissão”, trabalhos que vão “manter-se durante os próximos dias”.

A ‘legionella’ é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma pneumonia grave. A infeção transmite-se por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Legionella
As administrações regionais de saúde do país vão fazer uma “avaliação e gestão do risco” de todas as unidades de cuidados de...

Num comunicado conjunto da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), enviado na segunda-feira à noite, é indicado que será feito o “levantamento das condições estruturais e processuais das unidades prestadoras de cuidados de saúde que integram o Serviço Nacional de Saúde”, incluindo agrupamentos de centros de saúde, unidades locais de saúde, centros hospitalares e hospitais, “no âmbito da avaliação e gestão do risco”.

Assinado pela diretora da DGS, Graça Freitas, e pelo presidente do INSA, Fernando de Almeida, o comunicado revela também que, o INSA e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais “estão a desenvolver um Programa de Intervenção Operacional de auditoria técnica de apoio a todas as unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde”.

No mesmo comunicado, DGS e INSA informam que o número de casos diagnosticados de pessoas infetadas com ‘legionella’, no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, subiu para 30.

Até às 20:00 de segunda-feira “foram diagnosticados 30 casos de Doença dos Legionários com possível ligação epidemiológica ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) – Hospital de São Francisco Xavier”, mais um caso do que o anterior balanço, pode ler-se.

Destes 30 doentes, dois morreram, também na segunda-feira, um teve alta e os restantes encontram-se internados. “Os doentes são, na sua maioria, idosos com fatores de risco associados, nomeadamente doenças crónicas graves e hábitos tabágicos”, indica o comunicado.

As duas entidades informam que “está em curso a investigação epidemiológica nas vertentes da vigilância da saúde humana e ambiental, a fim de apurar as circunstâncias que originaram o surto”, tendo sido realizadas vistorias técnicas aos equipamentos e às estruturas “potencialmente associados a fontes de transmissão”, trabalhos que vão “manter-se durante os próximos dias”.

O comunicado refere ainda que está a ser preparado um relatório conjunto da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, DGS e INSA “para esclarecimento da cadeia de acontecimentos que conduziram ao surto”.

No entanto, os procedimentos vão demorar “pelo menos, duas semanas”, tendo em conta a necessidade de realizar “o exame cultural das amostras (ambientais e humanas) e a subsequente avaliação genómica” para apurar a ligação “entre a componente ambiental e a saúde humana”

“A Direção-Geral da Saúde sublinha que a doença se transmite através da inalação de aerossóis contaminados com a bactéria e não através da ingestão de água. A infeção, apesar de poder ser grave, tem tratamento efetivo. As medidas de segurança adotadas prevêem-se suficientes para interrupção da transmissão e controlo do surto, e vão continuar a ser monitorizadas”, conclui o comunicado.

Legionella
O número de casos diagnosticados de pessoas infetadas com ‘legionella’, no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, subiu para...

Num comunicado conjunto enviado na segunda-feira à noite, Direção-Geral da Saúde (DGS) e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) indicaram que até às 20:00 de segunda-feira “foram diagnosticados 30 casos de Doença dos Legionários com possível ligação epidemiológica ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) – Hospital de São Francisco Xavier”, mais um caso do que o anterior balanço.

Destes 30, dois morreram, também na segunda-feira, um teve alta e os restantes encontram-se internados. “Os doentes são, na sua maioria, idosos com fatores de risco associados, nomeadamente doenças crónicas graves e hábitos tabágicos”, indica o comunicado assinado pela diretora da DGS, Graça Freitas, e pelo presidente do INSA, Fernando de Almeida.

As duas entidades informam que “está em curso a investigação epidemiológica nas vertentes da vigilância da saúde humana e ambiental, a fim de apurar as circunstâncias que originaram o surto”, tendo sido realizadas vistorias técnicas aos equipamentos e às estruturas “potencialmente associados a fontes de transmissão”, trabalhos que vão “manter-se durante os próximos dias”.

O comunicado refere ainda que está a ser preparado um relatório conjunto da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, DGS e INSA “para esclarecimento da cadeia de acontecimentos que conduziram ao surto”.

No entanto, os procedimentos vão demorar “pelo menos, duas semanas”, tendo em conta a necessidade de realizar “o exame cultural das amostras (ambientais e humanas) e a subsequente avaliação genómica” para apurar a ligação “entre a componente ambiental e a saúde humana”

“A Direção-Geral da Saúde sublinha que a doença se transmite através da inalação de aerossóis contaminados com a bactéria e não através da ingestão de água. A infeção, apesar de poder ser grave, tem tratamento efetivo. As medidas de segurança adotadas prevêem-se suficientes para interrupção da transmissão e controlo do surto, e vão continuar a ser monitorizadas”, conclui o comunicado.

Imprensa e plataformas digitais
O Governo está a fazer uma campanha específica, concertada e "fortíssima" na imprensa e nas plataformas digitais para...

"Temos estado a trabalhar em conjunto - Turismo de Portugal, AICEP, ‘Portugal In', Câmara Municipal do Porto e vários ministérios", disse Ana Mendes Godinho, durante uma visita à feira de turismo World Travel Market, em Londres.

Ações com jornalistas britânicos que visitaram a cidade, e que já resultaram em notícias sobre o Porto em jornais como The Times, City AM e, em breve, no Financial Times, ocorrem em paralelo com uma "campanha digital ‘fortíssima'" intitulada "Can't Skip Facts" junto dos funcionários da Agência Europeia do Medicamento (EMA).

A campanha, que faz parte de uma operação mais alargada sobre o país chamada "Can't Skip Portugal", concentra uma série de dados estatísticos sobre o país e é dirigida àquele público específico graças às coordenadas geográficas recolhidas pelas plataformas de internet, em particular as redes sociais.

"É uma campanha desenhada e lançada em primeira mão no Reino Unido para aproveitar o Brexit, para comunicar indicadores sobre Portugal: porque é que é o melhor país para visitar, para viver e para investir, com os vários indicadores de clima económico ou index de paz. Passamos a ter isso tudo para comunicar as vantagens de a EMA se poder vir instalar em Portugal", indicou.

O objetivo das autoridades portuguesas é influenciarem os funcionários que, apesar de não decidirem, têm um "voto de qualidade" na escolha da cidade preferida, que podem transmitir à comissão de avaliação.

A candidatura da cidade do Porto para acolher a sede da EMA está a competir com Amesterdão, Atenas, Barcelona, Bona, Bratislava, Bruxelas, Bucareste, Copenhaga, Dublin, Helsínquia, Lille, Malta, Milão, Sofia, Estocolmo, Viena, Varsóvia e Zagreb.

A EMA, cuja localização em Londres terá de mudar devido à saída do Reino Unido da UE, conta atualmente com 890 trabalhadores e recebe cerca de 35 mil representantes da indústria por ano.

A decisão sobre a nova localização da EMA, bem como da Agência Bancária Europeia, deverá ser votada a 20 de novembro pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros num conselho europeu.

Instituto de Medicina Molecular
Investigadores do Instituto de Medicina Molecular descobriram como se protege o parasita da malária no fígado humano, estando...

Os investigadores consideram que a proteína UIS3 - que se liga a outra proteína para proteger o parasita de se autodestruir no fígado - é “um possível calcanhar de Aquiles” do parasita.

Num estudo publicado hoje na revista Nature Microbiology os cientistas defendem que a investigação “demonstrou que sem a proteína UIS3 o parasita não é capaz de sobreviver dentro de células do fígado de ratinhos normais. No entanto, recupera a sua capacidade infecciosa se a autofagia do hospedeiro se encontrar comprometida”, segundo um comunicado do Instituto de Medicina Molecular (iMM).

A investigadora Maria Mota, que liderou a equipa, explicou à Lusa que o parasita da malária se aloja primeiro no fígado e só cerca de uma semana depois infeta as células do sangue, um mecanismo que só foi descoberto a meio do século passado.

“A fase hepática (que diz respeito ao fígado) é muito importante”, porque a picada de mosquito transmite um pequeno número de parasitas, que só depois se multiplicam por milhares, explicou a investigadora, dando um exemplo.

O que a equipa descobriu foi que o parasita deposita uma proteína na membrana que o envolve o que impede que o sistema o destrua, ainda que o detete. “As células têm um sistema de autofagia, que serve para destruírem corpos estranhos, o que se passa neste caso é que a célula ataca mas o parasita defende-se”, disse Maria Mota.

“Se conseguirmos bloquear o inibidor o hospedeiro destrói o parasita”, disse a investigadora, acrescentando que o próximo passo é descobrir um medicamento que impeça a formação desse “escudo protetor”.

“Arranjar um fármaco não é simples, embora em teoria seja simples”, disse Maria Mota, acrescentando que a equipa está a testar já “duas ou três” formas mas que soluções finais demorarão sempre alguns anos.

E deverá ser um medicamento profilático, para viajantes e pessoas que vivam em zonas endémicas, afirmou.

“Esta descoberta identifica a proteína UIS3 como um possível alvo para o desenvolvimento de novos fármacos contra o parasita da malária, nomeadamente contra as formas hepáticas da doença”, refere o comunicado do iMM.

O iMM, instalado em Lisboa, é um instituto que promove a investigação biomédica, nas áreas do estudo dos mecanismos da doença e do desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e de novas abordagens terapêuticas.

Rede Solidária do Medicamento com campanha de recolha de fundos
Com o objetivo de ajudar quem mais precisa a adquirir os medicamentos de que necessita, o Programa abem: Rede Solidária do...

A campanha “Dê Troco a Quem Precisa” vai decorrer em 500 farmácias de oito distritos (Beja, Coimbra, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal e Viseu). Os portugueses que se deslocarem às farmácias abrangidas são convidados a doar o seu troco aquando do momento da compra. Essa verba é de imediato alocada ao fundo solidário do Programa abem: e aos beneficiários que dele fazem parte.

Para Maria de Belém Roseira, presidente do Conselho Geral e de Supervisão da Associação Dignitude – entidade dinamizadora do Programa abem: - esta campanha assume uma particular importância por “apelar ao caráter solidário dos portugueses, à união e altruísmo de todos na resposta a um problema de emergência social que é o não acesso ao medicamento por insuficiência de rendimentos disponíveis.” Para a ex-ministra da Saúde, “a correta terapêutica é essencial para a saúde da população. Não podemos permitir que tal não seja possível por falta de rendimento disponível, sendo neste ponto essencial a união de toda a sociedade civil, para que nenhum português tenha de sair da farmácia sem toda a terapêutica de que necessita para fazer face à sua debilidade de saúde”.

Recorde-se que, de acordo com um estudo da Universidade Católica de final de 2015, um em cada cinco portugueses não consegue comprar todos os medicamentos receitados pelo seu médico, aquando da visita à farmácia. Uma realidade à qual a Associação Dignitude pretende ajudar a dar resposta através do Programa abem: Rede Solidária do Medicamento e desta campanha, que concretiza os esforços do programa, apelando à participação de todos.

Atualmente com mais de 3 mil beneficiários, o Programa abem: ambiciona atingir 25 mil pessoas em situação de carência de medicação até ao final do próximo ano e 50 mil até ao final de 2019. Para tal, prevê o alargamento do programa a todos os distritos do país e regiões autónomas até ao final deste ano. Já foram adquiridos, ao abrigo do abem:, 40.820 medicamentos desde a sua origem em maio de 2016.

14 de novembro - Dia Mundial da Diabetes
No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de novembro, é relançado o portal “Diagnóstico Precoce Foco na...

O portal “Diagnóstico Precoce Foco na Diabetes” visa a divulgação de informação sobre a diabetes junto da sociedade, dirigindo-se sobretudo aos doentes, cuidadores, pré-diabéticos e ao grande público. É, por isso, um portal que procura ser informativo e educativo no sentido de esclarecer e sensibilizar para a diabetes e ajudar as pessoas a melhor gerir e controlar a sua doença.

O objetivo global deste projeto digital é contribuir de forma ativa e responsável para a melhoria dos indicadores da Diabetes em Portugal, ao constituir um repositório de informação credível, científica e comprovada que permite prevenir, diagnosticar precocemente, gerir, tratar e descomplicar uma doença que afeta cerca de 13,3% da população portuguesa, com idade compreendida entre os 20 e os 79 anos (Observatório Nacional da Diabetes 2015).

A renovação e remodelação do portal, que estará disponível ao grande público no dia 14, permitiu torná-lo mais intuitivo, humanizado e próximo das pessoas, através de uma maior facilidade de navegação, adaptação aos dispositivos móveis atuais e criação de novas áreas, como receitas, testemunhos e o envolvimento de profissionais de saúde e outros players do setor.

O portal disponibiliza um conjunto de dicas, recomendações, esclarecimentos e documentos que resulta no melhor conhecimento do que é a diabetes, a sua prevenção e tratamento que envolve melhor nutrição, mais atividade física e adesão à terapêutica. O Questionários de Avaliação de Risco, por exemplo, permite a identificação de grupos de risco, o diagnóstico precoce e uma maior consciencialização para a necessidade de consulta médica de despiste ou acompanhamento da pessoa pré-diabética.

A página de Facebook do projeto (www.facebook.com/foconadiabetes/) tem como objetivo aproximar a comunidade e gerar partilha de informação de forma mais direta e concisa. Atualmente a página é constituída por uma comunidade de 5.200 seguidores.

A propósito do Dia Mundial da Diabetes o projeto pretende com este relançamento digital reforçar o papel ativo da pessoa com diabetes e seu cuidador na gestão da doença e aumentar a sua literacia em saúde.

Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigadores, liderada pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular e pela Faculdade de Medicina da...

A maioria das células estaminais progenitoras vasculares, utilizadas para regenerar o fluxo de sangue nos tecidos afetados por paragem cardíaca ou AVC (acidente vascular cerebral), morrem depois de serem injetadas. A morte destas células está associada à presença de uma molécula (microRNA-17).

Os investigadores descobriram que a adição de uma proteína imobilizada em micropartículas, chamada “fator de crescimento endotelial vascular”, a células progenitoras vasculares pode aumentar o seu tempo de sobrevivência ao reduzir a quantidade de microRNA-17.

Sezin Aday, primeira autora do artigo publicado na Nature Communications, explica que “injetámos células progenitoras vasculares, transfetadas com um inibidor do microRNA-17, no músculo da perna de animais que tinham perdido fluxo sanguíneo e conseguimos recuperar esse fluxo. A inibição de microRNA-17 aumentou o período de sobrevivência das células progenitoras vasculares que lhes permitiu criar novos vasos sanguíneos no músculo”.

O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo programa ERA Chair em envelhecimento (Horizonte 2020), foi coordenado por Lino Ferreira, líder do Grupo de Investigação “Biomateriais e terapias baseadas em Células Estaminais” do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e investigador coordenador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), e contou com a colaboração da Universidade do Texas em Austin, Universidade de Bristol, Universidade de Aveiro, Universidade do Porto, Universidade da Beira Interior, Massachusetts Institute of Technology e Imperial College of London.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde admitiu ontem que "alguma coisa correu mal" no caso do surto de "legionella" no...

"Tendo sido seguidas as melhores práticas, alguma coisa correu mal. A mim, o que me incumbe enquanto responsável político é perceber que - pela evidência dos relatos, pela primeira aproximação aos factos, o que foi dito e visto é que todos os procedimentos foram seguidos de acordo com as melhores práticas - ainda assim alguma coisa correu mal", disse Adalberto Campos Fernandes.

Até ao momento foram diagnosticados desde 31 de outubro 26 pessoas infetadas com doença dos legionários, conhecida também por ‘legionella’, relacionadas com o hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Dos 26 casos até agora diagnosticados, um doente encontra-se numa unidade de saúde privada, outro teve alta, um terceiro está no Hospital Pulido Valente, dois na unidade de cuidados intensivos do hospital São Francisco Xavier e os restantes encontram-se internados no hospital Egas Moniz.

"Portanto, é muito simples. Todos terão de perceber que a nossa obsessão neste momento é perceber o porquê de, tendo sido cumpridos os procedimentos, [alguma coisa] ter corrido mal. E não descansaremos enquanto essa identificação daquilo que correu mal não seja conhecida", disse o ministro em conferência de imprensa no hospital São Francisco Xavier.

As declarações do ministro surgem um dia depois de a Diretora-Geral de Saúde, Graça Freitas, ter declarado que "nada falhou" na prevenção e nas medidas de controlo da infeção com a bactéria "Legionella" no hospital, já que "nem sempre as melhores medidas conseguem contrariar esta dinâmica das bactérias".

Ontem, o ministro da Saúde deu duas semanas à Direção-Geral de Saúde e ao Instituto Nacional de Saúde Dr Ricardo Jorge (INSA) para que "habilitem o governo com um relatório detalhado, que seja do conhecimento público", para apurar a forma como as coisas correram.

No fundo, disse Adalberto Campos Fernandes, trata-se de "responder a esta questão muito simples".

"Tendo tudo sido feito de acordo com as normas, o que é que (…) correu menos bem, para que nos víssemos confrontados com um surto que é real, existe, e que não pode em nenhuma circunstância ser dissimulado ou diminuído", realçou o responsável.

O ministro disse que está a acompanhar a situação, tal como o resto do Governo, "a evolução dos acontecimentos de hora a hora".

"Queremos perceber o que aconteceu e ter condições para que nunca mais aconteça", sublinhou.

O ministro deixou ainda uma mensagem de tranquilidade aos utentes dos hospitais e manifestou "confiança nos técnicos" e na atuação que tiveram no Hospital São Francisco Xavier.

"Transmitiram-me que a fonte emissora está controlada", disse Adalberto Campos Fernandes.

O ministro deixou ainda um aviso: os relatórios agora pedidos "não são para encher calendário".

"Quando digo falha, significa qualquer tipo de avaliação técnica ou procedimento, e sobre essa matéria que fique muito claro: os relatórios que foram pedidos não são para encher calendário. São para apurar efetivamente aquilo que aconteceu, se se deveu a um imponderável de natureza técnica, até climática e ambiental, a um procedimento que deveria ser feito e não foi. Isso tem de ser avaliado com distanciamento e independência", concluiu.

No final dos relatórios, disse, o Governo estará "para apurar se alguma coisa correu mal ou não".

"A minha obrigação enquanto responsável político é fazer a demonstração positiva de que nada falhou. E não vou dizer agora que nada não tenha falhado. Como não tenho a certeza que nada falhou, também não tenho a certeza de que não tenha falhado", reiterou.

Estudo
Uma equipa internacional de investigadores demonstrou que uma das toxinas presentes no veneno das tarântulas desativa o canal...

A descoberta ajudará a melhorar os tratamentos contra a dor causada pelas queimaduras.

A dor é o aviso do corpo de que algo não está bem.

O corpo humano está cheio de terminações nervosas especializadas em transmitir a dor (nocicetores) que, ao detetarem um golpe, corte ou queimadura, se ativam e enviam essa informação em forma de impulso elétrico até à espinal medula.

Uma vez na medula, um segundo neurónio interpreta a informação e reenvia-a ao cérebro, onde se traduz em dor.

“Se pudermos modificar ou refrear a primeira conexão entre os nocicetores e a espinal medula, a informação não chega ao cérebro e, portanto, não haveria sensação de dor”, explicou à agência Efe José Vicente Torres, primeiro autor do estudo desenvolvido na Imperial College London.

A investigação, que acaba de ser publicada no Jornal de Medicina Molecular, centrou-se na dor provocada pelas queimaduras porque é “uma dor extremamente intensa e duradoura”.

Zenklub
Dois portugueses lançaram em 2016 no Brasil e há quatro meses em Portugal uma plataforma de vídeo-consultas de psicologia e...

“Em 2016 surgiu a ideia da Zenklub com um objetivo claro: queremos que as pessoas vivam melhor e sejam mais conscientes da importância do seu bem-estar emocional”, explicou Rui Brandão, que se juntou ao outro fundador, José Simões, engenheiro informático.

O início, em agosto de 2016, no Brasil deveu-se ao facto de ser um “mercado enorme e que já consome este tipo de serviços”, além de os empreendedores portugueses já conhecerem a realidade do país, onde moram há cerca de quatro anos.

O cofundador comentou que a ‘startup’ tem crescido consistentemente em 2017, ao faturar mais de 600 mil reais (cerca de 158 mil euros)”, enquanto para 2018 esperam atingir os “8 milhões de reais (cerca de 2,1 milhões de euros)”.

“No Brasil, a Zenklub é já uma plataforma de sucesso e reconhecida por mais de dois mil clientes e com um crescimento mensal de 30%. Em Portugal, a Zenklub foi lançada apenas há quatro meses, pelo que ainda representa uma fração pequena desta faturação, mas temos expectativas elevadas para 2018”, disse Rui Brandão.

Em Portugal, a plataforma tem 20 especialidades de psicologia disponíveis e 25 profissionais registados.

Na Brasil, a plataforma soma mais de 500 consultas por mês.

Alguns dos principais clientes têm sido portugueses expatriados, referiu ainda o cofundador, até porque tem a experiência de como “mudar de país e começar do zero é difícil e tem os seus momentos mais frágeis”.

“O mundo corporativo também tem mostrado uma boa recetividade, demonstrada por parcerias que já temos com empresas como a Uniplaces ou a Jerónimo Martins”, disse o médico, referindo que para o cliente final o valor médio é de 40 euros por consulta, enquanto através de uma empresa o valor pode chegar aos 15 euros.

“O valor da consulta é estipulado por cada profissional registado para cada 50 minutos de consulta, sendo que os valores das consultas são visíveis na plataforma, assim como o perfil e as áreas de especialidade de cada profissional”, precisou.

Os clientes devem ter apenas uma ligação à internet e uma câmara para aceder à plataforma, que utiliza uma “tecnologia de vídeo-consulta encriptada, para garantir a privacidade das sessões”.

Os empresários portugueses planeiam expandir o serviço para o mercado latino, de língua espanhola, no último trimestre de 2018.

“Até lá, vamo-nos focar na consolidação do mercado de língua portuguesa. Por isso, estamos neste momento a captar a segunda ronda de investimento que nos vai ajudar nesta fase de crescimento”, referiu Rui Brandão.

A ‘startup’ foi criada com um investimento inicial de 60 mil euros e recentemente foi distinguida pela aceleradora Startup Chile com um prémio de 25 mil euros.

Médica
A médica Margarida Neto disse que os projetos-lei sobre a eutanásia que o parlamento vai discutir, são contra a Constituição, a...

A clínica falava na concentração “Sempre pela Vida”, que juntou cerca de mil pessoas em frente à Assembleia da República, em Lisboa, e que foi o culminar de uma marcha que se iniciou no largo Luís de Camões e seguiu pelo Bairro Alto até S. Bento.

“É uma lei que vai contra a cultura humanista do povo português, e contra a Constituição [da República] que afirma que o direito à vida é inviolável, é também contra a Declaração Universal dos Direitos do Homem, e contra todos os códigos de ética médica, incluindo a revisão atualizada do Juramento de Hipócrates, na assembleia médica mundial, no passado mês de outubro”, disse Margarida Neto referindo-se aos projetos-lei a serem discutidos pelo parlamento sobre a eutanásia e a morte clinicamente assistida.

Margarida Neto referiu que “os bastonários da Ordem dos Médicos, incluindo o atual”, Miguel Guimarães, são contra a eutanásia, “problema que em nenhuma circunstância e sob nenhum pretexto, é legítimo a sociedade procurar e pedir aos médicos para violarem o seu código deontológico”.

“Os princípios da medicina excluem a eutanásia, a distanásia (prolongamento artificial do processo da morte) e o suicido assistido”, disse Margarida Neto, que advertiu: “mal vão aqueles que procuram instrumentalizar a medicina, com objetivos que são contrários à sua atividade”.

“É função do médico minorar o sofrimento. Os deputados não têm legitimidade política ou moral, para aprovarem uma lei que destrói princípios fundamentais da cultura portuguesa e da medicina”, argumentou.

A clínica interrogou a razão da questão da eutanásia ser colocada agora, afirmando que “não havia qualquer sobressalto na sociedade, nem na classe médica aparecia alguém a defender a eutanásia”, e referiu que esta prática está legalizada “apenas na Holanda, Bélgica, Luxemburgo, no Canadá, na Suíça, e em quatro estados dos 50 que compõem os Estados Unidos da América”.

Isilda Pegado, da Federação pela Vida, que organizou a caminhada e a concentração, pediu ao Parlamento que “respeite os Direitos Humanos” e apelou para “uma sociedade do amor e da solidariedade, pela inclusão e pela igualdade”.

Ao longo da caminhada ouviram-se palavras de ordem como “A vida em 1.º lugar”, “As barrigas não se alugam” e “O embrião é um de nós”, e os manifestantes entoaram várias canções como “Ó Rama, ó que Linda Rama”, do cancioneiro alentejano, “Vem Viver a Vida Amor”, de José Cid ou a marcha “Cheira Bem, Cheira a Lisboa”, de Anita Guerreiro, e o hino da caminhada, “Toda a vida é um bem maior”.

Entre os participantes na caminhada, contavam-se alguns religiosos e crianças. Os cartazes empunhados pelos manifestantes tinham inscrições como “Por favor não matem os velhinhos”, “O aborto mata a maternidade”, “Ajudem-nos a viver e não a morrer”, ou “Aliviar sim, matar não”.

Além de Lisboa realizaram-se também caminhadas “Sempre pela Vida” em Aveiro e no Porto.

Legionella
O surto de 'legionella' que há três anos ocorreu em Vila Franca de Xira foi um dos maiores problemas de saúde pública...

O surto provocou doze mortos e afetou cerca de 400 doentes, sendo que quase metade teve de ser assistida em cuidados intensivos.

Numa das últimas entrevistas que deu como diretor-geral da Saúde, Francisco George confessou que os casos de 'legionella' em Vila Franca de Xira, em novembro de 2014, foram o maior susto em doze anos à frente da Direção-Geral da Saúde (DGS) e foram o problema que mais lhe tirou o sono.

Apesar de considerar a situação como "muito grave", recordou que foram mobilizados todos os meios e que, "ao fim de 15 dias, foi declarado o fim da epidemia".

A principal preocupação das autoridades foi de imediato detetar a fonte do problema e, "ao fim de poucas horas, foi possível perceber o que se estava a passar e encerrar, do segundo para o terceiro dia, a fábrica que estava a emitir as partículas contaminadas com a bactéria", como lembrou Francisco George, numa entrevista dada em outubro.

O início do surto foi a 07 de novembro de 2014, quando treze pessoas deram entrada no Hospital de Vila Franca de Xira com sintomas que apontavam para episódios provocados por 'legionella'.

Posteriormente, o hospital confirmava a entrada de 27 pessoas infetadas. No final desse dia, a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo informava que o número de infetados tinha subido para 33.

No dia seguinte, a 08 de novembro, foi conhecido o primeiro caso mortal e a DGS anunciava a abertura de um inquérito epidemiológico para averiguar a fonte da contaminação.

Nesse mesmo dia, o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou que tinha sido acionado um plano de contingência para lidar com o surto. O grupo integrava dirigentes e especialistas de saúde e de ambiente.

Ao fim de três dias eram já quatro os mortos e havia mais de 160 pessoas infetadas.

No final do surto, eram doze as vítimas mortais, que tinham entre os 43 e os 89 anos, sendo nove homens e três mulheres. A taxa de letalidade deste surto foi estimada em 3,2%.

As autoridades fecharam as torres de refrigeração das principais fábricas da região, que só foram reabertas quando ficou demonstrado qual a fonte concreta, ou seja, uma dessas fábricas.

Este caso de 'legionella' foi considerado também um teste à capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo um relatório oficial considerado que os hospitais e estruturas de saúde responderam positivamente.

O surto de 'legionella' em Portugal mereceu igualmente a atenção de entidades europeias e mundiais, levando até a Organização Mundial de Saúde a considerá-lo uma emergência de saúde pública.

A 'legionella' é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma pneumonia grave. A infeção transmite-se por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada.

Legionella
A doença dos legionários provocou, nos últimos três anos, 12 mortos e mais de 400 infetados, em Portugal.

O caso mais grave foi o surto registado em novembro de 2014 no concelho de Vila Franca de Xira, responsável por 12 mortos e 375 doentes, dos quais quase metade teve de ser assistidos em cuidados intensivos.

A doença teve origem numa torre de arrefecimento da empresa Adubos de Portugal.

Três anos depois, o processo ainda corre na justiça. A empresa Adubos de Portugal e a multinacional General Electric foram constituídas arguidas, pelos crimes de infração de regras de construção, assim como sete pessoas, acusadas dos crimes de infração de regras de construção (conservação) e ofensas à integridade física por negligência.

Francisco George, que deixou o cargo de diretor-geral de Saúde em outubro, admitiu recentemente numa entrevista que, ao longo dos 12 anos enquanto autoridade de saúde, foi este o caso que lhe tirou o sono.

Mas, apesar do susto, houve consequências positivas: foi possível investigar com rapidez o que estava a causar o surto e mostrou-se que “Portugal tem um Serviço Nacional de Saúde fantástico”, considerou.

No verão de 2015, foram notificados 16 casos de pessoas com 'legionella' no Grande Porto, dois dos quais foram adquiridos durante viagens ao estrangeiro. Destes, cinco foram internados em hospitais do Porto.

Já este ano, as autoridades confirmaram cinco doentes, “todos trabalhadores” da empresa Sakthi Portugal, na Maia.

O hospital da Horta, na ilha do Faial (Açores), teve de ser encerrado duas vezes em sete meses, devido à deteção da bactéria na canalização, mas sem registo de infeções.

Em novembro do ano passado, um hotel em Faro foi encerrado depois de terem sido detetados quatro casos.

No mês anterior, três pessoas foram infetadas no Centro Hospitalar de Gaia/Espinho.

Em Chaves, uma unidade hoteleira foi fechada em junho do ano passado, na sequência da deteção de um caso, e em outubro novamente, depois da notificação de um outro caso, o que levou a administração a decidir antecipar obras, estimadas em cinco milhões de euros.

Nos últimos três anos, a bactéria foi detetada, mas sem causar infeções, em hospitais (Régua, Bragança) e no centro de saúde de Vila Real de Santo António), em piscinas municipais (Arouca, Castro Marim), num hotel no Porto, num parque de campismo em Peniche ou numa fábrica em Sines.

A doença tem sintomas como tosse, calafrios, dificuldades respiratórias, dores musculares, febre alta ou sintomas gastrointestinais como diarreia e vómitos, sendo transmitida pela inalação de aerossóis contaminados com a bactéria e não através da ingestão de água.

“A infeção, apesar de poder ser grave, tem tratamento efetivo”, segundo a DGS.

Até 2018
O Governo Regional dos Açores anunciou o arranque do programa CIRURGE, que prevê que até ao final de 2018 deixem de estar em...

"O que pretendemos em 2018 é criar as condições para que nos três hospitais, no final de 2018, não tenhamos ninguém que esteja inscrito à espera de cirurgia com data inferior a janeiro de 2015", adiantou o secretário regional da Saúde, Rui Luís, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

O CIRURGE é uma medida do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia da Região Autónoma dos Açores (SIGICA), que entrou em vigor em novembro de 2016, na sequência de uma proposta do CDS-PP, aprovada por maioria, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

Segundo Rui Luís, a otimização do bloco operatório no tempo normal e o alargamento da produção acrescida de 25 para 35% permite operar os casos prioritários, mas há especialidades com utentes em lista de espera desde 2011.

Só nas especialidades de cirurgia vascular e ortopedia estão inscritos 1.900 utentes até 31 de dezembro de 2014, nos três hospitais da região, sendo que cerca de 75% estão inscritos no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.

No CIRURGE, que tem uma verba de 175 mil euros até ao final de 2017, as cirurgias serão realizas fora do horário normal de trabalho (noites, feriados e fins de semana), com prioridade para os utentes inscritos há mais tempo, sendo as especialidades abrangidas definidas pelos conselhos de administração de cada hospital.

"É um processo dinâmico. As listas de espera nunca vão diminuir. O que queremos diminuir é o tempo de espera em que as pessoas estão nessa lista", salientou Rui Luís.

No final do ano haverá uma avaliação do programa, mas já está previsto um reforço de verbas em 2018.

"Para o CIRURGE apresentámos na Assembleia uma proposta substancialmente superior ao valor que temos este ano, que poderá rondar à volta de 1 milhão de euros", revelou o secretário regional.

A partir de agora serão também divulgados mensalmente na internet os números das listas de espera cirúrgica nos Açores, divididos por hospital, especialidade e tempo de espera.

Os últimos dados conhecidos, referentes a setembro, apontavam para a existência de 11.358 pessoas em lista de espera cirúrgica (incluindo pequena cirurgia), nos três hospitais da região, quando em dezembro de 2016 estavam inscritos 10.413 utentes.

Os tempos médios de espera dos utentes ainda inscritos e dos utentes já operados são diferentes entre os hospitais e entre as especialidades, mas em vários casos é ultrapassado o tempo máximo de 270 dias.

Em setembro, o Hospital de Ponta Delgada era o que apresentava um tempo médio de espera maior entre os inscritos (595 dias), seguido do de Angra do Heroísmo (515 dias) e do da Horta (218 dias).

O tempo médio de espera por uma cirurgia plástica em Ponta Delgada era de 1.104 dias e por uma cirurgia vascular em Angra do Heroísmo 1.010 dias.

Segundo Rui Luís, o CIRURGE refere-se apenas a cirurgias feitas no setor público, mas o SIGICA prevê o recurso ao privado para reduzir as listas de espera.

"Mensalmente vamos analisar cada uma das especialidades e quando se constatar que já não há no serviço público os recursos necessários então a própria legislação tem o sistema do vale-saúde que irá permitir que as pessoas possam aceder a outro tipo de cirurgia sem ser a pública", adiantou.

Tratamentos não invasivos
Rápidos, sem incisões e com bons resultados, os tratamentos não invasivos associados à medicina esté

Os procedimentos minimamente invasivos resultaram do avanço da biotecnologia e tecnologia médica. Quem o afirma é a especialista em cirurgia plástica e reconstrutiva Ana Silva Guerra, que garante que as suas principais vantagens prendem-se com o facto de não necessitarem de internamento, bloco operatório e não deixarem marcas.

“São efetuados em regime ambulatório e em poucos minutos. Não há incisões a encerrar e a cicatrização é celere pois a agressão nunca deve ser importante o suficiente para causar incapacidade”, explica.  

No entanto, afirma que, ao contrário do que se possa pensar, “estes procedimentos comportam riscos como qualquer técnica ou intervenção e por isso a importância de serem realizados por profissionais qualificados e certificados para o efeito”.

A toxina botulínica, os preenchimentos faciais com ácido hialurónico e os peelings químicos são os tratamentos não invasivos que mais se realizam em todo o mundo.

“A principal razão para a realização destes procedimentos prende-se com o envelhecimento. Atrasar o envelhecimento, manter a jovialidade e um aspeto saudável são as principais motivações. Estes tratamentos estão indicados para isso mesmo: prevenir, atrasar as primeiras rugas, a flacidez cutânea e a perda de volume”, explica Ana Silva Guerra.

Não existindo uma regra quanto à idade em que podem começar a ser realizados (“em idade adulta!”), a especialista afirma que o processo de envelhecimento depende apenas de fatores como a genética ou estilo de vida.

No entanto, fica a ressalva: “todas as intervenções e procedimentos estão balizados por indicações e contraindicações e envolvem certamente riscos”.

Tratamento com Toxina Botulínica

Um dos efeitos mais comuns do tratamento com toxina botulínica, que consiste em injectar quantidades mínimas desta sustância diretamente nos músculos faciais para os relaxar, de modo a atenuar ou eleminar as rugas de expressão, é a dor de cabeça. De intensidade ligeira a moderada que desaparece ao fim de umas horas.

“No local da injeção pode acontecer o aparecimento de vermelhidão, inchaço, nódoa negra, sensação de picada e formigueiro”, acrescenta Ana Silva Guerra reforçando que estas reações são transitórias “e surgem, normalmente, na primeira semana após o tratamento”.

De acordo com a especialista este tratamento está contraindicado nos casos de hipersensibilidade conhecida à toxina botulínica tipo A, Miastenia Gravis, Síndrome de Eaton-Lambert e Esclerose Lateral Amiotrófica ou na presença de infeção/inflamação no local do tratamento.

“Não é aconselhada a aplicação destes produtos em grávidas ou crianças”, afirma a cirurgiã.

No caso de tomar medicamentos que afetem a fluidez e a agregação plaquetária ou a coagulação sanguínea, a especialista aconselha entre cinco a sete dias de pausa na toma destes medicamentos. Em caso de dúvida, deve sempre aconselhar-se com o seu médico, referindo, caso tenha problemas de saúde, a medicação que utiliza.

Preenchimento com ácido hialurónico 

Indicado para correção de linhas, rugas e depressões da pele, assim como para a redefinição dos contornos de lábios ou rosto, este tratamento apresenta excelentes resultados. “Dependendo da zona a tratar, das características do organismo e seus hábitos (medicamentosos, tabágicos, alimentares), os efeitos deste procedimento estético duram, normalmente entre seis a 12 meses”, sendo aconselhado um tratamento de manutenção para preservar os resultados atingidos.

Os efeitos secundários mais comuns são passageiros e incidem sobre a zona tratada. “Vermelhidão, inchaço/edema, desconforto nódoas negras. São reações leves a moderadas que desaparecem naturalmente ao fim de dois a três dias, no caso da aplicação ser no rosto, ou uma semana no caso dos lábios”, esclarece a especialista em cirurgia plástica reconstrutiva e estética.

Uma vez que o ácido hialurónico existe naturalmente no corpo humano não há risco de rejeição ao produto.

No entanto, este tratamento está contraindicado a pessoas com perturbações hemorrágicas ou “que tomem medicamentos que afetem a fluidez e a agregação plaquetária ou a coagulação sanguínea”.

Tratamento com peelings e dermoabrasão 

Indicados para tratar manchas pigmentadas, cicatrizes de acne, flacidez cutânea, estrias, poros dilatados, rugas finas e outros sinais do fotoenvelhecimento, estes procedimentos consistem na aplicação de substâncias químicas sobre a pele para induzir a renovação celular.

“A infeção da pele pode acontecer em pacientes mais suscetíveis”, alerta a especialista quanto aos riscos e efeitos secundários mais comuns. É o caso de pessoas com antecedentes de infeções por Herpes Simplex. “É possível que um peeling possa provocar uma recorrência do herpes. Assim sendo, é prudente prevenir essa intercorrência com terapêutica preventiva adequada”, aconselha Ana Silva Guerra.

Após um peeling é possível ainda ocorrer a alteração da pigmentação cutânea, podendo existir variações entre áreas mais claras e mais escuras. “O aparecimento de manchas escuras está associado, na generalidade, a uma inadequada proteção solar durante o período pós-tratamento”, explica a especialista que afirma ser fundamental a evicção solar nos primeiros 15 dias depois de um peeling, assegurando sempre a colocação de protetor solar fator 50 quando ocorrer a exposição solar.

Por fim, o efeito de limpeza pós peeling pode produzir, dois a três dias depois, “a aparição de pequeninos grânulos na pele que relembram os do acne e que desaparecem instantaneamente”.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
São Francisco Xavier
O número de casos diagnosticados de pessoas infetadas com ‘legionella’, no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, subiu para...

Em conferência de imprensa no hospital, a responsável precisou que, dos 26 casos até agora diagnosticados de doença do legionário, um doente se encontra numa unidade de saúde privada, outro teve alta, um terceiro está no Hospital Pulido Valente, dois na unidade de cuidados intensivos do hospital São Francisco Xavier e os restantes encontram-se internados no hospital Egas Moniz.

Apesar das medidas adotadas para deter o surto de ‘legionella’ na rede de água do hospital, de acordo com “as melhores práticas internacionais”, Graça Freitas não descartou a hipótese de surgirem nos próximos dias mais casos, devido à existência de um período de incubação da bactéria causadora da doença.

Presente na mesma conferência de imprensa, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, deu à Direção-Geral da Saúde (DGS) e ao Instituto Nacional de Saúde (INSA) “um prazo máximo de duas semanas” para apresentarem ao Governo um relatório preliminar sobre este surto da doença do legionário.

Tal como a diretora-geral de Saúde e a diretora do hospital São Francisco Xavier, Rosa Pérez, também o ministro sublinhou que tudo foi feito de acordo com as normas para solucionar o problema, mas deixou uma ressalva.

“Naturalmente, se houver necessidade de introduzir algumas medidas corretivas, elas serão introduzidas”, declarou.

Páginas