28 de fevereiro- Dia Internacional das Doenças Raras
Os atrasos no diagnóstico mantêm-se como uma das principais queixas de quem vive com doenças raras e é, confirma Luís Brito Avô...

Este é um problema “imposto principalmente pela própria raridade destas patologias”, sendo a “principal estratégia para acelerar a identificação da doença rara uma referenciação o mais precoce possível dos doentes aos centros capacitados. Para isto é obviamente necessária uma maior formação dos profissionais de saúde nesta área, conjugada com maior divulgação nos próprios sistemas de saúde da existência dos meios que estão disponíveis para apoio destas doenças”. Mais informação para o doente é também fundamental, acrescenta, a propósito do Dia Internacional das Doenças Raras, que assinala no dia 28 de fevereiro.

Apesar das dificuldades, tem havido uma aposta na investigação, traduzida na aprovação de novos medicamentos. O especialista salienta a evolução nesta área nas últimas duas décadas, que considera “notável”. Desde a definição, em 1999, pela Comissão Europeia do estatuto e designação dos medicamentos órfãos foram criados vários estímulos ao seu desenvolvimento e implementação. Estão, até ao presente, autorizados pela Agência Europeia do Medicamento 144 medicamentos órfãos para o tratamento de doenças raras e foram designados como tal 1.523 produtos medicinais pela Comissão de produtos medicinais órfãos (COMP), que estão em fase de desenvolvimento e estudo, aguardando autorização final para serem aplicáveis. Estes números são promissores, mas como existem cerca de 7.000 doenças raras, temos ainda um óbvio longo caminho a percorrer”.

Existem, em Portugal, cerca de 600.000 pessoas com doenças raras, 36 milhões ao todo na Europa, o que não as torna “doenças menos prioritárias, tornando-se este um problema significativo de saúde pública. É disso demonstrativo a implementação das estratégias específicas dos serviços de saúde para as doenças raras”, refere Luís Brito Avô. Do lado da comunidade médica, o especialista concorda que tem crescido a sensibilização para as doenças raras. “Esta área tem vindo a estar presente em inúmeras ações formativas quer universitárias, quer das Sociedades das Ciências Biomédicas, através de cursos, congressos, simpósios, etc., e a formação de grupos de estudo especificamente alocados está em crescendo. A velocidade de aquisição de conhecimentos naquilo que é menos observado e que tem um tempo de maturação mais lento, e a experiência adquirida é o que solidifica a boa prática clínica e uma correta referenciação dos doentes.”

Exemplo desta aposta formativa é o Núcleo de Estudos de Doenças Raras (NEDR) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que há nove anos realiza um Simpósio Anual de Doenças Raras, ministrando ainda um Curso sobre Doenças Lisossomais de Sobrecarga, e está a formatar para uma 1ª edição um Curso E-learning sobre Doenças Raras. De resto, desde sempre que a Medicina Interna lida com os doentes raros, com “a formação holística dos Internistas a colocá-los numa posição privilegiada para a compreensão e acompanhamento destes doentes, pois os seus quadros clínicos compõem-se, em muitas destas patologias, por manifestações sistémicas e complexas. O apoio a estes pacientes é muitas vezes pluridisciplinar, sendo nossa missão constante coordenar a prestação de cuidados, atuando como o orientador do doente”.

 

Estudo
Um novo estudo da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, em Maryland, nos EUA, aponta o dedo a esta alternativa ao...

O vapor dos cigarros eletrónicos contém níveis perigosos de cromo, de níquel e de chumbo e ainda de outros 12 metais nocivos. A garantia é dada por um novo estudo da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, em Maryland, nos EUA. Os investigadores suspeitam que o problema possa estar nas bobinas de aquecimento dos dispositivos, que contaminam os aerossóis gerados pelo mecanismo do equipamento, escreve o Sapo.

Os especialistas chegaram a essa conclusão depois de analisar os cigarros eletrónicos de 56 voluntários. "É importante que a FDA [o regulador de saúde norte-americano], as empresas fabricantes [destes dispositivos] e os próprios utilizadores saibam que essas bobinas, como são feitas atualmente, deixam passar metais tóxicos que depois são inalados", advertiu já publicamente Ana María Rule, coordenadora da investigação.

 

Estudo
A crescente utilização de tablets e smartphones por parte dos mais pequenos está a fazer com que não ganhem força nos músculos...

As crianças estão a a ter cada vez mais dificuldades no simples ato de segurar num lápis ou numa caneta. A culpa? Um estudo da britânica Heart of England NHS Foundation Trust diz que a culpa é da tecnologia, escreve o Observador..

Segundo os médicos deste conglomerado privado que são citados pelo The Guardian, a utilização excessiva dos touchscreens de smartphones ou tablets está a impedir que os músculos dos dedos das crianças se desenvolvam corretamente.

“As crianças estão a chegar à escola sem terem a força de mãos e destreza que tinham há 10 anos”, afirma Sally Payne, pediatra chefe do gabinete de terapia ocupacional da Heart of England.

Hoje, os miúdos chegam à escola e quando lhes passamos um lápis para a mão, por exemplo, percebe-se que não têm as capacidades de movimento fundamentais”, diz Payne ao Guardian.

“Para conseguirem agarrar num objeto deste género e movimentarem-no precisam de ter um grande controlo dos músculos mais sensíveis dos dedos “, acrescentou. “Eles precisam de ter muitas oportunidades para desenvolver essas aptidões.”

Para Payne, a natureza das brincadeiras de criança mudaram, isto porque “é mais fácil dar um Ipad a um miúdo do que encorajá-lo a brincar com coisas que o ajudem a desenvolver-se melhor, como Legos, cortes e colagens ou coisas feitas em corda, que eles possam puxar e esticar.”

O Patrick, de seis anos, tem vindo a participar todas as semanas (ao longo dos últimos seis meses) numa aula de terapia ocupacional que tem como objetivo ajudá-lo a desenvolver a força no seu dedo indicador — para que consiga pegar num lápis. A sua mãe, Laura, culpa-se da desvantagem do filho: “Em retrospetiva vejo que dei coisas tecnológicas ao Patrick para que ele brincasse, tendo com isto excluído quase todos os outros brinquedos mais tradicionais. Quando ele entrou na escola fui contactado pelas professoras dele que estavam preocupadas: ele estava a segurar no seu lápis como um homem das cavernas. Ele simplesmente não lhe conseguia pegar de outra forma qualquer. Por causa disso estava a ter dificuldades a aprender a escrever.”

A mãe de Patrick afirma ainda que apesar desta dura realidade, a terapia esta a funcionar bem e que agora tem uma “posição muito mais firme” em relação ao acesso à tecnologia. “Acho que a escola detetou o problema mesmo a tempo de ser corrigido, antes que surgissem danos irreparáveis.”

Mellissa Prunty, pediatra especializada na vertente da terapia ocupacional que se foca mais nos problemas de escrita, também está preocupada com o facto de cada vez haverem mais crianças a aprenderem a escrever muito tarde, por causa da tecnologia.

“Um dos problemas principais é o facto da caligrafia ser algo muito próprio de cada pessoa e isso desenvolve-se durante a infância”, explica a médica que também é a vice-presidente da National Handwriting Association (“Associação Nacional da Caligrafia”, em português) e diretora da clínica de investigação da Brunel University London.

Existem várias formas de “ensinar a escrever” nas escolas inglesas, sendo que muitas deles já usam tablets como auxiliares dos tradicionais lápis. Para a mesma Prunty, esta realidade é um problema grave, já  que muitas crianças também usa tablets fora da escola.

Karin Bishop, a diretora adjunta da Royal College of Occupational Therapists, afirmou que: “É inegável a importância da tecnologia e a forma como ela já mudou o mundo onde os nossos filhos estão a crescer. Apesar de existirem vários aspetos positivos desta realidade, há cada vez mais indícios do seu impacto no crescente sedentarismo do nosso estilo de vida e das nossas interações sociais. À medida que as nossas crianças vão passando cada vez mais tempo dentro de casa e “online”, passam menos tempo a participar em atividades mais físicas.”

 

Investigação
Um estudo sobre o papel de uma proteína sanguínea no risco de doença cardiovascular valeu à investigadora e doutoranda Ana...

A proteína em causa é o fibrinogénio, que se 'liga' aos glóbulos vermelhos e é fundamental para a coagulação sanguínea.

Em 2016, Ana Filipa Guedes, a concluir o seu doutoramento no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, no laboratório liderado pelo investigador Nuno Santos, verificou, a partir de amostras de sangue, que doentes com insuficiência cardíaca apresentam um risco acrescido de sofrer complicações cardiovasculares porque é necessária uma 'força' maior para 'descolar' a tal proteína que se agrega aos glóbulos vermelhos.

Na altura, os cientistas isolaram os glóbulos vermelhos e usaram um microscópio de força atómica para medir a 'força' de ligação do fibrinogénio a estas células, também conhecidas como eritrócitos.

Num estudo posterior, de 2017, observaram com doentes hipertensos que a interação entre a proteína e os glóbulos vermelhos era idêntica.

Ana Filipa Guedes esclareceu que "níveis elevados de fibrinogénio" nestes doentes, cuja hipertensão não tem uma causa direta associada, podem levar à formação de coágulos sanguíneos, bloqueando uma artéria ou veia.

A equipa científica quer perceber, em próximos estudos, se o mesmo tipo de interação entre esta proteína e os glóbulos vermelhos é extensível a mais doenças cardiovasculares e de que forma pode interferir nela com um possível medicamento.

Por outro lado, a avaliação da presença de fibrinogénio (enquanto novo biomarcador de doenças cardiovasculares) no sangue poderá ajudar a "definir melhor o prognóstico destes doentes", de acordo com Ana Filipa Guedes.

O Prémio Pulido Valente Ciência, no valor de dez mil euros, distingue anualmente o melhor artigo publicado na área das ciências biomédicas que descreva os resultados de uma investigação com participação de uma cientista com menos de 35 anos a trabalhar num laboratório português.

O montante do prémio é comparticipado pela Fundação Professor Francisco Pulido Valente e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A edição de 2017 foi dedicada às doenças cardiovasculares.

 

"O Açúcar Escondido nos Alimentos"
A alimentação inadequada é o principal fator de risco para a saúde, perda de qualidade e anos de vida, disse a diretora-geral...

“Se modificarmos os hábitos alimentares evita-se carga de doença, mal-estar e perda de anos com vida saudável”, sublinhou a responsável durante o lançamento de uma nova campanha do governo, destinada a reduzir o consumo de açúcar.

Graça Freitas frisou que a alimentação inadequada é “um fator de risco importantíssimo” e que escolher bem significa estar devidamente informado e esclarecido.

"O Açúcar Escondido nos Alimentos" é o nome da campanha para qual foi assinado um protocolo com quatro estações televisivas - RTP, SIC, TVI e Porto Canal.

A campanha, financiada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e inserida no Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, visa alertar os portugueses para os perigos que podem esconder-se nos rótulos dos alimentos e para o risco associado ao elevado consumo de açúcar.

Graça Freitas sustentou que o esclarecimento implica um processo de comunicação no qual os media e as redes sociais são “fatores muito importantes” na hora de capacitar os cidadãos para fazerem a escolha mais acertada.

O lançamento da campanha contou com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e a participação do humorista Herman José, da atriz Joana Solnado e do ator Lourenço Ortigão, coincidindo com o dia em que foi formalizado o protocolo com as quatro estações televisivas.

De acordo com dados governamentais, cerca de um terço das crianças portuguesas tem excesso de peso ou já sofre de obesidade e considerando a população adulta essa percentagem ultrapassa os 50 por cento.

 

Na Holanda
Um surto de gripe aviária suspeita de ser altamente patogénica foi detetado na Holanda, numa herdade avícola onde todos os 36...

"Um surto de gripe aviária de tipo H5 foi detetado numa herdade avícola em Oldekerk, província de Groningen (norte)”, informou o Ministério da Agricultura, em comunicado.

"Esta é provavelmente uma variante altamente patogénica da gripe aviária", disse.

Para "prevenir a propagação do vírus, as 36 mil aves serão abatidas", afirmou o Ministério da Agricultura, que anunciou imediatamente a proibição do transporte de aves de capoeira, ovos, estrume e lodo numa zona de dez quilómetros ao redor da herdade.

O governo holandês já havia decidido o encerramento de todas as aves de capoeira no país, em dezembro, após um caso de gripe aviária de alta patogenicidade tipo H5 numa herdade de criação de patos, exigindo o abate de 16 mil animais.

Todas as medidas nacionais atuais, como o encerramento das aves, permanecem em vigor, acrescentou o ministério.

Um surto de gripe aviária de baixa patogenicidade também foi detetado em outubro numa quinta de crianças de galinhas. Todas as 42 mil aves de capoeira que lá estavam foram abatidas.

Um surto de gripe aviária seria outro golpe para o setor avícola holandês, depois da crise dos ovos contaminados com Fipronil que se espalharam na Europa no passado mês de agosto.

 

Instituto da Administração da Saúde
Uma mulher de 84 anos, com múltipla patologia associada, morreu esta semana com gripe A, aumentando para quatro os casos de...

De acordo com o Instituto da Administração da Saúde (IASAUDE), "na última semana assistiu-se a uma diminuição na procura dos utentes aos centros de gripe e há apenas a registar três novos internamentos".

Tratam-se de uma criança do sexo masculino de 14 anos de idade, na Unidade de Cuidados Intensivos de Pediatria, "a evoluir muto bem pelo que já foi transferida para a enfermaria de pediatria" e de dois adultos (dos sexos feminino e masculino) na ala de internamento destinada à gripe no Hospital dos Marmeleiros.

Bruno Freitas, da administração do IASAÚDE, adiantou, em conferência de imprensa, que "no dia de hoje estão internados cinco doentes com gripe, sendo três com gripe A e dois com gripe B; um doente do sexo masculino internado há 38 dias na UCIP com 68 anos e com múltiplas comorbilidades; uma criança de 14 anos na enfermaria de Pediatria e três doentes (dois do sexo feminino e um do sexo masculino) na ala de internamento reservada à gripe no Hospital dos Marmeleiros".

Nos Cuidados de Saúde Primários, os três Centros da Gripe a funcionar nos Centros de Saúde do Bom Jesus, Santo António e Machico e o Serviço de Urgência Hospitalar já assistiram, desde 31 de janeiro até hoje, 1.447 pessoas.

A vice-presidente do IASAÚDE, Bruna Gouveia, salientou, por seu lado, que a "atividade gripal se mantém de baixa intensidade em Portugal e na Madeira".

 

Em Leiria
O Município de Leiria apresentou hoje um programa de alimentação saudável dirigido a cerca de seis mil alunos do ensino pré...

O programa de alimentação saudável, cujo embaixador é o ‘chef' Luís Gaspar, "visa chegar às escolas e às famílias", adiantou a vereadora da Educação, Anabela Graça (PS).

O projeto surge depois de no ano passado uma nutricionista ter visitado várias escolas, contando uma história sobre a alimentação saudável.

"O programa foi construído com base nos problemas que identificámos", explicou a autarca, referindo que editaram em livro a história da autoria de Inês Gonçalves, com ilustrações de Leonor Lourenço.

"Através da história, podemos trabalhar a informação sobre a alimentação saudável", sublinhou.

A autarquia preconiza dez ações, que contam com a parceria da Escola Superior de Saúde de Leiria (ESSLei), com o Centro Hospitalar S. Francisco e com a Escola Profissional de Leiria.

"Queremos que Leiria tenha mais saúde e a saúde começa à mesa, na escola. O município tem responsabilidades nesta área. Serve diariamente 5.400 refeições, o que nos obriga a ter um plano de monitorização da qualidade, higienização e transporte dos alimentos e sua confeção", destacou ainda Anabela Graça.

No início do ano letivo já foram distribuídos panfletos a pais que explicam a "dinâmica dos refeitórios antes, durante e depois da refeição".

Para a vereadora, a "informação e formação" são "fundamentais" neste programa. Com o apoio de alunos da licenciatura em Dietética e Nutrição da ESSLei, irão "traduzir para as crianças o que é uma alimentação saudável".

Além disso, a autarquia irá contribuir para a "qualificação da mão-de-obra de quem trabalha nos refeitórios" e protagonizar ações de formação dirigidas a pais.

Os lanches saudáveis são uma das preocupações deste programa, que irá tentar sensibilizar os pais para que preparem menus mais "criativos" e "saudáveis".

Os alunos finalistas do curso de cozinha/pastelaria da Escola Profissional de Leiria vão criar o jogo "Super-Heróis da Alimentação Saudável", que será distribuído pelos estabelecimentos de ensino do concelho.

O programa contempla ainda o concurso "Ementas escolares saudáveis", que desafia cada turma do 3.º ano - cujo currículo integra esta temática - a elaborar uma ementa completa saudável, que será depois avaliada, entre outros, pelo ‘chef' Luís Gaspar.

Anabela Graça lamentou a falta de dados sobre a obesidade nas crianças do concelho, uma vez que a "intervenção da saúde na escola é muito pontual". A diretora da ESSLei, Clarisse Louro, comprometeu-se, por isso, a envolver os estudantes do último ano na realização de um estudo de avaliação às crianças do pré-escolar e 1.º ciclo do concelho.

 

Estudo
Um estudo da Organização Mundial de Saúde que envolveu 53 países coloca Portugal no grupo dos cinco piores no tratamento aos...

Os dados foram hoje citados, no Porto, numa conferência sobre “Reaprender a Idade: Contributos interdisciplinares”, pela médica e vice-presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, Antonieta Dias, que afirmou que “Portugal é o país da Europa que menos investe nas pessoas da terceira idade”.

“Estamos no topo da Europa como o país que menos investimento tem para os idosos. É um estudo que está publicado e ao qual não podemos ficar alheios, para desempenharmos a nossa função de defesa de direitos humanos, de defesa dos direitos dos idosos e de defesa da cidadania”, disse Antonieta Dias.

A especialista frisou que “neste momento somos o país que tem piores condições para cuidar dos idosos, porque falta fazer o investimento credível e acompanhado do idoso”.

Para Antonieta Dias, este “investimento credível e acompanhado” consiste, nomeadamente, “em criar mais alojamentos, investir nos cuidadores, nas pessoas que acompanham os idosos e alargar o leque de investimento em relação ao apoio da terceira idade”.

A responsável apresentou “uma proposta desafiante, que é fazer com que as instituições que têm lucro invistam esses lucros na realização de outros lares, que permitam acolher as pessoas que têm condições económicas mínimas”.

“Grande parte dos idosos tem reformas de 400/500 euros e não pode pagar mil euros para estar institucionalizado durante um período temporário ou definitivo. O meu desafio é que todos comecemos a despertar para esta problemática e fazer com que os lucros das casas que institucionalizam os idosos sejam investidos em lares adaptáveis aos nossos rendimentos. Estamos na Europa, mas os nossos rendimentos estão a léguas de distâncias de todos os europeus”, frisou.

No seu Relatório de Prevenção contra os Maus Tratos a Idosos, a OMS analisa as agressões nos últimos cinco anos contra os mais velhos, num universo de 53 países europeus, e conclui que “Portugal tem um sério problema no que respeita aos maus tratos contra idosos.”

Da lista negra fazem parte apenas mais quatro países: Sérvia, Áustria, Israel e República da Macedónia.

O presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, Carlos Branco, citou dados da Associação de Apoio à Vítima relativos a 2016.

“Em Portugal é já possível aferir um aumento do número das vítimas idosas, apresentando agora 1.009 pessoas idosas vítimas de crime (em média três por dia e 19 por semana). Das 1.009 vítimas registadas em 2016, contra 774 em 2013, 679 tinham idades entre os 65 e os 79 anos (67,4%) e 330 tinham entre 80 e mais de 90 anos (32,6%)”, disse.

Em declarações, Carlos Branco considerou que face ao envelhecimento da população, “os apoios existentes não são suficientes” e que, por esse motivo, “a sociedade civil tem de organizar no sentido de tentar mitigar estas situações”.

O responsável disse que a Comissão de Proteção ao Idoso avançou há cerca de um ano com a criação da provedoria do idoso, porque “a nível local, não obstante o trabalho meritório das misericórdias, das próprias autarquias e associações que estão no terreno, não existe nenhuma instituição que se dedique e que se ocupe concretamente dos idosos”

Essa figura, de acordo com Carlos Branco, enquadra-se sempre no município, por serem “as entidades mais próximas das populações, conseguindo de forma hábil diagnosticar os problemas sociais locais”.

“Preconizamos que esse provedor seja indicado pela rede social, a câmara municipal valida em sede de executivo e assembleia municipal e, depois, terá de ser validado pela comissão de proteção ao idoso, com quem vai trabalhar”, explicou.

A experiência piloto foi iniciada em 2017, “em Guimarães e Amares, e, entretanto, já foi alargada à Póvoa de Lanhoso. Existem mais quatro municípios do distrito de Braga onde será implementar já no imediato e ainda na Trofa, distrito do Porto”.

“A ideia é criar mais cinco/seis na região do Porto. A metodologia será diferente dada a dimensão do território, o que está pensado, em termos estratégicos, é implementar esta figura no âmbito das uniões de freguesias”, esclareceu.

 

Casa de Saúde da Idanha
Pessoas com demência vão poder usar em Portugal terapia com robôs, usando uma foca com inteligência artificial inventada no...

O primeiro do género em Portugal irá para a Casa de Saúde da Idanha, em Belas, Sintra, que vai formar os seus terapeutas para utilizar o robô, usado para estimular memórias e melhorar a qualidade de vida de pessoas que perdem as suas capacidades mentais.

Falando à margem do Congresso Internacional das Demências, na instituição das Irmãs Hospitaleiras, o inventor de "Paro", Takanori Shibata, afirmou que se trata de "um dispositivo médico" capaz de melhorar "depressão, ansiedade, dor, ‘stress’, solidão" e perturbações do sono.

Usada já em cerca de 30 países, a foca robô é usada em hospitais ou lares de idosos como uma ferramenta para tentar melhorar a qualidade de vida de pessoas internadas.

À primeira vista, parece um peluche. Quando se liga, os olhos abrem-se e o robô vira a cabeça, respondendo quando se acaricia o pelo ou se fala na sua direção e emitindo sons como os de uma foca bebé real.

"O Paro pode adaptar-se aos utilizadores para se comportar como estes gostariam. Tem um número limitado de funções, mas as pessoas associam interagir com ele a interagir com um gato ou cão que tenham tido no passado ou à experiência de cuidar de uma criança", afirmou.

Assinalando que a experiência de cada pessoa com o robô é totalmente subjetiva, Takanori Shibata referiu que acariciar ou pegar em Paro ao colo, em sessões orientadas com terapeutas, pode reduzir "problemas comportamentais ou psicológicos" como agressão ou agitação, que têm na sua origem fatores como "dor ou ansiedade".

Takanori Shibata afirmou que o uso desta tecnologia permite "reduzir custos sociais" e melhorar qualidade de vida e espera que, "no futuro, Portugal adote o Paro no seu sistema de segurança social".

Em países como o Reino Unido, o robô já foi usado a título experimental em algumas unidades do serviço nacional de saúde.

A vantagem em relação a usar animais verdadeiros é que em ambiente hospitalar ou de cuidados a idosos, há o risco de alergias ou infeções com a sua presença.

Para Takanori Shibata, outra vantagem é que pessoas afetadas por algum tipo de demência estão entretidas com o robô e não vagueiam, evitando quedas, que no caso dos idosos são especialmente perigosas.

O inventor japonês indicou que a forma da foca foi escolhida porque não tem de corresponder a expectativas muito elevadas.

Desde que começou a trabalhar no projeto, em 1993, Takanori Shibata e a sua equipa experimentaram outras "peles" para o robô, como cães ou gatos, mas verificaram que assim não resultava.

"As pessoas comparavam o robô com um cão ou gato real e ficavam desiludidas. Com focas, a maior parte das pessoas não tem experiência prévia", salientou.

Quanto a robôs de aspeto humano a serem usados para o mesmo fim, Takanori Shibata e a sua equipa trabalham nesse sentido, "mas ainda vai levar muito tempo" a conseguir um nível de inteligência artificial.

Entre as funções de inteligência artificial de que conseguiram dotar o robô está o reconhecimento de palavras, pelo que cada utilizador pode decidir chamar-lhe o que quiser, porque Paro aprende e passa a reagir a esse novo nome.

A foca também vira a cabeça para reagir à voz do utilizador e diversos sensores reagem ao toque das pessoas

Takanori Shibata esteve em Portugal para participar no Congresso Internacional de Demências, que termina hoje, organizado pela Unidade de Gerontopsiquiatria e Reabilitação Cognitiva da Casa de Saúde da Idanha.

 

Mitos e Verdades
Também conhecido como Toxina Botulínica tipo A, o Botox é um relaxante muscular que permite atenuar

A toxina botulínica tipo A pode ser utilizada para aumentar o volume dos lábios.

Mito. A toxina botulínica não é um volumizador. Não altera o volume do local onde é aplicada. É um relaxante muscular.

A toxina botulínica tipo A pode paralisar o músculo, deixando o paciente sem expressão.

Verdade. Numa dose inapropriada e quando é administrada com uma má técnica, pode acontecer. Quando é administrada por profissionais experientes e certificados, este efeito adverso é evitado.

A toxina botulínica tipo A pode ser viciante.

Mito. Não induz qualquer tipo de vício. O resultado do tratamento é tão satisfatório que a paciente poderá querer repetir para manutenção dos resultados.

Os cremes anti-rugas oferecem resultados similares ao tratamento com a toxina botulínica tipo A.

Mito. Os cremes são aplicados topicamente e nunca conseguirão atingir, numa pele integra, a profundidade da ação de uma substância injetável. Além disso, os resultados da ação são incomparáveis.

A toxina botulínica tipo A pode substituir uma cirurgia plástica.

Mito. A toxina botulínica pode ser um adjuvante de uma cirurgia plástica. Não poderá substituí-la.

Os efeitos da toxina botulínica são imediatos.

Mito. Os efeitos começam a notar-se nos primeiros 3-4 dias e o pico do tratamento é atingido aos 15 dias.

A toxina botulínica oferece outros benefícios além do rejuvenescimento facial.

Verdade. Além de relaxar os músculos da região frontal, a toxina contribui para diminuir a oleosidade da pele ao interferir com a secreção das glândulas.

É também uma importante arma terapêutica no tratamento da hiperhidrose (suor excessivo) nas axilas, palmas das mãos e plantas dos pés.

A toxina botulínica pode ser aplicada em qualquer parte do rosto com rugas.

Mito. O uso da toxina está aprovado para a utilização na testa e nas linhas do canto dos olhos (pés de galinha). A sua utilização noutras regiões faciais não é aprovada e quando é realizada por alguém não certificado e com experiência poderá ter consequências nefastas (por exemplo, perda da continência oral e alterações da fala).

O tratamento com a toxina botulínica é indicado para homens e mulheres.

Verdade.

O tratamento com toxina botulínica pode ser feito por pessoas de todas as idades.           

Mito. Só está aprovado na idade adulta e até aos 65 anos.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No Porto
Investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto desenvolveram um produto à base de bolotas para substituir o...

"O café é uma das bebidas mais apreciadas e consumidas em todo o mundo. Contudo, a presença de cafeína pode causar alguns efeitos negativos nos consumidores", disse Diana Pinto, investigadora da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) e uma das responsáveis pelo projeto.

Quando consumido em doses elevadas, continuou, o café pode originar ou aumentar sintomas como taquicardia, palpitações, insónias, ansiedade, tremores e dores de cabeça.

Segundo a investigadora, esses efeitos indesejáveis verificam-se igualmente em indivíduos mais sensíveis à cafeína, mesmo que não consumam elevadas quantidades de café.

"Certos consumidores com distúrbios gástricos, anemia por deficiência de ferro, hipertensos ou em situações de 'stress' podem apresentar sensibilidade aumentada ao café", referiu.

Para ultrapassar esta questão, contou a investigadora, torna-se necessário procurar alternativas para o desenvolvimento sustentável de substitutos do café, onde se incluem produtos alimentares sem valor comercial.

Neste projeto, a equipa usou as sementes de 'Quercus cerris', conhecidas por bolotas e consideradas um recurso com baixo impacto na alimentação humana, para desenvolver uma bebida que pode ser um substituto do café tradicional.

Utilizando as sementes, a equipa criou um pó, com um sabor menos intenso do que o do café, que tem que ser disperso em água e filtrado antes de consumido, à semelhança do que acontece com o café em pó ou com os seus substitutos.

De acordo com Diana Pinto, estas sementes são ricas em compostos antioxidantes, como polifenóis e vitamina E, e têm uma elevada captação de espécies reativas de oxigénio e de azoto.

Além disso, não apresentam toxicidade para as células intestinais.

Os próximos passos do projeto passam pela identificação e quantificação dos compostos bioativos presentes na constituição da bebida desenvolvida e pela análise sensorial do produto.

Participam no projeto os investigadores da FFUP Santiago Diaz Franco, Anabela Costa, Sónia Soares, Francisca Rodrigues e Maria Beatriz Oliveira, também membros do REQUIMTE, LAQV/Departamento de Ciências Químicas, e Snezana Cupara, Marijana Koskovac e Ksenija Kojicic, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Kragujevac (Sérvia).

 

Associação explica
A alergia alimentar caracteriza-se por uma resposta adversa do organismo que envolve o sistema imunológico, desencadeada pela...

Alguns alimentos tais como cereais (trigo, centeio, cevada), crustáceos (lagosta, camarão), ovos, peixe, amendoins, soja, leite e seus derivados, frutos de casca rija (frutos secos como amêndoa, avelã, nozes e coco), aipo, mostarda, sementes de sésamo, entre outros são exemplos de alimentos prevalentes em alergias alimentares. As alergias acontecem de forma continuada e ao longo de toda a vida, apesar de poderem desaparecer, normalmente ainda na infância. Os sintomas manifestam-se através de sintomas na pele, dificuldades respiratórias, ou cardíacas, por exemplo.

Por outro lado, a intolerância alimentar caracteriza-se pela resposta fisiológica do organismo a um alimento, não envolvendo o sistema imunológico. Pode desenvolver-se a qualquer altura da nossa vida, associando-se a um consumo excessivo de determinado alimento ou a uma patologia que envolva alterações morfológicas ou anatómicas do intestino. As intolerâncias alimentares são mais difíceis de detetar do que as alergias, uma vez que a resposta não é tão evidente e exacerbada como no caso das alergias e podem não apresentar reação causa-efeito imediata.

De acordo com Ana Lúcia Silva, Vice-Presidente da ALIMENTA “A investigação nestas áreas tem sido limitada, pelo que a falta de informação científica não permite saber de forma concreta quantas pessoas têm alergias ou intolerâncias alimentares, contudo estima-se que até 10% da população possa apresentar alergias alimentares. Estes dados podem ir até 35% caso as reações adversas aos alimentos sejam auto reportadas (sem confirmação clínica). Relativamente à doença celíaca estima-se que 1% da população mundial apresente esta doença autoimune.”

A nutricionista reforça ainda que “apesar da pouca evidência científica quanto às prevalências de alergias e intolerâncias alimentares, sabe-se do ponto de vista empírico que cada vez mais pessoas reportam reações adversas a alimentos, principalmente nos países industrializados, em idade pediátrica quando comparado com a idade adulta e que os alergénios mais comuns, tais como o leite de vaca, amendoim, frutos de casca rija, marisco e trigo, são responsáveis por aproximadamente 90% das reações alérgicas.”

As dificuldades na definição de alergias e intolerâncias alimentares, devem-se ao facto de a maioria dos estudos envolverem amostras de conveniência e não representativas da população, bem como a utilização de diferentes metodologias. Contudo pelo aumento de casos e severidade das alergias alimentares, a investigação tem evoluído bastante nos últimos anos e continuará num futuro próximo trazendo novos dados e métodos de diagnóstico e de tratamento mais céleres.

Já as doenças autoimunes, tais como o lúpus, doença de crohn, artrite reumatóide ou psoríase, definem-se através de uma resposta imunológica adversa contra as células (tecidos ou órgãos) do próprio organismo, como se de um agente agressor se tratasse. A doença celíaca, por exemplo, é uma doença autoimune caracterizada pela reação imunológica contra as células do intestino delgado após a ingestão de glúten (proteína presente nalguns cereais tais como trigo, centeio e cevada). Até hoje não se conhece nenhum outro tratamento possível que não a dieta isenta de glúten para toda a vida, o que permite a regeneração das lesões do intestino e a recuperação do organismo.

De forma a alertar a sociedade para este tipo de problemas e angariar fundos para financiar estudos e investigações científicas, a Maratona da Saúde, escolheu o tema “Alergias e Doenças Autoimunes” para a sua 5ª Edição que está neste momento a decorrer em parceria com a RTP. O objetivo é aliar o entretenimento à sensibilização e à angariação de fundos para apoiar projetos de investigação científica na área da saúde desenvolvidos em Portugal.

 

DGS recomenda
A Direção-Geral da Saúde recomendou hoje aos portugueses que se vacinem contra o sarampo, lembrando que é a “melhor forma” de...

“Aproxima-se a primavera e o verão, período em que os movimentos internacionais de cidadãos são mais intensos e o risco de contrair a doença é maior”, afirma a Direção-Geral da Saúde (DGS) em comunicado.

Como “o sarampo é um risco para a saúde”, a DGS recomenda aos portugueses que verifiquem o boletim de vacinas e se vacinem caso seja necessário.

Segundo o esquema vacinal recomendado no Programa Nacional de Vacinação, a primeira dose de vacina VASPR (sarampo, papeira e rubéola) deve ser tomada aos 12 meses de idade e a segunda aos cinco anos.

A vacina também é recomendada para os adultos nascidos em 1970 ou depois, que nunca tiveram a doença nem foram vacinados contra o sarampo.

A DGS recorda que foram notificados na Europa, em 2017, mais de 14.000 casos de sarampo, triplicando o número de casos registados no ano anterior.

Relembra ainda que, em 2017, verificaram-se, a partir de dois casos importados de outros países, dois surtos de sarampo em Portugal, registando-se 27 casos confirmados e um falecimento.

“As pessoas não protegidas pela vacinação correm maior risco de contraírem sarampo através do contacto com pessoas doentes ou em período de incubação da doença, provenientes de outros países”, sublinha a DGS.

Quem for viajar, poderá necessitar de doses adicionais de vacina pelo que deve contactar a sua unidade de saúde ou consultar o seu médico assistente, adianta.

A Direção-Geral da Saúde lembra que “o sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave ou mesmo a morte”.

Atualmente, em alguns países europeus, continuam a verificar-se surtos de sarampo, em crianças e adultos, adverte, sublinhando que “a vacinação continua a ser a melhor forma de evitar o sarampo”.

A vacinação contra o sarampo é efetuada, gratuitamente, nas unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde.

Em caso de dúvidas, as pessoas podem contactar o SNS 24 através do número 808 24 24 24.

O sarampo provocou 35 mortes no ano passado na região europeia considerada pela Organização Mundial da Saúde, que inclui 53 países, onde foram registados mais de 20 mil casos.

A OMS recorda que os surtos de sarampo registados no ano passado afetaram um em cada quatro países da região europeia, tendo sido notificados surtos em 15 dos 53 países abrangidos pela OMS Europa.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Ministro da Saúde
O despacho com a abertura do concurso para a colocação dos médicos recém-especialistas nos hospitais, reclamado há meses por...

Adalberto Campos Fernandes fez este anúncio na Assembleia da República, onde hoje decorre um debate sobre a saúde.

Questionado pelo PSD sobre a falta de colocação de 700 médicos recém-especialistas, que na quinta-feira entregaram uma carta aberta no parlamento a apelar para a sua colocação nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o ministro referiu que o despacho será publicado na próxima semana, em Diário da República.

O ministro sublinhou, contudo, que estes profissionais estão a trabalhar no SNS, embora não tenham o vínculo e a remuneração correspondente à sua especialização.

“Não vale a pena enganar os portugueses e dizer que estão fora” do SNS, adiantou.

Na quinta-feira, um grupo de recém-especialistas da área hospitalar, acompanhados da Ordem dos Médicos e de representantes da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), entregou no parlamento uma carta aberta a contestar o facto de 700 profissionais estarem há largos meses à espera da abertura de concurso.

 

Estudo
Chamam-se "exómeros" e nunca ouviu falar deles, mas desempenham um papel essencial na progressão do cancro. É essa a...

Até agora estas estruturas minúsculas eram desconhecidas pela ciência. Os exómeros foram agora identificados pela primeira vez por uma equipa internacional de cientistas como nanopartículas com influência nas evolução dos tumores. O trabalho foi publicado na revista Nature Cell Biology esta semana, escreve o Sapo.

Já se sabia que as células de cancro comunicam à distância com outras células e que essa comunicação inclui o envio de proteínas e de vesículas, como por exemplo os exossomas. Aplicando às células cancerígenas uma técnica de fracionamento que nunca tinha sido aplicada neste contexto, explica Celso Reis, investigador principal do trabalho realizado em Portugal, "os investigadores conseguiram separar em pormenor vários subtipos destas vesículas e, nessa separação, identificaram um novo grupo de vesículas a que chamamos, exómeros e que têm aproximadamente 35 nanómetros" (três mil vezes mais fino do que um fio de cabelo).

Estes exómeros são ainda menores do que os exossomas e o seu conteúdo é significativamente diferente das outras vesículas, não só nas proteínas, mas também nos glicanos (hidratos de carbono complexos que existem nas células e que estão muito alterados nas células tumorais).

Utilizando linhas celulares de diversos tipos de cancro e também modelos animais, os investigadores descobriram também que estes exómeros têm uma distribuição pelos órgãos do animal diferente das outras vesículas, "sugerindo, por isso, uma função diferente no processo de progressão tumoral", adianta Celso Reis.

Aberta porta ao desenvolvimento de novos tratamentos
No decorrer do trabalho, acrescenta o investigador, "percebemos também que as proteínas que estão particularmente enriquecidas nos exómeros são proteínas que sabemos serem importantes na biologia tumoral, ou seja, contribuem para a evolução do tumor".

Os próximos passos desta investigação irão permitir definir especificamente as diferentes funções biológicas destas partículas no microambiente tumoral e na progressão da doença.

Esta descoberta permitirá também desenvolver no futuro novas estratégias para melhorar o diagnóstico e, eventualmente, avaliar o seu potencial no tratamento.

 

Oncologia
O serviço de oncologia do Hospital Pediátrico de Coimbra registou um aumento de cancros infantojuvenis em 2017, ano em que...

Segundo a especialista, os linfomas e as leucemias estão a aumentar, enquanto o número de tumores sólidos (em órgãos) se mantém estável.

"Tenho a impressão que o acréscimo de novos tumores se deve ao aumento dos fatores de risco ambientais, como a poluição, aliado a uma maior fragilidade das crianças e jovens aos mesmos fatores agressores", explicou.

Em 2017, de acordo com a diretora do serviço de oncologia, foram registados 70 novos casos de cancro no Hospital Pediátrico de Coimbra, que integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Aquele serviço foi criado na sequência da criação do CHUC, em janeiro de 2011, tendo alargado o seu atendimento até aos 18 anos, mas desde o final da década de 1970 que prestava cuidados diferenciados às crianças com cancro.

Os dados registados em Coimbra, refere Fátima Heitor, indicam que os níveis de doença oncológica se encontram dentro da média nacional.

De acordo com o registo oncológico, todos os anos cerca de 400 crianças e jovens são diagnosticadas com cancro em Portugal, doença que continua a ser a primeira causa de morte não acidental na população infantojuvenil, apesar dos grandes progressos a nível do diagnóstico e tratamento.

No sábado, o Hospital Pediátrico de Coimbra recebe o 4.º Seminário Oncologia Pediátrica, organizado pela Fundação Rui Osório de Castro, destinado a pais, familiares e amigos de crianças com cancro, que se realiza pela primeira vez fora de Lisboa.

"Este ano decidimos ir para Coimbra e no próximo para o Porto, pois a ideia é estarmos cada vez mais perto dos doentes e proporcionar um ponto de encontro de toda a comunidade que trabalha ou que tem, de alguma forma, a ver com o cancro infantil", disse Cristina Potier, diretora-geral da instituição.

Com base no "feedback" e testemunhos dos pais, o seminário vai discutir este ano "quase todo o processo de tratamento de uma criança", desde o internamento, o regresso a casa e ao dia-a-dia e a investigação em oncologia pediátrica.

Segundo Cristina Potier, vão também ser abordadas "todas as questões que têm a ver com o pós-doença: as possíveis sequelas, a parte social, o regresso à escola e à vida normal", com a participação da pediatra Ana Teixeira, que é a responsável pela única consulta que existe em Portugal para sobreviventes de cancro infantil.

 

Alimentação saudável
A Ordem dos Nutricionistas congratulou-se com os Projetos de Resolução aprovados no parlamento que recomendam ao Governo a...

A Assembleia da República aprovou na quinta-feira projetos de lei do CDS-PP, PSD e PCP que recomendam ao Governo a criação de uma plataforma que valorize o setor alimentar, a promoção de um comité científico e o reforço da investigação nesta área.

Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, afirma que “é com grande satisfação que a Ordem dos Nutricionistas vê a alimentação na agenda política”, defendendo, todavia, que é necessário que estas recomendações se traduzam em ações concretas e que o Governo aja em conformidade.

Este comité científico, segundo os partidos promotores dos diplomas, seria constituído por entidades como as ordens dos Nutricionistas e dos Médicos academias científicas e institutos vocacionados para a investigação para “estabelecer um consenso a nível académico” de forma a “recuperar a confiança dos consumidores” e a “desfazer mitos”.

Pretendem ainda concentrar a informação dispersa, apoiar agricultores e produtores a desenvolverem produtos endógenos e reforçar a investigação, experimentação, apoio, acompanhamento e aconselhamento agrícola, criando condições para os agricultores mais pequenos acederem à inovação.

Já em janeiro de 2016, a Ordem dos Nutricionistas tinha recomendado ao Ministério da Saúde a criação de um órgão consultivo interministerial que pudesse auxiliar as instituições governamentais com competências na definição de políticas, propondo linhas de orientação estratégicas com impacto na alimentação e no estado nutricional da população.

A Ordem dos Nutricionistas considera fundamental que a criação de um comité agroalimentar defenda “a saúde em todas as políticas”, com a integração de vários setores governamentais, envolvendo os ministérios da Saúde, Educação, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Economia, Ambiente, Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

 

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
A atividade gripal mantém-se em níveis epidémicos, com baixa intensidade, e a proporção de consultas médicas nos cuidados...

Contudo, de acordo com os dados reportados pelo Instituto Ricardo Jorge, a taxa de incidência na semana entre 12 e 18 de fevereiro foi de 34,5/100.000 habitantes, uma ligeira subida relativamente à semana anterior, que apresentava uma taxa de 27,9/100.000 habitantes.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), nas últimas cinco semanas “verificou-se uma estabilidade da procura dos serviços de urgência, do número de doentes internados (por todas as causas), bem como da proporção de atendimentos”.

Na semana de 12 a 18 de fevereiro, foram internados 11 doentes nas Unidades de Cuidados Intensivos com gripe, menos seis do que na semana anterior, e a proporção de atendimentos da linha SNS 24 por síndrome gripal também baixou.

Quanto à procura do Instituto Nacional de Emergência Médica, mantém-se uma estabilidade do número de acionamentos registados.

De acordo com o Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade, “a mortalidade por todas as causas registou valores acima do esperado para a semana em análise, o que se observa num contexto de temperaturas baixas, em especial nas regiões Norte e Centro”, refere a DGS.

 

Canábis
O GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos defendeu ontem no parlamento o uso da planta canábis e seus derivados para fins...

O presidente do GAT, Luís Mendão, foi ontem ouvido na comissão parlamentar de Saúde, no âmbito do grupo de trabalho para a utilização da canábis com fins medicinais, e que foi criado depois de o Bloco de Esquerda (BE) e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) terem apresentado projetos de lei que preveem o autocultivo da planta e que 'baixaram' à especialidade.

A organização não-governamental em defesa dos direitos das pessoas com VIH/sida concorda com o "uso mais restrito, com indicação terapêutica", da planta e seus derivados, como óleos, mas discorda do autocultivo associado a esse fim, defendendo "a venda com prescrição médica".

Luís Mendão desafiou, no entanto, o parlamento a "fazer a discussão da legalização da canábis para consumo de adultos", independentemente do seu fim, depois de "resolvida a canábis terapêutica".

Para o dirigente do GAT, "a proibição de uma substância que é usada por dois por cento da população", para fins recreativos ou alívio de sintomas de doenças, e "fez crescer a venda no mercado negro não é uma resposta muito adequada".

O uso medicinal da canábis tem gerado controvérsia, com a Ordem dos Farmacêuticos a manifestar-se contra, alegando falta de dados científicos que comprovem a sua eficácia e segurança e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) a concordar sob condições controladas e específicas.

 

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