Cancro: estudo mostra que os responsáveis pela doença podem estar dentro de casa

De acordo com a investigação da Duke University, as crianças que estão em contacto com estes materiais apresentam concentrações mais elevadas, tanto no sangue como na urina, de compostos orgânicos semivoláteis potencialmente prejudiciais, quando comparadas com as que vivem em ambientes onde esses materiais não estão presentes.
Segundo os investigadores, a exposição a retardantes de chamas no sofá está associada a atrasos no desenvolvimento neurológico, obesidade, doenças endócrinas, disfunção tireoideia e cancro, entre outras doenças. Já as crianças com contacto com piso vinílico apresentaram concentrações de dibutilftalato na urina 15 vezes maiores que as crianças que não estão expostas a esse tipo de pisos. Esta concentração está associada a distúrbios respiratórios e reprodutivos e a irritações da pele.
“Estas substâncias tóxicas são utilizadas em eletrodomésticos, móveis e materiais de construção e podem ser detetadas praticamente em todos os ambientes internos”, revela Heather Stapleton, uma das investigadoras. A responsável lembra ainda que “a exposição humana a estas substâncias acontece de forma generalizada, principalmente no caso das crianças, uma vez que estas passam a maior parte do tempo dentro de casa e, como tal, têm maior exposição a estas substâncias químicas”.
Ainda assim, os investidores reconhecem que há poucos estudos em torno destas matérias. Para combater esta falta de investigação, Stapleton, juntamente com os seus colegas da Duke University, iniciou um estudo de três anos sobre este tipo de exposições, analisando 203 crianças de 190 famílias. “O nosso objetivo era investigar as ligações entre produtos específicos e as exposições de crianças de forma a determinar como ocorreu esse contacto: através da pele ou por inalação de poeira inadvertidamente”, revela a investigadora.