Prisões
Os profissionais de saúde das prisões vão passar a ter acesso aos antecedentes clínicos dos reclusos e será criado um sistema...

Até ao final do ano serão abrangidos pelo sistema de telemedicina mais de 3.300 reclusos - das cadeias do Linhó (546), Sintra (574), Lisboa (1.053) e Porto (1.155). Os restantes estabelecimentos prisionais terão disponível o serviço de telemedicina até ao final de 2018.

Ao acederem aos sistemas informáticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os profissionais de saúde das prisões passam a ter conhecimento dos antecedentes clínicos dos reclusos e podem dar continuidade a eventuais tratamentos que os detidos estivessem a receber quando estava em liberdade, evitando-se assim a interrupção de uma terapêutica para uma doença crónica, com os consequentes custos financeiros e para a saúde do doente.

Atualmente é feito um pedido de agendamento de consultas por parte de cada Estabelecimento Prisional, e no dia da realização da consulta, o EP assegura o transporte do recluso para a Unidade de Saúde, com as necessárias medidas de segurança.

Segundo dados do Ministério da Justiça, em 2016 foram realizadas 33.200 diligências de reclusos ao exterior para efeitos de saúde, que este protocolo pretende reduzir.

Na cerimónia, o diretor de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, destacou os "ganhos económicos e para a saúde" desta parceria, lembrando que os reclusos foram privados da liberdade, mas não da dignidade nem dos direitos constitucionais.

O ministro da Saúde insistiu na ideia de que Portugal é um país envelhecido, com parcos recursos, e que o caminho por "fazer o mesmo ou melhor com menos dinheiro" através de "soluções partilhadas".

A ministra da Justiça lembrou que a população prisional varia entre os 13.500 e os 14 mil reclusos e que muitos sofrem de patologias crónicas ou dependências (droga e álcool), sendo necessário dar continuidade a tratamentos que estivessem a receber quando estavam em liberdade.

Esta parceria, impedirá "a duplicação de exames de diagnóstico" e "ter conhecimento do passado clínico das pessoas para definir o seu futuro", disse Francisca Van Dunem, lembrando que anualmente se realizam cerca de 33 mil saídas por questões de saúde.

Estas soluções tecnológicas vão libertar agentes e infraestruturas para as restantes diligências, saídas para tribunal, depoimentos, contribuindo para uma melhoria significativa nas atuais condições de trabalho nos estabelecimentos prisionais.

O protocolo foi assinado pelo diretor-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, e pelo Presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Henrique Martins, e homologado pela ministra da Justiça e pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Centro Integrado de Diagnóstico e Terapêutica
O maior centro de diagnóstico do Serviço Nacional de Saúde, que funcionará no Parque de Saúde Pulido Valente, em Lisboa, vai...

Trata-se do Centro Integrado de Diagnóstico e Terapêutica (CIDT), “um projeto que visa concentrar a realização de exames clínicos num só espaço, respondendo às necessidades de todos os hospitais e centros de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo”.

De acordo com uma nota do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), este centro permitirá “uma abordagem transversal a segmentos específicos de doentes em ambulatório, tais como a saúde da mulher, a saúde do homem, os exames cardiológicos e de gastroenterologia, bem como todos os exames que têm como base a imagem”.

“É reforçada a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região de Lisboa, alcançando ganhos de eficiência, eficácia e de satisfação dos utentes”, prossegue a nota.

China
O cirurgião chinês Ren Xiaoping, que realizará em conjunto com o italiano Sergio Canavero o primeiro transplante de sempre de...

"Este transplante alimentará debates na imprensa, mas o que queremos é desenvolver o modelo de operação, para contribuir para que esta tecnologia avance", disse hoje Ren, numa conferência de imprensa na cidade de Harbin, onde se realizará a intervenção.

Na semana passada, Canavero afirmou que o primeiro transplante de uma cabeça se realizará na China, face às dúvidas de que a Europa ou Estados Unidos executarão aquela operação, mas Ren disse hoje que não há ainda uma data exata.

O médico chinês confirmou que praticou aquele tipo de operação com animais como cães e cadáveres humanos, numa intervenção realizada na semana passada, e que demorou 18 horas.

E afirmou que antes da intervenção definitiva publicarão, esta semana, os resultados das suas investigações prévias na revista Surgical Neurology International.

Vários membros da comunidade científica apontaram dúvidas sobre a viabilidade deste tipo de transplante, não só por questões éticas, mas também pelo risco inerente.

"A ciência não teme a polémica", afirmou Ren, que numa entrevista à Radio Nacional da China, na semana passada, afirmou que há mais de meio século o primeiro transplante de rins foi também polémico, antes de se converter numa prática habitual.

Canavero adiantou que o transplante poderá custar cerca de 100 milhões de dólares (85 milhões de euros) e envolverá dezenas de cirurgiões e outros especialistas, prevendo que demorará 24 horas.

Doença genética
A Fibrose Quística é uma das doenças genéticas mais comuns, estimando-se que em todo o mundo existam

A fibrose quística (FQ) é uma doença genética, crónica e progressiva. A sua incidência na Europa é de 1:2500 nados-vivos, em Portugal nascem 30 a 40 crianças com esta doença por ano e é a doença genética limitante da vida mais frequente nos caucasianos.

O gene responsável está situado no cromossoma 7 e atualmente estão descritas mais de 1800 mutações associadas à FQ. Este gene codifica uma proteína- a CFTR (cystic fibrosis transmembrane conductance regulator), que regula a secreção e absorção de iões e água nas células.

Nos doentes a perturbação desse mecanismo resulta em alterações do suor e do muco o que é particularmente problemático no sistema respiratório, mas também no sistema digestivo e no reprodutivo.

No pulmão as secreções espessas causam obstrução brônquica e levam a infeção bacteriana e inflamação persistente e mais tarde a insuficiência respiratória.

No pâncreas a secreção espessa obstrui os canalículos e não há libertação das enzimas pancreáticas (insuficiência pancreática exócrina) condicionando má digestão da gordura e desnutrição.

O diagnóstico de FQ é estabelecido classicamente no decurso da avaliação de doentes com infeções respiratórias de repetição, dificuldade respiratória obstrutiva baixa, tosse crónica com expetoração e dilatação dos brônquios (bronquiectasias).

Na criança para além das queixas respiratórias um aspeto muito relevante é a dificuldade no crescimento (atraso estaturo-ponderal) e a má-absorção com diarreia/esteatorreia (fezes com gordura) que resultam da insuficiência exócrina do pâncreas.

A fibrose quística também pode ser diagnosticada na sequência de outras situações como: no recém-nascido com obstrução intestinal por mecónio espesso (ileus meconial); na criança com episódios de desidratação grave de rápida instalação por perda acentuada de iões sódio e cloro; no adolescente e no adulto com pancreatite aguda recorrente, com diabetes e sintomas respiratórios, com polipose nasal ou com infertilidade por ausência de espermatozoides no esperma.

Perante a suspeita clínica o médico requisita uma prova de suor, que consiste no doseamento do cloreto. Se o valor estiver alterado prossegue a avaliação para exclusão ou confirmação do diagnóstico. O teste genético, por fim, identifica as mutações.

A gravidade da doença é variável e depende das mutações envolvidas e da precocidade do diagnóstico.

Alguns doentes apenas são diagnosticados na idade adulta, o que implica uma elevada suspeita clínica, estas situações estão associadas a uma clínica menos típica e a mutações menos comuns.

Um aspeto que veio modificar completamente o diagnóstico desta doença foi o rastreio neonatal da FQ que existe em vários países há vários anos e que, em Portugal, se iniciou em 2013. Deste modo, é possível o diagnóstico e instituição precoce da terapêutica, o que permite uma melhoria da qualidade de vida dos doentes.

Uma vez diagnosticada fibrose quística, esta deve também ser pesquisada noutros membros da família, especialmente nos irmãos.

As crianças e os adultos com fibrose quística necessitam de um seguimento multidisciplinar em centros de referência, com instituição de um programa terapêutico que inclui fármacos por via inalatória, antibióticos, mucolíticos, terapêutica de substituição com enzimas pancreáticas e suplementos vitamínicos e ainda uma reabilitação respiratória que abrange não só as várias estratégias para drenagem as secreções brônquicas espessas, mas também o exercício físico. Na fase de insuficiência respiratória crónica avançada o transplante pulmonar é a solução de recurso. 

A FQ nas últimas décadas modificou-se radicalmente. Em 1970 a esperança de vida era de 10 anos e era uma doença exclusivamente pediátrica, atualmente a esperança de vida chega à 3ª/4ª década.

Há cada vez mais pessoas com FQ a chegar à idade adulta devido ao enorme empenho da investigação com o apoio das associações de doentes que resultou numa melhor compreensão da doença e melhor suporte terapêutico, nutricional e de reabilitação respiratória e física. Além disto, apesar de não existir ainda uma cura, têm vindo a aparecer novos medicamentos reguladores da função da proteína CFTR defeituosa que atrasam a progressão da doença.

Referências: 
Gallati, S (2013). Genetics, pathophysiology andepidemiologyof CF. In: Paediatric Respiratory Medicine- ERS Handbook. Eber,E. Midulla, F (eds)

Barben, J, Southern, K (2013). Screening and diagnosis of CF. In: Paediatric Respiratory Medicine- ERS Handbook. Eber,E. Midulla, F (eds)

DGS- FQ- Norma 031/2012 atualizada a 10/01/2014.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
Dois doentes continuam internados nos cuidados intensivos e 20 na enfermaria na sequência do surto de 'legionella' no...

De acordo com a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS), todos os infetados com 'legionella' tinham história de doença crónica e/ou fatores de risco e 27 doentes já tiveram alta, num surto que infetou sobretudo pessoas com idade igual ou superior a 70 anos (67%).

Os dados da DGS, atualizados às 19:00 de segunda-feira, indicam ainda que desde o passado dia 15 que não se regista nenhum novo caso.

A bactéria 'legionella' é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

“SNS + Proximidade”
Os utentes com vários problemas de saúde vão passar a ter um Plano Individual de Cuidados que estará acessível aos vários...

O Ministério da Saúde apresenta hoje em Lisboa os futuros passos do projeto “SNS + Proximidade”, que começou a ser testado em alguns agrupamentos de centros de saúde da região Norte de Portugal.

Segundo Constantino Sakellarides, responsável pelo projeto, um dos elementos centrais é o desenvolvimento de um Plano Individual de Cuidados para as pessoas com vários problemas de saúde, com doença crónica associada, o que significa cerca de 30% da população portuguesa.

Este instrumento serve para gerir o percurso do doente e para definir quais os objetivos a atingir para os vários problemas de saúde que tem, sendo que os próprios utentes vão ajudar a definir esse Plano.

“Servirá também para determinar o que é importante para o doente nos próximos anos, que questões interessam controlar ou qual a atuação a ter”, explicou Constantino Sakellarides, indicando que há um instrumento de avaliação dos objetivos definidos.

A ideia é abarcar os vários problemas que afetam a qualidade de vida das pessoas e não apenas uma ou mais doenças crónicas de que padeçam, incluindo no Plano outros problemas ou disfunções como perturbações de sono, tonturas ou dores de costas, por exemplo.

Este Plano Individual de Cuidados estará disponível no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e permite uma partilha entre todos os profissionais de saúde envolvidos de informações e de decisões de diagnóstico e terapêutica.

Este plano vai incluir as pessoas com necessidades de cuidados domiciliários, “criando processos de articulação e coordenação nos centros de saúde em colaboração com os serviços sociais”.

Constantino Sakellarides sublinha que este tipo de projetos e de mudanças não se institui por decreto e que é necessária uma implementação gradual do projeto.

No próximo ano serão alargadas as experiências da região Norte a todas as regiões do país e em 2019 o Ministério da Saúde espera começar a generalizar o Plano Individual de Cuidados a toda a população com múltiplos problemas de saúde.

O projeto “SNS + Proximidade” pretende ainda tornar mais acessível a resposta das pessoas com doença aguda aos centros de saúde, evitando idas desnecessárias às urgências hospitalares.

Para isso, é necessário disponibilizar meios complementares de diagnóstico nos centros de saúde, reconhece Constantino Sakellarides, como análises clínicas.

O responsável adiantou que no projeto piloto do Norte houve centros de saúde que começaram já a garantir uma resposta de análises clínicas no próprio dia, ou com equipas hospitalares que se deslocam ao centro de saúde ou com o utente a ir fazer análises ao hospital no próprio dia, sem necessitar de passar pela urgência hospitalar.

Outro dos pilares fundamentais do “SNS + Proximidade” é o aumento da literacia em saúde (do conhecimento sobre a situação de doença e condição física para tornar as pessoas mais capazes de tomar decisões informadas).

Para isso, o Portal do SNS está a começar a recolher e disponibilizar informação de qualidade sobre determinadas problemáticas de saúde, como quedas, alimentação, que seja de fácil acesso e leitura para qualquer cidadão.

Constantino Sakellarides diz ainda que outro dos objetivos deste projeto é que os utentes tenham no Portal do SNS uma “agenda de saúde”, um instrumento personalizável com todas as informações relevantes sobre a saúde de cada utente.

Prisões
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde assinam hoje um protocolo...

Segundo a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), o acordo vai permitir que a população reclusa tenha acesso a um acompanhamento de saúde "mais próximo e constante, reduzindo o risco de contração de doenças com maior capacidade de propagação no ambiente fechado dos estabelecimentos prisionais".

Assim, ao terem acesso aos sistemas informáticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os profissionais de saúde das prisões passam a poder ter conhecimento dos antecedentes clínicos dos reclusos.

"Com o acesso a mais informações, estes profissionais passam a poder acompanhar o estado de saúde do recluso, logo desde a admissão no estabelecimento, permitindo dar continuidade a eventuais tratamentos que estivesse a receber quando estava em liberdade", explica a DGRSP.

Este acompanhamento será apoiado pelas tecnologias do Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), nomeadamente através da telemedicina, da Prescrição Eletrónica Médica (PEM), do Sistema de Informação Nacional dos Cuidados de Saúde Primários (SINUS), do Sistema Integrado de Informação Hospitalar (SONHO) e do SClínico Hospitalar (sistema onde são registados todos os episódios clínicos).

O protocolo será assinado pelo Diretor-Geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, e pelo Presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Henrique Martins, e homologado pela Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e pelo Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em cerimónia no Ministério da Justiça, Lisboa.

Venezuela
Mais de uma centena de venezuelanos pediram, na segunda-feira, ao Governo do Presidente Nicolás Maduro que abra um canal...

"É necessário que se tomem medidas. Devem ativar-se mecanismos de ajudas internacionais (...) existe 90% de escassez de medicamentos de medicamentos para muitas patologias, pessoas com hemofilia, com cancro, com alzheimer, para transplantados que estão recusando o órgão (transplantado", disse o presidente da Federação Farmacêutica Venezuelana (Fefarven).

Freddy Ceballos acompanhou mais de uma centena de venezuelanos, entre eles profissionais da área, familiares e pacientes com falta de medicamentos, que marcharam até à sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e as embaixadas do Canadá, Costa Rica, Peru e Alemanha, onde entregaram um documento sobre a crise no setor e a necessidade de abrir um canal humanitário.

Segundo aquele responsável, "300 mil pessoas estão em estado crítico" e à espera de conseguir medicamentos do Instituto Venezuelano da Segurança Social. "Há mais de quatro milhões de pacientes com sérias dificuldades para adquirir medicamentos", sendo necessárias "medidas urgentes" para evitar mortes, acrescentou.

Na marcha participaram ainda representantes das organizações não-governamentais (ONG) Programa Venezuelano de Educação e Ação em Direitos Humanos (Provea) e da Coligação de Organizações pelo Direito à Saúde e à Vida (Codevida).

Francisco Valência, da Codevida, afirmou que "chegou o momento dos setores políticos do país darem atenção a esta situação humanitária, que devem estar acima de qualquer negociação".

Os venezuelanos denunciaram que há pessoas a morrer por falta de tratamento e acusaram o Governo de impedir a entrada de medicamentos e não divulgar estatísticas da Saúde, incluindo o relatório de 2016.

"Há países amigos que têm oferecido medicamentos que o Governo não quer aceitar, por razões ideológicas", denunciou Francisco Valência, aos jornalistas.

As ONG estão ainda preocupadas com a possibilidade de a Venezuela não pagar a dívida à Organização Panamericana da Saúde, o que agravará a situação no próximo ano.

Investigação
Os Prémios Pfizer distinguiram este ano investigações sobre cataratas, malária e doença de Parkinson, anunciou a organização.

Andreia Rosa, da Universidade de Coimbra, Maria Manuel Mota, do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, e Rui Costa, do Centro Champalimaud, lideram as equipas que desenvolveram os trabalhos premiados, cada um deles com o montante de 20 mil euros.

Os galardões, que distinguem projetos de investigação básica e clínica na área biomédica, são atribuídos anualmente pela farmacêutica Pfizer, que os financia, e pela Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, encarregue do processo de avaliação das candidaturas.

Segundo a organização, as investigações premiadas "prosseguem avanços científicos na otimização dos processos de cirurgia no caso das cataratas, na revelação de um mecanismo de autocontrolo do parasita da malária e no controlo da ativação dos neurónios que libertam dopamina [neurotransmissor] no âmbito da doença de Parkinson".

A equipa liderada por Andreia Rosa, distinguida na investigação clínica, socorreu-se da ressonância magnética para esclarecer a ligação entre disfotópsias, como encadeamento e brilhos oculares, e as características do cérebro em doentes com cataratas que usam lentes multifocais.

As conclusões a que chegaram os investigadores vão permitir, de futuro, selecionar melhor a lente a implantar num doente com cataratas, avaliar diferentes desenhos de lentes e "estratégias terapêuticas que favoreçam a adaptação" e "demonstrem a capacidade do cérebro não jovem para a aprendizagem visual e plasticidade", refere a organização dos prémios em comunicado.

O grupo de Maria Manuel Mota, premiado em investigação básica, demonstrou num estudo com ratos que a carga do parasita da malária e a severidade da doença diminuem com uma dieta alimentar menos rica em calorias.

Distinguido na mesma categoria, o trabalho do laboratório de Joaquim Alves da Silva explica que a principal alteração nos doentes de Parkinson é a perda de um tipo de neurónios (células cerebrais) que libertam dopamina. A atividade destes neurónios é necessária para o início do movimento.

OE2018
A bastonária da Ordem dos Nutricionistas disse esperar que a taxa sobre produtos com elevado teor de sal seja aprovada no...

Segundo a proposta de OE2018, o Governo quer criar um novo imposto de 0,80 euros por quilo sobre as bolachas, biscoitos, batatas fritas e desidratadas e flocos de cereais, quando estes alimentos tiverem mais de um grama de sal por cada 100 gramas de produto, mas o PCP já disse que ia votar contra, ao lado de PSD e do CDS-PP.

Em declarações, a propósito do primeiro congresso da Ordem dos Nutricionistas, onde este tema “vai ser imensamente debatido”, a bastonária disse ser “uma pena não se aproveitar este momento para taxar alimentos que são prejudiciais à saúde”.

“Lamento que esta medida porventura não venha a ser aprovada na Assembleia da República”, mas no caso de ser homologada “a verba arrecadada” com a nova taxa deve ser aplicada em “medidas de promoção de hábitos alimentares saudáveis”, defendeu Alexandra Bento.

O Governo espera arrecadar com a taxa do sal 30 milhões de euros, uma verba que, segundo Alexandra Bento, teria “uma grande importância para um grande programa de promoção da saúde, para uma grande campanha de educação alimentar”, que envolvesse nutricionistas.

“Não nos podemos esquecer que temos escassez de nutricionistas no Serviço Nacional de Saúde e que temos ausência de nutricionistas num palco importantíssimo que são as escolas”, vincou.

Neste sentido – defendeu – não se deve perder “esta oportunidade de taxar alimentos” prejudiciais à saúde, que além de fazer decrescer o seu consumo, a verba angariada pode ser utilizada na promoção da saúde da população.

“Se de facto nós estamos a morrer dos maus hábitos alimentares é necessário criar medidas que sejam bem fundamentadas, que sejam estruturadas e que se saiba qual é o seu verdadeiro impacto”, sublinhou.

Alexandra Bento espera que os partidos políticos estejam presentes no congresso, com o tema “Um Compromisso para a Saúde, que decorre na terça e na quarta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde são esperados mais de 500 nutricionistas.

“Problema será se os responsáveis do nosso país, os deputados da nossa nação, não quiserem estar neste congresso, não só na abertura, que é um momento simbólico”, mas também nos painéis.

Para Alexandra Bento, é importante que os deputados ouçam o que é dito por “quem estuda, porque a evidência científica é importantíssima para a atuação dos profissionais de saúde”, mas também para desenhar estratégias políticas.

No congresso irão ser debatidas questões como a moderna saúde pública, os conflitos entre a nutrição, a saúde e o setor alimentar, as atualidades em nutrição clínica, as reformas no Serviço Nacional de Saúde ou os caminhos da empregabilidade e a valorização da profissão de nutricionista.

Organização das Nações Unidas
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um comunicado para expressar preocupação com um projeto de lei que ameaça o...

Segundo um comunicado, assinado pelo Fundo para a População das Nações Unidas (UNFPA), a ONU Mulheres, o Escritório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde no Brasil (OPAS/OMS) e o Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) a aprovação desta lei nos seus termos atuais acarretará "maior risco para a saúde de mulheres e raparigas".

O projeto de lei, aprovado há duas semanas por uma comissão parlamentar no Congresso do Brasil foi considerado um "cavalo de Troia" por ativistas pró-aborto.

O objetivo inicial da lei, discutida numa comissão especial, era ampliar a licença de maternidade de mães de bebés prematuros, mas um grupo de deputados ultraconservadores ligados a igrejas evangélicas inseriram um artigo afirmando que o direito à vida é "inviolável desde a conceção", o que poderia excluir todos os casos autorizados de aborto.

No Brasil, o aborto é permitido somente em caso de violação, risco de vida para a mãe, ou se o feto tem anencefalia, uma má formação congénita do sistema nervoso.

No entender das agências da ONU, ao determinar que a vida é "inviolável desde a conceção" o projeto desviou-se de seu propósito inicial e também distanciou o Brasil dos compromissos internacionais firmados no campo dos direitos humanos, incluindo os direitos das mulheres e a igualdade de género.

As agências da ONU afirmaram que a nova redação da lei "coloca as mulheres numa situação que comprometeria o exercício de seus direitos humanos e que limitaria a capacidade do Estado, como garante desses direitos, no cumprimento das suas obrigações em matéria de direitos reprodutivos."

Hoje os abortos ilegais são uma das principais causas de morte materna no Brasil e no mundo.

O projeto que pode proibir todas as formas de aborto no Brasil será analisado numa outra comissão antes de ser submetido a votação em plenário da Câmara dos Deputados (câmara baixa parlamentar), onde serão necessários 308 votos para a sua adoção, o que significa a aprovação de dois terços dos votos dos parlamentares desta casa legislativa.

Na semana passada manifestações contra o projeto de lei ocorreram nas principais cidades do Brasil, mobilizando várias centenas de pessoas no Rio de Janeiro.

Agência do Medicamento
A cidade holandesa de Amesterdão vai acolher a futura sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), ao bater Milão (Itália)...

Numa “corrida” na qual participava a cidade do Porto – que foi afastada na primeira volta, ao ser a sétima cidade mais votada -, Milão foi a cidade a reunir mais votos nas duas primeiras voltas, mas na terceira e última ficou empatada com Amesterdão (13 votos cada, já que um dos 27 Estados-membros teve voto nulo), havendo então necessidade de recorrer a um sorteio, tal como previam as regras, e a sorte sorriu à cidade holandesa, indicaram fontes europeias.

Na primeira volta da votação para a sede da EMA, o Porto recolheu 10 votos, tendo sido a sétima cidade mais votada, a par de Atenas, e atrás de Milão (25 votos), Amesterdão e Copenhaga (ambas com 20) – tendo estas três passado à segunda volta -, Bratislava (15), Barcelona (13) e Estocolmo (12).

Os outros candidatos que hoje se apresentaram a votos eram Bona (Alemanha), Lille (França), Sófia (tiveram todas 3 votos na primeira volta); Viena (4), Bruxelas e Helsínquia (ambas com 5 votos), Bucareste e Varsóvia (7).

A EMA, cuja localização em Londres terá de mudar devido à saída do Reino Unido da UE, conta atualmente com 890 trabalhadores e recebe cerca de 35 mil representantes da indústria por ano.

Ainda hoje, os 27 Estados-membros reunidos num Conselho de Assuntos Gerais – numa reunião na qual Portugal está representado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias -, irão eleger a nova sede da Autoridade Bancária Europeia, também de saída do Reino Unido devido ao ‘Brexit’

Nutricionistas
A bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, afirmou hoje que o cenário alimentar em Portugal “é catastrófico” e...

Para a bastonária, “Portugal não tem sabido utilizar” os seus recursos “a bem da alimentação dos portugueses”.

“Nós temos uma prodigiosa tradição alimentar, a alimentação mediterrânica, temos profissionais de saúde de excelência”, nomeadamente os nutricionistas, “mas temos um cenário alimentar que é catastrófico e que está a perigar a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde”, afirmou Alexandra Bento, que falava à agência Lusa a propósito do primeiro congresso da Ordem dos Nutricionistas, que decorre na terça e na quarta-feira, em Lisboa.

A bastonária explicou que os portugueses estão a morrer devido aos erros na alimentação: “as doenças crónicas não transmissíveis são o cenário das doenças na atualidade, morremos de doenças cardiovasculares, morremos de diabetes, de cancro e todas elas muito relacionadas com os maus hábitos alimentares”.

Alexandra Bento observou ainda que, apesar de nunca se ter ouvido tanto falar da importância da alimentação para a saúde, “crescem os mitos e os falsos conceitos à volta da alimentação saudável e equilibrada”.

Por outro lado, apontou, estão acentuar-se as desigualdades sociais nesta matéria. “Quem tem mais escolaridade tem mais literacia alimentar e nutricional, alimenta-se melhor, logo tem melhor saúde”.

E, pelo contrário, quem tem “menor escolaridade, menor nível sociocultural e económico, tem mais dificuldade de organizar a sua alimentação, logo vai ter uma saúde mais penosa”, disse Alexandra Bento.

Sobre o congresso, com o tema “Um Compromisso para a Saúde”, a bastonária considerou que “é um grande momento” para os nutricionistas e para os profissionais de saúde.

“A alimentação é uma temática incontornável se queremos mais saúde no nosso país e por isso formatámos este congresso com temas que consideramos que são fortíssimos”, abrindo com um “grande painel” sobre “políticas públicas de saúde na área da alimentação”.

O palco do evento é o Centro Cultural de Belém, onde são esperados mais de 500 participantes, entre especialistas nacionais e internacionais que irão debater questões como a moderna saúde pública, os conflitos entre a nutrição, a saúde e o setor alimentar, as atualidades em nutrição clínica, as reformas no SNS ou os caminhos da empregabilidade e a valorização da profissão de nutricionista.

O congresso não terá patrocínios, segundo a Ordem dos Nutricionistas, que pretende assim manter “a imparcialidade junto dos decisores políticos, dos organismos públicos e privados e da população em geral, dada a sua intervenção na definição de políticas na área da alimentação e nutrição”.

“É óbvio que a colaboração entre nutricionistas e indústria leva a grandes progressos, tanto ao nível da inovação alimentar, como na promoção de uma melhor saúde. Mas é fundamental que esta relação esteja sempre patente e sujeita a total independência e isenção”, sublinhou Alexandra Bento.

Pesquisa
Temperaturas acima dos 28 graus centígrados nas salas de aula podem dificultar o raciocínio, a lógica e a aprendizagem dos...

"A temperatura mais elevada do ar pode provocar o aumento da frequência cardíaca dos estudantes acima de 100 batimentos por minuto", passando estes a consumir "mais calorias" e a diminuir o ser "desempenho cognitivo", explicou à Lusa o investigador Paulo Oliveira, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), do Politécnico do Porto, uma das entidades portuguesas que participam no projeto.

Esta situação, contou o professor, verificou-se em algumas regiões do nordeste do Brasil, como Manaus e Terezina.

Estes são alguns dos resultados preliminares do estudo "Condições Térmicas e Desempenho em Ambientes de Ensino - Norte de Portugal e Nordeste do Brasil", no qual investigadores da ESTG e da Universidade Federal da Paraíba, no Brasil analisam a influência das mudanças de temperatura no desempenho cognitivo dos alunos.

Relativamente a temperaturas temperadas, que se encontram entre os 22 e 24 graus centígrados, a interferência encontrada não era significativa, indicou o investigador.

Segundo Paulo Oliveira, a temperatura ideal para as salas de aula depende da estação do ano, sendo que no inverno a mesma deve estar entre os 22 e os 24 graus centígrados, enquanto no verão deve ficar à volta dos 18 graus.

Embora no Norte de Portugal não se tenham verificado diferenças no desempenho cognitivo dos estudantes quando os fatores ambientais foram alterados, espera-se que até ao término do projeto (previsto para início de 2018) seja possível obter resultados mais substanciais.

De acordo com Paulo Oliveira, é fundamental que as salas de aula reúnam as condições para os alunos aprenderem de forma confortável, passando, a este nível, pela regulação da temperatura e pelo conforto térmico.

"É necessário que as mesmas tenham um bom isolamento térmico e, caso este não funcione de forma adequada, devem ter também sistemas de climatização", indicou.

Nestes casos, continuou, é igualmente importante que os filtros dos equipamentos sejam verificados com regularidade, para impedir a entrada de poeira e de partículas de ar.

"Estas são zonas com uma permanência significativa de humidade e que têm as condições ideias para a proliferação de diversos microrganismos", esclareceu, reforçando a importância da revisão dos equipamentos.

Para o trabalho luso-brasileiro foram recolhidos dados ao nível de parâmetros cardiovasculares, consumo de energia e de conforto ambiental, em contexto de sala de aula.

O estudo abrangeu uma amostra de estudantes de várias turmas das licenciaturas em Engenharia Informática e em Ciências Empresariais, tendo sido efetuadas medições aquando da utilização de equipamentos tecnológicos, como computadores portáteis.

No decorrer das medições em contexto de aula, os estudantes tinham que responder, em simultâneo, a testes de sequência lógica para avaliação do seu desempenho cognitivo, com registo do tempo e das calorias consumidas pelo organismo, enquanto eram expostos aos parâmetros de conforto ambiental do meio envolvente.

A amostra incluiu estudantes da ESTG do Politécnico do Porto, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e de outras instituições de ensino superior do Brasil.

O trabalho de cooperação arrancou em 2016, com o projeto "Mudanças Climáticas e Elevação da Temperatura do Ar: Implicações na Saúde e no Desempenho de Alunos em Ambientes Climatizados", cofinanciado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Brasil.

Novas regras
Utentes infetados com VIH/sida vão custar menos um terço ao Estado que este ano, de acordo com as novas regras da Administração...

As novas regras dos hospitais públicos vão tornar os tratamentos de doenças como VIH/sida e hepatite C mais acessíveis, o que tratará uma poupança ao Estado no próximo ano, segundo noticia o jornal Público. Em 2018, o financiamento para os hospitais vai subir para 3.875 milhões de euros, em comparação com os 117 milhões alocados este ano.

Utentes infetados com VIH/sida vão custar menos um terço ao Estado que este ano. O valor anual recebido pelos hospitais vai diminuir para 5.997 euros por doente no próximo ano, face aos 9.166 euros anuais de 2017. No caso de doentes com hepatite C não havia valor estipulado e os hospitais vão começar a receber 6.922 euros por doente.

As revisões foram feitas “considerando o hiato de tempo de cerca de dez anos volvido entre a criação da modalidade de pagamento e o momento atual”, segundo refere o documento da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) que define as novas regras para os hospitais, em 2018, a que o jornal Público teve acesso.

Colocação
Na região de Lisboa, onde mais faltam médicos de família, havia 218 lugares à disposição mas só foram ocupados 154.

Ficaram por ocupar 52 postos de trabalho no último concurso do Serviço Nacional de Saúde para os médicos que concluíram este ano a especialidade em Medicina Geral e Familiar. Em abril tinham concluído esta especialidade 291 médicos e o governo abriu o concurso em setembro, pronto para fazer um contrato de trabalho com 290 médicos. Segundo dados avançados ao i pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), apenas foram contratados 238 médicos.

O concurso para colocação dos recém-especialistas tem algumas particularidades: os jovens médicos só podem concorrer às vagas identificadas pela tutela nos centros de saúde onde há maior necessidade de fixar médicos. Ainda assim, no início no processo são colocados mais lugares à disposição do que o número de candidatos e postos de trabalho a ocupar, para os médicos poderem optar.

Neste último concurso foram disponibilizadas 317 vagas para os 290 lugares a preencher, que abrangiam assim a quase totalidade dos médicos que concluíram o internato, como tem sido regra nos últimos anos, dado que continuam a faltar médicos de família no SNS.

O balanço fornecido ao i revela que as assimetrias vão manter-se. Na região Norte, onde praticamente todos os cidadãos têm médico de família (a taxa de cobertura é de 97,8%), foram ocupadas as 36 vagas disponibilizadas pela tutela. O mesmo aconteceu relativamente às 20 vagas na região Centro, onde hoje também é residual a fatia da população sem médico.

Já na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde tinha sido disponibilizado o maior número de vagas – 218 das 317 –, foram ocupadas 154. Atualmente, em Lisboa há 646 480 utentes sem médico de família – 17,4% do total de inscritos. Em setembro, o vice--presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, tinha estimado ao jornal “SOL” que, se todas as vagas fossem ocupadas, bastaria dois anos para resolver a falta de médicos de família em Lisboa. Este ano, a ARS desafiou mesmo os agrupamentos de centros de saúde a organizarem visitas guiadas aos jovens médicos, falando também das obras em curso em muitos centros de saúde – 50 das 79 obras projetadas pela tutela estão nesta zona do país, o que, mesmo assim, não terá sido suficiente. No ano passado, dos dois concursos para colocação de jovens médicos em Lisboa, com um total de 225 vagas, tinham ficado por ocupar 86 lugares.

Por último, dificuldades também no Alentejo, onde ainda assim falta médico a menos pessoas:_só foram ocupadas três das dez vagas disponibilizadas. No Algarve foram ocupadas 25 das 33 vagas existentes.

A ACSS informou ainda que dos 238 médicos recrutados, 85 ficaram colocados em estabelecimentos de saúde identificados em zonas carenciadas, pelo que terão direito aos incentivos revistos este ano pelo governo e que garantem aos médicos um acréscimo salarial na ordem dos 40% e mais tempo de férias.

 “A culpa é do governo”

Para o Sindicato Independente dos Médicos, não há mais vagas ocupadas “por culpa do governo”, a quem atribui responsabilidades pelos atrasos nos concursos. No ano passado, os médicos de família estavam colocados em agosto e, este ano, o concurso só abriu em setembro, com os médicos a iniciar funções entre outubro e novembro. No caso dos especialistas hospitalares, que também concluíram a formação em abril, o concurso ainda não abriu. Na semana passada, o ministro da Saúde garantiu no parlamento que abriria em breve. Ao i, a ACSS disse não ser possível adiantar uma data concreta. “A cada dia que passa há uma pressão cada vez maior para os médicos irem para o privado ou para o estrangeiro”, diz Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do SIM. “O Estado sabe quantos internos tem em cada ano. No dia em que acabam a especialidade, devia abrir o concurso. Tinham contrato, tinham tudo para orientar as suas vidas”, salienta o dirigente sindical, lembrando que, há dois anos, os sindicatos acordaram simplificar o processo de recrutamento dispensando entrevista, o que a tutela “não tem aproveitado”.

 Relativamente aos especialistas hospitalares, Roque da Cunha fala de 540 médicos à espera e de serviços envelhecidos onde os médicos mais novos têm mais de 50 anos. “Não sei quantos jovens o governo espera recrutar”, diz o médico, que atribui o atraso às Finanças. “Como continuam a trabalhar e recebem menos mil euros do que se estivessem contratados como especialistas, sai mais barato. Mas isso faz com que as pessoas saiam e, depois, o Estado vá recorrer a tarefeiros com um preço/hora mais elevado.” Também a ordem já mostrou preocupação com o atraso, revelando que já houve pedidos de documentação para emigrar por alguns jovens médicos.

Estudo
Os videojogos têm potencial para poderem vir a ser utilizados como meio auxiliar de diagnóstico em doenças associadas ao...

Desenvolvido por uma equipa de investigadores das faculdades de Ciências e Tecnologia e de Medicina da UC, o estudo centrou-se na avaliação de ‘serious games’ (“jogos aplicados a situações sérias”) como “um instrumento útil para ser usado na avaliação cognitiva e estimulação da população idosa”, refere uma nota da UC enviada hoje à agência Lusa.

Para isso, a equipa, constituída por Hélio Neto, Joaquim Cerejeira e Licínio Roque, “instrumentou três jogos com ferramentas de recolha de dados que permitissem estudar o desempenho das funções cognitivas do público-alvo”.

Os jogos foram depois testados com dois grupos de pessoas idosas. Um grupo seguido na Unidade de Gerontopsiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), sob a supervisão do especialista Joaquim Cerejeira, e outro constituído por idosos saudáveis, acrescenta a UC.

Durante as experiências, os especialistas recolheram e analisaram cerca de uma centena de indicadores, que permitiram estudar os níveis de desempenho ao longo do jogo, e, com a mesma amostra, aplicaram também um teste padrão – o Montreal Cognitive Assessement (MoCA) –, usado em contexto clínico para rastreio de défice cognitivo.

Os resultados revelaram “uma correlação direta entre o desempenho obtido nos jogos e o resultado alcançado no teste MoCa”, isto é, “os jogadores que obtiveram melhor performance no teste padrão foram os que conseguiram concluir mais níveis nos jogos”, explica Licínio Roque, docente e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra.

Embora sejam necessários estudos mais aprofundados, esta correlação indica que os ‘serious games’ poderão, no futuro, “ser utilizados como instrumento auxiliar de diagnóstico em patologias que envolvam avaliações neuropsicológicas”, adianta o investigador, citado pela UC.

“Os jogos podem, de uma forma menos stressante e mais atrativa, ser usados como indicadores de substituição para testes cognitivos. Por exemplo, a pessoa pode estar no conforto da sua casa e ser acompanhada remotamente pelo médico enquanto joga”, salienta ainda Licínio Roque.

O psiquiatra do CHUC e docente da Faculdade de Medicina de Coimbra Joaquim Cerejeira realça, por seu lado, que esta nova abordagem “poderá vir a ser útil para caracterizar e monitorizar a função cognitiva dos doentes de uma forma rotineira e cómoda”.

O médico ou neuropsicólogo poderá, dessa forma, “verificar se o desempenho do doente está de alguma forma prejudicado e verificar em que medida o tratamento instituído está a ser eficaz”, sublinha Joaquim Cerejeira.

A investigação, que foi distinguida recentemente com o prémio de ‘Melhor artigo científico’ 2017 na ICEC (International Conference on Entertainment Computing), foi desenvolvida ao longo de quatro anos, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), do Brasil.

Na sequência do Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), assinalado no passado dia 15 de novembro, a Sociedade...

 “Todo o indivíduo com 40 ou mais anos de idade, fumador, com tosse, expetoração e/ou falta de ar com as atividades do dia-a-dia, deve consultar o seu médico para avaliar se tem DPOC. A presença destes sintomas num fumador implica a realização de uma espirometria”, explicam as coordenadoras da Comissão, Dras. Inês Gonçalves e Ana Sofia Oliveira. A precocidade diagnóstica permite, de acordo com dados internacionais, uma diminuição das exacerbações e hospitalizações e redução de custos com ganhos no sistema de saúde.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é comum em Portugal, afetando cerca de 14,2% da população com 40 ou mais anos de idade, de acordo com estimativas do estudo BOLD (Burden of Obstructive Lung Disease).

A taxa de subdiagnóstico é ainda extremamente elevada, o que significa que muitos doentes ainda não sabem que têm DPOC.

É, pois, com o objetivo de alertar para a importância do diagnóstico precoce que a SPP lança este vídeo de sensibilização, que tem como mensagem Não Vire as Costas à DPOC. O vídeo será transmitido na RTP na próxima segunda-feira e será partilhado nas redes sociais durante as próximas semanas. 

Tosse, cansaço e falta de ar são sintomas que os doentes tendem a desvalorizar e a atribuir a outras causas, nomeadamente ao tabaco e ao envelhecimento. “Se têm falta de ar, preferem andar de carro mesmo que seja uma distância muito curta, preferem andar de elevador mesmo que seja um único andar, evitam brincar com os filhos ou os netos para evitar fazer esforços para não se cansarem. Evitam atividades familiares e sociais com perda gradual de qualidade de vida. Infelizmente muitos só tomam consciência do problema quando são internados”, alertam as Dras. Inês Gonçalves e Ana Sofia Oliveira.

Abandonar os hábitos tabágicos, fazer a medicação diariamente conforme indicação médica, manter atividade física diária e evitar infeções respiratórias, fazendo as vacinas para evitar as gripes e pneumonias, fazendo as vacinas vacina antigripal e antipneumocócica são as recomendações da Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória e DPOC para um controlo dos sintomas e para uma melhor qualidade de vida.

“Fazendo o tratamento diariamente, de forma regular e correta, o doente consegue ter os seus sintomas controlados, ou seja, menos tosse, expetoração, cansaço e falta de ar. Por consequência existirá melhoria na qualidade de vida e menor número de descompensações, o que implica menor número de idas aos Serviços de Urgência e internamentos. Infelizmente os internamentos por DPOC estão associados a elevada mortalidade”, descrevem as especialistas.

Antibióticos
De acordo com a Organização Mundial de Saúde mais de metade dos antibióticos são prescritos de forma

O antibiótico é qualquer medicamento capaz de combater uma infeção causada por microrganismos que causam infeções a outro organismo. Não destroem vírus!

O termo antibiótico tem sido utilizado de modo mais restrito para indicar substâncias que atingem bactérias, embora possa ser utilizado em sentido mais amplo contra outros parasitas (protozoários, fungos ou helmintos). Ele pode ser bactericida, quando tem efeito letal sobre a bactéria ou bacteriostático, se interrompe a sua reprodução ou inibe seu metabolismo mas também causa efeitos significativos em doenças causadas por vírus como a gripe.

As primeiras substâncias descobertas eram produzidas por fungos, como a penicilina. Atualmente existem também antibióticos sintetizados ou alterados em laboratórios farmacêuticos para evitar resistências e diminuir efeitos colaterais.

Quando usados corretamente, os antibióticos são medicamentos extremamente úteis. Para além dos efeitos adversos, o uso indiscriminado de antibióticos pode levar ao surgimento de bactérias resistentes.

 Os dados estatísticos recentemente publicados sobre o consumo de antibióticos tanto nos Estados Unidos com na União Europeia reportam uma diminuição discreta desse consumo. Como nota positiva para Portugal destaca-se a diminuição no consumo hospitalar de carbapenemos , última linha na terapêutica para estirpes bacterianas multirresistentes. A resistência bacteriana aos antibióticos é atualmente um dos problemas de saúde pública mais relevantes a nível global, dado que apresenta consequências clínicas e económicas preocupantes, estando associada ao uso inadequado de antibióticos.

A resistência bacteriana tem crescido acentuadamente, sendo que as bactérias Gram-positivas mais resistentes aos antibióticos são da espécie Staphylococcus aureus e do género Enterococcus, ao passo que as bactérias Gram-negativas mais resistentes aos antibióticos são das espécies Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa e da família Enterobacteriaceae.

No mundo inteiro, doenças infeciosas graves estão a ficar resistentes aos antibióticos – principalmente porque estes são usados em excesso para tratar infeções ligeiras. A produção de novos antibióticos está a ocorrer a um ritmo mais lento do que o do surgimento de resistências, deixando poucas alternativas. O seu uso cauteloso por parte dos trabalhadores de saúde e dos doentes será a principal estratégia no combate a essas resistências.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 50% dos antibióticos são prescritos de forma inadequada  o que vem causando resistência à ação dos medicamentos.

Regras gerais para o uso de antibióticos

1. Nunca usar um antibiótico, a não ser que o doente tenha uma infeção bacteriana

2. Usar somente o antibiótico que é recomendado para a infeção que se quer tratar

3. Saber quais são os riscos de utilização do antibiótico

4. Usar o antibiótico somente na dose recomendada

5. Administrar o antibiótico durante o período recomendado

6. Privilegiar a via oral em detrimento da fórmula injectável

Porque se devem usar apenas nas situações recomendadas ?

1. Intoxicações e reações. Os antibióticos não matam apenas as bactérias, mas podem também prejudicar o organismo, por intoxicação ou causando reações adversas;

2. Alterações do equilíbrio natural. Nem todas as bactérias que estão no corpo são prejudiciais. Pelo contrário, algumas são necessárias para o corpo funcionar normalmente. Os antibióticos muitas vezes matam também as bactérias que ajudam o corpo.  As pessoas que tomam amoxicilina ou outros antibióticos de largo espectro, durante vários dias, podem ficar com diarreia. Os antibióticos podem matar alguns tipos de bactérias necessárias para a digestão e desta forma prejudicam o equilíbrio natural do intestino;

3. Resistência ao tratamento. A razão mais importante para limitar o uso dos antibióticos é que quando os antibióticos são usados em excesso acaba por ter menos efeito. As bactérias tornam-se resistentes ao antibiótico.

É, assim, necessário adotar estratégias que minimizem a resistência nas espécies em que esta apresenta um nível elevado, ou em que houve um aumento da resistência em anos recentes, tais como o uso adequado de antibióticos no tratamento de infeções causadas por essas espécies e um melhor controlo de infeções hospitalares

Os dados publicados sobre resistências bacterianas são dados recolhidos exclusivamente em meio hospitalar, não tendo sido encontrados dados de resistências recolhidos em cuidados primários. Apesar de considerarmos que as infeções causadas por estirpes resistentes em meio ambulatório são, não raras vezes, tratadas em meio hospitalar, parece-nos ser fundamental a recolha de dados de resistência bacteriana nos cuidados primários.

A  promoção da comunicação e do fluxo de informação entre os cuidados primários e os cuidados diferenciados poderá melhorar as medidas de combate ao problema de saúde pública que as resistências bacterianas representam.

Uma outra medida a tomar, com vista a prevenir a emergência e disseminação das resistências bacterianas, é restringir o consumo de antibióticos na prática veterinária e na produção animal, atividades responsáveis pelo consumo inadequado de muitos antibióticos e pela seleção de estirpes resistentes que depois se transmitem para outros animais e para os humanos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
O Conselho da União Europeia (UE) decide hoje a 27 para onde será deslocada a Agência Europeia do Medicamento (EMA), à qual se...

A votação decorre na reunião do Conselho de Assuntos Gerais, em que participa a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e os 27 – o Reino Unido não participa – terão que escolher entre 19 cidades candidatas, incluindo o Porto.

Na primeira volta, cada Estado-membro pode atribuir três, dois e um ponto entre as candidaturas, havendo uma vencedora se recolher o apoio máximo de pelo menos 14 votantes, será de imediato a vencedora.

Caso contrário, a escolha será entre as três cidades mais votadas – com um ponto por Estado-membro – e, se necessário, haverá nova volta entre duas, podendo a escolha ser, em último caso, por sorteio.

Além do Porto, são candidatas a sediar a EMA as cidades de Amesterdão (Holanda), Atenas (Grécia), Barcelona (Espanha), Bona (Alemanha) Bratislava (Eslováquia), Bruxelas (Bélgica), Bucareste (Roménia), Copenhaga (Dinamarca), Dublin (Irlanda), Helsínquia (Finlândia), Lille (França), Milão (Itália), Sófia (Bulgária), Estocolmo (Suécia), Varsóvia (Polónia), Viena (Áustria), Zagreb (Croácia) e ainda Malta, que não especificou a cidade.

O Palácio dos Correios, nos Aliados, o Palácio Atlântico, na praça D. João I, ou instalações novas na avenida Camilo Castelo Branco são as três localizações propostas para a EMA no Porto, caso a cidade vença esta candidatura, tendo o autarca Rui Moreira já garantido que a sua instalação na cidade não vai ter custos para Portugal.

A comissão da candidatura, com o apoio do Governo, tem vindo a afirmar que "o Porto está em jogo para ganhar", reunindo condições para tal, e tem feito uma intensa campanha da sua promoção na Europa.

Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que "o Porto está claramente no conjunto das candidaturas mais fortes".

"Independentemente do resultado, Portugal e o Porto ganharam. Ganharam com uma candidatura que prestigiou o país, uma candidatura nacional. O Porto está claramente no conjunto das candidaturas mais fortes", disse Adalberto Campos Fernandes.

O ministro da Saúde frisou que "o Porto mostrou a sua vitalidade, a sua capacidade de acolher entidades de elevada diferenciação", apontando que "de certeza que a cidade abriu portas", uma convicção partilhada pelo autarca Rui Moreira.

"Nada será como antes porque o Porto passou por todas as etapas necessárias. Nos critérios fundamentais, o Porto preenche todos os parâmetros fundamentais. Doravante em situações desta natureza, o Porto passa a estar no mapa de cidades que podem acolher este tipo de investimentos e instituições", disse o presidente da Câmara.

De acordo com a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, "foi feito um intenso trabalho diplomático e muitas diligências diplomáticas junto dos 26 países envolvidos".

A nova sede da Autoridade Bancária Europeia – com oito candidaturas - também é decidida na reunião de hoje.

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