Administração Regional de Saúde
Os hospitais e centros de saúde da região Centro têm mantido uma resposta adequada às necessidades assistenciais neste período...

Citada em comunicado, a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) destaca a importância do planeamento de contingência, "que passa pela articulação existente entre cuidados hospitalares e cuidados de saúde primários no âmbito do Plano de Contingência para as Temperaturas Extremas Adversas (PCTEA) - Módulo Frio".

Rosa Reis Marques considera que a afluência às urgências no fim de semana passado foi normal, bem como o número de consultas nos centros de saúde.

"A medida acionada pela ARSC de abrir os centros de saúde de Coimbra, aos fins de semana, entre as 10:00 e as 18:00, até final de janeiro, revelou-se eficaz no primeiro fim de semana de 06 e 07, tendo sido realizadas 163 consultas em Coimbra e perto de 900 em todas as unidades do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Mondego", refere o comunicado.

Segundo Rosa Reis Marques, "há eficácia nas medidas empreendidas, uma vez que as consultas da rede de cuidados de saúdes primários realizadas no passado fim de semana foram acompanhadas, designadamente em Coimbra, pela correspondente redução da procura das urgências hospitalares".

"As pessoas podem continuar a estar tranquilas, o movimento assistencial nas urgências hospitalares está a ser continuamente monitorizado, a afluência aos centros de saúde também, até ao momento está tudo a correr bem e as unidades estão preparadas para alargar a resposta em caso de necessidade", assegura a presidente da ARSC.

A responsável salienta a "resposta dada por todos os profissionais de saúde, que se prontificaram a reforçar a resposta da rede de serviços de saúde do Serviço Nacional de Saúde, a bem dos utentes, evitando deslocações desnecessárias e incómodas às urgências hospitalares e possibilitando uma resposta clínica mais criteriosa por parte da rede hospitalar".

A ARSC recomenda à população que, em caso de doença aguda, como a gripe, os cidadãos devem em primeira instância recorrer ao centro de saúde da sua área de residência ou aceder à linha Saúde 24, através do número 808242424, que faz a triagem, aconselhamento e encaminhamento para o serviço de saúde mais adequado às necessidades de cada situação.

Perante as previsões de temperaturas baixas e queda de neve nas terras altas da região Centro, alerta-se os cidadãos para a necessidade de adotarem um conjunto de procedimentos que, mantendo o seu conforto térmico, previnam os efeitos do frio na saúde.

Estudo
As anestesias gerais afetam a comunicação entre neurónios, porque restringem o movimento de uma proteína necessária nas...

“A descoberta tem implicações para pessoas cuja conectividade cerebral é vulnerável, por exemplo nas crianças, que têm o cérebro ainda em desenvolvimento, ou nas pessoas com Alzheimer ou Parkinson. Nunca se percebeu o que leva a anestesia geral a ser por vezes problemática para pessoas muito novas ou muito velhas. Este mecanismo agora descoberto pode ser a razão”, disse Bruno van Swinderen, investigador da Universidade de Queensland, Austrália.

O estudo, publicado na revista científica Cell Reports, procura dar algumas respostas às formas complexas de atuação das anestesias gerais no cérebro, para procurar melhorar os medicamentos usados.

Considerando que a anestesia geral faz muito mais do que provocar o sono, a equipa da Universidade de Queensland, liderada por Swinderen, cientista do Instituto do Cérebro, analisou os efeitos do propofol, um dos anestésicos mais comuns nas cirurgias e que se tornou mundialmente conhecido por ter levado à morte o músico Michael Jackson em 2009 (o cantor tinha grande quantidade de propofol no organismo).

“Sabíamos, de estudos anteriores, que os anestésicos em geral, incluindo o propofol, atuam no sistema de sono no cérebro, como um comprimido para dormir. Mas o nosso estudo descobriu que o propofol também interrompe os mecanismos pré-sinápticos, provavelmente afetando a comunicação entre neurónios em todo o cérebro, de forma sistemática, o que é muito diferente de se estar apenas a dormir”, disse o responsável.

As sinapses fazem a ligação entre neurónios (células nervosas) e são afetadas numa anestesia geral, como diz Adekunle Bademosi, que participou também no estudo: “Descobrimos que o propofol restringe o movimento de uma proteína chave (sintaxina 1A) necessária nas sinapses de todos os neurónios. Essa restrição leva à diminuição da comunicação entre os neurónios no cérebro”.

A descoberta pode explicar porque é que algumas pessoas se sentem tontas e desorientadas depois de uma anestesia geral.

Bruno van Swinderen disse ser necessária mais investigação para perceber se as anestesias gerais têm mais efeitos duradouros em grupos vulneráveis.

Câmara de Lisboa
A Câmara Municipal de Lisboa vai reforçar as medidas de apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, quando as condições...

“O plano de contingência que temos para as pessoas em situação de sem-abrigo é ativo com três graus centígrados ou menos, num período de 48 horas”, começou por explicar o vereador bloquista Ricardo Robles, acrescentando que a Câmara pretende fazer uma revisão ao plano “para garantir que há algum reforço de meios antes de chegar a esta temperatura limite”.

Ricardo Robles avançou que “sempre que a temperatura baixar para patamares de desconforto, ou até de algum risco de saúde”, o município irá fazer um reforço “seja ao nível dos centros de abrigo, seja das equipas de rua, reforçando a sua presença junto da população em situação de sem-abrigo, ou mesmo por exemplo, abrindo as portas do metro para que as pessoas possam pernoitar nestes espaços com algum conforto térmico, pelo menos”.

Relativamente a prazos, o responsável pelos Direitos Sociais apontou que “as medidas podem ser postas em prática já”.

“Não precisamos de ativar o plano de contingência, mas podemos tomar estas medidas já”, salientou o vereador do BE, acrescentando que também não será necessário “esperar pela revisão do plano para poder acionar isto”.

“O que nós queríamos era que o plano refletisse estas medidas. E, portanto, estamos já a tomar essas medidas de reforço das equipas, de articular com o metro a abertura [das estações] antes de chegar aqueles patamares de temperaturas baixas, mas queremos rever e verter no próprio plano estas novas medidas”, elencou.

Robles considerou também que o município já está preparado para acionar estas medidas.

“Nós, aliás, estávamos preparados para que hoje fosse assim, porque no final da semana passada já se previa que hoje tivéssemos temperaturas de cerca de cinco graus, e tínhamos uma contingência prévia ao plano de contingência para podermos acionar estas medidas de caráter temporário”, afirmou.

Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros
Várias associações de apoio à população LGBT defenderam hoje que não deve existir um limite de idade legal para alterar o sexo...

Oito associações foram ouvidas hoje na subcomissão para a Igualdade e Não Discriminação sobre a proposta de lei do Governo que "Estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e a expressão de género e o direito à proteção das características sexuais de cada pessoa" e dois projetos de lei do BE e do PAN que também consagram o direito à autodeterminação de género.

A proposta de lei elimina a necessidade de um relatório médico para a mudança de sexo no registo civil, sendo ainda alargada a possibilidade do pedido a pessoas a partir dos 16 anos.

O Bloco de Esquerda vai mais longe e propõe que os menores, a partir dos 16 anos, possam processar os seus representantes legais caso estes não lhes deem permissão para mudar de sexo.

Para a presidente da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual (AMPLOS), Margarida Faria, “não deve haver limite de idade para alteração dos documentos civis” das pessoas transexuais.

“Temos conhecimento de situações de crianças que aos quatro anos “estão perfeitamente definidas” e que precisam de “muita coragem” para se afirmar perante a família, disse Margarida Faria.

Estas crianças “não vão poder esperar até aos 16 anos para terem documentos que validem o que são”, defendeu.

Esta posição é partilhada pelo presidente da Rede ex aequo - Associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexo, Vítor Silva: “Estas crianças são forçadas a viver anos com um nome que já não é o seu”.

Também Ana Teles, do Centro GIS - Centro de Respostas às Populações LGBT, considera que os 16 anos podem ser “uma idade tardia”.

Todas as associações saudaram os projetos e a proposta de lei que foi apresentada em plenário pela então secretária de Estado da Igualdade Catarina Marcelino, que esteve hoje presente na audição.

Para o presidente da Rede ex aequo, a nova legislação é uma “oportunidade histórica” para mudar o modo como são tratadas estas pessoas e “mudar o futuro” para que estes jovens tenham “oportunidades melhores”.

Para Margarida Faria, os avanços “mais importantes” são a autodeterminação das pessoas trans, nomeadamente “o reconhecimento de ser uma questão íntima”, que “não pode ser alvo de qualquer avaliação médica”.

“Separar as questões legais dos aspetos médicos parece-me do mais elementar reconhecimento de um direito universal, que é o direito à identidade”, defendeu.

Para Daniela Bento, da associação ILGA Portugal, é fundamental o reconhecimento da autodeterminação dos transexuais.

“Durante muitos anos esta questão esteve no silêncio, esteve relegada aos serviços médicos”, mas “as pessoas sabem quem são e isso é o mais importante”.

Por isso, “não faz qualquer sentido termos um atestado clínico para dizer o que somos”, defendeu, lamentando que o Estado continue “a ser o último a reconhecer as pessoas transexuais perante a lei”.

Para Alice Cunha, da associação Panteras Rosa, a legislação tem algumas limitações.

“Infelizmente esta lei cinge-se quase exclusivamente à questão da alteração legal do nome, não garantido o acesso e o direito à saúde das pessoas trans”, lamentou.

Isto porque “a forma como se faz o processo de transição do corpo” continuará “sob a égide de entidades médicas”, disse Alice Cunha.

Para Júlia Mendes, da API - Associação Ação Pela Identidade, “é necessário e urgente” que Portugal reconheça também os direitos das pessoas trans imigrantes, para que casos como o de Gisberta não voltem a acontecer.

Para Sancha Margauto, da TransMissão - Associação Trans e Não-Binária, a nova legislação é um “enorme passo”: “Uma lei assim vai mudar a nossa vida”.

Depois de ouvir as associações, a deputada do PS Isabel Moreira disse que a situação da idade para mudar de nome é “uma questão a discutir”, lembrando que há muitas pessoas preparadas antes dos 16 anos para tomar essa decisão, mas outras não.

Para Sandra Cunha, do BE, a legislação irá ajudar a minimizar o sofrimento dos transexuais causado pelo facto de não serem compreendidas pelos seus pares, professores, pela sociedade,

“O sofrimento que daí decorre, não vai terminar, mas será minimizado”, disse Sandra Cunha.

Para Rita Rato, do PCP, o Estado tem de acompanhar estas pessoas e os seus familiares, através dos serviços públicos, fazer campanhas de sensibilização, e dando formação de profissionais de saúde.

Já a deputada do CDS-PP Vânia Dias da Silva levantou dúvidas sobre a questão da idade, por não se saber concretamente quando está formada a personalidade.

“Nós não somos alheios ao sofrimento”, mas “há uma questão jurídica que é preciso acautelar”, vincou, defendendo a realização de campanha de sensibilização e, sobretudo nas escolas, haver um programa especifico dedicado a esta matéria.

Estudo
A poluição farmacêutica em cursos de água urbanos pode tornar as comunidades microbianas resistentes a drogas, alerta um estudo...

“As instalações de tratamento de águas residuais não estão equipadas para remover muitos dos compostos farmacêuticos”, segundo Emma Rosi, ecologista aquática da Universidade de Georgia, que estuda a forma como as atividades humanas afetam a vida aquática e a qualidade da água.

A cientista norte-americana procurou perceber como é que os micro-organismos dos fluxos de agua urbanos como riachos (que têm um papel importante nos ecossistemas como a remoção de nutrientes ou decomposição das folhas, por exemplo) respondem à poluição farmacêutica, incluindo analgésicos, estimulantes, anti-histamínicos e antibióticos.

Os testes foram feitos em Baltimore, a norte de Washington, em locais urbanos e suburbanos. “Diferentes tipos de micróbios podem resistir a diferentes tipos e concentrações de produtos sintéticos. Com a exposição à poluição farmacêutica estamos inconscientemente a alterar as comunidades microbianas”, disse a responsável, admitindo que ainda pouco se sabe sobre como é que essa alteração atua na função ecológica e qualidade da água.

Os investigadores examinaram ao longo de duas semanas a presença de seis drogas e concluíram claramente que elas estavam mais presentes nos fluxos urbanos do que nos suburbanos. No mesmo período estudaram também como é que as comunidades microbianas reagiam a cada uma das drogas, da cafeína à cimetidina (tratamento de fluxos gástricos), da ciprofloxacina (antibiótico) à difenidramina (anti-histamínico), e se tinham ou não falta de oxigénio.

E concluíram que nas zonas urbanas os micróbios poderão ter desenvolvido resistências. “Suspeitamos que como os fluxos urbanos receberam mais frequentemente e durante mais tempo poluentes farmacêuticos desenvolveram-se micróbios resistentes à droga nessas correntes de água. Eles estão prontos para colonizar substratos mesmo com a presença de drogas. Quando confrontados com a exposição farmacêutica esses micróbios conseguem manter a função ecológica, mesmo quando outras espécies foram eliminadas”, disse Emma Rosi.

Administração Regional de Saúde
A Administração Regional de Saúde do Algarve ativou a fase laranja do Plano de Contingência Sazonal de Inverno, com a abertura...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde (ARS)/Algarve adiantou estar "a diligenciar a abertura de mais 27 camas de internamento na região para fazer face à afluência de doentes", elevando para 49 o número de camas acionadas ao abrigo daquele plano.

De acordo com aquele organismo, face à afluência de doentes no período de inverno, já tinham sido ativadas 22 camas nas unidades hospitalares de Faro e Portimão, a que se somam agora mais 27.

Durante o mês de janeiro está prevista a ampliação e a reconversão de mais 20 camas de Cuidados Continuados Integrados na região do Algarve nas tipologias de convalescença e de média e longa duração.

Segundo a ARS, serão ativadas dez camas em Portimão e dez na freguesia do Azinhal (Castro Marim) que permitirão alargar a capacidade assistencial da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

Esta medida, acrescenta o organismo tutelado pelo Ministério da Saúde, visa "reforçar as respostas ao nível de internamento, aliviando desta forma a pressão nos serviços hospitalares algarvios".

Na semana passada, a ARS já tinha anunciado um reforço do atendimento nos três Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região para garantir que os serviços de saúde algarvios estão preparados para pico da gripe.

No âmbito do Plano de Contingência Sazonal de Inverno, foi feito um reforço de recursos humanos e alargado o horário de atendimento nos centros de saúde da região, nas consultas de recurso dos centros de saúde de Lagoa, de Monchique, de Portimão, de Silves, de Faro, de Olhão, de São Brás de Alportel, de Tavira e de Alcoutim.

Estudo
Cientistas na universidade norte-americana de Duke conseguiram criar células musculares a partir de células estaminais, uma...

Os investigadores usaram células estaminais tiradas de tecidos não musculares de adultos, como da pele e do sangue, e reprogramaram-nas para voltarem ao seu estado primordial.

Estas células são depois bombardeadas com uma molécula chamada Pax7, que lhes dá instruções para começarem a transformar-se em tecido muscular, segundo o estudo divulgado hoje na revista especializada Nature Communications.

Após duas a três semanas de cultura, as células tornadas musculares contraem-se e reagem a estímulos externos, como impulsos elétricos e sinais bioquímicos que simulam os estímulos enviados do cérebro aos músculos.

O músculo criado é mais fraco que o tecido muscular original, mas os cientistas acreditam que tem potencial.

Implantaram as novas células em ratos adultos e estas sobreviveram e integraram-se no tecido muscular dos animais.

Em 2015, a equipa da universidade do estado da Carolina do Norte tinha conseguido cultivar tecido muscular a partir de amostras recolhidas em biopsias musculares.

"A hipótese de estudar doenças raras é especialmente entusiasmante para nós", afirmou Nenad Bursac, professor de engenharia biomédica.

Bursac salientou que não seria ético, por exemplo, retirar amostras musculares de pessoas com doenças raras, danificando ainda mais os seus sistemas musculares.

A técnica tem também potencial para ser combinada com terapia genética, cultivando tecido muscular saudável para substituir algum que esteja afetado por doenças.

Em Portugal
Cerca de 100 subscritores da área da saúde, entre eles vários médicos de medicina geral, neurologistas, oncologistas,...

Na carta, que foi divulgada pelo Público e pelo Expresso, os subscritores recordam os “inúmeros efeitos medicinais” da cannabis e defendem que estes “podem e devem ser colocados ao serviço das pessoas.

“A investigação científica tem revelado dados consistentes e sistemáticos sobre os efeitos benéficos desta planta no controlo da dor, na regulação do apetite, no controlo de sintomas associados a doenças neuromusculares, no tratamento do glaucoma, na diminuição dos efeitos secundários negativos que resultam de tratamentos oncológicos, entre muitas outras situações”, recordam.

Os subscritores, entre eles o médico João Semedo, o primeiro presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed),  José Aranda da Silva, e o médico e presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, recordam que muitos países já legalizaram a prescrição da cannabis, dando como exemplos o Canadá, a Dinamarca a Argentina e o México.

“Nestes países, a cannabis pode ser utilizada pelos médicos como uma ferramenta terapêutica eficaz e segura e está disponível e acessível aos doentes. Infelizmente, esta ainda não é uma realidade em Portugal”, recordam, numa carta aberta divulgada na semana em que a Assembleia da República vai debater projetos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN sobre a matéria.

O médico oncologista Jorge Espírito Santo e o advogado e professor de psicologia criminal Carlos Poiares também fazem parte da lista de subscritores, além de diversos investigadores e de utilizadores de cannabis para fins terapêuticos.

Segundo defendem, a legalização “permitiria o acesso à cannabis em condições reguladas e com garantia de qualidade e segurança, por parte dos milhares de doentes que dela poderiam beneficiar”.

“A legalização permitiria a melhoria da qualidade de vida dessas muitas pessoas e um maior e melhor acesso ao tratamento mais adequado ao seu estado de saúde”, sublinham.

Os cerca de 100 subscritores defendem que a legalização da cannabis para fins medicinais “deve avançar rapidamente e tornar-se uma realidade em Portugal”.

“É uma medida eficaz e segura, baseada em evidência científica e na experiência internacional, que irá acrescentar uma opção importante ao arsenal terapêutico disponível para as situações em causa”, insistem, apelando aos partidos representados na Assembleia da República para que “tornem esta medida possível”.

Termas
O contrato de concessão de exploração da Água Termal pela Câmara das Caldas da Rainha é hoje assinado entre a autarquia e o...

A concessão da exploração da água das termas das Caldas da Rainha à autarquia, aprovada pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, em outubro do ano passado, é hoje formalmente oficializada com a assinatura de um contrato.

A concessão da água mineral denominada de “Caldas da Rainha”, no distrito de Leiria, vigorará por um prazo de 50 anos que, por despacho ministerial, poderá ser prorrogado por um prazo não superior a 20 anos.

O contrato estabelece que o município se obriga a realizar as avaliações do Novo Balneário e do Hospital Termal, “com o objetivo de o adaptar para poder funcionar transitoriamente em condições higiene-sanitárias no prazo de seis meses”, a partir da data da assinatura do contrato.

A autarquia terá ainda que propor à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), no prazo de 60 meses, um projeto de preservação e eventual classificação do antigo Hospital Termal, de forma a preservar o edifício e as antigas nascentes termais que se localizam nas caves.

O Hospital Termal Rainha D. Leonor foi o primeiro hospital termal do mundo, que esteve na origem da cidade das Caldas da Rainha e que se encontra desativado desde 2013, devido ao surgimento da bactéria ‘legionella’ nas águas.

A autarquia, que desde o final de 2015 detém a exploração do património termal, tem em curso um projeto de substituição das canalizações que levam a água das nascentes até ao hospital, que deverá reabrir este ano.

Nutricionistas e engenheiros alimentares
A Câmara Municipal de Lisboa pretende lançar, ainda “no primeiro semestre desde ano”, um gabinete constituído por...

“Vamos utilizar os recursos que existem na câmara e pô-los ao serviço da melhora das refeições escolares e, portanto, temos nutricionistas, temos engenheiros alimentares que poderão apoiar nas escolas a constituição de ementas e verificação da qualidade das refeições escolares”, disse o bloquista Ricardo Robles.

O autarca responsável pela Educação e Direitos Sociais falava na segunda-feira, no final de uma reunião das comissões permanentes da Assembleia Municipal de Lisboa, que estão a ouvir a vereação relativamente ao orçamento municipal e Grandes Opções do Plano para este ano.

Segundo Ricardo Robles, o “objetivo é, em conjunto com as juntas de freguesia, garantir boas refeições escolares”.

Assim, o município “está disponível [para], no contrato de delegação de competências, garantindo os meios e também apoio técnico através deste gabinete de fiscalização e melhoria das refeições escolares”.

Relativamente a prazos, o vereador estimou que “no primeiro semestre deste ano” deverá ser possível “ter este gabinete pelo menos lançado”.

Robles elencou também que “a maioria das escolas” do concelho já conta com confeção própria, apesar de ainda existirem em vigor contratos com empresas de fornecimento de refeições.

“Bem gostaria de acabar com os contratos das empresas de ‘catering’, mas não é possível, senão não tínhamos refeições. É preciso fazer obras nas escolas primeiro para poderem ter condições para confecionar a comida”, acrescentou.

Durante a reunião da comissão, a deputada Ana Margarida Carvalho, do PCP, levantou dúvidas sobre este gabinete, apontando que constituirá uma “burocratização” e que “já existe a ASAE” para fazer essa fiscalização.

Em resposta, o vereador salientou que “a ASAE tem competências nesta matéria, mas o município também tem responsabilidade”.

“Equipa serve para ajudar [nas escolhas dos menus] e não só para dizer se está a ser bem ou mal feito”, considerou.

Perante os deputados, Robles defendeu também que “a confeção local nas escolas é o que garante maior qualidade” nas refeições, vincando que “esta vereação quer garantir que todas as crianças têm refeições de qualidade e em quantidade”.

No encontro, o vereador do BE estimou também para o final deste mês a conclusão dos diagnósticos que vão permitir ao município “tomar uma decisão” sobre as salas de consumo assistido que deverão estar a funcionar ainda este ano na cidade.

Os diagnósticos estão a ser feitos pelas associações “Médicos do Mundo, GAT, Crescer na Maior e Ares do Pinhal, que têm prática de terreno na área das dependências há muito tempo e conhecem melhor a realidade”, explicou o autarca.

A decisão da Câmara irá “envolver as populações, os moradores, as freguesias”, assegurou Ricardo Robles, adiantando que irão existir “duas salas de consumo assistido e uma equipa móvel”.

“Os locais específicos ainda não estão definidos”, considerou o vereador, acrescentando que “na zona da alta de Lisboa existe uma carência do ponto de vista deste equipamento de saúde e social, e a zona do Vale de Alcântara também está identificada como uma zona com este perfil”.

O mesmo responsável apontou que também existem “alguns consumos na zona Oriental e na zona do centro da cidade, que por serem zonas consolidadas têm que ter uma equipa móvel”, ou seja, “aí não é uma casa, um centro, é uma equipa móvel que fará esse apoio”.

Sindicato de médicos
O Sindicato Independente dos Médicos apelou ao ministro da Saúde para que proceda à “imediata abertura dos concursos” para os...

Num ofício enviado ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) adianta que mais de 700 médicos recém-especialistas das mais diversas especialidades da área hospitalar e de saúde pública aguardam, a maioria desde maio de 2017, pela abertura de concurso para os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Recordando que o concurso já deveria ter sido aberto em maio ou junho do ano passado, esta estrutura sindical apela “mais uma vez” para a sua imediata abertura.

“É incompreensível que numa altura de caos nos serviços de urgências, estes médicos especialistas não estejam já colocados nos hospitais em que fazem mais falta, suprindo a carência de médicos que se verifica em inúmeros hospitais”, refere o ofício, assinado pelo secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

Segundo o sindicato, são vários os recém-especialistas que decidem fazer cessar o seu contrato de médicos internos nos estabelecimentos do internato e optam pelo setor privado ou pela emigração devido a esta “espera prolongada”.

“A inação de vossa excelência e das estruturas que tutela sobre esta matéria é assim diretamente responsável pelo agravamento do défice de recursos humanos que se verifica em todo o SNS. De facto, centenas de médicos recém-especialistas poderiam estar já colocados desde há vários meses nos estabelecimentos do SNS”, sublinha ainda o SIM no ofício enviado ontem ao ministro Adalberto Campos Fernandes.

Estudo
Cientistas do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes descobriram que a manipulação de um gene ajudou a reverter o...

A equipa coordenada pelos investigadores Bruno de Jesus e Maria do Carmo-Fonseca verificou que de uma lista de genes 'candidatos' um deles exprimia-se mais em células velhas.

A pergunta que colocaram, e que serviu de ponto de partida para a investigação, foi se "a diminuição dos níveis deste gene nas células velhas" se traduziria num "comportamento idêntico" destas células "ao das células novas".

O estudo concluiu que sim, segundo Bruno de Jesus, que trabalha no laboratório de regeneração genética do Instituto de Medicina Molecular (IMM), liderado por Maria do Carmo-Fonseca, igualmente presidente do instituto.

Bruno de Jesus explicou que, à medida que se envelhece, "há uma barreira" na reversão de uma célula adulta para uma célula estaminal (a célula que é capaz de se diferenciar noutras células).

Com uma célula nova, pelo contrário, esse processo de reversão é conseguido, adiantou.

Os investigadores comprovaram este mecanismo ao estudarem células retiradas da pele de ratinhos mais velhos e mais novos.

Ao reduzir o gene expresso nas células dos ratinhos envelhecidos, a equipa conseguiu "reverter células adultas em células estaminais".

Uma vez que as células estaminais têm a capacidade de se diferenciar e autorrenovar, o estudo pode ser útil para, num próximo passo, se perceber, travando a ação desse gene nas células velhas, se estas, ao 'transformarem-se' em células estaminais, podem substituir células destruídas e regenerar tecidos.

"Os resultados são um importante avanço no sentido de virmos a ser capazes de regenerar tecidos doentes em pessoas idosas", sustentou Bruno de Jesus, citado em comunicado pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes.

Na Finlândia
Um borrifo nas narinas poderá conter o vício de jogar, como se propõe provar um grupo de investigadores finlandeses, que vão...

O medicamento é usado em casos de emergências para reverter overdoses, atuando sobre a produção de dopamina, um neurotransmissor ligado aos centros de prazer do cérebro, centrais nos casos de adição.

"Jogar responde a um comportamento muito impulsivo. A vontade de jogar é imediata e é por isso que procuramos um medicamento que aja rapidamente, o que acontece com o 'spray' nasal", afirmou à France Presse o professor de toxicologia Hannu Alho, do Instituto Nacional de Saúde e Bem-estar de Helsínquia.

Alho pretende juntar cerca de 130 voluntários para fazer experiências com o "spray" durante três meses, sujeitando metade a um placebo, devendo conhecer-se o resultado dentro de um ano e meio.

Gripe
Os centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo que abriram em horário adicional devido à atividade gripal realizaram 4...

Tendo em conta "o período de inverno e o esperado pico da gripe", o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco, anunciou na sexta-feira o alargamento dos horários, o que foi aplicado nos 15 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região, sendo que 35 centros de saúde o aplicaram entre segunda e sexta-feira, 47 no sábado e 37 no domingo.

"A procura indica que tem havido bom acolhimento às medidas destinadas a descongestionar as urgências hospitalares", lê-se no comunicado da ARSLVT.

De acordo com os dados da Administração Regional de Saúde, os ACES com maior procura nos dias 06 e 07 de janeiro foram o da Arrábida, com um total de 621 atendimentos, do Oeste Sul, com 563 atendimentos, e o de Loures/Odivelas, com 449 atendimentos.

A ARSLVT indica que aos primeiros sintomas de gripe, como tosse, dores de cabeça, febre, mal-estar e dores musculares, deverá ser contactado o Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS 24), através do número 808 24 24 24.

Em comunicado também divulgado hoje, o hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) anunciou que abriu mais 71 camas para responder "à necessidade crescente de doentes que precisam de internamento".

"O serviço de urgência de adultos tem atendido cerca de 700 doentes por dia e a taxa de internamento é superior a 10%", acrescenta o gabinete de imprensa do hospital.

Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia
Doentes com doenças inflamatórias do intestino estão a ser impedidos de aceder a medicamentos biológicos quando são seguidos em...

Uma portaria do Ministério da Saúde publicada há menos de dois meses impõe que os medicamentos para a doença de Chron e para a colite ulcerosa nas formas mais graves sejam prescritos “apenas por médicos especialistas em gastrenterologia dos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia considera esta decisão do Ministério da Saúde como discriminatória e imoral, lembrando que é crescente o número de doentes com doença crónica inflamatória do intestino e que cerca de 20% necessitam destes fármacos biológicos específicos, porque não respondem ao tratamento convencional.

“São medicamentos que tradicionalmente eram muito caros [mas que foram diminuindo de custo] e que exigem perícia de utilização. O ministro da Saúde resolveu que os doentes que deles precisassem só poderia tê-los prescritos nos hospitais públicos”, comenta Luís Tomé em declarações à agência Lusa.

Para o presidente da Sociedade de Gastrenterologia, os hospitais do SNS não terão capacidade para absorver todos os doentes que são seguidos no privado e que precisam de medicação de forma pronta.

Luís Tomé frisa ainda que há doentes que são seguidos há vários anos pelos mesmos médicos em unidades particulares e que terão de passar para hospitais do SNS para ser seguidos por quem não os conhece.

O gastrenterologista considera também que a medida é discriminatória na medida em que a prescrição dos mesmos medicamentos no âmbito de doenças reumatológicas ou dermatológicas pode ser efetuada em qualquer consulta da referida especialidade, seja pública ou privada, tendo sido criados centros prescritores.

“Na reumatologia e na dermatologia os doentes que precisam desses medicamentos podem tê-los em ambiente privado. Um doente que precisa dos mesmos medicamentos do foro gastrenterológico precisa de fazer fila nos hospitais públicos”, refere Luís Tomé.

Para o especialista, o Ministério da Saúde tomou esta decisão apenas com um intuito de poupar dinheiro. Contudo, lembra que são fármacos apenas administrados a doentes “que verdadeiramente deles precisam”.

Estes medicamentos biológicos são comparticipados a 100% pelo SNS e são apenas de prescrição hospitalar e cedidos pelas farmácias dos hospitais.

A agência Lusa contactou o Ministério da Saúde para obter um comentário sobre esta situação, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.

Em Lisboa
Restrição orçamental e a falta de autonomia dos hospitais, e desperdício gerado pelo modelo organizacional motivam aposta em...

‘3F - Financiamento, Fórmula para o Futuro’ é o conceito que define um novo projeto na área da saúde e que junta vários especialistas com o mesmo objetivo: identificar os principais obstáculos operacionais que afetam o financiamento dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e desenvolver possíveis soluções que permitam melhorar e evoluir o modelo de prestação de cuidados de saúde. O foco é garantir o desenvolvimento e aplicação da inovação através de cuidados centrados nos doentes, com um menor custo possível e com os melhores resultados. Esta é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, com o apoio da Roche e da IQVIA e arranca já no próximo dia 10 de janeiro, em Lisboa.

O modelo de organização e financiamento dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde tem sido alvo de discussão nos últimos tempos. Muitos intervenientes do setor da saúde acreditam que estes devem ser reformulados. Não existindo mais fundos disponíveis, o foco deverá passar pela a otimização do modelo organizacional impulsionado pela modelo de financiamento, tornando a saúde uma prioridade. Para Alexandre Lourenço, presidente da APAH “O grau de sofisticação alcançado em muitas áreas do setor da saúde, como o medicamento ou os dispositivos médicos, não é acompanhado por um modelo de prestação de cuidados de saúde adequado às necessidades dos doentes, gerando um enorme desperdício. Para este efeito, a forma como alocamos recursos financeiros no sistema de saúde pode contribuir para desenvolver soluções inovadoras que maximizem o conhecimento de forma a melhorar os cuidados de saúde e a experiência do cidadão na sua utilização”.

O 3F conta com a participação de especialistas de diferentes áreas, que se vão juntar em quatro momentos distintos, durante este ano. Nestes workshops serão criados grupos de trabalho com o objetivo de promover a discussão e debate de potenciais soluções de financiamento com vista à criação de valor para os doentes. Será implementado um projeto-piloto num hospital de forma a testar a exequibilidade da solução encontrada. As conclusões do trabalho desenvolvido, assim como a definição dos projeto-piloto, serão apresentadas antes do Verão.

Universidade de Coimbra
Conhecer as condições ambientais hospitalares propícias à colonização e multiplicação de estirpes de bactérias responsáveis por...

A equipa, liderada por Paula Morais, do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), focou-se em estudar a dispersão das bactérias no ambiente hospitalar com ênfase no grupo de bactérias com elevado impacto nas infeções nosocomiais, designadamente Pseudomonas aeruginosa, a espécie responsável pelo maior número de infeções nosocomiais; estirpes de Klebsiella, conhecidas pelo número de multirresistência que têm vindo a desenvolver ao longo do tempo; e Micobactérias não-tuberculosas, como um novo grupo problemático de bactérias.

Os investigadores analisaram cerca de duas centenas de amostras recolhidas nos serviços de Hematologia, Urologia, Medicina e Transplantes Renais dos dois hospitais, tendo detetado um número elevado de bactérias em equipamentos e superfícies de zonas húmidas. Por outro lado, a diversidade das bactérias estava relacionada com os utilizadores (área dos doentes e área dos profissionais de saúde), mostrando que os utilizadores são importantes contribuidores para a comunidade microbiana do espaço.

Em mais de 50% das amostras colhidas foi verificada a presença de diferentes espécies de Pseudomonas, entre elas Pseudomonas aeruginosa. É conhecido que, em geral, a Pseudomonas aeruginosa é altamente resistente a desinfetantes.

O estudo, já publicado no Journal of Microbiology, evidenciou ainda que os pontos de distribuição de água e biofilmes formados nas torneiras contribuem para a colonização e multiplicação das comunidades microbianas avaliadas.

A coordenadora da investigação, Paula Morais, acentua que este estudo, o primeiro dedicado ao ambiente hospitalar publicado em Portugal, visa essencialmente «conhecer para melhorar o ambiente hospitalar», ou seja, “fornecer conhecimento que apoie a decisão. Sabendo-se que o ambiente hospitalar é um grande ‘armazém’ de microrganismos, onde ocorrem interações complexas, a informação sobre a distribuição e as condições propícias à colonização e multiplicação destas bactérias é essencial para a adoção de medidas adequadas de prevenção e controlo de infeções hospitalares”.

Serviço Nacional de Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que “está no momento” de conceber uma nova Lei de Bases da Saúde e que...

“Não só da parte do Governo, mas também seguramente dos partidos da Assembleia da República, estão criadas as condições para se abrir o debate”, afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas, em Coimbra.

Para isso, sublinhou, é necessário que haja “um entendimento, uma conversa o mais alargada possível” na sociedade portuguesa, numa altura em que a Lei de Bases “está a fazer 27 anos”, enquanto o Serviço Nacional de Saúde (SNS) completa 40 anos em 2019, acrescentou.

“É preciso conversar à volta de uma lei que sirva o Estado, que sirva a República e que, sobretudo, sirva o interesse dos cidadãos”, acrescentou.

Para o ministro da Saúde, importa que a Lei de Bases que venha a ser aprovada pelo parlamento “garanta que o SNS se revigora e se relança para mais 40 anos”.

Por outro lado, a futura Lei de Bases da Saúde deverá ser “uma lei que una os portugueses e que não os divida”, preconizou Adalberto Campos Fernandes.

O ministro falava aos jornalistas à margem da apresentação do livro “Salvar o SNS – Uma nova Lei de Bases da Saúde para defender a democracia”, da autoria do advogado e escritor António Arnaut (presidente honorário do PS e um dos seus fundadores) e do médico João Semedo (ex-coordenador do Bloco de Esquerda).

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse que a divulgação dos tempos de espera nas urgências é um exercício de transparência feito desde 2015...

Adalberto Campos Fernandes reagia às declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, que disse duvidar da fiabilidade dos dados publicados sobre os tempos de espera nas urgências e apelou ao Ministério da Saúde para divulgar o tempo real de espera, ajudando os cidadãos a tomar decisões.

Questionado pelos jornalistas sobre estas afirmações, o ministro respondeu que desde que este Governo tomou posse, em novembro de 2015, foi criado em Portugal o maior sistema de transparência de fornecimento de dados em tempo real à população portuguesa, com partilha da informação para que os cidadãos saibam como os recursos são usados.

A divulgação dos tempos de espera nas urgências, sublinhou, foram uma novidade, e o Governo é contra a ideia “de trabalhar numa zona de opacidade ou de falta de informação”.

“Acho que deve haver alguma prudência e decoro quando, de uma forma muito fácil e sem se ter respeito pelo trabalho de quem faz as coisas, se lançam, para chamar a atenção, determinado tipo de insinuações sobre a seriedade dos processos”, disse o ministro no final de uma visita ao centro de contacto SNS 24, em Lisboa, juntamente com o primeiro-ministro, António Costa.

Se há melhorias a fazer, acrescentou, elas serão feitas, “mas os tempos de espera são um exercício de transparência e de responsabilidade do Estado perante os cidadãos”.

Em declarações na sexta-feira, o bastonário Miguel Guimarães considerou que o portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devia ter uma listagem de todos os centros de saúde abertos e dos seus horários de funcionamento nesta época, bem como informação sobre “o tempo real de espera” nas urgências dos hospitais.

“O Ministério da Saúde e a Direção-Geral da Saúde deviam ter começado há muito tempo uma campanha de habituação relativamente ao recurso aos cuidados de saúde primários. Não o tendo feito, esta informação era importante para as pessoas tomarem decisões”, comentou.

Miguel Guimarães referiu que “o tempo [de espera] que está a ser divulgado não é muitas vezes coincidente com o que está a acontecer”.

“Não sei se o sistema não é devidamente atualizado ou se existe deficiência na transmissão dos dados. Mas tenho dúvidas sobre a fiabilidade dos dados. Tenho informações concretas de pessoas que estão nas urgências que contrariam os dados do portal do SNS”, contou.

Até fim de março
O primeiro-ministro anunciou que o Ministério das Finanças autorizou na sexta-feira "um reforço da contratação de...

António Costa falava aos jornalistas, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde visitou o Serviço de Urgência acompanhado pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

"Ainda ontem [sexta-feira] foi autorizado por parte do Ministério das Finanças um reforço da contratação de enfermeiros até ao final de março, para termos uma capacidade acrescida de resposta neste momento de crise. E, portanto, necessariamente, estamos a aumentar os meios, de acordo com os planos de contingência, para fazer face à situação", declarou.

O primeiro-ministro, que não adiantou o número adicional de enfermeiros a contratar, defendeu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "tem demonstrado capacidade de elasticidade e flexibilidade necessária para responder a este aumento de pressão".

Questionado sobre o número de enfermeiros a contratar, António Costa respondeu que "há um diálogo permanente entre o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças tendo em vista responder às necessidades que se colocam em cada momento, de acordo com o plano de contingência e daquilo que é previsível relativamente à evolução da incidência do vírus da gripe e de outras complicações respiratórias".

"Neste momento, temos conseguido responder adequadamente à situação", defendeu.

O primeiro-ministro salientou que, "quer ao nível hospitalar, quer ao nível dos centros de saúde, têm vindo a ser reforçados os meios, e também na linha Saúde 24", acrescentando: "Portanto, estamos preparados o melhor possível para enfrentar esta situação".

"Estamos a aumentar as camas - creio que aqui são 140 camas a mais. Há cerca de 160 centros de saúde que ao longo do fim de semana estarão a funcionar nas diferentes administrações regionais de saúde para dar uma resposta acrescida", referiu.

Segundo o primeiro-ministro, "isto não quer dizer que não haja alguns momentos em alguns dos estabelecimentos onde a pressão excede a capacidade natural de resposta que possa existir", pois "com o nível de incidência que tem existido é impossível de assegurar que assim não é".

António Costa chegou pelas 11:00 de sábado ao Hospital de Santa Maria, onde esteve cerca de meia hora, e de seguida visitou o Centro de Saúde de Sete Rios e o Centro de Contacto do SNS, a antiga linha de Saúde 24.

No Hospital de Santa Maria, esteve acompanhado pela sua secretária de Estado adjunta, Mariana Vieira da Silva, pelo ministro da Saúde e pelo presidente da administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Carlos Martins.

Cerca de uma dúzia de jornalistas, incluindo uma equipa de televisão em direto, acompanharam o primeiro-ministro no seu percurso pelo Serviço de Urgência, passando pela triagem, pelas salas de espera e de tratamento, até à Sala de Observação, onde já não foi autorizada a presença de comunicação social.

Durante a visita a este hospital, o presidente da administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte disse ao primeiro-ministro que os casos de gripe estão "em linha com o ano passado", que a procura está sobretudo relacionada com "infeções respiratórias" e que a grande maioria dos doentes que acorre às urgências tem mais de 75 anos.

O primeiro-ministro enquadrou esta sua visita afirmando que "está prevista uma redução significativa das temperaturas" nesta altura e que tem havido este ano "um aumento significativo da incidência da gripe".

"Os conselhos que temos dado são sempre os mesmos: primeiro, cuidados individuais de proteção, em segundo lugar, contacto sempre através da linha Saúde 24", acrescentou.

Quanto ao Hospital de Santa Maria, "um dos grandes hospitais do país, o maior da região", considerou que "tem estado a demonstrar capacidade de resposta".

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