Universidade do Algarve
Uma investigadora da Universidade do Algarve está a participar num estudo pioneiro em parceria com a Universidade da Florida,...

O estudo, iniciado em 2016 com o apoio da Maratona da Saúde, tem como objetivo analisar a ligação entre alguns microrganismos e o desenvolvimento de determinadas doenças, como a diabetes, depois de Leonor Faleiro ter observado que as crianças que desenvolviam a doença apresentavam um desequilíbrio no perfil de proteínas intestinais.

A investigadora do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve (UAlg) explicou que se verifica um aumento da bactéria "Bacteroides dorei" no intestino das crianças em risco de desenvolverem diabetes tipo 1, antes do diagnóstico, o que a levou a querer perceber melhor o fenómeno.

"Precisamos de entender de onde vem este aumento e depois como é que ele interfere com o sistema imunitário do hospedeiro, ou seja, que componentes vão desencadear esta resposta", referiu, sublinhando que ainda não se conseguiu concluir se os microrganismos são resultado da doença ou causadores da doença.

De acordo com a cientista, que se licenciou em Agronomia, a diabetes é uma doença multifatorial, havendo "quem tenha marcadores e depois não desenvolva a doença, provavelmente, por não ter sido exposto aos fatores que a desencadeiam, seja a bactéria ou a algo que a favoreça".

Se, por um lado, existem teorias que apontam a exposição excessiva ao glúten como uma das causas para o desenvolvimento da doença nestas crianças, outras atribuem-na à falta de exposição à grande diversidade de microrganismos, causada pelo excesso de sanitização, explicou.

Com base em dados que demonstram que grande parte das crianças diabéticas finlandesas é portadora de "Bacteroides dorei", a investigadora está a tentar comparar, a partir do isolamento desta bactéria, em que medida é que os microrganismos participam no desenvolvimento da doença.

De momento, a prioridade é perceber como se comporta a bactéria e que fatores contribuem para a sua presença no sistema intestinal das crianças diabéticas, nomeadamente, o estilo de vida e a alimentação, comparando crianças que são portadoras com outras que não são portadoras da doença.

Segundo Leonor Faleiro, vivemos "no planeta dos micróbios", razão pela qual a utilização diária de sabonetes que eliminam 99,9% das bactérias "não é benéfica", já que as bactérias existem para nos defender dos agentes patogénicos".

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
A medicina tradicional chinesa tem um mestrado num instituto superior do Porto há uma década, seduzindo muitos dos que o...

Tendo como denominador comum o mestrado em Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que realizaram no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), do Porto, quatro especialistas relataram as mais-valias da sua opção, por oposição à recente acusação da Ordem dos Médicos de "falta de estudos científicos" que comprovem a utilidade daquelas práticas.

Acupuntura (aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo para tratar doenças e promover saúde), fitoterapia (terapia recorrendo a plantas), Tui Na (massagem terapêutica), Dietoterapia (terapia alimentar) e Gi Gong (ginástica energética) são as cinco especialidades da MTC.

Formado na Faculdade de Medicina do Porto em 1975, José Azevedo disse sempre ter sentido "uma abertura muito grande para outras formas de fazer medicina", iniciando a sua busca pela complementaridade "através de cursos de homeopatia e de fitoterapia antes de começar a estudar a MTC, no ICBAS".

"É uma pena que muitos dos meus colegas não estejam abertos a esta forma de ver a medicina, pois são pessoas mais empobrecidas. A riqueza vê-se quando nos abrimos a outras formas do saber", vincou o médico.

Defendendo a "importância" da complementaridade médica, José Azevedo salientou que a alopatia (medicina tradicional) "resolve muitas questões que as outras não resolvem", citando os casos em que é imperioso o recurso aos "cuidados intensivos ou das cirurgias".

Confessando que hoje a "forma de ver o doente e a doença é completamente diferente" da que conheceu quando se formou em 1975, o médico do Porto defende, por isso uma "prática que integre todo o conhecimento".

Licenciada em Anatomia Patológica pela Universidade do Porto, Ana Correia descobriu por acaso, há 20 anos, num artigo, "uma referência à acupuntura" e mais tarde ingressou no ICBAS. Hoje, não tem dúvidas em afirmar a "evolução havida em Portugal, em termos de formação", esperando que o passo que venha a seguir-se ao da licenciatura aprovada pelo Governo seja o da "regulamentação da atividade".

"A MTC é uma paixão, um envolvimento e uma ousadia. Temos de ter as três coisas", confessou Ana Correia, explicando que a acupuntura "funciona muito bem nas dores agudas, nas ciáticas e lombalgias". Mas funciona também noutras abordagens, "em patologias crónicas, alergias, asma, renite, sinusite, depressão, insónia, ansiedade e, como adjuvante da medicina tradicional, em qualquer outro tipo de patologias, como a fibromialgia", completa.

Alexandra Lopes conheceu a MTC depois de se formar em Ciências Farmacêuticas, sentindo no corpo os benefícios de uma terapia a que se submeteu, e que a convenceu a procurar saber mais.

"Fi-lo porque vi que a minha base científica era aproveitada no ensino da MTC", explicou Alexandra Lopes a propósito de um curso que "faz muito o paralelismo entre as duas abordagens". E sustenta que "quem estuda esta área deve começar por a aplicar em si próprio".

Essa aprendizagem valeu-lhe, hoje, ser capaz de, "quando a pessoa entra no consultório ou na farmácia, ter logo indicações para poder fazer o diagnóstico, o que torna muito interessante juntar as duas coisas".

Para Alexandre Soares, enfermeiro com especialização em MTC, "por vezes há determinados aspetos e pormenores que escapam a outras abordagens” e nisso a MTC tem um conjunto de saberes “muito bom", acrescentou, enfatizando que a "aplicação no Serviço Nacional de Saúde do que aprendeu na especialização seria uma mais-valia".

"Aplicar o que aprendi no SNS seria uma mais-valia, pois há uma série de problemas que seriam certamente minorados devido aos diferentes ramos da MTC que conseguem ter um impacto na qualidade de vida do utente", concluiu.

Assembleia-geral
A assembleia-geral da União das Misericórdias Portuguesas felicitou o Secretariado Nacional pela assinatura com o Governo de...

Segundo adianta uma nota da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), divulgada após a assembleia-geral de sábado, em Fátima, o acordo assinado possibilita ainda às misericórdias, no quadro dos seus orçamentos, um aumento da comparticipação financeira de 2,2% face a 2017.

Durante a reunião da UMP, que aprovou por unanimidade o Relatório e Contas de 2017, os provedores das Santas Casas aplaudiram o apoio dado à população assolada pelos incêndios que ocorreram no ano passado, bem como o trabalho de recuperação e reconstrução das regiões afetadas.

"Os incêndios que devastaram muitas zonas de floresta do país, com destaque para a região Centro, e cujas consequências para as populações foram dramáticas, tiveram, da parte das Misericórdias Portuguesas, uma resposta solidária e pronta. A maneira como todo o processo foi conduzido na observância dos princípios da transparência e do rigor contabilístico evidencia que as preocupações manifestadas por alguns setores minoritários da sociedade portuguesa foram infundadas", indica a UMP.

A assembleia-geral ficou também marcada pela assinatura de um protocolo de colaboração entre a UMP e a ADSE/Instituto Público de Gestão Participada, firmada pelos respetivos presidentes, Manuel de Lemos e Carlos Baptista.

Esta parceria – precisa a UMP – irá permitir que as misericórdias possam prestar serviços de atendimento em cuidados de saúde aos utentes deste sistema de assistência médica, desde que as Santa Casas cumpram os requisitos técnicos exigidos pela ADSE.

No entender do presidente da UMP, Manuel de Lemos, esta parceria "irá contribuir para o reforço da presença do setor social e solidário na sociedade em geral e do Estado em particular, permitindo que as misericórdias possam continuar a apoiar a população em novos desafios sociais e em especial na área da proteção da doença e prevenção da saúde”.

A UMP assegura que tem pautado a sua atuação pelo diálogo entre as misericórdias e os diversos parceiros institucionais, participando ativamente na definição e execução de políticas públicas sociais, com o objetivo de assegurar respostas sociais e de saúde que contribuam para o desenvolvimento de uma rede de apoio para o bem-estar da população.

"Em todo o território português existem atualmente 388 misericórdias, algumas com mais de 500 anos de existência. Apoiando diariamente mais de 165 mil pessoas em todo o país em áreas sociais estratégicas, como a educação, saúde, inclusão socioprofissional, as misericórdias detêm 21 hospitais e 115 unidades de cuidados continuados", lembra a UMP.

Programa de Estabilidade
Os 37 investimentos estruturantes inscritos no Programa de Estabilidade 2018-2022, sobretudo em vias de comunicação e...

Em dois quadros, o Governo enumera um conjunto de mais de 37 medidas que diz serem estruturantes: há 12 investimentos em vias de comunicação e transportes, seis na saúde, cinco na educação, quatro na inovação e ciência, dois no património cultural, dois na modernização administrativa. As áreas da energia e a água têm um "investimento estruturante" cada.

O documento demonstra em que fase de execução está cada uma destas medidas – sendo que existem medidas já em execução e em curso.

Depois de o investimento público ter crescido 25% em 2017, o Governo estima que, em 2018, cresça 32%.

"O investimento público entre 2018 e 2022 manterá esta dinâmica de crescimento muito significativa explicada por três grandes fatores: maior intensidade da execução de projetos cofinanciadas pelo Portugal 2020, onde se destaca os investimentos de expansão das linhas do Metro do Porto e do Metropolitano de Lisboa, o investimento na ferrovia associado ao corredor norte-sul, os investimentos no sistema de ensino e no Serviço Nacional de Saúde", lê-se no Programa de Estabilidade.

O executivo destaca ainda "o lançamento e execução dos grandes investimentos associados aos corredores internacional norte e internacional sul, financiados em parte pelo Connecting Europe Facility", e a "construção de cinco novos hospitais pela primeira vez na última década".

As opções de investimento público priorizadas pelo Governo pretendem dar corpo à estratégia de médio prazo para o desenvolvimento da economia preconizada pelo Programa Nacional de Reformas, de modo a ultrapassar os bloqueios estruturais do país.

"No corrente ano, o nível do investimento foi já revisto em alta face à estimativa do OE [Orçamento do Estado para] 2018. Tal foi possível graças à afetação da poupança em juros de 74 milhões de euros, entretanto conseguida", afirma o Governo.

Desse modo, acrescenta, "serão desenvolvidos investimentos em infraestruturas e equipamentos que promovem particularmente a valorização do território", através da aposta "numa melhor rede de transporte de passageiros e de mercadorias, em múltiplas vertentes, como a ferrovia, a rodovia, o transporte aéreo e os portos", afirma o Governo.

O executivo destaca "a prioridade dada aos investimentos em infraestruturas e equipamentos que melhoram a cobertura e a qualidade da prestação dos serviços públicos, como a saúde (através de um importante programa de construção e renovação de equipamentos hospitalares, que se vem juntar à aposta na capacitação em recursos humanos já efetuada e particularmente visível ao nível dos cuidados primários), a educação (com um extenso programa de renovação de equipamentos de ensino) e o apoio social a crianças e idosos, promovendo a redução das desigualdades e a qualificação dos portugueses".

Por fim, o Governo afirma que, para tal, vai assegurar "o volume de investimento necessário para a simplificação e melhoria de eficiência da administração pública, nomeadamente por via da desmaterialização de processos e procedimentos".

Em assembleia-geral
A Luz Saúde informou o mercado que na assembleia-geral de sexta-feira quase 99% do capital social deliberou a saída de bolsa da...

“A Luz Saúde informa que, na assembleia geral extraordinária hoje realizada, foi deliberada pelos senhores acionistas a perda de qualidade da sociedade aberta”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A dona do Hospital da Luz informa ainda que a deliberação “foi aprovada por uma maioria de 98,799% do capital social”.

Há cerca de um mês a Luz Saúde havia convocado os acionistas para deliberar sobre a perda de qualidade de sociedade aberta.

As ações da Luz Saúde fecharam sexta-feira a subir 0,89% para 5,65 euros.

Em fevereiro de 2014, tornou-se a primeira empresa privada do setor da Saúde cotada em bolsa.

A seguradora portuguesa Fidelidade adquiriu o controlo da empresa em outubro de 2014, passando a ser o acionista maioritário da Luz Saúde.

O Grupo Luz Saúde presta os seus serviços através de 29 unidades - onde se incluem 12 hospitais privados, um hospital do SNS explorado pela Luz Saúde em regime de Parceira Público-Privada (PPP), 14 clínicas privadas a operar em regime de ambulatório e duas residências sénior - e está presente nas regiões Norte, Centro, Centro-Sul de Portugal Continental e na Madeira, segundo a informação disponível na sua página na internet.

Procriação Medicamente Assistida
A celebração do segundo contrato de gestação de substituição em Portugal foi autorizada na sexta-feira pelo Conselho Nacional...

Em comunicado, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) anunciou que na reunião plenária realizada sexta-feira foi admitido liminarmente um pedido de autorização prévia de celebração do contrato de gestação de substituição.

“A decisão de admissão liminar do pedido é uma decisão interlocutória, não configurando qualquer autorização de celebração do contrato de gestação de substituição”, explica o regulador desta área.

De acordo com o CNPMA, até ao momento “foi autorizada a celebração de dois contratos de gestação de substituição e encontram-se pendentes sete processos de autorização”.

Destes sete processos, foi solicitada documentação adicional para quatro, para um “será solicitado o respetivo parecer à Ordem dos Médicos” e outros dois “aguardam a comunicação do parecer da Ordem dos Médicos”.

Parceria com VMER
Caldas da Rainha vai passar a ter desfibrilhadores nos pavilhões desportivos e nas principais ruas de comércio, numa parceria...

O Pavilhão da Mata (Campo do Caldas), o Pavilhão Rainha D. Leonor e o Complexo Desportivo são os três primeiros locais a equipar com um dispositivo de Desfibrilhação Automática Externa (DAE) no âmbito de “uma parceria com a Câmara", que solicitou formação, disse Nuno Pedro, enfermeiro Coordenador da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) das Caldas da Rainha.

A equipa da VMER é, na região Oeste, “a primeira entidade credenciada para dar formação em Suporte Básico de Vida com DAE”, o que lhe permite “dar formação a alguns elementos designados pela Câmara para poderem operar com estes dispositivos que permitem salvar vidas”, acrescentou o mesmo responsável.

Numa segunda fase, “a Câmara já demonstrou interesse em colocar mais dois dispositivos nas ruas mais movimentadas da cidade”, nomeadamente na Rua das Montras e na Praça 25 de Abril (em frente à Câmara), onde poderão ser utilizados “em caso de emergência, por alguém credenciado para o efeito”.

Estes dois últimos dispositivos, “por serem móveis”, podem ainda, segundo Nuno Pedro, “ser mobilizados, juntamente com o responsável capacitado para o operar, para outros locais onde se realizem grandes eventos, como as feiras no Parque”.

A possibilidade de operar dispositivos de DAE era restrita a médicos até 2010, mas a alteração da legislação permite, desde então, iniciar programas de formação “para poderem ser utilizados fora do âmbito hospitalar ou da VMER”.

Nesse sentido, a equipa da VMER das Caldas da Rainha, que já desde 2003 ministrava cursos de Suporte Básico de Vida em escolas e em instituições que os solicitassem, optou por constituir uma associação [a Salvar – Associação Cívica do Oeste] e fazer junto do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) “a acreditação em suporte básico de vida com DAE”.

O primeiro curso de formação para médicos, enfermeiros e leigos teve início na sexta-feira passada, no âmbito do 3.º Congresso da VMER das Caldas da Rainha, que terminou sábado na Expoeste, nas Caldas da Rainha.

O objetivo é “formar o maior número de pessoas”, já que, “em ambiente pré-hospitalar, em ambiente de rua, quando uma pessoa cai para o lado e está inconsciente, sem sinais de vida, maioritariamente o que ela precisa no imediato é de levar um choque para o coração voltar a trabalhar, reorganizar e ter capacidade de comprimir e mandar o sangue para todo o lado”, explicou o enfermeiro coordenador da VMER.

De acordo com o mesmo responsável, numa emergência médica “se esse aparelho for utilizado entre os primeiros três a cinco minutos a possibilidade de recuperar o doente varia entre os 50 e os 80%”.

Na situação contrária, “por cada minuto que não é executada nenhuma manobra de suporte básico de vida ou aplicado o DAE, diminuímos a probabilidade de recuperação daquela vítima em 10 a 12%”, sublinhou o enfermeiro.

A disseminação de desfibrilhadores pela cidade constitui assim “um ganho para a população” que, “com responsabilização e a formação adequada”, poderá contribuir para salvar vidas.

Porém, alertou Nuno Pedro, trata-se de um dispositivo que gera um choque elétrico que “pode reiniciar vida, também pode provocar uma paragem, quando mal utilizado”, exigindo de quem o utiliza a ”responsabilidade de respeitar as regras de segurança, saber o que fazer e quando deve atuar”, já que o DAE só pode ser usado em “vítimas sem sinais de vitais”.

Por isso, o responsável deixa um alerta para quando os dispositivos forem colocados nas ruas: “não brinquem, respeitem-nos e não os roubem", apelou o enfermeiro, lembrando que “já houve um aparelho destes no Pavilhão da Mata e foi roubado.

Mas sobretudo, vincou, “saibam-no usar, porque podem salvar uma vida”.

Os DAE a colocar na cidade terão um custo entre os 600 e os 2000 euros por aparelho e serão adquiridos pela autarquia.

Dia Mundial da Voz 2018
“A voz é uma das extensões mais fortes da nossa personalidade, estabelece o sentido de inter-relação

A voz é o instrumento que nos permite comunicar com os outros, permitindo-nos expressar as nossas emoções na nossa vida de relação. É elemento fundamental na maioria das profissões como por exemplo os professores, actores, cantores, locutores, mas também recepcionistas, operadores de telemarketing, profissionais de saúde, jornalistas e tantas outras.

Como é gerada a voz?

A voz é produzida na laringe pela vibração das cordas vocais durante a expiração do ar contido nos pulmões. Essa vibração ressoa na faringe, fossas nasais e boca, sendo articulada na boca com a ajuda da lingua, permitindo este conjunto de acções a produção da infindável variedade de sons que conseguimos emitir.

As cordas vocais são duas e abrem durante a respiração, fechando e vibrando durante a produção de som. O seu bordo é muito liso e regular; qualquer inflamação ou irregularidade como quistos, nódulos, pólipos ou tumores gera um som diferente do habitual, sendo percebido como rouquidão.

Alterações a outros níveis podem também mudar a qualidade da voz, como sejam a obstrução nasal ou os problemas respiratórios de origem pulmonar.

Quais são os principais inimigos da voz?

Muitos dos problemas que podem ocorrer com a nossa voz são gerados por nós próprios, seja por consumos de substâncias nocivas, seja por mau uso ou abuso da voz. As substâncias mais frequentemente envolvidas são o tabaco e o álcool, sendo a sua associação particularmente nociva e potencialmente geradora de lesões malignas. Os irritantes químicos e infecções laríngeas são outros dos inimigos da nossa voz. O mau uso e abuso vocal – gritar, falar alto, tossir, pigarrear – são das situações mais frequentes que afectam muitos de nós, particularmente nalgumas profissões das quais o melhor exemplo são os professores.

Sinais de Alarme

Quais são os sinais a que devemos estar atentos e que nos levem a pensar que podemos estar a desenvolver um problema na voz? A presença de uma rouquidão persistente, sensação de esforço ao falar, cansaço ao falar, falhas ou perdas de voz, dor ou ardor na garganta, pigarreio frequente, dificuldade a engolir.

Mas note-se que, apesar destes serem sinais de alarme e que nos devem levar a procurar um otorrinolaringologista se persistirem por um período superior a duas semanas, não são necessariamente indicadores de doença grave.

Então que cuidados devemos ter com a nossa voz?

  1. Falar baixo, de forma pausada, respirando de modo adequado;
  2. Fazer exercícios de aquecimento vocal – como inspirar enchendo os pulmões de ar e expandindo o diafragma – quando sabe que vai falar durante um longo período de tempo;
  3. Beba água regularmente – 7 ou 8 copos de água por dia em pequenos golos - . Se estiver em ambientes com ar condicionado, reforce a hidratação;
  4. Não se automedique: existem fármacos como anti-histamínicos, diuréticos, descongestionantes nasais, antidepressivos, que podem afectar a voz;
  5. Não ingira bebidas demasiado quentes ou frias e evite bebidas alcoólicas ou com cafeína; Evite alimentos demasiado condimentados ou gordurosos, derivados do leite e achocolatados pois podem causar azia, digestão difícil e refluxo com inflamação laríngea;
  6. Durma entre 7 a 8 horas por dia, pratique exercício físico e não fume;
  7. Evite usar roupas apertadas  na zona do pescoço e da cintura, já que limitam os movimentos para a respiração e a fonação.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Governo
O Governo autorizou o Centro Hospitalar São João, no Porto, a assumir encargos plurianuais até 15 milhões de euros, mais IVA,...

Em comunicado de hoje, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte refere que para a aquisição de serviços de tratamento por radioterapia, a unidade hospitalar pode assumir um encargo até 6,8 milhões de euros.

Para a remodelação da ala sul central – 1.ª fase, pisos 7 e 8 a empreitada pode ascender aos 5,5 milhões de euros e para a compra de equipamentos de ressonância magnética o montante pode rondar os 1,8 milhões de euros, acrescenta.

A ARS recorda ainda que em 2016 foram igualmente alocadas verbas para a adaptação da sala de angiografia, remodelação com fornecimento de elevador e sistema de climatização do centro ambulatório.

Já no ano passado foram autorizados os investimentos respeitantes a empreitada de beneficiação do interior, impermeabilização dos reservatórios de água, remodelação da sala de radiologia do centro de ambulatório.

Fundação Contra a Sida alerta
A presidente da Fundação Comunidade Contra a Sida, Filomena Frazão de Aguiar, alertou hoje que os cortes no financiamento para...

Segundo a responsável, que falava no âmbito das 7.ª jornadas ético-jurídicas da infeção VIH/Sida, a decorrer hoje no Porto, houve “uma redução de mais de 35% no financiamento para o tratamento das pessoas que vivem com VIH” no início do ano.

“Isso vai condicionar muito várias áreas, não só a qualidade de vida dos doentes, como também o acesso aos cuidados, a liberdade dos próprios médicos em prescreverem as terapêuticas para os doentes”, sublinhou Filomena Frazão de Aguiar.

Os cortes, acrescentou, “condicionam também o número de consultas e os exames”.

“Há que fazer um alerta, porque se não se falar das coisas elas caem no esquecimento”, disse.

A presidente da fundação afirmou também que os cortes no financiamento “põem em causa as metas da Organização Mundial de Saúde 90–90-90”, que visam conseguir que, até 2020, 90% das pessoas infetadas sejam diagnosticadas, 90% das pessoas com o diagnóstico de infeção por VIH estejam em tratamento e que 90% das pessoas em tratamento estejam controladas.

“A parte em que os doentes possam não ser tratados com os medicamentos que garantem a melhor qualidade da vida” é o que “preocupa mais” a fundação, frisou Filomena Frazão de Aguiar.

Para esta tarde está programado um debate sob o tema “Um Financiamento Adequado na Saúde”, no qual participarão o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e a presidente do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, Maria do Céu Machado, entre outros profissionais.

 

Parlamento
O parlamento aprovou hoje um diploma que permite a mudança de género a partir dos 16 anos, sem relatório médico, com votos...

A deputada do PSD Teresa Leal Coelho votou também a favor da mudança da lei, violando a disciplina de voto contra no seu partido.

A votação foi aplaudida no plenário e por cidadãos presentes nas galerias.

De acordo com uma contagem feita pela mesa da Assembleia da República, votaram a favor 109 deputados e contra 106, uma vez que, como não foi requerida a votação uninominal, foi contabilizada a totalidade dos parlamentares por bancada, apesar de não estarem presentes a totalidade dos deputados.

Somando o total de deputados das bancadas que votaram favoravelmente e contra o resultado seria de 108-106, mas a mesa contabilizou também do lado do ‘sim’ o voto desalinhado de Teresa Leal Coelho.

O texto final, que resulta de uma proposta do Governo e de projetos do BE e PAN, vai permitir que maiores de 16 anos possam alterar o seu género e nome próprio no registo civil, apenas mediante requerimento e sem necessidade de recorrer a qualquer relatório médico.

Entre os 16 e os 18 anos, este procedimento terá de ser autorizado pelos representantes legais.

O diploma proíbe ainda, “salvo em situações de comprovado risco para a saúde”, intervenções cirúrgicas ou farmacológicas que impliquem alterações do corpo ou características sexuais dos bebés e crianças intersexo.

No final da votação, todas as bancadas, à exceção da do PCP, que se absteve, fizeram declarações de voto orais.

Pelo PS, a deputada Isabel Moreira confessou-se emocionada e classificou a aprovação deste diploma como “um passo histórico no reconhecimento ao direito da autodeterminação de género e proteção de características sexuais de cada pessoa”.

“O grupo parlamentar do PS honra todas as pessoas ‘trans’, a conquista é em primeiro lugar deles”, afirmou Isabel Moreira, que assegurou que a bancada socialista continuará a prosseguir o caminho iniciado pela lei “nas escolas, serviços de saúde e mudança de mentalidades”.

Pelo Bloco de Esquerda, a deputada Sandra Cunha saudou os cidadãos presentes nas galerias e assinalou a aprovação do diploma como “mais um avanço no respeito pelos diretos humanos fundamentais”.

“A descida da idade para os 16 anos para o acesso da alteração de género no cartão de cidadão significa que reconhecemos que o sofrimento que jovens atravessam no seu dia a dia não é tolerável neste parlamento e neste país”, salientou.

A deputada lamentou que não tenham sido integradas outras propostas do partido – como o acesso da lei a imigrantes e requerentes de asilo – à semelhança do que fez o deputado único do PAN, André Silva, partidos que tinham projetos que foram substituídos, tal como a proposta do Governo, por um texto único.

“Hoje, mesmo com resistências, demos mais um passo histórico, na árdua luta pelos direitos das pessoas LGBT”, salientou André Silva, destacando ainda a proteção às características sexuais dos bebés e crianças intersexo.

Para o deputado do PAN, Portugal teve hoje “nota positiva no mapa arco-íris” que quer ver mais alargado na Europa e no mundo.

Pelos Verdes, Heloísa Apolónia justificou o voto favorável do seu partido com o “respeito pelos direitos humanos, dignidade na vida das pessoas e respeito pela sua autodeterminação e identidade”.

Do lado oposto, a deputada do PSD Sandra Pereira considerou que a lei aprovada “enferma de radicalismo ideológico” e vai gerar “situações de incerteza e insegurança jurídica”.

“O que está em curso é uma agenda de desconstrução social com a qual o PSD não pactuará”, afirmou, provocando protestos no plenário e nas galerias, de onde foram retiradas parte das pessoas que assistiram à votação.

Salientando que o PSD “não é contra a autodeterminação de género”, Sandra Pereira lamentou que não tenha sido considerada a proposta “mais moderada” dos sociais-democratas que previa um acompanhamento médico para que pudesse ser feita a alteração de género no registo civil.

A social-democrata insurgiu-se ainda contra a proibição de cirurgias a crianças intersexo, considerando que o parlamento “desprezou a medicina e o papel das famílias”.

“Esta lei não tem a adesão da maioria dos portugueses”, afirmou.

Pelo CDS-PP, a deputada Vânia Dias da Silva salientou que, se aos 16 anos os jovens não podem beber álcool nem guiar, “não devem poder tomar uma decisão com consequências tão decisivas” nas suas vidas e apontou que muitos médicos colocam a “maioridade clínica” nos 24 anos.

“Para nós este tema não nos é indiferente, não ignoramos que há pessoas que vivem dramas pessoais intensos, mas há um outro caminho que deve ser seguido no Serviço Nacional de Saúde e na sensibilização nas escolas”, defendeu.

Imuno-Hemoterapia
O Serviço de Imuno-Hemoterapia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte vai passar a colher, analisar, processar, criopreservar e...

De acordo com um comunicado do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), a Unidade de Hemato-Oncologia do Centro Clínico Champalimaud, que trata doentes com Síndromes Linfoproliferativos e Mieloma Múltiplo, tem registado “um crescimento significativo”.

Por esta razão, a fundação reforçou as condições técnicas e logísticas nesta área, através da assinatura de um memorando assinado na quinta-feira entre as administrações do CHLN e a Champalimaud.

Trata-se do primeiro acordo específico no domínio da especialidade hospitalar de Imuno-Hemoterapia que se regista após dois anos em que, informalmente, estas duas instituições têm vindo a desenvolver ações de cooperação clínica.

“Com a assinatura deste memorando, duas das mais reputadas instituições do país mostram como entidades públicas e privadas podem cooperar, tendo em vista ganhos de saúde para os portugueses, bem como eficiência no uso dos recursos disponíveis para o crescimento da investigação e para o desenvolvimento da medicina em Portugal”, prossegue o comunicado.

DGS
O número de casos confirmados de sarampo subiu para 108, mais um caso em relação a quinta-feira, havendo 18 situações ainda em...

Dos 108 casos confirmados, 101 já estão curados, segundo o último boletim emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado hoje. Há atualmente sete pessoas com a doença e 18 casos a ser investigados.

Ao longo do surto, que maioritariamente infetou pessoas com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto, foram ainda analisados 251 casos que se revelaram negativos.

De todos os casos confirmados, 9% tinham esquema vacinal incompleto e 14% não estavam vacinados. A maioria dos casos (86 doentes) registou-se em profissionais de saúde.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Segundo a DGS, “os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal”.

Existe vacina contra o sarampo no Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e 5 anos de idade.

As pessoas com esquema vacinal completo podem contrair a doença, mas de forma leve e não são veículo de transmissão, segundo as autoridades de saúde.

Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença.

KPC
Oito doentes encontram-se em isolamento num serviço de Medicina do hospital de Viseu por estarem colonizados com a bactéria...

“Neste momento, os doentes estão identificados. Temos oito doentes colonizados, não infetados, mas temos que fazer as zaragatoas de segurança”, esclareceu o também presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu, mostrando-se convencido de que poderão ter alta hospitalar nos próximos dias.

O médico explicou que a KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) “é uma bactéria multirresistente que, em muitas circunstâncias, resulta da utilização de antibióticos em doentes que estão comprometidos do ponto de vista imunológico, têm as defesas baixas”.

“Ou porque são idosos ou porque têm doenças de outro tipo e fazem infeções sucessivas, obrigam-nos a utilizar vários tipos de antibióticos, entre os quais as cefalosporinas, que são indutoras do aparecimento destas bactérias”, acrescentou.

Segundo Cílio Correia, o primeiro caso, há cerca de oito dias, foi uma idosa de 96 anos que estava infetada pela bactéria KPC e que colonizou os oito doentes que se encontram isolados.

“A senhora, que já faleceu, teve nos últimos tempos várias entradas no hospital para tratar infeção urinária e infeção respiratória”, contou, acrescentando que a causa da morte não foi a bactéria.

O responsável explicou que foram tomadas “medidas de higienização ambiental, desinfeção e confinamento dos doentes que estiveram em contacto (com a idosa)” para evitar transmissões cruzadas.

“Adotámos uma estratégia de confinamento. Neste momento, temos confinados os doentes que estão à espera da confirmação da zaragatoa para poderem ter alta”, acrescentou.

Cílio Correia disse que, quando cada doente tiver alta e for para casa, leva consigo uma nota informativa.

“Se, por acaso, tiver alguma sintomatologia que o faça vir a uma nova consulta ou a um serviço de urgência deve trazer essa folha informativa para que o médico que o vai ver faça a zaragatoa e o isole desde logo”, afirmou.

As famílias serão informadas que “devem lavar as mãos e o próprio doente, quando vai à casa de banho, deve fazer uma higienização adequada para evitar a transmissão”, acrescentou.

Projeto piloto
Nove hospitais públicos portugueses vão iniciar um projeto piloto para reduzir o número de transfusões de sangue, uma medida...

O médico imuno-hemoterapeuta António Robalo Nunes explica que a ideia de um programa de gestão de sangue do doente “tem vindo a ganhar relevo no panorama científico e médico internacional”, dando agora os primeiros passos concretos em Portugal.

No sábado, especialistas vão juntar-se em Cascais para debater este conceito de ‘patient blood management’ (gestão do sangue do doente) a nível nacional e internacional.

Segundo António Robalo Nunes, o objetivo do programa é “preservar o sangue do doente como recurso único” e criar nos hospitais “estratégias concertadas para poder sinalizar doentes em risco de transfusão, sobretudo em contexto cirúrgico, para reduzir as transfusões”.

O programa permitirá também poupar sangue, que é um bem escasso, mas esse não é o objetivo central. O foco reside na redução da exposição a transfusões e na melhoria de cuidados.

“A transfusão é salvadora de vidas e de maneira alguma é uma terapêutica de risco elevado, mas tem riscos, não está isenta de risco”, afirma Robalo Nunes, lembrando que as transfusões se associam a piores indicadores quanto a taxas de infeção e a aumento de dias de internamento.

Em contexto cirúrgico, que representa metade das transfusões, o objetivo é identificar previamente os doentes com risco de transfusão, como são os casos das pessoas com anemia.

Segundo o especialista, que é igualmente presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia, a existência de anemia é o principal fator de probabilidade para uma transfusão de sangue, num país como Portugal que tem cerca de 20% de população adulta com anemia.

Um dos objetivos deste programa é identificar no pré-operatório e em tempo útil os doentes com anemia, permitindo tratar a deficiência de ferro antes da cirurgia. O mesmo deve acontecer com a avaliação de deficiências de coagulação.

“Isto nem sempre é feito em tempo útil. A ideia deste programa é ir tornando esta gestão de sangue do doente uma cultura institucional e depois nacional”, afirmou o médico imuno-hemoterapeuta à Lusa.

Um despacho do Ministério da Saúde publicado este mês determina que este ano vão ser iniciados projetos pilotos de programa de gestão do sangue do doente em nove unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O objetivo é que em 2019 estes projetos piloto sejam alargados a todos os hospitais do SNS, refere o despacho.

Foi realizado já um estudo para estimar o impacto desta gestão de sangue do doente em Portugal, prevendo-se que, se fosse aplicada ao mesmo tempo em todo o território, poderia reduzir para metade as transfusões e ainda poupar num ano 67 milhões de euros, de acordo com Robalo Nunes.

Estudo
As dores nas costas são a primeira causa de perda de anos de vida em Portugal. A conclusão é do relatório "Global Burden...

O estudo, que vai na sua 4ª edição, é descrito pela revista científica como "o maior estudo epidemiológico de sempre".

O documento aponta as dores na coluna, nas regiões lombar e cervical, como sendo responsável por 7,86% do total de anos de vida perdidos pelos portugueses por morte prematura, incapacidade ou saúde condicionada, escreve o Sapo.

As dores nas costas surge à frente da doença vascular cerebral (6,35%), doença cardíaca isquémica (6,52%), diabetes (3,31%), depressão (3,2%) ou cancro do pulmão (2,85%).

"As patologias associadas à coluna são uma verdadeira epidemia no mundo ocidental", explica Luís Teixeira, médico ortopedista e presidente da Asssociação Sem Fins Lucrativos Spine Matters. "Este é um enorme sinal de alerta sobre a frequente desvalorização que é feita sobre as doenças relacionadas com a coluna", acrescenta.

"Infelizmente, Portugal não está sozinho nestas estatísticas, mas o que estudo demonstra é que o impacto que este problema tem no estado de saúde do país tem vindo a agravar-se ano após ano", realça o médico.

O ortopedista alerta para a necessidade de se começar a atuar preventivamente para se combater eficazmente esta realidade: "muitas vezes as pessoas precisam de ser confrontadas com estes números para se questionarem sobre se a dor que sentem é normal e sobre se devem continuar a adiar uma consulta com um especialista".

O risco de procurar um médico em último recurso
"Muitos dos doentes que me entram no consultório vêm em último recurso, depois de anos e anos a adiar o tratamento e a desvalorizarem a dor que as condicionava todos os dias. Quando mais cedo se atuar, mais fácil será prevenir que os problemas de coluna se transformem em incapacidade temporária ou permanente", alerta.

Segundo o médico, sensibilizar e promover hábitos saudáveis e uma postura vigilante em relação à coluna é fundamental: "Se hoje, felizmente, as pessoas estão mais alerta em relação, por exemplo, às doenças cardiovasculares ou à importância de um diagnóstico precoce no tratamento de cancros, devemos conseguir faze-lo também em relação à coluna. Os números demonstram que se dermos mais atenção a esta patologia, os portugueses poderão usufruir de mais anos de vida com melhor qualidade".

Estudo
As pessoas que ficam acordadas até mais tarde e se levantam muito depois do que a maioria são mais propensas a morrer mais cedo...

Uma investigação que envolveu mais de 430 mil pessoas no Reino Unido descobriu que os notívagos tinham um risco 10% maior de morrer prematuramente - no período de 6,5 anos - do que as pessoas diurnas, escreve o Sapo.

"Esta é uma questão de saúde pública que não pode ser ignorada", comenta o coautor do estudo Malcolm van Schantz, da Universidade de Surrey.

"Os notívagos que tentam viver num mundo diurno podem sofrer consequências", disse ainda Kristen Knutson, da Universidade Northwestern, em Chicago. A dupla reuniu informações sobre quase meio milhão de pessoas entre os 38 e os 73 anos.

Os participantes categorizaram-se: "definitivamente uma pessoa da manhã" (27%), "mais uma pessoa da manhã do que uma pessoa da noite" (35%), "mais uma pessoa da noite do que da manhã" (28%) ou "definitivamente uma pessoa da noite" (9%).

Os voluntários também indicaram o seu peso, os hábitos tabágicos e o seu status socioeconómico. As mortes no grupo - pouco mais de 10.500 no total - foram documentadas durante seis anos e meio.

Menos horas de sono e mais problemas de saúde
Os investigadores descobriram que o grupo dos notívagos tinha um risco 10% maior de morrer no período estudado do que as pessoas do grupo mais extremo dos diurnos.

Por outro lado, as pessoas do grupo "definitivamente uma pessoa da noite" tinham maior probabilidade de sofrer de distúrbios psicológicos, diabetes e problemas de estômago e dormiam menos horas por noite.

Essas pessoas, as do grupo da noite, também eram mais propensas a fumar, beber álcool e café e consumir drogas ilegais.

Segundo a investigação, esse risco acrescido de morte prematura pode dever-se ao facto de as pessoas que estão acordadas até tarde terem "um relógio biológico interno que não corresponde ao seu ambiente externo", disse Knutson.

"Isso poderia resultar em mais stress psicológico, comer à hora errada para o corpo, não fazer exercício o suficiente, não dormir o suficiente, ficar acordado à noite sozinho, talvez consumir drogas ou álcool".

O grupo de estudo pede, por isso, que os notívagos recebam um tratamento especial e mais flexível. "Se pudermos reconhecer que essas pessoas noturnos são, em parte, geneticamente determinadas (...), os empregos e as horas de trabalho poderiam ser mais flexíveis para os notívagos", disse Knutson. "Não deveriam ser forçados a levantar-se para um turno das 08h00", concluem os cientistas.

Associação Portuguesa de Fisioterapeutas alerta
A Associação Portuguesa de Fisioterapeutas alerta que 40% dos cuidados de fisioterapia estão a ser prestados por profissionais...

“O problema mais grave da fisioterapia em Portugal são os atos praticados por não-fisioterapeutas”, afirma em comunicado o presidente da associação, Emanuel Vital, adiantando que o Estado gasta anualmente “mais de 74 milhões de euros em cuidados de medicina física e reabilitação”, que “muitas vezes são praticados por pseudo-fisioterapeutas”.

Em declarações, Emanuel Vital disse que esta situação se deve essencialmente à ausência de regulação da atividade profissional.

“Neste momento, a informação que temos sobre a nossa prática profissional é escassa, não existem estudos com alguma validade que nos permitam conhecer a realidade”, lamentou.

Segundo Emanuel Vital, as situações são relatadas à associação por quem está no terreno e revelam que há clínicas por todo o país em que os cuidados de fisioterapia estão a ser desenvolvidos por técnicos auxiliares e massagistas.

“A nossa preocupação acima de tudo é garantir que as pessoas que necessitam de cuidados de fisioterapia possam aceder aos fisioterapeutas e os fisioterapeutas desenvolveram a sua atividade de forma regulada”, disse à Lusa.

Os relatos que chegam à associação, por parte dos seus associados, apontam para um aumento dos problemas graves originados por más intervenções anteriores, sobretudo em doentes com AVC, com doenças pulmonares obstrutivas crónicas e lombalgias.

Segundo a associação, a maioria desses tratamentos prestados por não-fisioterapeutas é feita com base em “calor húmido”, “ultrassons” e “massagem”, que já são considerados ultrapassados pela comunidade científica.

“Em muitas clínicas em Portugal, a maioria dos tratamentos não segue as novas ‘guidelines’ internacionais”, afirma Emanuel Vital.

A Associação Portuguesa de Fisioterapeutas alerta para “um problema de saúde pública” que afeta quase quatro milhões de pessoas.

Para garantir a qualidade dos serviços de fisioterapia, Emanuel Vital defende a necessidade de regular a profissão e de uma ordem profissional.

A criação da Ordem dos Fisioterapeutas foi aprovada em 20 outubro de 2017 na Assembleia da República, com a votação na generalidade de projetos de Lei nesse sentido do PS e do CDS.

Na consulta pública que se seguiu, dos quase 300 pareceres nacionais e internacionais que chegaram ao Parlamento, mais de 90% pronunciaram-se favoravelmente à criação da Ordem, refere a associação no comunicado.

“Estamos a falar de regular a atividade de mais de 11 mil profissionais vocacionados para o exercício liberal da profissão, dos quais só uns 1.350 estão no Serviço Nacional de Saúde – todos os outros trabalham no privado, boa parte de forma liberal”, afirma a presidente da Comissão Pró-Ordem dos Fisioterapeutas, Isabel de Souza Guerra.

Estudo
Um estudo internacional concluiu que os adultos não devem beber em média mais do que uma bebida alcoólica por dia, o que...

O mesmo estudo também concluiu que aqueles que bebem mais de sete bebidas alcoólicas por semana morrem mais depressa do que quem bebe menos.

"O que isso diz é que se realmente está preocupado com a sua longevidade, então não deve beber mais do que um copo por dia", afirmou David Jernigan, um investigador da Universidade Johns Hopkins, que não esteve envolvido no estudo.

Enquanto o governo norte-americano recomenda às mulheres não beber mais de sete bebidas alcoólicas por semana, a orientação para os homens é de 14 bebidas. Isto porque estudos anteriores concluíram que as mulheres são afetadas mais rapidamente por pequenas quantidades do que os homens por várias razões, incluindo pesarem menos que o sexo masculino, em média, e por a concentração de álcool no sangue processar-se de forma mais célere.

O novo estudo estima que um homem de 40 anos que beba de acordo com as orientações dos Estados Unidos tem menos um a dois anos de vida do que outro que não beba mais de sete copos por semana.

O Canadá e a Suécia têm orientações semelhantes aos dos Estados Unidos, definidas pelo Departamento de Agricultura, mas há países com tetos maiores, como caso de Espanha e da Roménia, cujo limite para os homens é equivalente a 20 bebidas alcoólicas por semana.

As recomendações no Reino Unido seguiam os padrões norte-americanos de há dois anos, quando as autoridades de Saúde britânicas decidiram baixar o nível recomendado dos homens para o mesmo das mulheres.

O estudo "é um grave alerta para muitos países", afirmou Jeremy Pearson, da Fundação Britânica do Coração, numa declaração.

Esta entidade financiou parcialmente o estudo, que foi publicado hoje pela revista Lancet.

O estudo combina resultados de 83 estudos realizados em 19 países, num universo de quase 600 mil pessoas que bebem álcool.

Os investigadores concentraram-se nos que desenvolveram - e morreram de - acidentes vasculares e diferentes doenças do coração.

Fizeram questão de excluir pessoas que tinham historial de problemas cardíacos na altura em que entraram no estudo.

Cerca de metade dos participantes afirmaram consumir mais de 100 gramas de álcool por semana. Há variação de país para país sobre quantos gramas são encontrados numa bebida padrão.

Inquérito
Os habitantes da região centro são dos que menos fumam e dos que mais comem vegetais e fruta, registando também a menor taxa de...

Os dados relativos à região Centro do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) foram hoje apresentados em Coimbra, num inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

"São resultados estimulantes, mas responsabilizantes para todos. A região centro apresenta resultados que mostram que há um trabalho relevante de várias gerações de profissionais de saúde. Ao longo dos últimos anos, temos indicadores que mostram que a região centro está bem na vanguarda em alguns aspetos", destacou o diretor do Departamento de Saúde Pública da ARSC, João Pedro Pimentel.

No inquérito, a região destaca-se na análise aos determinantes de saúde, registando o menor consumo de tabaco na população masculina (23,9%) no país e o segundo menor na população feminina (11,8%).

Também no consumo de vegetais e frutas, o centro aparece em primeiro e segundo lugar, respetivamente.

No caso dos vegetais, 20% da população não consome diariamente vegetais (a média nacional é 26,7%) e 15,4% não consome diariamente frutas (média nacional é de 20,7%), revelam os dados divulgados ontem  na sessão que decorreu no Instituto Português de Oncologia de Coimbra.

Também nos níveis de sedentarismo, a região é destacada, apresentando a menor prevalência no país (33,8%), face a uma média nacional de 44,8%.

Já nos dados relativos ao estado da saúde na região, há uma prevalência de diabetes de 8,7% (segundo melhor registo nacional), cerca de 35% da população adulta é hipertensa (terceiro pior resultado nacional), e cerca de 29% é obesa (terceiro melhor registo nacional).

Nos cuidados de saúde preventivos, a quase totalidade (98,7%) das mulheres com idades entre os 50 e os 69 anos realizou uma mamografia nos últimos dois anos e uma grande maioria (84,5%) das mulheres fizeram o rastreio do colo do útero.

Já no rastreio do cancro do cólon e do reto, o Centro apresenta um dos piores resultados, com apenas 20,8% da população com idade entre os 50 e os 74 anos a ter realizado esse rastreio nos últimos dois anos.

O inquérito foi realizado em 2015 e abrangeu 4.911 indivíduos com idade entre os 25 e os 74 anos.

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