Associação Portuguesa de Urologia
Mais de 150 médicas e médicos urologistas de praticamente todos os hospitais de Portugal vão deixar crescer o bigode ou usar um...

Conscientes da importância das campanhas de sensibilização e da prevenção primária da saúde, os médicos urologistas vão deixar crescer o bigode e/ou usar um pin em formato de bigode, desta forma abrindo a participação também às mulheres. O objetivo é chamar a atenção para estas problemáticas, contribuindo também para desmistificar algumas patologias e para incrementar o diagnóstico precoce das doenças que afetam o homem.

Para assinalar esta iniciativa serão lançadas duas cadernetas, junto de um público muito alargado, nomeadamente todos os urologistas ativos e reformados, diretores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e coordenadores das Unidades de Saúde Familiar (USF), diretores clínicos de todos os hospitais, sociedades e associações médicas, Ministério da Saúde, DGS, ARS e Ordem dos Médicos. A primeira caderneta terá as fotografias dos médicos urologistas que se comprometeram aderir à campanha, sendo que em dezembro será lançada uma nova caderneta com as fotografias de todos os que participaram, com e sem bigode.

“Temos consciência da enorme importância que as campanhas têm na sensibilização e prevenção primária de saúde e esperamos que esta iniciativa permite aumentar o conhecimento sobre as doenças do foro urológico, tais como o cancro da próstata e testicular, mas também de outras questões, nomeadamente a saúde mental”, refere Arnaldo Figueiredo, coordenador da iniciativa junto dos médicos urologistas.

Segundo o estudo Prostate Cancer: Living, not Just Surviving1, o cancro da próstata é o segundo tipo de cancro mais frequentemente diagnosticado nos homens, e o segundo mais comum a nível global. Até 90% destes cancros são detetados num estádio precoce quando o tumor ainda se encontra numa fase inicial, sendo diagnosticados todos os anos mais de 6.500 casos de cancro da próstata e morrem 1.500 homens2.

Referências:

1Prostate Cancer: Living, Not Just Surviving. Janssen, Europa Uomo, Association Nationale des Malades du Cancer de la Prostate, Prostate Cancer Support Federation, Tackle Prostate Cancer, Prostatacancerförbundet. 2015.
Disponível em: www.janssen-emea.com/hpc/reports/Living-prostate-cancer

2GLOBOCAN 2012 – Estimated Cancer Incidence, Mortality and Prevalence in Worldwide in 2012. France: International Agency for Research on Cancer, World Health Organization. 

I Fórum das Doenças Civilizacionais
O I Fórum das Doenças Civilizacionais, que decorre a 18 de novembro, no PR Meeting Point Center, FIL, em Lisboa, pretende...

O I Fórum das Doenças Civilizacionais, o primeiro evento em Portugal a constituir um espaço de apresentação e debate dos novos desafios, abordagens e paradigmas das doenças civilizacionais, vai ter lugar no próximo dia 18 de novembro, pelas 09h30, no PT Meeting Point Center, em Lisboa.

Este Fórum surge no âmbito de um estudo desenvolvido pelo Observatório das Doenças Civilizacionais, que teve como principal objetivo o estudo integrado de 4 patologias – hipertensão, diabetes, hipercolesterolomia, e obesidade – na sua relação com os “novos estilos de vida”. Dada a atualidade e pertinência destes temas, pretende-se que o I Fórum das Doenças Civilizacionais constitua, numa perspetiva multidisciplinar e inovadora, um espaço de apresentação e debate nestas áreas.

Desenvolvido pela PremiValor Consulting, o projeto contou com a participação de organismos/entidades de referência como a Direção Geral da Saúde, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Direções Regionais de Saúde, investigadores nas áreas em estudo e também mais de

50 empresas e organizações de referência na área da saúde e do medicamento.

O Fórum terá início às 9h30, sendo destinado ao público em geral, académicos e profissionais de saúde. Neste período serão debatidos temas relevantes como os custos associados às doenças civilizacionais em Portugal, novos paradigmas em saúde e visão integrada da prevenção das doenças civilizacionais. A participação do público em geral, bem como da comunidade científica contribuirá para o enriquecimento do debate.

O I Fórum das Doenças Civilizacionais será o primeiro evento em Portugal a constituir um espaço de apresentação e debate dos novos desafios, abordagens e paradigmas das doenças civilizacionais, e representa o esforço conjunto entre a PremiValor Consulting e o Grupo Tecnimede para a organização de um evento com um elevado padrão de qualidade e partilha de conhecimento de forma integrada e estruturada.

ESEnfC
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) acolhe, nos próximos dias 9 e 10 de novembro, o III Simpósio Internacional...

Neste duplo evento, que terá lugar nas instalações da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) na freguesia de S. Martinho do Bispo (Polo B), serão debatidas, entre outras questões, as "Fontes para a história de Enfermagem no séc. XIX", “A arte de Enfermagem no séc. XIX”, "A Importância das instituições na construção da identidade dos enfermeiros" e "A Enfermagem nos conflitos bélicos", títulos dos painéis dos dois dias de trabalhos.

A sessão de abertura está marcada para as 9h00 de quinta-feira, com as intervenções de Óscar Ferreira (presidente da ANHE), Maria da Conceição Bento (Presidente da ESEnfC), Filomena Gaspar (Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa), Manuel Rodrigues (coordenador científico da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, da ESEnfC) e Viriato Moreira (coordenador da comissão organizadora do simpósio).

Segue-se, meia hora depois, a conferência "Questões metodológicas na investigação da história da saúde do séc. XIX", por João Rui Pita e Ana Leonor Pereira, investigadores do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX – CEIS20 e professores, respetivamente, da Faculdade de Farmácia e da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Durante os dois dias serão, ainda, apresentadas 35 comunicações livres.

Mais informações sobre o programa e oradores podem ser obtidas no sítio dos simpósios na Internet, em www.esenfc.pt/event/simposiohistoria.

Entrevista
Tempo frio é sinónimo de infeções respiratórias, sobretudo, quando falham as medidas de prevenção.

Porque é que as doenças respiratórias pioram no Inverno?

O frio é um irritante brônquico e, por isso, facilitador do agravamento das doenças respiratórias crónicas. A composição química do muco (expetoração e muco nasal) são mucopolissacáridos, que tem uma estrutura em rede composta por proteínas e glúcidos (açúcares). Este muco tem como finalidade a fixação dos irritantes que invadem o aparelho respiratório para serem expulsos. Acontece que os vírus e as bactérias ficam retidos no muco e, devido à sua composição – proteínas, glúcidos (açúcares) – e à temperatura do organismo, estão criadas as condições para a sua multiplicação com desenvolvimento das doenças infeciosas respiratórias virais e bacterianas. Outro efeito do frio é que provoca vasoconstrição com o consequente menor aporte dos leucócitos, glóbulos brancos, às áreas agredidas e por isso uma diminuição na capacidade de defesa das vias aéreas.

Quais as principais doenças respiratórias que se agravam com o tempo frio?

As doenças infeciosas com envolvimento das vias aéreas superiores e inferiores, virais e bacterianas, com particular relevância para as Pneumonias são mais relevantes no tempo frio, pelo referido anteriormente.

As agudizações infeciosas são fator de agravamento das doenças respiratórias crónicas, nomeadamente a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a Asma brônquica, as Fibroses pulmonares e as Bronquiectasias, mas também outras menos frequentes como a Fibrose quística, a Hipertensão pulmonar de várias causas, a Síndroma de apneia obstrutiva do sono, as Doenças neuromusculares e as Doenças deformativas da parede torácica que conduzem a insuficiência respiratória e implicam muitas vezes a necessidade de utilização de oxigénio e mesmo de ventilação mecânica para que os doentes tenham uma boa qualidade de vida.

Como podemos prevenir o seu agravamento?

A adesão à terapêutica brônquica, que deve ser efetuada conforme a prescrição e a limpeza das vias aéreas são cuidados essenciais para não facilitar o aparecimento de infeções respiratórias, principal factor na prevenção do agravamento das doenças respiratórias crónicas.

A Reabilitação Respiratória, como componente integrante do plano de tratamento no doente sintomático é muito importante na prevenção e melhoria efetiva destes doentes.

Que outros cuidados são essenciais no âmbito da prevenção? 

São imprescindíveis os cuidados de proteção da via aérea, antes de tudo evitar o fumo do tabaco, mas ainda as medidas de proteção do frio, sempre que possível o afastamento de locais com grande afluência de pessoas e de contacto mais estreito, a limpeza brônquica e das fossas nasais e atividade física protegida.

Qual a importância da vacinação para estes doentes?

A vacinação é proteção. Por isso estes doentes devem ser vacinados com a vacina da Pneumonia e, anualmente no Outono, com a vacina da gripe, como forma de prevenção destas doenças infeciosas, mais prevalentes nos meses de Inverno.

Em que consiste a Reabilitação Respiratória e quais os seus benefícios?

A Reabilitação Respiratória é uma componente fundamental no tratamento do doente respiratório crónico. Tem sido alvo de particular atenção pelos investigadores nos últimos 10 anos e é atualmente apontada como uma intervenção de 1ª linha no tratamento da DPOC, bem como em outras doenças respiratórias crónicas, propiciando diminuição dos sintomas, melhoria na funcionalidade, capacidade de exercício e qualidade de vida e na autonomia da gestão da doença.

Os principais benefícios da reabilitação respiratória são a redução dos sintomas respiratórios de fadiga e dispneia, a reversão da ansiedade e depressão associados à doença respiratória, a melhoria da tolerância ao exercício com aumento da resistência ao esforço, a melhoria na habilidade para a realização das atividades da vida diária, a redução das agudizações, a redução do número de consultas não programadas e recurso ao Serviço de Urgência, a redução do número de dias de hospitalizações, a diminuição dos custos diretos e indiretos relacionados com a saúde e uma melhor integração familiar e social.

Onde pode ser realizada?

A Reabilitação Respiratória deverá ter o suporte técnico de uma equipa interdisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais.

Hoje, em Portugal, só um pequeno número de doentes respiratórios crónicos é privilegiado ao terem acesso a um tratamento global com Programa de Reabilitação incluído. Torna-se, pois, premente a abertura de Centros de Reabilitação Respiratória de proximidade, que possam dar respostas às necessidades do país.

O exemplo do AIR CARE CENTRE, Centro de Reabilitação Respiratória da Linde Saúde tem de ser multiplicado para chegar a um número significativo de doentes respiratórios crónicos com os evidentes benefícios daí decorrentes.

Qual a duração do tratamento? Deve este tratamento ser encarado como uma forma de prevenção? Neste caso, qual o melhor período do ano para se dar início à Reabilitação Respiratória?

O Programa de Reabilitação é individualizado face às necessidades diferentes de cada doente e também a sua duração. Este assenta em três pilares: controlo clínico, ensino e treino de exercício. O exercício deve fazer parte integrante do plano terapêutico do doente com doença respiratória crónica sintomática. Não há, por isso, um período para começar, mas a Reabilitação Respiratória é fundamental para habilitar o doente respiratório crónico a gerir adequadamente a sua doença, nomeadamente nos meses de maior prevalência de agudizações, no inverno.

Que outros conselhos gostaria de deixar no âmbito deste tema?

A Direção Geral de Saúde aponta para a necessidade de expandir a espirometria (função pulmonar) à população para avaliação funcional respiratória e a reabilitação respiratória de proximidade abarcando os doentes respiratórios crónicos sintomáticos, que dela necessitem.

As medidas de higiene das vias aéreas, a vacinação da Gripe e Pneumonias, a correta adesão à terapêutica e a reabilitação respiratória propiciam controlo da sua doença respiratória crónica e qualidade para a vida diária.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Caraíbas
O número dois da ONU, Amina Mohammed, vai visitar esta semana o Haiti para preparar o apoio da organização na luta contra a...

O vice secretário-geral vai estar acompanhado na visita pela enviada especial Josette Sheeran, que vai liderar a nova estratégia das Nações Unidas para combater a cólera no Haiti.

Amina Mohammed e Josette Sheeran vão encontrar-se com as entidades do Haiti e visitar algumas das comunidades mais afetadas pela doença, anunciou a ONU.

O surto de cólera, que segundo alguns investigadores, citados pela agência Efe, começou com um despejo de resíduos fecais num rio por ‘capacetes azuis’ nepaleses, afetou cerca de 800 mil pessoas e causou cerca de 9.000 mortes.

Em dezembro, a ONU aceitou plenamente a sua responsabilidade, e o então secretário-geral, Ban Ki-moon, pediu desculpa ao povo haitiano pela epidemia.

O atual secretário-geral, António Guterres, manteve a mesma posição e está a implementar um novo plano contra a cólera, embora a estratégia se depare com o problema da falta de fundos.

Brexit
O número de enfermeiros portugueses que se registaram para trabalhar no Reino Unido caiu dramaticamente nos últimos 12 meses...

De acordo com o Nursing and Midwifery Council [Conselho de Enfermagem e Obstetrícia, a entidade reguladora da profissão], a queda foi de 94% relativamente à média de 1.127 enfermeiros portugueses que se vinham a registar anualmente desde 2012.

Portugal faz parte de um grupo de seis países, juntamente com Espanha, Polónia, Roménia, Itália e Irlanda, que constituem 90% dos profissionais de países europeus a inscrever-se no NMC nos últimos cinco anos.

O relatório divulgado ontem, relativo a inscrições feitas entre setembro de 2016 e setembro de 2017, revela um decréscimo de 89% no número de enfermeiros europeus a registar-se para trabalhar no Reino Unido, para 1.107, contra 10.178 inscritos entre setembro de 2015 e setembro de 2016.

O mesmo estudo mostra também que o número de profissionais que anulou a sua inscrição aumentou 67%, de 2.435 no ano passado para 4.067 este ano.

Estes números reforçam a tendência que já era indicada num relatório divulgado em junho, o primeiro a mostrar dados do período posterior ao voto do referendo de junho de 2016, quando 52% de eleitores votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia.

Jackie Smith, presidente-executiva e secretária do Conselho de Enfermagem e Obstetrícia, manifestou ser "preocupante" o aumento contínuo de enfermeiros a deixar o registo.

"Estes números continuam a evidenciar os enormes desafios que os setores de saúde e cuidados continuados do Reino Unido enfrentam em termos de recrutamento e retenção de funcionários", vincou.

RESPIRAR PONTO
Entre os próximos dias 3 e 29 de novembro irá realizar-se no Espaço Atmosfera M, em Lisboa, o evento “RESPIRAR PONTO – Viver em...

No evento “RESPIRAR PONTO – Viver em plenos pulmões”, organizado pela Associação Nacional da Tuberculose e Doenças Respiratórias (ANTDR), decorre um ciclo de conferências onde serão apresentados temas como: “As alergias andam no ar”; “A tuberculose e o Tango”; “Comer, Respirar e Amar”; “Respirar e as Cidades”; “Respirar Melhor a Pintar”. Serão ainda incluídos no programa cultural intervenções na área da dança, música e pintura.

“Com este evento pretendemos sensibilizar a comunidade para a importância da qualidade respiratória, através de conferências, exposições e um programa rico do ponto de vista cultural com o objectivo de demonstrar que o espaço, as ações e a nossa envolvência influenciam o respirar”, comenta Maria Conceição Gomes, Presidente da ANTDR.

Nos dias 16 e 27 de novembro, entre as 10h e as 18h serão, ainda, realizados rastreios respiratórios gratuitos à população.

Neste evento pode-se contar com um espaço de Exposição ilustrativa sobre o trabalho da ANTDR, a sua história e intervenção até aos dias de hoje, onde estarão expostos, entre outros, os seguintes trabalhos: Da inteligência artificial à história contada em objetos; Vinhetas e selos: breve exposição da importância a nível mundial e nacional da vinheta/selo utilizado na divulgação de bons hábitos de saúde.

Este evento destina-se à sociedade civil em geral, sem limite de idade, e ainda à comunidade estudantil, em particular, nas ações específicas que existirão associadas às visitas escolares previstas. Todas as ações previstas no evento, desde a exposição, ao ciclo de conferências, aos rastreios e eventos culturais são de entrada gratuita.

Poderá encontrar o programa detalhado do evento RESPIRAR PONTO - Viver em plenos pulmões em:  http://respirarponto.pt/agenda.html

“Doença Crónica: Um Desafio Social para o Século XXI”
Em Portugal, existem “manifestas desigualdades entre doentes crónicos no acesso e comparticipação de medicamentos”. Há...

Esta disparidade de critérios de acesso e comparticipação de medicamentos ajuda a fundamentar a necessidade de criar o Estatuto de Doente Crónico como forma de garantir a equidade no acesso aos cuidados de saúde.

Esta foi uma das principais conclusões saída da conferência “Doença Crónica: Um Desafio Social para o Século XXI”, promovida pela Plataforma Saúde em Diálogo e realizada a 25 de Outubro em Lisboa. Em debate estiveram questões relacionadas com o impacto da evolução demográfica nos cuidados de saúde. Quem cuida e quem irá cuidar de nós foram as questões-chave da iniciativa.

Os intervenientes na Conferência apontaram para a necessidade de criar um Estatuto do Cuidador Informal e do reconhecimento do papel das associações de doentes num país com “sobreutilização dos serviços de saúde e recursos humanos sem preparação adequada”, ainda incapaz de dar a resposta adequada aos portadores de doenças crónicas.

Aumentar a percentagem de população saudável e reduzir patologias evitáveis com a aposta na prevenção, além da promoção da literacia ligada à saúde, são outras conclusões desta conferência, que teve lugar no auditório da Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Os intervenientes consideraram “indispensável” a articulação entre os ministérios – designadamente o da Saúde e o do Trabalho e da Solidariedade – para partilha e articulação de informações relacionadas com as doenças e os serviços e circuitos do Serviço Nacional de Saúde.

De acordo com a Comissão Europeia, as doenças crónicas são a causa de 86% de todas as mortes na União Europeia.

A conferência contou com a participação, entre outros, do presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, professor Jorge Soares, da ex-ministra da Saúde Dr.ª Maria de Belém Roseira, de representantes de diversas Associações de Doentes, da presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, Dr.ª Rosário Zincke, do presidente da ANF, Dr. Paulo Cleto Duarte, e de deputados em representação dos grupos parlamentares do PSD, PS, CDS e PCP.

A Plataforma Saúde em Diálogo é uma IPSS constituída em 1988 que tem como associadas 43 instituições que representam associações de doentes, promotores e profissionais de saúde e de defesa dos consumidores.

Combater o desperdício
A criação de pontos de venda para produtos prestes a passar do prazo é uma das medidas propostas pela Comissão Nacional de...

A medida, que teria que ser apoiada "por um instrumento legislativo ou orientações", prevê que, dentro das lojas, os retalhistas criem espaços para vender produtos que estão próximos da data do fim de prazo, disse Eduardo Dinis numa conferência sobre sustentabilidade alimentar nas cidades na Universidade de Lisboa.

Eduardo Dinis disse que os retalhistas foram ouvidos no período de consulta pública da estratégia e mostraram disponibilidade para criarem espaços específicos para esses produtos serem vendidos mais baratos.

"Cada um, tratando-se de empresas com os seus mecanismos de gestão e logística próprios, terá que ver a melhor maneira de o fazer", referiu.

Há muitas variáveis a ter em conta, desde logo existirem "produtos em que estar perto do fim do prazo é mais crítico", mas a comissão entende que "era uma forma de tentar reduzir o desperdício.

O ponto de partida, em Portugal, são os 17% de produção anual que é desperdiçada, equivalente a cerca de um milhão de toneladas.

A definição do desperdício aplica-se a "alimentos em condições de serem consumidos que são inutilizados".

Apela-se na estratégia, que será anunciada pela tutela "em breve" à "responsabilidade partilhada do consumidor", que é o destinatário de "campanhas e formação" para alertar para formas de evitar o desperdício.

Prevenção é a primeira prioridade, mas, na escala para lidar com o desperdício, estão a doação, aproveitamento para animais, reciclagem e, no fim, a eliminação dos produtos.

Defende-se ainda que sejam revistas as orientações sobre segurança alimentar para incluir o aproveitamento de mais alimentos que podem ser consumidos.

"Temos o documento preparado, será entregue à tutela para, se assim o entender como estratégia nacional para Portugal neste aspeto", indicou Eduardo Dinis.

Presidente da República
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu hoje “ambição” na luta contra o cancro da mama, destacando que...

"Vejo ambição e atenção às vozes das doentes e das suas famílias", disse o chefe de Estado, na sessão de abertura da conferência "Tratamento de cancro de mama avançado", organizada pela Sociedade Europeia para a Oncologia Médica, em Lisboa.

Numa curta intervenção, de menos de dez minutos e lida em inglês, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Portugal "está no coração de uma profunda mudança em ciências e tecnologia" e lembrou a realização, em breve, de mais uma edição do Web Summit, na capital portuguesa.

"Sinto que Portugal é vosso parceiro num momento histórico de mudança", assinalou ainda o Presidente da República, dirigindo-se à plateia de centenas de pessoas que assistem à conferência que decorre entre hoje e sábado.

O desenvolvimento de diretrizes de consenso mundial para a gestão de doentes com cancro da mama avançado é o principal objetivo deste encontro.

Inspeção da Saúde
A Inspeção-geral das Atividades em Saúde vai começar este mês uma auditoria aos produtos alimentares vendidos nas máquinas...

Em comunicado, a Ordem anuncia que a Inspeção-geral das Atividades em Saúde (IGAS) vai fazer uma análise aos produtos vendidos nas 1.751 máquinas de venda automáticas que existem no Serviço Nacional de Saúde (SNS), no sentido de perceber se está a ser cumprida a legislação que limita os produtos prejudiciais à saúde.

Esta fiscalização tinha sido sugerida pela Ordem dos Nutricionistas, depois da legislação que veio impedir a venda de produtos mais prejudiciais à saúde nas máquinas automáticas do SNS, um diploma que entrou em vigorar em setembro do ano passado mas que na prática só surtiu efeitos em março deste ano.

Passaram a ser proibidos nas máquinas de venda dos serviços públicos de saúde alimentos com teores elevados de açúcar, sal e gorduras trans.

Para a Ordem dos Nutricionistas, “esta inspeção é essencial para verificar se existe, de facto, uma melhoria na oferta de opções alimentares, visando a promoção de escolhas saudáveis”.

Em julho, a associação de defesa do consumidor Deco divulgou um estudo em que concluiu que mais de metade das 61 máquinas de venda automática de hospitais e centros de saúde analisadas continham alimentos proibidos por lei.

Greenpeace
Uma pesquisa divulgada pela organização não-governamental Greenpeace indicou que 36% dos 12 alimentos mais consumidos no Brasil...

O levantamento, denominado "Segura este abacaxi! - os agrotóxicos que vão parar na sua mesa", destacou a presença de agrotóxicos não permitidos para a produção dos alimentos e em quantidade ou acima do limite máximo permitido pela lei brasileira.

A análise também encontrou um agrotóxico proibido no país.

Segundo a pesquisa, 60% das amostras testadas continham resíduos de agrotóxicos e diversos alimentos testados apresentaram resíduos de mais de um tipo de agrotóxico.

O Greenpeace testou dois tipos de arroz, dois tipos de feijão, dois tipos de banana, mamão, tomate, couve, pimentão verde, laranja e café, que estão diariamente presentes na mesa dos brasileiros.

A organização internacional fez o levantamento como forma de expor e questionar o modelo agrícola brasileiro.

"O uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM), a expansão da agropecuária sobre as florestas nativas, o uso intensivo de agrotóxicos e os impactos socioambientais e climáticos advindos do nosso sistema produtivo têm comprometido o futuro da nossa alimentação e da resiliência do planeta", salienta o relatório.

"Para além da saúde humana, o uso de agrotóxicos tem graves consequências para o meio ambiente. Os pesticidas impactam o solo, a água, a flora e a fauna ao redor das plantações, e comummente atingem áreas muito além de onde foram aplicados", completou.

A especialista em Toxicologia Aplicada à Vigilância Sanitária Karen Friedrich ressaltou no relatório do Greenpeace que "a ausência de dados abrangentes e frequentes de monitoramento é um fator que privilegia o modelo hegemónico de produção agrícola, ajudando a ocultar os prejuízos para a saúde das pessoas e para a biodiversidade."

Para o Greenpeace, o modelo agrícola predominante no Brasil é altamente impactante e insustentável. Produz muito mais ‘commodities’ (produtos agrícolas voltados para exportação, como soja e milho) do que comida de qualidade.

Nas conclusões, a ONG destaca iniciativas de parlamentares ligados ao agronegócio brasileiro, principalmente a um projeto de Lei conhecido como Pacote do Veneno, que pode causar um verdadeiro desmantelamento da atual lei de agrotóxicos.

"Boa parte desse conteúdo ainda pode ser acelerado e virar uma Medida Provisória (MP) prometida pelo Governo [do Presidente Michel Temer] à bancada ruralista em troca de apoio parlamentar. A MP dos Agrotóxicos já foi noticiada e pode ser publicada a qualquer momento", conclui o Greenpeace.

A pesquisa foi feita com alimentos comprados entre os dias 11, 12 e 13 de setembro de 2017, em Brasília e São Paulo.

No total, foram enviados para análise 113 quilos de alimentos divididos em 50 amostras, tendo os testes sido realizados pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas (LRP) do Instituto Biológico de São Paulo.

Clima
Organizações de 28 países, incluindo Portugal, lançam hoje uma campanha para acelerar o fim do uso do carvão na produção de...

A iniciativa "A Europa após o carvão" (Europe Beyond Coal), divulgada em Portugal pela Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, pretende combater o agravamento dos impactos das alterações climáticas e da poluição do ar e é apresentada como "uma enorme campanha coletiva para acelerar a retirada do uso de carvão na produção de eletricidade em toda a Europa e promover a energia renovável limpa".

Sublinhando a urgência da mudança, as organizações referem que a análise recente do impacto na saúde divulgada pela campanha mostra que, em 2015, "o conjunto das centrais a carvão na União Europeia foi responsável por aproximadamente 19.500 mortes prematuras e 10.000 casos de bronquite crónica em adultos".

Também salientam que "os custos para a saúde associados ao uso do carvão são igualmente surpreendentes, ascendendo até 54 mil milhões de euros".

Está a ser preparada uma situação que permita que "a Europa esteja livre do carvão até 2030, e a sociedade civil está a trabalhar em conjunto para que isso aconteça e aconteça mais cedo", segundo a diretora da campanha "Europe Beyond Coal", Kathrin Gutmann, citada pela Zero.

"Para que as nações cumpram os seus compromissos ao abrigo do acordo climático de Paris e protejam o bem-estar de seus cidadãos, as centrais térmicas a carvão precisam de ser encerradas muito mais rápido do que está a acontecer. Uma central a carvão em qualquer país é uma responsabilidade para toda a Europa e para o nosso planeta como um todo", acrescenta.

A coligação de organizações apela aos governos, cidades, empresas, bancos e investidores para que definam os seus planos para terminar o uso de carvão antes da reunião da ONU para o clima em 2018 (COP24), que será em Katowice, na Polónia.

A reunião climática da ONU deste ano, a COP23, que começa em Bona, na Alemanha, na segunda-feira, "é uma excelente oportunidade para compromissos adicionais e ambiciosos para eliminar o uso do carvão", defendem.

Desde 2016, as organizações da coligação "Europa após o carvão" ajudaram a retirar 16 centrais a carvão em toda a Europa e, "de acordo com os governos, há 39 centrais com encerramento previsto na Holanda, Reino Unido, Finlândia, França, Portugal e Itália", o que devia acontecer até 2030, "o mais tardar".

A campanha está tentar acelerar o encerramento das restantes 293 centrais da Europa.

No sábado, passa um ano da entrada em vigor do Acordo de Paris, conseguido em dezembro de 2015 e assinado por vários países a 04 de novembro de 2016, com o objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa de modo a limitar a subida da temperatura média do planeta a 2º Celsius, ou 1,5ºC.

Web Summit
O Programa Integrado Para o Autismo, que tem apostado na criação de aplicações eletrónicas para o acompanhamento de crianças,...

Recentemente, o Programa Integrado Para o Autismo (PIPA) criou uma vertente "APPS", que assenta em três aplicações de formato eletrónico para promoção da estimulação de competências neurocognitivas e linguísticas que estão em défice na criança com perturbações do neurodesenvolvimento.

Trata-se de jogos criados com o objetivo de estimular a aquisição da linguagem e da numeracia.

João tem quatro anos e há cerca de dois que está a ser acompanhado pelo PIPA. Atualmente, nas suas sessões, recorre a estas aplicações. Agora tem autismo de grau ligeiro, mas quando ali chegou estava no grau moderado.

"Este acompanhamento tem sido uma grande ajuda, noto uma enorme evolução", constata a mãe Susana.

Durante a sessão, o técnico Nuno mostra-lhe no iPad as aplicações disponíveis e João entusiasma-se a cada exercício, ora no encaixe das frutas, ora na identificação dos números e das cores.

Os jogos foram construídos por uma equipa de especialistas na área da saúde, nomeadamente da psicologia do desenvolvimento, da terapia da fala e do ‘design’.

Cláudia Bandeira Lima é a coordenadora do PIPA e explicou que a ideia de se criarem aplicações eletrónicas surgiu depois de se aperceberem que as crianças tinham uma maior facilidade de aprendizagem através de uma plataforma eletrónica.

"Já que adaptamos tantos materiais lúdicos para trabalhar com as crianças no dia a dia, porque não criar jogos numa plataforma digital e, de facto, tem sido um enorme sucesso estas aplicações. Já temos mais de 8.000 ‘downloads' e estamos muito satisfeitos com a recetividade quer dos pais, quer das crianças que têm uma intuição fácil para este tipo de aprendizagem", esclareceu.

Mais de 60 crianças são acompanhadas anualmente pelo PIPA e, em Portugal, segundo a especialista uma em cada 68 crianças sofre de autismo, uma doença merece cada vez mais atenção.

A presença na Web Summit é, segundo Cláudia Lima, uma "oportunidade muito interessante", por conciliar a vertente clínica com a de tecnologia.

"Faz imenso sentido. Estamos a avançar na tecnologia a olhos vistos e estas crianças têm, na maioria das vezes, uma aptidão especial para a área tecnológica", disse.

Contactos e visibilidade são os objetivos do PIPA APPS, mas o mais importante, sublinhou Cláudia Lima, seria encontrar investidores que apostassem em tecnologia na área do diagnóstico precoce.

"Uma das grandes dificuldades nesta problemática do autismo é conseguirmos identificá-lo numa idade muito precoce, nos dois primeiros anos de vida, e não há nada que nos dê essa identificação e, portanto, seria muito interessante conseguirmos ter uma aplicação que permitisse esse diagnóstico", sustentou.

Segundo Cláudia Lima, conhecimento, experiência e confiança no resultado não faltam, resta agora encontrar quem queira financiar novas aplicações, nomeadamente no formato de diagnóstico precoce e elevar Portugal na área do autismo, com ferramentas de desenvolvimento já existentes, por exemplo, nos Estados Unidos.

Autoridades de saúde
As autoridades de saúde contam com os médicos nos centros de saúde e hospitais para informarem os doentes da importância da...

Ainda assim, e segundo a diretora-geral da Saúde, cerca de meio milhão de pessoas já se vacinaram contra a gripe nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Graça Freitas falava aos jornalistas durante uma iniciativa de promoção da vacinação contra a gripe que decorreu no Centro de Saúde de Moscavide, em Loures, onde o secretário de Estado da Saúde recebeu esta vacina.

Segundo a diretora-geral da Saúde, a vacinação no SNS está a correr a bom ritmo, sendo este menos célere nas farmácias de oficina, o que a especialista explica com o tempo ainda quente e que faz com que “as pessoas não pensem na gripe”.

Por esta razão, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS) têm estado a trabalhar no sentido de levar os médicos a investirem muito diretamente com os cidadãos, promovendo a vacinação.

Rosa Valente de Matos, presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, presente na iniciativa, há algum tempo que os médicos dos centros de saúde e dos hospitais têm estado a ser informados no sentido de promoverem a vacinação junto dos seus utentes.

“Os médicos nos centros de saúde e nos hospitais têm um papel fundamental” na promoção da vacinação contra a gripe.

Os dados do “Vacinómetro”, que monitoriza a vacinação contra a gripe em grupos prioritários da época gripal, divulgados a 18 de outubro indicavam que mais de 560 mil portugueses com 65 ou mais anos já se tinham vacinado contra a gripe desde o início desse mês, uma taxa de vacinação inferior ao registado no mesmo período do ano passado.

Esta diminuição pode ser “explicada pelas condições ambientais, com temperaturas mais elevadas que têm sido registadas neste outono”, refere o comunicado que divulga os primeiros dados do “Vacinómetro”, que permite monitorizar em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela DGS

A vacina contra a gripe é “fortemente recomendada” para grupos como pessoas com idades acima dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos a partir dos seis meses, grávidas e profissionais de saúde ou prestadores de cuidados em lares de idoso. Recomenda-se também a pessoas com idade entre os 60 e os 64 anos.

Secretário de Estado da Saúde
O governo desistiu da intenção de aplicar uma contribuição extraordinária às empresas de dispositivos médicos, através da qual...

Manuel Delgado falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa sobre vacinação contra a gripe, que decorreu no Centro de Saúde de Moscavide, tendo anunciado que esta taxa já não constará do Orçamento do Estado para 2018.

Segundo a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018, entregue no passado dia 13 de outubro pelo Governo na Assembleia da República, as empresas de dispositivos médicos iam passar a pagar uma contribuição extraordinária, entre os 2,5% e os 7,5%, consoante o preço dos produtos.

O objetivo era “garantir a sustentabilidade do SNS” e, de acordo com a proposta, a medida iria proporcionar uma receita de 24 milhões de euros.

O secretário de Estado da Saúde disse que a medida já não irá ser concretizada e que o Governo encontrou outros mecanismos para “evitar o excesso de utilização e abuso dos meios de diagnóstico e terapêutica”.

“Era uma das soluções possíveis, mas depois, na ponta final das avaliações, foi considerada inapropriada no contexto nacional”, disse.

Três dias após o Governo entregar a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2018, a Associação Portuguesa de Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) avisou que uma contribuição extraordinária de 2,5% a 7,5% iria levar ao corte do fornecimento de dispositivos médicos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), entre outras consequências.

Além do “encerramento de algumas empresas do setor”, o “novo imposto” terá como consequência a “descontinuação de um grande número de produtos”, advertiram na altura.

É a segunda vez que este governo tenta aplicar uma contribuição extraordinária às empresas de dispositivos médicos. Na proposta de lei do Orçamento do Estado para 2017 chegou a estar inscrita uma taxa desta natureza, com a qual o Executivo deveria arrecadar 35 milhões de euros, mas dias depois a intenção deixou de estar inscrita na proposta.

Suplementação: sim ou não?
De acordo com estudos recentes, e apesar de Portugal ser um dos países europeus com mais sol, os por

A vitamina D, também conhecida como a vitamina do Sol, é um nutriente que se insere dentro do grupo das vitaminas lipossolúveis (ou seja, que é absorvida juntamente com os lípidos) de grande importância para o nosso organismo, na medida em que colabora em inúmeras funções.

Ao contrário de outras vitaminas, que podemos obter através da alimentação, a vitamina D é produzida na pele quando exposta à radiação ultravioleta.

Deste modo, a exposição solar é fundamental para garantir os níveis adequados de vitamina D no organismo. “Uma vez no sangue, esta vitamina é convertida numa hormona chamada calcitriol que tem recetores em todas as células no organismo. Uma das funções mais importantes do calcitriol é garantir a absorção de cálcio a nível intestinal”, começa por explica Inês Veiga, farmacêutica.

Estudos recentes mostram, no entanto, que a população portuguesa apresenta baixos níveis deste nutriente ainda que Portugal seja dos países que mais sol tem, durante todo o ano.

As mudanças no estilo que vida, que temos vindo a assistir nas últimas décadas, são a principal causa apontada. “Não apanhamos sol suficiente. A exposição solar no verão apenas é diária durante o período de férias e quase sempre com proteção solar, de acordo com as recomendações dos dermatologistas”, afirma frisando que o problema não é a utilização de protetores, mas a falta de exposição solar de uma forma regular.

“Devíamos expor-nos ao sol 15 minutos diariamente, 7 dias por semana, 12 meses por ano”, revela.

“Se há milhares de anos éramos seres da natureza, hoje estamos enfiados em apartamentos, escolas, centro comerciais e escritórios”, acrescenta.

Por outro lado, a “culpa”, diz-se, é também do envelhecimento da população. “A pele de pessoas com mais de 60 anos produz 25% da quantidade de vitamina D produzida por uma pessoa de 20 anos”, esclarece a especialista.

Ainda que assintomática, a deficiência em vitamina D é uma situação que progride silenciosamente, contribuindo para um aumento do risco de patologias como a diabetes, doenças cardiovasculares ou infecciosas e cancro, para além da osteoporose.

Apenas quando “os níveis plasmáticos de vitamina D são muito baixos, podem surgir dores e fraqueza muscular”.

Para contrariar a tendência, muitos são os que recomendam a suplementação como forma de prevenir uma potencial deficiência neste nutriente.

“Assim que termina a época de exposição solar, toda a população deveria considerar a suplementação com vitamina D”, afirma Inês Veiga. Sobretudo, os grupos mais vulneráveis: idosos, grávidas, crianças e “pessoas que trabalham todo o dia num espaço fechado”.

“Os suplementos são uma forma de compensar uma baixa ingestão de nutrientes ou uma necessidade metabólica aumentada”, explica a fermacêutica referindo que, neste caso, a suplementação em vitamina D é uma forma de compensar a baixa exposição solar.

O valor de referência deste nutriente são 200 UI, no entanto, de acordo com os dados recentemente divulgados, esta dose tem-se revelado insuficiente para preveniro desenvolvimento de deficiência na população portuguesa. “Numa perspectiva de prevenção, 1500 UI parece ser uma dose adequada para garantir a manutenção de níveis saudáveis e evitar o desenvolvimento de deficiência”, admite Inês Veiga acrescentando que, a título de exemplo, uma hora de exposição solar no verão “permite produzir 10000 UI de vitamina D”.

No entanto, tal como explica a farmacêutica, em situações em que é detetada um deficiência grave, pode ser necessário recorrer a doses mais elevadas “durante um mês” ou durante o tempo necessário para que os níveis plasmáticos de vitamina D normalizem.

Com um baixo risco de toxicidade, a suplementação surge assim como uma forma segura de garantir níveis saudáveis deste nutriente. No entanto, a especialista aconselha a que siga sempre as recomendações do seu médico ou farmacêutico.


Os suplementos de vitamina D estão disponíveis em cápsulas, gotas ou saquetas 

Atualmente, existem no mercado várias opções de suplementos com vitamina D, daí que seja importante, para além da questão da dose, ter em consideração outros fatores:

- a forma da vitamina D: “A vitamina D3 (colecalciferol) tem maior atividade do que a vitamina D2 (ergosterol) de origem vegetal, geralmente procurada pelos vegetarianos e vegans”, explica Inês Viega;

- a origem da vitamina D3: De acordo com a farmacêutica, devemos procurar uma forma natural de vitamina D, “idealmente obtida a partir da lanolina (gordura da lã de ovelha), uma vez que é a melhor fonte orgânica de vitamina D”;

- dissolução: “Tendo em conta que a vitamina D é lipossolúvel, depende de gordura para ser absorvida, o ideal é optar por um suplemento que dissolva a vitamina D3 numa gordura saudável, como o azeite”, refere.

Por outro lado, há que ter em atenção a sua forma de apresentação, sendo que no mercado existem suplementos em forma de cápsulas, gotas ou saquetas. “É fundamental que o consumidor esteja informado sobre as vantagens e desvantagens associadas a cada tipo de apresentação para facilitar a decisão na hora da escolha”, afiança Inês Veiga.

“As saquetas ou gotas, por norma, contêm aditivos, açúcar, aromas e/ou edulcorantes na sua composição para garantir que o sabor não é desagradável. Estas substâncias devem ser evitadas sempre que possível, pelo que as cápsulas podem ser uma boa alternativa. Outra vantagem das cápsulas é o facto de garantirem que a pessoas ingere sempre a mesma dose, o que nem sempre se verifica com as gotas”, explica a especialista.

No dia em que se assinala o Dia Mundial da Vitamina D, Inês Veiga reforça a ideia que a deficiência em vitamina D pode ser prevenida. “Somos responsáveis pela nossa saúde. A prevenção com suplementos é fácil e segura, por isso podemos travar este problema agora mesmo. O dia 2 de novembro pode passar a ser, anualmente, o dia para iniciar a suplementação com vitamina D!”, conclui. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
António Damásio
O neurocientista António Damásio advertiu que “se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”.

O neurocientista português falava no lançamento do seu novo livro “A Estranha Ordem das Coisas”, que decorreu em Lisboa, na escola secundária António Damásio, e defendeu perante um auditório cheio que é preciso educarmo-nos para contrariar os nossos instintos mais básicos, que nos impelem a pensar primeiro na nossa sobrevivência.

"O que eu quero é proteger-me a mim, aos meus e à minha família. E os outros que se tramem. [...] É preciso suplantar uma biologia muito forte", disse, associando este comportamento a situações como as que têm levado a um discurso anti-imigração e à ascensão de partidos neonazis de nacionalismo xenófobo, como os casos recentes da Alemanha e da Áustria.

Para António Damásio a forma de combater estes fenómenos "é educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros".

A Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, foi o sítio escolhido pelo neurocientista português para lançar em Portugal a sua nova obra, que volta a falar da importância dos sentimentos, como a dor, o sofrimento ou o prazer antecipado.

“Este livro é uma continuação de “O Erro de Descartes”, 22 anos mais tarde. Em “O Erro de Descartes” havia uma série de direções que apontavam para este novo livro, mas não tinha dados para o suportar”, explicou António Damásio, referindo-se ao famoso livro que, nos finais da década de 90, veio demonstrar como a ausência de emoções pode prejudicar a racionalidade.

O autor referiu que aquilo que fomos sentindo ao longo de séculos fez de nós o que somos hoje, ou seja, os sentimentos definiram a nossa cultura.

António Damásio disse que o que distingue os seres humanos dos restantes animais é a cultura: “Depois da linguagem verbal, há qualquer coisa muito maior que é a grande epopeia cultural que estamos a construir há cem mil anos”.

O neurocientista acredita que o sentimento – que trata como “o elefante que está no meio da sala e de quem ninguém fala” - tem um papel único no aparecimento das culturas.

“Os grande motivadores das culturas atuais foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento, que levaram as pessoas a ter que fazer alguma coisa que cancelasse a dor e o sofrimento”, explicou António Damásio.

“Os sentimentos, aquilo que sentimos, são o resultado de ver uma pessoa que se ama, ou ouvir uma peça musical ou ter um magnífico repasto num restaurante. Todas essas coisas nos provocam emoções e sentimentos. Essa vida emocional e sentimental que temos como pano de fundo da nossa vida são as provocadoras da nossa cultura”.

No novo livro o autor desce ao nível da célula para explicar que até os micro-organismos mais básicos se organizam para sobreviverem.

Perante uma plateia com centenas de alunos, o investigador lembrou que as bactérias não têm sistema nervoso nem mente mas “sabem que uma outra bactéria é prima, irmã ou que não faz parte da família".

Perante uma ameaça, como um antibiótico, “as bactérias têm de trabalhar solidariamente”, explicou, acrescentando que, se a maioria das bactérias trabalha em prol do mesmo fim, também há bactérias que não trabalham.

“Quando as bactérias (trabalhadoras) se apercebem que há bactérias vira-casaca, viram-lhes as costas”, concluiu o neurocientista, sublinhando que estas reações são ao nível de algo que possui “uma só célula, não tem mente e não tem uma intenção”, ou seja, "nada disto tem a ver com consciência".

E é perante esta evidência que o investigador conclui que “há uma coleção de comportamentos – de conflito ou de cooperação – que é a base fundamental e estrutural de vida”.

Durante o lançamento do livro, o investigador usou o exemplo da Catalunha para criticar quem defende que o problema é uma abordagem emocional e não racional: “O problema é ter mais emoções negativas do que positivas, não é ter emoções”.

Serviço de Nutrição e Atividade Física
Começou no passado dia 26 de Setembro de 2017 mais uma edição do Programa “Peso Saudável”, o primeiro programa integrado de...

“Conhecimento, motivação e psicologia comportamental” são os segredos para emagrecer que o médico José Luis Themudo Barata, diretor do Serviço de Nutrição e Atividade Física (SNAF) e mentor do “Peso Saudável” professa e implementa neste programa de características inéditas em meio hospitalar, baseado essencialmente na chamada "medicina do estilo de vida".

Para além de incutir novos hábitos de alimentação e de atividade física, o programa pode também ter como terapia coadjuvante a intervenção psicológica, e caso se justifique recorrer à cirurgia da obesidade (banda gástrica), para a qual existe protocolo com outras unidades de saúde. Ao  longo de cada programa o utente é acompanhado por uma equipa multidisciplinar, constituída por um médico, nutricionistas, um psicólogo e também um professor de educação física, este último afeto ao Gabinete de Desporto da Câmara Municipal da Covilhã, e cuja participação no programa é feita através de um protocolo de colaboração entre as duas instituições.

Nas duas últimas edições deste programa, referentes ao 1º semestre de 2017, os resultados apresentados revelam e consubstanciam novamente o sucesso do mesmo, com 61,1% dos participantes a pertencer ao sexo feminino e 38,9% ao sexo masculino, numa faixa etária que varia entre os 19 e os 69 anos e com uma média, em termos de peso perdido de 3,5kg nos homens e 4,6kg nas mulheres e com uma perda em termos de massa gorda de 1,8% e 2,5% respetivamente.

Recorde-se que cada programa "Peso Saudável" tem a duração de 3 meses (13 a 15 sessões semanais estando previstas para 2018 sessões mensais de índole temática complementar ao programa), sendo composto por consultas individuais de medicina, nutrição e psicologia, necessárias ao acompanhamento individual e personalizado de cada utente, mas também sessões de grupo, uma atividade em que os utentes recebem formação ao nível dos vários temas referentes ao processo de emagrecimento, tais como stress, planeamento alimentar, aprendizagem de controlo do processo de compra alimentar e gestão do tempo, etc. Acrescem a estas, sessões de atividade física que têm lugar no Complexo Desportivo da Covilhã, todas as segundas, quartas e sextas-feiras entre as 18h00 e as 19h15. Relativamente a estas, ao longo do primeiro semestre de 2017 verificou-se ainda um incremento no número de presenças, contabilizando-se assim um total de 716 nas sessões de atividade física, o que revela a adesão e importância que estas têm para os utentes.

A edição em curso tem fim previsto para 12 de Dezembro, estando já abertas inscrições para a próxima edição a iniciar na primeira semana de Janeiro de 2018, sendo que muitas dessas inscrições correspondem a encaminhamentos de diversas especialidades médicas, seja por parte de médicos do Centro Hospitalar Cova da Beira, bem como de médicos dos Centros de Saúde.

Secretário de Estado da Energia
A concessão da exploração da água das termas das Caldas da Rainha à Câmara foi hoje aprovada pelo secretário de Estado da...

A concessão da água mineral denominada de “Caldas da Rainha”, no distrito de Leiria, ao município das Caldas da Rainha foi assinada, segundo uma nota da Secretaria de Estado da Energia, por um prazo de 50 anos que, por despacho ministerial, pode ser prorrogado “por um prazo não superior a 20 anos”.

O contrato estabelece que o município se obriga a realizar as avaliações do Novo Balneário e do Hospital Termal, “com o objetivo de o adaptar para poder funcionar transitoriamente em condições higiene-sanitárias no prazo de seis meses”, a partir da data da assinatura do contrato.

Além disso a autarquia terá de propor à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), no prazo de 60 meses, um projeto de preservação e eventual classificação do antigo Hospital Termal, de forma a “preservar o edifício, a par das antigas nascentes termais que se localizam nas caves do edifício”.

Para a secretaria de Estado, trata-se da “reativação de um projeto emblemático e fundamental do ponto de vista económico para a região”.

O Hospital Termal Rainha D. Leonor foi o primeiro hospital termal do mundo, que esteve na origem da cidade das Caldas da Rainha e que se encontrava desativado desde 2013, devido ao surgimento da bactéria ‘legionella’ nas águas.

A autarquia, que desde o final de 2015 detém a exploração do património termal, tem em curso um projeto de substituição das canalizações que levam a água das nascentes até ao hospital.

A estimativa é de reabertura no próximo ano.

Com esta aprovação o secretário de Estado da Energia já aprovou 18 contratos de concessão mineira e 12 contratos de concessão de águas minerais naturais.

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