Falta de profissionais
Entre 30 a 35 doentes aguardam em média três meses para serem internados na Unidade de Alcoologia de Lisboa devido à falta de...

Com meio século de vida, que se assinala quarta-feira, a Unidade de Alcoologia de Lisboa (UAL) admitiu, no ano passado, 214 pessoas no internamento, com uma taxa de ocupação na ordem dos 82,2%, e realizou 14 mil eventos assistenciais.

Ana Croca, coordenadora da UAL, disse à agência Lusa que as 25 camas de que a unidade dispõe não estão atualmente todas ocupadas por causa da falta de médicos, depois da unidade se ter confrontado no passado com falta de enfermeiros e de assistentes operacionais.

Depois de ter estado sem médico no internamento, a UAL conta agora com dois psiquiatras, um dos quais frequentemente em falta devido a doença, e um médico de saúde pública.

Por contratação por empresa, a unidade dispõe ainda de um médico de medicina geral e familiar que assegura 35 horas e 30 horas de psiquiatria asseguradas por três médicos.

Recentemente foi contratada uma médica reformada que irá trabalhar no internamento.

Sobre o tipo de doentes assistidos na UAL, Ana Croca afirmou que muito mudou desde o alcoólico típico que só bebia e que chegava a um mau estado físico e psicológico.

Entre as principais diferenças constam as pessoas com policonsumos, que associam o consumo do álcool ao dos comprimidos e da droga.

Por outro lado, acrescentou, a esta unidade chegam também pessoas enviadas por serviços judiciários, após situações de violência, como a violência doméstica, além de condutores apanhados a conduzir com álcool.

Cada vez mais mulheres, com várias patologias, nomeadamente depressões associadas ao alcoolismo, chegam a esta unidade, ao contrário do que acontecia há meio século.

A 02 de abril de 1967, no 25º Aniversário da inauguração do Hospital Júlio de Matos, foi inaugurado o Centro António Flores que recebeu o nome do primeiro diretor do hospital, materializando-se assim a construção de “um centro de recuperação de alcoólicos e de um hospital de dia e de noite, a integrar no conjunto do Hospital de Júlio de Matos”, como consta no Decreto-Lei 45465, de 26 de dezembro de 1963.

Dia Mundial da Diabetes
Os técnicos de emergência do INEM reverteram com sucesso 1.061 hipoglicemias desde 2014, altura em que passaram a ter esta...

Em comunicado, este organismo do Ministério da Saúde referiu que, desde 2014, todas as ambulâncias de emergência médica e motociclos de emergência médica do INEM têm um fármaco para utilização em determinadas situações específicas de hipoglicemia.

O fármaco em causa permite uma rápida recuperação dos níveis baixos de açúcar no sangue.

Graças à aplicação deste fármaco, foram revertidas com sucesso 1.061 hipoglicemias graves, permitindo que as vítimas recebessem um tratamento mais adequado em situações específicas e clinicamente definidas.

Em 2017, foi possível reverter 132 hipoglicemias graves.

A região Norte foi a que registou mais utilizações do fármaco (438 no total, 34 em 2017), seguida da região Sul (Lisboa e Vale do Tejo e Algarve) com 396 (45 em 2017), e da região Centro, com 227 utilizações (53 em 2017).

Segundo o comunicado do INEM, com a administração do medicamento as complicações registadas são reduzidas e de baixa intensidade.

“Em apenas 46 casos registados desde 2014, os doentes experimentaram, após a aplicação do fármaco, náuseas e vómitos”, prossegue o INEM.

Direção-Geral da Saúde
A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, ressalvou hoje que apesar de a diabetes ser uma “doença grave e com um grande impacto...

“A carga da diabetes é grande e tem um peso e uma magnitude enorme, tanto a nível social como económico. A boa notícia é que ela é vulnerável à intervenção dos cidadãos. A vulnerabilidade da doença vem da prevenção”, afirmou a diretora-geral de Saúde.

Graça Freitas falava no hospital Beatriz Ângelo, em Loures, durante a apresentação pública do relatório do Programa Nacional para a Diabetes (2017), no dia em que se assinala o dia Mundial desta doença.

Segundo o relatório, entre dez a doze portugueses morrem a cada dia, em média, por diabetes, uma doença que afeta mais de um milhão de pessoas em Portugal.

No entanto, os dados mostram que a mortalidade causada por esta doença tem vindo, ainda assim, a diminuir e que 2015 foi o ano que registou a taxa de mortalidade padronizada mais baixa, com 19,4 mortos por 100 mil habitantes.

Morrem por ano por diabetes entre 2.200 a 2.500 mulheres e cerca de 1.600 a 1.900 homens, o que significa mais de 4% das mortes das mulheres e de 3% nos homens.

Para a diretora-geral de Saúde “ainda existe uma elevada prevalência em crianças e grávidas”, no entanto, “há que destacar” o facto de existirem melhorias ao nível da realização de rastreios e uma diminuição do nível de amputações resultantes desta doença.

Graça Freitas destacou, igualmente, a “robustez de todo o sistema de saúde (público e privado)". “A mensagem que quero aqui transmitir é de esperança”, apontou.

A diretora do Programa Nacional para a Diabetes, a endocrinologista Cristina Valadas, responsável pela elaboração do relatório, sublinhou que a diabetes “é uma epidemia e tem de ser combatida de forma feroz”, referindo que esta doença “mata mais do que a Sida ou a Malária”.

“É uma doença que pode e deve ser combatida precocemente. Esta luta não pode ser só das autoridades de saúde, mas da sociedade em geral”, defendeu.

Segundo alguns especialistas da área da saúde que comentaram os resultados deste relatório, além da prevenção, deverá existir um incentivo à prática do exercício físico e à adoção de uma alimentação mais saudável.

Até 2020, a DGS pretende aumentar em 30 mil o número de novos diagnósticos através de diagnóstico precoce, diminuir a mortalidade prematura por diabetes em 5% e diminuir o desenvolvimento de diabetes em 30 mil utentes de risco.

Em termos regionais, a diabetes apresenta maior prevalência no Alentejo e na região autónoma dos Açores, sendo o Algarve a região com menor prevalência.

Regulador
O Ministério dos Negócios Estrangeiros solicitou ao Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida o envio de um manual...

Em entrevista, o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), Eurico Reis, revelou que, além deste pedido do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o regulador tem sido contactado por autoridades de Espanha e França que manifestaram interesse na forma como a lei de gestação de substituição está a ser aplicada em Portugal.

A poder ser aplicada em Portugal desde agosto, a lei permite o acesso à gestação de substituição a mulheres estrangeiras, embora todo o procedimento tenha de ser realizado em Portugal.

“Todo o procedimento tem de ser feito em Portugal. Tudo. Exatamente para garantir que a lei se cumpre: que não há contratos que não sejam gratuitos, se há alguma pressão ilegítima sobre a gestante. Para que isso aconteça, o Conselho tem de ter controlo da situação. [Por isso] todo o procedimento tem de ser feito em Portugal e em centros portugueses”, disse.

Desde que passou a poder ser aplicada em Portugal, chegaram ao CNPMA 99 manifestações de intenção de celebração do contrato de gestação de substituição, das quais 58 de portugueses e 41 de estrangeiros.

O CNPMA está ainda a debater a ideia de “criar atrativos” para as crianças resultantes destes tratamentos nascerem em Portugal, disse.

Administração Regional de Saúde do Norte
A Administração Regional de Saúde do Norte vai retomar em Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira um programa de rastreio da...

O trabalho vai ser desenvolvido nos centros de saúde da área de influência do Agrupamento de Centros de Saúde do Vale do Sousa Norte, com o objetivo de avaliar os diabéticos sinalizados.

Em caso de necessidade, os doentes serão encaminhados para a especialidade de oftalmologia dos centros hospitalares de São João, no Porto, e do Tâmega e Sousa.

Segundo a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), o programa terá uma duração de cerca seis meses. Prevê-se que sejam atendidos 140 diabéticos por dia, com recurso a pessoal técnico especializado e equipamento adequado.

A tutela da saúde no norte do país destaca a importância de se ter retomado o investimento neste programa de rastreio, recordando incide em populações "em que a incidência da doença ou efeitos decorrentes da retinopatia diabética poderiam vir a ser, num futuro próximo, muito acentuados".

Regulador
O presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida considera que ainda são muitas as resistências à gestação...

Em entrevista, Eurico Reis disse não compreender a razão por que a gestação de substituição congrega tantas atenções e críticas, uma vez que esta “continua a ter como paradigma a doença”.

“Eu tenho que aceitar que há pessoas para quem tudo isto faça muita confusão e que estejam a agir por perturbação genuína. Estas pessoas estão perturbadas desde a pílula”, disse.

“A pílula começou logo com a possibilidade de haver sexo que não se traduz em filhos. A Procriação Medicamente Assistida (PMA) é a possibilidade de ter filhos sem haver sexo”, referiu, afirmando aceitar que “há pessoas perturbadas e que querem defender o seu modelo de vida”.

Sobre estas, disse: “Nada tenho contra, desde que entrem no jogo democrático, eu aceito. Já me aborrece pessoas que não têm coragem de dizer abertamente que são contra e que depois utilizam todo o tipo de subterfúgios para atrasar as coisas”.

Para o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), a quem cabe decidir sobre os pedidos de gestação de substituição em Portugal, a lei que em 2016 veio alargar o acesso das técnicas de PMA aos casais de lésbicas e às mulheres sem parceira ou parceiro, que até então era só para casos de infertilidade, “constitui uma rutura muito mais forte do modelo de família dito tradicional (um homem, mulher e criancinhas) do que a gestação de substituição.

O juiz desembargador recordou que as técnicas de PMA “continuam a ser um tratamento de uma doença, mas passou a ser um procedimento para pessoas que não são doentes”, explicou.

“Acho que é extremamente engraçado - e digo isto porque me choca profundamente - que não tenha havido veto [presidencial], que a igreja católica não tenha dito uma palavra sobre este alargamento das técnicas, que altera o paradigma da PMA e da família tradicional, de uma forma extremamente radical, e toda a gente se esteja a concentrar na gestação de substituição, que é uma situação que deveria merecer muita compaixão e muita solidariedade”, afirmou.

“Há mulheres que nascem sem útero, que perdem o útero, que correm risco de vida se engravidarem e não estou a ver tanta compaixão, tanta fraternidade, tanta solidariedade como eu gostaria”, acrescentou.

Ao CNPMA chegaram, até ao momento, 99 intenções de celebração do contrato de gestação de substituição, das quais 58 de portugueses e 41 de estrangeiros.

O primeiro requerimento, que foi liminarmente admitido pelo CNPMA e que já mereceu o parecer favorável da Ordem dos Médicos, refere-se a um casal em que a mulher teve de retirar o útero por motivos de saúde, mas a sua mãe está disposta a gerar o neto.

Segundo Eurico Reis, deu entrada um outro requerimento de um casal, a quem foi solicitada mais documentação.

O CNPMA ainda não elaborou o contrato-tipo, que terá de ser assinado entre o casal e a gestante de substituição, o que aflige o juiz e causa “problemas de consciência”.

“Sei que isso implica atrasos e como a natureza é muito mazinha, quanto mais tempo passa, menor é a possibilidade de crianças nascerem”, adiantou.

Para o presidente do CNPMA, “a alternativa não é haver gestação de substituição ou não haver gestação de substituição. O desejo de ter filhos é um desejo extremamente forte, profundo. As pessoas vão correr todos os riscos”.

A alternativa, defendeu Eurico Reis, é “haver uma gestação de substituição saudável, limpa, em cima da mesa, com garantias de segurança para as pessoas e as crianças que hão de nascer, ou a gestação de substituição ilegal, feita em sítios escondidos, sem garantias de qualidade para a saúde das pessoas, sem garantias de rastreabilidade para a prevenção de doenças futuras e, pior que isso, colocando as pessoas que têm esse desejo de parentalidade nas mãos de traficantes, de criminosos, de pessoas que lucram com a miséria alheia”.

“Entre estas duas alternativas, acho que uma pessoa decente não hesita nem um microssegundo. A solução que em Portugal foi possível encontrar é uma boa solução”, concluiu.

Programa de Doação Cadavérica da Unidade de Anatomia
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto recebeu, na última década, uma média anual de 12 a 15 cadáveres para estudo e...

“A doação do corpo, que tem de ser feita em vida e por vontade própria, é um ato de uma grande generosidade. São dádivas que não têm preço para as faculdades de medicina e que são absolutamente importantes e fundamentais, quer para a formação dos médicos quer para aperfeiçoamento dos já formados”, disse a coordenadora da Unidade de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Dulce Madeira falava a propósito de uma cerimónia que a Faculdade de Medicina do Porto realiza quarta-feira no Cemitério de Agramonte para homenagear todos os cidadãos que, desde 1980, têm contribuído para manter vivo o Programa de Doação Cadavérica da Unidade de Anatomia do Departamento de Biomedicina da FMUP.

Esta cerimónia visa “não só relembrar o papel fundamental deste gesto solidário na formação de novos médicos e desenvolvimento de novas técnicas mas, também, honrar os dadores e suas famílias”, referiu, salientando que a homenagem decorrerá no ‘Serenarium’, um espaço verde e “bastante tranquilo”, cedido pela Câmara do Porto, para depositar as cinzas dos dadores.

Ao contrário do que acontece com os órgãos, a intenção de entregar o corpo à ciência deve ser manifestada em vida, nos termos da legislação publicada em 1999.

A FMUP disponibiliza online um formulário que as pessoas podem preencher e enviar, manifestando a sua vontade de doar.

“Hoje temos cerca de 120 intenções de doação, mas o número de cadáveres que nos chega não corresponde ao número de intenções manifestadas. É um número muito reduzido, de apenas cerca de 10% das vontades manifestadas”, disse, considerando que tal se deve, porventura, a esquecimento ou desconhecimento dos familiares.

A cerimónia de quarta-feira é, assim, da “mais elementar justiça, para quem dá tanta coisa, que é o seu próprio corpo, e por outro lado é o momento de lembrar e sensibilizar para a existência destes programas, que são muito importantes para a formação dos médicos”, sublinhou.

“A nossa faculdade funcionou sempre com base em material cadavérico. Mesmo nos tempos de grande aperto tinha de haver uma gestão muito cuidadosa dos recursos, para que não faltassem cadáveres aos alunos da pré-graduação, que são a nossa prioridade”, disse.

Mas, segundo Dulce Madeira, “há cada vez mais necessidade de ter este tipo de disponibilidade também para os que já são médicos e especialistas, uma vez que necessitam de treinar técnicas novas, que não devem ser testadas em pessoas vivas”.

“Cada vez as cirurgias são menos invasivas, muito pelo método laparoscópico, o que faz sentido, porque a capacidade de recuperação é maior, mas isso implica mais treino do que o método anterior. Antigamente era preciso saber anatomia, olhávamos e víamos. Neste momento é preciso saber como é que se lá chega, sem lesar estruturas que estão ao lado”, sublinhou.

Dulce Madeira frisou que “é essencial que os jovens médicos aprendam em pessoas reais e não em modelos”.

“Até porque somos todos parecidos, mas não somos todos iguais. Sem estas doações não conseguimos formar melhores profissionais com conhecimentos sólidos e de maior humanismo”, sustentou.

Segundo a coordenadora da Unidade de Anatomia da FMUP, a grande maioria dos doadores são mulheres, com idades entre os 50 e os 70 anos.

A cerimónia de homenagem está agendada para quarta-feira, às 16:00, no Cemitério de Agramonte. A sessão contará com intervenções de Maria Amélia Ferreira, diretora da FMUP, Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Hugo Pinto Abreu, capelão do serviço religioso do Centro Hospitalar São João, em representação doadores, e Diogo Cabral, em representação dos estudantes da faculdade.

Principal causa de morte acidental nos seniores
São o acidente doméstico mais frequente nos idosos e a principal causa de morte acidental na população dos maiores de 65 anos....

“As quedas ocorrem em 35 a 40% das pessoas com 65 anos e em mais de 50% da população com mais de 80. E a maior parte ocorre nos domicílios”, confirma Lia Marques, Assistente Hospitalar de Medicina Interna do Hospital Beatriz Ângelo, que alerta para as complicações graves que delas podem resultar, como a perda de autonomia e a imobilidade. “Sabemos que 5 a 25% das quedas na população idosa se complicam com lesões graves, como fraturas ou traumatismo craniano; 50% da quedas nos idosos condicionam internamento hospitalar e, destes internamentos, 40% terminam na institucionalização do idoso por perda de autonomia.

Acarretam, por isso, importante compromisso da qualidade de vida, “não apenas dos idosos que as sofrem, mas também de familiares e cuidadores, já que muitas vezes são o fator precipitante da transição entre um idoso ativo e autónomo para um idoso totalmente dependente”.

Apesar de a sua incidência aumentar com a idade, os especialistas sabem que as quedas se devem a fatores de risco que estão bem definidos, “muitos dos quais corrigíveis, o que faz com que as quedas na população idosa tenham um grande potencial de prevenção”, confirma a especialista. Uma prevenção que passa “pelo reconhecimento do risco de queda enquanto grande e importante Síndrome Geriátrica”. De acordo com a especialista, “devem ser implementados instrumentos de rastreio para identificação do risco de queda e avaliação complementar para controlo de cada um dos fatores de risco individuais para queda. Fatores de risco extrínsecos para queda como trajetos mal iluminados ou a presença de obstáculos no percurso dos doentes podem ser facilmente corrigidos”.

Nesta situação, as novas tecnologias podem dar uma preciosa ajuda. Há anos que têm vindo a ser aplicadas junto dos doentes em risco de queda, “quer através de sensores que permitem detetar precocemente a queda num doente que reside sozinho, que através da utilização de dispositivos de comunicação que ao detetar a queda ativam um sistema de emergência em que é feito um contacto para a pessoa mais próxima do idoso para que seja imediatamente auxiliado, quer através de programas mais complexos que permitem não apenas identificar o risco de queda, como estabelecer programas de treino de equilíbrio quer no domicílio, quer em instituições.”

Do programa do encontro faz ainda parte a prevenção cardiovascular no idoso que, de acordo com Eduardo Haghighi, Coordenador da Unidade de Geriatria do Hospital Vila Franca de Xira, “passa pelo rastreio e tentativa de modificação dos fatores de risco cardiovascular tais como a dislipidémia, a obesidade, o sedentarismo, a hipertensão arterial, a diabetes mellitus ou o tabagismo”. É preciso, confirma, estratégias diferentes, o que depende da avaliação física, cognitiva, funcional, nutricional, psicológica ou social do idoso. “O idoso autónomo, robusto e vivendo com a família não terá um mesmo plano de atuação que um idoso dependente, desnutrido e institucionalizado.” É por isso que a Medicina Geriátrica é “uma Medicina personalizada e adaptada à realidade de cada idoso”.

Uma prevenção que deveria começar cedo. Mas não começa. “Infelizmente, nos nossos dias ainda pouco se investe na medicina preventiva, quando comparada com a medicina de intervenção. Tem que haver maior enfoque nos cuidados de saúde primários, que é onde a prevenção se inicia.” A este aspeto junta outro: “a educação da população. A população tem que ser instruída, de forma assertiva, sobre quais os riscos cardiovasculares e como lidar com eles. Tem que se desenvolver o culto do exercício físico e a instituição de uma dieta mediterrânica equilibrada. Os medicamentos também têm tido um papel preponderante, pois estes também contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares”.

Ainda que os riscos cardiovasculares sejam, para esta população, os mesmos que para as outras, “são é todos mais prevalentes - muitos vão-se desenvolvendo ao longo do tempo e começam a manifestar-se de forma mais expressiva em idades mais avançadas - e a probabilidade de ocorrerem vários em simultâneo é maior no idoso”. É por isso que a prevenção deve ser precoce, assim como a educação do idoso e dos seus cuidadores. “Quando se explica que o “não controle” destes fatores de risco pode terminar num

Acidente Vascular Cerebral (AVC), a sensibilização torna-se mais expressiva. O AVC pode implicar a impossibilidade de voltar a andar, de ser independente ou de poder brincar com os filhos/netos.”

Outro dos temas abordados será a inovação e tecnologia em geriatria e como podem contribuir para a manutenção da funcionalidade física e cognitiva e consequente melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos mais idosos. Sofia Duque, especialista em Medicina Interna do Hospital São Francisco de Xavier, acrescenta ainda que “as inovações tecnológicas podem ser úteis na prevenção da doença e da deterioração funcional, contribuindo para o envelhecimento ativo e saudável”. Recentemente foi reconhecida a Gerontecnologia  que reúne todas as inovações tecnológicas desenvolvidas no campo da geriatria, quer para rastreio, diagnóstico, prevenção, assistência, reabilitação, previsão de acidentes, adesão à terapêutica, etc.

Sofia Duque destaca ainda que a telemedicina pode possibilitar novos modelos de cuidados, aproximando os doentes dos profissionais e dos serviços de saúde à distância de um click, aumentando a acessibilidade aos serviços de saúde. “Esta é uma ferramenta particularmente útil para pessoas com problemas de mobilidade ou que vivem em ambientes de acessibilidade limitada”. 

Bastonário
A Ordem dos Médicos deu parecer favorável ao primeiro pedido de gestação de substituição em Portugal, o de uma avó que está...

O anúncio foi feito hoje pelo bastonário da Ordem dos Médicos, num encontro com jornalistas em Lisboa.

Apesar do seu caráter não ser vinculativo, o parecer da Ordem dos Médicos é um dos passos previstos na regulamentação da gestação de substituição, publicada em Diário da República a 31 de julho deste ano.

A Ordem dos Médicos dispunha de 60 dias para dar este parecer, solicitado pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) após ter admitido liminarmente um pedido de gestação de substituição.

Segundo o bastonário, Miguel Guimarães, o parecer positivo foi dado pela subespecialidade de medicina de reprodução da Ordem dos Médicos e homologado pelo Conselho Nacional Executivo desta entidade.

O bastonário destaca que o parecer avaliou questões técnicas e não questões éticas ou deontológicas, sendo que no Conselho Nacional Executivo da Ordem a aprovação não foi unânime, tendo havido abstenções.

O passo seguinte é a assinatura de um contrato, cujo modelo ainda não foi aprovado pelo CNPMA.

O caso que foi liminarmente admitido pelo CNPMA e que mereceu agora o parecer favorável da Ordem dos Médicos refere-se a um casal em que a mulher teve de retirar o útero por motivos de saúde, mas a sua mãe está disposta a gerar o neto.

O recurso à gestação de substituição só é possível a título excecional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero e de lesão ou doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem, segundo a lei em vigor.

Desde que a regulamentação da lei tornou praticável a gestação de substituição em Portugal, o CNPMA recebeu 99 intenções de intenção celebração do contrato de gestação de substituição, das quais 58 de portugueses e 41 de estrangeiros, revelou fonte deste regulador.

Estudo de mestrado adverte
Resultados de investigação de bolseiro da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra foram divulgados na Suécia.

Uma dissertação de mestrado defendida na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) vem alertar para a necessidade de uma gestão mais eficiente e segura do material clínico de bolso utilizado pelos enfermeiros.

Em causa estão os resultados do estudo desenvolvido pelo bolseiro de investigação, Paulo Costa, há dias divulgados na European Scientific Conference on Applied Infectious Disease Epidemiology, em Estocolmo, e que revelam que 92% dos enfermeiros inquiridos nesta análise partilha o material clínico de bolso com outros enfermeiros, médicos, técnicos superiores de saúde e assistentes operacionais, sendo que todos já o reutilizaram com múltiplos utentes.

Especifica o estudo, realizado pelo também enfermeiro Paulo Costa, que os procedimentos clínicos, com recurso a material de bolso reutilizado, mais mencionados pela amostra foram a punção venosa periférica, a otimização de cateter venoso periférico e a otimização de sonda nasogástrica e tratamento de feridas.

A amostra em estudo foi constituída por 50 enfermeiros que prestam cuidados diretos a utentes, recrutados em quatro serviços de medicina interna de um hospital da zona centro do país.

Revela, também, o trabalho de investigação que «um número significativo de enfermeiros higieniza estes equipamentos, ainda que técnicas e produtos utilizados não estejam sistematizados nas unidades».

Todavia, ao nível da avaliação microbiológica realizada – entre março e maio de 2017, foram colhidas 300 amostras microbiológicas para análise laboratorial, num processo de colheita de dados que resultou da conjugação de três projetos de investigação –, “verificou-se uma taxa de presença microbiana de 53%, sendo o garrote, o rolo de adesivo e a tesoura que maior presença de microorganismos apresentaram”, afirma o enfermeiro Paulo Costa.

Por cada enfermeiro, foram colhidas duas amostras ao nível das mãos, duas amostras ao nível da farda clínica e duas amostras de dois materiais de bolso selecionados de acordo com o respetivo potencial de risco para o utente e para o profissional.

O bolseiro de investigação, atualmente a trabalhar num projeto inscrito na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, da ESEnfC, afirma ser “realidade vigente em muitas das unidades de cuidados em contexto nacional” situações em que “o material clínico que os enfermeiros transportam e armazenam no seu bolso da farda clínica não respeita princípios cruciais de boas práticas, seja a nível da sua higienização, seja na reutilização entre utentes e partilha entre profissionais”.

No estudo realizado, “os enfermeiros justificaram o transporte e armazenamento de material clínico no bolso da farda pelo seu rápido acesso em caso de necessidade, pela distância à sua zona de armazenamento e pela escassez que determinados materiais clínicos apresentam nas unidades”, refere Paulo Costa.

Algumas recomendações
Para o autor do estudo, “a utilização de materiais clínicos de uso único descartáveis ou a introdução de materiais reutilizáveis, que cumpram requisitos específicos de normas nacionais e internacionais de referência, devem ser promovidas pelos gestores em saúde, dado o seu impacto na qualidade e segurança dos cuidados prestados”.

Paulo Costa considera necessário «identificar, avaliar e hierarquizar os riscos associados à gestão de material clínico de bolso, promovendo ações de melhoria a desencadear nos diferentes níveis organizacionais», sendo que “a formação contínua a nível da prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde deve ser transversal a todos os profissionais”.

“Devem ser criados esforços na construção e disseminação de diretrizes institucionais neste âmbito temático, devidamente acessíveis em locais-chave das unidades, de modo a uniformizar a higienização destes equipamentos”, defende, ainda, o enfermeiro residente na Figueira da Foz.

Paulo Costa observa que, “em Portugal, o Decreto-Lei n.º145/2009 de 17 de junho estipula que o material clínico deve ser acondicionado de modo a que as suas caraterísticas e níveis de funcionamento não sofram alterações, eliminando ou reduzindo, tanto quanto possível, o risco de infeção para o utente”.

O projeto de mestrado do enfermeiro Paulo Costa, com o título “Gestão de Material Clínico de Bolso por Enfermeiros: Fatores Determinantes e Avaliação Microbiológica”, foi orientado pelos professores doutores João Graveto (ESEnfC) e Helena Albano (Universidade Católica Portuguesa - Centro de Biotecnologia e Química Fina).

A defesa do ato público foi concluída no dia 16 de outubro, tendo o investigador obtido a classificação de 19 valores.

Ao projeto foi concedida uma bolsa, pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, para disseminação dos resultados obtidos durante a European Scientific Conference on Applied Infectious Disease Epidemiology, que decorreu, de 6 a 8 de novembro, na capital da Suécia.

No âmbito deste e de outros estudos em curso, relacionados com infeções associadas aos cuidados de saúde, os investigadores da ESEnfC estabeleceram parcerias com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.

A equipa multidisciplinar pretende continuar a desenvolver projetos de investigação nesta área, com foco noutros contextos de cuidados e população, assim como na avaliação da eficácia de novas tecnologias na promoção de boas práticas em saúde e prevenção de infeções.

Centro Hospitalar Cova da Beira
De 13 a 19 de novembro de 2017, o Centro Hospitalar Cova da Beira está a promover diversas iniciativas para comemorar o Dia da...

Assim, ao longo desta Semana, encontra-se patente na entrada principal do Hospital Pêro da Covilhã uma exposição alusiva ao tema da Prematuridade, na qual se pretende recriar também um décor ilustrativo da Unidade de Neonatologia do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), com equipamentos e dispositivos médicos que fazem parte, quer da história quer do presente, desta unidade especializada na prestação de cuidados de saúde a bebés prematuros e a recém-nascidos.

Para os mais interessados nesta área, há também a possibilidade de, durante a semana, realizar visitas ao interior do serviço, sob agendamento prévio junto do secretariado do mesmo.

No dia 15 de novembro terá lugar pelas 17H00, no Auditório do Hospital Pêro da Covilhã, o I Encontro de Pais de Prematuros do CHCB, encontro esse que tem como finalidade promover a integração, sensibilização e partilha de experiências, entre os pais que permaneceram com os seus filhos prematuros internados na Unidade de Neonatologia e os profissionais que os acompanharam, num momento tão sensível e assustador das suas vidas.

Esta reunião, para a qual estão convidados todos os pais de bebés prematuros nascidos no CHCB, conta ainda com a participação de um representante da Associação XXS (Associação de Apoio a Pais de Bebés Prematuros) que pretende divulgar o projeto "de pais para pais", desta associação, a desenvolver na nossa região.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Cerca de 70 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e microbiologistas) e docentes de Enfermagem participaram, na última...

Nesta reunião, os representantes de 39 instituições do Norte, Sul e Ilhas (Açores) analisaram a diversidade de práticas existentes nas instituições de saúde relacionadas com a inserção e manutenção de cateteres venosos, falaram sobre materiais e tecnologias inovadoras disponíveis na atualidade para os cuidados neste âmbito, discutiram a importância da criação de equipas multidisciplinares, conforme já ocorre noutros países, e necessidades de investigação científica na área, em Portugal.

Patrocinaram o evento as empresas Vygon, Teleflex, Bard, BBraun e 3M, que estiveram representadas com a exposição de materiais e equipamentos para apoio à cateterização venosa.

Criada há cerca de um ano e sediada na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), a Associação Portuguesa de Acessos Vasculares (APoAVa) visa o desenvolvimento de atividades relacionadas com os acessos vasculares, como sejam consultoria técnico-científica, ações de educação e formação, organizações de feiras e congressos, edições e publicações científicas de livros, revistas, vídeos e outros formatos.

É uma associação que pretende integrar profissionais de áreas científicas multidisciplinares (como a Enfermagem, a Medicina, a Microbiologia e as Análises Clínicas), que contribuam para produzir e divulgar conhecimento, otimizando práticas profissionais para a qualidade de cuidados relacionados com os acessos vasculares.

Anabela Salgueiro, João Graveto, Pedro Parreira e Verónica Coutinho são docentes da ESEnfC que integram a APoAVa.

17 de novembro - Dia Mundial do Não Fumador
Um estudo levado a cabo nos EUA demonstra que o número de anos como fumador determina o risco de Artrite Reumatóide e que este...

Quanto mais longa for a exposição ao fumo do tabaco, maior a probabilidade de desenvolver uma doença reumática. No Dia Mundial do Não Fumador, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia relembra: o tabagismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de algumas doenças do foro reumático. Estas patologias podem limitar muito a vida daqueles com elas vivem e seus cuidadores e atingem cerca de metade da população portuguesa. No entanto, há ainda muitos casos de doentes com patologia reumática não diagnosticada que, com o tempo, podem dar origem a complicações, tanto físicas, como psicológicas.

Hoje em dia sabe-se que o ato de fumar está associado a várias doenças cardiovasculares, a cancro e também aterosclerose. Adicionalmente, vários estudos sugerem que o fumo do tabaco está associado igualmente ao aparecimento da Artrite Reumatóide com presença de anticorpos anti-CCP em pessoas que têm suscetibilidade genética, e que os doentes fumadores podem, igualmente, apresentar pior resposta à terapêutica. Além disso, os efeitos nocivos do tabaco demoram muito tempo a desaparecer do organismo, sendo maior o risco de desenvolver Artrite Reumatóide num ex-fumador do que numa pessoa que nunca fumou.

Daquilo que se sabe acerca da causa da Artrite Reumatóide, pode afirmar-se que há pessoas que nascem com predisposição genética e, quando em contacto com determinados fatores ambientais, começam a desenvolver a doença. Quando não diagnosticada e atempadamente tratada, a Artrite Reumatóide pode ter consequências graves na vida do doente, como incapacidade funcional para as actividades da vida diária, e associação a diversas comorbilidades, uma vez que a inflamação crónica constitui, por sua vez, um fator de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares, com um índice aumentado de mortalidade.

As articulações que mais são atingidas pela Artrite Reumatóide são as pequenas articulações dos dedos das mãos e dos pés.

O Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Dr. José Canas da Silva, reforça que Portugal é um dos países da União Europeia com maior número de pessoas com doença reumática e que estas são das doenças crónicas que mais limitam a vida dos doentes. Por isso, todas as formas de prevenção e controlo dos fatores de risco, como o tabagismo, são fundamentais.

Ministério da Saúde
Todas as crianças até aos 18 anos com diabetes tipo 1 vão ter acesso de forma gratuita a bombas de insulina dentro de dois anos...

O tratamento da diabetes tipo 1 pretende assegurar a cobertura até final de 2019 de toda a população em idade pediátrica, até aos 18 anos, de acordo com uma informação dada por fonte oficial do Ministério.

O alargamento do acesso a bombas de insulina vai ser feito por três fases: até final deste ano todas as crianças até 10 anos terão cobertura assegurada e até fim de 2018 o mesmo acontece para todas as crianças até 14 anos.

Até final de 2019 será alargada a cobertura às bombas de insulina a toda a população pediátrica, até aos 18 anos.

Fonte oficial do Ministério explicou à Lusa que este faseamento deve-se sobretudo à necessidade de dotar esta população e as famílias de capacidade e formação para utilização das bombas de insulina.

O Ministério da Saúde adianta ainda que, a par deste alargamento, foi realizado um processo de compra centralizado de bombas de insulina que permitiu uma poupança de 600 mil euros, constituindo uma redução de 45% face ao preço base.

Relatório
Quase 10 mil amputações de membros inferiores foram feitas em sete anos em Portugal por causa da diabetes, sendo esta uma das...

De acordo com dados oficiais nacionais divulgados hoje, dia em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, o número de amputações tem registado uma diminuição constante desde 2013, mas no ano passado ainda foram feitas mais de mil amputações de pés, tornozelos ou pernas.

O ano passado, 2016, foi o ano com menor amputações desde que há registo, de acordo com o relatório do Programa Nacional para a Diabetes que hoje é divulgado. Em 2010 foram feitas mais de 1.600 amputações e passados seis anos caíram para 1.037.

As amputações mais frequentes continuam a ser a dos pés, com 604 feitas no ano passado, enquanto foram realizadas 433 amputações ao nível da coxa, perna ou tornozelo.

A doença renal é outra das complicações frequentes da diabetes, havendo uma incidência de diabetes nos doentes renais crónicos na ordem dos 33%.

Responsável pela cegueira em adultos, a retinopatia diabética é outra das complicações graves. Em 2016, o número de rastreios a esta retinopatia cresceu mais de 30%, tendo sido realizadas mais 38.045 rastreios, num total acima dos 158 mil.

Também ligada a maus hábitos alimentares, a diabetes surge de forma evidente em pessoas com excesso de peso, sendo que 55% das pessoas com diabetes apresenta obesidade.

Direção-Geral da Saúde
Entre dez a doze portugueses morrem a cada dia, em média, por diabetes, uma doença que afeta mais de um milhão de pessoas em...

O documento da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado no dia em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, mostra que a mortalidade causada por esta doença tem vindo, ainda assim, a diminuir e que 2015 foi o ano que registou a taxa de mortalidade padronizada mais baixa, com 19,4 mortos por 100 mil habitantes.

Morrem por ano por diabetes entre 2.200 a 2.500 mulheres e cerca de 1.600 a 1.900 homens, o que significa mais de 4% das mortes das mulheres e de 3% nos homens.

A doença afeta mais de 13% da população portuguesa e estima-se que 44% das pessoas com diabetes esteja por diagnosticar.

Os centros de saúde realizam avaliações do risco de desenvolver diabetes, mas o Programa Nacional para a doença propõe um aumento do número de novos diagnósticos precoces.

De 2015 para 2016 o número de avaliações de risco de desenvolver diabetes teve um decréscimo, de 621 mil avaliações para menos de 619 mil.

Até 2020, a DGS pretende aumentar em 30 mil o número de novos diagnósticos através de diagnóstico precoce, diminuir a mortalidade prematura por diabetes em 5% e diminuir o desenvolvimento de diabetes em 30 mil utentes de risco.

Em termos regionais, a diabetes apresenta maior prevalência no Alentejo e na região autónoma dos Açores, sendo o Algarve a região com menor prevalência.

Infarmed
Os doentes com diabetes tipo I vão ter disponível um dispositivo para monitorização dos níveis de glicose que evita as picadas...

Em comunicado, o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento, revelou ter concluído ontem as negociações que se traduziram na comparticipação em 85% do dispositivo ‘FreeStyle Libre’ num acordo com a empresa farmacêutica Abbot que prevê o tratamento no primeiro ano de 15 mil pessoas com diabetes de tipo I, uma doença autoimune que implica injeções diárias de insulina.

“Todas as crianças com mais de quatro anos serão beneficiadas com este dispositivo”, refere o comunicado.

Segundo o Infarmed, o novo dispositivo “mede automaticamente os níveis de glicose e está indicado em substituição dos testes até aqui realizados no âmbito da autogestão da doença”.

“É particularmente relevante para as crianças e para os doentes que administram diariamente múltiplas doses de insulina, encontrando-se assim sujeitos a sucessivas picagens no dedo ao longo do dia. O sistema garante um maior controlo das hipoglicémias (baixas de açúcar no sangue) e pode disponibilizar uma imagem da glicemia do doente correspondente ao período de 24 horas. O sensor do sistema ‘FreeStyle Libre’ é aplicado na parte posterior do braço e armazena os dados de glicose continuamente durante até 14 dias”, explica o Infarmed.

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Diabetes.

Legionella
O número de casos confirmados de doença dos legionários do surto no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, subiu para 50,...

De acordo com os números divulgados, como dados preliminares e ainda sujeitos a validação, os 50 casos de infeção com a bactéria 'Legionella pneumophila' são todos de pessoas com história de doença crónica e/ou fatores de risco, sendo 34 pessoas com mais de 70 e 29 mulheres.

O surto provocou até agora cinco mortes.

Na atualização a Direção-Geral da Saúde (DGS) diz que 10 pessoas já tiveram alta clínica, que 29 estão atualmente internadas em enfermaria e que seis estão em unidades de cuidados intensivos.

A ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Legionella
O ministro da Saúde pediu ontem desculpas às vítimas da infeção por ‘legionella’, considerando que as mesmas devem ser objeto...

Adalberto Campos Fernandes falava no parlamento, onde o Orçamento do Estado para 2018 na Saúde estava a ser debatido na especialidade.

No dia em que se soube da quinta vítima mortal do surto de ‘legionella’ que afetou o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, o ministro começou por lamentar esta morte e afirmou que as vítimas são credoras de um pedido de desculpas “do hospital, das empresas responsáveis pela vigilância, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo”.

O ministro subscreve o pedido de desculpas, “enquanto responsável pelo governo”, acrescentando: “Tem de haver reparação no âmbito da responsabilidade civil por quem possa não ter feito aquilo que devia ter sido feito”.

O surto de ‘legionella’, que infetou 50 pessoas, começou no dia 03 de novembro e Adalberto Campos Fernandes garantiu que o seu ministério tudo fará para que a origem seja identificada.

“Isto não serve de desculpas para que os hospitais e as empresas não estejam reguladas por uma legislação mais exigente”, disse, anunciando que na próxima quarta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) vão publicar orientações atualizadas e “mais exigentes” para estas situações.

O ministro recordou ainda que tanto a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e o Ministério Público estão a acompanhar o caso.

É importante refletir
Em Portugal, estima-se que mais de um milhão de portugueses sofra de diabetes e que cerca de dois mi

O Dia mundial da Diabetes celebra-se a 14 de novembro de cada ano tendo sido implementado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (I.D.F.) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em resposta ao crescente diagnóstico desta doença a nível mundial.

Desde então já mais de 60 países se juntaram a esta iniciativa cujo símbolo é uma roda azul, representando a esperança para as pessoas que vivem com esta doença ou estão em risco elevado de a desenvolver. A celebração do Dia Mundial da Diabetes, tem como objetivo alertar a sociedade civil e entidades oficiais para esta doença e as suas problemáticas.

De facto, os números nacionais e internacionais não podem deixar de impressionar e se nos debruçarmos sobre eles percebemos rapidamente que esta doença convive muito próximo de nós, de uma forma direta (se a tivermos ou estivermos em rico de a desenvolver) ou indireta (familiares e amigos afetados, com custo diretos e indiretos para a sociedade). Se não vejamos:

1. Em Portugal, estima-se que mais de um milhão de portugueses, entre os 20 e os 79 anos, tem diabetes e que cerca de dois milhões estão em risco de desenvolver a doença por estarem já num estadio designado de hiperglicemia intermédia (mais conhecido por pré-diabetes);

2. Uma em cada 10 mulheres tem diabetes;

3. A Diabetes na Gravidez duplicou na última década;

4. A Diabetes rouba em média 8,5 anos de vida em adultos com menos de 70 anos;

5. A Diabetes constitui, atualmente, uma das principais causas de morte, principalmente devido ao aumento significativo do risco de doença coronária e de acidente vascular cerebral;

6. A diabetes a nível mundial mata mais que as guerras, os desastres naturais e as doenças infeciosas que tanto se temem;

7. Em praticamente todos os países desenvolvidos, a Diabetes é a principal causa de cegueira, insuficiência renal e amputação de membros inferiores.

Mas o que é a diabetes?

A Diabetes é uma doença que resulta da persistência de um nível elevado de glicose no sangue, que pode, na maioria dos casos, não dar sintomas durante muito tempo pelo que é considera uma doença silenciosa.

Os níveis cronicamente elevados de glicemia no sangue levam ao desenvolvimento de lesões em vários órgãos e sistemas sendo nos rins, olhos, nervos periféricos e sistema vascular, onde se manifestam as mais importantes, e frequentemente fatais, complicações da Diabetes.

Estas complicações, e a própria doença, trazem sofrimento humano quer nas pessoas com Diabetes quer nos seus familiares. Para além disso, os seus custos económicos são enormes. Estes custos incluem os cuidados de saúde, a perda de rendimentos e de produtividade para o próprio e para a sociedade.

Hábitos sedentários, uma alimentação hipercalórica e pouco cuidada, um consequente excesso de peso e um perímetro abdominal aumentado constituem o quadro mais habitual do estilo de vida pouco saudável onde surge a diabetes. Estes fatores associados à falta de vigilância de saúde podem levar a um diagnóstico tardio da doença.

A única maneira de travar este crescendo exponencial da diabetes passa por um lado pela prevenção da doença, através da sensibilização para a mudança de estilos de vida, por outro lado pelo seu diagnóstico precoce e otimização do seu tratamento.

A Endocrinologia é a especialidade médica que tem como objetivo o estudo, diagnóstico e tratamento das doenças endócrinas e metabólicas nomeadamente a Diabetes e a obesidade, sendo a especialidade de referência nestas áreas. Mas qualquer médico pode fazer o diagnóstico, e o seguimento inicial pode ser realizado a nível dos cuidados primários que encaminharão os casos mais complexos para as consultas de especialidades, quando indicado. Por isso, se tem fatores de risco para diabetes como antecedentes familiares, excesso ponderal ou se já tem diabetes diagnosticada, consulte o seu médico para diagnóstico precoce e seguimento adequado.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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