Palestra que assinala o Dia Mundial da Consciencialização da Violência Contra a Pessoa Idosa
A Câmara Municipal de Ponta Delgada, em São Miguel, Açores, promove na próxima sexta-feira, às 9h30, uma palestra subordinada...

A iniciativa, que decorre nos Paços do Concelho, contará com uma intervenção, entre outras, do Gabinete Sénior, um projeto social de apoio aos cidadãos com 65 ou mais anos (bem como aos seus cuidadores), criado pela Dantas Rodrigues & Associados.

A abordagem à matéria surge pela voz do sócio-partner deste gabinete de advogados, Joaquim Dantas Rodrigues. Que tem vindo a desenvolver um importante trabalho na área da Terceira Idade, fruto da consolidação do conhecimento e da experiência nas áreas jurídica, administrativa e financeira.

Exemplo disso mesmo é o “Guia jurídico para proteção dos mais velhos”, obra inédita que, através de uma linguagem acessível a todos, complementada com esquemas e imagens simples e claras - assim como minutas para as situações burocráticas mais recorrentes na vida dos seniores -, (pré)prepara os seniores para os desafios desta nova etapa de vida.

Portugal é o segundo país mais envelhecido da União Europeia e a tendência é de agravamento. Ao ponto de projeções do Instituto Nacional de Estatística apontarem para 2080 a existência de 300 pessoas idosas por cada 100 jovens portugueses (o rácio atual é de 184 cidadãos com 65 ou mais anos de idade por cada 100 jovens). Um cenário que muitos começam a preparar, inclusive na esfera jurídica e que justifica já a existência de cursos de Direito de Seniores, como é o caso do ministrado pelo Centro de Estudos Dantas Rodrigues (CEDR).

Não obstante esta realidade, e de acordo com Joaquim Dantas Rodrigues, em Portugal, o direito dos seniores “ainda não entrou na agenda da atualidade, por assim dizer”. “É um tema que está na ordem do dia em países como a França, na Alemanha, mas que no nosso País tarda em conquistar espaço”. Isto apesar de notar-se uma “procura crescente de informação e de apoio, sobretudo jurídico”, a respeito de todas as temáticas relacionadas.

“A inversão da pirâmide demográfica que temos em mãos é um dos grandes desafios do nosso País no séc. XXI, mas também é o da capacitação de cada vez mais pessoas, profissionais de várias atividades, para que possam dar respostas à altura dos anseios e problemas mais prementes - e futuros - das pessoas idosas. E é esta uma das grandes motivações do Guia que preparámos e das iniciativas em que nos desdobrámos, com frequência, em prol da importância destes assuntos”, explica o sócio da Dantas Rodrigues & Associados.

 
Saúde Auditiva
Verão é sinónimo de dias mais longos e quentes, mas também dos tão aguardados festivais de verão.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de mil milhões de jovens colocam-se permanentemente em risco de perda auditiva devido a ouvirem música em volume demasiado alto por longos períodos de tempo. 1 A exposição a ruídos elevados, muito comum em festivais, concertos e até no cinema, pode também causar danos permanentes na audição.

Para aproveitar os concertos de verão da melhor forma, partilhamos cinco conselhos 2 que deve seguir para garantir uma experiência musical segura:

Use dispositivos de proteção auditiva: É verdade que a adesão à utilização de protetores auditivos ainda é extremamente baixa, devido ao estigma social e ao acesso limitado a tampões confortáveis e de alta fidelidade. No entanto, estes dispositivos são altamente eficazes e reduzem significativamente a exposição ao ruído, assim como o risco de problemas auditivos (zumbidos e outras doenças induzidas pela música alta).

Para os músicos, cuja carreira depende de uma audição saudável, a utilização de protetores auditivos de alta fidelidade pode fazer uma grande diferença, pois reduzem o volume do som sem comprometer a qualidade da música. Já no público em geral, principalmente os fãs incondicionais de eventos musicais, os protetores são igualmente essenciais. Considere investir em protetores auditivos personalizados, feitos à sua medida, que proporcionam uma proteção superior e um conforto e segurança ainda maiores.

Escolha o seu lugar de forma estratégica: Fique afastado das colunas de som e procure um lugar mais longe do palco para diminuir a exposição direta ao ruído elevado.

Faça pausas auditivas: Em eventos prolongados, o ideal é que faça pausas com regularidade para descansar os ouvidos e minimizar a exposição contínua ao ruído. Em festivais de verão ou outros eventos de música, dirija-se às áreas designadas como zonas de descanso para o efeito, onde o nível de ruído é menor.

Controle o volume se conseguir: Se usa aparelhos auditivos, ajuste o volume para níveis seguros, prevenindo possíveis danos auditivos.

Tenha consciência dos riscos e informe-se: É importante saber mais sobre os riscos associados à exposição prolongada a sons com intensidade elevada. Os nossos ouvidos são muito sensíveis a ruídos elevados, pelo que mesmo em exposições muito curtas a sons de alto nível – acima de 132 decibéis – existe a possibilidade de causar perda auditiva permanente em algumas pessoas. Até sons de nível mais baixo – cerca de 85 decibéis – podem causar lesões nos ouvidos, se a audição decorrer por longos períodos de tempo. Segundo a OSHA (sigla em inglês para Occupational Safety and Health Administration) e o NIOSH (sigla em inglês para National Institute for Occupational Safety and Health), duas entidades americanas que regulamentam os tempos de exposição ao ruído em função da intensidade, importa ter consciência do período de tempo aconselhado para cada nível de som nos seguintes decibéis (dBA):

Relembramos que, quando se é músico e tem de estar em cima do palco, deve ter um cuidado muito particular. Já as pessoas que vão a eventos recreativos, onde estarão facilmente expostos a níveis de intensidade que excedem os aconselhados e indicados na tabela acima, é essencial usar proteção auditiva.

Atualmente, já existem aplicações de telemóvel que permitem medir os níveis de som do local onde se encontra, monitorizando a exposição ao ruído em tempo real. Informe-se sobre as aplicações disponíveis e utilize para ajudá-lo a cuidar melhor da sua saúde auditiva.

Humberto Pintado, audiologista na Widex – Especialistas em Audição, afirma: “A proteção auditiva em eventos musicais é crucial, não só para os músicos, mas também para o público em geral. Com uma abordagem consciente e proativa, podemos assegurar que estes grupos de pessoas desfrutem de experiências musicais sem colocar em risco a sua saúde auditiva. É fundamental alertar a população para o facto de a proteção auditiva ser um investimento a longo prazo na sua qualidade de vida e reforçar que, se não usar proteção auditiva, poderá vir a desenvolver perda auditiva precocemente. Está nas mãos de cada um decidir o que fazer com a saúde dos seus ouvidos. Só têm duas escolhas: cuidar ou prejudicar. Se a escolha é cuidar, então proteger é o primeiro passo para poder continuar a ouvir a vida em todos os momentos!”

Referências: 

1. Organização Mundial da Saúde (2021). Deafness and hearing loss. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/hearing-loss#tab=tab_2. [Consultado em junho de 2024].

2. Organização Mundial da Saúde (2020). Hearing protection use in recreational music exposure:

A review and analysis of the literature. Disponível em: https://cdn.who.int/media/docs/default-source/documents/health-topics/deafness-and-hearing-loss/monograph-on-hearing-protection-use-in-music-venues.pdf?sfvrsn=a6b008e5_5. [Consultado em junho de 2024].

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Norovirus e Salmonella
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com a...

Reconhecendo o interesse pela sua inclusão em receitas culinárias como alimentos não processados, e de modo a avaliar possíveis efeitos adversos devido ao seu consumo em Portugal, foi publicado um estudo na revista científica Food Control que avaliou a presença de Norovirus e Salmonella, agentes patogénicos responsáveis por infeções graves e com possível transmissão através da ingestão de alimentos contaminados, em cerca de 50 amostras recolhidas desde Vila do Conde até Cascais.

«Este estudo mostrou a grande qualidade das águas costeiras portuguesas no que diz respeito à presença de Norovirus e Salmonella em macroalgas. No entanto, a bactéria Salmonella foi detetada numa halófita recolhida numa das praias amostradas, o que realça a importância da população não apanhar espécimes em meio natural para uso culinário», destaca Elsa Teresa Rodrigues, investigadora do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e do Centro de Ecologia Funcional (CFE), e coordenadora deste estudo.

De acordo com esta investigação, as informações sobre os potenciais perigos microbiológicos em macroalgas e halófitas comestíveis são escassas, e os métodos normalizados para deteção de Norovírus em vegetais não foram ainda validados para este tipo de produtos alimentares.

Assim, explica a investigadora, «o método normalizado internacionalmente NF EN ISO 15216-2 foi aplicado em 57 amostras, tendo sido validado para 72% das amostras. Os resultados mostram que o método é adequado para macroalgas verdes e vermelhas, bem como para halófitas, mas que tem de ser otimizado para macroalgas castanhas. A presença de Salmonella foi ainda avaliada em 46 amostras usando o método internacional ISO/FDIS 6579, e foi detetada numa halófita», conclui.

Em 2020, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) reconheceu o possível impacto negativo das alterações climáticas na qualidade dos produtos usados para consumo humano, nomeadamente na magnitude de algumas doenças com origem alimentar, incluindo as causadas por Norovírus e a Salmonella.

O artigo científico “Portuguese macroalgae and halophytes for human consumption: minimal risk of Norovirus and Salmonella infection” pode ser consultado aqui.

 
Inauguração a 13 de junho
Oftalmologia, dentristia, imagiologia e capacidade para visualização remota de cirurgias diferenciam um dos maiores projetos de...

Com mais de 3.700 m2, este é um dos maiores e mais completos Hospitais Veterinários Universitários da Península Ibérica e que garantirá aos alunos do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS) e da licenciatura de Enfermagem Veterinária da Escola de Tecnologias da Saúde da CESPU um ensino em ambiente real de trabalho e com acesso às mais inovadoras técnicas.

O hospital é especializado para o tratamento de animais domésticos e de produção, em particular equinos, tendo entre as suas áreas de especialização neurologia, ortopedia, dentristia, oftalmologia, cirurgia. O serviço de imagiologia (com salas de Rx, TAC e ressonância magnética) é um outro fator de diferenciação desta unidade, que dispõe também de laboratório próprio. Na cirurgia, está instalado equipamento diferenciado que permite a visualização remota dos procedimentos cirúrgicos.

“É um dos maiores e mais completos Hospitais Veterinários Universitários não só em Portugal, mas em toda a Península Ibérica, onde mais de 180 alunos têm a oportunidade de aprender em ambiente real de trabalho e adquirir técnicas inovadoras e que serão diferenciadoras no seu futuro percurso profissional”, destaca Nuno Vieira e Brito, coordenador do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária.

O hospital veterinário está, ainda, a equipar todas as instalações dedicadas a equídeos, num projeto inovador e funcional único em Portugal.  

 
Ecografia dos gânglios da base
O CNS - Campus Neurológico, unidade de saúde especializada no tratamento e reabilitação de doenças neurológicas, disponibiliza...

A ecografia dos gânglios da base é uma técnica não invasiva, acessível e facilmente aplicável, com eficácia comprovada no diagnóstico de várias doenças do movimento, com particular destaque para a doença de Parkinson (DP) e outros parkinsonismos.

É uma ferramenta de diagnóstico muito útil em doentes com doenças do movimento nos quais há uma dúvida diagnóstica (exemplos: DP versus paralisia supranuclear progressiva ou atrofia multissistémica; parkinsonismo neurodegenerativo vs tremor essencial ou parkinsonismo induzido por medicação, entre outros). A ecografia dos gânglios da base tem potencial para responder às mesmas questões que outros exames utilizados para auxiliar o diagnóstico de doenças do movimento (como o DATSCAN), com a vantagem adicional de poder obter mais informação, de forma não invasiva e sem administração de contraste.

A ecografia é uma técnica de imagem que se baseia na emissão de ultrassons. O exame é indolor, não exige administração de sedação e não há exposição a radiação, sendo, por isso, um exame seguro e fácil de realizar. A ecografia dos gânglios da base é feita com o doente deitado, de barriga para cima. Coloca-se a sonda numa zona específica da cabeça, registando as imagens visíveis e calculando índices específicos, para posterior interpretação. A realização deste exame tem uma duração máxima de 20 a 30 minutos.

Linda Azevedo Kauppila, neurologista e especialista em doenças do movimento no CNS | Campus Neurológico, é atualmente responsável pela realização do exame, disponível na unidade de Lisboa do CNS. Fez a sua formação em ecografia dos gânglios da base sob supervisão do Professor João Sargento de Freitas, do serviço de Neurologia da ULS Coimbra.

Recentemente, Linda Azevedo Kauppila foi, também, formadora do ‘Curso de Ecografia dos Gânglios da Base’, inserido no congresso da Sociedade Portuguesa de Doenças do Movimento, em março de 2024. ‘A ecografia dos gânglios da base vai constituir uma alteração do paradigma da investigação de doentes com doenças do movimento. Vai permitir simplificar e melhorar, de forma inovadora e acessível, o diagnóstico de doença de Parkinson, bem como facilitar o esclarecimento diagnóstico de várias outras doenças do movimento. Estabelecer um diagnóstico tão preciso quanto possível é fundamental e pode traduzir-se em implicações diretas na gestão da doença e do plano terapêutico do doente; conseguir fazê-lo recorrendo a uma técnica não invasiva e sem incómodo acrescido para os doentes constitui um ganho significativo. É imensamente satisfatório podermos continuar a ampliar a oferta de cuidados a doentes com doença neurológica, com a mais recente disponibilização deste método diagnóstico.’ – afirma Linda Azevedo Kauppila. O CNS Lisboa é a primeira instituição em Lisboa – e das poucas em Portugal – que disponibiliza esta técnica, continuando a destacar-se pela modernização e diversificação de cuidados.

 
Infeção aguda causada pela reativação do vírus varicella zoster
Herpes zoster poderá afetar uma em cada três pessoas adultas ao longo da vida (1), mas 86% dos adult

O Herpes Zoster, ou Zona, é uma infeção aguda causada pela reativação do vírus varicella zoster, o mesmo agente que provoca a varicela.3 Na forma latente o vírus está presente na maioria dos adultos,4 mantendo-se adormecido por anos. Porém, pode ser reativado com o avançar da idade, entre outras causas.5 A nível global, estima-se que cerca de 30% dos adultos poderão desenvolver manifestações de herpes zoster.6 Ainda assim, diversos estudos apontam que quase metade dos adultos acreditam que é pouco provável virem a desenvolver esta infeção, que se manifesta por lesões cutâneas que podem ser muito dolorosas.7

“Sem dúvida, é uma infeção que não pode ser subestimada, principalmente quando olhamos para a população acima dos 50 anos. No entanto, há ainda uma clara falta de sensibilização relativamente aos riscos que a doença representa”, alerta Francisco George, presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública e ex-Diretor Geral da Saúde.

Como tal, importa conhecer esta doença que pode tornar-se incapacitante para os doentes e desfazer os mitos a ela associados:

#Mito 1: Sou saudável, por isso, não estou em risco de desenvolver a doença

À medida que as pessoas envelhecem, o sistema imunitário vai diminuindo a sua competência, aumentando, por isso, a probabilidade de reativação do vírus varicela zoster, que se encontra "adormecido" no organismo da maioria dos adultos,8 colocando, assim, as pessoas com 50 anos ou mais em risco de desenvolverem herpes zoster.9

“No entanto, a reativação do vírus varicella zoster pode acontecer a qualquer pessoa e em qualquer idade, desde que esta tenha tido varicela. Ou seja, apesar de ser potenciada por fatores como o aumento da idade, a imunossupressão e a presença de doenças crónicas, a reativação do vírus explica a génese da doença, mesmo em pessoas jovens e saudáveis, tendo um impacto significativo a nível físico, psicológico, pessoal e profissional. Nestes termos, é crucial investir na prevenção”, acrescenta o especialista em Saúde Pública.

#Mito 2: Não posso fazer nada para evitar ter Zona

Evitar exposição solar, precaver situações de stress, dormir bem e manter uma alimentação equilibrada rica em frutas e vegetais são algumas das formas de prevenir a reativação deste vírus.

A exposição solar prolongada, sobretudo sem proteção, pode provocar ou intensificar erupções cutâneas, uma vez que os raios UV são nocivos, tornando a pele mais vulnerável e suprimindo as respostas imunitárias do organismo. Já o stress é responsável por fragilizar o sistema imunitário, ao dificultar a ação das células de defesa do nosso organismo (linfócitos), no combate a infeções virais ou bacterianas.

É, igualmente, aconselhável evitar alimentos ricos em açúcar, pois aumentam os radicais livres e são responsáveis por processos inflamatórios do organismo, gerando um stress oxidativo que pode favorecer o aparecimento de doenças autoimunes, degenerativas e de zona. Perturbações do sono, incluindo dormir pouco, são fatores que contribuem para aumentar a probabilidade de surgirem manifestações de herpes zoster, uma vez que o sono ideal é de 7 a 8 horas diárias.

“Por outro lado, está demonstrado, no plano científico, que a imunização de adultos é uma importante medida para a prevenção de determinadas doenças infeciosas evitáveis pela vacinação. É o caso do herpes zoster que pode ser prevenido através da vacinação”, acrescenta Francisco George. “A adoção de estratégias globais e personalizadas, é essencial na obtenção de mais ganhos em saúde pública no âmbito do processo de envelhecimento saudável, contribuindo, assim, de forma positiva, para o bem-estar, para a prosperidade e para a economia do país”, explica.

#Mito 3: O herpes zoster não é perigoso

A maioria das pessoas que desenvolvem herpes zoster recupera totalmente passadas poucas semanas (mais raramente alguns meses). No entanto, podem ocorrer algumas complicações associadas a esta doença, sendo a mais comum a Nevralgia Pós-Herpética que se caracteriza por dor incapacitante que pode persistir, mesmo por meses ou anos, após o desaparecimento das erupções cutâneas herpéticas. É mais comum e grave em pessoas idosas, estimando-se que até cerca de 30% dos doentes com zona poderão desenvolver esta complicação que tem impacto significativo na qualidade de vida dos afetados.10,11

Há outras complicações que podem ocorrer: alterações cutâneas por cicatrizes ou transtornos na pigmentação devidas à infeção secundária da erupção herpética; perda total ou parcial da visão (devido ao herpes zoster oftálmico); complicações no sistema nervoso periférico e central; problemas de audição e de equilíbrio; complicações cardiovasculares.12

“Esta é uma doença ainda não conhecida pelas suas implicações, apesar de poder tornar-se incapacitante para os doentes, tendo um impacto significativo a nível físico, psicológico, pessoal e profissional”, remata.

Em resumo, é importante estar atento ao aparecimento de sintomas e sinais cutâneos de herpes zoster, tipicamente unilaterais, como formigueiro ou dormência a nível dorsal, cervical ou no tronco, incluindo dor ou ardor, prurido, manchas avermelhadas e pequenas vesículas que contêm um líquido transparente. A consulta do médico é indispensável para a confirmação do diagnóstico definitivo e para a prescrição terapêutica.

Referências: 

1. Harpaz R, Ortega-Sanchez IR, Seward JF; Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Recomm Rep. 2008 Jun 6;57(RR-5):1-30; quiz CE2-4. PMID: 18528318.

2. Shingles Misconceptions Map Survey (Australia, Brazil, Canada, China, Germany, India, Italy, Japan, Portugal, South Korea, United Kingdom, United States), Pollfish on behalf of GSK.

3. Harpaz R, Ortega-Sanchez IR, Seward JF; Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Recomm Rep. 2008 Jun 6;57(RR-5):1-30; quiz CE2-4. PMID: 18528318.

4. Johnson RW, et al. Herpes zoster epidemiology, management, and disease and economic burden in Europe: a multidisciplinary perspective. Ther Adv Vaccines. 2015;3(4):109-120. 

5. Mueller NH, et al. Varicella Zoster Virus Infection: Clinical Features, Molecular Pathogenesis of Disease and Latency. Neurologic Clinics. 2008;26;675-697. 

6. Harpaz R, Ortega-Sanchez IR, Seward JF; Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Recomm Rep. 2008 Jun 6;57(RR-5):1-30; quiz CE2-4. PMID: 18528318.

7. Shingles Misconceptions Map Survey (Australia, Brazil, Canada, China, Germany, India, Italy, Japan, Portugal, South Korea, United Kingdom, United States), Pollfish on behalf of GSK.

8.  Johnson RW, et al. Herpes zoster epidemiology, management, and disease and economic burden in Europe: a multidisciplinary perspective. Ther Adv Vaccines. 2015;3(4):109-120. 

9. Harpaz R, Ortega-Sanchez IR, Seward JF; Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Recomm Rep. 2008 Jun 6;57(RR-5):1-30; quiz CE2-4. PMID: 18528318.

10. DH Green Book Ch 28a. Shingles. 2021. https://www.gov.uk/government/publications/shingles-herpes-zoster-the-green-book-chapter-28a.

11. Gauthier A et al. Epidemiology and costs of herpes zoster and postherpetic neuralgia in the United Kingdom. Epidemiol Infect. 2009; 137 38-472

12. NICE Clinical Knowledge Summaries. Shingles: What are the complications. 2021. https://www.nice.org.uk/cks-uk-only.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Utentes são obrigados a percorrer 100 quilómetros diários para realização de diálise
Estima-se que em 2040 a doença renal possa vir a ser uma das cinco principais causas de morte em todo o mundo, afetando...

Na sequência da decisão da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) de não aprovar o licenciamento da referida clínica de diálise, os utentes juntaram-se na reivindicação da abertura do espaço para evitar, tal como reforçam no texto da petição, as deslocações a Peso da Régua, que têm de ser feitas no mínimo, três vezes por semana, tantas quantos os tratamentos de diálise a realizar. Contas feitas, tratam-se de 300 quilómetros por semana, número que sobe para os 1.200 todos os meses, o que obriga a perder, só em deslocações, cerca de 75 minutos diários, quase quatro horas por semana e 15 horas por mês, “um fardo significativo para os doentes e familiares”.

Apesar da existência de um Centro de Responsabilidade Integrada em Diálise na Unidade Hospitalar de Lamego, os cidadãos locais defendem que este não consegue dar resposta a todas as necessidades. A nova clínica, que está pronta a funcionar, garantiria, dizem, acessibilidade aos melhores cuidados de saúde, atrasos reduzidos no tratamento e um maior bem-estar da comunidade.

A petição está disponível aqui.

Participação gratuita
No próximo dia 18 de junho de 2024, pelas 18h00, vai ter lugar no auditório do Hospital Pêro da Covilhã – ULSCBeira, um...

Dirigida a Pais, Crianças e Profissionais/Cuidadores de Saúde primários, a iniciativa tem como propósito capacitar os participantes com conhecimentos teóricos e competências práticas, sobre o papel crucial da nutrição na prevenção e no tratamento da obesidade infantil, promovendo intervenções alimentares eficazes para melhorar a saúde e o bem-estar das crianças e jovens.

Os interessados devem inscrever-se em chcbeira.up.events. A participação é gratuita e confere direito a certificado de presença. 

 
90% das doenças da atualidade estão relacionadas com a microbiota
A modulação dos ecossistemas microbianos pode ser a chave para encontrar novas soluções para alguns dos principais desafios...

Estimulada pelos avanços tecnológicos da biologia, a investigação sobre a microbiota humana e os probióticos tem avançado significativamente, abrindo caminho para diversas abordagens terapêuticas. Segundo a nutricionista Filipa Horta, os probióticos estão naturalmente integrados numa abordagem terapêutica com base na medicina personalizada pela sua capacidade de modular a microbiota humana. Explica que os probióticos têm a capacidade de modular a microbiota intestinal de formas específicas. Ou seja, ao selecionar estirpes probióticas que atuem de maneira direcionada, é possível personalizar tratamentos para melhorar a saúde intestinal e extraintestinal de acordo com as necessidades individuais de cada pessoa.

“Temos vindo a assistir a grandes avanços científicos na compreensão das interações entre a microbiota e o organismo humano. Isto permite aos investigadores isolar estirpes específicas de acordo com os seus benefícios para a microbiota e para a saúde. O potencial terapêutico para doenças como a obesidade, alergias, problemas de fertilidade, fadiga e infeções, é imenso e tem apresentado resultados promissores”, refere.

Filipa Horta explica que a microbiota é o conjunto de microrganismos que habitam no organismo: micróbios, bactérias, fungos, etc. Estes micróbios, vivem em comunidades no nosso corpo e cada uma destas comunidades tem uma impressão digital única em cada pessoa. De entre as microbiotas – pele, ouvidos, boca, pulmões, vagina – a intestinal é a mais predominante,  ajuda na absorção dos nutrientes e a prevenir e regular infeções em todo o organismo. Além disso, sabe-se que existe uma complexa comunicação bidirecional entre o intestino e o cérebro, pelo que o intestino é, há muito tempo, apelidado de segundo cérebro.

90% das doenças da atualidade estão relacionadas com a microbiota

“Embora haja ainda muito caminho para desbravar, podemos afirmar hoje que 90% das doenças da atualidade estão, de alguma forma, ligadas à microbiota”, afirma. Até em várias doenças psiquiátricas, foram identificados desequilíbrios da microbiota, como a esquizofrenia, a depressão e as perturbações obsessivo-compulsivas.

Os estudos para abordagens terapêuticas com recurso a probióticos prosseguem em várias frentes, abrangendo uma multiplicidade de doenças, e já com muita evidência científica. Os microrganismos mais usados como probióticos são as próprias bactérias (boas) que existem na microbiota humana ou de produtos lácteos fermentados – os lactobacilos, as bifidobactérias‎  ou leveduras, como o Saccharomyces boulardii, provenientes da casca da lichia. Sejam com origem no leite, frutas ou no corpo humano, as espécies de microrganismos potencialmente benéficas têm sido estudadas detalhadamente para encontrar as estirpes mais interessantes para a medicina. Filipa Horta dá alguns exemplos de aplicação prática comprovada de probióticos na abordagem a diversas doenças.

Distúrbios do aparelho digestivo

Leveduras como o Saccharomyces boulardii, proveniente da casca da lichia, têm revelado eficácia no tratamento e prevenção da diarreia aguda em crianças e adultos (gastroenterites, por exemplo), assim como na diarreia provocada pela toma de antibióticos. O mesmo sucede com a bifidobactéria Bifidobacterium longum, da estirpe 35624, no apaziguamento do desconforto gastrointestinal recorrente, relacionado, por exemplo, com a síndrome do intestino irritável.

Infeções respiratórias de inverno

Algumas espécies de bactérias probióticas, como Lactobacillus plantarum, Lactobacillus Rhamnosus GG e Bifidobacterium Lactis, têm evidência científica em diversos estudos internacionais na prevenção das infeções do trato respiratório. Em alguns casos, esses benefícios estendem-se à redução do risco de infeções respiratórias sazonais, com alguns estudos a demonstrar uma redução de 28% da sua incidência, menos 33% de risco de severidade dos sintomas e menor duração dos sintomas. O Lactobacillus Rhamnosus GG, apresenta ainda potencial benefício na diminuição do risco de asma e rinite alérgica.

Obesidade

Há estudos que comprovam, por exemplo, que existem enterobactérias que conseguem produzir uma proteína, ClpB, capaz de ativar vias neuroniais associadas à saciedade, o que para o controlo do peso é muitas vezes um fator decisivo. Nos casos em que foi utilizada especificamente a estirpe Hafnia alvei HA4597 observou-se, além redução da ingestão alimentar por menos apetite, uma potenciação da perda de adiposidade (gordura).

Infeções urinárias

Há um interesse crescente em métodos alternativos de prevenção das infeções do trato urinário em alternativa aos antibióticos. O uso de probióticos contendo lactobacilos, como as estirpes Lactobacillus rhamnosus LR06 e Lactobacillus plantarum LP02, revelaram eficácia no apoio ao reequilíbrio da microbiota vaginal em mulheres com tendência para infeções urinárias.

Stress e ansiedade

Estudos em animais comprovaram que a microbiota está envolvida na regulação das emoções através da comunicação entre o intestino e o cérebro. Se a microbiota não estiver equilibrada, esta comunicação é menos eficaz e favorece o aparecimento de perturbações de humor. Além dos tratamentos clássicos (antidepressivos, reguladores do humor, psicoterapia, etc.) está aberto um novo caminho: reequilibrar a microbiota para influenciar o humor. Um estudo recente mostrou que a toma de probióticos diariamente, uma combinação de lactobacilos e bifidobactérias, melhora o humor e reduz o nível de ansiedade em pessoas saudáveis.

 
3ª edição do ranking Research.com
A Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) celebra um marco significativo no panorama científico nacional, com...

Entre os cinco primeiros neurocientistas em Portugal, encontram-se os seguintes professores da FMUL:

1.     Mamede de Carvalho - 2º lugar

2.     Ana M. Sebastião - 3º lugar

3.     Alexandre de Mendonça - 5º lugar

Este reconhecimento reflete a excelência e o impacto das suas investigações na comunidade científica, destacando a FMUL como uma instituição de referência na área da neurociência.

De realçar, ainda, o Professor José Manuel Ferro, também da FMUL, que lidera o ranking dos Melhores Cientistas em Medicina em Portugal. Com um impressionante D-index de 101, o Professor José Manuel Ferro é reconhecido pelo seu contributo excecional para a ciência médica, acumulando 46.973 citações em 525 publicações. Já jubilado, continua a realizar pesquisas de grande relevância, mantendo-se na vanguarda da medicina e contribuindo significativamente para o conhecimento científico global.

A FMUL congratula-se com estas distinções, que reforçam o seu compromisso para com a investigação e o ensino de excelência em Portugal: “Estamos extremamente orgulhosos dos nossos neurocientistas Mamede de Carvalho, Ana M. Sebastião e Alexandre de Mendonça por estes recentes reconhecimentos, bem como do Professor José Manuel Ferro, que lidera o ranking dos cientistas em medicina. Estes rankings refletem a excelência e dedicação dos nossos investigadores e reforçam o compromisso da FMUL com a investigação científica de alta qualidade”, destaca João Eurico Cabral da Fonseca, Diretor da FMUL, e acrescenta: “Muitos parabéns a todos pelos seus contributos extraordinários para a ciência. Continuaremos a apoiar e promover a investigação de alta qualidade e o avanço da ciência em Portugal”.

O ranking Research.com dos melhores cientistas na área da Neurociência, elaborado com base em dados da OpenAlex e CrossRef, foi construído a partir de métricas de citação adquiridas em 21-11-2023, utilizando o D-index (Discipline H-index) para determinar as posições.

Dia Internacional da Doença Hepática Esteatósica | 13 de junho
A Doença Hepática Esteatósica, doença resultante da esteatose hepática ou fígado gordo, afeta mais d

Em Portugal, pelo menos 15% dos adultos, ou seja, mais de 1 milhão e 200 mil pessoas, apresentam esta condição. Deste conjunto de pessoas, 200 a 300 mil apresentam formas mais graves da doença que, mais tarde, poderão evoluir para cirrose. Tradicionalmente, esta condição era associada apenas ao consumo excessivo de álcool, motivo que infelizmente se mantém na atualidade. Contudo, hoje em dia, o fígado gordo deve-se, na maioria dos casos, a hábitos de vida não saudáveis, estando diretamente relacionado com o estilo de vida, nomeadamente o tipo de alimentação e a vida sedentária. Estes fatores levam ao excesso de peso, ao aumento da diabetes e ao excesso de gorduras no sangue, todos eles causadores de fígado gordo. Infelizmente, este é um problema que começa a surgir também nas crianças, representando 3% dos casos em Portugal.

Esta doença consiste na acumulação de gordura nas células do fígado, resultante da sua ingestão em excesso, o que, por sua vez, faz com que o organismo não a consiga processar.  É considerado fígado gordo quando a gordura corresponde a mais de 5-10% da massa do fígado. Nalguns casos, a acumulação de gordura pode ser uma situação simples, que não cause lesão significativa do fígado, mas noutros casos pode haver inflamação deste órgão, levando ao comprometimento da sua função e a doenças graves, como cirrose ou cancro hepático.

Também o açúcar pode ser tão tóxico como o álcool: um consumo contínuo e em excesso de doces, gorduras e refrigerantes é tão prejudicial para a saúde do fígado como o consumo exagerado de vinho ou cerveja. Assim, a prevenção passa essencialmente pela adoção de uma alimentação saudável, com menor consumo de gorduras e hidratos de carbono, menor quantidade de alimentos processados e ultraprocessados, maior ingestão de vegetais e um consumo reduzido ou ausente de bebidas alcoólicas.

Para além disso, a prática regular de exercício físico também contribui para controlar a obesidade e, consequentemente, para prevenir o fígado gordo.

A Doença Hepática Esteatósica é uma doença silenciosa, o que significa que, habitualmente, não causa qualquer sinal ou sintoma. No entanto, em fases mais avançadas da doença, pode provocar fadiga, perda de apetite, dor ou desconforto na parte superior direita do abdómen, distensão abdominal por acumulação de líquido (ascite) e amarelecimento da pele e dos olhos (icterícia).

É importante que as pessoas consultem o seu médico assistente regularmente e façam exames de rotina, de modo a detetar precocemente a doença. A sua saúde é um todo e ao adotar um estilo de vida saudável, que proteja o fígado, estará simultaneamente a beneficiar o bom funcionamento de todo o organismo.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Mais de 1 milhão de portugueses tem Fígado Gordo
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a promover uma campanha de consciencialização para a esteatose...

“A Doença Hepática Esteatósica é uma doença resultante da esteatose hepática ou fígado gordo. Em Portugal, pelo menos 15% dos adultos, ou seja, mais de 1 milhão e 200 mil pessoas, apresentam esta condição. Deste conjunto de pessoas, 200 a 300 mil apresentam formas mais graves da doença que, mais tarde, poderão evoluir para cirrose. Esta é uma doença prevenível e evitável. Com esta iniciativa pretendemos que, através de várias mensagens, as pessoas compreendam a importância da prevenção e do tratamento precoce do Fígado Gordo”, afirma Arsénio Santos, presidente da APEF.

E acrescenta: “Esta condição era associada apenas ao consumo excessivo de álcool. Contudo, atualmente, o fígado gordo deve-se, na maioria dos casos, a hábitos de vida não saudáveis, estando diretamente relacionado com o estilo de vida, nomeadamente o tipo de alimentação e a vida sedentária. Por esta razão, recomenda-se que as pessoas mantenham uma alimentação mais equilibrada e saudável, favorecendo alimentos ricos em fibras e evitando alimentos processados e ultraprocessados, compostos por gorduras saturadas; e que pratiquem cerca de 60 minutos de atividade física por dia. Não precisa ser tudo ao mesmo tempo. Andem mais, subam escadas e mantenham-se em movimento, sempre que for possível”.

A Doença Hepática Esteatósica, também conhecida por fígado gordo, é uma doença silenciosa, que afeta mais de 115 milhões de pessoas em todo o mundo. Esta condição é causada pelo excesso de gordura acumulada no fígado, que leva à inflamação e fibrose (cicatrização) deste órgão. Num estado mais avançado, pode provocar Cirrose Hepática ou mesmo Cancro do Fígado.

De acordo com o Global Liver Institute, estima-se que 357 milhões de pessoas sejam afetadas até 2030, em todo o mundo.

Atuação no setor da saúde ocupacional
A Preveris, uma empresa da CUF, resulta da união de duas marcas de sucesso: SAGIES e Atlanticare. Com uma experiência acumulada...

Através de uma rede nacional de 30 centros clínicos autorizados, pela Direção-Geral de Saúde, para a prestação de serviços de medicina no trabalho, de quatro unidades móveis de saúde e do acesso à rede de hospitais e clínicas da rede CUF, a Preveris assegura a prestação de todos os serviços de prevenção, saúde e bem-estar com uma cobertura geográfica de norte a sul do país. 

De acordo com as necessidades de cada empresa, a Preveris disponibiliza uma vasta gama de serviços, que vão desde o simples cumprimento de obrigatoriedades legais - saúde no trabalho, segurança no trabalho e formação - até uma oferta completa e diferenciada nas áreas da prevenção e saúde, que engloba check-ups, programas de saúde mental, serviços de Telemedicina, consultas de Medicina Geral e Familiar, para além de criar soluções de saúde e prevenção que respondam às necessidades específicas de cada cliente. 

Para o Presidente da Comissão Executiva da Preveris, Francisco Gonçalves Pereira, “a saúde ocupacional em Portugal deve ter um papel chave para a saúde preventiva, abrangente e de qualidade, da população em idade de trabalho. Com o apoio da CUF, as nossas soluções contribuem para prevenir as doenças e aumentar a qualidade de vida dos colaboradores das empresas, e diminuir a sinistralidade e o absentismo, o que se reflete na melhoria dos índices gerais de produtividade e ajuda à atração e retenção de talento.” 

A experiência, diferenciação e especialização das equipas multidisciplinares, que se mantêm permanentemente atualizadas, contribuem de forma decisiva para a qualidade dos serviços prestados aos nossos clientes empresariais. “O profissionalismo e compromisso das nossas equipas, com recurso a soluções para monitorização dos serviços em tempo real, garantem um elevado nível de integração e personalização dos serviços prestados”, assegura Francisco Gonçalves Pereira.  

Dia 15 de junho
A Escola Superior de Enfermagem do Porto completa 128 anos de existência no próximo dia 15 de junho. Num programa com três dias...

No dia 17 de junho, decorre a sessão solene comemorativa de aniversário da Escola Superior de Enfermagem do Porto, que conta com a presença da Senhora Ministra da Saúde, Doutora Ana Paula Martins, e com o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira.

A sessão solene conta ainda com as alocuções do Presidente da ESEP, Professor Doutor Luís Carvalho, da Presidente do Conselho Geral, Enfermeira Dulce Pinto e do Presidente da Associação de Estudantes, Bernardo Oliveira.

Na sessão serão ainda entregues distinções honoríficas e agraciamentos a membros da comunidade académica.

No dia 14 de junho, realiza-se a noite cultural com a participação das tunas e grupo de fados, do grupo teatro e do grupo coral Enfermagem Porto.

No âmbito das comemorações de aniversário será ainda realizada uma caminhada pelo corredor ecológico PR-VLG1, a realizar no dia 15 de junho.

Todas as informações disponíveis sobre o evento em https://i-d.esenf.pt/dia-da-esep-2024

Estudo Clínico da Fundação Champalimaud
Um estudo clínico, conduzido por uma equipa de investigadores portugueses, demonstrou que os "Avatares" de peixe...

Rita Fior, líder do Grupo de Desenvolvimento do Cancro e Evasão do Sistema Imunitário Inato da Fundação Champalimaud (FC), estuda há vários anos o poder dos "Avatares" de peixe-zebra, ou zAvatars, de doentes com cancro para ajudar a orientar as decisões terapêuticas. O objetivo: testar previamente as terapias que estão disponíveis para cada doente, permitindo assim a seleção do melhor tratamento disponível para cada doente, evitando terapias ineficazes e efeitos tóxicos desnecessários.

A ideia por detrás dos zAvatars é bastante simples e consiste em injectar células tumorais de cada doente em embriões de peixe-zebra, transformando efectivamente estes embriões em "Avatares" desse doente oncológico específico. De seguida, as várias opções de tratamento disponíveis para esse doente podem ser administradas aos zAvatars, de modo a escolher a mais eficaz. Esta abordagem tem a vantagem de fornecer resultados mais rapidamente – numa questão de dias, em vez de meses ou várias semanas – do que utilizando ratinhos (o método convencional) ou mesmo organóides tumorais.

Em 2017, Fior e uma equipa multidisciplinar de colegas da FC e de outras instituições realizaram um estudo de validação desta abordagem, tendo demonstrado que o método dos zAvatars era de facto um modelo viável e promissor (http://magazine.ar.fchampalimaud.org/zebrafish-larvaecould-be-used-as-avatars-for-the-personalized-treatment-of-cancer/). 

Agora, num estudo clínico substancialmente maior – no qual participaram 55 doentes com cancro colorrectal (CCR) do Centro Clínico Champalimaud e do Hospital Fernando Fonseca – publicado esta semana, na revista Nature Communications, a equipa de Fior e colegas desenvolveram o que chamam de "teste zAvatar". E concluem que este teste tem uma precisão de 91% na previsão da resposta de um doente a uma determinada quimioterapia.


Células tumorais de doente (magenta), injectadas no peixe-zebra, com os vasos sanguíneos a verde.
Crédito: Bruna Costa

A importância de escolher a melhor opção terapêutica

Os doentes com cancro colorrectal recebem normalmente quimioterapia para controlar as metástases tumorais ou, após a cirurgia inicial ao tumor, para reduzir as probabilidades de recidiva. Mas, escrevem os autores no seu novo estudo, actualmente "os doentes com cancro passam frequentemente por ciclos de tentativa-e-erro para encontrar o tratamento mais eficaz, porque não existe nenhum teste, na prática clínica, que permita prever de antemão qual a terapia mais eficaz para aquele doente". É aqui que os zAvatars entram em cena. 

Neste novo trabalho, os investigadores fizeram um estudo com 55 doentes. Foram gerados zAvatars de cada doente e depois foram tratados exactamente com a mesma terapia do seu oente - o objectivo do estudo era ver se os zAvatars conseguiam prever se o doente ia responder ou não ao tratamento. Os resultados foram incríveis - o zAvatar teste demonstrou uma precisão de 91%.

A análise estatística realizada pela equipa mostrou que três variáveis constituem os factores mais importantes para prever a resposta dos doentes ao tratamento: o estadio do tumor do doente, o aumento da morte celular (em inglês, "apoptosis fold change") e o potencial metastático do tumor nos zAvatars. 

Ao comparar individualmente as respostas clínicas de 55 doentes com o teste zAvatar, desenvolvemos um modelo de algoritmo de decisão que integra estas três variáveis", afirma Bruna Costa, primeira autora do artigo. O resultado: o teste previu os resultados dos doentes em 91% dos casos. 

O teste zAvatar melhora substancialmente quando, para além de se ter em conta apenas a resposta ao tratamento, o modelo incorpora as características biológicas das células tumorais, tais como o potencial de formação de micrometástases, observam os investigadores.

É importante notar que o tempo de sobrevivência sem progressão da doença foi "significativamente mais longo nos doentes cujo zAvatar era sensível ao tratamento do que nos doentes cujo zAvatar era resistente ao tratamento", observam também. 

“Isto mostra que ‘dar o tratamento certo ao doente certo no tempo certo’ tem o potencial de alterar realmente o seu prognóstico. E é este o nosso objetivo: ter um teste que ajude a orientar e a optimizar as decisões clínicas de uma forma verdadeiramente personalizada", afirma Rita Fior.

"No seu conjunto, os nossos resultados mostram que o teste zAvatar, realizado num prazo de 10 dias, tem um valor preditivo excepcional em termos de medicina personalizada", concluem os investigadores no seu artigo.

A equipa já está a preparar o próximo passo, considerado crucial para introduzir o teste zAvatar na prática clínica: a realização de um ensaio clínico randomizado para demonstrar o benefício clínico da utilização do teste. Neste ensaio, as decisões terapêuticas baseadas no zAvatar irão ser comparadas com as escolhas dos médicos seguindo o padrão tradicional (standard of care).

 
Especialista deixa recomendações
A nível mundial estima-se que a Doença Renal Crónica possa afetar cerca de 700 a 840 milhões de pess

A diálise é um procedimento vital para mais de 13 mil portugueses. Para estas pessoas, a diálise não é apenas um tratamento médico, mas também uma parte integrante da sua rotina diária, necessária para manter o equilíbrio dos fluidos e a eliminação de toxinas do corpo. A interrupção do tratamento pode resultar em complicações graves e risco de vida.

Há receios associados à doença e ao tratamento, bem como limitações relacionadas com alterações decorrentes desta condição, que são extremamente desafiantes e que podem condicionar as escolhas diárias destas pessoas e das suas famílias.

As férias são um momento de pausa para lazer e para aproveitar a companhia da família e amigos. As pessoas em tratamento de substituição da função renal podem ir de férias com alguns cuidados.

As férias de quem está em diálise podem transformar-se numa fonte de ansiedade e preocupação, uma vez que necessitam de manter o tratamento, a medicação e os cuidados alimentares. Quem faz hemodiálise, três vezes por semana, precisa de uma clínica que assegure os tratamentos; quem faz diálise peritoneal precisa de ajuda para a entrega dos consumíveis de que necessita.

Os doentes renais enfrentam, por isso, desafios únicos quando se trata de planear férias e é crucial que a sociedade compreenda e apoie estas necessidades especiais. Seja em Portugal, numa cidade distante da sua residência, ou num destino de férias europeu / fora da Europa, é necessário encontrar uma clínica de diálise apta a realizar o tratamento. Acresce a ansiedade de sair da “zona de conforto”, ou seja, a clínica onde realizam o tratamento ou o hospital que lhes dá apoio em caso de necessidade.

Esta preocupação é ainda maior na primeira vez que vão de férias após iniciar tratamento de substituição da função renal.

Para ajudar deixamos seis recomendações aos doentes renais crónicos que desejam ir de férias:

  1. Planear antecipadamente. Pesquise e identifique os centros de diálise disponíveis na área para onde vai viajar. Entre em contato com esses centros com antecedência para garantir que têm capacidade para o tratamento nas datas desejadas. Confirme que aceitam o pagamento do tratamento com o cartão europeu de seguro de doença (em caso de se deslocar na Europa). Peça ajuda e indicações no seu centro de diálise. Além disso, verifique se tem todos os medicamentos necessários para a viagem, e não se esqueça de levar os registos médicos relevantes. Os centros de diálise disponibilizam toda a informação e habitualmente confirmam com os centros de férias as disponibilidades. Para além disso, ajustam os tratamentos de modo a não haver um intervalo entre sessões de diálise muito prolongado. Para alguns países, como por exemplo Espanha, tem que levar toda a medicação, incluindo a que lhe é administrada durante a diálise.
  2. Manter uma dieta equilibrada. Durante as férias é tentador exagerar em comidas e bebidas que normalmente são limitadas. No entanto, é fundamental manter-se fiel à dieta prescrita pela sua equipa de saúde. Evite alimentos ricos em sódio, potássio e fósforo e mantenha-se hidratado bebendo água regularmente, se estiver muito calor. Se planeia comer fora, procure restaurantes que ofereçam opções saudáveis e adequadas à doença renal.
  3. Manter os seus cuidados pessoais. As férias podem ser um momento de relaxamento, mas não descuide os seus cuidados pessoais, especialmente em relação à higiene e à prevenção de infeções. Lembre-se de lavar as mãos regularmente, proteja-se do sol usando protetor solar e mantenha-se hidratado. Se houver grandes aglomerados de pessoas e se se quiser proteger de doenças transmissíveis pela via respiratória use máscara cirúrgica.
  4. Gerir o stress. A mudança de rotina e o planeamento adicional podem ser stressantes, especialmente para pessoas com doença renal crónica. Encontre maneiras de gerir o stress, como praticar técnicas de relaxamento, fazer exercícios leves, como caminhadas ou ioga, ou simplesmente reservar tempo para si mesmo para descansar e recarregar as energias.
  5. Comunicar com a equipa médica. Mantenha-se em contacto com a sua equipa médica e de enfermagem durante as férias. Se surgir algum problema de saúde ou se tiver dúvidas sobre o seu tratamento, não hesite em contactar o seu médico ou o centro de diálise local. Ter uma rede de apoio médico disponível pode proporcionar-lhe tranquilidade e assistência em caso de necessidade durante as suas férias.
  6. Estar vacinado. Fale com o seu nefrologista e mantenha o seu esquema vacinal em dia. Se se deslocar para um país fora da Europa vá a uma consulta de Medicina do Viajante.

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
O futuro da cura de doenças pode envolver uma seringa, uma fonte de alimentação de alta tensão e soluções poliméricas que se...

Uma máquina de fiação eléctrica é quase como uma roda de fiar médica ou um tear. Um electrospinner desencadeia forças eléctricas que agitam soluções químicas em nanofibras ou fibras microscópicas. Isto, por sua vez, cria uma base porosa favorável ao crescimento de células de substituição.

Um eletrófilo pode imitar ou produzir uma matriz de proteínas e moléculas que fornecem uma base para o crescimento e desenvolvimento de tecidos, semelhante ao que se encontra no nosso corpo", explica a doutorada Cheryl Myers, imunobióloga da Mayo Clinic, no Arizona, que estuda as aplicações da ciência regenerativa. "É semelhante a quando se constrói uma casa, é preciso ter os alicerces e a estrutura antes de começar a colocar o revestimento nas paredes. A electrospinning fornece a base para o crescimento celular e a regeneração dos tecidos".

A capacidade do organismo para regenerar novas células e tecidos é muito variável. Alguns tecidos, como a pele, têm uma forte capacidade de regeneração. No entanto, os tecidos que não estão ligados ao fornecimento de sangue, como a cartilagem, não se regeneram nem se restauram. Isto pode resultar em doenças como a osteoartrite do joelho ou da anca, que não têm outro tratamento senão a substituição artificial da articulação.

A engenharia de tecidos é uma tecnologia emergente que oferece esperança para a substituição e reparação de células, tecidos ou órgãos danificados. Os cientistas estão também a estudar se a tecnologia de electrospinning pode ser utilizada para regenerar ossos, cartilagens e vasos sanguíneos.

"Dependendo dos tipos de solventes e polímeros (moléculas grandes) utilizados com o electrospinner, é possível tecer uma pequena estrutura de fibras que fornece uma base para tecido de substituição para testar terapias para corações, músculos ou tendões danificados", explica Myers.

Myers e a sua equipa estão a utilizar o electrospinner para testar a capacidade da regeneração de tecidos para curar doenças que atualmente têm poucas opções terapêuticas. Por exemplo, estão a avaliar se a máquina pode tecer tecido que possa ser transformado num implante laríngeo bioimpresso em 3D e restaurar a função de doentes que perderam parte da laringe devido a doença.

A equipa está também a estudar a possibilidade de estas soluções curativas - como pensos cutâneos para curar feridas crónicas que não cicatrizam e que não responderam a outros tratamentos ou pensos ortopédicos para regenerar a cartilagem danificada à volta da coifa dos rotadores no ombro - se podem tornar possíveis através da investigação com o electrospinner.

Tal como acontece com a maioria dos estudos científicos, os investigadores enfrentarão desafios à medida que introduzem novas ferramentas nos cuidados clínicos. Myers e a sua equipa estão a tentar compreender os compostos químicos, os fatores de crescimento e as células necessários para o crescimento dos tecidos. Esta tecnologia necessitaria de mais testes em ensaios clínicos para poder avançar para os cuidados dos doentes.

 
200 profissionais garantem prestação de cuidados de saúde na 10.ª edição do evento
A Lusíadas Saúde assegura o serviço médico oficial do Rock In Rio Lisboa 2024, pela quarta edição consecutiva. Durante os...

O grupo Lusíadas Saúde irá prestar assistência a todas as situações clínicas, abrangendo tanto a saúde física quanto a mental. O reforço do serviço médico do Rock In Rio com a integração de psicólogos é uma extensão natural da aposta da Lusíadas Saúde na promoção do bem-estar e na normalização da saúde mental, alinhada com o projeto clínico pioneiro recentemente apresentado pelo Hospital Lusíadas Monsanto. Desta forma, o lema desta edição será: “Do corpo à mente, ouvimos a tua saúde”.

O Hospital do Rock será constituído por 12 equipas de profissionais, em representação de todas as unidades da Lusíadas Saúde, de norte a sul do País. Oito destas equipas incluem suporte básico de vida e quatro são dedicadas ao suporte avançado de vida. O Hospital integra infraestruturas de assistência fixas, incluindo um centro médico com gabinete e sala de observação, sala de reanimação e uma área dedicada à imagiologia; um posto de saúde localizado atrás do palco principal; cinco carros de apoio médico (buggies) durante o evento, um dos quais já se encontra no recinto do festival; e quatro ambulâncias estrategicamente posicionadas.

A equipa de coordenação clínica do Rock in Rio 2024 é liderada por três profissionais de saúde: Sofia Lourenço, médica coordenadora do Atendimento Urgente de Adultos do Hospital Lusíadas Lisboa; Rui Dias, enfermeiro coordenador do Internamento Médico-Cirúrgico e Cirurgia de Ambulatório do Hospital Lusíadas Lisboa; e Bruno Matos, atual diretor do Hospital Lusíadas Monsanto, Enfermeiro Diretor do Hospital Lusíadas Lisboa e Presidente do Conselho de Enfermagem até ao final de 2023.

“Para os profissionais da Lusíadas Saúde, é um motivo de grande orgulho e total confiança saber que voltamos a erguer o Hospital do Rock naquele que é um dos maiores eventos de música. O nosso compromisso é garantir apoio médico e os cuidados de saúde necessários para que todos os visitantes, artistas e equipas envolvidas no evento possam desfrutar de quatro dias de bem-estar físico e mental,” refere Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde.

Em 2022, foi registado um total de 883 ocorrências nos quatro dias do evento, com 71% dos atendimentos realizados nos postos fixos (centro médico e posto de saúde). As cefaleias (relacionadas com a exposição solar e algum grau de desidratação), as feridas (decorrentes de quedas e de calçado inadequado ao recinto) e as lesões osteoarticulares foram as ocorrências mais frequentes.

Glicociência
A Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa | NOVA FCT anuncia a assinatura de um memorando de entendimento com a...

As duas instituições contam com especialistas líderes em glicociência que poderão fornecer ecossistemas de inovação que suportam a investigação translacional com ferramentas e recursos de última geração. O Projeto GLYCOTwinning, coordenado pelas investigadoras da UCIBIO-NOVA FCT, Paula Videira, Angelina Palma e Filipa Marcelo, é uma rede de capacitação financiada pelo Horizonte Europa que visa promover a excelência científica, a inovação e infraestruturas de investigação em glicociência. No âmbito do projecto GLYCOTwinning iniciariam-se colaborações com os investigadores canadianos, o que levou à assinatura do memorando de entendimento com a GlycoNet, uma rede canadiana de investigação em glicómica. A GlycoNet vai desenvolver o projeto 'GlycoNet Integrated Services (GIS)’, fornecendo o acesso a tecnologias e infraestrutura de ponta para investigadores e clientes em todo o mundo.

“Estamos orgulhosos com a assinatura deste acordo com a GlycoNet, que permitirá unir a nossa experiência para acelerarmos, em conjunto, a inovação neste campo científico das glicociências”, afirma Paula Videira, Professora da NOVA FCT e uma das coordenadoras do GLYCOTwinning. “A glicociência, enquanto campo em rápido crescimento, tem um vasto potencial tecnológico, e a colaboração na investigação é essencial para ajudar a resolver problemas complexos de forma mais eficaz e que se traduzam em soluções eficazes para melhorar a saúde humana.”

Este acordo representa o estabelecimento de laços mais estreitos entre a GlycoNet e a NOVA FCT através da identificação de oportunidades de colaboração, promoção de networking, formação cruzada e partilha de melhores práticas e recursos que apoiem o compromisso conjunto no desenvolvimento da glicómica e da glicociência.

“Ao estudar os papéis críticos que os glicanos desempenham em muitos processos biológicos, os glicocientistas estão a desenvolver novas ferramentas e estratégias para melhorar a saúde humana, animal e ambiental”, explica Elizabeth Nanak, CEO da GlycoNet. “Esta parceria com a NOVA FCT vai promover a inovação em glicómica através de colaboração internacional, networking e oportunidades de formação para estudantes e investigadores no Canadá e em Portugal.” 

Dia 16 de julho
Por ocasião do Artificial Intelligence Appreciation Day, vai decorrer, na Fundação Champalimaud, uma conferência que pretende...

Familiarizar os profissionais de saúde com as mais recentes ferramentas da inteligência artificial (IA), de forma a que possam aplicá-las na sua prática quotidiana em benefício dos doentes. Este é o objetivo da conferência MEDICA AI, que se vai realizar a 16 de Julho próximo na Fundação Champalimaud (FC). O evento é organizado pelo Digital Surgery Lab, uma equipa multidisciplinar liderada pelo cirurgião Pedro Gouveia e integrada na Unidade de Mama da FC.

Em geral, nos eventos relacionados com a IA, diz Gouveia, “os tecnologistas falam sempre com grande entusiasmo da democratização das ferramentas de IA, utilizáveis numa panóplia de indústrias”. Mas essa mensagem não passa como deveria para área da saúde, que é um mercado “cuja regulação é completamente diferente das demais indústrias”, e onde os erros podem prejudicar gravemente a saúde e o bem–estar das pessoas.

Embora já se tenha começado a observar, em diversas instituições de saúde, a implementação de ferramentas de IA para melhorar a produtividade e a eficiência de processos automatizáveis (tais como a escrita de relatórios médicos), a tecnologia ainda não está a ser utilizada no domínio clínico.

À especificidade da área da saúde vem juntar-se o facto que habitualmente, nas grandes conferências que abordam seriamente a temática da IA, há poucos profissionais de saúde. “Temos tido vários eventos relacionados com a inteligência artificial na Fundação, mas na verdade eles não têm sido eminentemente dirigidos a profissionais de saúde”, salienta Gouveia. 

Isto leva, segundo ele, “a uma evidente falta de literacia tecnológica” [por parte dos profissionais de saúde], que “impede que eles acompanhem a evolução das melhores práticas dentro da área da saúde – práticas que, com a ajuda da tecnologia e em particular da IA, poderiam resultar em melhores decisões e tratamentos”. 

Resultado: há um fosso comunicacional entre tecnologistas e médicos e, consequentemente, uma baixa adopção de IA em saúde. E é este fosso que a conferência MEDICA AI, na qual participam profissionais de saúde e tecnologistas, pretende agora colmatar. “Quisemos preencher este gap, que existe a nível nacional e até a nível internacional, e construir uma conferência cujo nome fala por si para abordarmos a inteligência artificial na medicina.”, afirma o cirurgião.

“Porque é que nós precisamos destas conferências?”, pergunta Gouveia. E responde: “porque, na verdade, na nossa forma de praticar medicina 50 anos volvidos desde a entrada dos computadores nos consultórios, a única coisa que mudou é que em vez de escrevermos os registos médicos em fichas em papel, agora temos editores de texto para o fazer [em formato digital].”

Na MEDICA AI, profissionais de saúde e engenheiros vão estar lado a lado a conversar. Mas a maioria dos cerca de 20 oradores convidados serão profissionais de saúde, médicos, “porque são eles os decisores que irão poder tomar a decisão de utilizar a tecnologia em prol dos doentes, prescrevendo intervenções que usem inteligência artificial – até para que esses mesmas intervenções seja reembolsadas pela entidade pagadora”, salienta ainda Gouveia. “Em termos de público-alvo, são profissionais de saúde, como é óbvio, mas também investigadores, a comunidade académica, investidores, empreendedores.”

Projetos médicos com IA

A manhã desta conferência de um dia será essencialmente dedicada, à exceção de um módulo sobre ética, a projectos da FC que utilizam inteligência artificial. “A ideia é mostrar que há médicos e investigadores, nomeadamente da Fundação Champalimaud, que já se iniciaram no caminho da literacia tecnológica ao tentarem implementar novas ferramentas com recurso à inteligência artificial nos seus projectos, de forma a permitir mais tarde a sua implementação clínica. E mostrá-lo a um público alargado de profissionais de saúde que não as usa ou não as conhece”, explica Gouveia. 

Serão apresentados, por exemplo, o The Warehouse, uma iniciativa multidisciplinar da FC para criar um instituto de vanguarda na área do Digital Therapeutics.; o projecto de “Bloco Operatório do Futuro”, a ser desenvolvido pelo próprio Digital Surgery Lab; e ainda o projecto Cinderella, igualmente integrado na Unidade de Mama, que utiliza IA para permitir que as doentes com cancro da mama escolham o tipo de cirurgia conservadora da mama que preferem fazer do ponto de vista estético (https://fchampalimaud.org/pt-pt/news/projecto-cinderella-o-direito-de-olhar-noespelho-e-de-gostar-do-que-se-ve). 

À tarde, várias startups e um especialista clínico da Google Health – Dillon Obika – irão falar daquilo que acontece “fora do ecossistema da Fundação Champalimaud”, diz Gouveia. “Vamos assistir a uma série de casos de estudo, de casos de sucesso da inteligência artificial em saúde, tanto no domínio da investigação aplicada como da translação para produtos médicos, alguns dos quais já estão no mercado, outros em diferentes fases de maturação”, salienta. Entre os vários projetos que serão apresentados durante a MEDICA AI destacam-se: oacompanhamento remoto de pacientes crónicos com novas tecnologias de telemedicina; o apoio à tomada de decisão na gestão hospitalar; e o uso da realidade aumentada para planeamento cirúrgico e melhoria da precisão das cirurgias no bloco operatório. Em todos estes projetos, o uso da IA surge como uma tecnologia fulcral. 

Ainda de notar, a intervenção de Miguel Melo, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que falará da introdução da tecnologia na monitorizaçao contínua e em rede do doente diabético – que permitiria, graças à inteligência artifical, prever hipoglicémias ou complicações desta doença. “Aqui, a falta de implementação da inovação tecnológica faz aumentar os custos que esta doença acarreta, tanto para as pessoas como para os sistemas de saúde”, diz Gouveia.

Também João Eurico Fonseca, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Lisbon School of Medicine em inglês) apresentará o projeto MedTech NEXT, que visa promover a digitalização e a modernização do ensino da medicina. 

“A opção de termos uma grande maioria de oradores médicos”, diz pelo seu lado João Santinha, especialista de inteligência artificial aplicada às imagens médicas do Digital Surgery Lab, “tem também como objetivo fomentar a educação pelos pares. É pelo exemplo que os outros profissionais de saúde, ao verem que há médicos que já falam destas temáticas, já versam nelas e tentam introduzi-las no dia-a-dia da clínica, vão poder perceber que as tecnologias e a IA não são assim tão intangíveis” quanto podem parecer, explica.

“Uma coisa importante de referir”, diz Tiago Marques, neurocientista e especialista em visão artificial (computer vision), que também pertence ao Digital Surgery Lab, é que “nenhuma das aplicações de inteligência artificial que vão ser apresentadas tem como objetivo substituir o trabalho dos médicos. O objetivo é sempre aumentar as capacidades dos médicos, para se tornarem mais eficientes e eficazes no tratamento dos doentes. A inteligência artificial vem facilitar o trabalho dos médicos para melhorar os cuidados de saúde, levando por fim a uma melhoria da qualidade de vida dos doentes.”

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