Assiduidade
Todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde passaram a ser obrigados, desde segunda-feira, a usar um sistema de registo...

O sistema que passou a ser obrigatório para todos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) deve permitir apurar o número de horas de trabalho por dia ou por semana e deve estar preparado para permitir o registo de todo o trabalho desenvolvido, incluindo o extraordinário ou suplementar.

Segundo o despacho do Governo publicado em outubro, “o conhecimento em tempo real das competências e perfil dos recursos humanos escalados no SNS, em cada momento, pode permitir nova abordagem na gestão, por exemplo, das urgências metropolitanas do Porto e Lisboa”.

Todos os serviços e estabelecimentos de saúde do SNS devem ter desenvolvido o trabalho necessário para que, no dia 1 de janeiro de 2018, estejam aptos a transmitir a informação registada no sistema biométrico para o sistema de recursos humanos e vencimentos.

Já a partir do dia 1 de abril de 2018, deve ser integrada no sistema de recursos humanos e vencimentos a identificação dos trabalhadores de serviço em cada dia e horário, em serviço de urgência e em atividades programadas, usualmente designadas por escalas.

Fumadores
O consumo de tabaco em locais ao ar livre como campos de férias é proibido desde ontem, com a entrada em vigor de uma lei...

A nova lei foi aprovada pelo parlamento em junho passado e decorre de uma proposta do Governo, que os deputados modificaram. Com a entrada em vigor no primeiro dia do ano será proibido fumar em locais para menores, ainda que ao ar livre, como campos de férias ou parques infantis.

E desde a mesma data é também proibido o uso de produtos equiparados a cigarros em locais públicos fechados, porque a legislação equipara aos cigarros tradicionais os cigarros eletrónicos ou novos produtos que produzem aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis, ou mesmo tabaco de mascar ou inalar.

Com a ausência de legislação, até agora qualquer pessoa podia fumar um cigarro eletrónico ou de tabaco aquecido num hospital ou numa sala de aulas, e essa equiparação é um dos aspetos aplaudidos pela Confederação Portuguesa para a Prevenção do Tabagismo.

“A equivalência dos novos produtos ao tabaco em geral era uma das nossas preocupações. Isso [a equiparação] é uma conquista”, disse o presidente da Confederação, Emanuel Esteves.

Mas, acrescentou, a lei é demasiado tímida e pouco ambiciosa. Podia “ir-se mais longe na política de preços” e “recuou-se” na proposta inicial do Governo de se proibir fumar nas imediações de locais como escolas e hospitais. “Devia haver uma área de proteção, para evitar que o fumo entre para os estabelecimentos e por uma questão de dar o exemplo”, disse.

Ainda nas palavras de Emanuel Esteves, se é positiva a comparticipação de medicamentos para deixar de fumar, prevista na nova lei, é negativo que se continue a fumar em determinados espaços fechados, ainda que em alguns períodos do dia, porque “devia ser proibido fumar em todos os locais de reunião”.

Emanuel Esteves, médico, alerta ainda para os novos produtos de tabaco, um deles o chamado tabaco aquecido que é vendido em Portugal desde 2015 pela Tabaqueira, da multinacional Philip Morris, apresentado pela empresa como contendo menos 90% a 95% de produtos nocivos.

Questionada sobre a nova lei, fonte oficial da Tabaqueira disse que a lei que entrou em vigor ontem deu “passos tímidos” para reconhecer que os portugueses fumadores merecem ser informados sobre alternativas que apresentam menos riscos.

“É fundamental que os cerca de dois milhões de adultos que, entre nós, continuam a fumar saibam que da Alemanha aos Estados Unidos, que da Rússia ao Reino Unido, houve já instituições científicas independentes e credíveis a levarem a cabo uma avaliação substancial dos novos produtos de tabaco e nicotina sem combustão, como o de tabaco aquecido” (o chamado IQOS/HEETS, disse a fonte, acrescentando: “Todos os resultados até agora divulgados apontam para que estes novos produtos, não sendo inócuos, são melhores escolhas que os cigarros”.

A Tabaqueira refere-se a estudos de entidades como o Instituto Federal de Avaliação de Risco da Alemanha, que indica que o tabaco aquecido pode comportar menos riscos para a saúde dos fumadores, ou outro, deste mês, do Comité de Toxicologia do Reino Unido (independente e que aconselha o Governo), segundo o qual o tabaco que é aquecido e não queimado é menos prejudicial.

Num relatório para o Governo britânico, o painel de especialistas disse que as pessoas que utilizam esse novo produto foram expostas a entre 50% e 90% menos produtos químicos nocivos, em comparação com os cigarros tradicionais, embora ainda produza compostos potencialmente prejudiciais.

“Uma coisa é ser menos agressivo, outra é ser inofensivo”, alerta a propósito Emanuel Esteves, que teme que se deturpe a “eventual (porque ainda não provada) menos agressividade” e que se fique com a ideia de que se pode fumar esse produto.

E avisou: “Tem de haver cuidado em marcar claramente aquilo que é menos prejudicial e o que é inofensivo. Haver redução das substâncias cancerígenas não é eliminação dessas substâncias”.

Enquanto a multinacional que vende o tabaco aquecido procura agora nos Estados Unidos que o produto seja anunciado como menos nocivo, a fonte da empresa em Portugal frisa que é essencial que a lei diferencie produtos em função do risco e permita que essa informação chegue aos fumadores de forma clara, fazendo-se “menção ao risco reduzido”.

Aliás, diz ainda, Portugal com esta nova lei “não revelou a mesma abertura” de outros países “em abraçar e encorajar a inovação e a ciência ao serviço da redução do risco em tabaco”.

Ainda que assim seja, contrapõe Emanuel Esteves, esses produtos continuam a ter nicotina, por si só um “agente de perturbações ao nível do sistema nervoso central e cardiovascular”. E conclui: “é como escolher cair de um 100.º andar ou de um 10.º”.

A lei é desde ontem um pouco mais restritiva, Emanuel Esteves reconhece-o, mas diz que Portugal devia dar passos maiores.

Afirmando que “há um clima social favorável” e que se podia ter ido mais longe, Emanuel Esteves deixa uma dúvida. Ou uma acusação. “A ideia que temos é que há interesses comerciais que podem dificultar o agilizar de mais medidas”.

‘Medical Device Interoperability’
Investigadores portugueses estão a participar num projeto internacional que visa melhorar a segurança dos dispositivos médicos,...

“O grande objetivo do projeto ‘Medical Device Interoperability’ é transformar a forma como os dispositivos médicos são desenhados, testados, comprados e usados, reduzindo o número de erros médicos e, de certa forma, salvando vidas”, explicaram o professor José Creissac e o investigador Paolo Masci, do Laboratório de Software Confiável (HASLab), polo na Universidade do Minho do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).

Em declarações, os responsáveis pela colaboração portuguesa nesta iniciativa indicaram que, atualmente, os profissionais de saúde e os próprios pacientes confiam, "mais do que nunca", nas interações "rápidas e seguras" entre os diferentes dispositivos médicos, como bombas de injeção, monitores cardíacos e dispositivos para a diabetes.

"É, por isso, importante que esses dispositivos comuniquem e operem de forma confiável em conjunto", reforçaram os investigadores, que, segundo contaram, formam a única equipa em Portugal a trabalhar nesta área.

Deste projeto, coordenado pela Food and Drug Administration (FDA), a agência norte-americana responsável pelo controlo de produtos para consumo alimentar, das drogas e dos dispositivos médicos, resultará uma norma que, após aprovação, servirá de referência para os regulamentos a definir nos Estados Unidos e, provavelmente, na Europa, incluindo Portugal.

Segundo os investigadores, os erros na capacidade de um sistema interagir e comunicar com outro (erros de interoperabilidade), podem originar falhas de comunicação, impedindo um dispositivo de reagir adequadamente a um alarme originado por outro.

Além disso, as diferenças nas unidades de medidas de cada dispositivo podem originar discrepâncias no desempenho dos vários dispositivos.

Um estudo da FDA, com a colaboração do INESC TEC e com dados entre 2012 e 2015, concluiu que 12% das ordens de recolha de dispositivos médicos deviam-se a problemas de ‘software', muitos dos quais detetados através da interação entre os enfermeiros e a máquina, disseram os responsáveis.

Em 2% dos casos, esses dispositivos podiam levar os profissionais de saúde a tomar decisões que colocavam em risco a vida dos pacientes, contaram os investigadores, acrescentando que, para esse estudo, foram analisadas 7.700 ordens de recolha de dispositivos.

Assim, uma das preocupações do projeto é assegurar que os designers e fabricantes desses aparelhos produzam e forneçam informação sobre o respetivo desempenho, funcionamento e características, para que aqueles que o usem possam fazê-lo com segurança, referiram.

A falta desta informação, continuaram, pode levar ao uso inadequado da interface do dispositivo e, com isso, resultar num "mau funcionamento", originando ferimentos no paciente ao qual está ligado ou, até mesmo, a morte.

Os dados desta colaboração com a FDA estão a servir de base para outras parcerias na Europa, como é o caso de um acordo que o INESC TEC pretende firmar com uma empresa italiana, ajudando-a a criar material de treino para um dispositivo prestes a ser colocado no mercado, bem como a desenhar a interface de um novo equipamento a produzir em 2018.

Alimentação saudável
O Governo quer retirar os saleiros das mesas dos restaurantes, estender a todos os organismos do Estado as restrições de venda...

De acordo com a Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS), hoje publicada em Diário da República, pretende-se também incentivar as empresas do setor agroalimentar a reduzir o tamanho das porções dos alimentos e bebidas pré-embalados.

Entre outras medidas propostas pelo grupo de trabalho criado em 2016 para elaborar esta estratégia estão igualmente a existência de dispensadores de água gratuitos ou a distribuição de água nos serviços e organismos da administração direta e indireta do Estado, promovendo o seu consumo.

É ainda proposto o alargamento das orientações já existentes para a oferta alimentar em meio escolar e provenientes do Ministério da Educação a todos os níveis de ensino, nomeadamente ao ensino superior, e das orientações para os refeitórios escolares relativas ao sal iodado a outras cantinas/refeitórios, além das escolas.

A EIPAS prevê igualmente que se alarguem as políticas de limitação do volume e oferta dos pacotes de açúcar individuais à totalidade dos agentes económicos responsáveis pela refinação e distribuição do açúcar e que se incentive o setor da restauração a evitar a disponibilização de bebidas açucaradas na modalidade «free refill» (livre enchimento).

“Verifica-se ainda uma significativa disponibilidade de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, sal adicionado e gorduras. A evidência científica demonstra que o elevado consumo de açúcar está relacionado com a prevalência de doenças crónicas como a obesidade e a diabetes, estando por seu lado o consumo excessivo de sal associado à hipertensão arterial e à doença cerebrovascular”, lê-se no diploma.

No texto hoje publicado em DR, as autoridades sublinham ainda que “os estudos científicos demonstram também que a prevalência destas doenças é muito elevada na população portuguesa, sendo que cerca de 1 em cada 4 portugueses possui hipertensão arterial e 1 em cada 10, diabetes”.

“Atualmente, e em Portugal, os hábitos alimentares inadequados são o fator de risco que mais contribui para o total de anos de vida saudável perdidos pela população portuguesa (15,8%) e um determinante importante da doença crónica, representando mais de 86% da carga de doença no nosso sistema de saúde”, refere o documento.

A EIPAS, dividida em quatro eixos principais e que envolve ministérios como o da Saúde, Agricultura, Mar, Administração Interna, Educação, Economia e Finanças, propõe igualmente que nos eventos públicos organizados pelos serviços e organismos da administração direta e indireta do Estado exista obrigatoriamente a oferta de água, fruta e ou produtos hortícolas.

O Governo quer ainda incentivar a adoção de medidas pelos operadores económicos para limitar a publicidade destinada a menores de idade de produtos alimentares com excesso de sal, açúcar, gordura, nomeadamente trans, e energia em eventos em que participem menores, designadamente atividades desportivas, culturais e recreativas.

A estratégia prevê também a construção de um portal de informação sobre o pescado e o seu valor nutricional, com materiais interativos para o sistema de ensino, e propõe o alinhamento das prioridades de financiamento das linhas de investigação nos laboratórios do Estado e agências de financiamento com as prioridades nacionais da área da promoção da alimentação saudável.

No âmbito da alimentação saudável, depois de ter criado novas regras para os alimentos a disponibilizar nas máquinas automáticas de venda nas unidades de saúde e nas escolas, o Governo assinou protocolos com a indústria alimentar para reduzir o tamanho dos pacotes de açúcar, e com os industriais de panificação para reduzir o teor de sal no pão, além de ter aprovado a tributação das bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes.

Na quinta-feira, através de um despacho publicado em DR, o Governo decidiu proibir os salgados, produtos de charcutaria bolos e refrigerantes, entre outros, nas unidades de saúde públicas.

Para 2018
A União das Misericórdias Portuguesas saudou hoje a realização de novos contratos com entidades da rede de cuidados continuados...

Segundo um despacho do Governo, o Instituto da Segurança Social (ISS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS) vão celebrar contratos-programa com 45 entidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) que darão lugar a 538 novas respostas de internamento em 2018.

“É com grande satisfação que a União das Misericórdias Portuguesas vê a saída deste despacho”, que já estava em negociação “há meses largos”, por “duas razões”, disse Manuel Caldas de Almeida, membro do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) responsável pela área da saúde e dos cuidados continuados.

Por um lado, porque “responde a uma necessidade das pessoas, porque há falta de camas em todo o país”, e, por outro, “dá sustentabilidade às unidades que já estão a funcionar”.

“Uma das coisas que nós percebemos com estes anos de trabalho é que foi um êxito este esquema de contratação envolvendo a Segurança Social, a Saúde e os prestadores” (misericórdias, Instituições Particulares de Solidariedade Social e privados), disse o responsável.

Para Manuel Caldas de Almeida, “há um terceiro passo” que seria necessário - ajustar os preços aos custos das unidades.

“De facto, com os preços que nos estão a pagar é muito difícil gerir estas unidades”, que “precisam de volume”.

“O que os ministérios vêm fazer agora é acrescentar camas a unidades que já existem”, o que “é fundamental” para serem sustentáveis tecnicamente e financeiramente”.

Segundo Caldas de Almeida, a grande preocupação são as “unidades de poucas camas”, porque “são francamente insustentáveis” financeiramente, mas também tecnicamente.

Questionada pela Lusa se há filas de espera para estas respostas, o responsável disse que sim, principalmente para as unidades de longa duração na região de Lisboa e Vale do Tejo.

“Ainda há carências em todo o país”, mas há algumas zonas, como a região centro, que tem “uma cobertura francamente melhor” do que em Lisboa e Vale do Tejo.

“É uma necessidade crescente” porque a população está mais dependente e os hospitais referenciam cada vez mais”, rematou.

O despacho autoriza o ISS e as ARS a assumirem "os compromissos plurianuais no âmbito dos contratos-programa a celebrar com as entidades integradas ou a integrar a RNCCI, no âmbito do funcionamento ou da implementação desta rede".

Os contratos abrangerão 45 instituições, entre as quais Misericórdias e Instituições Particulares de Solidariedade Social, de várias regiões do país.

Em 2018
O Instituto da Segurança Social e as Administrações Regionais de Saúde vão celebrar contratos-programa com 45 entidades da Rede...

Segundo um despacho conjunto dos ministérios das Finanças, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Saúde, a que a agência Lusa teve acesso, estes contratos-programa são de “extrema relevância” para o funcionamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

O despacho autoriza o Instituto da Segurança Social (ISS) e as Administrações Regionais de Saúde (ARS) a assumirem "os compromissos plurianuais no âmbito dos contratos-programa a celebrar com as entidades integradas ou a integrar a RNCCI, no âmbito do funcionamento ou da implementação desta rede".

Os contratos abrangerão 45 instituições, entre as quais misericórdias e Instituições Particulares de Solidariedade Social, de várias regiões do país.

Segundo o despacho, o valor a atribuir pelo ISS em 2018 será de 3,5 milhões de euros, subindo face ao montante do ano anterior (260 mil euros), o que reflete o aumento do número de contratos realizados pelas ARS no próximo ano, no total de 14,1 milhões de euros (1,4 milhões de euros este ano).

Em declarações, o Coordenador da reforma dos Cuidados Continuados Integrados, Manuel Lopes, explicou que, no âmbito das medidas previstas no Plano de Desenvolvimento da RNCCI, iniciadas em 2016 e que se prolongam por 2018 e 2019, foi ampliada em 538 lugares a rede geral e foram criados este ano 364 lugares e camas de cuidados integrados de saúde mental.

Foram também criadas este ano 20 camas e lugares para cuidados continuados pediátricos integrados em regime experimental na unidade o “Kastelo”, em Matosinhos.

“É uma resposta absolutamente fundamental para as crianças com doença crónica complexa pelo que, a partir dessa experiência, estamos a preparar para 2018 e anos seguintes a ampliação dessa resposta”, avançou Manuel Lemos.

Além disso foi criada uma “equipa de cuidados continuados integrados, requalificada”, em regime experimental, que se desloca às casas das pessoas.

Esta equipa dispõe de nove perfis profissionais diferentes, presta cuidados a um máximo de 25 doentes no concelho de Évora, 12 horas por dia em regime presencial e as restantes 12 em resposta telefónica, todos os dias do ano.

A equipa está a funcionar há quase um ano e chegou-se à conclusão que foram atingidos “excelentes resultados terapêuticos”, principalmente na dimensão da reabilitação.

Por outro lado, os resultados económicos preliminares permitem afirmar que o custo diário com o doente é de 28 euros, menos de metade do preço da unidade mais barata de internamento, adiantou Manuel Lopes.

Esta experiência “veio provar que os cuidados no domicílio quando são possíveis são muito efetivos”, rematou.

A RNCCI, criada em 2006, assenta num modelo de intervenção integrado e/ou articulado da saúde e da segurança social com o objetivo de proceder à recuperação, manutenção e prestação de cuidados integrados a utentes dependentes, envolvendo a participação e a colaboração de diversos parceiros sociais ou privados, a sociedade civil e o Estado como principal incentivador.

“Tal modelo surge com crescente relevância face ao aumento da esperança média de vida, das carências sociais e da necessidade de dar resposta de qualidade na área dos cuidados continuados integrados”, refere o despacho a publicar no Diário da República.

Em 2017
Cuba registou em 2017 uma taxa de mortalidade infantil de 4,1 por cada 1.000 nados vivos, a mais baixa da sua história,...

Até quinta-feira, tinha diminuído para 35 o número de óbitos de crianças com menos de 1 ano e existe a possibilidade de Cuba terminar o ano com um índice ainda mais baixo, afirmou o ministro da Saúde Pública cubano, Roberto Morales, durante uma homenagem aos trabalhadores do setor.

“Este é um feito que reflete a integração de todo o sistema de saúde do país. Trata-se de vidas salvas, de qualidade de vida, de felicidade e satisfação para o nosso povo”, sublinhou Roberto Morales, citado pela Agência Cubana de Notícias (ACN).

Em 2016, Cuba registou uma taxa de mortalidade infantil de 4,3, o que significa que durante nove anos consecutivos esse indicador foi inferior a 5 por cada 1.000 nados vivos.

O ministro cubano informou ainda de uma diminuição da taxa de bebés com baixo peso aquando do nascimento - de 5,2 para 5,0 por cada 100 nascimentos - e da taxa de mortalidade materna - de 42,6 para 38,0 por cada 100.000 nados vivos.

Para 2018
Os contratos-programa dos hospitais do setor empresarial do Estado na região Centro, para 2018, ontem formalizados, ascendem a...

“A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e todos os hospitais EPE [entidades públicas empresariais, enquadradas no setor empresarial do Estado] da região Centro assinaram hoje, em Lisboa, os contratos programa para 2018”, no valor global de 924,8 milhões de euros, anunciou ontem aquela entidade.

Esta verba significa “um aumento de 4,1% face ao ano de 2017”, afirma a ARSC, adiantando que os contratos foram assinados numa sessão presidida pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

“Em termos assistenciais, os contratos-programa para 2018 registam um aumento da contratação de primeiras consultas hospitalares, com origem nos Cuidados de Saúde Primários, em 10,9% e um aumento da cirurgia programada em 6,8%”, adianta a ARSC.

Por outro lado, acrescenta, é consolidada “a aposta em áreas específicas, nomeadamente os rastreios oncológicos de base populacional do colo do útero e cólon e reto, tratamento cirúrgico da obesidade e teledermatologia”.

Para a presidente da ARSC, Rosa Reis Marques, os contratos hoje assinados “culminam um longo e exaustivo processo de negociação e ajuste de interesses e interconexão regional” e constituem “o ponto de partida de uma tarefa, cujo sucesso depende do esforço de tradução para o interior das instituições que cada um de nós deve fazer”.

As batalhas não se ganham num dia, nem em grandes palcos, mas são o produto da coerência, da perseverança e de pequenos gestos, sustenta a responsável, citada pela ARSC.

O processo de contratualização obedece a um trabalho prévio, executado pelo Departamento de Contratualização da ARSC com cada um dos hospitais, no sentido da compra de produção hospitalar, em função das necessidades da população, refere na mesma nota a ARSC.

“Estes contratos-programa visam, em suma, assegurar a prestação do nível de cuidados de saúde hospitalares aos utentes do SNS [Serviço Nacional de Saúde]”, competindo às administrações regionais de saúde ARS “o acompanhamento e monitorização da sua execução”, conclui.

ARS-Norte
A Administração Regional de Saúde do Norte apelou hoje à população para que adote medidas preventivas para combater possíveis...

Em declarações, o presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), Pimenta Marinho, falou em "procura aumentada" neste período de festas e garantiu que "os hospitais e centros de saúde têm conseguido dar resposta", reforçando o apelo para que a população adote medidas preventivas.

"Os hospitais e os centros de saúde mostram que são capazes de responder a uma procura aumentada. Mas salientamos os conselhos de que usem agasalhos e bebam bebidas quentes. A proteção individual e maiores cuidados ajudam a superarmos com tranquilidade esta época festiva", disse o responsável.

Pimenta Marinho adiantou que os centros de saúde e unidades de saúde familiar (USF) da região Norte estarão abertos nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro (domingo e segunda-feira) com "reforço de profissionais e de locais disponíveis para atendimento. Quanto ao dia 02 (terça-feira), neste os serviços "funcionarão em pleno".

A ARS-Norte também apelou ao recurso da linha telefónica SNS24 - 808 24 24 24 - para um contacto telefónico prévio que "ajude o utente a decidir se deve deslocar-se ao centro de saúde ou ao hospital".

"O local próprio para atendimento são os centros de saúde e USF e não o hospital porque a ida para hospital dificulta o atendimento a quem de facto necessita de atendimento hospitalar prioritário e/ou urgente", apontou o presidente da ARS-Norte.

Com uma chamada para o 808 24 24 24, o utente também pode ficar a saber quais os horários de funcionamento dos centros de saúde e USF, informação também disponível nos portais ?online' ligados ao Ministério da Saúde.

Pimenta Marinho falou, ainda, nos planos de contingência da gripe elaborados para as unidades da região Norte: "A primeira preocupação que tivemos foi fazer uma vacinação maciça da vacina da gripe. Temos bons números de aplicação de vacinas, mas ainda temos algumas disponíveis pelo que continuamos a aconselhar as pessoas a fazerem vacinação", disse.

As pessoas com mais de 60 anos são quem deve recorrer prioritariamente. Quem desejar usufruir deste serviço deve recorrer aos centros de saúde onde está inscrito.

"E se algum centro de saúde não tiver 'stok' disponível, a ARS-Norte tem algumas [vacinas]. O nosso objetivo é que não seja desaproveitada nenhuma oportunidade de vacinação", disse o responsável.

Por fim, esta entidade deu nota de que está programada, ao nível dos cuidados de saúde primários, a abertura de espaços para atendimento de situações agudas e garantiu "atenção especial" aos cuidados continuados integrados.

Saúde mental
A esquizofrenia é considerada uma das perturbações mais graves na psiquiatria, pelas implicações fam
Homem esquizofrénico

A esquizofrenia é uma “afecção mental endógena de causa desconhecida, caracterizada essencialmente: pela dissociação da personalidade (incoerência ideoverval, ideias delirantes, mal sistematizadas); pela impressão de estar sob a influência de forças estranhas; por profundas perturbações afectivas no sentido do distanciamento e estranheza dos sentimentos, do ensimesmamento (autismo) e perda de contacto com a realidade, sem que, em geral, a lucidez se mostre afectada, nem haja deterioração irreversível das faculdades intelectuais. Em rigor, o conceito de esquizofrenia engloba um grupo de psicoses com evolução crónica e o seu significado é diferente conforme os países de vista dos grandes psiquiatras que fazem escola.” 1,2,4,5

Perspectiva histórica

As primeiras referências na literatura que descrevem perturbações mentais parecidas com a esquizofrenia surgiram na literatura com Hipócrates (séc. V aC)2. Conceito que permaneceu inalterável até Willis (1602) descrever a doença como sendo uma forma de “estupidez adquirida”, que surgia em adolescentes mentalmente saudáveis3,4. Com o evoluir do conhecimento científico, o conceito foi sofrendo transformações. Kraepelin (1899), que ainda hoje marca decisivamente a prática clinica da esquizofrenia, estabeleceu uma classificação de transtornos mentais baseados na etiologia, sintomatologia, curso e resultados comuns e identificou-a como “demência precoce” e definiu-a como uma doença de causa endógena, por ter início em idade jovem e que quase sempre levava a perturbações psíquica, com alucinações, perturbações da atenção, da compreensão e do pensamento, esvaziamento afetivo e catatonia5.

Mas foi Bleuler (1908) que substituiu a “demência precoce” por “esquizofrenia” (esquizo = divisão, phrenia = mente) e descrevia assim o fenómeno mais importante desta patologia que era a dissociação entre as diversas funções da mente (cognitiva, emocional e volitiva) e introduziu o prognóstico de cronicidade6. Schneider (1848) descreveu os sintomas de primeira e segunda ordem3, chamados hoje negativos e positivos respectivamente. São estes sintomas que ainda hoje são consensuais como patognomónicos no diagnóstico da esquizofrenia por toda a comunidade psiquiátrica, nomeadamente pela Organização Mundial de Saúde7 e pela Associação Americana de Psiquiatria8.

 

Sinais e sintomas

O quadro clinico inicial da esquizofrenia é geralmente prodrómicos, com os sinais a evoluírem lenta, mas progressivamente. Destacando-se o isolamento social, perda de interesse e deficiência nos cuidados de higiene pessoal3.

Trata-se de uma perturbação que dura pelo menos seis meses, com pelo menos um mês de sintomas ativos8. Sintomas estes ligados a perturbações básicas como o pensamento (forma e conteúdo), a perceção, ao rendimento cognitivo, à efetividade e ao comportamento, levando a graves perturbações nas relações interpessoais e a uma perda completa da realidade. Salientando-se a dissociação da unidade de pensamento e consequente alteração da própria personalidade, impossibilitando-a de poder viver de forma independente, necessitando não só de apoio de um cuidador, como requer enormes recursos de saúde para diminuir o elevado impacto social8. São sintomas de esquizofrenia8:

Sintomas positivos: alucinações; delírios; perturbações da forma e do curso do pensamento, comportamento desorganizado, bizarro, agitação psicomotora e mesmo neglicência dos cuidados pessoais.

Sintomas negativos (perda de capacidades ou funções): pobreza do conteúdo do pensamento e da fala (alogia); perda de sensibilidade afetiva (atimia); expressão facial imutável; catatonia; ausência de gestos expressivos; apatia (abulia) – descuido no arranjo pessoal e na higiene, pouco empenho ao nível do trabalho e falta de energia e anedonia. 

Se os sintomas positivos são exuberantes e atraem a atenção, os negativos tendem a prejudicar a capacidade do doente em ter uma vida dita “normal”, nomeadamente no relacionamento familiar e social.

Diagnóstico

O diagnóstico da esquizofrenia só é possível pelas manifestações clinicas da doença, pois não existem exames laboratoriais ou imagiológicos capazes, por si só, de o fazerem4, apesar das tentativas recentes para se encontrar biomarcadores. Contudo, alguns achados são possíveis observar através de imagens da tomografia por emissão de positrões (PET), como alterações no fluxo sanguíneo no lobo frontal, tálamo e cerebelo; pela ressonância magnética, como a disrupção funcional em circuitos cerebrais e o alargamento dos ventrículos lateral e terceiro, acompanhado por uma redução geral do volume cerebral e da massa cinzenta cortical9.

Assim, são critérios de diagnóstico de esquizofrenia8:

  • Dois (ou mais) dos seguintes sintomas, cada um presente por um período significativo de tempo (um mês ou menos se tratado com sucesso). Pelo menos um deles deve ser: delírios, alucinações ou discurso desorganizado (incoerência ou descarrilhamento de ideias). Outros sintomas: comportamento amplamente desorganizado ou catatónico e os sintomas negativos.
  • Desde o início da perturbação e durante um determinado período de tempo, o nível de funcionamento de uma ou mais áreas como o trabalho, as relações interpessoais ou o autocuidado encontram-se num nível marcadamente inferior ou que o doente possuía antes. Quando a patologia surge na infância ou adolescência, existe uma incapacidade para atingir o nível esperado de funcionamento interpessoal, académico ou ocupacional.
  • Os sinais contínuos da perturbação persistem pelo menos por seis meses e destes pelo menos um mês tem de incluir sintomas (ou menos se tratados com sucesso) enquadráveis nos critérios de A e deve incluir períodos prodrómicos ou sintomatologia residual, durante os quais os sinais da doença devem manifestar-se apenas por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas listados em A (ex: crenças bizarras ou experiências perceptivas inusuais).
  • As perturbações esquizoafetivas, bipolar, depressiva com traços psicóticos foram excluídas, dado que: 1) nenhum episódio depressivo major ou maníaco ocorrem concomitantemente com os sintomas de fase ativa e 2) caso tenham ocorrido episódios relacionados com humor durante a fase de sintomas positivos, esses estiveram presentes num espaço de tempo minoritário da duração total da fase positiva e da residual.
  • A perturbação não pode ser atribuída ao efeito psicológico de uma substância (como o abuso de medicamentos ou drogas (ou a outra condição medica.
  • Havendo história de autismo ou um distúrbio de comunicação desenvolvido na infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é feito apenas se delírios ou alucinações proeminentes coexistem com os outros sintomas de esquizofrenia, pelo menos durante um mês (ou menos se tratado com sucesso).

Formas clínicas

Para melhor se entender a esquizofrenia foram elaboradas múltiplas divisões clinicas (subtipos), que não são estanques. Tendo por base as características predominantes, podem ser classificadas do seguinte modo8:  

Desorganizada – quando o discurso e o comportamento estão desorganizado e o afecto inadequado. O discurso pode ser acompanhado de um comportamento infantil, com risos desajustados e inapropriados. A desorganização pode ser de tal ordem que pode levar a uma incapacidade para desempenhar as actividades da vida diária (alimentar-se, lavar-se, vestir-se). As ideias delirantes não são organizadas, nem sistematizadas. O doente apresenta um contacto pobre com a realidade e pode ocorrer irritabilidade ou mesmo agressividade. 

Paranóide – forma mais fácil de identificar, por apresentar um quadro clinico dominado por ideias delirantes paranóides, bem organizadas e alucinações auditivas, com alguma preservação das funções cognitivas e do afeto. O contacto com a realidade é maior que no tipo desorganizado.

Catatónica – forma rara e de predomínio de alterações psicomotoras. Caracteriza-se por imobilidade motora/atividade motora excessiva, negativismo extremo, mutismo, ecolalia e ecopraxia com repetição de palavras/frases (“papaguear”) e movimentos ditas/feitos por terceiras pessoas.

Indiferenciado – habitualmente de início insidioso, com acentuado isolamento social (apatia, falta de iniciativa, perda de vontade e indiferença com o mundo exterior) e diminuição no desempenho laboral e intelectual.

Residual – quando os sintomas não se enquadram em nenhuma das anteriores e “típica” em pessoas com longos anos de evolução e internamento em hospitais psiquiátricos. Salienta-se o isolamento social marcado, insensibilidade afectiva e pobreza do pensamento e do discurso.

Evolução

A esquizofrenia tem geralmente um início insidioso e evolução lenta, podendo levar vários meses ou mesmo anos a ser diagnosticado. Mas, por vezes, pode ter um início rápido, evoluindo em dias ou semanas.

Na evolução da esquizofrenia podem ser consideradas três fases4:

Fase aguda – a mais ativa da doença, geralmente com um quadro psicótico e necessitando de internamento, pela adesão ao tratamento em meio ambulatório ser muito difícil.

Fase de estabilização e manutenção – continuação do controlo de alguns sintomas que ainda persistam, com a adequação da dosagem da medicação. É sobretudo uma fase de controlo de recaídas.

Fase de recaída – relativa a um novo período de agudização da doença. Importante o controlo do doente após a alta e a intervenção terapêutica o mais precoce possível.

Etiologia

São várias as tentativas para explicar a etiologia de esquizofrenia, contudo permanece ainda hoje desconhecida. E, como se trata de uma doença complexa, é possível existir uma etiologia multifactorial4. Podendo ser resumidas como eventuais causas a predisposição genética, talvez a mais importante, factores biológicos, sistema nervoso central, doenças orgânicas, factores culturais e socioeconómicos, factores psicológicos e a hipótese viral9

Epidemiologia

A esquizofrenia é considerada uma das dez doenças mais incapacitantes, com maior carga social a longo prazo e com elevado custo para a saúde e encontra-se identificada em todo o mundo, atingindo todas as raças, culturas, classes sociais e género. Relativamente à prevalência a nível mundial varia entre 0,5 e 1%, sendo considerada uma doença de baixa prevalência, enquanto em Portugal é de 3,3%10. Num estudo realizado em Portugal (2000) a prevalência era de 0,4%, o risco de desenvolver a doença ao logo da vida era de 0,7%, surgia no final da adolescência ou inicio da vida adulta e a percentagem era aproximadamente igual em ambos os sexos9.

 

Tratamento

O objectivo do tratamento da esquizofrenia visa essencialmente o reconhecimento da doença o mais precocemente possível por parte do doente, o tratamento dos sintomas e a aquisição nos doentes e famílias de aptidões e competências que lhes permitam saber lidar melhor com a doença. E, ainda, promover a recuperação, prevenir recaídas e integração na sociedade, com o intuito de obterem uma realização plena. O tratamento na fase aguda por vezes pode levar ao internamento, mas regra geral é feito em ambulatório.

Assim e segundo o Relatório Mundial de Saúde11,6,8 o tratamento é o resultado da combinação de três factores (tratamento integrado): a medicação (farmacoterapia) “para aliviar os sintomas e evitar recidiva”, geralmente os antipsicóticos (neurolépticos); “a educação e as intervenções psicossociais ajudam os pacientes e seus familiares a fazer face à doença e suas complicações, bem como a evitar recorrências”; e “a reabilitação ajuda os pacientes a se reintegrarem na comunidade e a recuperar o funcionamento educacional e ocupacional”.

Este tratamento integrado ainda não é uma realidade para todos os que deles necessitam3, fazendo com que aumente a taxa de abandono no tratamento, maior risco de recidivas e menor qualidade de vida e funcionamento social.

Quanto ao tratamento farmacológico, não há consenso. Na maioria dos países europeus predomina a polimedicação e a prescrição de doses superiores às recomendadas12, não havendo evidência científica da sua maior eficácia, mas aumentando o risco de erro e de efeitos secundários. 

Conclusão

A esquizofrenia, apesar do enorme interesse da comunidade cientifica no último século, continua a ser a doença mais problemática no âmbito da Psiquiatria, por se tratar de uma doença das mais devastadoras, difíceis de tratar e apresentar uma grande diversidade de sintomas que afetam o funcionamento psíquico, desde o pensamento ao comportamento.

Apesar da cura parecer ainda hoje uma miragem, é provável que com o notório interesse de toda a comunidade científica e de novas políticas de saúde a nível mundial, parece que um ponto de viragem poderá estar para breve. Contudo, sabemos que algumas das pessoas que sofrem deste transtorno podem recuperar por completo e levar uma vida “normal” como qualquer outra pessoa.

Referências
1MANUILA, L; MANUILA, A; LEWALLE, P & NICOULIN, M (2004). Dicionário Médico. Lisboa: Climepsi Editores. 3ª Ed.
2PALHA, A; ESTEVES, M (1997). The origin of dementia praecox. Schiozophr Res. 28 (2-3): 99-103.
3CAMPOS, L (2009). Doença mental e prestação de cuidados. Lisboa: Universidade Católica Editora Unipessoal.
4AFONSO, F (2011). A doença mental nem sempre é doença: racionalização leigas sobre a saúde e a doença mental. Porto: Edições Afrontamento.
5SHORTER, E (2005). A historial dictionary of psychiatry. Nova Iorque: Oxford University Press.
6FORREST, A (1975). Concepts of schizophrenia: historial revew. In Forrest, A e AFFLECK, J – New perspectives in schizophrenia. London: Churchil Livingston.
7OMS CID-10 (1994). Classificação Internacional de doenças. Genebra: WHO.
8APA (2014). DSM-V-TR: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mantais. Lisboa: Climpsi Editores, 5ª Ed
9MUESER, KT; McGURK, SR (2004). Shizophrenia. The Lancet. 363; 2063-2072; AMARO, F (2005). Factores sociais e culturais da esquizofrenia. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas
10DGS (2014). Portugal – Saúde mental em números. Lisboa: DGS.
11OMS (2001). Relatório sobre a saúde mental no mundo. Saúde mental: nova concepção, nova esperança. Genebra: OMS
12JORDANOVA, V [et al.] (2010). Prescribing practices in psychiatric hospitals in Eastern Europe. European Psychiatric. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
O alargamento dos horários dos centros de saúde e o adiamento de consultas programadas são medidas previstas para responder à...

As medidas foram avançadas pelo presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), Luís Pisco, que espera um aumento da atividade gripal na segunda semana de janeiro.

Com as épocas das festas de Natal e Passagem de Ano passadas, a resposta deverá ser mais fácil, uma vez que já não estarão tantos profissionais de férias, reconheceu Luís Pisco.

“Se [a gripe] vier, como estamos à espera, na segunda semana de janeiro, as equipas já estarão completas, já não há pessoas de férias, será mais fácil reforçar as equipas”, disse.

Para o recém-nomeado presidente da ARS-LVT, assim que começarem os primeiros casos, “obviamente que será acionado todo o dispositivo que tem a ver especificamente com a gripe”.

Nesse período, especificou, serão alargados os horários de alguns centros de saúde, entre as 20:00 e as 22:00.

“Haverá um numero significativo que estará mais tempo aberto”, referiu.

Outra medida prevista para o período da gripe será o adiamento das consultas programadas.

“Não faz sentido termos uma sala de espera cheia de doentes com gripe e estarmos a chamar diabéticos ou grávidas ou pessoas para fazer consultas nesse período de tempo”, disse.

“Algumas dessas consultas programadas vão ser transformadas em consultas de agudos”, referiu Luís Pisco, esclarecendo que os doentes afetados serão avisados atempadamente.

O presidente da ARS-LVT está confiante de que a campanha para a vacinação contra a gripe dará frutos, até porque “nunca se vacinou tanta gente como este ano e isso deve ser um fator a nosso favor, no sentido de haver menos complicações”.

Luís Pisco aconselha os utentes a consultarem a linha SNS 24 (808242424).

Já neste fim de semana será alargado o horário de alguns centros de saúde na margem sul do Tejo, tendo em conta que se registou um aumento da procura destes serviços.

Na anterior época gripal (2016/2017), a gripe e a vaga de frio terão sido responsáveis por 4.467 óbitos.

Segundo o relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em colaboração com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o excesso de mortalidade “coincidiu com um período epidémico da gripe e com um período em que se registaram temperaturas extremamente baixas, estimando-se que 84% dos excessos sejam atribuíveis à epidemia de gripe sazonal e 16% à vaga de frio”.

Nutricionistas
A bastonária dos nutricionistas aplaudiu hoje a proibição de venda de salgados e doces nas cafetarias do Serviço Nacional de...

Segundo um despacho hoje publicado em Diário da República, que entra em vigor na sexta-feira, vai ser proibido a venda de salgados, produtos de charcutaria, bolos, refrigerantes e sandes com molhos nos bares, cafetarias e bufetes das unidades de saúde públicas.

“É uma medida muito positiva” que permite controlar o consumo excessivo de sal, de açúcar e de gordura, disponibilizando alimentos mais saudáveis, disse a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento.

Alexandra Bento lembrou que o primeiro passo para uma oferta alimentar saudável já tinha sido dado com a proibição da venda destes produtos nas máquinas de venda automática nas unidades do SNS.

“O passo seguinte” deveria ser alargar a medida aos refeitórios do Serviço Nacional de Saúde porque, conjuntamente com os bares e as cafetarias, são os lugares que permitem fazer “escolhas alimentares saudáveis”, defendeu a bastonária.

Mas o “passo maior que se espera vir a acontecer” é estender esta proibição a todos os espaços da Função Pública, como as universidades, mas também as escolas, onde já há referenciais, “mas é preciso densificar o trabalho”.

A bastonária está convicta de que “os funcionários e os utentes” das unidades de saúde públicas não vão procurar outros locais para ter os alimentos que lhes vão faltar a partir de sexta-feira.

“Acredito que muitos dos utentes e dos profissionais de saúde quando iam aos bares das suas instituições reclamavam por uma oferta alimentar que fosse mais saudável”, sublinhou.

Na sua opinião, esta medida vai ser boa “para todos”, inclusive para os que têm os serviços concessionados, que “não vão perder a sua forma de venda”, como ficou comprovado com as máquinas de venda automáticas, cujas vendas não caíram com a alteração legislativa.

Segundo o despacho, assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, os contratos a celebrar para concessão de espaços destinados à exploração de bares, cafetarias e bufetes também não podem contemplar a publicidade ou venda de refrigerantes ou refeições rápidas, designadamente hambúrgueres, cachorros quentes, pizas ou lasanhas.

No despacho é igualmente definida uma lista de alimentos a disponibilizar preferencialmente nos bares, cafetarias e bufetes dos hospitais e ouras unidades do SNS, entre eles leite simples meio-gordo/magro, iogurtes meio-gordo/magro, queijos curados ou frescos e requeijão, sumos de fruta e/ou vegetais naturais, bebidas que contenham pelo menos 50 % de fruta e/ou hortícolas e monodoses de fruta.

Administração Regional de Saúde
As urgências hospitalares tiveram o pico de atendimento deste inverno na quarta-feira, enquanto os centros de saúde da região...

O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), Luís Pisco, admite que, apesar de todos os agrupamentos de centros de saúde terem unidades abertas nos quatro dias de festejos do Natal, “houve uma pressão muito grande sobre as urgências” dos hospitais.

“Houve um conjunto significativo de pessoas que foi às urgências hospitalares e [esse número] veio sempre a aumentar desde dia 23 de dezembro até dia 27, com um pico de procura muito significativo”, afirmou o responsável em entrevista à agência Lusa.

Segundo os dados da ARS, o hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) foi o que mais episódios de urgência teve, com um pico na quarta-feira, com 963 episódios nesse dia.

O Centro Hospitalar de Lisboa Central (que integra São José e Curry Cabral) registou 864 atendimentos nas urgências na quarta-feira e o hospital Santa Maria teve 876 atendimentos na terça-feira e 825 na quarta-feira.

“A avaliação do Natal foi positiva, face à procura e face ao que vemos em outros países. A resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) face à procura que houve e aos números que tivemos foi bastante boa”, afirmou Luís Pisco, indicando que não foram reportados problemas nas escalas dos profissionais de saúde.

Para o responsável, uma das explicações é o facto de este ano haver “mais médicos e mais enfermeiros do que no mesmo período do ano passado”.

Contudo, o presidente da ARS-LVT admite que a ausência de epidemia da gripe também ajudou a que a pressão sobre os serviços de urgência não fosse ainda maior.

Ainda assim, os hospitais tiveram de recorrer à contratação de médicos através de empresas para suprir férias de alguns clínicos, mas Luís Pisco disse não ter dados sobre o número de contratações feitas nesta época.

Além das urgências hospitalares, na região de Lisboa e Vale do Tejo há ainda cerca de 65 centros de saúde que estão habitualmente abertos ao sábado e domingo, e que nestes quatro dias de festividades do Natal atenderam quase 5.500 pessoas.

Luís Pisco explica que neste período de festas foi aumentado o número de recursos humanos nos cuidados de saúde primários e que o mesmo acontecerá nos dias da Passagem de Ano.

Alguns centros de saúde vão passar a ter horário alargado, como os casos de Almada e Amora, que estarão abertos até às 22:00.

Uma vez que são muitos centros de saúde, com horários diversos, o presidente da ARS-LVT aconselha os utentes a informarem-se junto do centro de contacto SNS 24 sobre as unidades e horários disponíveis.

Quanto aos motivos que têm levado mais os utentes às urgências ou aos atendimentos permanentes, o responsável da ARS destaca as infeções respiratórias.

“Temos uma população muito envelhecida, o que é um sucesso de saúde pública, com as pessoas a viverem cada vez mais. Mas é óbvio que essas pessoas estão fragilizadas e no inverno o grande problema são as infeções respiratórias e as descompensações das situações cardíacas”, afirmou.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
12 meses de mais e melhores cuidados e doentes mais responsáveis.

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), sociedade que reúne os médicos internistas, desejam a todos os portugueses um feliz ano novo e deixam 12 votos para que em 2018 haja mais e melhor saúde em Portugal:

  1. Que cada cidadão e profissional de saúde se torne consciente da degradação dos nossos ecossistemas, das suas causas e das consequências para todos nós e das que terá para os nossos filhos e adote e defenda comportamentos que contribuam para um ambiente sustentável.
  2. Que cada cidadão tenha direito a políticas, cidades, instituições que promovam estilos de vida saudáveis e seja incentivado e ajudado a abandonar comportamentos de risco.
  3. Que cada cidadão tenha acesso a cuidados de saúde com boa qualidade e em tempo adequado, não sendo penalizado pela região em que vive, pelo seu sexo, orientação sexual, cor da pele ou  rendimento económico.
  4. Que cada doente seja respeitado nos seus direitos, tratado com humanidade, que seja informado sobre a sua condição, sinta que é tratado por uma equipa que comunica entre si, comprometida em minimizar os riscos que corre, com médicos que o tratam pelo nome e não pelo número da cama, que o tratam como uma pessoa e não como uma patologia, respeitam a sua individualidade, preocupam-se com ele e sabem o que o preocupa, que sabem quem é, o que faz ou o que fez na vida.
  5. Que cada doente internado tenha direito a um ambiente que o ajude a recuperar, como o acesso a luz natural, vista da natureza, luzes indiretas, cores e cheiros agradáveis, conforto térmico, descanso noturno, música, televisão, arte nas paredes e respeito pela sua privacidade.
  6. Que cada doente idoso, que sofre de várias doenças, tenha direito a um internista que o assista, independentemente do serviço em que seja internado, e que possa ter a opção de  ser internado na sua casa.
  7. Que nenhum doente permaneça no hospital depois de ter alta, por ter sido abandonado pela sua família, por estar à espera de cuidados continuados, pela falta de resposta da Segurança Social ou da rede de cuidados paliativos.
  8. Que cada doente não se sinta perdido quando passe do hospital para os cuidados primários ou cuidados continuados, paliativos ou a assistência social, que estas instituições comuniquem entre si,  funcionem em rede, de forma integrada, motivadas e centradas nas necessidades e preferências dos doentes, de forma que estes não tenham que usar sempre as urgências para resolver os seus problemas.
  9. Que cada cidadão compreenda que na Medicina ainda há muita incerteza e insucesso e que o nosso poder é mais limitado do que os media podem fazem crer.
  10. Que cada doente tenha médicos que reconheçam o seu sofrimento e o saibam aliviar e que não seja sujeito à obstinação terapêutica que lhe roube a seu direito a uma morte digna e em paz.
  11. Que os decisores da saúde tomem decisões baseadas em evidência, centradas no interesse dos doentes, avaliem as consequências das suas decisões e das reformas que promovem , monitorizem a qualidade dos cuidados  e  entendam que melhorar a qualidade dos cuidados de saúde é mais barato que prestar cuidados com má qualidade e que isso promove a saúde das pessoas.
  12. Que o enorme esforço físico e psicológico exigidos aos Internistas portugueses que diariamente trabalham nas urgências dos hospitais, nas enfermarias de Medicina, nas unidades de cuidados intermédios ou especiais, nos cuidados intensivos, nas consultas externas e nos hospitais de dia dos hospitais, de forma abnegada e competente, muitas vezes em situações limite, em nome do seu compromisso com os doentes, tratando muitos para além da lotação dos seus serviços, evitando rupturas  penalizadoras, que este trabalho seja reconhecido e recompensado e tenham direito a equilibrar a sua vida profissional com a sua vida pessoal.
Campanha “VIH é”
Para aumentar a consciencialização sobre os riscos para a saúde associados à infeção por VIH e respetivas comorbilidades, bem...

Punctuation é a história de um adolescente heterossexual, filho de um casal homossexual, que lida primeiro  com o diagnóstico de cancro terminal do pai biológico e depois com a sua morte. É uma história contada na perspetiva do jovem como uma jornada emotiva de saída da escuridão da revolta.

Através de uma difícil caminhada que tem início na raiva e na frustração e se transforma em aceitação e determinação, este jovem zangado dá lugar a um ativista motivado que promove uma nova maneira de pensar sobre as necessidades médicas não satisfeitas no tratamento da infeção por VIH, encorajando a discussão sobre as comorbilidades associadas.

“VIH é” é uma campanha educacional desenvolvida pela Gilead Sciences que pretende informar e esclarecer a população sobre a infeção por VIH, os fatores de risco e a gestão de comorbilidades associados à doença, com o objetivo de promover a literacia em saúde e a qualidade de vida dos doentes.

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Sociedade Portuguesa de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica, Abraço, AJPAS, Seres, Ser+, Positivo ou a Fundação Portuguesa “A Comunidade contra a SIDA” são algumas das sociedades científicas e associações de doentes que se associaram a esta campanha de “disease awareness”.

Veja o vídeo: http://www.website-preview.biz/what-to-ask/doctor-and-patient-videos

Site da campanha: www.vihmaisdoqueserpositivo.pt

Governo
O Governo vai proibir os salgados, produtos de charcutaria, bolos, refrigerantes e sandes com molhos nas cafetarias das...

Segundo o despacho, assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, os contratos a celebrar para concessão de espaços destinados à exploração de bares, cafetarias e bufetes também não podem contemplar a publicidade ou venda de refrigerantes ou refeições rápidas, designadamente hambúrgueres, cachorros quentes, pizas ou lasanhas.

Além dos salgados, como rissóis, croquetes, pastéis de bacalhau ou pastéis de massa folhada, dos pães com recheio, croissants e outros bolos, as regras para os novos contratos implicam ainda que não se possa vender nas cafetarias e bares das unidades de saúde públicas bolachas e biscoitos com teores de gordura e açúcar superiores a 20 g por cada 100 g de produto, bolachas de chocolate ou recheadas com creme, com pepitas de chocolate ou biscoitos de manteiga.

Os bares dos hospitais e centros de saúde vão igualmente deixar de poder vender águas aromatizadas, bebidas energéticas e bebidas com cola ou estrato de chá, guloseimas tipo rebuçados, caramelos, pastilhas com açúcar, gomas, snacks doces ou salgados, designadamente tiras de milho, batatas fritas e pipocas (doces ou salgadas).

O despacho, que proíbe também, nos novos contratos, a venda de chocolates em embalagens superiores a 50 g, chocolates com recheio, bebidas com álcool e molhos como ketchup, maionese ou mostarda, o governo refere que os bares e cafetarias das unidades de saúde públicas devem disponibilizar obrigatoriamente água potável gratuita e de garrafa.

É igualmente definida uma lista de alimentos a disponibilizar preferencialmente nos bares, cafetarias e bufetes dos hospitais e ouras unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), entre eles leite simples meio-gordo/magro, iogurtes meio-gordo/magro, queijos curados ou frescos e requeijão, sumos de fruta e/ou vegetais naturais, bebidas que contenham pelo menos 50 % de fruta e/ou hortícolas e monodoses de fruta.

Esta lista integra ainda o pão, “preferencialmente de mistura com farinha integral e com menos de 1 g de sal por 100 g” de produto, que pode ter como recheio queijo meio-gordo/magro, fiambre com baixo teor de gordura e sal e de preferência de aves, carnes brancas cozidas, assadas ou grelhadas, atum ou outros peixes de conserva com baixo teor de sal e ovo cozido.

Fazem ainda parte da lista de produtos a dispensar preferencialmente nos cafés e bares das unidades de saúde públicas a fruta fresca, sobretudo da época, “podendo ser apresentadas como salada de fruta fresca sem adição de açúcar”, saladas, sopa de hortícolas e leguminosas, frutos secos ao natural (sem sal nem açúcar), tisanas e infusões de ervas sem adição de açúcar.

No despacho, que entra em vigor na sexta-feira, é definido que as instituições do Ministério da Saúde, sejam da administração direta ou indireta do Estado ou os serviços e entidades públicas prestadoras de cuidados de saúde que integram o SNS, devem proceder até 30 de julho de 2018, se tal não implicar o pagamento de indemnizações ou outras penalizações, à revisão dos contratos em vigor.

O diploma prevê ainda que sejam equacionados mecanismos de reequilíbrio financeiro, “se tal se mostrar necessário e adequado”.

“As medidas constantes do presente despacho devem ser acompanhadas por programas com o objetivo de informar e capacitar para escolhas alimentares mais saudáveis, promovendo-se o aumento da literacia alimentar e nutricional da população que frequenta os espaços de oferta alimentar do SNS, quer dos profissionais de saúde, quer dos utentes e dos seus acompanhantes”, refere o documento.

Depois de algumas medidas que restringiram alguns doces nas máquinas automáticas instaladas nas unidades de saúde públicas, em setembro do ano passado o Governo criou um grupo de trabalho interministerial para elaborar uma estratégia integrada para a promoção da alimentação saudável.

No âmbito da promoção da alimentação saudável, o Orçamento de Estado para 2017 já contemplava uma tributação adicional das bebidas açucaradas e, em junho deste ano, foi criado outro grupo de trabalho para definir uma estratégia para uniformizar as dietas hospitalares de forma a garantir o fornecimento de refeições nutricionalmente mais adequadas.

São Paulo
Mais dez parques naturais de São Paulo foram hoje encerrados, como medida preventiva para evitar um surto de febre amarela,...

Segundo informou hoje em comunicado a secretaria do Ambiente da cidade brasileira, dez dos principais parques naturais nas zonas sul e oeste de São Paulo vão ficar encerrados por tempo indeterminado.

A decisão surgiu depois de testes laboratoriais mostrarem que a febre amarela matou dez macacos nas últimas semanas em reservas naturais em Itapecerica da Serra, uma região próxima dos parques onde as visitas foram suspensas.

A cidade de São Paulo já tinha encerrado 13 parques naturais em outubro, quando lançou uma campanha de vacinação contra a febre amarela, para a qual convocou uma grande parte da população.

Os parques fechados em outubro estão localizados no norte e leste de São Paulo.

Embora nos últimos meses não tenha havido nenhum caso de febre amarela em São Paulo, as autoridades temem o surgimento de um novo surto da doença.

Os macacos não transmitem a febre amarela aos seres humanos, mas são portadores do vírus e podem infetar as duas espécies de mosquitos capazes de transmitir a doença.

O ministério da Saúde do Brasil declarou em agosto o fim da emergência sanitária provocada pelo surto de febre amarela que afetou toda a região sudeste do país e causou, entre dezembro de 2016 e agosto de 2017, 261 mortos e outros 777 casos comprovados de contágio.

Assembleia Municipal
A Assembleia Municipal das Caldas da Rainha aprovou ontem um protocolo de colaboração entre o município e a Administração...

A parceria entre a Câmara das Caldas da Rainha e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do tejo (ARSLVT) visa “a construção da Unidade de Saúde Familiar de Santo Onofre, de modo a permitir a melhoria de funcionamento da atual Unidade de Saúde Familiar Rainha D. Leonor” que será transferida do atual Centro de Saúde para as novas instalações, pode ler-se no documento que foi aprovado por unanimidade.

A construção da Unidade de Saúde Familiar de Santo Onofre (uma das duas freguesias da cidade) foi identificada pela ARSLVT no âmbito da proposta de mapeamento apresentada à Autoridade de Gestão do Programa Operacional Centro 2020 e candidata pela autarquia a fundo comunitários através dos apoios a “Investimentos em Infraestruturas de Saúde”.

A obra, orçada em 1,3 milhões de euros será “financiada pela Câmara e com comparticipação comunitária”, explicou o presidente da autarquia, Fernando Tinta Ferreira.

Mas, depois de concluída, estabelece o protocolo, será cedida “em regime de direito de superfície”, pelo período de 25 anos, prorrogável por mais 25.

Da responsabilidade da autarquia será ainda a elaboração dos projetos de arquitetura e de especialidade para a construção do edifício, os quis terão que ser submetidos à ARSLVT antes da adjudicação da obra.

A Câmara assumirá igualmente os custos com arruamentos, estacionamentos e infraestruturas bem como a sua futura manutenção.

À ARSLVT caberá, por seu lado, elaborar o programa funcional para a construção da Unidade de Saúde Familiar e assegurar a sustentabilidade dos encargos de funcionamento da mesma.

O protocolo mereceu votação favorável de todas as bancadas com assento na Assembleia Municipal (PSD, PS, CDU e BE), apesar de os socialistas discordarem da localização escolhida, alegando ser “distante” do centro da freguesia e necessitar de “melhores acessos” e transportes públicos.

Tinta Ferreira justificou a escolha da localização com o facto de o terreno onde será construída a unidade de saúde ter sido “cedido, na sequência de um projeto de urbanização, especificamente para esse fim”.

Contudo, acrescentou, a rede de transportes urbanos “será adaptada para que aquela zona seja melhor servida” de autocarros.

Após encerramento pela ASAE
As obras de reparação da cozinha do hospital das Caldas da Rainha, encerrada pela ASAE desde o dia 14, arrancaram ontem e...

A intervenção começou com “a lavagem e preparação das paredes para serem pintadas”, disse a fonte do hospital das Caldas da Rainha, distrito de Leiria, onde está encerrada a zona de confeção de alimentos desde o dia 14 deste mês.

A “suspensão de laboração” da zona de confeção de refeições do hospital foi determinada pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), na sequência de uma ação de fiscalização no âmbito da segurança alimentar.

Os inspetores detetaram “falta de condições estruturais e outras inconformidades”, que levaram à suspensão da confeção das refeições para os doentes, acompanhantes e funcionários do hospital.

As refeições estão, desde essa data, a ser fornecidas por uma empresa certificada e, segundo a mesma fonte, “a ser servidas em louça descartável”, sendo os tabuleiros “enviados para lavagem na unidade de Torres Vedras”, outro dos hospitais do Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

A intervenção ontem iniciada deverá “dentro de uma semana permitir instalar um contentor e maquinaria para a lavagem da louça”, indicou a fonte.

A intervenção está a ser feita ao abrigo de um protocolo entre o Centro Hospitalar do Oeste e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), ao qual havia já sido feito uma adenda, que obteve em setembro deste ano o visto do Tribunal de Contas para que fossem feitas reparações na cozinha.

A obra, com um custo de 85 mil euros, inclui a reparação do pavimento, paredes e tetos e a substituição de alguns materiais.

O prazo de conclusão é de 45 dias, após o que a ASAE deverá fiscalizar o local e decidir se estão reunidas as condições para que as refeições voltem a ser confecionada no hospital.

O hospital das Caldas da Rainha integra o Centro Hospitalar do Oeste, juntamente com as unidades de Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro).

Tecnologia
Uma equipa do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência desenvolveu um ‘software' que...

Este ‘software', a primeira tecnologia desenvolvida no âmbito do projeto A-VA (Assisted Vascular Analysis), pode melhorar a qualidade da informação que o cirurgião tem à sua disposição antes de iniciar este tipo de cirurgia, que pode durar até 12 horas, explicou à Lusa Daniel Vasconcelos, membro do do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).

Segundo o promotor do projeto, o planeamento destas intervenções cirúrgicas envolve o estudo prévio da rede vascular da zona a intervir, realizado pela equipa de Radiologia, que analisa, de forma praticamente manual, centenas de imagens geradas durante o AngioTAC (Tomografia Computorizada particularmente dirigida à vascularização arterial).

Depois desse estudo, continuou, é emitido um relatório à equipa cirúrgica, que procura descrever a rede vascular através de texto e algumas imagens, um "processo moroso e suscetível ao erro".

A tecnologia desenvolvida pelo INESC TEC, única até à data capaz de medir e mapear automaticamente vasos sanguíneos de pequeno calibre, pode ser utilizada para contornar esses possíveis erros, através de relatórios especializados, que incorporam modelos 3D e as últimas recomendações vigentes na literatura científica, acrescentou.

De acordo com Daniel Vasconcelos, o método utilizado atualmente para medir e mapear os vasos sanguíneos é comparável a uma "viagem de carro num dia de intenso nevoeiro, tendo por base as indicações dadas por um amigo".

"O ‘software' que desenvolvemos é semelhante à evolução que o GPS nos trouxe, fornecendo indicações precisas da trajetória dos vasos sanguíneos e indicando quais as opções viáveis que o cirurgião tem à sua disposição", indicou.

O projecto A-VA resultou de um pedido da Fundação Champalimaud, com a qual a equipa do INESC TEC tem vindo a colaborar no desenvolvimento desta tecnologia, que tem já um pedido de patente ativo junto do European Patente Office.

Embora neste momento o projeto esteja vocacionado para a cirurgia de reconstrução mamária, os responsáveis pretendem criar soluções para outras necessidades clínicas, que têm as redes vasculares no centro do problema.

O A-VA foi distinguido com o segundo lugar na edição na segunda edição de 2017 do Business Ignition Programme (BIP), um projeto financiado pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, e organizado pela U.Porto Inovação, pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) e pelo INESC TEC.

Para Daniel Vasconcelos, a grande conquista ocorreu ao longo das 12 semanas do BIP, nas quais procuraram validar a solução "no mundo real", tendo sido "vital" o contacto com radiologistas, cirurgiões, técnicos, e empresas.

"Ganhámos uma outra visão do caminho a percorrer, o qual começará já no início de 2018, com a viagem internacional a centros de referência na análise de imagem médica, ganhada como prémio pelo segundo lugar conquistado no BIP", contou o promotor, que foi ainda premiado pelo júri com um MBA na Porto Business School.

No projeto participam igualmente os membros do INESC TEC Ricardo Araújo, Hélder Oliveira e Lucas Gurgel.

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