Equipa diferenciada permite o acesso dos doentes a tecnologia mais avançada
O Serviço de Cardiologia da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria realizou recentemente os primeiros dois implantes de...

Hélia Martins, diretora do Serviço de Cardiologia da ULSRL destaca a existência de uma uma equipa de pacing "diferenciada em todas as técnicas praticadas na atualidade". Segundo a especialista "os doentes da ULSRL têm agora acesso à tecnologia mais avançada nesta área, sem terem de se deslocar ou de aguardar em listas de espera de outros hospitais".

De acordo com a diretora do Serviço de Cardiologia, "esta é uma técnica que se utiliza em doentes que não têm veias capazes de fazer um implante tradicional ou em que exista necessidade de preservar essas veias, por exemplo, doentes em diálise, ou então em doentes com elevado risco de infeção. Estes novos sistemas são isentos de infeções". 

O pacemaker é um dispositivo que monitoriza a frequência cardíaca e envia pequenos impulsos elétricos indolores para o ventrículo direito para iniciar cada batimento cardíaco, apenas quando necessário, estando indicado para o tratamento de bradicardia (pulsação lenta) ou de insuficiência cardíaca, com melhoria da sintomatologia e do prognóstico.

"O sistema de pacemaker, ligeiramente maior que uma cápsula, fica totalmente introduzido dentro do coração, incluindo a bateria e o gerador de energia, ao contrário do dispositivo convencional, em que parte do sistema fica subcutânea", explica a médica cardiologista da ULSRL. "A introdução do dispositivo é feita por via venosa, geralmente da região inguinal, o doente fica sem cicatrizes e tem uma recuperação muito mais rápida", acrescenta.

Reforçando o seu compromisso com a ciência e as famílias
A Crioestaminal acaba de lançar uma nova identidade visual, em linha com o maior grupo europeu de células estaminais, o Grupo...

Há 21 anos no mercado nacional, a empresa pioneira e líder em Portugal na criopreservação de células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical pretende que esta nova imagem reflita a componente científica inerente à sua atividade, bem como as vantagens que a união ao Grupo FamiCord representam para as famílias portuguesas, como, por exemplo, o acesso a uma rede internacional de bancos de tecidos e células com competências na área da criopreservação e da produção de medicamentos para terapias celulares e o maior acesso a oportunidades de tratamento com células estaminais criopreservadas.

O Grupo FamiCord possui 16 laboratórios em diversos países Europeus e mais recentemente também no Dubai, tendo já contribuído para mais de 6.000 tratamentos com células estaminais de várias fontes, dos quais 226 células do sangue do cordão umbilical e 16 com produtos de terapia celular disponibilizados pelo laboratório da Crioestaminal.

A nova imagem da Crioestaminal combina a cor laranja com a azul, refletindo assim a união ao Grupo FamiCord. A cor laranja, que está na origem da marca em Portugal, simboliza o amor das famílias, sempre presente nas decisões que tomam para o futuro dos seus bebés, o azul representa a evolução da ciência e o trabalho diário dos investigadores da Crioestaminal em prol do desenvolvimento de novas terapias celulares.

“Com a introdução da cor azul à identidade visual da Crioestaminal, pretendemos respeitar 21 anos de história, de investimento em Investigação & Desenvolvimento e de um legado para a ciência na área das células estaminais, além do compromisso com as famílias já representado na imagem anterior pela cor laranja. Paralelamente, o logotipo a que carinhosamente chamamos de “barrigudo” e que representa a grávida, é agora substituído por um logotipo mais alinhado com a atividade não só de banco de tecidos e células, mas também de produção de medicamentos a partir das células criopreservadas.”, sublinha Mónica Brito, CEO da Crioestaminal.

Ciência e inovação em análise
Nos dias 25 e 26 de outubro, a cidade de Vila Nova de Gaia será palco da 18.ª Reunião do Núcleo de Estudos de Diabetes Mellitus...

Mónica Reis, coordenadora do Núcleo, destaca a diversidade do programa científico deste ano, que abrangerá temas como infeciologia, cancro, obesidade, alimentação, atividade física, envelhecimento saudável, além dos diferentes tipos de diabetes e novas tecnologias. “Os objetivos da Reunião são não só o enriquecimento científico de todos os participantes, mas também proporcionar um local de encontro entre pares, onde possamos, de forma aberta, partilhar dúvidas, dificuldades e, naturalmente, soluções”, explica a médica.

“É nosso objetivo, enquanto comissão organizadora, ter um programa abrangente, interessante e enriquecedor, pelo que houve preocupação em incluir temas inovadores que, por vezes, não são tão debatidos e que vão ao encontro de alguns anseios de quem trata e gere a pessoa com diabetes”, acrescenta o presidente da iniciativa.

A expectativa é de uma ampla participação de colegas, não só internistas, mas também de outras especialidades interessadas na área da diabetes. “No final da Reunião, esperamos que todos saiam mais ricos do ponto de vista científico e que tenham tido a possibilidade de estreitar relações interpessoais, de forma a melhorarmos a gestão da pessoa com diabetes”, sublinha Mónica Reis.

A coordenadora do Núcleo deixa um apelo à participação ativa na reunião, em todas as sessões e no curso pré-congresso sobre novas tecnologias. Particularmente dirigido aos internos de formação específica, Mónica Reis incentiva a submissão de trabalhos e a participação no Prémio Jorge Caldeira (Merck SA) e nas Bolsas NEDM/Lilly e Helena Saldanha (Boehringer Ingelheim), com projetos de investigação. “No site do NEDM e da 18.ª Reunião Anual poderão encontrar os respetivos regulamentos. Contamos convosco”, conclui.

Já Pedro Caiano Gil não deixa de sublinhar também a relevância de assumir a liderança da organização da iniciativa. “Ser presidente da 18.ª Reunião Anual do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, para além de uma grande responsabilidade pela importância deste encontro na área da Diabetologia em Portugal, é, acima de tudo, uma honra. Não só pelo facto de estar a representar uma comissão organizadora empenhada em proporcionar uma reunião proveitosa e de elevada qualidade científica, mas também pelo convite que foi endereçado ao grupo de Diabetes do Serviço de Medicina Interna da ULS de Gaia e Espinho pelo secretariado do núcleo para a sua organização”.

A reunião promete ser um marco importante para a comunidade médica dedicada ao estudo e tratamento da diabetes, proporcionando uma plataforma para a troca de conhecimentos e a inovação na área. “Como presidente da reunião, a minha expectativa é que o curso pré-congresso seja eminentemente prático e útil para quem estiver inscrito, e que, no final dos dois dias de reunião, possamos olhar para trás e verificar que ‘crescemos’ mais um pouco em termos médico-científicos. E sem esquecer a componente social, fica desde já feito o convite para comparecer em Vila Nova de Gaia, nos dias 25 e 26 de outubro, pois vai valer a pena!”, finaliza o presidente. 

Inscrições em https://www.spmi.pt/18a-reuniao-do-nucleo-de-estudos-de-diabetes-mellitus/

Sindicado dos Enfermeiros - SE contesta discriminação grave por parte do hospital
Mais de 50 enfermeiras da Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal, antigo Hospital Garcia de Orta, EPE, arriscam ficar sem...

De acordo com as informações transmitidas ao Sindicato dos Enfermeiros – SE, “as enfermeiras, que serão já mais de meia centena, estão a ser notificadas da decisão da administração da Unidade Local de Saúde”. A justificação para a ausência de Avaliação de Desempenho deve-se ao facto de, algures no período entre 2014 e 2022 – tempo cuja progressão por esta via foi desbloqueada com a publicação do Decreto-lei n.º 80-B/2022 –, estas mulheres terem ficado grávidas e, naturalmente, “terem gozado a devida licença de maternidade”.

“Num país com uma taxa de natalidade tão baixa, em que os enfermeiros, no geral, já são tão prejudicados na sua progressão na carreira, é chocante que se recuse a avaliação de uma mulher apenas porque foi mãe”, frisa Pedro Costa.

Ao que o Sindicato dos Enfermeiros – SE apurou, o principal problema reside no facto de “os Recursos Humanos da ULS Almada-Seixal não estão a aplicar a prerrogativa legal que concede às enfermeiras, ao abrigo da Lei da Parentalidade, o arrastamento da nota obtida no biénio anterior por força da aplicação do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP)”.

De acordo com as informações que o SE conseguiu recolher, “esta unidade hospitalar pretendia obrigar as enfermeiras que gozaram da licença de maternidade a sujeitarem-se à avaliação por ponderação curricular”. A verdade é que, explica Pedro Costa, “a grelha para esta avaliação é muito exigente e obriga a uma dinâmica curricular impossível de obter por enfermeiras que, nesta fase têm como principal prioridade viver uma maternidade plena”. Algo que, lamenta, “não está a ser permitido pela ULS de Almada-Seixal”.

O Sindicato dos Enfermeiros – SE já reportou a situação à Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (ACSS) e exige uma urgente intervenção do Ministério da Saúde. “São direitos basilares, protegidos pela Constituição da República e que, lamentavelmente, estão a ser grosseiramente violados”, frisa.

Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação assinala-se a 20 de julho
No âmbito do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, que se assinala a 20 de julho, o Prof. Jorge Malheiro, vice...

Além de ter sido o primeiro órgão a ser transplantado, o transplante de rim é aquele que se realiza com maior frequência em Portugal - em 2023, foram realizados 547 transplantes renais, dos quais 71 foram de dador vivo. Relativamente aos benefícios deste transplante renal de dador vivo, o médico nefrologista destaca ter algumas vantagens como “a possibilidade de ser preparado com mais tempo, permitindo, entre outros aspetos, uma avaliação detalhada de um ou mais dadores, determinar qual o dador mais compatível com o recetor, iniciar a terapêutica imunossupressora antes do transplante e dando a possibilidade de transplante preemptivo (sem necessidade de diálise prévia). Adicionalmente, o transplante de dador vivo associa-se a uma maior sobrevivência do enxerto, permitindo ao recetor viver mais tempo livre de diálise”.

Na quase totalidade dos casos dos doentes renais há a possibilidade de realizar hemodiálise ou diálise peritoneal em alternativa ao transplante. Como explica Jorge Malheiro, “apenas em situações excecionais, nomeadamente doentes sem disponibilidade de membrana peritoneal e falência de acessos vasculares, podemos afirmar que o transplante se torna a única solução de tratamento. Quando tal cenário se antecipa, é possível inscrever o candidato com máxima priorização na lista de espera, por forma a otimizar o seu acesso ao transplante”.

Quanto à elegibilidade dos doentes renais para transplante, “a generalidade dos doentes em doença renal crónica estadio 5 são candidatos. A sua elegibilidade é determinada através de uma avaliação clínica efetuada nas consultas de pré-transplante renal onde aspetos clínicos, imunológicos e éticos são considerados. Dada a escassez de órgãos disponíveis para doação e o risco associado ao transplante renal (a salientar, o maior risco cirúrgico do ato e o de infeções associadas ao estado de imunossupressão inerente à transplantação), consideram-se inelegíveis doentes com idade superior a 70-75 anos (este intervalo etário reflete os diferentes estados de comorbilidade e fragilidade observados caso a caso)”, refere o vice-presidente da SPN.

Em termos de políticas de saúde que poderiam favorecer o aumento da doação de órgãos, a Sociedade Portuguesa de Nefrologia salienta, relativamente ao transplante de dador falecido, a importância de incentivar e alargar as equipas de promoção de colheita na generalidade dos hospitais portugueses; acelerar a criação e expansão dos programas de doação em paragem cardiocirculatória e de informar a população sobre as vantagens da dádiva de órgãos (realidade também necessária no caso do transplante renal de dador vivo).

 
 
Recomendações
As férias são frequentemente sinónimo de calor, refeições fora de casa e mais tempo livre para a fam

Assim, deixamos-lhe algumas sugestões que poderá experimentar de forma a manter uma alimentação saudável e equilibrada:

  • Faça uma refeição ligeira antes de sair de casa para controlar melhor a fome quando chegar aos convívios, que por vezes começam a uma hora mais tardia e a sensação de fome pode ser maior.
  • Nas refeições em família ou com amigos onde sabe que terá várias iguarias para experimentar, opte por se servir num prato de sobremesa. É uma forma de reduzir a quantidade de alimentos que coloca no prato e assim evitar os excessos!
  • Em substituição de batatas fritas de pacote ricas em sal, experimente preparar num tabuleiro, batatas e cenouras cortadas em palitos e levá-las ao forno até ficarem moles, temperadas com azeite e ervas aromáticas secas.
  • Em alternativa aos frutos secos salgados e fritos, opte pelas versões ao natural e sem sal adicionado. Pensando no teor de potássio, 6 nozes equivalem a comer 1 maçã pequena. Pode também consumir um pires de tremoços. De forma a reduzir o teor de sal dos mesmos, experimente passá-los por água corrente e demolhá-los durante alguns minutos.
  • Para os dias longos fora de casa, como nas idas à praia, planeie a sua alimentação antes de sair de casa. Leve snacks saudáveis de casa como espetadas de fruta, ovo cozido, wraps com legumes, frango, camarão ou de atum, saladas frias que incluam massa, quinoa, bulgur ou arroz, para além de carne, peixe, ovo ou uma leguminosa, ou até panquecas caseiras.
  • Em alternativa aos gelados de leite/nata, ricos em fósforo, opte pelos gelados de gelo ou sorvete, controlando sempre a quantidade de líquidos que vai bebendo ao longo do dia, de forma a evitar o seu excesso no caso de fazer hemodiálise. Experimente fazer os gelados em casa, triturando a sua fruta preferida e juntando umas gotas de limão antes do colocar nas formas apropriadas!
  • Lembre-se que a água fresca não tira a sede e as bebidas açucaradas vão provocar-lhe ainda mais sede. Assim, escolha antes água à temperatura ambiente e se gostar, pode adicionar umas gotas de limão para aromatizar a água. A água caseira aromatizada é uma forma de evitar os refrigerantes e sumos embalados, habitualmente ricos em potássio e/ou fósforo.
  • Se tiver de adquirir alimentos processados, consulte a lista de ingredientes no rótulo e evite os alimentos que contenham aditivos com as seguintes palavras: “potássio, potássico, fósforo, fosfórico, fosfato”.
  • De forma a manter um adequado controlo da sensação de sede e da ingestão de líquidos, evite expor-se demasiado ao calor.

Uma boa alimentação é uma parte importante do seu tratamento. Aproveite as férias mantendo a sua Saúde. Em caso de dúvidas não hesite em contatar o seu nutricionista.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha que sensibiliza para a importância da saúde mental
A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) junta-se agora à campanha ‘Viva! Para lá da Depressão’, uma...

“Para a SPPSM, a saúde mental é uma prioridade e acreditamos que a informação é uma  ferramenta essencial no combate à depressão. Ao juntarmos esforços, ampliamos a disseminação de informação de qualidade e credível junto de mais pessoas, incentivando a procura de ajuda quando é necessário”, afirma João Bessa, Presidente da SPPSM.

“O apoio da SPPSM vem validar a nossa missão pela promoção da saúde e bem-estar mental. Este é um dos grandes pilares de atuação da Angelini Pharma, e por isso, estamos muito entusiasmados com as possibilidades que esta colaboração oferece e confiantes de que esta união pode fazer diferença na vida dos portugueses”, acrescenta Olga Insua, Diretora Geral da Angelini Pharma Portugal.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se que 3,8% da população sofra de depressão, 5% em adultos até aos 60 anos  e 5,7% em adultos com mais de 60 anos. [i] Para combater este paradigma, a campanha ‘Viva! Para lá da Depressão’ disponibilizou um website onde estão disponíveis diversos conteúdos de livre acesso, desde artigos, podcasts e  vídeos sobre diferentes temas relacionados com a depressão e bem-estar mental e ainda vários testemunhos de superação.

Os conteúdos da iniciativa primam pelo rigor científico, tendo sido criados com o contributo de diversos especialistas de renome em várias áreas, desde psicologia, psiquiatria, cuidados de saúde primários, até nutrição e exercício físico.

A SPPSM é uma instituição focada na representatividade dos Psiquiatras portugueses e na construção de uma Sociedade Científica aberta e disponível para a discussão e reflexão sobre os mais diversos aspetos científicos, clínicos e terapêuticos em Saúde Mental.

 
Dia 20 de julho em dois horários
Dia 20 de julho, o Forum Algarve, em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, realiza rastreios gratuitos de cancro oral...

A decorrer em dois horários – das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 19h30 – os exames de diagnóstico serão realizados por um dentista e um dermatologista. A ação de rastreio pretende também dar a conhecer os fatores de risco e despistar eventuais sinais de alarme.

A inscrição para o rastreio deverá ser feita através do email [email protected] ou através do contacto 910 449 978. Ainda assim, mesmo não inscritos, os interessados poderão ser observados, atendendo ao período estabelecido para o diagnóstico, desde que tenham até 50 anos e apresentem fatores de risco (historial familiar, mais de 50 sinais, pele e olhos claros, profissão com elevada exposição solar, por exemplo).

Mais informações disponíveis em https://www.ligacontracancro.pt/rastreio-pele.

 
Pitch Competition #BIOMEET24
No âmbito do próximo BIOMEET, o Encontro Anual do Setor da Biotecnologia em Portugal, a Associação Portuguesa de Bioindústria ...

O concurso Pitch Competition #BIOMEET24 apresenta-se como uma oportunidade para a apresentação de tecnologias inovadoras à comunidade biotecnológica nacional e a investidores, contribuindo para catalisar negócios neste setor.

O prazo para apresentação de candidaturas à Pitch Competition #BIOMEET24 termina a 17 de julho de 2024, às 23h59 (UTC+1), após o qual serão selecionados até 8 projetos para realizar o Pitch no BIOMEET 2024. Além do prémio monetário no valor de 1.000€ (mil Euros), a equipa vencedora receberá também a oferta da 1ª anuidade de quota da P-BIO, referente ao ano de 2025, e o acesso gratuito à rede de mentores da P-BIO – BioMentors Club.

O BIOMEET 2024, promovido pela P-BIO com o apoio do Oeiras Valley – Município de Oeiras, vai decorrer de 30 de setembro a 1 de outubro, no Centro de Congressos do Taguspark, em Oeiras.

Pode consultar toda a informação aqui: https://p-bio.org/biomeet/biomeet2024/

Saúde Auditiva
Com o bom tempo a fazer-se sentir e as temperaturas a aumentar, as idas à praia e à piscina tornam-s

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que, em 2050, mais de 700 milhões de pessoas – ou seja, uma em cada dez - terão uma perda auditiva incapacitante.  Se está de férias, ou ainda vai, deixamos-lhe dez cuidados para proteger a saúde dos seus ouvidos de infeções, como otites externas, e aproveitar o verão ao máximo:

  1. Após o banho, os mergulhos no mar ou idas à piscina é essencial secar a parte externa dos ouvidos com uma toalha, evitando a reprodução de fungos e bactérias causadas pela acumulação de água parada no canal auditivo.
  2. Não utilizar cotonetes para limpar o canal auditivo, uma vez que eliminam a camada protetora de cera e podem prejudicar o funcionamento natural do ouvido.
  3. Utilizar protetores de ouvidos, também conhecidos como tampões, de forma a prevenir a entrada da água.
  4. Se entrar água dentro dos ouvidos, é preciso agir imediatamente para que ela não fique parada no local e cause uma infeção. Para remover a água nos ouvidos deve inclinar lateralmente a cabeça e sacudir gentilmente, permitindo que o líquido possa escorrer.
  5. Quando colocar protetor solar na cara e no pescoço, ter em atenção para não introduzir este produto no canal auditivo.
  6. Caso seja utilizador de aparelhos auditivos, é fundamental evitar molhar os mesmos e usar um desumidificador para retirar a humidade e suor acumulados. Se os aparelhos auditivos entrarem em contacto com a água, é recomendável desligá-los. Em seguida, retirar a bateria, secar os dispositivos e utilizar um desumidificador para eliminar o excesso de água. Após estes passos, verificar se estão a funcionar corretamente.
  7. Mergulhar com responsabilidade para evitar causar danos irreversíveis devido ao repentino aumento de pressão nos seus ouvidos. Se sentir água no canal auditivo, deve deitar-se de lado durante algum tempo.
  8. Evitar virar-se de lado para quebrar as ondas do mar, pois o impacto destas pode originar uma perfuração da membrana do tímpano.
  9. Evitar a exposição e os mergulhos em águas paradas ou com aspeto sujo. Estes locais são mais propícios à concentração de bactérias e aumentam o risco de infeções nos ouvidos, por isso, nadar nestes ambientes não é aconselhável.
  10. Ter cuidado com a exposição prolongada ao som alto de música em festas e festivais de verão, utilizando protetores auditivos adequados. Se frequentar estes eventos, é recomendado procurar posicionar-se longe das colunas e descansar os ouvidos do ruído por 10 minutos a cada hora.

Carina Pereira, audiologista na Widex – Especialistas em Audição, afirma: “O verão significa mais diversão ao ar livre, as pessoas passam mais tempo na praia e na piscina e, consequentemente, mais tempo dentro de água. A proteção auditiva não tira férias, por isso, para que possa aproveitar o seu verão sem surpresas tenha em atenção estes conselhos.”

A prevenção é o primeiro passo para proteger a sua audição. Contudo, se sentir dor, sensação de ouvido tapado, zumbidos, perda auditiva repentina, vermelhidão ou comichão nos ouvidos, consulte de imediato um médico especialista.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Equipa DiabPT defronta equipas da Eslováquia, Polónia, Bulgária e Croácia entre os dias 17 e 20 de julho
A equipa de futsal portuguesa DiabPT, composta por pessoas com diabetes de vários pontos do país, volta a ir a jogo durante o...

“É um orgulho imenso estar a representar Portugal numa competição destas e é um motivo de satisfação para nós termos uma forma de promover a educação sobre a diabetes junto da população, neste caso, portuguesa. Queremos assim mostrar que a diabetes não é uma barreira. Este ano, conseguimos trazer o Campeonato até Portugal, com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, o que nos deixa ainda mais felizes!”, afirma João Nabais, manager e guarda-redes da equipa.

Segundo os dados mais recentes, em Portugal, cerca de 1,1 milhões de portugueses entre os 20 e os 79 anos têm diabetes, o que representa 14,1% da população neste grupo etário. Calcula-se ainda que mais de 40% dos portugueses entre as mesmas idades vivem com diabetes ou pré-diabetes, sendo crucial agir de forma mais precoce, recorrendo a atitudes preventivas.

A inatividade física é um fator de risco responsável por cerca de 5 milhões de mortes anuais em todo o mundo, contribuindo para o aparecimento das principais doenças crónicas não transmissíveis, como é o caso da diabetes. E está ainda comprovado que a atividade física tem impactos positivos diretos na saúde, como a melhoria do controlo da glicose no sangue.

“A atividade física é um dos pilares da gestão da diabetes, mas também promotora da própria prevenção da diabetes tipo 2. Por isso mesmo, é essencial. No entanto, continuam ainda a haver algumas questões de discriminação ligadas à prática desportiva e o que queremos é precisamente mostrar que ter diabetes, quando bem gerida, não é uma limitação para a prática desportiva.”, remata João Nabais.

O projeto DiabPT United foi criado em 2012 pelo Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA), com o apoio da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP). O objetivo deste passa por fomentar a partilha de experiências entre pessoas com diabetes, desfazer mitos associados a esta doença e inspirar pessoas com diabetes a fazer desporto.

Englobada neste projeto está a formação de uma equipa de futsal, totalmente composta por pessoas com diabetes, para representar Portugal no Campeonato Europeu de Futsal para Pessoas com Diabetes (DiaEuro). O evento anual, criado também em 2012 e que este ano se realiza pela primeira vez em Portugal, destina-se exclusivamente a jogadores com diabetes.

Barómetro de Edifícios Saudáveis 2024
O mais recente Barómetro VELUX Healthy Buildings 2024 realizado pelo Buildings Performance Institute Europe (BPIE) revela...

Em Portugal, 26,4% da população vive com humidade em casa e mais de 30% dos portugueses não consegue manter as suas casas suficientemente frescas no verão . Olhando para um panorama económico geral, na UE, por um lado, as pessoas têm dificuldades financeiras para gerir as faturas de energia, as rendas e as hipotecas - 30% dos agregados familiares com baixos rendimentos e 10% da população gastam mais de 40% do seu rendimento em custos relacionados com a habitação. Por outro, é também um enorme custo para a economia da UE suportar estes edifícios que estão a custar um valor estimado de 194 mil milhões de euros por ano em custos de cuidados de saúde e perda de produtividade. 

Benefícios dos edifícios saudáveis

Para além das poupanças financeiras imediatas, os edifícios saudáveis oferecem benefícios a longo prazo, como a redução de impacto climático, possibilidade de criação de empregos e poupança em bens sociais equivalentes.

Os dados deste estudo montram por exemplo que,  a renovação de um edifício público pode implicar 11,5% de retorno do investimento e ainda uma redução de 30% do impacto climático.

Apenas o setor dos cuidados de saúde poderia economizar mais de 45 mil milhões de euros por ano (cerca de 10% dos custos anuais dos cuidados de saúde na UE), através da implementação de medidas eficientes em todos os hospitais. 

Por outro lado mostra que locais de trabalho mais saudáveis podem gerar um valor acrescentado bruto de 40 mil milhões de euros por ano para a economia europeia, por cada melhoria de 1% no desempenho dos trabalhadores.

E que, através de programas de renovação bem concebidos, seria possível criar de 200.000 a 500.000 empregos anuais na UE.

Se fossem efetuadas reparações gerais no parque habitacional ineficiente da UE, revela ainda, "o custo seria recuperado em apenas dois anos e poderia poupar 194 mil milhões de euros em bens sociais equivalentes, incluindo uma redução de dias de doença ou visitas frequentes ao hospital". 

E a renovação dos edifícios residenciais na UE, de acordo com as normas de eficiência energética poderia poupar 44% da energia final para o aquecimento de espaços.

Investimento em renovações

O Barómetro defende o aumento do investimento na renovação de edifícios. Estes investimentos são cruciais não só para realizar poupanças de energia, mas também para melhorar a saúde e o bem-estar geral dos ocupantes. Os investimentos em renovação devem colmatar um défice de 1,4 mil milhões de euros entre as taxas de renovação efetiva e as necessárias para alcançar a neutralidade climática. E é também crucial que os decisores políticos, os líderes da indústria e as partes interessadas priorizem as iniciativas da construção de edifícios saudáveis. Ao priorizar a melhoria das normas de construção, a UE pode obter benefícios significativos para a saúde, a economia e o ambiente.

 
 
Opinião | Dr. Fernando Macário, Nefrologista
Várias décadas de evolução na hemodiálise proporcionaram uma mudança radical no acesso ao tratamento

Portugal destaca-se no tratamento dos doentes renais crónicos, com acesso universal à diálise, elevada qualidade clínica e boas taxas de transplantação renal. Mas será que o copo está meio cheio ou meio vazio? Apesar de toda esta evolução, para a maioria dos doentes, ainda significa duas agulhas ou um cateter, quatro horas de tratamento três vezes por semana, muita medicação, longa espera por um transplante e regimes de tratamento pouco flexíveis. Terá que ser assim?

A hemodiálise noturna pode melhorar a qualidade de vida dos doentes, proporcionando mais liberdade e flexibilidade durante o dia. Como o tratamento é realizado à noite, os doentes têm o dia livre para se dedicarem a atividades profissionais, sociais, familiares e de lazer, o que contribui para uma melhor integração social e maior sensação de normalidade. A qualidade do sono também tende a melhorar com a diálise noturna, uma vez que a remoção gradual de toxinas durante a noite resulta em menos fadiga e mais energia durante o dia.

Uma das maiores vantagens da hemodiálise noturna é a possibilidade de retorno à vida profissional. A realização do tratamento durante a noite permite que os doentes mantenham uma rotina de trabalho normal durante o dia, reduzindo a necessidade de ausências frequentes para sessões de diálise diurnas.

A melhoria na capacidade física e na função cognitiva, observada na hemodiálise longa noturna, também contribui para um melhor desempenho no ambiente de trabalho. Doentes relatam uma maior capacidade de concentração e produtividade, o que é essencial para manter a eficiência no trabalho.

Apesar dos muitos benefícios, a hemodiálise noturna também apresenta desafios. A necessidade de espaço adequado e confortável para o tratamento, a supervisão constante e o treino adequado para lidar com possíveis complicações são fatores que devem ser considerados. Os custos adicionais têm de ser equacionados. Estratégias de digitalização e de monitorização contínua remota podem ajudar a diminuir custos e proporcionar maior conforto ao doente, diminuindo as interações físicas durante as sessões de diálise.

Em resumo, a hemodiálise noturna oferece um potencial significativo para melhorar a reabilitação social e a possibilidade de retorno à vida profissional para doentes com DRC. A combinação de maior flexibilidade de horário, melhor qualidade de vida e desempenho físico e mental pode ajudar os doentes a retomarem suas atividades diárias e profissionais de maneira mais eficaz e satisfatória.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Revela estudo da FCTUC
Um estudo liderado pelo Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de...

Esta investigação, desenvolvida no âmbito do projeto “RECoD-Towards Realistic Epileptic Seizure Prediction: dealing with long-term concept drifts and data-labeling uncertainty”, está publicada na revista “Scientific Reports”.

O TL é uma técnica de ML em que um modelo pré-treinado numa tarefa é ajustado para uma nova tarefa relacionada. Treinar um novo modelo de ML é um processo demorado e intenso que requer uma grande quantidade de dados, elevado custo computacional e várias iterações antes de estar pronto para produção. Em vez disso, usa-se o TL para treinar novamente os modelos existentes em tarefas relacionadas e com novos dados.

«Este artigo apresenta uma abordagem de TL para desenvolver modelos personalizados de previsão de crises epiléticas (desenvolvidos para cada paciente) com base em Deep Neural Networks (DNNs). Este modelo foi desenvolvido com base em 40 pacientes da base de dados EPILEPSIAE. Consequentemente, o modelo foi usado para otimizar preditores para novos doentes», começa por explicar César Teixeira, docente do DEI e investigador do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC).

Os resultados, prossegue o autor do artigo e líder do projeto, «mostraram que o desenvolvimento por TL permite obter cerca de quatro vezes menos falsos alarmes, mantendo a mesma capacidade de prever crises do que quando os modelos são treinados do zero. Assim, foi possível concluir que as limitações induzidas pelo baixo número de crises podem ser superadas através da utilização destas técnicas», acredita.

De acordo com o docente da FCTUC, o projeto RECoD, para além do modelo de TL desenvolvido, contribuiu também para o desenvolvimento de abordagens não-supervisionadas para a deteção do estado pré-crise e para a interpretação e explicação de preditores de crises epiléticas.

O consórcio deste projeto envolveu a FCTUC, a Universitätsklinikum Freiburg (UKFR) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O artigo científico “Addressing data limitations in seizure prediction through transfer learning” está disponível para consulta aqui.

Ação destinada a alunos do pré-escolar e primeiro ciclo
A Sanofi e a Direção-Geral da Educação (DGE) assinam protocolo de colaboração com o objetivo de promover sessões de literacia...

O propósito é criar iniciativas que desenvolvam competências de saúde e bem-estar entre alunos, no âmbito do Projeto Literacia em Saúde da Sanofi direcionado para a Dermatite Atópica e Doenças Raras, visando criar um ambiente escolar mais saudável, inclusivo e informado acerca da dermatite atópica, onde os alunos possam aprender sobre saúde. Esta é uma doença que requer cuidado diário e que afeta o quotidiano das crianças.

Com o apoio da ADERMAP – Associação Dermatite Atópica Portugal - a Sanofi lançou uma coleção de livros da Diana que contam a história de uma criança que vive com Dermatite Atópica. Procura-se procura mostrar pelo que passam algumas crianças que sofrem com Dermatite Atópica e que fazem parte destes projetos. O protocolo inclui também sensibilização para as doenças raras através de livros infantis que contam a história de crianças afetadas pelas doenças de Pompe, Gaucher, Fabry e MPS e que, apesar de raras, devem ser conhecidas e consideradas. A Sanofi associa-se à Direção-Geral da Educação para sensibilizar as crianças para a importância de cuidar da sua saúde e para em conjunto com os professores serem promotores e agentes de saúde pública. Para a Sanofi, é fundamental ter o apoio de uma entidade como a DGE para fomentar o conhecimento sobre as doenças inflamatórias tipo 2 e sobre as doenças raras junto das comunidades escolares, contribuindo assim para a literacia em saúde dos mais jovens, dada a sua incidência nas crianças.”, refere Francisco Rocha Gonçalves, Head of Market Access, Public Affairs and Trade da Sanofi Portugal. “Estamos muito entusiasmados com esta parceria e acreditamos que terá um impacto muito positivo e reforçará o compromisso da Sanofi na promoção da saúde no nosso país,” conclui.

Para a DGE, o mote desta iniciativa tem a mesma base. “Só desenvolvendo, princípios, competências, valores será possível sensibilizar os mais jovens para este tipo de doenças, ainda muito pouco faladas. A colaboração de especialistas das áreas, que promovam ações formativas e lúdicas, como é o caso dos Livros de Educação para a Saúde, sobre a Dermatite Atópica e Doenças Raras, que se inserem no Programa de Literacia em Saúde da Sanofi Portugal pode fazer toda a diferença”.

A Sanofi acredita que investir na promoção da literacia em saúde nas escolas deve ser um processo contínuo, com o objetivo de desenvolver competências em crianças e jovens, permitindo-lhes enfrentar-se positivamente e fazer escolhas individuais conscientes e responsáveis.

Esta colaboração é o início de um caminho importante para a promoção contínua da reflexão e a prática da cidadania entre os jovens, sendo a escola um dos principais meios de transmissão de conhecimento e comportamentos cívicos.

 
Na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC)
Um dispositivo inovador que se apresenta como resposta tecnológica para pessoas com necessidade de administração regular de...

O projeto classificado em primeiro lugar – idealizado pelas enfermeiras recém-licenciadas Ana Gil Pinto e Inga Donici, com a tutoria do professor da ESEnfC, José Hermínio Gomes – tem como propósitos «empoderar e tornar as pessoas mais independentes» relativamente à toma de medicamentos, «diminuindo» assim «o fluxo de utentes nos centros de saúde» e «dando mais oportunidades de acesso aos cuidados», referem as autoras desta ideia de negócio.

As finalistas de Enfermagem da ESEnfC, Ana Gil Pinto e Inga Donici, vão, agora, à final do Concurso Nacional Poliempreende (no início de setembro, na Universidade da Madeira), onde defrontarão os principais projetos de vocação empresarial de cada uma das instituições que participam nesta iniciativa, que visa promover a cultura empreendedora no seio dos estabelecimentos de ensino superior politécnico e fomentar a criação de empresas baseadas no conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento regional.

Seis projetos de ideias e planos de negócios foram apresentados na fase regional do Poliempreende realizada na ESEnfC, três dos quais (aqueles que obtiveram melhor avaliação) vão receber prémios monetários para apoio ao nível da respetiva implementação empresarial.

Esta fase final do concurso envolveu a participação de cerca de 20 estudantes do ensino superior e de seis docentes da ESEnfC, ligados ao Gabinete de Empreendedorismo da instituição e à unidade curricular de Inovação e Empreendedorismo em Saúde (disciplina do 4º ano da licenciatura).

Os projetos foram apreciados por um júri constituído por Conceição Alegre de Sá (vice-presidente da ESEnfC), Elisabete Santos (enfermeira adjunta da enfermeira diretora da Unidade Local de Saúde de Coimbra), Gabriela Fernandes (pró-reitora da Universidade de Coimbra para a Área da Inovação e Empreendedorismo), João Moreira (enfermeiro diretor do Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil) e Nuno Barbosa (diretor-geral da Vygon Portugal).

 
Implantado dispositivo feito de colagénio
O Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do São João realizou um tratamento inovador em Portugal para tratar o linfedema...

O linfedema é uma condição em que o fluído linfático se acumula nos tecidos moles da pele, causando inchaço. Isso acontece quando há um desequilíbrio entre a quantidade de fluído produzida e a capacidade do sistema linfático em o transportar. Pode ser congénito (isto é, presente desde o nascimento) ou ser adquirido (após cancro, radioterapia, traumatismos ou infeções). A utente já havia experimentado outros tratamentos previamente, tais como um plano de drenagem postural e o uso de manga elástica, mas ainda assim sofria de uma grave limitação motora e de múltiplos episódios de infeção/celulite anuais.

Neste procedimento, foi usado um dispositivo feito de colagénio, uma proteína natural do corpo, implantado sob a pele através de uma técnica minimamente invasiva. Este dispositivo, que surge como uma solução terapêutica inovadora no tratamento do linfedema, foi conectado aos gânglios linfáticos acima da clavícula do mesmo lado do braço afetado. Não só irá ajudar a drenar o fluído acumulado, mas também irá promover a regeneração natural do sistema linfático. Com o tempo, o dispositivo irá ajudar a criar novos vasos linfáticos saudáveis.

Este dispositivo pode ser usado sozinho ou em conjunto com outros tratamentos cirúrgicos, como a transferência de gânglios linfáticos, ligações entre vasos linfáticos e veias, ou lipoaspiração, por forma a melhorar os resultados e a reduzir o inchaço do braço afetado.

Em 2017, foi realizada no Hospital Universitário de São João a primeira transferência de gânglios microvascularizada do pescoço para a mão. Desde então, seguiram-se outros procedimentos cirúrgicos inovadores tais como a reconstrução mamária em simultâneo com transferência de retalho de tecido ganglionar, transferência de gânglios do estômago e ligações entre vasos linfáticos e veias.

 
12 mil euros para o CSD Lab do BioISI da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Uma equipa de investigadores do Laboratório de Estrutura e Dinâmica Celular (CSD Lab) do Instituto de Biossistemas e Ciências...

Trata-se de distúrbios neurológicos raros que afetam o equilíbrio, a coordenação e a fala e estima-se que, a nível mundial, em cada 100.000 habitantes, 26 sofra de uma das variantes desta doença. Em Portugal, dados mostram que 13 em cada 100.000 pessoas sofre de uma ataxia hereditária. “Apesar de ser pouco frequentes, têm consequências dramáticas, porque muitas delas afetam bebés e o diagnóstico é difícil. Há famílias que passam décadas sem um diagnóstico certo, dificultando a sua inclusão num grupo e a sua capacidade de reação ante a doença”, explica Federico Herrera, investigador de BioISI/CIÊNCIAS.

O financiamento de 12 mil euros, agora atribuído à equipa de Federico Herrera, vai permitir avançar no desenvolvimento de dois projetos que estudam duas doenças raras, que afetam bebés: Ataxia Espástica Autossómica Recessiva de Charlevoix-Saguenay (ARSACS) e Ataxia Espástica 8 (SPAX8).

Para o primeiro estudo - “Rumo a um modelo farmacológico de Ataxia Espástica Autossómica Recessiva de Charlevoix-Saguenay (ARSACS)”, a equipa de investigação da Faculdade de Ciências propõe estabelecer um modelo farmacológico para compreender e testar terapias para ARSACS que se destaca por ser mais económico e de fácil utilização. 

Nesta doença rara, observa-se a perda da função da proteína sacsina, que, por sua vez, tem um importante papel na organização de estruturas celulares denominadas de filamentos intermédios, responsáveis ​​pela construção do “esqueleto” das células (citoesqueleto)  e que possibilitam a comunicação entre as células nervosas e as células musculares, levando a um correto movimento corporal. Este modelo estaria baseado na utilização de uma toxina natural - Withaferin A – que interfere com a formação dos filamentos intermédios, causando os mesmos efeitos que a inativação da proteína sacsina verificada no desenvolvimento desta ataxia.

A segunda parte do financiamento visa suportar o trabalho já em desenvolvimento no âmbito do projeto “Restoring NKX6-2 function by protein complementation: a proof-of-concept”, que pretende obter uma prova de conceito. Partindo do princípio de que a Ataxia Espástica 8 (SPAX8) é causada por mutações que levam a produzir versões truncadas (incompletas) da proteína NKX6-2, relevante durante o desenvolvimento do bebé, os investigadores esperam conseguir encontrar o menor fragmento que é simultaneamente não funcional per se e que se torna funcional quando se junta ao fragmento da proteína produzido pelo paciente.

Esta descoberta permitirá modificar a doença com terapias que não provoquem alterações permanentes no genoma dos pacientes e acelerar o avanço das terapias no pipeline de desenvolvimento de medicamentos.

De acordo com Federico Herrera, o impacto do conhecimento produzido com este financiamento será bastante relevante: “Estes fundos permitir-nos-ão lançar uma nova luz sobre duas doenças raras com pouco interesse para a indústria farmacêutica, mas que constituem dois elevados desafios científicos e biotecnológicos”.

Os dois projetos serão desenvolvidos a partir de setembro de 2024 e vão prolongar-se até setembro de 2025, no contexto de duas teses de doutoramento nestas áreas temáticas.  A médio prazo ainda não estão estabelecidas parcerias, mas a equipa de investigadores mantém-se em contacto com a Associação Portuguesa de Ataxias Hereditárias (APAHE) e com a ARSACS Foundation, que acompanham o desenvolvimento dos projetos. Para dia 25 de setembro, data que assinala o Dia Internacional da Ataxia, está prevista a realização de um evento que irá juntar uma vasta comunidade de clínicos, investigadores, pacientes e associações interessados em ataxias e outras doenças motoras raras.

 
Saúde Infantil
O primeiro ano de vida de um bebé é marcado por um crescimento e desenvolvimento determinante para a

A microbiota intestinal tem um papel crucial na atividade de vários sistemas do corpo humano, nomeadamente do sistema imunitário e do sistema nervoso central, sendo atualmente tema de estudo na comunidade científica. Esta ação torna-se mais importante em determinadas janelas temporais críticas do desenvolvimento, nomeadamente na preconceção, gravidez, vida peri-natal (que decorre entre a 28ª semana de gravidez e o sétimo dia de vida do bebé) e vida pós-natal. Estes períodos são sensíveis e, se perdidas as oportunidades de desenvolvimento da microbiota, as alterações no crescimento e nas funções sistémicas do corpo podem ser irreversíveis.

Há inúmeros fatores que são capazes de modular a composição da microbiota intestinal, nomeadamente: genética do bebé, saúde mental, nutrição, tipo de parto, alimentação, exposição a antibióticos, entre outros. A evidência científica tem demonstrado uma forte ligação entre uma nutrição com qualidade desde os primeiros anos de vida, e a diminuição do risco de desenvolver doenças crónicas a longo prazo.

Desenvolvimento da microbiota

No nascimento, o intestino do bebé é um ambiente quase estéril. Este ambiente desenvolve-se durante o primeiro ano de vida, formando-se uma microbiota simples e altamente variável. É apenas por volta dos três anos de vida que se atinge uma microbiota densa, complexa e estável.

Assim sendo, a composição e a função da microbiota infantil sofrem diversas mudanças em resposta a vários fatores internos e externos. Ao longo da vida, a homeostase da microbiota é afetada inúmeras vezes, devido ao uso de antibióticos, a estados de inflamação, processos de envelhecimento, stress psicológico, nutrição, estilo de vida e outros fatores ambientais, como o tabagismo e a poluição.

Influência da microbiota na saúde

Vários estudos demonstraram que perturbações na composição da microbiota infantil estão relacionadas com o risco de desenvolver determinadas doenças, nomeadamente:

  • Asma;
  • Alergias alimentares;
  • Doenças inflamatórias intestinais (Colite Ulcerosa e Doença de Crohn);
  • Diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2;
  • Transtorno do espetro do autismo;
  • Défices comportamentais;
  • Ansiedade; 
  • Depressão.

Interação entre a alimentação e a microbiota

A alimentação e a nutrição são fatores-chave para a composição e a função da microbiota intestinal. A alimentação do bebé inicia-se logo após o nascimento e pode ser através de aleitamento materno ou fórmulas infantis.

O aleitamento materno é considerado o padrão de ouro para a nutrição infantil, uma vez que: 

  • Fornece macro e micronutrientes essenciais para o desenvolvimento do recém-nascido;
  • Contém entre 100 e 10 000 bactérias viáveis por mililitro que afetam diretamente o estabelecimento da microbiota;
  • Melhora o desenvolvimento neurológico e estimula o sistema imunitário;
  • Contém compostos prebióticos, os oligossacáridos do leite materno ou também chamados de HMOs, que influenciam a maturação das células intestinais, favorecem o crescimento de bactérias benéficas e influenciam o sistema imunitário;
  • Contém anticorpos e outras moléculas com propriedades antimicrobianas;
  • Está associado à diminuição do risco de obesidade infantil e diabetes mellitus tipo 2.

Por sua vez, as fórmulas infantis são regulamentadas e produzidas de maneira a se assemelharem o máximo possível ao leite materno. Na produção destas fórmulas, há determinados aspetos que requerem maior atenção, nomeadamente a composição nutricional, componentes bioativos, sabor, textura e a suplementação prebiótica.

Os HMOs podem ter mais de 200 estruturas distintas de indivíduo para indivíduo. No entanto, a indústria não tem a capacidade de reproduzir todas estas estruturas. Assim, as fórmulas infantis podem ser suplementadas com outros compostos prebióticos com estruturas mais simples e parcialmente substituir os HMOs do leite materno e os seus benefícios.

A suplementação prebiótica tem sido cada vez mais considerada e surgiu de modo a aproximar ainda mais este modo de alimentação ao aleitamento materno. Quando comparada a microbiota de lactentes com fórmulas infantis sem suplementação e lactentes com fórmulas infantis com suplementação, conclui-se que estes últimos têm uma microbiota muito mais parecida aos lactentes com aleitamento materno.

Quando o bebé inicia a diversificação alimentar, a sua microbiota sofre alterações de acordo com os alimentos introduzidos entre os 4 e os 12 meses de idade, sendo que as mudanças mais significativas ocorrem entre os 4 e os 9 meses de idade.

A introdução precoce de alimentos que são considerados potenciais alergénicos, como por exemplo os ovos e os amendoins, tem-se mostrado benéfica na prevenção de alergias e intolerâncias alimentares.

A microbiota infantil progride em composição e função durante o primeiro ano de vida, de acordo com inúmeros fatores intrínsecos e externos, nomeadamente a alimentação. Compreender a ligação entre a tríade nutrição pós-natal, neuro desenvolvimento e microbiota intestinal é essencial para desvendar os mecanismos de doenças que se acredita estarem enraizadas no início da vida.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório de Envelhecimento sobre população portuguesa
O reforço das respostas sociais para combate à pobreza entre idosos e a concretização de iniciativas que promovam o...

O relatório, que analisa o impacto que o envelhecimento populacional tem (e terá) sobre as despesas em saúde e o acesso da população idosa a cuidados de saúde, avalia seis vertentes: Impacto do envelhecimento na despesa em saúde; Proteção financeira na velhice; Acesso dos idosos a cuidados de saúde; Envelhecimento ativo; Reforma e acesso a cuidados de saúde e A pandemia da solidão.

Na vertente do Impacto do envelhecimento na despesa em saúde, verifica-se que esta dependerá da evolução do perfil de morbilidade e do aumento da esperança média de vida. A meta é alcançar um cenário de compressão da morbilidade, onde vidas mais longas e saudáveis reduzem a necessidade de cuidados de saúde intensivos nos últimos anos de vida. Controlar a morbilidade na população idosa pode indiretamente controlar as despesas em saúde, ao limitar a procura por cuidados de longa duração e atenuar a pressão sobre os salários dos profissionais de saúde. Este controle é crucial num contexto onde os recursos para cuidados formais de longa duração são escassos e a oferta de cuidadores informais tende a diminuir. Além disso, um envelhecimento saudável reduz a necessidade de medicamentos inovadores, cujos preços mais elevados pressionam mais os sistemas de saúde.

No âmbito da Proteção financeira na velhice, verifica-se que sendo Portugal um dos países da OCDE onde as despesas diretas em saúde representam uma maior percentagem da despesa total dos agregados familiares, os idosos (especialmente mulheres, pessoas que vivem sozinhas e aqueles com menores rendimentos e escolaridade) enfrentam uma grande desproteção financeira, destinando uma grande parte do seu rendimento a despesas de saúde. Esta situação agrava a pobreza e o risco de pobreza entre os idosos, sendo por isso necessário reforçar a proteção financeira para despesas de saúde entre os idosos, ampliando apoios aos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos, para corrigir a regressividade atual das despesas diretas em saúde.

No que se refere ao Acesso dos idosos a cuidados de saúde, as análises demonstram que as barreiras de acesso a cuidados de saúde entre idosos não são determinadas pela idade, mas por características socioeconómicas, como nível de educação e rendimento. Apesar de não enfrentarem maiores barreiras de acesso a urgências ou consultas, os idosos, especialmente os de estratos socioeconómicos mais baixos, têm uma maior desproteção financeira, alocando uma grande parte do seu rendimento a despesas de saúde, principalmente medicamentos. Em 2023 14,2% dos idosos relataram não adquirir todos os medicamentos que necessitavam revelando a necessidade de, para mitigar as necessidades de saúde não satisfeitas dos idosos, implementar medidas de apoio à aquisição de medicamentos mais abrangentes contribuindo desta forma para a redução da pobreza desta faixa etária.

No âmbito do Envelhecimento ativo verifica-se que, embora Portugal venha a investir em políticas para melhorar a qualidade de vida dos idosos (incentivando sua participação no mercado de trabalho e implementando estratégias para reduzir a pobreza e melhorar a sua saúde e bem-estar) comparações internacionais mostram que ainda são necessárias melhorias significativas. Não considerando o fator emprego (participação das pessoas com 60 e mais anos no mercado de trabalho) – indicador que em Portugal mais contribui para o menor Índice de Envelhecimento Ativo (IEA) – verifica-se que os indivíduos com 60 e mais anos apresentam um bom desempenho em termos de participação na sociedade, independência, saúde e segurança.  ‘Portugal deve-se focar não apenas em promover o envelhecimento ativo e saudável das pessoas mais velhas, mas também implementar, entre adultos mais jovens (40-59 anos), estratégias indutoras de melhores níveis de saúde, segurança e participação na sociedade através de atividades não remuneradas’, concluem os investigadores.

Analisando o parâmetro Reforma e acesso a cuidados de saúde, verifica-se que a saída do mercado de trabalho pelos indivíduos que transitam para a reforma, não afeta nem a sua saúde nem a utilização de cuidados de saúde.

Por último, o relatório revela que A pandemia da solidão impacta de forma negativa e muito significativa o estado de saúde auto-reportado, quer em períodos de crise de saúde pública (como aconteceu durante a pandemia da COVID-19) quer em períodos ‘normais’. A solidão é um fenómeno que silenciosa, mas sustentadamente, tem vindo a ganhar relevância nos países desenvolvidos e o seu impacto na saúde e nos custos que lhe estão associados requer que os sistemas de saúde priorizem estratégias de combate ao flagelo que é a solidão.

‘Será necessário promover respostas sociais que combatam a pobreza, continuar a apostar em políticas que permitam à população idosa participar no mercado de trabalho de forma realizada, garantir que as cidades e habitações estão adaptadas à mobilidade de pessoas de mais idade e criar mecanismos que controlem o flagelo que é a solidão’ concluem os investigadores que alertam ainda para os dados do Eurostat que apontam que em 2070 Portugal atingirá previsivelmente uma significativa percentagem de população com pelo menos 60 anos (39,21%).

 

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