Presidente da República
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que para Portugal cumprir a sua missão histórica de plataforma entre...

O chefe de Estado, que discursava na cerimónia de inauguração das novas instalações da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto (IPP), perante uma plateia maioritariamente composta por estudantes, lembrou o passado do país para projetar o que entende ser o futuro.

"Para cumprirmos a nossa missão histórica de plataforma entre culturas, civilizações, oceanos e continentes precisamos de reforçar a nossa educação e a nossa coesão social e uma das componentes é a saúde", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República confessou que sempre foi "um defensor dos politécnicos", considerando que estas instituições de ensino superior "surgiram em boa hora com objetivos sociais".

"Ultrapassar o que havia de classista no acesso ao ensino superior, reforçar a coesão territorial, abrir caminho à descentralização e ao sonho regionalizador, oferecer novas pistas para a internacionalização e fazer uma ligação ao tecido empresarial", enumerou, frisando que foi defensor da convergência de aproximação entre os politécnicos e as universidades, algo que disse existir finalmente hoje o que prova que "o país mudou e mudou para melhor".

Na sua intervenção, o chefe de Estado referiu-se também à reivindicação dos estudantes, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica sobre o reconhecimento da carreira.

"Percebo a vossa preocupação. Primeiro porque já tive a vossa idade e depois porque sou o Presidente de todos os portugueses. Eu acompanho e passo a acompanhar mais de perto aquilo que vos preocupa, quer no que diz respeito à certificação, quer do estatuto. Registo os anseios e tomo-os como uma preocupação de que serei portador", disse Marcelo Rebelo de Sousa, que à entrada da cerimónia recebeu uma carta daqueles profissionais.

Antes do discurso, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o título de honra do IPP, uma condecoração que os responsáveis pela instituição garantiram nunca ter sido entregue a ninguém.

"Um Presidente em exercício não deve aceitar títulos. Eu gosto de fazer surpresas, mas não de ser apanhado. Há aqui uma ligação às raízes. [O Porto] tem um efeito de atração e de sentido coletivo verdadeiramente singular. Começo a ser suspeito de ligação excessiva ao Porto", gracejou.

A última palavra de Marcelo Rebelo de Sousa foi para os alunos: “Só somos verdadeiramente felizes quando fazemos os outros felizes. Ninguém é feliz sozinho. No vosso caso, na saúde, ainda é mais verdade. Aqueles e aquelas que aqui estão apesar de tudo são privilegiados. Ainda há quem não consiga cá chegar. E quem mais recebe, mas tem de dar. Fazer a felicidade dos outros e dar mais porque recebestes mais. Tenho um grande orgulho em ser presidente de pessoas como todos vós", concluiu.

Macedo de Cavaleiros
O refeitório de uma escola de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, apresentou na semana passada vestígios de ratos,...

O responsável pelo agrupamento de escolas, Paulo Dias explicou à rádio Onda Livre (de Macedo de Cavaleiros) que os dejetos de rato foram encontrados, na quarta-feira, num fogão que não estava a ser usado, mas que se encontra no refeitório onde são servidas refeições a crianças do 3.º ao 6.º anos.

A Lusa fez vários contactos para a escola e obteve como resposta que estava “em reunião” e “ocupado” o diretor que à rádio de Macedo de Cavaleiros afirmou que “a porta da cozinha está sempre aberta” e que os ratos podem ter entrado vindos de “algum ninho” que tenha sido movido nas obras do ginásio que decorrem no parque escolar".

Segundo disse, "isto não é uma situação nova" e "sempre que as temperaturas baixam há uma tentativa de entrada de ratos e até de outros animais".

A Lusa tentou obter informação sobre os procedimentos neste tipo de situações junto da Unidade de Saúde Pública da ULS do Nordeste que informou não ter sido “contactada para intervir neste caso”.

No dia em que foram detetados os dejetos de rato no fogão, as refeições terão sido servidas aos alunos noutro espaço, segundo indicou o diretor, afiançando que, na quinta-feira, os almoços regressaram àquele refeitório, depois da limpeza do espaço.

O caso aconteceu no polo 2 do agrupamento de escolas de Macedo de Cavaleiros e no referido refeitório não são confecionadas refeições, já que as mesmas são servidas por uma empresa externa.

Na mesma cozinha funcionam as atividades práticas dos alunos dos cursos de restauração, como refere a Onda Livre.

O diretor garantiu ainda que não terão sido encontrados “vestígios de ratos em outras partes da escola, e que, logo no dia seguinte, quinta-feira, esta retomou a atividade normal e os alunos já puderam fazer as habituais refeições naquele refeitório”.

“Mais Vida, Mais Saúde”
Os Centros de Saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo vão promover um “dia aberto” na terça-feira,...

Caminhadas, aulas de zumba, sessões de relaxamento e de gestão de ‘stress’, exercícios na sala de espera, sessões de educação para a saúde, rastreios da diabetes e até mesmo ‘workshops’ de cozinha e de alimentação saudável são alguns exemplos das atividades que vão estar disponíveis no dia 14 de novembro.

O evento, sob o mote “Mais Vida, Mais Saúde”, tem o objetivo de evidenciar muito do trabalho de promoção de estilos de vida saudável dos Centros de Saúde Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

"Este primeiro dia aberto coincide com o Dia Mundial da Diabetes, precisamente por esta ser uma doença com uma relação muito direta com os hábitos alimentares incorretos e com o sedentarismo que temos hoje em dia”, explica a presidente do Conselho Diretivo da ARSLVT, Rosa Valente de Matos, citada no comunicado da Administração Regional de Saúde.

“Não basta aumentar a esperança média de vida, é preciso que esse crescimento seja acompanhado por um envelhecimento ativo. Temos de dar mais anos à vida, mas também mais vida aos anos”, reforçou a responsável.

Neste dia aberto, os centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo pretendem sensibilizar a população de forma inovadora e dinâmica para a importância de incluir no dia-a-dia rotinas de atividade física e de alimentação saudável.

As mais de 350 atividades vão abranger os 15 Agrupamentos de Centros de Saúde da ARSLVT.

O evento tem início marcado para as 09:00.

Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável
A ocorrência de pragas e doenças vai aumentar devido ao ‘stress’ ambiental acrescido que advém dos impactos e da adaptação às...

Afirmando que as alterações climáticas tendem a “agravar-se no futuro, o que irá afetar a floresta em Portugal, especialmente no sul do país”, o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS) avisou que também “as ocorrências de pragas e de doenças vão aumentar devido ao stress ambiental acrescido”.

Em comunicado, o CNADS defendeu ser necessário considerar os impactos e a adaptação às alterações climáticas porque, em Portugal, nos últimos 55 anos, a precipitação média anual “decresceu 37mm por década e a temperatura média anual subiu 0,25ºC por década”.

Como consequência das alterações climáticas, o risco meteorológico de incêndio florestal tem aumentado nas últimas décadas e tornou-se significativo no final da primavera e no princípio do outono.

Nesse sentido, considerou ser preciso reforçar a estratégia que dá prioridade à prevenção face ao combate e defendeu a criação de uma estrutura integrada para dinamizar políticas públicas que incidam nas causas estruturais dos incêndios florestais, nomeadamente na inversão da tendência para o despovoamento.

A floresta “ocupa áreas onde existe privação de população, razão pelas quais as medidas a adotar terão de atender aos novos contornos das realidades rurais (diminuição absoluta da população, redução relativa dos ativos agrícolas, dissociação agricultura/floresta, crescimento de economia residencial) e ao papel determinante que as políticas públicas deverão assumir para superar essas fragilidades”, lê-se no comunicado.

O problema da floresta é agravado por um desordenamento estrutural, em resultado da ausência de políticas públicas consistentes e continuadas, afirma.

“A dinamização da floresta portuguesa dificilmente poderá ser assegurada com medidas de âmbito administrativo. Deve reconhecer-se que se trata de um tecido produtivo frágil, com uma dinâmica de investimento privado muito limitada (apenas interessante nas áreas que se cruzam com a indústria), mas com um enorme potencial no plano dos benefícios ambientais que pode gerar”, salientou a CNADS em comunicado.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Cerca de 13% da população portuguesa sofre de diabetes, e apenas metade está diagnosticada.

A diabetes é uma doença com prevalência crescente, e segundo dados de 2014, estima-se que 13,1% da população sofre desta doença, o que corresponde a mais de um milhão de portugueses. No mundo, calcula-se que cerca de 422 milhões de pessoas tenham diabetes e a tendência é para um aumento significativo nos próximos anos, prevendo-se que em 2025, existam cerca de 300 milhões de diabéticos.

Para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a incidência da diabetes é verdadeiramente preocupante, pois esta é considerada um equivalente de doença cardiovascular, sendo um dos fatores de risco mais importantes. Para além das complicações vasculares, tais como o acidente vascular cerebral e o enfarte, estima-se que 1 em cada 10 diabéticos desenvolva insuficiência cardíaca, a pandemia do século XXI para a qual os cardiologistas vêm chamando a atenção.

Nos últimos anos o aumento da obesidade infantil e juvenil, o sedentarismo e a dieta hipercalórica, rica em hidratos de carbono, tem levado ao aparecimento de diabetes em idades cada vez mais jovens, incluindo abaixo dos 18 anos.

No Dia Mundial da Diabetes, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia alerta para a importância de manter um estilo de vida saudável, baseado em atividade física regular, alimentação saudável e controlo do peso corporal e de apostar na prevenção e na consciencialização da população para os sintomas, deste que é um dos maiores fatores de risco para a Doença Cardiovascular e um grave problema de Saúde Pública, com elevada morbilidade e mortalidade.

O que é a diabetes?
A Diabetes é uma doença causada pelo excesso de glucose no sangue. Em pessoas saudáveis, o pâncreas produz uma substância chamada insulina, que é responsável por levar a glucose até ao interior das células. No entanto, no caso dos diabéticos, a insulina pode não ser produzida ou não se encontra em quantidades suficientes para desempenhar a sua função.

Há vários tipos de diabetes:

- Diabetes tipo I: É uma doença autoimune em que o próprio organismo destrói as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina, o que faz com que a glucose aumente no sangue. Este tipo é mais comum entre crianças e jovens e não está diretamente relacionado com hábitos alimentares ou obesidade. Quem sofre deste tipo de diabetes tem de administrar insulina diariamente. A taxa de incidência é, apesar de tudo, baixa quando comparada com a diabetes tipo II.

- Diabetes tipo II: É o tipo mais comum desta doença e, neste caso, inicialmente, a quantidade de insulina produzida pelo organismo poderá ser exagerada em comparação com a que é produzida em pessoas saudáveis. Isto acontece porque o corpo precisa de mais insulina para que esta consiga desempenhar a sua função. Porém, com o passar do tempo, o organismo vai-se tornando resistente à insulina e os níveis de glucose vão começar a aumentar. A diabetes tipo II pode aparecer em pessoas de qualquer idade e está muito ligada à obesidade e hábitos alimentares pouco saudáveis, embora nem sempre seja o caso.

- Diabetes gestacional: É um tipo de diabetes que aparece quando a mulher engravida (taxa de incidência de 1 em cada 20 grávidas), mesmo que anteriormente à gravidez nunca tenha apresentado sinais da doença. Embora normalmente desapareça após o parto, é importante que sejam tomadas medidas de prevenção para que não se venha a desenvolver diabetes tipo II. Há ainda outros tipos de diabetes causados por patologias no pâncreas, sistema endócrino, ou nas células-beta (responsáveis pela produção de insulina).

Fatores de risco:
É urgente alertar a população para os fatores de risco, como o excesso de peso/obesidade, alimentação desequilibrada, sedentarismo, historial de diabetes na família, pressão arterial elevada e diabetes gestacional prévia.

Prevenção:
Para além dos fatores de risco, é igualmente imperativo consciencializar os portugueses para a prevenção desta doença. Relativamente à diabetes tipo I, não há medidas que possam ser tomadas no sentido de prevenir o seu aparecimento uma vez que se trata de uma doença autoimune. A diabetes tipo II é diferente, pois na maior parte dos casos está associada a hábitos de vida pouco saudáveis. Assim, é importante que se procure seguir um plano nutricional mais equilibrado e fazer exercício frequentemente.

Sintomas e diagnóstico:
No caso da diabetes, um diagnóstico precoce faz a diferença, por isso o reconhecimento dos sintomas pode ser de extrema importância. Fome e sede constantes, boca seca, prurido no corpo, fadiga, visão turva e vontade de urinar com muita frequência são alguns dos principais sinais de alerta.

Apoiado por fundos europeus
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra lidera um projeto, cofinanciado por fundos europeus, que tem por objetivo a...

“TecPrevInf - Transferência de inovação tecnológica para as práticas dos enfermeiros: contributos para a prevenção de infeções” é o nome do projeto que resulta de uma parceria entre a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC/IPC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e a Associação Portuguesa de Acessos Vasculares (APoAVa).

Reunindo as áreas da Enfermagem e da Microbiologia com os contextos da prática clínica, pretende-se, ainda, com este projeto que algumas tecnologias disponíveis no mercado – exemplo dos equipamentos que recorrem ao ultrassom, da luz quase-infravermelha ou dos cateteres venosos centrais de inserção periférica –, passem a ser utilizadas na prática clínica dos enfermeiros, contribuindo para superar as contrariedades relacionadas com a cateterização venosa em doentes com acessos venosos difíceis.

De acordo com a responsável do projeto, professora doutora Anabela Salgueiro, “estas tecnologias contribuirão para diminuir a necessidade de um maior número de punções e, por conseguinte, de algumas complicações associadas, como a dor e o risco de infeção”.

Além de procurar contribuir para o bem-estar e segurança dos doentes, “o projeto TecPrevInf permitirá melhorar as competências dos profissionais, relacionadas com o uso destas tecnologias, e aumentar a satisfação profissional, ao facilitar uma prestação de cuidados de maior qualidade”, afirma a professora da ESEnfC.

“O Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica que apoiará a implementação do TecPrevInf é uma mais-valia importante, pois o investimento previsto em termos de recursos humanos e de equipamentos seria, certamente, significativo para cada uma das instituições parceiras», implicando «custos consideráveis que o projeto poderá, agora, subsidiar e que de outra forma seria deveras complicado conseguir”, explica Anabela Salgueiro. Será, assim, possível contratar dois bolseiros em dedicação exclusiva e adquirir algumas tecnologias para implementação na prática clínica.

Este projeto, cujo período de execução termina em abril de 2019 (tem a duração de 18 meses), envolverá, também, estudantes de licenciatura da ESEnfC, através da iniciativa Rotações de Iniciação à Investigação, desenvolvida pela Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, assim como estudantes de mestrado e de doutoramento que pretendam investigar nesta área do conhecimento.

O projeto TecPrevInf é cofinanciado pelo Centro 2020, no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, com um incentivo do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional de 120.756,36 euros para um investimento global de 148.785,25 euros.

Direção-Geral da Saúde
O número de mortos provocado pelo surto de ‘legionella’ em Lisboa subiu para quatro, anunciou a Direção-Geral da Saúde depois...

O número de casos de infetados aumentou para 44, segundo um comunicado da Direção-Geral da Saúde (DGS), que faz uma atualização ao balanço que tinha sido feito pelas 10:00 de hoje, quando deu conta de três mortos, vítimas do surto no hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa.

A quarta vítima mortal é uma mulher de 97 anos, adianta a DGS, lamentando mais esta morte.

No total há 44 casos confirmados, quatro dos quais resultaram em mortes.

Segundo o comunicado da DGS, no dia de hoje foi confirmado um caso. Na quinta-feira tinham sido confirmados três casos do surto, que começou a 31 de outubro.

Dos 44 casos confirmados até ao momento, a maioria (59%) atingiu mulheres e 70% aconteceu em pessoas com 70 ou mais anos.

A ‘legionella’ é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Qual a relação
Um em cada cinco diabéticos vai morrer de AVC, tornando-o numa das principais causas de morte nestes

O AVC e a diabetes são duas doenças que têm muito em comum: estão a aumentar na população, afetam os vasos sanguíneos e associam-se a outros importantes fatores de risco vascular, como a hipertensão arterial e a dislipidemia (aumento das gorduras no sangue).

A diabetes é a doença em que o corpo deixa de produzir insulina, ou esta não tem o efeito desejado. A insulina é a hormona que controla a glicemia (os níveis de açúcar no sangue), que passam a estar aumentados.

Comparando com uma pessoa sem diabetes, um diabético tem mais do dobro do risco de sofrer um AVC isquémico, o tipo de AVC em que uma artéria do cérebro fica bloqueada e deixa se fazer a circulação para essa região do cérebro. Isto acontece porque os níveis elevados de açúcar no sangue danificam as artérias, tornando-as mais duras e progressivamente mais estreitas, até entupirem. O risco de AVC também aumenta porque há a tendência para o aumento de peso, que pode levar a aumento da tensão arterial e do colesterol, outros fatores de risco para AVC.

O diabético vai ter um AVC em idade mais jovem, maior probabilidade de sofrer de demência por acumulação de pequenos AVC, e se os níveis de açúcar estiverem altos no momento do AVC, o tamanho da lesão pode ser maior e as consequências do AVC mais graves.

Controlar a glicémia é muito importante, mas não é suficiente para reduzir o risco de AVC, nem para melhorar a sobrevivência após AVC. É fundamental controlar também a tensão arterial, para valores ditos normais, com a redução do consumo de sal e o uso de medicação anti hipertensora, se necessário. E o mesmo se aplica ao controlo do colesterol, com a redução de gorduras da dieta. É possível que mesmo sem ter o colesterol alto o médico receite medicamentos para o reduzir, porque eles também protegem a parede das artérias.

Também as escolhas feitas no dia-a-dia podem ajudar a prevenir um AVC: uma dieta saudável, rica em fruta, legumes, cereais integrais e lacticínios magros; a prática de exercício físico durante mais de 30 minutos o máximo de número de dias por semana, seja andar, correr, ou praticar outro desporto; manter o peso próximo do ideal; não fumar; e evitar o álcool, este aumenta a glicemia e a tensão arterial.

A continuada adoção de medidas estratégicas preventivas permite reduzir a mortalidade por AVC. Só a divulgação e adoção das medidas preventivas poderá diminuir também o número de AVC. Se é diabético, siga os conselhos do seu médico, não seja mais um número para as estatísticas do AVC.

Bibliografia:

Hewitt J Et al. Diabetes and Stroke Prevention: A Review. Stroke Res Treat 2012; 2012:673187.

Tuttolomondo A Et al. Relationship between Diabetes and Ischemic Stroke: Analysis of Diabetes- Related Risk Factors for Stroke and of Specific Patterns of Stroke Associated with Diabetes Mellitus. J Diabetes Metab 2015; 6:544.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
O número de mortos por 'legionella' no surto do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, subiu para três, anunciou...

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou hoje que morreu, esta noite, uma mulher de 68 anos infetada com ‘legionella’ no hospital São Francisco Xavier.

A diretora-geral da Saúde indicou também que o número de infetados por 'legionella' aumentou para 43 casos, no surto que começou a 31 de outubro. O balanço indica mais dois casos do que o anterior, feito na quinta-feira.

Graça Freitas estima que o surto esteja em fase decrescente e que o número de novos casos diários passe a ser esporádico, podendo ser dado como controlado dentro de “poucos dias”.

Relatório revela
Portugal é o quarto país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico com mais casos de demência, com 19,9...

A conclusão consta do relatório “Health at a Glance 2017” (“Uma visão da saúde”) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que será hoje apresentado em Paris, e que apresenta os principais indicadores da saúde dos 35 países da organização em 2015 e 2016.

Sobre o estado da saúde dos portugueses, o documento refere que Portugal está dentro da média dos países da OCDE ao nível da expetativa de vida (78,1 anos para os homens e 84,3 anos para as mulheres) e da mortalidade por doença isquémica cardíaca (ataque cardíaco e angina de peito).

Contudo, apresenta piores valores ao nível da prevalência da demência que é de 19,9 casos por mil habitantes, quando a média na OCDE é de 14,8 por mil habitantes.

Segundo este ‘ranking’, Portugal é o quarto país com mais casos de demência por mil habitantes, só superado pelo Japão (23,3), Itália (22,5) e Alemanha (20,2). O México é o país com menos casos: 7,2.

O documento apresenta as mulheres como as mais afetadas pela depressão, doença que afeta “milhões de pessoas”.

Na Espanha, Lituânia, Hungria e Polónia, as mulheres são atingidas por esta doença em mais 50% do que os homens, uma percentagem que sobe para os 66% em Portugal.

Os autores referem que as doenças mentais representam a mais considerável – e crescente – proporção na carga global de doenças, estimando-se que uma em duas pessoas vai ter uma doença mental na sua vida.

Para 2037, a prevalência da demência deverá aumentar para os 32,5 por mil habitantes.

Em relação aos fatores de risco para a saúde, Portugal está dentro da média dos países da OCDE em todos os indicadores: percentagem da população que fuma diariamente (16,8%), litros de bebidas alcoólicas consumidas por ano (9,9), obesidade (16,6%) e poluição atmosférica.

Da análise à qualidade dos cuidados, o relatório concluiu que Portugal apresenta dois indicadores com valores superiores aos da média dos países da OCDE: as admissões hospitalares por asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (74) e trauma obstétrico (2,5 por cem partos vaginais).

Dos 21 países com dados comparados, o trauma obstétrico – o melhor indicador para avaliar a segurança do doente – é mais elevado no Canadá, seguido da Suécia, Dinamarca e Estados Unidos.

Pelo contrário, o trauma obstétrico é consideravelmente mais baixo na Polónia, Israel, Itália, Eslovénia e Portugal.

Em Portugal, a taxa de cesariana é de 32,3 por cem nascimentos vivos, acima da média da OCDE (27,9).

O cancro é a segunda doença mais mortal na OCDE, a seguir às doenças circulatórias, registando 25% de todas as mortes em 2015 (15% em 1960).

A mortalidade provocada pelo cancro é mais elevada nos homens do que nas mulheres em todos os países, mas este intervalo de género é particularmente alto na Coreia, Turquia, Letónia, Estónia, Espanha e Portugal.

Este intervalo pode ser particularmente explicado pela maior prevalência de fatores de risco nos homens, nomeadamente o tabaco.

Outra doença que mereceu a atenção dos autores do estudo foi a diabetes. Nos países da OCDE, 93 milhões de pessoas (7% de todos os adultos) eram diabéticos em 2015. Em Portugal, 9,9% dos adultos têm diabetes.

Ao nível dos medicamentos, o consumo de antidepressivos varia consoante os países. A Islândia regista o mais elevado nível de consumo destes fármacos (o dobro da média da OCDE), seguida pela Austrália, Portugal e o Reino Unido.

A Letónia, Coreia e Estónia registaram o mais baixo nível de consumo de antidepressivos.

Relatório revela
Um em cada 10 portugueses não compraram medicamentos prescritos pelo médico por motivos financeiros no ano passado, segundo um...

Portugal surge acima da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) nesta matéria, uma média que está nos 7,1%, e poucos países da União Europeia descritos no relatório estão na mesma situação.

No que se refere a consultas médicas, 8,3% dos portugueses falharam uma ida ao médico por motivos financeiros em 2016, sendo que aqui Portugal está abaixo da média europeia, que é de 10,5%.

O relatório Health at a Glance 2017 da OCDE traça uma visão geral da saúde dos 35 países da organização, mas reporta-se a alguns dados de 2016 e a vários de 2015.

Reportando-se a dados de 2015, o documento mostra que em Portugal cada habitante teve em média 4,1 consultas médicas anuais, abaixo da média da OCDE, que é de 6,9 consultas por habitante num ano.

Quanto à participação das famílias nas despesas de saúde, em Portugal subiu o número de população coberta por um seguro privado de saúde, havendo um quarto dos portugueses com seguro em 2015, quando dez anos antes era cerca de 20% da população.

As despesas diretas com saúde nas famílias portuguesas (despesas ‘out-of-pocket’) situam-se nos 3,8% do total da despesa familiar, acima da média da OCDE, que é de 3%, segundo dados de 2015.

Aliás, 28% das despesas de saúde em Portugal estavam já a cargo das famílias em 2015, acima da média da OCDE, tendo havido um aumento desta carga entre 2009 e 2015.

Quanto à evolução da despesa global em saúde ‘per capita’ dos países, Portugal surge como um dos três países que teve uma redução. Entre 2009 e 2016, a taxa anual de crescimento foi negativa em 1,3%. No período anterior, de 2003 a 2009, o crescimento da despesa global em saúde tinha sido positivo, com uma taxa anual de 2,2 por cento.

A despesa em saúde em Portugal situa-se nos 8,9% do PIB, quase alinhado com a média da OCDE de 9 por cento.

O relatório da OCDE traça ainda um retrato da quantidade de profissionais de saúde nos países da organização, indicando que Portugal e a Grécia surgem com um número de médicos ‘per capita’ relativamente elevado.

Contudo o documento sublinha que os dados fornecidos por Portugal integram a totalidade de médicos com cédula profissional e não os médicos que efetivamente exercem, o que leva a uma sobrestimação dos dados.

Assim, com aquela ressalva, Portugal surgia com 4,6 médicos por mil habitantes em 2015, enquanto o número de enfermeiros era de 6,3 por mil habitantes.

14 de Novembro - Dia Mundial da Diabetes
Com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República, a Conferência “A Mulher e a Diabetes” acontece a 14 de...

No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, que este ano tem como tema “A Mulher e a Diabetes”, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e outros parceiros, promovem um conjunto de iniciativas com o objetivo de sensibilizar a sociedade para o problema da diabetes.

Este ano, a APDP destaca a conferência “A Mulher e a Diabetes” que abordará temáticas relacionadas com a sociedade, o universo da mulher e a diabetes. Serão quatro os painéis de debate - O estado da Diabetes na cidade de Lisboa, A Mulher com Diabetes, A Mulher e a Família e A Mulher e a Sociedade – que contarão com a participação de mulheres que se destacam na sociedade portuguesa e que por algum motivo têm uma ligação com a diabetes, nomeadamente Maria de Belém Roseira, Ana Escoval e Maria Antónia Palla.

O encerramento da conferência será feito por Ricardo Robles, Vereador dos Direitos Sociais, da Câmara Municipal de Lisboa e José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Outras iniciativas que assinalam o Dia Mundial da Diabetes
A Caminhada Noturna pelos Miradouros de Alfama - com partida da Praça do Município, pelas 18h00, os participantes vão percorrer os Miradouros de Alfama para, no final, de novo na Praça do Município e em conjunto com a Tuna Médica de Lisboa, alertarem para a importância do controlo e prevenção da Diabetes, especialmente através do exercício físico e da alimentação saudável. Por fim, todos juntos, com balões iluminados de azul, irão formar o círculo da Diabetes, o símbolo mundial da luta contra a diabetes. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do 217 988 138 ou [email protected].

O Dia Mundial da Diabetes será ainda assinalado através da iniciativa “Prato Azul – Comer Informado”, no Mercado de Campo de Ourique, entre as 12h30 às 14h30, com o objetivo de sensibilizar os cidadãos para hábitos de vida mais saudáveis, nomeadamente na alimentação. 

Governo
O número de juntas médicas aumentou 66% nos últimos três anos e cobre atualmente quase a totalidade das baixas por doença...

A governante falava na Comissão do Orçamento e Finanças e da Comissão de Trabalho e Segurança Social, no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2018.

Cláudia Joaquim afirmou que o serviço de verificação de incapacidades em 2014 cobria 64% das baixas por doença com mais de 30 dias, o que significa que 36% das pessoas que estavam a receber o subsídio nessas condições não eram convocadas, não se cumprindo assim a lei.

“Houve uma forte diminuição da contratação de atos médicos para que o serviço pudesse cumprir a legislação”, uma vez que a contratação “era encarada como despesa”, explicou a secretária de Estado.

Face a 2014, regista-se em 2017 “um aumento de 66% das juntas médicas realizadas”, sendo convocados 97,4% das pessoas com baixas superiores a 30 dias, revelou Cláudia Joaquim.

Segundo a governante, não compete à Segurança Social avaliar os níveis de fraude, uma vez que as situações das pessoas que são convocadas às juntas médicas são avaliadas no momento da junta e, em alguns casos, as pessoas podem ser consideradas aptas a trabalhar.

De acordo com os últimos dados oficiais, cerca de 21,5% das pessoas que estavam de baixa por doença entre janeiro e setembro deste ano e que foram chamadas a juntas médicas foram consideradas aptas para trabalhar.

Nesse período, foram realizadas 224.796 juntas médicas, mais do que em todo o ano de 2014 e tantas quantas as efetuadas em 2015.

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, já tinha anunciado que a fiscalização às baixas por doença vai ser melhorada e que haverá novos critérios de controlo para que o combate à fraude seja mais eficaz.

Web Summit
A ‘startup’ vencedora do concurso para empresas em fase inicial na conferência de tecnologia Web Summit, em Lisboa, já tem 8...

Falando em conferência de imprensa, o presidente executivo da ‘startup’ francesa Lifeina, Uwe Diegel, indicou que o objetivo é vender o equipamento “em todos os países do mundo”, havendo já um total de 8.700 pré-reservas.

Uwe Diegel precisou que, para já, a Lifeina vai começar por apostar em países como os Estados Unidos, a Austrália e os europeus, por já saber “como funcionam”.

Em 2019, o objetivo é passar a disponibilizar este equipamento na Ásia e na América Latina, apontou.

De acordo com o responsável, os preços “variam entre 150 e 250 euros”, dependendo do que o ‘pack’ traz – se apenas uma bateria ou mais e quais os acessórios.

A ideia para criar este ‘mini frigorífico’ portátil surgiu ao início por brincadeira para poder armazenar medicação do seu irmão, evitando colocá-la no frigorífico doméstico, confidenciou Uwe Diegel.

“É um negócio acidental”, admitiu, sustentando, ainda assim, que “os melhores projetos são guiados por necessidades”.

Notando que a percentagem de pessoas que usa este tipo de medicação está a aumentar em todo o mundo, vincou que o equipamento se dirige a vários tipos de doenças, entre as quais cancro e esclerose múltipla.

“O maior problema é que as pessoas que sofrem destas doenças e querem continuar a trabalhar, não conseguem levar os medicamentos com elas e acabam por deixá-los em casa, tomando só quando regressam, e isso cria um efeito ioiô”.

Este equipamento, que é recarregável, permite resolver esse problema e também monitorizar a temperatura da medicação e ainda avisa o paciente para tomar os medicamentos.

A longo prazo, o objetivo é criar um equipamento de maiores dimensões para o transporte de órgãos, adiantou.

A Lifeina venceu o concurso de ‘pitch’ (breve apresentação de uma empresa de três a cinco minutos) deste ano na Web Summit, evento que arrancou na segunda-feira e hoje terminou no Parque das Nações, em Lisboa.

O patrocinador do concurso de ‘pitch’ é a Mercedes Benz, que garante a esta ‘startup’ vencedora um prémio de 50 mil euros e o acesso ao programa de incubação promovido pelo fabricante alemão de automóveis.

Segundo a organização da Web Summit, nesta segunda edição do evento em Portugal, participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.

A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.

Web Summit
Dois geneticistas mostraram-se hoje confiantes que no futuro, mesmo longínquo, muitos seres humanos podem viver até aos 125...

A questão de se poder viver ou não até aos 125 anos foi à plateia presente na ‘Health Conf’ da Web Summit, que terminou ontem em Lisboa, mas a maioria do público mostrou-se muito cética.

Em contrapartida, Sumit Jamuar e Gabriel Otte acham que a longo prazo é possível vivermos bem mais de 100 anos com a ajuda da tecnologia aplicada à saúde e com a mudança de hábitos de vida.

"Quem tem agora 50 anos e for saudável e praticar um estilo de vida saudável tem 50% de possibilidades de chegar aos 90 anos, mas a tendência é para aumentar a longevidade", disse Jamuar, do Instituto Indiano de Tecnologia de Deli.

O "segredo" da longevidade, segundo os especialistas, está na genética, mas também em cuidar do corpo diariamente, adotar um estilo de vida saudável, ter uma ação proativa, em suma, "fazermos um pacto de não agressão ao organismo", banindo "venenos como açúcar, gorduras, hidratos de carbono" e praticando exercício física desde a infância.

Recentemente, uma equipa de cientistas analisou dados demográficos de 40 países e sugere que há um limite máximo natural para a vida humana, fixado em cerca de 125 anos.

Os cientistas da faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova Iorque, fixam o limite médio da vida humana nos 115 anos.

"Para atingir a longevidade é importantíssimo o estudo da genética humana e a tecnologia tem permitido enormes avanços nos últimos anos. Porém, ainda há muito a fazer. Temos uma base de dados de três milhões de amostras de ADN e há sete mil milhões de pessoas", explicou Otte.

"O estudo da genética associado às novas tecnologias está a revolucionar a vida humana e fizeram-me imensos progressos nos últimos anos", sustentou Jamuar, acrescentando que a adoção de estilos de vida saudáveis permitirá um planeta saudável, funcionando como um "ciclo virtuoso".

No painel seguinte da Web summit dedicado à saúde, a questão abordada foi se alguma vez será possível abolir as doenças do mundo, um tema defendido pelo biólogo Pierre Meulien, diretor executivo da Innovative Medicines Initiative (IMI), e a norte-americana Lynne Davidson da Head of Innovation & Improvement.

Muelien foi perentório: "É uma utopia, absolutamente impossível viver num mundo sem doenças", enquanto Davidson considerou que já foram feitos tantos progressos, por exemplo no combate ao VIH e na Malária, que isso pode perfeitamente acontecer no futuro.

Muelien, que disse ser "completamente a favor da vacinação", defendeu que por muitos progressos que se façam nas diversas áreas da medicina, curativa ou preventiva, os vírus encontram-se sempre formas de sofreram uma mutação e provocar doenças.

Apesar de defenderam pontos de vista diferentes, ambos os intervenientes concordam que a tecnologia e mesmo a inteligência artificial são importantes ferramentas para a evolução da medicina e do estudo da genética.

A Web Summit, que decorreu no Altice arena e na Feira Internacional de Lisboa, terminou ontem com a presença do Presidente da República.

Ministro da Saúde
O novo Hospital de Lisboa Oriental deverá estar pronto em 2022, anunciou ontem o ministro da Saúde, depois do "momento...

"É um momento que nós consideramos histórico porque trata-se da autorização do lançamento do maior investimento em saúde de que há memória nos últimos 30 anos e trata-se de um passo decisivo na reforma estrutural da rede hospitalar da grande lisboa", disse aos jornalistas Adalberto Campos Fernandes no final do Conselho de Ministros de ontem.

Na reunião do executivo de ontem foi "autorizada a realização da despesa inerente à celebração do contrato de gestão para a conceção, o projeto, a construção, o financiamento, a conservação e a manutenção do Hospital de Lisboa Oriental, em regime de parceria público-privada".

Segundo o ministro da Saúde, "o Hospital de Lisboa Oriental irá servir uma população que ultrapassará um milhão de habitantes" e vai substituir quatro velhos edifícios, "alguns deles centenários que não têm hoje nenhuma condição de modernização possível": São José, Santa Marta, Dona Estefânia e Capuchos.

"Se não existirem nenhumas dificuldades imprevistas, nós teremos em 2022 em Lisboa, finalmente, aquilo que é sonho de várias gerações", garantiu.

O concurso internacional ontem autorizado pelo Governo vai ser lançado "dentro de poucas semanas", detalhou Adalberto Campos Fernandes, adiantando que, de acordo com o calendário, "as propostas deverão ocorrer até ao primeiro semestre de 2018 e a construção ocorra entre o final de 2019 e o início de 2022".

Questionado sobre qual o futuro dos edifícios antigos que vão ser desativados, o ministro da Saúde respondeu que existem "decisões que terão que ser tomadas pelo Governo", mas deixou uma garantia: "em nenhum desses espaços, à partida, será conferida nenhuma utilização especulativa de natureza imobiliária".

"Será uma PPP estrutural, o que significa que a gestão é totalmente pública, ou seja, apenas a concessão, construção e manutenção dos equipamentos será assegurada por um regime de financiamento de longo prazo para um encargo que atingirá no final dos 30 anos um valor superior a 415 milhões de euros", explicou o responsável.

De acordo com Adalberto Campos Fernandes, nos hospitais que vão ser desmantelados há hoje um "prejuízo anual pela ineficiência estrutural que se aproxima de 60 milhões de euros".

"Nós não excluímos que face à natureza da demografia da cidade, possa persistir no centro da cidade, nomeadamente no Hospital S. José, um pequeno polo de apoio à população residente. Já o Hospital Dona Estefânia terá uma vocação, em articulação com a Câmara de Lisboa, para um espaço relacionado com a criança e com o adolescente", detalhou.

Recorde-se que esta nova unidade hospitalar, anteriormente denominada Hospital de Todos-os-Santos, já teve um concurso lançado em 2008, então pelo Governo de José Sócrates, mas a decisão de adjudicação ao consórcio vencedor foi anulada no final de 2013.

No Porto
Uma aplicação que permite gravar as consultas médicas, com autorização do profissional de saúde, e transcrever e armazenar o...

O objetivo da aplicação HealthTalks é "melhorar a comunicação entre os pacientes e os profissionais de saúde e auxiliar a gestão de informação de saúde pelos próprios pacientes", explicou João Monteiro, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), um dos responsáveis pelo projeto.

A aplicação, que poderá ser instalada em dispositivos com o sistema operativo Android, é adequada para todos os pacientes adultos que falem português ou inglês, com a possibilidade de serem acrescentados mais idiomas no futuro.

Ao concluir a gravação é criada automaticamente uma nova página de consulta com essa gravação associada, na qual podem ser especificados detalhes sobre a conversa com o médico, dados sobre o estabelecimento de saúde a sua especialidade, indicou o investigador.

"Prevendo situações em que a aplicação possa ser utilizada por cuidadores de saúde, pode também ser indicado qual o paciente associado a cada consulta", contou.

Estes dados são armazenados localmente e permitirão pesquisas futuras bem como edições ao nível da informação e a adição de notas.

João Monteiro salientou que, para cada gravação, o utilizador pode solicitar a transcrição do áudio e, no texto, serão identificados os conceitos médicos e apresentadas mais informações sobre qualquer um deles.

"A área da saúde é caracterizada pelo uso de terminologia muito específica, o que, muitas vezes, é um obstáculo à compreensão, mesmo para as pessoas com literacia mais elevada", o que pode ter "repercussões na gestão pessoal da saúde e na tomada de decisões", indicou.

Por outro lado, a especificidade da terminologia dificulta o acesso a ajuda externa após a consulta, porque os termos transmitidos são muitas vezes esquecidos.

Embora as funcionalidades da HealthTalks não sejam exclusivas, "a criação de uma aplicação que implemente todas essas funcionalidades num só sítio e as associe a consultas médicas é algo que ainda não tinha sido feito", acrescentou o investigador.

Esta aplicação foi desenvolvida no âmbito da tese de mestrado em Engenharia Informática e Computação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) de João Monteiro.

Por esse trabalho, foi distinguido na 8.ª edição do concurso de ideias Fraunhofer Portugal Challenge, em outubro, que premeia a investigação de utilidade prática nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e Multimédia.

A aplicação continua a ser desenvolvida no INESC TEC por João Monteiro e pela investigadora Carla Teixeira Lopes, que é também professora no Departamento de Engenharia Informática da FEUP.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse hoje que se espera que entre segunda e terça-feira os novos casos de ‘legionella’ comecem "a...

Em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, Adalberto Campos Fernandes foi questionado sobre o surto de ‘legionella’, cujo número de casos confirmados de doença dos legionários do surto no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, subiu para 41, de acordo com o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).

"Tal como foi sempre referido pela DGS, nós estamos a ter um perfil de casos novos que se acompanha daquilo que é a previsão e os casos têm vindo a diminuir na sua intensidade, o que faz supor que no período que nós estimamos que seja o dia 13 e 14, em que se finaliza o tempo máximo admissível para o período de incubação, esses casos começarão a tender para zero", assegurou o ministro da Saúde.

De acordo com o governante, "até ao momento não tem havido nenhum desvio àquilo que tem sido a análise epidemiológica da DGS" e, portanto, o executivo acredita que "essa tendência se acentuará".

"Temos 41 casos identificados como positivos. Dois doentes já tiveram alta, dois infelizmente faleceram. E, dos restantes, estão cinco em cuidados intensivos e os restantes em internamento geral com sinais de recuperação e de melhoria significativa", sintetizou.

O surto de ‘legionella' identificado na sexta-feira no Hospital São Francisco Xavier já provou dois mortos.

A maioria dos casos deste surto ocorreu em mulheres (63%) e mais de 70% dos doentes infetados têm 70 ou mais anos.

Segundo a DGS, o primeiro caso de diagnóstico da doença dos legionários foi confirmado em 31 de outubro. Na passada sexta-feira foram confirmados oito casos, 14 no dia seguinte e quatro no domingo. Na segunda-feira foram confirmados sete casos, na terça-feira três casos, quarta-feira quatro casos e hoje até às 12:30 um outro.

Na terça-feira, o ministro da Saúde disse que a origem do foco de ‘legionella' em Lisboa foi o hospital São Francisco Xavier, considerando que as primeiras evidências apontavam logo para uma emissão dentro do perímetro da unidade hospitalar.

International Meeting on Cancer Innovation
O futuro do tratamento do cancro, as novas terapêuticas e as técnicas cirúrgicas de última geração no combate ao cancro serão...

Em declarações, a responsável pela conferência, Bárbara Parente, coordenadora Norte e da Unidade do Pulmão do Instituto CUF de Oncologia no Porto, disse que vão ser abordadas "as diferentes áreas, desde o diagnóstico, aos métodos de estadiamento, até à melhor terapêutica médico-cirúrgica”.

“Na área clínica a evolução é enorme, há imensas terapêuticas inovadoras, nomeadamente no melanoma, que é um dos temas que amanhã [sexta-feira] será abordado, mas também no pulmão há um crescendo. Quase todos os meses temos de alterar os ‘guidelines’ devido ao surgimento de novas terapêuticas, nomeadamente a imunoterapia”, sublinhou.

De acordo com Bárbara Parente, “tem havido tantas mais-valias que é necessário que estas reuniões sejam efetuadas anualmente, para que se possa dar o melhor aos doentes e, por outro lado, se possa atualizar conhecimentos”.

Na área cirurgia também “há novas tecnologias, novas metodologias cirúrgicas, métodos cada vez menos invasivos e cada vez mais diferenciados, quer a nível do pulmão, quer a nível do colorretal, quer ao nível das terapêuticas combinadas”.

“Hoje em dia não se faz uma técnica, uma cirurgia, uma quimioterapia ou uma terapêutica ‘target’. Cada vez se trabalha mais em equipa, o clínico com cirurgião, com o anatomopatologista, com o radioterapeuta e com o imagiologista, porque o doente é um todo e o que nós pretendemos é tratá-lo da melhor maneira e otimizar o seu tratamento”, referiu.

Segundo a organização, no encontro, que começa na sexta-feira, no Porto, e termina, no sábado, em Lisboa, vão participar alguns dos maiores especialistas nacionais e internacionais na área do combate ao cancro e também dos cuidados paliativos.

O Instituto CUF de Oncologia e a Academia CUF, responsável pela atividade formativa e científica da José de Mello Saúde, são as entidades organizadoras desta conferência internacional.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
O presidente do Núcleo do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro considerou hoje que quase metade das mortes por cancro no...

"Estima-se que podem ser evitadas no mundo quase metade das mortes por cancro, se forem tidas em linha de conta as 12 recomendações do Código Europeu Contra o Cancro, que no fundo são medidas para reduzir o risco de cancro", sustentou.

Estas 12 recomendações serão abordadas num congresso promovido pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), na sexta-feira e no sábado, em Coimbra.

"Decidimos fazer este congresso com vertente científica muito grande, pois vamos ouvir pessoas, muitas delas ligadas diretamente à produção do próprio Código Europeu Contra o Cancro, desenvolvido pelo Centro Internacional de Investigação do Cancro (IARC), da Organização Mundial da Saúde", revelou.

Em declarações, Carlos Oliveira explicou que durante os dois dias estão em debate temas como o tabaco, não só do ponto de vista do fumador, mas também do fumador passivo.

"Será abordada a questão da obesidade, que é responsável por aumentar o risco de cancro de mama em mulheres depois da menopausa, assim como do cancro da próstata e do colorretal. Será realçada a importância da atividade física, que não é a mesma coisa que o exercício físico", acrescentou.

A par disto, será feita recomendação para que se pratique uma alimentação saudável, "seguindo-se a dieta mediterrânica, que era aquela que se devia fazer", aludindo ainda ao consumo moderado de álcool e à proteção à exposição solar.

"Uma outra indicação, que é das mais seguidas em Portugal, porque existe muita legislação, é em relação ao cancro profissional, nomeadamente em relação à proteção dos trabalhadores a exposição a substâncias cancerígenas. Também o problema das radiações, nomeadamente o radão, será abordado", referiu.

De acordo com Carlos Oliveira, será ainda discutido um tema que não vem tendo consenso e que tem a ver com a amamentação e o risco do cancro da mama.

"Também se chama a atenção para as hormonas de substituição da menopausa, em que algumas poderão aumentar ligeiramente o risco de cancro da mama e isso tem de ser avaliado", apontou.

A importância das vacinas também estará no centro da discussão, nomeadamente a da Hepatite B e do HPV, que fazem parte do plano nacional de vacinação.

"Finalmente, o 12.º ponto em análise é o dos rastreios organizados", concluiu.

O Código Europeu Contra o Cancro resulta de uma iniciativa da União europeia nos anos 80 do século XX, onde foi desenvolvida uma campanha que se intitulou "Europa contra o cancro", muito focada na prevenção.

Este Código Europeu vai sendo atualizado consoante a evolução do conhecimento científico, estando já na sua quarta edição.

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