Estudo Clínico da Fundação Champalimaud
Um estudo clínico, conduzido por uma equipa de investigadores portugueses, demonstrou que os "Avatares" de peixe...

Rita Fior, líder do Grupo de Desenvolvimento do Cancro e Evasão do Sistema Imunitário Inato da Fundação Champalimaud (FC), estuda há vários anos o poder dos "Avatares" de peixe-zebra, ou zAvatars, de doentes com cancro para ajudar a orientar as decisões terapêuticas. O objetivo: testar previamente as terapias que estão disponíveis para cada doente, permitindo assim a seleção do melhor tratamento disponível para cada doente, evitando terapias ineficazes e efeitos tóxicos desnecessários.

A ideia por detrás dos zAvatars é bastante simples e consiste em injectar células tumorais de cada doente em embriões de peixe-zebra, transformando efectivamente estes embriões em "Avatares" desse doente oncológico específico. De seguida, as várias opções de tratamento disponíveis para esse doente podem ser administradas aos zAvatars, de modo a escolher a mais eficaz. Esta abordagem tem a vantagem de fornecer resultados mais rapidamente – numa questão de dias, em vez de meses ou várias semanas – do que utilizando ratinhos (o método convencional) ou mesmo organóides tumorais.

Em 2017, Fior e uma equipa multidisciplinar de colegas da FC e de outras instituições realizaram um estudo de validação desta abordagem, tendo demonstrado que o método dos zAvatars era de facto um modelo viável e promissor (http://magazine.ar.fchampalimaud.org/zebrafish-larvaecould-be-used-as-avatars-for-the-personalized-treatment-of-cancer/). 

Agora, num estudo clínico substancialmente maior – no qual participaram 55 doentes com cancro colorrectal (CCR) do Centro Clínico Champalimaud e do Hospital Fernando Fonseca – publicado esta semana, na revista Nature Communications, a equipa de Fior e colegas desenvolveram o que chamam de "teste zAvatar". E concluem que este teste tem uma precisão de 91% na previsão da resposta de um doente a uma determinada quimioterapia.


Células tumorais de doente (magenta), injectadas no peixe-zebra, com os vasos sanguíneos a verde.
Crédito: Bruna Costa

A importância de escolher a melhor opção terapêutica

Os doentes com cancro colorrectal recebem normalmente quimioterapia para controlar as metástases tumorais ou, após a cirurgia inicial ao tumor, para reduzir as probabilidades de recidiva. Mas, escrevem os autores no seu novo estudo, actualmente "os doentes com cancro passam frequentemente por ciclos de tentativa-e-erro para encontrar o tratamento mais eficaz, porque não existe nenhum teste, na prática clínica, que permita prever de antemão qual a terapia mais eficaz para aquele doente". É aqui que os zAvatars entram em cena. 

Neste novo trabalho, os investigadores fizeram um estudo com 55 doentes. Foram gerados zAvatars de cada doente e depois foram tratados exactamente com a mesma terapia do seu oente - o objectivo do estudo era ver se os zAvatars conseguiam prever se o doente ia responder ou não ao tratamento. Os resultados foram incríveis - o zAvatar teste demonstrou uma precisão de 91%.

A análise estatística realizada pela equipa mostrou que três variáveis constituem os factores mais importantes para prever a resposta dos doentes ao tratamento: o estadio do tumor do doente, o aumento da morte celular (em inglês, "apoptosis fold change") e o potencial metastático do tumor nos zAvatars. 

Ao comparar individualmente as respostas clínicas de 55 doentes com o teste zAvatar, desenvolvemos um modelo de algoritmo de decisão que integra estas três variáveis", afirma Bruna Costa, primeira autora do artigo. O resultado: o teste previu os resultados dos doentes em 91% dos casos. 

O teste zAvatar melhora substancialmente quando, para além de se ter em conta apenas a resposta ao tratamento, o modelo incorpora as características biológicas das células tumorais, tais como o potencial de formação de micrometástases, observam os investigadores.

É importante notar que o tempo de sobrevivência sem progressão da doença foi "significativamente mais longo nos doentes cujo zAvatar era sensível ao tratamento do que nos doentes cujo zAvatar era resistente ao tratamento", observam também. 

“Isto mostra que ‘dar o tratamento certo ao doente certo no tempo certo’ tem o potencial de alterar realmente o seu prognóstico. E é este o nosso objetivo: ter um teste que ajude a orientar e a optimizar as decisões clínicas de uma forma verdadeiramente personalizada", afirma Rita Fior.

"No seu conjunto, os nossos resultados mostram que o teste zAvatar, realizado num prazo de 10 dias, tem um valor preditivo excepcional em termos de medicina personalizada", concluem os investigadores no seu artigo.

A equipa já está a preparar o próximo passo, considerado crucial para introduzir o teste zAvatar na prática clínica: a realização de um ensaio clínico randomizado para demonstrar o benefício clínico da utilização do teste. Neste ensaio, as decisões terapêuticas baseadas no zAvatar irão ser comparadas com as escolhas dos médicos seguindo o padrão tradicional (standard of care).

 
Especialista deixa recomendações
A nível mundial estima-se que a Doença Renal Crónica possa afetar cerca de 700 a 840 milhões de pess

A diálise é um procedimento vital para mais de 13 mil portugueses. Para estas pessoas, a diálise não é apenas um tratamento médico, mas também uma parte integrante da sua rotina diária, necessária para manter o equilíbrio dos fluidos e a eliminação de toxinas do corpo. A interrupção do tratamento pode resultar em complicações graves e risco de vida.

Há receios associados à doença e ao tratamento, bem como limitações relacionadas com alterações decorrentes desta condição, que são extremamente desafiantes e que podem condicionar as escolhas diárias destas pessoas e das suas famílias.

As férias são um momento de pausa para lazer e para aproveitar a companhia da família e amigos. As pessoas em tratamento de substituição da função renal podem ir de férias com alguns cuidados.

As férias de quem está em diálise podem transformar-se numa fonte de ansiedade e preocupação, uma vez que necessitam de manter o tratamento, a medicação e os cuidados alimentares. Quem faz hemodiálise, três vezes por semana, precisa de uma clínica que assegure os tratamentos; quem faz diálise peritoneal precisa de ajuda para a entrega dos consumíveis de que necessita.

Os doentes renais enfrentam, por isso, desafios únicos quando se trata de planear férias e é crucial que a sociedade compreenda e apoie estas necessidades especiais. Seja em Portugal, numa cidade distante da sua residência, ou num destino de férias europeu / fora da Europa, é necessário encontrar uma clínica de diálise apta a realizar o tratamento. Acresce a ansiedade de sair da “zona de conforto”, ou seja, a clínica onde realizam o tratamento ou o hospital que lhes dá apoio em caso de necessidade.

Esta preocupação é ainda maior na primeira vez que vão de férias após iniciar tratamento de substituição da função renal.

Para ajudar deixamos seis recomendações aos doentes renais crónicos que desejam ir de férias:

  1. Planear antecipadamente. Pesquise e identifique os centros de diálise disponíveis na área para onde vai viajar. Entre em contato com esses centros com antecedência para garantir que têm capacidade para o tratamento nas datas desejadas. Confirme que aceitam o pagamento do tratamento com o cartão europeu de seguro de doença (em caso de se deslocar na Europa). Peça ajuda e indicações no seu centro de diálise. Além disso, verifique se tem todos os medicamentos necessários para a viagem, e não se esqueça de levar os registos médicos relevantes. Os centros de diálise disponibilizam toda a informação e habitualmente confirmam com os centros de férias as disponibilidades. Para além disso, ajustam os tratamentos de modo a não haver um intervalo entre sessões de diálise muito prolongado. Para alguns países, como por exemplo Espanha, tem que levar toda a medicação, incluindo a que lhe é administrada durante a diálise.
  2. Manter uma dieta equilibrada. Durante as férias é tentador exagerar em comidas e bebidas que normalmente são limitadas. No entanto, é fundamental manter-se fiel à dieta prescrita pela sua equipa de saúde. Evite alimentos ricos em sódio, potássio e fósforo e mantenha-se hidratado bebendo água regularmente, se estiver muito calor. Se planeia comer fora, procure restaurantes que ofereçam opções saudáveis e adequadas à doença renal.
  3. Manter os seus cuidados pessoais. As férias podem ser um momento de relaxamento, mas não descuide os seus cuidados pessoais, especialmente em relação à higiene e à prevenção de infeções. Lembre-se de lavar as mãos regularmente, proteja-se do sol usando protetor solar e mantenha-se hidratado. Se houver grandes aglomerados de pessoas e se se quiser proteger de doenças transmissíveis pela via respiratória use máscara cirúrgica.
  4. Gerir o stress. A mudança de rotina e o planeamento adicional podem ser stressantes, especialmente para pessoas com doença renal crónica. Encontre maneiras de gerir o stress, como praticar técnicas de relaxamento, fazer exercícios leves, como caminhadas ou ioga, ou simplesmente reservar tempo para si mesmo para descansar e recarregar as energias.
  5. Comunicar com a equipa médica. Mantenha-se em contacto com a sua equipa médica e de enfermagem durante as férias. Se surgir algum problema de saúde ou se tiver dúvidas sobre o seu tratamento, não hesite em contactar o seu médico ou o centro de diálise local. Ter uma rede de apoio médico disponível pode proporcionar-lhe tranquilidade e assistência em caso de necessidade durante as suas férias.
  6. Estar vacinado. Fale com o seu nefrologista e mantenha o seu esquema vacinal em dia. Se se deslocar para um país fora da Europa vá a uma consulta de Medicina do Viajante.

 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
O futuro da cura de doenças pode envolver uma seringa, uma fonte de alimentação de alta tensão e soluções poliméricas que se...

Uma máquina de fiação eléctrica é quase como uma roda de fiar médica ou um tear. Um electrospinner desencadeia forças eléctricas que agitam soluções químicas em nanofibras ou fibras microscópicas. Isto, por sua vez, cria uma base porosa favorável ao crescimento de células de substituição.

Um eletrófilo pode imitar ou produzir uma matriz de proteínas e moléculas que fornecem uma base para o crescimento e desenvolvimento de tecidos, semelhante ao que se encontra no nosso corpo", explica a doutorada Cheryl Myers, imunobióloga da Mayo Clinic, no Arizona, que estuda as aplicações da ciência regenerativa. "É semelhante a quando se constrói uma casa, é preciso ter os alicerces e a estrutura antes de começar a colocar o revestimento nas paredes. A electrospinning fornece a base para o crescimento celular e a regeneração dos tecidos".

A capacidade do organismo para regenerar novas células e tecidos é muito variável. Alguns tecidos, como a pele, têm uma forte capacidade de regeneração. No entanto, os tecidos que não estão ligados ao fornecimento de sangue, como a cartilagem, não se regeneram nem se restauram. Isto pode resultar em doenças como a osteoartrite do joelho ou da anca, que não têm outro tratamento senão a substituição artificial da articulação.

A engenharia de tecidos é uma tecnologia emergente que oferece esperança para a substituição e reparação de células, tecidos ou órgãos danificados. Os cientistas estão também a estudar se a tecnologia de electrospinning pode ser utilizada para regenerar ossos, cartilagens e vasos sanguíneos.

"Dependendo dos tipos de solventes e polímeros (moléculas grandes) utilizados com o electrospinner, é possível tecer uma pequena estrutura de fibras que fornece uma base para tecido de substituição para testar terapias para corações, músculos ou tendões danificados", explica Myers.

Myers e a sua equipa estão a utilizar o electrospinner para testar a capacidade da regeneração de tecidos para curar doenças que atualmente têm poucas opções terapêuticas. Por exemplo, estão a avaliar se a máquina pode tecer tecido que possa ser transformado num implante laríngeo bioimpresso em 3D e restaurar a função de doentes que perderam parte da laringe devido a doença.

A equipa está também a estudar a possibilidade de estas soluções curativas - como pensos cutâneos para curar feridas crónicas que não cicatrizam e que não responderam a outros tratamentos ou pensos ortopédicos para regenerar a cartilagem danificada à volta da coifa dos rotadores no ombro - se podem tornar possíveis através da investigação com o electrospinner.

Tal como acontece com a maioria dos estudos científicos, os investigadores enfrentarão desafios à medida que introduzem novas ferramentas nos cuidados clínicos. Myers e a sua equipa estão a tentar compreender os compostos químicos, os fatores de crescimento e as células necessários para o crescimento dos tecidos. Esta tecnologia necessitaria de mais testes em ensaios clínicos para poder avançar para os cuidados dos doentes.

 
200 profissionais garantem prestação de cuidados de saúde na 10.ª edição do evento
A Lusíadas Saúde assegura o serviço médico oficial do Rock In Rio Lisboa 2024, pela quarta edição consecutiva. Durante os...

O grupo Lusíadas Saúde irá prestar assistência a todas as situações clínicas, abrangendo tanto a saúde física quanto a mental. O reforço do serviço médico do Rock In Rio com a integração de psicólogos é uma extensão natural da aposta da Lusíadas Saúde na promoção do bem-estar e na normalização da saúde mental, alinhada com o projeto clínico pioneiro recentemente apresentado pelo Hospital Lusíadas Monsanto. Desta forma, o lema desta edição será: “Do corpo à mente, ouvimos a tua saúde”.

O Hospital do Rock será constituído por 12 equipas de profissionais, em representação de todas as unidades da Lusíadas Saúde, de norte a sul do País. Oito destas equipas incluem suporte básico de vida e quatro são dedicadas ao suporte avançado de vida. O Hospital integra infraestruturas de assistência fixas, incluindo um centro médico com gabinete e sala de observação, sala de reanimação e uma área dedicada à imagiologia; um posto de saúde localizado atrás do palco principal; cinco carros de apoio médico (buggies) durante o evento, um dos quais já se encontra no recinto do festival; e quatro ambulâncias estrategicamente posicionadas.

A equipa de coordenação clínica do Rock in Rio 2024 é liderada por três profissionais de saúde: Sofia Lourenço, médica coordenadora do Atendimento Urgente de Adultos do Hospital Lusíadas Lisboa; Rui Dias, enfermeiro coordenador do Internamento Médico-Cirúrgico e Cirurgia de Ambulatório do Hospital Lusíadas Lisboa; e Bruno Matos, atual diretor do Hospital Lusíadas Monsanto, Enfermeiro Diretor do Hospital Lusíadas Lisboa e Presidente do Conselho de Enfermagem até ao final de 2023.

“Para os profissionais da Lusíadas Saúde, é um motivo de grande orgulho e total confiança saber que voltamos a erguer o Hospital do Rock naquele que é um dos maiores eventos de música. O nosso compromisso é garantir apoio médico e os cuidados de saúde necessários para que todos os visitantes, artistas e equipas envolvidas no evento possam desfrutar de quatro dias de bem-estar físico e mental,” refere Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde.

Em 2022, foi registado um total de 883 ocorrências nos quatro dias do evento, com 71% dos atendimentos realizados nos postos fixos (centro médico e posto de saúde). As cefaleias (relacionadas com a exposição solar e algum grau de desidratação), as feridas (decorrentes de quedas e de calçado inadequado ao recinto) e as lesões osteoarticulares foram as ocorrências mais frequentes.

Glicociência
A Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa | NOVA FCT anuncia a assinatura de um memorando de entendimento com a...

As duas instituições contam com especialistas líderes em glicociência que poderão fornecer ecossistemas de inovação que suportam a investigação translacional com ferramentas e recursos de última geração. O Projeto GLYCOTwinning, coordenado pelas investigadoras da UCIBIO-NOVA FCT, Paula Videira, Angelina Palma e Filipa Marcelo, é uma rede de capacitação financiada pelo Horizonte Europa que visa promover a excelência científica, a inovação e infraestruturas de investigação em glicociência. No âmbito do projecto GLYCOTwinning iniciariam-se colaborações com os investigadores canadianos, o que levou à assinatura do memorando de entendimento com a GlycoNet, uma rede canadiana de investigação em glicómica. A GlycoNet vai desenvolver o projeto 'GlycoNet Integrated Services (GIS)’, fornecendo o acesso a tecnologias e infraestrutura de ponta para investigadores e clientes em todo o mundo.

“Estamos orgulhosos com a assinatura deste acordo com a GlycoNet, que permitirá unir a nossa experiência para acelerarmos, em conjunto, a inovação neste campo científico das glicociências”, afirma Paula Videira, Professora da NOVA FCT e uma das coordenadoras do GLYCOTwinning. “A glicociência, enquanto campo em rápido crescimento, tem um vasto potencial tecnológico, e a colaboração na investigação é essencial para ajudar a resolver problemas complexos de forma mais eficaz e que se traduzam em soluções eficazes para melhorar a saúde humana.”

Este acordo representa o estabelecimento de laços mais estreitos entre a GlycoNet e a NOVA FCT através da identificação de oportunidades de colaboração, promoção de networking, formação cruzada e partilha de melhores práticas e recursos que apoiem o compromisso conjunto no desenvolvimento da glicómica e da glicociência.

“Ao estudar os papéis críticos que os glicanos desempenham em muitos processos biológicos, os glicocientistas estão a desenvolver novas ferramentas e estratégias para melhorar a saúde humana, animal e ambiental”, explica Elizabeth Nanak, CEO da GlycoNet. “Esta parceria com a NOVA FCT vai promover a inovação em glicómica através de colaboração internacional, networking e oportunidades de formação para estudantes e investigadores no Canadá e em Portugal.” 

Dia 16 de julho
Por ocasião do Artificial Intelligence Appreciation Day, vai decorrer, na Fundação Champalimaud, uma conferência que pretende...

Familiarizar os profissionais de saúde com as mais recentes ferramentas da inteligência artificial (IA), de forma a que possam aplicá-las na sua prática quotidiana em benefício dos doentes. Este é o objetivo da conferência MEDICA AI, que se vai realizar a 16 de Julho próximo na Fundação Champalimaud (FC). O evento é organizado pelo Digital Surgery Lab, uma equipa multidisciplinar liderada pelo cirurgião Pedro Gouveia e integrada na Unidade de Mama da FC.

Em geral, nos eventos relacionados com a IA, diz Gouveia, “os tecnologistas falam sempre com grande entusiasmo da democratização das ferramentas de IA, utilizáveis numa panóplia de indústrias”. Mas essa mensagem não passa como deveria para área da saúde, que é um mercado “cuja regulação é completamente diferente das demais indústrias”, e onde os erros podem prejudicar gravemente a saúde e o bem–estar das pessoas.

Embora já se tenha começado a observar, em diversas instituições de saúde, a implementação de ferramentas de IA para melhorar a produtividade e a eficiência de processos automatizáveis (tais como a escrita de relatórios médicos), a tecnologia ainda não está a ser utilizada no domínio clínico.

À especificidade da área da saúde vem juntar-se o facto que habitualmente, nas grandes conferências que abordam seriamente a temática da IA, há poucos profissionais de saúde. “Temos tido vários eventos relacionados com a inteligência artificial na Fundação, mas na verdade eles não têm sido eminentemente dirigidos a profissionais de saúde”, salienta Gouveia. 

Isto leva, segundo ele, “a uma evidente falta de literacia tecnológica” [por parte dos profissionais de saúde], que “impede que eles acompanhem a evolução das melhores práticas dentro da área da saúde – práticas que, com a ajuda da tecnologia e em particular da IA, poderiam resultar em melhores decisões e tratamentos”. 

Resultado: há um fosso comunicacional entre tecnologistas e médicos e, consequentemente, uma baixa adopção de IA em saúde. E é este fosso que a conferência MEDICA AI, na qual participam profissionais de saúde e tecnologistas, pretende agora colmatar. “Quisemos preencher este gap, que existe a nível nacional e até a nível internacional, e construir uma conferência cujo nome fala por si para abordarmos a inteligência artificial na medicina.”, afirma o cirurgião.

“Porque é que nós precisamos destas conferências?”, pergunta Gouveia. E responde: “porque, na verdade, na nossa forma de praticar medicina 50 anos volvidos desde a entrada dos computadores nos consultórios, a única coisa que mudou é que em vez de escrevermos os registos médicos em fichas em papel, agora temos editores de texto para o fazer [em formato digital].”

Na MEDICA AI, profissionais de saúde e engenheiros vão estar lado a lado a conversar. Mas a maioria dos cerca de 20 oradores convidados serão profissionais de saúde, médicos, “porque são eles os decisores que irão poder tomar a decisão de utilizar a tecnologia em prol dos doentes, prescrevendo intervenções que usem inteligência artificial – até para que esses mesmas intervenções seja reembolsadas pela entidade pagadora”, salienta ainda Gouveia. “Em termos de público-alvo, são profissionais de saúde, como é óbvio, mas também investigadores, a comunidade académica, investidores, empreendedores.”

Projetos médicos com IA

A manhã desta conferência de um dia será essencialmente dedicada, à exceção de um módulo sobre ética, a projectos da FC que utilizam inteligência artificial. “A ideia é mostrar que há médicos e investigadores, nomeadamente da Fundação Champalimaud, que já se iniciaram no caminho da literacia tecnológica ao tentarem implementar novas ferramentas com recurso à inteligência artificial nos seus projectos, de forma a permitir mais tarde a sua implementação clínica. E mostrá-lo a um público alargado de profissionais de saúde que não as usa ou não as conhece”, explica Gouveia. 

Serão apresentados, por exemplo, o The Warehouse, uma iniciativa multidisciplinar da FC para criar um instituto de vanguarda na área do Digital Therapeutics.; o projecto de “Bloco Operatório do Futuro”, a ser desenvolvido pelo próprio Digital Surgery Lab; e ainda o projecto Cinderella, igualmente integrado na Unidade de Mama, que utiliza IA para permitir que as doentes com cancro da mama escolham o tipo de cirurgia conservadora da mama que preferem fazer do ponto de vista estético (https://fchampalimaud.org/pt-pt/news/projecto-cinderella-o-direito-de-olhar-noespelho-e-de-gostar-do-que-se-ve). 

À tarde, várias startups e um especialista clínico da Google Health – Dillon Obika – irão falar daquilo que acontece “fora do ecossistema da Fundação Champalimaud”, diz Gouveia. “Vamos assistir a uma série de casos de estudo, de casos de sucesso da inteligência artificial em saúde, tanto no domínio da investigação aplicada como da translação para produtos médicos, alguns dos quais já estão no mercado, outros em diferentes fases de maturação”, salienta. Entre os vários projetos que serão apresentados durante a MEDICA AI destacam-se: oacompanhamento remoto de pacientes crónicos com novas tecnologias de telemedicina; o apoio à tomada de decisão na gestão hospitalar; e o uso da realidade aumentada para planeamento cirúrgico e melhoria da precisão das cirurgias no bloco operatório. Em todos estes projetos, o uso da IA surge como uma tecnologia fulcral. 

Ainda de notar, a intervenção de Miguel Melo, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que falará da introdução da tecnologia na monitorizaçao contínua e em rede do doente diabético – que permitiria, graças à inteligência artifical, prever hipoglicémias ou complicações desta doença. “Aqui, a falta de implementação da inovação tecnológica faz aumentar os custos que esta doença acarreta, tanto para as pessoas como para os sistemas de saúde”, diz Gouveia.

Também João Eurico Fonseca, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Lisbon School of Medicine em inglês) apresentará o projeto MedTech NEXT, que visa promover a digitalização e a modernização do ensino da medicina. 

“A opção de termos uma grande maioria de oradores médicos”, diz pelo seu lado João Santinha, especialista de inteligência artificial aplicada às imagens médicas do Digital Surgery Lab, “tem também como objetivo fomentar a educação pelos pares. É pelo exemplo que os outros profissionais de saúde, ao verem que há médicos que já falam destas temáticas, já versam nelas e tentam introduzi-las no dia-a-dia da clínica, vão poder perceber que as tecnologias e a IA não são assim tão intangíveis” quanto podem parecer, explica.

“Uma coisa importante de referir”, diz Tiago Marques, neurocientista e especialista em visão artificial (computer vision), que também pertence ao Digital Surgery Lab, é que “nenhuma das aplicações de inteligência artificial que vão ser apresentadas tem como objetivo substituir o trabalho dos médicos. O objetivo é sempre aumentar as capacidades dos médicos, para se tornarem mais eficientes e eficazes no tratamento dos doentes. A inteligência artificial vem facilitar o trabalho dos médicos para melhorar os cuidados de saúde, levando por fim a uma melhoria da qualidade de vida dos doentes.”

"Caleidoscópio" pode ser adquirido na loja online da fundação
Quando a esperança e a arte se entrelaçam nasce o Caleidoscópio, um lenço solidário que, mais do que um acessório de moda, é um...

Com um custo de 35€, cada lenço Caleidoscópio irá reverter para apoiar os projetos Informativos da FROC junto das famílias das crianças com cancro. 

“Este lenço tem uma visão pluridimensional e um olhar que é infinito, no sentido em que estamos a ver um octógono (o 8 representa o infinito) que remete para esta ideia de que cada vez que olhamos para o lenço fazemos associações diferentes. Daí chamar-se caleidoscópio”, explica Filipe Faísca. Trata-se, “de um pequeno quadrado que pode falar muito mais do que um\a coleção inteira”. “A arte, o desenho e o amor são contextos fundamentais para o crescimento de crianças que estão a passar por um processo destrutivo. A arte é muito importante para combater tudo o que seja negativo”, acrescenta.

Depois do sucesso da parceria de 2015 com a FROC, que resultou num padrão a preto e branco, a atual colaboração adquire novas tonalidades. Até porque a cor é um elemento muito emocional. E com a introdução da cor, tudo muda,” acrescenta Filipe Faísca.

Inês Herédia, atriz, junta-se a esta causa pois considera ser fundamental que as famílias tenham acesso a informação que lhes permita viver da melhor maneira possível esta fase da vida. Confessa que cada vez que olha para o Caleidoscópio vê um lenço diferente, “uma história diferente. Primeiro como atriz, e agora como mãe, tive de aprender a olhar para a vida e para as coisas com um olhar novo. E este lenço dá-nos isso. É um pouco esta a história que é preciso continuar a contar a estas crianças, que há sempre uma coisa boa, até num dia que se pode avizinhar menos bom ou mais duro”.

Para além da Inês Herédia, junta-se a esta iniciativa a Marta Oliveira da Silva.

Mariana Mena, diretora-geral da FROC, não consegue esconder o entusiasmo com este projeto. “Quando desafiámos as 12 crianças e adolescentes a participarem quisemos criar um momento lúdico num contexto diferente das rotinas do dia a dia, que lhes permitisse dar largas à imaginação, ajudando-as a potenciar o seu lado artístico e a expressar as suas emoções. O resultado foi um padrão cheio de cor que expressa o caminho que estas famílias partilham. Este lenço é, por isso, muito mais do que um acessório: acaba por ser um símbolo de amor, de força e da alegria contagiante da infância, mesmo quando esta é ensombrada por uma doença como o cancro. A venda do lenço tem como objetivo sensibilizar a sociedade para esta causa ao mesmo tempo nos permite recolher fundos para continuarmos a desenvolver os nossos projetos informativos que apoiam as crianças com cancro e as suas famílias.”

A realização deste projeto contou com o apoio da URIAGE e da Staples.

A compra do lenço, no valor de 35€, pode ser feita através do website da FROC, em https://froc.pt/loja/.

Com recursos multimédia
É oficial: vai nascer uma nova plataforma digital que visa promover a literacia em saúde entre os jovens, com foco inicial no...

“Em Portugal, os dados do INEM mostram que, quando as equipas de emergência chegam, apenas 3,4% das vítimas em paragem cardiorrespiratória sem SVB mostram sinais de vida”, começa por explicar Filipe Serralva, diretor da ANESC.  

“No entanto, quando falamos em paragem cardiorrespiratória com SVB, o número de vítimas que mostram sinais de vida aumenta para 7,4%, o que se traduz numa diferença estatística significativa. Em Portugal, apenas 19% das situações de paragem cardiorrespiratória recebem SBV, um valor muito inferior à média europeia de 58%”, continua.   

Estes números foram um dos pontos de partida para a criação deste novo projeto. O Young2HL quer melhorar a literacia em saúde entre os jovens através de ferramentas digitais e promover o seu uso no processo de ensino-aprendizagem. Para já, o lançamento da plataforma será com o tema Suporte Básico de Vida e vai agregar recursos digitais e educacionais que possam ser utilizados nas aulas.   

"Através da plataforma e da medição do nível de literacia em saúde dos jovens, pretende-se criar e desenvolver recursos pedagógicos que promovam um correto desenvolvimento de competências e uma divulgação junto das entidades de saúde e escolas”, refere a diretora da ETACADEMY, Paula Figueiredo. Garante, também, que já existem escolas portuguesas e gregas interessadas em integrar o projeto.   

Já a formação presencial em SBV, que será ministrada pela equipa médica e de enfermagem da ANESC, visa capacitar os jovens das escolas portuguesa e grega com “competências que permitam a correta execução de manobras de Suporte Básico de Vida em vítima adulta em paragem cardiorrespiratória”, procurando, desta forma, contribuir para promover o aumento do número de vítimas que mostram sinais de vida aquando da chegada das equipas de emergência, acrescenta a coordenadora do projeto, Ana Diogo.    

“Uma plataforma digital sobre literacia em saúde para jovens é importante porque oferece uma maneira acessível e interativa de garantir o acesso, a compreensão e o uso dos recursos de saúde (por exemplo, sobre suporte básico de vida, saúde mental, segurança pessoal) para um público jovem que está cada vez mais conectado digitalmente”, diz a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida.  

A equipa é constituída por Ana Diogo, que coordena o projeto e é responsável pelo desenvolvimento da plataforma, Cristina Vaz de Almeida, responsável pela área de literacia em saúde, Vânia Lima, responsável pela comunicação, Filipe Serralva, responsável pela área da formação em Suporte Básico de Vida, juntamente com os enfermeiros Pedro Luís e Jorge Brandão, e Vassilis Panagiotopoulos, responsável pelas atividades desenvolvidas na Grécia. O projeto conta ainda com a consultoria das investigadoras Célia Belim, Rita Veloso Mendes, Paula Figueiredo e Tânia Gaspar.   

“O principal objetivo do projeto é criar um sistema para a promoção e incentivo à literacia em saúde entre os jovens, prevenindo situações de doenças na idade adulta. O sistema permitirá a criação de ambientes de ensino e aprendizagem ajustados ao perfil dos jovens, alinhando objetivos com ferramentas e metodologias”, conclui a presidente da SPLS.  

 
Do diagnóstico ao tratamento
O sistema urinário é constituído pela uretra (o tubo entre a bexiga e a pele), a bexiga, os ureteres

Embora os sintomas possam depender de qual a parte do trato urinário afetada, os mais frequentes são: 

  • Um forte desejo de urinar. Mesmo depois de usar à casa de banho, essa sensação de "ir" pode não desaparecer
  • Sensação de ardor ou desconforto ao urinar
  • Urinar frequentemente,  e em pequenas quantidades
  • Sangue na urina. O sangue na urina pode ser vermelho, mas também pode ser rosa ou castanho
  • Urina turva ou com cheiro forte
  • Dor pélvica. As mulheres, em particular, podem sentir dor e pressão em torno do osso púbico.

Em alguns casos, pode ocorrer: 

  • Febre
  • Calafrios
  • Dor lombar
  • Náuseas
  • Vómitos

Fatores de risco

De acordo com o especialista em urologia da Mayo Clinic, Mitchell Humphreys, o nosso sistema imunitário é, habitualmente, "é excelente no combate e prevenção de infeções do trato urinário", no entanto, adverte que há situações e determinados indivíduos que podem ser mais propensos a desenvolver este tipo de infeções. 

  • Anatomia feminina -  As mulheres têm um maior risco de desenvolver infeções do trato urinário. Como a uretra da mulher é mais curta do que a do homem, as bactérias podem entrar mais facilmente no sistema urinário. A menopausa também aumenta o risco de infeção urinária nas mulheres.
  • Atividade sexual -  As infeções urinárias não são infeções sexualmente transmissíveis, mas a atividade sexual aumenta o seus risco. As relações sexuais podem provocar a entrada de bactérias na uretra.
  • Alguns métodos contraceptivos - Os diafragmas e os espermicidas, por exemplo, aumentam o risco de infeção.
  • Utilização de cateteres - Os cateteres podem ser utilizados por pessoas hospitalizadas, pessoas com paralisia ou outros problemas neurológicos dificultando a micção. "Um cateter é um corpo estranho e pode servir de via que  permite o acesso das bactérias à bexiga", explica o médico. 
  • Procedimento urinário recente - Uma cirurgia urinária ou um exame com instrumentos médicos podem aumentar o risco de infeção.
  • Outros problemas de saúde - As pessoas que nascem com problemas do trato urinário ou que têm pedras nos rins, problemas da próstata ou um sistema imunitário suprimido são mais vulneráveis às infeções do trato urinário. 

Com um tratamento imediato,  explica o urologista estas infeções raramente causam complicações. "Mas, sem tratamento adequado, as infeções do trato urinário podem ser graves. As complicações podem incluir danos permanentes nos rins ou septicemia, que pode ser potencialmente fatal", alerta.

Tratamento 

As infeções do trato urinário são normalmente tratadas com antibióticos. No entato, há cuidados extra que deve considerar durante o tratamento prescrito pelo médico, como: 

  • Aumentar a ingestão de líquidos
  • Ter cuidados gerais de higiene íntima
  • Corrigir eventuais alterações anatómicas que possam ser responsáveis pelas infeções
  • Não retardar o ato de urinar (essa resistência aumenta o risco de infeção porque permite que a urina permaneça mais tempo no interior da bexiga)

Medidas preventivas

Existem algumas medidas que podem ajudar reduzir o risco das infeções do trato urinário, tais como: 

  • Beber muitos líquidos. Beber água dilui a urina, fazendo com que urine mais frequentemente, eliminando as bactérias;
  • Limpar-se da frente para trás. Depois de urinar ou de evacuar, limpe-se da frente para trás para ajudar a evitar a propagação de bactérias;
  • Urinar imediatamente após as relações sexuais;
  • Evitar produtos potencialmente irritantes. A utilização de desodorizantes em spray ou em pó na zona genital pode irritar a uretra;
  • Mude o seu contracetivo. Considere métodos contraceptivos que não sejam o diafragma ou o espermicida, por exemplo, que podem contribuir para o crescimento de bactérias;
  • Usar roupas íntimas de algodão e vestuário largo para manter a área ao redor da uretra seca.

Não esqueça, esta infeção pode atingir qualquer parte do sistema urinário, sendo classificada ou caracterizada consoante o local de infeção: 

  • quando afeta o rim designa-se de pielonefrite; 
  • quando afeta a bexiga designa-se de cistite; 
  • quando afeta a uretra denomina-se de uretrite.

No homem podem-se, ainda, englobar as infeções associadas à próstata (prostatite) ou aos testículos (orquite e orqui-epididimite).

Referências:

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/urinary-tract-infection/symptoms-causes/syc-20353447

https://www.cuf.pt/saude-a-z/infecao-urinaria

 
Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
60 mil euros para apoiar os projetos de investigadoras portuguesas
Será que as pessoas com apneia do sono envelhecem mais depressa? Como ativar o gene Nrf2, cuja função está diminuída em doentes...

Estas são algumas das questões de partida dos quatro projetos científicos distinguidos este ano pelas Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência, uma iniciativa da L’Oréal Portugal em conjunto com a Comissão Nacional da UNESCO (CNU) e com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O programa, que completa a sua 20ª edição, vai apoiar a investigação de Laetitia Gaspar - Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, Cláudia Deus - Inst. Multidisciplinar de Envelhecimento da Universidade de Coimbra, Sara Silva Pereira - Centro de Investigação Biomédica da Universidade Católica Portuguesa, e Mariana Osswald - Inst. de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto.

As quatro investigadoras, já doutoradas e com idades entre os 31 e os 37 anos, foram selecionadas de entre várias dezenas de candidatas pela relevância dos seus projetos apresentados em 2023. Cada uma é reconhecida com um prémio individual de 15 mil euros. A seleção coube a um júri científico presidido por Alexandre Quintanilha, Professor catedrático jubilado e investigador na área da Física.

Refira-se que o apoio da L´Oréal às mulheres da ciência começou formalmente em 1998, com uma parceria com a UNESCO, que deu origem ao programa L’Oréal-UNESCO For Women em Science, premiando anualmente cinco cientistas consagradas, uma de cada região do mundo. 132 grandes mulheres cientistas foram já premiadas, sete das quais receberam posteriormente um prémio Nobel.

Este programa internacional serviu de inspiração a dezenas de iniciativas locais dirigidas a jovens e mulheres investigadoras, apoiando-as a dar continuidade às suas carreiras científicas e a sensibilizar os decisores - e a sociedade em geral - para uma ciência sem barreiras de género. Foi neste âmbito que nasceram, em 2004, as Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. A iniciativa nacional distingue, anualmente, cientistas jovens e já doutoradas, com idade até 35 anos (mais um ano por cada filho) e com projetos promissores nas áreas das Ciências, Engenharias e Tecnologias para a Saúde ou para o Ambiente.

“É um orgulho olhar para estas jovens que souberam fazer o seu caminho, que se mantiveram firmes em avançar e que, ao longo destas duas décadas, têm sido um modelo e uma inspiração para muitas outras jovens cientistas. Elas são a prova de que o conhecimento e a ciência não têm género!”, refere Gonçalo Nascimento, Country Coordinator da L’Oréal em Portugal, reiterando o empenho da L’Oréal em continuar a promover uma ciência equitativa e a apoiar as mulheres que a fazem avançar, tanto a nível local como também através das iniciativas internacionais que realiza anualmente.

Organização conjunta entre a SPAIC e a Câmara Municipal de Aveiro
Nos dias 29 e 30 de junho, Aveiro vai receber a I Feira Nacional da Alergia. Organizado pela Sociedade Portuguesa de...

Atividades físicas - como uma caminhada e um peddy papper -, espaços de convívio, música, dança, debates interativos, workshops e a aprendizagem de segredos de cozinha saudável (especialmente para alérgicos) são algumas das atividades planeadas para este fim de semana.

“Contamos ainda com a presença de parceiros institucionais, associações de doentes e outros profissionais de saúde para o esclarecimento de dúvidas e distribuição de folhetos, entre outras atividades de consciencialização para as doenças imunoalérgicas” acrescenta Ana Morête.

A cidade escolhida para a realização desta primeira edição da Feira Nacional da Alergia é a Capital Portuguesa da Cultura 2024. O presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves, considera serem importantes este tipo de iniciativas na medida em que “são feitas por quem tem competência técnica e profissional para aumentarmos a qualidade da mobilização e da sensibilização dos cidadãos para os hábitos de vida saudável - e é aí que a Saúde se mistura de uma forma particularmente feliz e útil com a Cultura”.

A I Feira Nacional da Alergia é também uma forma de assinalar a Semana Mundial da Alergia (entre 23 e 29 de junho). Todos os anos a World Allergy Organization elege um tema relacionado com a patologia alérgica que merece especial atenção, tanto por parte dos profissionais de saúde, como por parte das populações, sendo, o deste ano, as alergias alimentares. Este será um tema em destaque no evento, estando programados diferentes momentos como workshops dedicados a alergias alimentares e leitura de rótulos, show cooking e a apresentação de Livro "Alergias: comer sem medos".

No podcast "Como anda a nossa saúde?”
No podcast “Como anda a nossa saúde?”, a médica fez ainda um balanço sobre a cobertura vacinal para a Covid-19 e gripe, assim...

A Diretora-Geral da Saúde, Rita Sá Machado, afirmou, esta quarta-feira, no podcast “Como anda a nossa saúde?”, que “ainda não surgiu a necessidade” de criar um programa nacional da saúde da mulher, à semelhança dos que já existem noutros países. A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) já tinha proposto publicamente, no ano passado, a importância de avançar com este plano. 

“Embora não exista um programa vocacionado para a saúde da mulher, nós temos várias áreas que, se nós as interligássemos formalmente através de um documento, nós tínhamos também um programa nacional para a saúde da mulher”, justifica Rita Sá Machado. “Aquilo que estamos a implementar no terreno parece, por enquanto, ainda estar a funcionar”. 

A médica de saúde pública, que tomou posse como diretora da Direção-Geral da Saúde (DGS) em novembro do ano passado, não descarta, no entanto, a criação de um programa no futuro. “Dentro da Organização Mundial da Saúde, começa-se não só a falar de programas para a saúde da mulher, mas até de programas para a saúde do homem, porque são também importantes e são áreas de relevo para a nossa sociedade”, continua. 

Sobre a inclusão das farmácias comunitárias nas campanhas de vacinação — uma medida que gerou polémica —, a médica refere que “os portugueses gostaram de ter mais um ponto de contacto com o sistema de saúde” e que estas entidades foram um reforço dos pontos de vacinação sazonal. “Esperamos poder contar com as farmácias comunitárias no próximo ano”, conclui. 

Ao podcast da Onya Health, Rita Sá Machado revela ainda que houve uma diminuição no número de vacinados contra a Covid-19 no último inverno face ao ano anterior, que justifica com o conceito de “fadiga pandémica”. No entanto, frisa que a taxa de cobertura vacinal contra a gripe foi ao encontro dos anos anteriores.  

O papel da DGS na vida dos portugueses, os desafios para a saúde advindos da migração na Europa e o envelhecimento da população foram também pontos de discussão durante a conversa. 

“Mentes Tóxicas Destroem Homens Bons” chega este mês às livrarias nacionais
Aumentar a consciencialização sobre a toxicidade mental e fornecer ferramentas práticas para homens – e mulheres – reconhecerem...

Com uma paixão profunda pelo crescimento e bem-estar humano, dedica a sua atividade a ajudar pessoas nas viagens de interioridade, superação e relações amorosas. Sofia Torgal Brás é terapeuta de Desenvolvimento Pessoal e Coach de Relacionamentos e já consultou mais de 2.000 mil homens – e também inúmeras mulheres – orientando-os para ultrapassarem bloqueios emocionais e melhorarem os seus relacionamentos. Estratégias e ferramentas que a especialista partilha, agora, no livro “Mentes Tóxicas Destroem Homens Bons”, uma obra com edição da Idioteque, que foi lançada no dia 4 de junho. 

“Este livro é um manifesto para a mudança”

Sofia Torgal Brás revela que a missão do livro é alertar para um fenómeno muitas vezes negligenciado: o impacto das mentes tóxicas na saúde mental. “Este livro é mais do que uma análise, é um manifesto para a mudança. Pretende aumentar a consciencialização sobre a toxicidade mental e fornecer ferramentas práticas para que os leitores possam prosperar emocionalmente e viver vidas mais autênticas, saudáveis e significativas.”

Embora o livro se centre na experiência masculina, a autora considera que a toxicidade mental não conhece género. Por este motivo, a especialista em Desenvolvimento Pessoal e Coach de Relacionamentos salienta: “As mulheres também podem beneficiar da compreensão das dinâmicas das mentes tóxicas, seja para identificar comportamentos prejudiciais em si mesmas ou nos homens das suas vidas, seja para apoiarem os homens na sua jornada de cura e crescimento. Além disso, o livro também aborda a influência das mulheres na reconstrução de homens destruídos pela toxicidade, com destaque o papel crucial que as mulheres desempenham na criação de relacionamentos genuínos e saudáveis.”

Revelados dados de estudo realizado pela Boehringer Ingelheim Portugal
Considerada pela Agência Europeia do Ambiente o maior risco ambiental para a saúde humana, a poluição atmosférica foi...

“A intenção da União Europeia, através de uma diretiva que já foi aprovada e que deverá ser formalizada em breve, é que, até 2030, nos aproximemos das recomendações da OMS”, alerta Francisco Ferreira, presidente da ZERO, a quem coube a apresentação do estudo num evento que reuniu especialistas de diferentes áreas, e que realça a necessidade de mais medidas que garantam a qualidade do ar e proteção da saúde pública.

É um facto que a poluição atmosférica é responsável pelo agravamento de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, cancro do pulmão e doenças respiratórias agudas e crónicas, que originam mais de 6.000 mortes prematuras por ano em Portugal. E grupos populacionais como os  idosos, pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas, grávidas e crianças são especialmente vulneráveis a este tipo de poluição, sendo, ao mesmo tempo, dos grupos que mais frequentam hospitais e outras unidades de saúde, o que torna, para estes, a exposição de curta duração à poluição atmosférica particularmente perigosa.

Anabela Santiago, Técnica Superior da Divisão de Saúde Ambiental e Ocupacional da Direção-Geral da Saúde, também presente neste encontro, considera que há todo um trabalho a fazer ao nível “do planeamento urbano, através da escolha dos locais mais indicados para a localização das novas unidades de cuidados de saúde e da arquitetura das mesmas e da conjugação da vertente saúde humana e ambiental”. E há ainda muito a fazer ao nível da transmissão de informação, que permita uma melhor preparação das populações. “A DGS é informada atempadamente no que diz respeito à presença de agentes naturais [como as poeiras oriundas do Norte de África], para que possa ser dada informação ao público. Era importante juntarmos esforços para termos informação sobre outros poluentes, para que se pudessem fazer alertas atempadamente.”

Entre outubro de 2023 e abril de 2024, o estudo agora divulgado monitorizou a qualidade do ar ambiente para aferir os níveis de concentração de poluentes atmosféricos e verificar a sua conformidade com a legislação nacional e europeia, assim como com os níveis recomendados pela OMS, para os quais a legislação portuguesa e europeia evoluirá gradualmente a partir de 2030.

Foram medidos níveis de partículas inaláveis e finas, nomeadamente ao nível do tamanho: quanto menor for a sua dimensão, maior a probabilidade de penetrarem no aparelho respiratório e maiores os efeitos negativos que podem causar. Aqui, mediram-se algumas das mais nocivas para a saúde humana, ou seja, as PM10 e PM2.5, assim como os níveis de dióxido de azoto (NO2) em cinco unidades de saúde, Hospital IPO Porto, Unidade de Saúde Familiar Norton de Matos, Hospital CUF Descobertas, Hospital Pulido Valente e Unidade de Saúde Familiar Almirante. E, de um modo geral, verificou-se ultrapassagens dos valores diários recomendados pela OMS.

Dados que confirmam a urgência de medidas para melhorar a qualidade do ar. “E não vamos conseguir reduzir as elevadas concentrações de partículas e de dióxido de azoto, se não reduzirmos o tráfego automóvel”, reforça Francisco Ferreira. Para isso, “é importante fomentar o uso do transporte público e a transição para os veículos 100% elétricos”. Mas também promover uma ventilação adequada, criar orientações e procedimentos específicos para pessoas com condições respiratórias crónicas, promover a acalmia de tráfego nas áreas envolventes às unidades de saúde e definir programas de transporte solidário, medidas que, sozinhas ou em conjunto, podem contribuir significativamente para a redução da poluição do ar à volta das unidades de saúde, protegendo a saúde dos utentes.

Francisco Ferreira realça ainda a importância da partilha de informação. “Que as unidades de saúde possam ser também centros de informação sobre a qualidade do ar.”

Vanessa Jacinto, Head of Market Access & Public Affairs da Boehringer Ingelheim, alerta para o facto de as instituições de saúde, “ainda que sejam espaços, por definição, que visam melhorar o bem-estar da população, acabam por se tornar locais de risco quando se trata da poluição do ar, já que neles se realizam diferentes atividades e por eles passam muitas pessoas, cujos estados de saúde são também mais frágeis”. É, por isso, que “todos, de forma individual e coletiva, devemos contribuir de forma positiva para o ambiente e, consequentemente, para a saúde de todos”, defende.

A importância da Podologia
A Podologia é a ciência da área da saúde que estuda, previne, diagnostica e trata todas as patologia

A importância desta especialidade revela-se pelo facto de o pé ser o suporte do nosso corpo, ser um membro com 26 ossos, altamente vascularizado e enervado, pelo que pequenas alterações nos pés podem acarretar graves repercussões no organismo.

Mais importante que tratar, está prevenir o aparecimento de doenças do pé, principalmente em pessoas de risco como diabéticos, insuficientes arteriais e venosos, idosos, atletas, crianças. O aparecimento de lesões ou qualquer alteração verificada neste membro não se deve deixar evoluir, sendo que para isso deverá recorrer a profissionais de saúde especializados, os Podologistas/Podiatras.

Deverá consultar o seu Podologista/Podiatra sempre que tem, por exemplo:

  • Dores nos pés
  • Úlceras/Feridas
  • Pé cavo ou Plano (Chato)
  • Dermatomicose (pé de atleta)
  • Dedos em Garra
  • Esporão de Calcâneo
  • Verrugas
  • Onicocriptose (unha encravada)
  • Onicomicose
  • Queratopatias (calosidade)
  • HAV (Joanetes)
  • Alterações da marcha
  • Hiperidrose (excesso de transpiração)
  • Bromidrose (mau cheiro)
  • Assimetrias/Dismetrias de membros (ex:perna mais curta que a outra)
  • Neuroma de Morton

Assim a Podologia como as mais diversas especialidades da medicina teve de se especializar no sentido de conseguir suprir as mais diversas necessidades terapêuticas dos pés, deste modo podemos encontrar profissionais especializados em diversas áreas tais como, Podiatria Geriátrica (tratamento do idoso), Podiatria Desportiva (tratamento do atleta), Podiatria Pediátrica (tratamento da criança), Podiatria Clínica (tratamento de pacientes de risco). O termo Podiatra advém do grau de especialização de cada profissional, sendo este termo aplicado ao Podologista especializado em determinada área.

Todas as áreas assumem elevada importância, no entanto uma que se tem vindo a destacar nos últimos anos, é a Podiatria Clínica, ou a Podologia que trata pacientes de risco tais como os diabéticos. 

A diabetes é um flagelo dos nossos tempos, atingindo cerca de 371 milhões de pessoas em todo munda, 8,3% da população mundial, sendo que em Portugal afeta 12,7% da população, no entanto somente 7,2% destes sabem ser portadores desta patologia. O Diabético define-se como a pessoa que tem valores elevados de açúcar no sangue. Este pode ser do tipo I ou do tipo II, sendo o do tipo I aquele que tem ausência total ou quase total da produção da hormona insulina, que tem como função a redução da taxa de glicose (açúcar) no sangue. Estes doentes são por norma jovens, pois este tipo de Diabetes manifesta-se desde cedo. 

O diabético tipo II é aquele que numa 1ª fase continua a produzir insulina, no entanto como possui muito açúcar no sangue para metabolizar, o seu organismo começa a ficar “cansado” e portanto diminui a produção desta hormona. Estes doentes estão associados normalmente a obesidade, revelando uma vida de maus hábitos alimentares e sedentarismo.

As complicações desta doença são muitas, sendo as principais a Retinopatia (olho), Nefropatia (rim), doenças cardiovasculares e o Pé Diabético.

Sendo todas as complicações de elevada preocupação, focalizemo-nos agora no Pé Diabético. Sendo o pé uma estrutura periférica do nosso organismo está muito sujeito às consequências graves da diabetes, como a neuropatia e a doença arterial periférica, ou seja o deixar de “sentir” o pé e a dificuldade em chegar sangue ao mesmo. Estes fatores são mais evidentes naqueles diabéticos com mais tempo da doença, com mau controlo dos seus valores e que continuadamente assume maus hábitos de vida. 

Desta forma muitas vezes aquilo que começa por ser uma simples ferida no pé, uma calosidade, uma infeção na unha ou outro problema aparentemente simples poderá gerar um grande problema. Desta forma é importante que para além de controlar os valores da glicose no sangue, mude hábitos de vida e vigie os seus pés cuidadosamente, acompanhado sempre de perto por especialistas das diferentes áreas da saúde.

Outra das ferramentas de diagnóstico e terapêutica mais específica da Podologia é a Podoposturologia, esta área foca o estudo do caminhar de cada indivíduo, sendo que cada um adquire uma característica pessoal, individualizada, consequência de vários fatores intrínsecos e extrínsecos a cada um de nós. Desta forma cada individuo deverá ser avaliado e estudado, na sua estrutura e forma de andar, de uma forma personalizada. 

Não podendo entender as patologias e suas consequências de uma forma transversal a todos os seres humanos, pois problemas estruturais e biomecânicos semelhantes, nem sempre apresentam a mesma consequência ou compensação, variando de pessoa para pessoa, havendo assim um carácter pessoal em cada problema. 

Devemos portanto atentar às alterações que cada um de nós tem no caminhar e tentar perceber se isso está a provocar algum problema, devendo sempre pensar que na prevenção está o melhor tratamento, para isso deveremos procurar um especialista que nos possa ajudar (Podologista/Podiatra), fazendo uma avaliação cuidada da nossa forma de andar, ou das nossas estruturas corporais, que diretamente estão ligadas à nossa marcha, tendo uma importância especial o nosso pé. Isto evitará que o nosso corpo adquira compensações em relação a um determinado problema, como por exemplo uma heterometria (membro mais comprido do que outro), que com um tratamento simples evitará problemas mais sérios a médio prazo.

Desta forma, o Podologista/Podiatra assume um papel fundamental na sociedade ao garantir o bem-estar da saúde dos seus pés e da sua qualidade de vida, ao fazer um correto diagnóstico, tratamento e orientação na resolução das mais diversas patologias do Pé. 

Dr. Jorge Fonseca -  Sócio Gerente Clinica Vispé. Parceiro e Sócio da www.girohc.pt/
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Candidaturas até 20 de junho
A Bayer acaba de abrir as candidaturas para a 10.ª edição do seu programa de estágios 2024/2025 que conta com seis vagas para...

Os estágios iniciam-se em setembro de 2024, têm uma duração de 12 meses, em regime híbrido, com o trabalho presencial a decorrer nos escritórios da Bayer, no WTC.

Marco Dietrich, Managing Director & Country Division Head na Bayer Portugal, salienta que “é uma honra receber estes jovens e continuar a apoiar o desenvolvimento do seu talento. Foi com este objetivo que a Bayer criou o #takeoff@Bayer há já 10 anos: apoiar crescimento dos jovens recém graduados, proporcionando-lhes a melhor transição do ensino superior para o mundo empresarial. O início do percurso profissional é um passo importante e, na Bayer, estamos comprometidos em contribuir para integrá-los da melhor forma num contexto de trabalho e de interação com vários departamentos.”

As candidaturas estão a decorrer até dia 20 de junho e há vagas disponíveis para as áreas de Marketing, Vendas e Market Access & Public Affairs.

As candidaturas podem ser realizadas em https://www.randstad.pt/empregos-em-destaque/bayer/.

Com a missão de aumentar a literacia em saúde do doente com HBP
A Recordati, acaba de lançar uma nova plataforma digital dedicada à saúde do homem, que tem como objetivo aumentar a literacia...

Este guia de informação útil promete oferecer uma navegação simples ao utilizador, ajudando-o a esclarecer dúvidas/questões/preocupações que possam existir acerca desta doença: a distinguir a HBP do cancro da próstata, uma vez que a HBP como o próprio nome indica é uma das doenças benignas mais comuns nos homens, mas que pode afetar a sua qualidade de vida; e ainda ajudar a desmistificar um dos principais receios do diagnostico da doença, o toque rectal.

Estão prometidos artigos mensais sobre variados temas que pretendem explicar de forma simples sobre a saúde do homem, conselhos úteis, perguntas frequentes, um glossário e toda a informação que esteja relacionada com esta condição médica, como os sintomas, possíveis causas, formas de diagnóstico e possibilidades de tratamento.

O lançamento desta nova plataforma digital de saúde “Área HBP Recordati” é o mais recente projeto de responsabilidade social da Recordati e vai estar inserida num microsite na página de internet da empresa farmacêutica. De acordo com Rui Rijo Ferreira, diretor de Marketing da Recordati “O objetivo para o desenvolvimento desta nova plataforma online dedicada às doenças benignas mais comuns nos homens foi a de tentar dar acesso a um conjunto de informações credíveis sobre a Hiperplasia Benigna da Próstata, que como o próprio nome indica é uma doença benigna, mas que pode afetar a qualidade de vida dos homens”.

Hiperplasia Benigna da Próstata

A HBP caracteriza-se por um aumento do número de células da próstata, que por sua vez causa um aumento do volume deste órgão, sendo uma das doenças mais frequentes nos homens. Está intimamente relacionada com o envelhecimento e, embora poucas vezes ponha em risco a vida, interfere grandemente com a sua qualidade. O crescimento ocorre ao longo dos anos devido à estimulação da proliferação destas células por ação da testosterona, a “hormona masculina”. O acréscimo no número de células causa o aumento do volume e tamanho da próstata, com a consequente compressão da uretra e queixas urinárias. Contudo, é preciso ter presente que neste caso a dilatação da próstata não é causada por cancro. A HBP desenvolve-se, principalmente, numa área designada por zona de transição, situada em torno da uretra. Os tumores malignos da próstata, pelo contrário, costumam surgir na zona periférica (cerca de 70% dos tumores surgem nesta região).

“Estamos certos de que esta nova plataforma será uma mais-valia para dotar os homens de informações relevantes sobre a doença e que os vai ajudar a esclarecer algumas das dúvidas mais comuns e a desmistificar alguns receios que ainda possam existir em relação aos meios de diagnostico, como é o caso do toque retal” conclui o diretor de Marketing da Recordati.

28 e 29 de junho
O 4.º Congresso Nacional de Hospitalização Domiciliária vai realizar-se nos dias 28 e 29 de junho no Centro Cultural Vila Flor,...

Atualmente em Portugal os internamentos em Hospitalização Domiciliária, com 37 unidades do SNS e duas privadas em funcionamento, correspondem a um hospital de média dimensão. Esta é uma modalidade de internamento que tem registado um crescimento considerável permitindo reservar os hospitais para os casos mais graves.

"Este Congresso vai acontecer na sequência dos anteriores com temas pertinentes e relacionados com o trabalho diário", afirmou Francisca Delerue. "Tentamos sempre trazer alguma inovação, que este ano é a possibilidade de realização de transfusões de sangue no domicílio, com toda a segurança e apoio das UHDs."

Os principais objetivos do encontro são claros: "Os principais objetivos, como todos os anos, é a partilha de conhecimentos, pois só assim podemos evoluir, com associação da ciência ao trabalho diário destas equipas", explicou, acrescentando que "um dos resultados relevantes é a admissão crescente de doentes diretamente no domicílio, sem passarem pelos hospitais".

Quanto aos temas em destaque, Francisca Delerue destacou a importância de abordar "novos modelos de gestão, enquadramento das UHDs nas ULS, perfil do doente com insuficiência cardíaca em HD, inovações com transfusões de sangue em HD e as equipas de acessos vasculares avançados, o papel dos cuidadores em HD, e os doentes paliativos em HD cada vez mais em crescendo".

No final do encontro, os participantes devem sair enriquecidos com o objetivo de "melhorarem a sua atividade diária, uniformizando procedimentos para que os doentes possam ter acesso em qualquer parte de Portugal a este tipo de internamento com qualidade e segurança", sublinhou.

Por fim, ao abordar os grandes desafios desta área, a presidente da reunião ressaltou a importância de "uniformizar, mas sempre aceitando a diferenciação", além de garantir "melhoria contínua na qualidade dos cuidados prestados" e "evoluir para certificação de todas as UHDs, o que vai dar mais qualidade e segurança."

O 4.º Congresso Nacional de Hospitalização Domiciliária promete ser um marco na contínua busca pela excelência nos cuidados de saúde em Portugal.

Recolha e reciclagem deste material está atualmente proibida em Portugal
No Dia Mundial do Ambiente, o Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA) associa-se à Entrajuda e a um conjunto de...

O projeto, denominado Second Chance, enquadra-se no conceito de Economia Circular e partiu de uma iniciativa do vice-presidente do CPSA, João Queiroz e Melo. O plástico recuperado neste projeto já foi utilizado para fabricar pastas para reuniões científicas, fitas identificadoras para congressos, um protótipo de anorak para viajantes e durante a Jornada Mundial da Juventude 2023, em Lisboa, foi usado para produzir mais de 1000 toalhas que cobriram as mesas da comunhão. A preparação/confeção das toalhas e dos panos foi feita por voluntários envolvendo instituições sociais parceiras da associação Entrajuda. Outras formas de reutilização deste material são a produção de mantas, resguardos, sacos, camisolas, almofadas, ponchos e outros objetos.

A entusiástica colaboração destes hospitais permitiu que o projeto Second Chance recolhesse duas toneladas deste plástico ao longo dos primeiros seis meses, que está a ser transformado em pellets (bolinhas de plástico de menos de 5 mm de diâmetro usadas na produção de produtos de plástico). O CPSA estima que o conjunto dos hospitais públicos e privados em Portugal seja responsável por lançar ao lixo mais de 100 toneladas deste plástico, anualmente, com consequências ao nível do aumento do desperdício, da poluição e dos custos inerentes à recolha e eliminação deste material, que é geralmente descontaminado por autoclavagem e vai para aterro.

O setor da saúde é responsável, em Portugal, por cerca de 4,8% das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e por uma considerável quantidade de resíduos. Seria necessário plantar mais de 168 milhões de árvores para retirar este dióxido de carbono da atmosfera.

O CPSA defende que a redução desta pegada ecológica exige uma estratégia nacional, a elaboração e implementação de normas de sustentabilidade ambiental a todos os níveis, a promoção da telemedicina e cuidados de proximidade, como forma de reduzir os trajetos das pessoas. E ainda a inclusão de critérios de emissões líquidas de GEE nulas nas compras, contratações e adjudicações públicas, a existência de um Serviço de Sustentabilidade Ambiental em cada hospital, a certificação de “Green Hospitals”, a medição e publicação anual da pegada carbónica de todas as organizações de saúde públicas e privadas e a definição de metas claras para o sistema de saúde que visem zero emissões em 2035 em tudo o que dependa diretamente do sistema de saúde e em 2040 para o que dependa indiretamente.

"Um dos obstáculos à redução desta pegada ecológica é a existência de legislação antiga e não concordante com as diretivas atuais da União Europeia, como é a legislação portuguesa relativa aos resíduos hospitalares. A proibição da reutilização de dispositivos médicos de uso único certificados e o destino dos corto-perfurantes, como agulhas, que são lançadas pelos doentes diretamente no lixo comum, são também entraves", revela-se em comunicado. 

E acrescenta-se: "a lei dos resíduos hospitalares é também um obstáculo para que as fábricas portuguesas produtoras de plástico consigam atingir a meta de 30% de plástico reciclado até 2030, para cumprirem diretivas europeias. O sector da saúde é responsável por cerca de 5% das compras de plástico a nível nacional".

Reduzir a utilização de plástico, reusar e reciclar devem ser uma prioridade, uma vez que os microplásticos têm também um efeito nocivo na saúde humana e já são detetados em 75% dos peixes que comemos, esclarecem as duas entidades. 

Por isso, "o Conselho Português para a Saúde e Ambiente apela aos decisores políticos para que levem a cabo uma urgente revisão desta lei de resíduos hospitalares e de outras leis que são um obstáculo à sustentabilidade ambiental do sector da saúde".

Sessão decorre online
A Ordem dos Médicos vai promover, amanhã, dia 5 de junho, entre as 19h00 e as 20h00, uma sessão online de debate sobre o Plano...

O debate conta com a presença do Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, do coordenador do Plano, Eurico Castro Alves, do presidente do Colégio de Oncologia Médica, Carlos Sottomayor, e do presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto. A moderação está a cargo da médica Sofia Couto da Rocha.

Numa das fases mais críticas dos 45 anos do SNS, o sector da saúde luta, há décadas, por maior equidade no acesso a cuidados de saúde de qualidade da população, em particular das mais vulneráveis, pela dignificação da profissão e do trabalho médico, e pela renovação da Carreira Médica.

Será o Plano de Emergência e Transformação da Saúde o plano necessário salvar o SNS e finalmente dar resposta às listas de espera para consultas e cirurgias, à falta de capacidade de atração e fixação de médicos especialistas, aos mais de 1,5 milhões de utentes sem médicos de família e um sistema demasiado centralizado nas urgências e nos hospitais?

A sessão pode ser acompanhada em https://www.youtube.com/@ordemdosmedicos1938.

Páginas