GESCAT apresenta “White Book”
Para o GESCAT - Grupo de Estudos de Cancro e Trombose é determinante tomar medidas para reduzir a morbilidade e mortalidade dos...

Os dados do Eurostat, mostram que na União Europeia o cancro constitui a principal causa de morte (Eurostat Statistics Explained, May 2017) e a Comissão Europeia estabeleceu como objetivo a redução da mortalidade associada às doenças oncológicas em 15% até 2020. O cancro é uma doença com muitos aspetos a considerar. Esses aspetos relacionam-se com o tratamento, com a própria doença e com implicações nas atividades da vida diária. Um dos aspetos mais importantes é a possibilidade de desenvolver um coágulo de sangue. Esta condição é conhecida como trombose associada ao cancro (CAT).

Apesar da CAT constituir uma das principais causas de morte por cancro, após o próprio cancro, e constituir um gasto económico significativo (os custos do tratamento dos doentes com trombose e cancro é significativamente superior aos dos restantes doentes oncológicos e a sua qualidade de vida inferior), a sua prevenção e tratamento adequado são muitas vezes negligenciadas devido à falta de consciencialização sobre a sua gravidade.

Para Sérgio Barroso, médico oncologista e Presidente do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT), “sabe-se hoje que as questões relacionadas com trombose e cancro são um problema importante em saúde pública, que se prevê tornar ainda mais relevante no futuro, pelo que se impõe uma reflexão sobre a forma de o abordar, em termos clínicos e económicos. A mensagem “investir para salvar e mais tarde poupar” assume particular importância particularmente no contexto atual de pressão sobre os serviços de saúde para redução de custos”.

Neste sentido, O GESCAT entendeu que era urgente chamar a atenção das entidades responsáveis, profissionais de saúde e sociedade em geral para se conseguir melhorar a prevenção e o diagnóstico precoce e assegurar um tratamento eficaz e seguro da CAT em todos os doentes oncológicos, de forma reduzir a morbilidade e a mortalidade.

Vai ser lançado no dia 21 de novembro, pelas 18h00, em Lisboa na Embaixada da Dinamarca, o White Book sobre a “Trombose Associada ao Cancro” que no seu conteúdo reúne um plano de ação que visa aumentar a consciência sobre a situação e reduzir a morbilidade e mortalidade dos doentes oncológicos com esta patologia, através da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. Este White Book já foi apresentado na Embaixada Dinamarquesa em Bruxelas, no dia 12 de outubro de 2016 e no Parlamento Europeu no dia 13 de outubro de 2016.

O objetivo desta iniciativa será o GESCAT fazer a apresentação do White Book português e uma discussão do plano de ação proposto, envolvendo as principais sociedades científicas ligadas a este tema, e os representantes da área política, económica e social do setor.

“É urgente aumentar a prescrição de tromboprofilaxia nos doentes com cancro. A doença oncológica constitui um fator de risco independente e relevante para o tromboembolismo venoso (TEV), fundamentalmente porque altera o normal equilíbrio do sistema de coagulação do organismo, desviando-o no sentido “pró-coagulante”. Sabe-se hoje que o TEV associado ao cancro é cada vez mais prevalente, estimando-se que cerca de 1/5 de todos os doentes oncológicos terão o diagnóstico de TEV durante a evolução da sua doença” explica o Presidente do GESCAT.

Assim, e especificamente para esta população de doentes, as guidelines internacionais e nacionais são inequívocas e unânimes ao classificar as HBPM como tratamento de primeira linha, devendo ser administradas em monoterapia entre três a seis meses. Sobre esta questão Sérgio Barroso, esclarece “devido ao elevado risco de recorrência, o tratamento do tromboembolismo venoso no doente com cancro deve ser prolongado ao longo de vários meses e este facto aumenta os custos, afeta de forma adversa a qualidade de vida e aumenta a probabilidade de adiamento e redução da eficácia do tratamento médico dirigido à doença oncológica (como a quimioterapia). A prevenção da trombose associada ao cancro reduz custos com a doença, melhora os resultados e diminui as mortes associadas a esta doença. Os profissionais de saúde responsáveis pelo tratamento do cancro devem proceder à avaliação frequente do risco de TEV especifico para cada doente, tipo de tumor e tratamento utilizado”.

“A trombose associada ao cancro, apesar de constituir uma das principais causas de morbidade e mortalidade dos doentes oncológicos, não recebe a atenção suficiente por parte das entidades responsáveis, profissionais de saúde e sociedade em geral. É necessário aumentar a sensibilização de todos os grupos de interesse relativamente ao impacto do TEV associado ao cancro e à necessidade de disponibilizar um diagnóstico precoce, prevenção adequada e tratamento eficaz aos doentes oncológicos com TEV. Os profissionais de saúde devem estar conscientes para o facto do TEV constituir uma possível complicação do cancro e do seu tratamento. Os responsáveis políticos devem ser esclarecidos sobre o custo económico e de saúde pública do TEV associado ao cancro e de como a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz da trombose associada a cancro pode salvar vidas e poupar recursos” conclui Sérgio Barroso.

Desenvolvido no Porto
Um videojogo desenvolvido no Porto para promover a atividade física em crianças com cancro conquistou o primeiro lugar e um...

"O Hope pretende responder de forma eficaz a dois problemas existentes em crianças internadas com uma doença oncológica: a ansiedade e o elevado sedentarismo associados à hospitalização", disse Hernâni Zão Oliveira, estudante de doutoramento da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e investigador responsável pelo projeto.

Nesse sentido, foi criado um videojogo para ‘tablets' e ‘smartphones', que permite ensinar tópicos sobre o cancro através de ferramentas normalmente associadas ao entretenimento, com o intuito de promover o conhecimento sobre a doença e a atividade física para crianças entre os seis e os dez anos, explicou.

Segundo o investigador, os desafios propostos durante o jogo são ultrapassados através de uma tecnologia que possibilita o ‘exergaming' (prática de exercício físico durante um jogo virtual), utilizando a câmara frontal dos dispositivos móveis.

"Toda a narrativa e o design deste jogo foram pensados para cruzar a perspetiva realista da doença oncológica, com base em fotorreportagens dos espaços hospitalares, com o mundo fantástico, onde os principais medos da criança se transformam em superpoderes da sua personagem", indicou Hernâni Zão Oliveira.

Tendo em conta as constantes dúvidas e preocupações dos pais e cuidadores, a equipa desenvolveu igualmente uma aplicação móvel para acompanhá-los durante o tratamento da criança.

A informação contida nessa aplicação, contou o aluno, foi trabalhada com técnicas de infografia para tornar mais clara a complexidade científica associada aos procedimentos oncológicos.

A narrativa utilizada no videojogo foi também aplicada nesta aplicação, para que os pais possam utilizar as mesmas metáforas explicativas para dialogarem com a criança sobre a doença.

Hernâni Zão Oliveira conta ter as aplicações disponíveis para utilização no último semestre de 2018.

O videojogo integra o projeto Hope, distinguido no Astellas Oncology C3 Prize, um concurso internacional promovido pela multinacional Astellas Pharma, em parceria com o investidor Robert Herjavec.

A final deste concurso, no qual participaram mais de 160 projetos oriundos de 21 países, decorreu na quarta-feira durante a conferência anual da União Internacional para o Controlo do Cancro - World Cancer Leaders' Summit -, no México.

O projeto português nasceu de uma parceria entre a Universidade do Porto (UP), o Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, do Porto, e a ‘startup' de comunicação em saúde Bright.

Para o investigador, a conquista deste prémio é um "importante reconhecimento" para divulgar nacional e internacionalmente o potencial português no desenvolvimento de projetos multidisciplinares na área da inovação em literacia em saúde, "um campo de estudo ainda recente, mas altamente pertinente".

O projeto Hope, finalista dos concursos "The Next Big Idea" e do "Prémio Nacional Indústrias Criativas", deu origem ao desenvolvimento do primeiro laboratório português focado na Literacia em Saúde, o LACLIS - Laboratório de Criação em Saúde, sediado no Media Innovation Labs, o centro de competências da UP para os media.

No domingo
Os novos médicos portugueses vão estrear no domingo o novo texto do Juramento de Hipócrates, o compromisso médico que é...

“Respeitarei a autonomia e a dignidade do meu doente” e “Guardarei o máximo de respeito pela vida humana” são algumas das novidades introduzidas pela Associação Médica Mundial no Juramento de Hipócrates.

Na anterior versão, o Juramento contemplava a seguinte frase: "Guardarei respeito absoluto pela vida humana desde o início", tendo sido substituído o "respeito absoluto" por "máximo respeito".

O respeito pela "autonomia e dignidade" do doente são novidades em relação ao texto anterior.

A orientação sexual passa a figurar entre as considerações que não se podem interpor entre o dever do médico e o seu doente, a par da idade, deficiência, crença religiosa, origem étnica, nacionalidade, filiação política ou estatuto social.

Na anterior versão do Juramento constava apenas a religião, raça, nacionalidade, política e condição social.

Outra questão introduzida no novo texto diz respeito ao cuidado que os médicos têm de ter com a sua própria saúde: “Cuidarei da minha saúde, bem-estar e capacidade para prestar cuidados de maior qualidade”.

O Juramento de Hipócrates não é obrigatório, mas possui forte carga simbólica por marcar o início da atividade dos médicos, sendo no fundo um passo em que os novos clínicos juram praticar a medicina honestamente.

Relatório
O consumo de produtos do tabaco rendeu ao Estado 1.515,1 milhões de euros em 2016, mais 24,9% do que no ano anterior, refere o...

De acordo com o documento, os cigarros são o produto de tabaco mais consumido, com um aumento de 13,8% face ao ano anterior.

“Em contrapartida, as entradas no consumo de cigarrilhas, charutos e tabaco de corte fino registaram um decréscimo”, lê-se no relatório.

Os autores assinalam o aumento registado no consumo do tabaco para cachimbo de água: mais 136,8%.

No primeiro semestre de 2017 registou-se uma diminuição do consumo de todos os produtos do tabaco, com exceção do tabaco para cachimbo de água e dos charutos, face ao mesmo período de 2016.

Neste período, registou-se ainda uma redução de 3% nas vendas de cigarros, face ao ano anterior.

Segundo o relatório, uma pessoa morreu a cada 50 minutos em Portugal, no ano passado, por doenças atribuíveis ao tabaco.

Dos 11.843 óbitos causados pelo tabaco ocorridos em 2016 (10,6% do total de mortes no país), 9.263 eram homens (16,4% do total dos que morreram) e 2.581 eram mulheres (4,7%).

Bastonário
O bastonário dos Médicos quer que as faculdades de medicina passem a desenvolver nos currículos competências específicas na...

“Desafiámos as escolas médicas no sentido de que o que são as competências específicas na área da comunicação sejam cada vez mais desenvolvidas nos estudantes de medicina”, afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos durante um encontro com jornalistas a propósito do XX Congresso Nacional de Medicina que decorre em Coimbra no fim de semana.

Miguel Guimarães admite que a comunicação entre médicos e doentes nem sempre “tem sido a melhor”, indicando que “a principal queixa dos doentes” na relação com os médicos é precisamente a transmissão da informação e a sua explicitação.

“O currículo das escolas médicas depende das próprias escolas. O que já fiz de forma informal e tenciono fazer formalmente é colocar a comunicação médico-doente num primeiro plano e dar-lhe mais importância”, afirmou o bastonário, acrescentando que também as questões éticas e deontológicas necessitam de ser mais exploradas no ensino.

A “Comunicação Médico-Doente" e "A Relação Médico-Doente na essência da Medicina" são alguns dos temas principais do XX Congresso Nacional de Medicina e do XI Congresso Nacional do Médico Interno que vão decorrer em Coimbra.

Há faculdades que integram já nos cursos de medicina módulos ou cadeiras dirigidas à área da comunicação, mas que não são obrigatórias no currículo.

Na ONU
A Ordem dos Médicos quer ir às Nações Unidas alertar para a importância da relação médico-doente, que pretende ver elevada a...

A ideia de candidatar a relação médico-doente a património imaterial da humanidade partiu inicialmente da ordem dos médicos de Espanha e conta com o “forte apoio” dos médicos portugueses, como disse aos jornalistas o bastonário Miguel Guimarães.

O processo de candidatura já chegou ao governo espanhol que terá já enviado a proposta para a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

“A Ordem dos Médicos portuguesa está a apoiar fortemente esta proposta e vamos tentar ir um pouco mais longe, tendo programada uma reunião nas Nações Unidos, com o secretário-geral para lhe falarmos da questão da relação médico-doente”, afirmou Miguel Guimarães, indicando que o encontro já foi solicitado, mas ainda não está marcado.

Para o bastonário dos médicos portugueses, a questão fundamental é “a humanização dos cuidados de saúde”, salvaguardando a segurança clínica dos doentes e dos próprios médicos.

“No dia em que [a relação médicos-doente] for reconhecida, estamos a dar uma importância a essa relação que não tem tido para os governos dos vários países”, considera Miguel Guimarães.

O bastonário admite que é ainda uma forma de salvaguardar os direitos dos doentes e também de “lutar contra o excesso de burocracia” que existe no sistema de saúde e contra “a imposição de tempos na relação médico-doente que são completamente absurdos”.

A “Relação Médico-Doente: Património do ser Humano" é aliás o tema do XX Congresso Nacional de Medicina e do XI Congresso Nacional do Médico Interno que decorrem no fim de semana, em Coimbra.

Melhorar a relação entre médicos e doentes é também uma das principais bandeiras do bastonário dos Médicos, que já determinou que vão ser definidos tempos padrões de consultas, para que o intervalo de marcação entre as várias consultas seja mais adequado.

Cada colégio da especialidade vai definir os tempos que considera adequados e a Ordem espera ter esse trabalho pronto em janeiro do próximo ano, dentro de menos de três meses.

O bastonário Miguel Guimarães admite que os tempos padrão de consultas partem de uma base mínima de 15 minutos e que poderão vir a ser agrupados por três ou quatro tempos que integrem várias especialidades.

Miguel Guimarães admite que especialidades como a psiquiatria, medicina interna e neurologia sejam as que vêm a ter tempos padrão mais alargados.

Atualmente, os hospitais marcam consultas de 15 em 15 ou de 10 em 10 minutos, mas o bastonário reconhece que há serviços e unidades que permitem marcar mais do que um doente para a mesma hora.

“O sistema informático não devia sequer permitir que se marcasse mais do que um doente para a mesma hora”, considera o representante da classe médica.

OE2018
O Bloco de Esquerda chegou a acordo com o Governo para que não haja em 2018 cativações em quatro entidades do setor da saúde,...

Em causa está o Instituto Nacional da Emergência Médica (INEM), o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), de acordo com uma proposta de alteração que o Bloco de Esquerda (BE) já submeteu aos serviços do parlamento, tendo a Lusa confirmado que o BE chegou a acordo com o Governo para viabilizar esta medida.

Na argumentação que acompanha a proposta, BE recorda que, "segundo o Plano de Atividades para 2017 da DGS, o orçamento desta direção-geral foi cativado em cerca de 21%", o que equivale a "mais de seis milhões de euros", considerando que isto "tem impacto na prossecução, aplicação e funcionamento dos programas prioritários".

Na DGS, o BE indica que as cativações "foram aplicadas no agrupamento de aquisição de bens e serviços, mas também no agrupamento de pessoal e nas transferências para organismos fora do perímetro da administração pública".

Relativamente ao INEM, em 2017, as cativações "foram na ordem dos 20 milhões de euros" e abrangeram as despesas com pessoal e aquisição de bens e serviços correntes, destacando o partido liderado por Catarina Martins que se trata de "um instituto onde faltam centenas de profissionais, em particular técnicos de emergência pré-hospitalar (mas não só)".

Na discussão parlamentar da proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), o Bloco tinha considerado que "não é aceitável" recorrer a cativações para conseguir défices mais baixos do que os previstos e anunciou que ia "apresentar propostas não só sobre a questão da transparência, mas também sobre a incidência das cativações".

O recurso a cativações, relativas a despesas previstas no orçamento que só podem ser feitas se autorizadas pelo ministro das Finanças, aqueceu o debate parlamentar e, do lado do Governo, tinha já ficado a promessa de uma "redução muito significativa" em 2018.

A resposta do executivo coube ao ministro das Finanças, que adiantou que no próximo ano haverá "uma redução muito significativa" das cativações, com valores previstos de 1.156 milhões de euros, abaixo dos 1.423 milhões deste ano.

Mário Centeno afirmou que, "em 2018, o que resulta da aplicação desta norma é uma redução muito significativa nos cativos no ano que vem", uma vez que "os cativos que neste momento se antecipam para 2018 são de 1.156 milhões de euros, o que compara com 1.423 milhões de euros de 2017".

Além disso, tanto o ministro das Finanças como o primeiro-ministro têm reiterado que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "está isento de cativos" e que "algumas outras áreas da saúde" também não virão a ser objeto de cativações.

Já em 2016 as cativações tinham gerado polémica: é que, nesse ano, as cativações iniciais previstas eram de cerca de 1.730 milhões de euros, tendo ficado por desbloquear quase 943 milhões de euros, uma situação que motivou críticas de todos os quadrantes políticos.

As cativações de despesa são um instrumento de gestão orçamental comum a todos os orçamentos, que permitem adequar o ritmo da execução da despesa às reais necessidades e assegurar a manutenção de uma folga orçamental que permita suprir riscos e necessidades emergentes no decurso da execução.

Na análise à proposta orçamental para 2018, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que as cativações em 2018 ascendam a 1.776 milhões de euros e indica que deverão permanecer por desbloquear despesas de cerca de 590 milhões de euros, o que, na prática, significa que o Governo já estará a contar com estes quase 600 milhões para a redução do défice.

Como prevenir
A diarreia associada a antibióticos pode ocorrer em mais de metade dos doentes tratados com antibióticos e surgir até dois...

Num indivíduo saudável, o intestino está colonizado por diversas bactérias benéficas de diferentes espécies que contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal – a sua relevância para a saúde tem sido sobejamente discutida e considera-se que tem um papel fundamental no bom funcionamento do organismo.

Os antibióticos são prescritos para combater infeções bacterianas, eliminando os microrganismos responsáveis pela infeção. No entanto, e conforme explica o médico gastrenterologista Jorge Fonseca, «o antibiótico pode, por vezes, ser agressivo para a flora intestinal e alterar o equilíbrio dos intestinos. Uma microbiota intestinal desequilibrada pode provocar uma diarreia, como consequência da toma de um antibiótico destinado a combater uma infeção noutro ponto do organismo.» A incidência deste tipo de diarreia depende de inúmeros fatores, nomeadamente o antibiótico administrado, a duração do tratamento, o contacto com agentes infeciosos e a suscetibilidade do doente em questão.

Prevenir a diarreia associada a antibióticos!

A estratégia de tratamento da DAA passa geralmente por descontinuar o tratamento com antibiótico, com todas as consequências associadas: não tratamento da infeção existente e aumento da possibilidade de desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos. Por este motivo, a prevenção deste efeito adverso dos antibióticos é a atitude mais correta!

O uso de probióticos tem sido recomendado na prevenção da DAA. Esta recomendação baseia-se no facto de a DAA ser causada pela alteração da microbiota intestinal normal - redução de microrganismos benéficos presentes no intestino, aumento do crescimento de patogénicos e desequilíbrios metabólicos - provocada pelo uso de antibióticos.

Os probióticos são constituídos por microrganismos vivos que, quando administrados na quantidade adequada, proporcionam benefícios à saúde do indivíduo. Os probióticos modificam favoravelmente a composição da microflora intestinal e criam condições desfavoráveis à multiplicação dos agentes patogénicos.

Saccharomyces boulardii

A temperatura ideal do Saccharomyces boulardii situa-se entre os 22-30℃, no entanto, esta levedura sobrevive aos 37℃, constituindo uma vantagem ser um dos microrganismos vivos utilizados que melhor resiste à temperatura do corpo humano. Resiste também às secreções gástricas, hepáticas, pancreáticas e intestinais, para além de ter uma resistência genética aos antibióticos. A conjugação destas características assegura a sua ação benéfica no intestino.

A associação de Saccharomyces boulardii à terapêutica com antibióticos, em crianças e adultos, reduz o risco de ocorrência de diarreia associada à toma de antibióticos.

DGS
A fonte do surto da bactéria 'legionella' no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, foi pelo menos uma das torres...

Em declarações, Graça Freitas explicou que o Instituto Nacional de Saúde (INSA) conseguiu apurar que as bactérias nas secreções dos doentes são da mesma estirpe que as encontradas na água de pelo menos uma das torres de arrefecimento.

“Há uma concordância entre estirpes das 'legionellas' presentes na água que estão numa das torres e as estirpes das secreções dos doentes”, indicou, acrescentando contudo que o INSA continua ainda a fazer mais análises.

“Podemos com um elevadíssimo grau de probabilidade dizer que foi a água de pelo menos uma das torres que terá provocado o surto, uma vez que a bactéria que estava na água é geneticamente indistinguível à que estava presente nas secreções dos doentes”, indicou.

Na quarta-feira, a diretora-geral da Saúde tinha afirmado em conferência de imprensa que a fonte da infeção que provocou o surto de doença dos legionários no São Francisco Xavier estava no perímetro do hospital, mas sem especificar se se encontrava numa torre de arrefecimento.

Segundo Graça Freitas, pelas 18:00 de hoje ainda não tinha havido novos casos diagnosticados, embora a responsável não descarte o surgimento de mais casos isolados decorrentes do surto.

“Por vezes existe algum atraso entre o início de sintomas e a data de diagnóstico. O caso que foi diagnosticado no dia 15, já tinha sintomas no dia 13”, exemplificou.

Até ao momento há 54 casos confirmados de doença dos legionários, sendo que cinco dos doentes já morreram.

Há quatro pessoas cuja história clínica não é completamente clara não se tendo ainda a certeza se são casos de infeção por legionella quer pertencem ou não a este surto.

Graça Freitas explicou que são doentes que estiveram as imediações do hospital e como tal ainda não se podem descartar por completo deste surto, apesar de as autoridades indicarem que nos dias iniciais não havia condições favoráveis à propagação atmosférica da bactéria.

“É muito pouco provável que à volta do hospital tenham ocorrido casos. Mas deixamos estes doentes como possíveis até termos dados laboratoriais”, indicou.

Questionada se as autoridades ponderaram nalgum momento o encerramento do São Francisco Xavier, Graça Freitas disse que tal não foi equacionado porque se enviaram de imediato equipas e se “encerraram as torres”, tendo sido feitos os tratamentos considerados adequados.

“Interrompendo a transmissão possível, encerrando a fonte, o risco deixa de estar presente e não havia motivo, depois da intervenção, para encerrar o hospital”, afirmou.

A ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

O tabagismo constitui o mais grave problema de saúde pública mundial, estimando-se que seja responsá

O tabagismo constitui uma verdadeira epidemia e o mais grave problema de saúde pública mundial, responsável por mais mortes do que qualquer outra doença.

A OMS estima que existem cerca de 1.300 milhões de fumadores no Mundo, que representam um terço da população mundial com mais de 15 anos. Mais de 900 milhões vivem nos países em desenvolvimento.

A prevalência de fumadores a nível mundial é de 29% e em Portugal a prevalência ronda os 20%.

Cerca de 7 milhões de pessoas perdem a vida anualmente devido a doenças relacionadas com o tabaco e, se os atuais padrões de consumo se mantiverem, a OMS calcula que esse número se aproximará dos 10 milhões no ano 2030. Durante o seculo XXI o tabaco pode causar mil milhões de mortes no mundo.

Na Europa, morrem 1,2 milhões de pessoas todos os anos – 650,000 mortes, só nos países da União Europeia. Em Portugal há cerca de 12,000 mortes/ano por causa do tabaco.

Atualmente o tabaco é responsável pela morte de um em cada dez adultos.

Os efeitos do fumo do tabaco na saúde das pessoas estão bem estudados e praticamente todos os órgãos do corpo são afetados.

É o principal fator de risco das doenças cardiovasculares, da doença pulmonar obstrutiva crónica, das doenças cerebrovasculares, do cancro do pulmão e de outros órgãos.

Também os efeitos prejudiciais do tabagismo passivo nos não fumadores estão cientificamente comprovados e são particularmente graves nas crianças.

A cessação tabágica é uma das estratégias mais importantes, pois reduz substancialmente a morbilidade e a mortalidade relacionadas com as doenças associadas ao tabagismo.

Aproximadamente 80% dos atuais fumadores gostaria de deixar de fumar, contudo, só um terço deles tenta parar de fumar cada ano e sem ajuda especializada menos de 5% tem sucesso.

Dos milhares de substâncias que entram na composição do fumo do cigarro (mais de 7,000), a nicotina é a responsável pela dependência física e psicológica, que faz com que parar de fumar seja um processo difícil, com várias tentativas e recaídas, até completa abstinência.

A síndroma de privação da nicotina é um dos fatores que explica o fracasso de muitos fumadores que tentam parar de fumar. Entre os principais sintomas de privação está a necessidade compulsiva de fumar, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, impaciência, agitação, cansaço, insónias, aumento do apetite e do peso.

A motivação para parar de fumar é também um fator importante e que varia consideravelmente de fumador para fumador. A motivação e a dependência estão interrelacionadas e a chave da intervenção eficaz deve contemplar estes dois aspetos.

Todos os fumadores que querem parar de fumar, deveriam ter acesso a aconselhamento prático e tratamento para a dependência da nicotina.

Nas consultas especializadas os fumadores dispõem de equipas treinadas com múltiplos intervenientes, com apoio comportamental, terapêutica farmacológica e plano personalizado de seguimento.

A nível económico, os custos que a epidemia do tabagismo acarreta são devastadores e vão muito além das consequências para a saúde. O tabaco tem também custos no orçamento familiar e social e constitui uma ameaça ao desenvolvimento sustentável e equitativo.

Os custos para os particulares e para os governos ultrapassam os 1.250 mil milhões de euros em despesas de saúde e perda de produtividade, o que representa 1,8% do PIB mundial.

Perante esta grave situação, a OMS recomenda várias estratégias gerais que devem ser levadas a cabo para controlar esta epidemia: prevenir o consumo do tabaco, sobretudo nos jovens; banir a publicidade ao tabaco; aumentar as taxas, impostos e preço final do tabaco; adoptar mecanismos de controlo de produção, de distribuição, de etiquetagem e informação nos maços sobre níveis de nicotina e condensado; inserir mensagens sobre a saúde nos maços de cigarros; dar diretivas sobre o consumo de tabaco nos locais públicos; promover o abandono dos hábitos tabágicos e ajudar os fumadores a parar de fumar.

Na luta contra o tabagismo são necessários os esforços de todos: profissionais de saúde, individualmente e através das suas organizações profissionais, autoridades governamentais e organismos e estruturas não-governamentais, de modo a tentar minorar este grave problema.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório
Uma pessoa morreu a cada 50 minutos em Portugal, no ano passado, por doenças atribuíveis ao tabaco, segundo o relatório do...

O documento divulga dados de 2016, com base em estimativas elaboradas pelo Institute of Health Metrics and Evaluation, segundo os quais, nesse ano, morreram em Portugal mais de 11.800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco.

Dos 11.843 óbitos causados pelo tabaco ocorridos em 2016 (10,6% do total de mortes no país), 9.263 eram homens (16,4% do total dos que morreram) e 2.581 eram mulheres (4,7%).

Os autores do documento adiantam que “o tabaco foi responsável por cerca de uma em cada quatro mortes no grupo etário dos 50 aos 59”.

Nos homens, a maior percentagem de óbitos atribuíveis ao tabaco registou-se no grupo etário dos 50 aos 59 anos (cerca de 30% dos óbitos), enquanto nas mulheres o grupo etário com maior mortalidade foi o dos 45 aos 49 anos (14,5% do total de óbitos).

No mesmo ano, o tabaco foi responsável por 46,4% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica, 19,5% das mortes por cancro, 12% das mortes por infeções respiratórias do trato inferior, por 5,7% das mortes por doenças cerebrocardiovasculares e 2,4% das mortes por diabetes, lê-se no documento.

O relatório aponta para uma ligeira redução na prevalência de consumidores diários ou quase diários de tabaco entre 2012 e 2016/17 (de 95,2% para 94,0%).

Um estudo do Eurobarómetro, citado no documento, refere que, em 2017, cerca de um terço das pessoas fumadoras disseram ter tentado parar de fumar em algum momento (35,7%), 6,3% nos últimos 12 meses e 30,1% há mais de um ano.

Em relação ao tabagismo nos jovens, os dados do IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas (2016/2017), referido no relatório, apontam para a idade média de início de consumo reportada pela população entre os 15 e os 24 anos passou dos 15 para os 16 anos.

Neste grupo etário, entre 2012 e 2016/2017, registou-se um aumento no consumo nos últimos 30 dias.

Sobre os apoios no âmbito da cessação tabágica, os autores destacam o aumento registado em 2016 na dispensa de embalagens de medicamentos nas farmácias: mais 56.330 embalagens dispensadas.

A comparticipação destes medicamentos para ajudar a deixar o tabaco, que entrou em vigor em 2016, impulsionou a sua utilização.

O consumo de um desses fármacos (vareniclina) aumentou cerca de 68,2% no primeiro trimestre de 2017 (mais 6.196 embalagens).

No ano passado também se assistiu a “um aumento da acessibilidade às consultas de cessação tabágica”, tendo-se registado cerca de 31.800 consultas de apoio intensivo à cessação tabágica a nível dos ACES e unidades hospitalares do SNS (um aumento de 3,5% face a 2015).

Este ano
O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses reduziu este ano em 27,4% o número de perícias médico-legais...

Dados do Ministério da Justiça no dia em que começa o 16º congresso nacional de medicina legal e ciências forenses, que decorre em Coimbra durante três dias.

O Ministério destaca que foi criada uma Unidade de Acompanhamento da Produção Pericial, para controlar o volume pericial e a recuperação de pendências nos serviços médico-legais, registando-se agora 4.458 casos pendentes, contra os 6.694, no final do ano passado (menos 1.836).

Em termos de legislação produzida e prevista, o Ministério destaca que já foi apresentada a proposta para a criação de legislação sobre Investigações Biológicas Particulares de Parentesco, a revisão da carreira especial médica está em discussão e a revisão da lei orgânica e dos estatutos do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) encontra-se em preparação.

Durante o congresso será formalizada a criação de uma Rede de Serviços Médico-Legais de Língua Portuguesa.

Porto
O Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar de São João, Porto, onde funciona o único centro português de formação...

Em declarações hoje, a propósito do Dia Mundial da prematuridade, que se assinala na sexta-feira, a diretora do Serviço de Neonatologia do São João, Hercília Guimarães, salientou que se trata do “primeiro centro português integrado na rede internacional NIDCAP (Neonatal Individualized Care and Assessment Program), mas é também o primeiro dos países de língua portuguesa”.

“Por essa razão, a federação internacional NIDCAP está a aproveitar o nosso trabalho para fazer formação no Brasil e noutros países de língua portuguesa para que adotem esta metodologia de trabalho, que já é, de certo modo, um dever ético, tendo em conta a melhoria do desenvolvimento neurocomportamental, neuromotor, cognitivo e no sucesso escolar”, sustentou.

No Hospital de São João, o centro já certificou seis profissionais e mantém em processo de certificação mais onze, disse hoje a diretora.

“A formação funciona no próprio centro, aqui no São João, mas podemos ir fazer formação a outros serviços. O centro já treinou especialistas em cuidados neonatais de Évora" e está disponível para receber ou deslocar-se a outros hospitais, afirmou Hercília Guimarães.

O Hospital de São João dispõe já de “uma série de profissionais com certificação nestes chamados cuidados centrados no desenvolvimento, que não é mais do que cuidar em função da resposta do bebé”.

Ou seja, “tratar o bebé de acordo com o que ele necessita, de acordo com o que ele nos pede e de acordo com aquilo que ele precisa. No fundo, é aprender a linguagem gestual e comportamental do bebé, adequar os nossos cuidados às suas necessidades”, disse a especialista.

“É nosso dever ético fazer com que esta metodologia de cuidar, esta nova filosofia de cuidados, seja um direito de cada bebé internado em cuidados intensivos ou neonatais em Portugal e no mundo”, frisou.

O centro de formação destina-se a todos os profissionais de saúde que trabalham nas unidades de Neonatologia (médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de fisioterapia e terapia ocupacional, entre outros) com o intuito de implementar os cuidados individualizados centrados no desenvolvimento do recém-nascido prematuro em Portugal, bem como dar suporte às famílias destas crianças.

Segundo Hercília Guimarães, “a nível mundial tem havido um aumento discreto, mas sempre constante da prematuridade. Há países, na África/Ásia, que registam 15% de prematuros, mas na Europa e em Portugal está abaixo dos 10%”.

São considerados prematuros todos os bebés que nascem com menos de 37 semanas completas, sendo considerados “grandes prematuros” os que nascem com 27 semanas.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
O professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, João Luís Alves Apóstolo, é o primeiro docente do ensino superior em...

O título foi-lhe conferido, esta semana, pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, após dois dias (13 e 14 de novembro) de apresentação de provas públicas, que consistiram na apreciação e discussão do currículo científico do professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), de um relatório pedagógico e de uma lição – intitulada “Síntese da evidência no contexto da translação da ciência” – por ele apresentados.

O título académico de agregado, atribuído pelas universidades, atesta a qualidade do currículo académico, profissional, científico e pedagógico do candidato, bem como a capacidade de investigação e aptidão para dirigir e realizar trabalho científico independente (decreto-Lei n.º 239/2007, de 19 de junho).

Docente na ESEnfC desde 2001, João Alves Apóstolo é professor coordenador, diretor-adjunto do Portugal Centre for Evidence Based Practice (centro afiliado do Joanna Briggs Institute, da Austrália) e membro da direção do capítulo Phi Xi da Sigma Theta Tau International (sociedade honorífica de Enfermagem com sede em Indianápolis, EUA).

Elemento da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), da ESEnfC, cujo prémio de “Investigador de maior impacto” (2014) possui, João Alves Apóstolo, que já recebeu 12 distinções e coordena três projetos de investigação, na área das pessoas com demência e respetivos cuidadores, no domínio da estimulação cognitiva de idosos e no campo da capacitação para o autocuidado, envelhecimento, saúde e cidadania.

Membro do grupo de Declínio Cognitivo da EIPAHA - European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing), o professor da ESEnfC integra, também, o grupo coordenador do consórcio Ageing@Coimbra, no âmbito do qual participou na bem-sucedida candidatura (submetida à União Europeia) da região de Coimbra como Região Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável.

Membro da comissão científica da Revista de Enfermagem Referência, João Apóstolo publicou perto de uma centena de artigos em revistas e 60 artigos em trabalhos de conferência, tem sete capítulos de livros, tendo publicado quatro.

João Luís Alves Apostolo é pós-doutorado (2013) e doutorado em Ciências de Enfermagem (2008), dispõe de um mestrado em Adições e Patologias Psicossociais (2000), de uma especialização em Saúde Mental e Enfermagem Psiquiátrica (1997) e de uma pós-graduação em Administração de Serviços de Saúde (2000).

Entre 1989 e 2000 trabalhou como enfermeiro nos Hospitais da Universidade de Coimbra, no Centro Hospitalar de Coimbra e no Hospital Psiquiátrico Sobral Cid.

Além de João Apóstolo, também o professor da ESEnfC, Manuel Alves Rodrigues é agregado, embora no ramo de Educação (pela Universidade de Aveiro).

Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral abriu concurso para atribuição de uma Bolsa de Investigação em Doença...

“Esta bolsa, que promovemos todos os anos, destina-se a financiar parcial ou totalmente o melhor projeto de investigação científica na área da doença vascular cerebral”, avança o Prof. Doutor José Castro Lopes, presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC). As candidaturas podem ser enviadas via email ([email protected]), em formulário dispensado no site da Sociedade, até ao dia 7 de janeiro de 2018. Apenas serão admitidos projetos de trabalhos científicos a serem realizados, pelo menos parcialmente, em instituições portuguesas.

O presidente da SPAVC frisa ainda que “o júri terá em conta o interesse da candidatura, bem como o mérito científico dos candidatos e instituições participantes, de acordo com uma grelha de avaliação com critérios bem definidos pela SPAVC”.

Num último apelo à participação dos especialistas interessados, o Prof. Doutor José Castro Lopes lembra que “a investigação nesta área é extremamente necessária, uma vez que o AVC é a primeira causa de morte e invalidez de Portugal”, destacando ainda o papel da valorização científica na internacionalização dos trabalhos nacionais.

O médico explica ainda que a bolsa decorre do artigo 3.º dos Estatutos da SPAVC, o qual refere que “a SPAVC tem um objetivo de cariz social, concretamente traduzido na prevenção e redução da mortalidade, morbilidade e incapacidade devidas ao Acidente Vascular Cerebral, e na promoção do estudo, investigação  e  educação  sobre  esta  doença,  mediante  a  criação  de  planos  de  ação  e  de  apoio,  identificando  os  níveis de intervenção mais efetivos, assim  contribuindo  para  a  melhoria  da  saúde  em Portugal”.

Para mais informações consulte: http://www.spavc.org/pt/informacoes/bolsas-e-premios-2

Ação de sensibilização "Dar vida aos anos e anos à vida"
No próximo Sábado, dia 18 de Novembro, a Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia realiza várias atividades de rastreio,...

A ação “APEF Social” envolve 14 estudantes de Ciências Farmacêuticas, responsáveis pela realização de vários rastreios cardiovasculares, e 3 estudantes de Ciências da Nutrição, que irão realizar aconselhamento nutricional junto de todos os participantes que passarem pelos stands da “APEF Social”, sendo esta uma colaboração proveniente do Fórum Nacional de Estudantes de Saúde – FNES.

Além destas atividades, esta ação irá também incluir campanhas de sensibilização física promovendo o uso racional dos antibióticos e para o flagelo das resistências antimicrobianas, aproveitando o facto de dia 18 de Novembro celebrar-se o Dia Europeu do Antibiótico.

Estas atividades surgem com o intuito de aproximar os futuros farmacêuticos da população e de prestar apoio junto da comunidade mais afetada pelos incêndios deste Verão, “a Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) acredita que o farmacêutico de amanhã inicia o seu percurso já hoje, ajudando aqueles que estão mais vulneráveis e que foram fortemente abalados pela desflorestação derivada dos incêndios decorridos no Verão.”, reforça a presidente da associação, Diana Carvalho.

20 a 26 de novembro - Semana da Fibrilhação Auricular
A cada 15 segundos, morre uma pessoa com um Acidente Vascular Cerebral causado por fibrilhação auricular. A Semana da...

A fibrilhação auricular (FA) é a arritmia mais comum na prática clínica, afetando milhões de pessoas na Europa. Traduz-se numa deficiente circulação sanguínea, levando à formação de coágulos que se podem posteriormente soltar, dando origem a um AVC. Em Portugal 2,5% da população com mais 40 anos sofre desta situação, que está presente numa em cada 10 pessoas depois dos 65 anos. Esta arritmia aumenta a mortalidade e o risco de AVC, pelo que um diagnóstico atempado pode ajudar a salvar muitas vidas. São já cerca de 200 mil os portugueses que sofrem desta doença e estima-se que 1 em 4 pessoas venham a desenvolvê-la no futuro.

Divulgar amplamente os riscos associados à FA e sensibilizar para o diagnóstico precoce é uma iniciativa internacional da Semana da Fibrilhação Auricular, que decorre de 20 a 26 de novembro. A APAPE – Associação Portuguesa de Arritmologia, Pacing e Eletrofisiologia, e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia aderem a esta importante iniciativa junto da população, com o objetivo de ajudar a perceber que na suspeita da presença desta arritmia se deve consultar o médico assistente que tem orientações assentes em recomendações internacionais para o tratamento atempado e eficaz desta patologia.

A FA pode ser assintomática num número muito significativo de pessoas. Por isso, é importante que avalie o seu pulso regularmente - perceber se os batimentos são arrítmicos e qual a frequência cardíaca, uma vez que a FA torna o ritmo do coração desorganizado e acelera os batimentos cardíacos, frequentemente para mais de 100 por minuto. Um ritmo cardíaco normal pode variar entre 60 e 100 batimentos por minuto em repouso, mas aumenta sob situações de stress, durante a prática de uma atividade física ou mesmo como efeito secundário de algum tipo de medicação.

Para evitar o aparecimento da fibrilhação auricular, as medidas de prevenção passam por evitar situações de stress, praticar atividade física, comer de forma equilibrada combatendo a obesidade ou o excesso de peso e deixar de fumar.

Episódios de falta de ar (dispneia), fadiga constante, tonturas, um ritmo cardíaco irregular ou demasiado lento/rápido (abaixo de 60 bpm ou acima de 140 bpm, em repouso), sinais de insuficiência cardíaca e desconforto no peito são característicos desta doença.No entanto, estes sintomas nem sempre estão presentes!

O risco de vir a desenvolver fibrilhação auricular aumenta significativamente com a idade, sendo que, após os 55 anos, o risco duplica a cada 10 anos, sendo o sexo masculino o mais afetado em todas as faixas etárias. No ano de 2050, estima-se que o número de pessoas com fibrilhação auricular tenha duplicado devido ao envelhecimento da população.

Testar. Tratar. Prevenir.
A Semana Europeia do Teste VIH-Hepatites terá este ano lugar de 17 a 24 de novembro. O seu objetivo é sensibilizar a população...

Criada em 2013 pelo HIV in Europe, esta iniciativa faz um apelo à comunidade europeia para reunir esforços durante esta semana de forma a sensibilizar as pessoas sobre as vantagens de conhecer o estatuto serológico para a infeção pelo VIH. Posteriormente, em 2015, a Semana Europeia do Teste alargou o seu âmbito de intervenção, juntando ao rastreio de VIH, o rastreio às hepatites B e C, prevalentes em alguns dos grupos mais vulneráveis à infeção pelo VIH.

Em Portugal, a iniciativa é organizada pelo GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos e pela Rede de Rastreio Comunitária, em parceria com 18 organizações da sociedade civil.

Ao longo desta semana, será possível fazer o teste de VIH e hepatites virais em 30 locais em Portugal continental, geridos pelas 18 organizações da sociedade civil (ver mapeamento em anexo). Os testes são gratuitos, rápidos e anónimos.

Só fazendo o teste é possível conhecer o estatuto serológico para estas infeções. Atualmente, com um tratamento adequado é possível curar a infeção pela hepatite C. De igual modo, através de um tratamento precoce e eficaz para a infeção pelo VIH, é possível atingir carga viral indetetável, tornando assim o vírus intransmissível.

Quem deve fazer o teste
A semana do teste é direcionada a populações em maior vulnerabilidade para o VIH e hepatites virais B e C. Esses grupos incluem, mas não estão limitados a: homens que fazem sexo com homens (HSH), migrantes (incluindo pessoas originárias de países com maior prevalência), trabalhadores do sexo, reclusos e utilizadores de drogas injetáveis.

A situação na Europa
A realidade inaceitável é que 30% a 50% dos 2,5 milhões de pessoas que vivem com VIH na Europa não sabem que são estão infetados pelo VIH; e 50% daqueles estão infetados são diagnosticados tardiamente, atrasando o acesso ao tratamento. A Hepatite B e C afeta cerca de 28 milhões de pessoas que são amplamente subestimadas e subnotificadas. Devido à falta de sintomas estas doenças infeciosas são muitas vezes referidas como a epidemia silenciosa.

Isto significa que muitas pessoas não estão a fazer o teste antes de terem sintomas, o que pode acontecer porque existem barreiras a teste, apesar de os benefícios do diagnóstico precoce estarem bem documentados.

O diagnóstico tardio do VIH e/ou hepatite B e C aumenta a propensão para complicações de saúde e a transmissão do vírus para outras pessoas, em ausência do tratamento. Pelo contrário, a maioria das pessoas que são diagnosticadas precocemente (logo após a infeção), e a quem são prescritos tratamentos antirretrovirais em tempo útil, podem viver uma vida saudável e ficarem também completamente livres do vírus se infetados com hepatite C.

Daqui a uma semana
Francisco George toma posse como presidente nacional da Cruz Vermelha Portuguesa dentro de uma semana, numa cerimónia que...

Segundo um comunicado da Cruz Vermelha, durante a cerimónia de tomada de posse será feita uma apresentação "sobre o rumo estratégico" para a instituição.

A tomada de posse está marcada para dia 23 de novembro da parte da tarde, na sede nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa, e contará com a presença do primeiro-ministro e dos ministros da Defesa, do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, bem como do ministro da Saúde.

Francisco George terminou no mês passado a sua carreira de 44 anos na administração pública, 12 deles como diretor-geral da Saúde.

O Conselho Supremo da Cruz Vermelha Portuguesa elegeu por unanimidade, no passado dia 26 de outubro, Francisco George como novo presidente nacional, o responsável máximo, da Cruz Vermelha Portuguesa.

A Cruz Vermelha Portuguesa é uma instituição humanitária não governamental de caráter voluntário e de interesse público, sem fins lucrativos.

Entrevista
No âmbito da iniciativa “Respirar Ponto – Viver em Plenos Pulmões, que decorre até ao final no mês n

Devido ao aumento progressivo da esperança de vida e aos efeitos do tabagismo, Portugal tem vindo a debater-se com o aumento das doenças respiratórias crónicas que constituem, atualmente, a terceira causa de morte, estimando-se que estas sejam responsáveis por 12,4% dos óbitos registados no nosso país. A mortalidade respiratória afeta sobretudo as faixas etárias acima dos 65 anos.

AdS: Quais as principais doenças respiratórias que afetam os portugueses?

A Doença Pulmonar Crónica Obstrutiva (DPOC), a Asma e as Infeções Respiratórias (a Gripe, as Pneumonias, as Rinites e Sinusites, a Tuberculose), o Cancro do Pulmão e de outras localizações respiratórias, e cada vez mais também as Fibroses pulmonares.

AdS: Qual a sua incidência? E quais as faixas etárias mais afetadas? Há grupos de risco?

Estima-se que a DPOC atinja cerca de 800 000 portugueses, nos seus diversos graus de gravidade, sabendo-se que atinge as idades avançadas, roubando muito da qualidade de vida nestes estratos etários. A Asma e a Rinite tocam um em cada três portugueses. O Cancro do Pulmão é a primeira causa de morte por tumores, entre nós, quer em homens quer em mulheres. Em conjunto as doenças respiratórias são a terceira causa de morte no nosso País.

AdS: Quais as principais medidas de prevenção? Que conselhos deixaria aos chamados grupos de risco?

A principal medida é NÃO FUMAR. Não começar a fumar e deixar por completo o tabaco. Fazer vacina contra a gripe, sempre que se justifique e, depois dos 60 anos fazer vacina contra a pneumonia, ou mesmo antes desta idade, sempre que haja indicação. Comer bem e exercitar diariamente, conforme as indicações médicas para cada cidadão, são também essenciais e muitas vezes ignoradas.

AdS: Qual a importância do diagnóstico precoce?

Tratando-se na maioria de doenças crónicas e/ou mortíferas, o diagnóstico precoce das doenças respiratórias é a única possibilidade de se conseguir a cura ou, pelo menos, o controlo satisfatório das mesmas.

AdS: Na sua opinião, o que falta fazer em termos de prevenção e diagnóstico?

É fundamental que as mensagens de prevenção, tão esquecidas no que respeita às doenças respiratórias, sejam cada vez mais difundidas no nosso País, por todos os meios possíveis, da forma mais inteligível, atraente e eficaz.

AdS: Neste âmbito, qual o principal objetivo da Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias?

Precisamente sensibilizar para a promoção da saúde respiratória. Precisamos é de um eficaz amplificador desta comunicação para o público.

AdS: Que iniciativas tem vindo a desenvolver?

Temos aproveitado as efemérides respiratórias para comunicar estas mensagens essenciais, mas também promovemos rastreios que procuram encontrar casos com precocidade, para enviar a respetiva informação aos médicos de família. Complementamos também com ações no terreno dirigidas aos grupos excluídos e/ou mais vulneráveis, assim como para toda a população que adere às nossas iniciativas. Estas atividades são desenvolvidas como complemento da ação dos serviços de saúde.

AdS: Relativamente ao evento “Respirar Ponto – Viver em Plenos Pulmões”, o que pode esperar a população?

Esta iniciativa tem como objetivo misturar a Cultura e os atos da vida quotidiana com o respirar em plenos pulmões.

AdS: Que mensagem pretende deixar?

O que queremos sublinhar é que só se respira bem enquanto as condições para tal estão reunidas. Quando a respiração fica perturbada, nada mais nos interessa. Cuidar da nossa reserva respiratória é essencial para tudo na nossa vida. Não o desperdicemos por nada deste mundo!

Poderá encontrar o programa detalhado do evento RESPIRAR PONTO - Viver em plenos pulmões em: http://respirarponto.pt/agenda.html

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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