Ministra da Saúde
A nova Lei de Bases da Saúde pretende reforçar a gestão pública dos estabelecimentos do Serviço nacional de Saúde, podendo...

“Os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde terão gestão pública”, mas “admitimos exceções”, afirmou Marta Temido num encontro com jornalistas antes da apresentação da nova Lei de Bases de Saúde, aprovada hoje em Conselho de Ministros e que terá de ser submetida à aprovação da Assembleia da República.

“Admitimos que, com um horizonte temporal definido por contrato, possa ver outras entidades a fazer a gestão de estabelecimentos públicos. Se São PPP [parceria público-privada], acordos de cooperação ou outro tipo de contrato que se venha a definir por intersecção com outras regras legislativas é algo que nos parece que não devemos estar a constranger”, sublinhou.

O Bloco de Esquerda e o PCP apresentaram propostas de lei de bases que defendem o fim das parcerias público-privadas, mas Marta Temido disse que é preciso ter em conta a realidade atual.

“Por muito que nos posicionemos do lado de uma gestão pública forte, tecnicamente preparada, responsável, autónoma, não nos parece que possamos, por lei, deitar uma espécie de manto sobre tudo aquilo que existe à nossa volta”, disse.

Neste momento, sustentou, “a realidade que temos conta com a gestão privada em alguns estabelecimentos públicos”, nas PPP e nos hospitais devolvidos às Misericórdias.

“Portanto, dizer uma coisa diferente, seria dizer que, para já, iríamos tomar uma atitude de alteração daquilo que é a realidade e isso não está no programa deste Governo e temos que ser pragmáticos em relação àquilo que queremos fazer”, concluiu.

A proposta da Lei de Bases da Saúde elimina o apoio do Estado ao “desenvolvimento do setor privado da saúde (…) em concorrência com o setor público”, condiciona a contratação de entidades terceiras à avaliação das necessidades e defende o princípio de cooperação entre os setores públicos, privado e social.

Questionada sobre como define a relação entre os três setores, Marta Temido afirmou que “é uma relação de transparência, de conflitos de interesse totalmente minimizados, enquadrados, regulados”.

“Os setores existem, respeitamo-los, primordialmente entendemos que é aos serviços públicos e ao Estado que incumbe a proteção da saúde mas obviamente que percebemos que a cooperação entre todos os agentes é fundamental”, disse a ministra.

Portugal conseguiu “viver até hoje com uma Lei de Bases da Saúde que continua a ter artigos onde se fala do apoio do Estado ao desenvolvimento do setor privado da saúde em concorrência com o setor público” e que facilitava a mobilidade de profissionais entre o setor público e privado.

“São linhas que face àquilo que hoje em dia é o poder do setor privado importava contrariar” na nova lei, explicou.

Sobre a contratação de entidades terceiras ser condicionada à avaliação de necessidades, Marta Temido disse que já existia na lei, mas o objetivo é reafirmar este princípio com “o alinhamento com o seu cumprimento”.

Sobre as taxas moderadoras, a ministra explicou que são “um instrumento de moderação da procura desnecessária” e, como tal, continuam a constar desta proposta "com um desenho que claramente reflete que não são uma fonte de financiamento”.

“São previstas com isenções agregadas em função da condição de recursos”, da condição de doença ou de outras situações de fragilidade das pessoas que se entendam salvaguardar e com um teto máximo, uma proposta “muito próxima” da formulada pela comissão e contra as propostas do BE e do PCP que defendiam o seu fim.

Segundo a ministra, as taxas moderadoras representam 160 a 170 milhões de euros de receita para o Serviço Nacional de Saúde.

“Não estamos a falar de algo que seja determinante no sistema como financiamento, não é esta receita que nos preocupa, o que nos preocupa é que se deixássemos cair as taxas moderadoras poderíamos correr o risco de um consumo desenfreado, excessivo e contrário aos interesses da sociedade”, vincou.

Ministra da Justiça
O novo regime jurídico do maior acompanhado, que entra em vigor em fevereiro de 2019, é um “sistema maleável e dúctil” que...

Portugal, segundo Francisca Van Dunem, “é o quarto país da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico com maior taxa de demências”, um dos fatores que justifica também a revisão daquele regime jurídico, em cujo processo legislativo estiveram envolvidos académicos de universidades portuguesas.

O novo regime jurídico do maior acompanhado está consagrado na Lei 49/2018, de 14 de agosto, que eliminou os institutos da interdição e da inabilitação.

“Temos um regime muito rígido”, declarou a ministra da Justiça aos jornalistas, após ter usado da palavra na abertura de um colóquio sobre o assunto, promovido pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDCU), através do professor catedrático António Pinto Monteiro, que participou no processo que levou à aprovação do futuro regime do maior acompanhado.

Francisca Van Dunem salientou a necessidade de ajustar às alterações da sociedade das últimas décadas o regime que visa “apoiar as pessoas com capacidade diminuída”, designadamente pelo envelhecimento, acidentes e diversos fatores de saúde, entre outras razões.

Ministra da Saúde
A nova Lei de Bases da Saúde quer reduzir a mobilidade de profissionais entre o setor público e o privado, abrindo a porta à...

A proposta da Lei de Bases da Saúde, aprovada hoje em Conselho de Ministros e que terá de ser submetida à aprovação da Assembleia da República, elimina o apoio à facilitação da “mobilidade de profissionais entre o setor público e o setor privado”.

“A nova lei de Bases fala na evolução progressiva para a criação de mecanismos de dedicação plena ao exercício de funções públicas”, uma proposta que está em linha com o programa do Governo, disse Marta Temido num encontro com jornalistas antes da apresentação da nova Lei de Bases de Saúde.

“Não sendo a exclusividade algo que tenha de ter um caráter obrigatório ou universal, no sentido de todos os profissionais estarem abrangidos por uma opção desse tipo, não só sob o ponto de vista da sua voluntariedade que a aceita, mas do interesse dos serviços, esse é um caminho que temos que percorrer”, sublinhou.

Marta Temido disse não saber se irá acontecer nesta ou numa próxima legislatura, mas, afirmou que, “claramente o Serviço Nacional de Saúde”, que é quem forma maioritariamente os médicos internos, “terá que ter uma outra garantia de que os retém após a sua formação”.

“Mas há outra questão que é percebermos que esta circunstância com que todos vamos vivendo mais ou menos pacificamente, que é ter as pessoas a circular entre o setor público e o setor privado, traz constrangimentos muito fortes”, adiantou.

Por esta razão, “provavelmente, faz sentido que alguns profissionais tenham essa exclusividade no Serviço Nacional de Saúde, como os privados hoje em dia já vão exigindo aos seus profissionais”.

A proposta aprovada teve por base o projeto da Comissão de Revisão da Lei de Bases da Saúde, presidida por Maria de Belém Roseira, e a experiência das últimas décadas e procura "responder aos desafios do futuro", 28 anos depois da anterior Lei de Bases da Saúde.

Marta Temido salientou que o Governo só conseguiu produzir esta proposta num “curto espaço de tempo” porque teve o “apoio de base da comissão”.

“Esta é uma lei que pretende servir o século XXI e o sistema de saúde no século XXI”, refletindo “as tendências internacionais em termos de grandes linhas de política de saúde, a questão da centralidade do cidadão, mas também a questão da saúde global”, adiantou.

A nova lei procura também refletir “as mudanças demográficas epidemiológicas”, disse, exemplificando que a anterior Lei de Bases da Saúde não falava em cuidados paliativos e em cuidados continuados.

“A atual tem essa preocupação”, garantindo a proteção da saúde ao longo de todo o ciclo de vida, integrando novas respostas ao nível destes cuidados", disse a ministra.

A referência ao cuidador informal surge pela primeira vez nesta lei, a saúde pública, a saúde mental e saúde ocupacional têm bases próprias e os requerentes de proteção internacional, migrantes, com ou sem a sua situação regularizada, reclusos e menores internados em centros educativos são incluídos no conceito de beneficiários do SNS.

“Esta lei traz um catálogo de direitos e deveres das pessoas mais aprofundado do que aquilo que estava na lei de 90 e também um abrir de portas à participação das pessoas na construção do sistema de saúde, na definição de políticas, na gestão participada das organizações de saúde, o que lhes confere poder, mas também responsabilidade”, salientou Marta Temido.

Papa Francisco
O papa Francisco denunciou ontem o desperdício de alimentos defendendo que "é essencial educar as crianças e os jovens...

Esta foi uma das mensagens enviadas por Francisco aos participantes no Dia de Estudo "Água, alimentos e agricultura. Vamos construir o amanhã", um evento promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) na Universidade Politécnica de Madrid (Espanha).

O pontífice explicou que educar as crianças para que se alimentem corretamente "envolve saber o valor dos alimentos, deixar o consumismo frenético e compulsivo e fazer da mesa um lugar de encontro e fraternidade, não apenas espaço para ostentação, resíduos ou caprichos".

Francisco disse ainda na sua mensagem que "embora a terra tenha recursos para todos, tanto em quantidade como em qualidade, uma enorme multidão sofre com a fome e é cruelmente castigada pela pobreza".

"Para erradicar esses males, bastaria eliminar as injustiças e as desigualdades e colocar no seu lugar políticas futuras e de longo alcance, eficazes e coordenadas", acrescentou.

Na sua mensagem o papa lamentou também que, embora "a água seja essencial, infelizmente nem todos têm acesso a ela" e exortou "a que seja melhor distribuída e gerida de forma sustentável e racional".

Para o papa, é necessária "uma sociedade que coloca os seres humanos e os seus direitos fundamentais no centro, sem deixar arrastar-se por interesses questionáveis que só enriquecem alguns e, lamentavelmente, sempre os mesmos".

"Esse também será o caminho para garantir que as gerações futuras encontrem um mundo harmonioso sem brigas, com os recursos necessários para desfrutar de uma vida plena e digna", acrescentou Francisco.

 

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Sociedade Portuguesa de Cardiologia e o youtuber Sir Kazzio juntam-se para ensinar crianças a usar o 112 e capacitá-las a...

O Natal é das crianças e é por isso mesmo que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e o Youtuber Português Sir Kazzio lançam, este mês a campanha "Tu és Capaz": um vídeo que oferece aos mais novos um superpoder: Aprender a usar o 112 em caso de emergência e, assim, a salvar vidas.

Está provado que as crianças estão aptas a agir em situações de emergência, mas têm que ser ensinadas a fazê-lo corretamente. Portugal tem poucos recursos destinado ao ensino dos mais novos, pelo que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, no âmbito da sua responsabilidade educativa e social, quis elaborar um conteúdo que permite educar este grupo.

Segundo dados publicados pela União Europeia, apenas 51% dos portugueses sabe que o 112 é o número nacional de emergência. Ainda que se trate de um valor ligeiramente acima da média da União Europeia (48%), revela que metade da população nacional desconhece a existência de um contacto geral para onde deve ligar em caso de urgência, seja ela do âmbito médico, policial ou outro. Face a este cenário, a Comissão Europeia colocou em marcha ações de divulgação, sobretudo junto dos mais novos, e a SPC não hesitou em responder a esse apelo.

Dedicada ao público infantil, o objetivo da campanha “Tu és capaz” é ensinar as crianças a utilizar o número nacional de emergência médica (112) e a dar as informações solicitadas pelo operador do serviço de emergência. Está provado que as crianças estão aptas a agir em situações de perigo, mas têm que ser ensinadas a fazê-lo corretamente, até porque muitas das emergências mais frequentes, como os AVC e os enfartes do miocárdio, são eventos em que uma resposta rápida é essencial para evitar um desfecho potencialmente fatal ou com consequências incapacitantes.

Como a melhor forma de chegar às crianças é, cada vez mais, através das plataformas digitais, nada melhor do que recorrer a um dos youtubers de maior sucesso no nosso país para explicar algumas informações básicas, nomeadamente como saber explicar o local onde está a vítima, de que tipo de emergência se trata e, claro, alertar para os perigos das chamadas falsas para este número, que sobrecarregam o sistema e podem afetar a resposta a emergências reais, colocando em risco a vida daqueles que realmente precisam de ajuda imediata.

Este é mais um exemplo do trabalho desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia no sentido de contribuir para uma maior literacia em saúde, nomeadamente ao nível da prevenção das doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no nosso país. Outras campanhas promovidas pela SPC, como foi o caso de “Não perca tempo, salve uma vida”, dedicada à sensibilização para os sintomas do enfarte do miocárdio, foram tão bem recebidas que se tornaram um exemplo a nível internacional.

Conselho de Ministros
O Conselho de Ministros aprovou hoje a nova Lei de Bases da Saúde, que visa "assegurar aos portugueses a melhor promoção e...

A proposta de lei, que será submetida à aprovação da Assembleia da República, resulta do projeto apresentado pela Comissão de Revisão da Lei de Bases da Saúde e que foi objeto de discussão pública, envolvendo parceiros institucionais, agentes do setor e o público em geral, adianta o comunicado do Conselho de Ministros.

Segundo o Governo, o diploma reafirma o papel do Estado enquanto garante do direito à proteção da saúde, através do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de outras instituições públicas, assegurando um melhor acesso das pessoas aos cuidados de saúde.

A proposta hoje aprovada teve por base o projeto da Comissão de Revisão da Lei de Bases da Saúde e a experiência das últimas décadas e procura "responder aos desafios do futuro", 28 anos depois da anterior Lei de Bases da Saúde.

Procede-se assim à atualização da Lei de Bases da Saúde, atendendo "à evolução da sociedade e da tecnologia e apostando numa maior clarificação das relações entre os setores público, privado e social, e no fortalecimento e modernização do SNS", salienta ainda a nota do Conselho de Ministros.

A nova Lei de Bases será apresentada hoje à tarde numa cerimónia dirigida pela ministra da Saúde, Marta Temido, no Centro de Saúde de Sete Rios, em, Lisboa.

De acordo com recentes declarações da ministra, a nova Lei de Bases da Saúde "centra a política nas pessoas" e pretende "um fortalecimento do SNS" e da gestão pública das unidades.

Também o primeiro-ministro, António Costa, referiu já que a nova Lei de Bases da Saúde permite a “adaptação ao século XXI, àquilo que são as inovações tecnológicas, àquilo que são as novas tendências demográficas, àquilo que são as novas formas de prestação de cuidados”.

“Em segundo lugar, a clarificação entre aquilo que deve ser considerado do setor público, do setor privado e do setor social”, e, em “terceiro lugar, a centralidade nas pessoas e nos resultados em saúde para cada uma das pessoas”, acrescentou António Costa.

Outro pilar da proposta - indicou - prende-se com “o reforço do investimento em inovação e investigação, que são essenciais à melhoria da qualidade de saúde futura”.

O anteprojeto da nova Lei de Bases da Saúde, apresentada em junho pela Comissão de Revisão da Lei de Bases da Saúde, presidida pela ex-ministra Maria de Belém Roseira, previa um limite ao valor máximo das taxas moderadoras a pagar por cada prestação de cuidados de saúde e por ano, para proteger os beneficiários de pagamentos excessivos.

O documento previa também o funcionamento das instituições em rede e que as carreiras dos profissionais de saúde assentem no mérito e na progressão através de provas públicas, com incentivos à produtividade.

Relativamente ao financiamento dos estabelecimentos e serviços de saúde, a proposta defendia que seja feito através da contratualização, com vista à obtenção de “ganhos em saúde e mais qualidade na prestação” de cuidados.

Quanto ao financiamento do SNS, a "pré-proposta" sustenta que deverá ser plurianual no planeamento dos recursos humanos, das infraestruturas e equipamentos e também deve visar uma aproximação relativamente ao financiamento médio per capita existente na União Europeia.

Mas a ministra da Saúde disse entretanto que o anteprojeto da comissão liderada por Maria de Belém Roseira ira ser ainda “aperfeiçoada”.

Também o Bloco de Esquerda apresentou uma proposta sobre a Lei de Bases da Saúde, “que proteja e salve o SNS” e “que acabe com o princípio de que o Estado tem de financiar os privados”, tal como o PCP, defendendo uma nova legislação contra "o subfinanciamento [do SNS] ou as Parcerias Público-Privadas".

No ano passado, o antigo ministro socialista António Arnaut, considerado o criador do SNS, e o ex-dirigente bloquista João Semedo (ambos já falecidos) publicaram um livro de proposta de revisão da Lei de Bases da Saúde, com o título "Salvar o Serviço Nacional de Saúde".

Governo
O quadro legal para utilização de canábis na preparação de medicamentos foi hoje aprovado em Conselho de Ministros, que explica...

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, o Governo aprovou um decreto-lei que “estabelece o quadro legal para a utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais, nomeadamente a sua prescrição e a sua dispensa em farmácia”.

A regulamentação, acrescenta, foi baseada numa “análise pormenorizada dos Programas de Canábis Medicinal já existentes em outros Estados-membros da União Europeia, nomeadamente na Dinamarca, Holanda e Itália, bem como a avaliação da sua exequibilidade na realidade nacional”.

A utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base de canábis foi aprovada pelo parlamento em 15 de junho, na sequência da apresentação de projetos de lei do Bloco de Esquerda e do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).

A lei foi depois promulgada pelo Presidente da República em 10 de julho.

Hoje, o Governo aprovou a proposta de regulamentação, depois de pedidos pareceres a instituições como as ordens dos Médicos e a dos Farmacêuticos, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e a Associação Nacional de Farmácias.

Como referiu a presidente do regulador do medicamento (Infarmed) na altura, os medicamentos à base de canábis deverão ser prescritos por médicos, caso as outras terapêuticas convencionais não tenham efeitos ou tenham efeitos adversos.

Governo
O Conselho de Ministros aprovou hoje um decreto-lei que altera o regime de proteção dos animais usados para fins científicos...

“As alterações têm em vista clarificar algumas das normas daquele regime, no sentido de reforçar a proteção de animais, e de modo a que a diretiva 2010/63/UE se encontre corretamente transposta para a ordem jurídica nacional”, lê-se no comunicado emitido no final da reunião do governo.

Em julho, Bruxelas deu a Portugal um prazo de dois meses para transpor corretamente para o direito nacional as regras comunitárias em matéria de proteção destes animais.

Findo o prazo, a agência Lusa contactou a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), segundo a qual a resposta estava pronta e a seguir os trâmites processuais, visando “ajustamentos” à legislação já adotada em 2013.

Entrevistado pela Lusa na ocasião, o presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências em Animais de Laboratório (SPCAL, afirmou que mais do que legislação falta capacidade de fiscalização no cumprimento das normas de utilização dos animais para estes fins.

De acordo com os dados disponíveis no portal da DGAV, em 2014 havia registo de 25.606 animais utilizados em experiências relacionadas com investigação na área da oncologia, sistema cardiovascular, sanguíneo e linfático, nos sistemas nervoso e respiratório e nos sistemas gastrointestinal (incluindo o fígado), e musculoesquelético.

Bruxelas apontou falhas na legislação nacional também ao nível das inspeções e da salvaguarda de que os procedimentos que impliquem um elevado nível de dor só possam ser provisórios.

Um dos quadros disponíveis no portal da DGAV relativos ao último ano com registos publicados (2014), que categoriza a severidade, revelava uma taxa de não recuperação de 40,09% e procedimentos severos em 2,90% dos casos, moderados em 24,75% e ligeiros em 32,26%.

“Por enquanto o animal não é substituível ainda. E digo ainda, infelizmente. Quando for não tenho a menor dúvida de que 90% dos investigadores vai imediatamente preferir o modelo alternativo”, estimou na altura o especialista.

Conselho de Ministros
O Conselho de Ministros aprecia hoje a nova Lei de Bases da Saúde, um documento que, segundo a ministra da tutela, "centra...

Também hoje, a ministra da Saúde, Marta Temido, apresenta a nova lei, no centro de saúde de Sete Rios, em Lisboa, pelas 15:45.

Na terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu no parlamento que a proposta de Lei de Bases da Saúde será apreciada hoje em Conselho de Ministros, pelo que deverá dar entrada no parlamento entre esta semana e a próxima.

Perante os deputados, o primeiro-ministro explicou que a lei assenta em quatro eixos.

O primeiro prende-se com a “adaptação ao século XXI, aquilo que são as inovações tecnológicas, aquilo que são as novas tendências demográficas, aquilo que são as novas formas de prestação de cuidados”.

“Em segundo lugar, a clarificação entre aquilo que deve ser considerado do setor público, do setor privado e do setor social”, e, em “terceiro lugar, a centralidade nas pessoas e nos resultados em saúde para cada uma das pessoas”, continuou António Costa.

Quanto ao último pilar da proposta, prender-se-á com “o reforço do investimento em inovação e investigação, que são essenciais à melhoria da qualidade de saúde futura”, garantiu.

Também no parlamento, a ministra da Saúde foi cautelosa na abordagem que fez, na quarta-feira, ao conteúdo do documento.

"O que posso dizer é que consideramos que uma clarificação entre setor público, social e privado é essencial", afirmou, reforçando a ideia já expressada pelo primeiro-ministro e indicando que o recurso ao setor social, por exemplo, será sempre uma solução na realidade atual, por exemplo, como forma de garantir os cuidados continuados integrados.

A “pré-proposta” da nova Lei de Bases da Saúde, apresentada em junho pela Comissão de Revisão da Lei de Bases da Saúde, presidida pela ex-ministra Maria de Belém Roseira, prevê um limite ao valor máximo das taxas moderadoras a pagar por cada prestação de cuidados de saúde e por ano, para proteger os beneficiários de pagamentos excessivos.

O documento prevê também o funcionamento das instituições em rede e que as carreiras dos profissionais de saúde assentem no mérito e na progressão através de provas públicas, com incentivos à produtividade.

Relativamente ao financiamento dos estabelecimentos e serviços de saúde, a proposta defende que seja feito através da contratualização, com vista à obtenção de “ganhos em saúde e mais qualidade na prestação” de cuidados.

Quanto ao financiamento do SNS, a "pré-proposta" defende que deverá ser plurianual no planeamento dos recursos humanos, das infraestruturas e equipamentos e também deve visar uma aproximação relativamente ao financiamento médio per capita existente na União Europeia.

A ministra da Saúde admitiu, no entanto, que esta proposta de Lei de Bases ainda podia ser aperfeiçoada.

Para Marta Temido, a versão final do documento deveria representar “as várias sensibilidades” e ter “respostas muito claras” em alguns aspetos, como a combinação público-privada, os direitos dos doentes e dos profissionais de saúde.

Também o Bloco de Esquerda apresentou uma proposta sobre a Lei de Bases da Saúde, “que proteja e salve o SNS [Serviço Nacional de Saúde]” e “que acabe com o princípio de que o Estado tem de financiar os privados”, tal como o PCP, defendendo uma nova legislação contra "o subfinanciamento [do SNS] ou as Parcerias Público-Privadas".

No ano passado, o antigo ministro socialista António Arnaut, considerado o criador do SNS, e o ex-dirigente bloquista João Semedo (ambos já falecidos) publicaram um livro de proposta de revisão da Lei de Bases da Saúde, com o título "Salvar o Serviço Nacional de Saúde".

Relatório
O Observatório Nacional das Doenças Respiratórias recomenda que seja feita uma investigação à qualidade do ar nos edifícios...

“Infelizmente, existem poucos dados sobre a qualidade do ar interior nos edifícios portugueses e, muito menos, sobre a eventual evolução positiva ou negativa”, refere o Observatório no relatório deste ano, que é hoje divulgado.

“Recomenda-se, pois, que se faça um esforço de investigação grande uma vez que, das conclusões, poderão surgir formas de melhorar a nossa saúde”, avança, sublinhando que a qualidade do ar influencia fortemente a saúde respiratória.

“Podem tomar-se medidas que promovam a qualidade do ar que os portugueses respiram”, defende o Observatório naquele documento, acrescentando que há cada vez mais evidências de que mesmo a exposição a pequenas concentrações de poluentes é perigosa.

“Passamos a maior parte da nossa vida no interior dos edifícios, seja em ambiente laboral, seja nas nossas casas, a qualidade do ar que neles respiramos é fundamental para a nossa saúde”, avisa.

“A grande concentração de pessoas em espaços confinados piora a qualidade do ar, aumentando a concentração de poluentes e facilitando a transmissão de doenças infecciosas”, sublinha o relatório.

A entidade aponta ainda estar preocupada que a deficiente ventilação em infantários aumente a percentagem de crianças com pieira ou asma e com o fumo de tabaco no interior das habitações, defendendo que deve ser “abolido o hábito de se fumar em ambientes fechados”.

O uso de combustíveis fósseis ou de matéria orgânica para o aquecimento e para cozinhar é gerador de poluição, mas “o seu impacto não está devidamente avaliado em Portugal”, alerta.

Apesar de referir que “em Portugal a qualidade do ar é, em geral, boa”, o Observatório alerta que ainda persiste “um número significativo” de dias em que a qualidade do ar é média ou mesmo fraca.

“Há acentuadas variações regionais. Mesmo nas localidades, as diferenças podem ser grandes. Lisboa é disso exemplo, pois há áreas muito mais poluídas do que outras, são por exemplo contrastantes a Baixa lisboeta e a zona de Benfica”, avisa.

O Observatório avisa ainda que “a humidade nas habitações favorece o aparecimento de fungos e tende a fazer aumentar a concentração de poluentes”, referindo que há estudos que apontam para uma taxa de 20% das casas portuguesas com problemas de humidade.

As doenças respiratórias matam em Portugal cerca de 40 pessoas por dia, sendo que em quase metade das mais de 13 mil mortes anuais a causa é a pneumonia, doença que é potencialmente curável.

Segundo o relatório deste ano, em 2016 morreram 13.474 pessoas por doenças respiratórias, sendo que o número aumenta para mais de 17.000 se forem acrescentados os óbitos por cancro da traqueia, brônquios e pulmão.

O documento mostra, assim, que o conjunto alargado das doenças respiratórias leva à morte de 48 pessoas por dia em Portugal, uma média de duas pessoas por hora, juntando os tumores da parte respiratória.

Relatório
Um Serviço Nacional de Saúde a trabalhar no limite, exaurido e sem reserva é o cenário traçado pelo Observatório das Doenças...

“A época gripal de 2017/2018 foi uma das menos intensas após a pandemia de 2009”, mas teve impacto nas “instituições do SNS”, indica o relatório deste ano do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias que hoje vai ser divulgado.

“Atendendo ao nível de atividade gripal de baixa intensidade e ao impacto verificado nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pensamos que esta desproporção pode ser um sinal de um SNS a trabalhar no limite, exaurido e sem reserva”, refere o pneumologista Filipe Froes no capítulo do relatório do Observatório sobre a gripe.

Apesar de uma época gripal de baixa intensidade, foram registados 220 casos nas unidades de cuidados intensivos incluídas na rede de vigilância da gripe em cuidados intensivos.

A maioria dos internados em cuidados intensivos eram homens (58%), 56% com idade igual ou superior a 65 anos e 78% deles com doença crónica subjacente. Dos 98 casos em que o estado vacinal foi determinado, apenas 15 tinham sido vacinados.

Depois da pandemia de 2009, o Observatório assinala que a gripe registou um novo pico, embora menor, em 2016, ano em que morreram 123 pessoas. Destas mortes, 39 pessoas tinham menos de 65 anos e as restantes tinham 75 ou mais anos.

A gripe registou 123 mortes em 2016, 0,1% do total da mortalidade. Destes 123 doentes, 39 tinham menos de 65 anos, sendo que a maioria (56) tinha 75 ou mais anos.

Relatório
As doenças respiratórias matam em Portugal cerca de 40 pessoas por dia, sendo que em quase metade das mais de 13 mil mortes...

Segundo o relatório deste ano do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, em 2016 morreram 13.474 pessoas por doenças respiratórias, sendo que o número aumenta para mais de 17.000 se forem acrescentados os óbitos por cancro da traqueia, brônquios e pulmão.

O documento mostra, assim, que o conjunto alargado das doenças respiratórias leva à morte de 48 pessoas por dia em Portugal, uma média de duas pessoas por hora, juntando os tumores da parte respiratória.

Se forem excluídos os cancros da traqueia, brônquios e pulmão, as doenças respiratórias matam, em média, 37 pessoas por dia em Portugal, com as pneumonias a representarem 44% destas mortes.

“Este número é particularmente relevante, visto a pneumonia ser uma patologia potencialmente curável”, assinala o documento.

As mortes por pneumonia afetam sobretudo os mais velhos, sendo que em 94,3% os doentes tinham 65 ou mais anos e em 87% tinham 75 ou mais anos.

O documento, que vai ser hoje apresentado em Lisboa, aponta também para uma “alta prevalência de internamentos por pneumonia como diagnóstico principal, representando cerca de 7% dos internamentos médicos” e perto de 5% de todos os episódios de internamento médicos e cirúrgicos.

A mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crónica é também relevante, representando em 2016 cerca de 20% de todos os óbitos por doença respiratória, vitimando 2.791 pessoas.

Já a asma, que tem relevância em termos de morbilidade, representa apenas 1% do total das causas de morte por doença respiratória.

As doenças respiratórias são, desde 2015, a terceira causa de morte, logo após o cancro, sendo responsáveis por 19% de todas as mortes em Portugal.

Aliás, os internamentos por doenças respiratórias aumentaram mais de 25% em dez anos e o número de doentes submetidos a ventilação mecânica mais do que duplicou.

Em 2007 Portugal registava menos de 90 mil internamentos por doenças respiratórias, valor que passou para mais de 112 mil em 2016.

Quanto aos doentes internados submetidos a ventilação mecânica, em 2007 eram cerca de 9.300 e dez anos mais tarde mais de 21 mil.

Quanto aos custos, o relatório recorda dados de 2013, que apontam para que os internamentos por doença respiratória signifiquem mais de 210 milhões de euros.

Infarmed
O Serviço Nacional de Saúde gastou 2,2 mil milhões de euros com medicamentos em 2017, de um orçamento global de 9,3 mil milhões...

Segundo a Estatística do Medicamento e Produtos de Saúde 2017, divulgada pelo Infarmed, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua a ser o maior cliente, dominando 74,9% do mercado dos 16.976 medicamentos com autorização de venda, dos quais 10.002 são comparticipados, especialmente os que tratam doenças cardiovasculares e do sistema nervoso central.

De 2016 para 2017 surgiram mais 33 empresas farmacêuticas, para um total de 463, mais 20 armazéns de medicamentos (499) e mais 21 locais de venda de medicamentos sem receita médica (1.242), segundo os dados disponíveis.

O número de farmácias também aumentou, passando de 2.774 para 2.805, das quais 1.009 estão concentradas na região de Lisboa e Vale do Tejo, assim como o número de farmacêuticos subiu de 9.338 para 9.369.

Nos números encontra-se uma diminuição do número de habitantes por farmácia, que passou de 3.536 em 2016 para 3.491 em 2017.

No ambulatório (doentes que não são internados) foram gastos 1.213 milhões de euros, mais 24 milhões que em 2016.

A estatística mostra ainda que a venda de genéricos no SNS atingiu 65,5 milhões de embalagens, cerca de mais um milhão do que em 2016.

Em matéria de fiscalização, no ano passado foram inspecionadas menos cinco farmácias do que em relação a 2016, menos 97 armazéns e menos 194 laboratórios.

Francisco George
A Cruz Vermelha Portuguesa defendeu ontem a "importância de tudo clarificar" e de "apurar responsabilidades&quot...

"Apesar dos factos relatados não serem da responsabilidade da atual direção, insiste-se na importância de tudo clarificar, apurar responsabilidades e intensificar todos os dispositivos de transparência de forma a assegurar a manutenção da confiança na Cruz Vermelha Portuguesa", diz uma nota do presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Francisco George, face às notícias divulgadas sobre a auditoria.

Na mesma nota, Francisco George esclarece que em 2016 a CVP foi auditada pela Inspeção Geral das Finanças, mas não recebeu o relatório final daquela auditoria, não tendo, por isso, existido contraditório.

"A ter existido (contraditório), como a lei determina, teria havido oportunidade de repor a verdade e apresentar explicações, como por exemplo o fantasioso depósito bancário citado ou a razão pela qual a comunicação à Plataforma da Presidência do Conselho de Ministros não foi realizada", conclui a curta nota da CVP.

A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) considerou numa auditoria às contas da CVP que a instituição usou artifícios financeiros para ocultar a verdadeira origem dos rendimentos, escondendo assim o que é financiamento do Estado.

O relatório, que veio a público na sequência de buscas que PJ fez na terça-feira à IGF, à Cruz Vermelha Portuguesa e ao Ministério da Defesa, refere-se às contas da instituição relativas aos anos de 2013, 2014 e 2015.

Segundo a auditoria da IGF, a CVP atrasou-se de forma recorrente na aprovação de contas e no envio obrigatório às entidades responsáveis, uma violação das regras que pode fazer com que a instituição perca a declaração de utilidade pública.

Sobre o financiamento público na CVP, a IGF diz – relativamente às contas de 2013 e 2014 - que “a grande fatia de dinheiros públicos” recebidos na instituição foi registada como “prestações de serviços” e apenas uma reduzida parcela (menos de cinco milhões de euros) foi considerada como “subsídios, subvenções ou apoios públicos”.

À exceção das verbas do INEM, que assumem a natureza de prestação de serviços, “todos os dinheiros públicos que a CVP recebe, nomeadamente, para apoio social (do Instituto de Segurança Social) e para formação e emprego (do Instituto de Emprego e Formação Profissional), revestem a natureza de subsídio público para o financiamento da sua atividade enquanto parceira do Estado nas respostas a situações de carência dessas populações-alvo”, recorda o documento.

Ao referir o peso que o financiamento público tem nas contas da CVP e a natureza da instituição, fora as situações de catástrofe, a IGF questiona a dimensão da frota automóvel apresentada face à missão da instituição.

Segundo o documento, a CVP tinha 370 ambulâncias de transporte de doentes não urgentes, requisitadas pelas administrações regionais de saúde (ARS), centros hospitalares ou privados, 143 ambulâncias de emergência (requisitadas pelo INEM, Centros Hospitalares e ARS) e duas ambulâncias medicalizadas e de cuidados intensivos (apenas requisitadas por hospitais).

Tinha ainda seis embarcações/botes para socorro aquático e 13 veículos motorizados para diversas funções (todo-o-terreno/estafetas). A IGF estranha ainda que a CVP nem sequer divulgue no seu sítio da internet, nem em qualquer outro meio de informação/comunicação de âmbito nacional, nem as suas contas anuais, nem os valores de subvenções/apoios financeiros públicos, evidenciando total falta de transparência (…) perante o Estado, os seus ‘stakeholders’ e os cidadãos em geral”.

Finalmente, a IGF questiona por que razão são concedidos apoios públicos à CVP mesmo quando esta não cumpre as suas obrigações para com o Estado e qual a base legal.

Sociedade Americana de Cancro
O excesso de peso é responsável por quase 4% dos cancros no mundo, com a prevalência a aumentar rapidamente na maioria dos...

Políticas, sistemas económicos e práticas de marketing que promovem um consumo de alimentos muito calóricos, mas pobres em nutrientes mudaram os padrões comportamentais, aliados a uma atividade física insuficiente.

Ambientes construídos pelo homem amplificam estes fatores, que estão a provocar pelo mundo um aumento do excesso de peso, de acordo com um relatório publicado ontem pela Sociedade Americana de Cancro (SAC).

O documento refere que o excesso de peso contribuiu para aproximadamente 3,9% de todos os cancros no mundo em 2012, uma situação que irá aumentar nas próximas décadas, face às tendências atuais.

A prevalência de excesso de peso tem aumentado desde os anos 70. Em 2016, cerca de 40% dos adultos e 18% das crianças e jovens (dos 5 aos 19 anos) tinham excesso de peso, o equivalente a quase 2.000 milhões de adultos e 340 milhões de crianças no mundo.

O relatório alerta para o facto de o excesso de peso ter aumentado rapidamente na maioria dos países, em todos os grupos populacionais.

“Algum do crescimento mais significativo do problema do excesso de peso aconteceu em países de baixos e médios rendimentos. Em resultado da expansão do estilo de vida ocidental, baseado em calorias, alimentos pobres em nutrientes, e reduzidos níveis de atividade física”, refere a SAC num comunicado referente ao relatório.

Em 2015, uma estimativa de quatro milhões de mortes foi atribuída a excesso de peso. “A nível mundial, o impacto económico de doenças relacionadas com o excesso de peso está calculado em dois biliões de dólares”, de acordo com os dados citados pela mesma fonte.

Em 2012, o excesso de peso contribuiu para cerca de 544.300 cancros, 3,9% do total de cancros no mundo, com a proporção a variar entre menos de 1% em países de baixos rendimentos e 7% ou 8% em alguns países ocidentais de elevados rendimentos e no Médio Oriente e países do norte de África.

O excesso de peso e a obesidade têm estado relacionados com um aumento do risco de 13 cancros, entre os quais o cancro da mama (pós menopausa), do colón e reto, dos ovários, do pâncreas, do estômago, da tiroide, mieloma múltiplo, da boca, da laringe e da faringe.

O relatório, produzido por investigadores da SAC, do Imperial College de Londres e da Escola T.H. Chan de Saúde Pública da universidade norte-americana de Harvard, apresenta tendências globais e regionais no excesso de peso, bem como fatores que ligam o excesso de peso ao risco de cancro.

Ministra da Saúde
Os hospitais Garcia da Orta, Fernando Fonseca, Magalhães de Lemos e IPO do Porto estão entre os onze hospitais do país...

Fazem ainda parte deste grupo o Hospital Santa Maria Maior, o Hospital da Figueira da Foz, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Centro Hospitalar de Leiria, Centro Hospitalar de São João, Hospital Magalhães Lemos, Unidade Locai de Saúde (ULS) de Matosinhos e a ULS Alto Minho, avançou Marta Temido na comissão parlamentar de Saúde, numa audição requerida pelo PSD sobre “a degradação da situação económica financeira dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde”.

“Estes hospitais, pese embora tenham os seus constrangimentos, registam os melhores níveis de eficiência e têm um desempenho que permite iniciar” este projeto, que tem como objetivo reforçar a melhoria das condições de financiamento e a redução expectável do endividamento, explicou Marta Temido.

A ministra lembrou que “o que está em preparação é o alinhamento entre três instrumentos de gestão, os tradicionais contratos de programa anuais baseados em planos estratégicos trianuais, os planos de atividade e orçamento, os contratos de gestão assinados entre os membros do Governo e cada um dos hospitais do setor empresarial do Estado e um alinhamento de instrumentos de gestão que tem na base um conjunto de pressuposto” e as principais linhas de atuação, disse a ministra.

Entre as principais linhas de atuação, encontram-se as carteiras de serviço, mapas de pessoal, planos de investimento, níveis de atividade assistencial, projeções económicas-financeiras para o triénio e expectativa de ganhos de eficiência e produtividade que permitam a sustentabilidade a médio e a longo prazo.

Na base deste projeto, que permitirá a reposição de “uma situação de normalidade de funcionamento destas entidades públicas empresariais”, o que está a ser trabalhado é que os hospitais sejam agrupados em três níveis.

O primeiro grupo integra estes nove hospitais e duas ULS que têm “uma eficiência elevada”, o segundo grupo corresponde a uma eficiência média e o terceiro grupo corresponde a uma eficiência baixa.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, adiantou que “a autonomia dos hospitais é mais relevante do que aquilo que pode parecer”.

“Temos 40 anos de sucesso de Serviço Nacional de Saúde baseado no modelo de gestão descentralizado dos serviços que deu excelentes resultado”, afirmou Francisco Ramos.

“É verdade que nos últimos anos, pelo efeito do programa de assistência externa, todo o tecido hospitalar e do serviço de saúde sofreu um revés muito sério e não vale a pena ter ilusões que agora estalamos dos dedos e tudo se recupera num minuto”, disse.

Os últimos três anos foram de “trabalho intenso", o que terá de continuar durante muitos anos para “recuperar a vitalidade” do tecido hospitalar e do serviço público de saúde, adiantou.

Lisboa
Os chefes de equipa de urgência do hospital D. Estefânia, em Lisboa, apresentaram hoje a sua demissão à administração,...

O anúncio, feito hoje, refere que os médicos consideram que a situação “é insustentável”.

A demissão foi apresentada por todos os chefes de equipa e coordenadores daquele serviço, num total de 10.

O bastonário dos Médicos, que tinha marcado para hoje uma visita àquele hospital de Lisboa está reunido com a administração, depois de ter criticado, na terça-feira, as “graves carências de recursos humanos” na instituição.

Finanças
A Inspeção-Geral de Finanças considera numa auditoria às contas da Cruz Vermelha Portuguesa que a instituição usou artifícios...

O relatório, que veio a público na sequência das buscas que Polícia Judiciária (PJ) fez na terça-feira à Inspeção-Geral de Finanças (IGF), à Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e ao Ministério da Defesa, refere-se às contas da instituição relativas aos anos de 2013, 2014 e 2015.

Segundo a auditoria da IGF, a CVP atrasou-se de forma recorrente na aprovação de contas e no envio obrigatório às entidades responsáveis, uma violação das regras que pode fazer com que a instituição perca a declaração de utilidade pública.

“A CVP encontra-se sujeita ao cumprimento do Decreto-Lei (…) que estabelece os deveres especiais das PCUP [Pessoas Coletivas de Utilidade Pública], que incluem o de enviar por meio de transmissão eletrónica à Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros, o relatório de atividades e as contas do exercício relativo ao ano anterior, no prazo de seis meses após a sua aprovação”, refere a IGF.

No relatório de auditoria – que data de 2016 mas que segundo o jornal Público só agora seguiu para o Tribunal de Contas - a IGF sublinha mesmo que a CVP não tem cumprido tal obrigação e que isso “pode configurar uma violação reiterada dos deveres legalmente impostos às PCUP, e consequentemente, determinar a cessação da declaração de utilidade pública”.

Sobre o financiamento público na CVP, a IGF diz – relativamente às contas de 2013 e 2014 - que “a grande fatia de dinheiros públicos” recebidos na instituição foi registada como “prestações de serviços” e apenas uma reduzida parcela (menos de cinco milhões de euros) foi considerada como “subsídios, subvenções ou apoios públicos”.

Tal situação, “configura uma aplicação incorreta do modelo de normalização contabilística” a que a instituição se encontra sujeita”, considera a IGF, que diz que o procedimento usado “não é mais do que “um artifício para ocultar a verdadeira origem/natureza dos rendimentos e, assim, não evidenciar que é realmente o Estado quem financia uma parte muito significativa da atividade da CVP”.

É evidente que “as subvenções públicas têm permitido à Cruz Vermelha Portuguesa manter uma volumosa almofada financeira geradora de elevadas reservas de liquidez, mas em relação às quais podem não ter sido adotadas as melhores medidas de gestão de riscos”, refere ainda a IGF.

Refira-se que as disponibilidades – de 19,7 milhões de euros, em 2013, e de 20,8 milhões, em 2014 – “situaram-se praticamente ao mesmo nível dos montantes que a CVP recebeu a título de subvenções públicas nos mesmos anos”, respetivamente, 19,3 milhões e 21,6 milhões.

À exceção das verbas do INEM, que assumem a natureza de prestação de serviços, “todos os dinheiros públicos que a CVP recebe, nomeadamente, para apoio social (do Instituto de Segurança Social) e para formação e emprego (do Instituto de Emprego e Formação Profissional), revestem a natureza de subsídio público para o financiamento da sua atividade enquanto parceira do Estado nas respostas a situações de carência dessas populações-alvo”, recorda o documento.

Ao referir o peso que o financiamento público tem nas contas da CVP e a natureza da instituição, fora as situações de catástrofe, a IGF questiona a dimensão da frota automóvel apresentada face à missão da instituição.

Segundo o documento, a CVP tinha 370 ambulâncias de transporte de doentes não urgentes, requisitadas pelas administrações regionais de saúde (ARS), centros hospitalares ou privados, 143 ambulâncias de emergência (requisitadas pelo INEM, Centros Hospitalares e ARS) e duas ambulâncias medicalizadas e de cuidados intensivos (apenas requisitadas por hospitais).

Tinha ainda seis embarcações/botes para socorro aquático e 13 veículos motorizados para diversas funções (todo-o-terreno/estafetas). A IGF estranha ainda que a CVP nem sequer divulgue no seu sítio da internet24, nem em qualquer outro meio de informação/comunicação de âmbito nacional, nem as suas contas anuais, nem os valores de subvenções/apoios financeiros públicos, evidenciando total falta de transparência (…) perante o Estado, os seus ‘stakeholders’ e os cidadãos em geral”.

Finalmente, a IGF questiona por que razão são concedidos apoios públicos à CVP mesmo quando esta não cumpre as suas obrigações para com o Estado e qual a base legal.

O relatório da IGF foi divulgado na íntegra na terça-feira pela RTP.

Cuidados com a criança diabética
Os dias festivos são sempre uma preocupação para nós, cuidadores de crianças com Diabetes Tipo 1.

Perguntamo-nos se devemos ceder, experienciar, ou ser rígidos e matemáticos a rigor… Por um lado a felicidade dos nossos doces nesses dias de brincadeira e doçuras, por outro a tristeza e a frustração deles e o nosso medo de arriscar e de as coisas correrem menos bem depois… O que decidir? Como gerir estes momentos? Estas emoções?

Com a quadra que se aproxima, a do Natal em família, as mesas repletas de muita comida e como é óbvio alguns doces tradicionais típicos desta época, não poderá ser impossível para estas crianças se deliciarem como qualquer um de nós!

Um dos erros que tento não cometer com o meu filho nesta condição dele é a proibição, pois sei que será muito mais difícil tanto na aceitação desta doença como na gestão da mesma, se tal acontecer!

Tento sempre ter cuidado, fazer contagens o mais correto que conseguir, administrar insulina e deixá-lo saborear o que pretender.

Como é óbvio dias festivos não são diários e se nesses dias não conseguirmos o controlo mais perfeito ou ideal, nos dias seguintes tudo será reposto no seu devido lugar! Posso mesmo dizer que para mim, nesta experiência que tenho tido de anos anteriores, tem sido mais fácil cada ano que passa essa gestão, pois vamos aprendendo também de uns anos para os outros.

As épocas festivas em família e esta época festiva em especial não deve ser vista como uma dificuldade acrescida nesta doença, mas sim uma oportunidade de as crianças perceberem que afinal também podem comer se for bem gerido, com calma e muito amor!

Quer um chocolate? Tentar que não o coma sempre, fora de uma refeição, comer à sobremesa, por exemplo, tentando controlar os Hidratos de Carbono, a gordura… e passado algum tempo ir vigiando e corrigindo se for necessário!

Todas as crianças merecem viver este dia em tranquilidade e alegria! Os Diabéticos Tipo 1 não podem ser diferentes, não se aborreçam ou stressem por causa de um pico que neste dia ocorreu, pois mesmo em dias normais tal acontece e nada tem a ver com o fator “comida“… não é?

Um feliz Natal a todos os pais e mães pâncreas e a todos os docinhos!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Venezuela
Os Governos de Lisboa e de Caracas estabeleceram acordos para fortalecer o sistema público de saúde da Venezuela, anunciou...

O anúncio foi feito através da rede Twitter, com o ministro venezuelano a explicar que se reuniu, segunda-feira, com o embaixador de Portugal na Venezuela, e que o encontro serviu para reafirmar os laços de irmandade entre os ambos países.

"Tive um cordial encontro com o embaixador de Portugal, Carlos Nuno Almeida de Sousa Amaro, em que se estabeleceram acordos para continuar com um passo firme à consolidação do Sistema Público Nacional de Saúde e a ampliação dos laços de irmandade entre nações", lê-se na mensagem, que não adianta mais pormenores.

Entretanto, uma nota informativa divulgada pela vice-Presidência da Venezuela "destaca" que "durante a reunião as autoridades debateram propostas para elevar a qualidade dos médicos para o povo e a ampliação das relações de cooperação e de irmandade entre ambas nações".

Segundo a televisão estatal venezuelana, as autoridades governamentais "afirmaram que a Venezuela reforça a sua política no tema dos medicamentos e matérias primas, assim como a participação popular em matéria sanitária, isto como parte das ações que empreende o Sistema Público Nacional de Saúde".

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