Impacto sobre o bem-estar psicológico
A amamentação pode influenciar significativamente o bem-estar psicológico de uma nova mãe de várias

A amamentação é um momento íntimo de conexão entre mãe e filho. Para algumas mulheres, essa conexão pode fortalecer os laços emocionais e proporcionar uma sensação de realização e satisfação. A autoestima também pode ser influenciada na medida em que para algumas mães, a capacidade de amamentar com sucesso pode aumentar a autoestima e a confiança, proporcionando uma sensação de realização e competência. Por outro lado, a pressão social e as expetativas em torno da amamentação podem criar stress e ansiedade em algumas mulheres. Sentimentos de culpa ou inadequação podem surgir se a amamentação não for bem-sucedida ou se a mãe enfrentar dificuldades.

Surge também o cansaço e a exaustão, já que a amamentação pode ser fisicamente exigente, especialmente nas primeiras semanas após o parto. Isto pode contribuir para o cansaço e a exaustão, afetando o bem-estar psicológico. Outro fator relevante é o isolamento social, pois a necessidade de amamentar com frequência pode levar as mães a se sentirem isoladas socialmente. Por fim, se a amamentação não for bem-sucedida, a mãe pode experimentar frustração, preocupação e até mesmo sentimentos de fracasso. Isso pode afetar negativamente o seu bem-estar psicológico, especialmente se ela se sentir julgada por outras pessoas ou se internalizar sentimentos de inadequação.

A amamentação é frequentemente descrita como um momento especial para criar uma ligação entre a mãe e o recém-nascido. Existem várias maneiras pelas quais a amamentação pode contribuir para essa ligação, nomeadamente através do contacto físico; da libertação de hormonas como a ocitocina que desempenham um papel importante na regulação emocional; interação visual e emocional; alimentação e cuidado.

No entanto, é importante ressaltar que a amamentação não é a única maneira de criar uma ligação emocional com o recém-nascido. O vínculo entre mãe e filho pode ser fortalecido por meio de outras formas de cuidado, como o contato pele a pele, o banho do bebé, o cuidado durante a troca de fraldas e a interação amorosa e atenciosa no dia a dia.

Se uma mãe não puder ou optar por não amamentar, isso não significa necessariamente que a ligação com seu filho será afetada. Existem muitas maneiras alternativas de criar uma ligação emocional saudável e forte, incluindo o envolvimento atencioso e amoroso nos cuidados diários do bebé, o contato físico, a comunicação verbal e não verbal, e o tempo de qualidade passado juntos.

Enquanto profissional já acompanhei mães de recém-nascidos profundamente desorganizadas pela pressão social e dos próprios profissionais de saúde para a amamentação. Isto gera nas mães um sentimento de obrigatoriedade na amamentação, acreditando que os seus filhos não serão tão saudáveis ou não desenvolverão o mesmo vínculo caso não sejam amamentados. Gera-se um sentimento de fracasso e insucesso que as pode levar a deprimir e, isso sim, condiciona a funcionalidade enquanto mãe para cuidar do seu bebé. Será mais grave uma mãe deprimida e ansiosa do que uma mãe que não consegue amamentar. Sei de algumas histórias de mulheres a quem lhes é pedido para não amamentarem em público. Por um lado, ainda se considera uma zona do corpo com uma componente sexual e que não deveria ser exposta dessa forma. Todavia, há também outra leitura das coisas. Este tabu está mesmo associado à forma como olhamos a maternidade e a amamentação, como uma coisa íntima, que não deve ser exposta aos olhares de todos.

Nós somos o resultado da sociedade onde crescemos e as nossas crenças moldam o nosso comportamento. É importante referirmos que a mulher não tem que amamentar em público se não se sentir confortável. Este momento é visto por muitas mulheres como algo especial, íntimo e, por isso, querem vive-lo de forma mais íntima, não pretendendo expor-se publicamente nesse momento especial que é delas. De igual modo, muitas mulheres procura o conforto e serenidade para amamentar e ligar-se aos seus filhos. Isto acaba por ser difícil quando há muita gente. Não acho que haja uma causa única, pois também se relaciona com a vivência que as mães escolhem ter para a sua maternidade.

Já houve fases em que se considerou que a suplementação dos bebés era muito importante. Neste momento privilegia-se a amamentação materna. E como em tudo, o que foge à norma em determinada fase da sociedade é mal visto. Decidir não amamentar, no momento atual, é mal visto, é visto como egoísmo. Todavia, amamentar é uma opção das mães. Amamentar a todo o custo, apenas porque ouvimos que é o correto, pode deixar as mães em situações emocionais muito complicadas.

É preciso eliminar os discursos atuais, facilmente veiculados através das redes sociais, e que nos dizem constantemente o que temos que fazer, as dicas para alcançar alguma coisa, o quão maus somos quando não o conseguimos ou como parece fácil para outros. Amamentar é normal, mas não amamentar também o é. São escolhas com as quais as mães têm que estar confortáveis. Não criticar, não replicar modelos, ser uma ajuda efetiva. A maternidade e a amamentação são processos individuais, não generalizemos.

À semelhança da história do menino, do velho e do burro, das Fábulas La Fontaine, façamos o que fizemos sempre seremos criticados. Por isso, as decisões devem ser tomadas de acordo com aquilo que fizer sentido para cada pessoa e com as suas capacidades físicas e emocionais.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 27 de julho
As pessoas com diagnóstico de Doença Inflamatória Intestinal e suas famílias deparam-se com complexas exigências na gestão...

Os cuidados de Enfermagem dirigidos às necessidades das pessoas com Doença Inflamatória Intestinal (DII), encontram hoje desafios que exigem uma reflexão partilhada sobre diferentes domínios como a formação, a investigação, as políticas e a práxis. Tanto a Doença de Crohn como a Colite Ulcerativa requerem cuidados de enfermagem essenciais para garantir uma qualidade de vida adequada e o controlo dos sintomas da doença.

No evento vão participar Cândida Cruz (Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino), de Clarisse Maia (enfermeira da Unidade Local de Saúde São João no Porto), de Samuel Fernandes (médico gastroenterologista na Unidade Local de Saúde de Santa Maria em Lisboa), entre muitos outros. Haverá várias mesas redondas sobre: Adesão ao regime terapêutico e switch na administração da terapêutica; Inovação no tratamento da DII; Consultas de Enfermagem à Pessoa com Doença Inflamatória Intestinal; Cuidando da Mente e do Corpo na DII, entre outros temas.

Para debater estes e outros aspetos a Escola de Enfermagem (Porto) da Universidade Católica Portuguesa no Porto, realiza dia 27 de julho, a partir das 8h45, o 1º Seminário de Cuidados de Enfermagem à Pessoa com Doença Intestinal Inflamatória, com o objetivo de promover o diálogo entre vários atores que intervêm no tratamento, na investigação, nos cuidados de gestão da saúde e da doença e da formação dos enfermeiros.

 
Dia Mundial das Hepatites Virais | 28 julho
A velocidade com que a humanidade vive o quotidiano é alucinante.

Grandes têm sido os esforços encetados para a erradicação das Hepatites B e C, capazes de evoluir para a cronicidade e de causar cirrose e cancro do fígado. Apesar disso, a cada 30 segundos uma pessoa morre vítima de alguma complicação relacionada com as hepatites. Um dos principais passos para a mitigação destas doenças foi a criação da vacina contra a hepatite B pelo cientista Dr. Baruch Blumberg nascido precisamente nesta data e vencedor do Prémio Nobel devido a esta importante descoberta. Não obstante, a nível mundial, menos de 50% das crianças são vacinadas nas primeiras 24h de vida, como se preconiza. Muitos grupos de risco, como os viajantes, os doentes com doenças hepáticas crónicas ou sob imunossupressão, não estão também vacinados. A vacinação é altamente eficaz na prevenção da doença e os seus riscos são desprezíveis pelo que é fundamental uma aposta numa cobertura vacinal mais universal.

A hepatite C não dispõe de vacina, mas temos neste momento ao nosso dispor fármacos de elevada potência e com efeitos secundários mínimos, capazes de prevenir as complicações acima mencionadas quando a administrados antes do desenvolvimento de doença hepática significativa, nomeadamente fibrose avançada e cancro do fígado. Dos dados disponíveis, sabemos que nos últimos anos a comunidade médica e civil em Portugal tem sido capaz, através de esforços consideráveis para chegar às populações mais vulneráveis, de manter um número de tratamentos constante, impedindo os riscos para o doente individual e mitigando o contágio.

Apesar de estas duas formas de hepatite serem as que têm merecido mais atenção dada as suas complicações potenciais, neste dia, é meu desejo deixar também uma palavra sobre a hepatite A e E. A primeira, de transmissão fecal oral, tem sido responsável por alguns surtos em Portugal na última década, sem mortalidade significativa associada, mas com morbilidade importante e por vezes necessidade de internamento. Está disponível também a vacinação contra esta doença pelo que esta deve ser considerada a todos os grupos de risco ou a quem o desejar. A hepatite E, endémica na Europa neste momento, é uma preocupação sobretudo em grávidas e em doentes imunodeprimidos (doentes com doenças oncológicas, com doenças autoimunes, transplantados, etc). Nos países subdesenvolvidos, transmite-se sobretudo por via fecal oral e não evolui par a cronicidade mas é capaz de produzir uma mortalidade de até 25% nas grávidas. Na Europa, a doença é sobretudo transmitida através de carne porco ou javali malcozinhada e pode evoluir para formas crónicas nos doentes mais vulneráveis e até causar falência hepática aguda. O consumo destes produtos deve ser evitado, sobretudo em doentes com os fatores de risco já mencionados.

A variabilidade das hepatites virais não nos deve confundir ou paralisar. É hora de agir e felizmente temos já disponíveis algumas armas de alta eficácia para diminuir a morbimortalidade destas doenças. A primeira e talvez a mais importante, será sempre a informação!

 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para responder à procura de emigrantes e turistas
A MALO CLINIC reforçou a disponibilidade das suas operações em Faro, Coimbra e Funchal de forma a responder à procura de...

Os principais países de residência dos clientes internacionais dos meses de verão são Suíça, Angola, Inglaterra, França e Luxemburgo. Os clientes procuram os serviços da MALO CLINIC para todo o tipo de intervenções, desde situações de urgência até à colocação de implantes e à cirurgia de reabilitação fixa total com recurso à técnica All-on-4®.

A aposta na inovação permitiu à MALO CLINIC desenvolver a técnica All-on-4® ao longo dos anos, sendo o desenvolvimento mais recente o novo procedimento MALO CLINIC All-on-4® com Workflow Totalmente Digital. Conjugando tecnologias de imagiologia, design de produto e impressão 3D, o novo processo permite diminuir em mais de metade o tempo das cirurgias de reabilitação fixa total com recurso à técnica All-on-4®. Ou seja, uma operação que antes durava entre 5 e 7 horas pode agora ser realizada em apenas 2h30 horas a 3h00 horas e com o paciente a poder ter as próteses provisórias colocadas e estar pronto a mastigar.

Carne cultivada pode gerar até 92% menos emissões de gases com efeito de estufa
A empresa francesa Gourmey apresentou um pedido de autorização aos reguladores da UE para o seu foie gras cultivado – marcando...

O pedido da Gourmey acontece quase exatamente um ano após a Aleph Farms ter solicitado aos reguladores suíços e britânicos a venda da sua carne de bovino cultivada. Na sequência de avaliações de segurança, dois produtos de frango cultivado foram aprovados para venda nos EUA em 2023, e as entidades reguladoras autorizaram a venda de carne cultivada em Singapura em dezembro de 2020.

O que é a carne cultivada?

Uma investigação revista por pares mostra que a carne cultivada pode gerar até 92% menos emissões de gases com efeito de estufa e até 94% menos poluição atmosférica, e pode utilizar até 66% menos água do que a carne convencional.

Uma vez que também pode exigir até menos 90% de terra, a carne cultivada poderia complementar a agricultura sustentável, abrindo espaço para abordagens mais respeitadoras para com a natureza e aumentando a segurança alimentar na Europa ao reduzir a dependência de culturas cultivadas no estrangeiro para alimentar os animais. Esta carne pode também ser produzida sem antibióticos, ajudando a reduzir o risco de resistência antimicrobiana.

Um inquérito recente realizado pela YouGov e encomendado pelo Good Food Institute Europe revelou que 69% dos consumidores portugueses acredita que, após a carne cultivada passar pelo sólido processo regulamentar da UE, os consumidores devem decidir se pretendem ou não comê-la. Outros 64% concordam que, se a carne cultivada entrar no mercado, deve também ser produzida em Portugal, para que a economia portuguesa possa beneficiar disso.

O processo regulatório da UE

Antes de um produto de carne cultivada poder ser vendido na Europa, tem de ser aprovado pelas entidades reguladoras da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA). A autorização prévia à comercialização da carne cultivada é regida pelo regulamento relativo a novos alimentos, que constitui um dos enquadramentos de segurança alimentar mais sólidos do mundo.

Assim que os reguladores da UE aprovarem um produto de carne cultivada, este pode ser vendido nos 27 países da UE. O processo de aprovação incluirá uma avaliação exaustiva e baseada em evidências relativas à segurança e ao valor nutricional da carne cultivada, e estima-se que demore pelo menos 18 meses.

Assim, o foie gras cultivado da Gourmey será avaliado ao abrigo deste regulamento da UE relativo a novos alimentos. O enquadramento de autorização exaustivo e baseado em provas também permite considerar os potenciais impactos sociais e económicos do alimento em questão. A Comissão Europeia e os Estados-Membros têm um papel a desempenhar no processo de aprovação, juntamente com os peritos científicos da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, a fim de garantir que as decisões de autorização são representativas e mantêm a adesão de todas as partes interessadas.

“É fantástico ver que foi apresentado o primeiro pedido de venda de carne cultivada na UE. Isto demonstra que a inovação alimentar pode coexistir com as nossas tradições culinárias, proporcionando aos consumidores um foie gras fabricado de uma forma que pode reduzir os impactos ambientais e as preocupações com o bem-estar dos animais, apoiar o investimento e criar empregos com futuro garantido,” comentou Seth Roberts, Senior Policy Manager do The Good Food Institute Europe. “Os peritos podem agora começar a trabalhar, utilizando um dos processos regulamentares mais rigorosos do mundo, para avaliar a segurança e as qualidades nutricionais da carne cultivada.”

Dia dos Avós | 26 de julho
No Dia dos Avós, é oportuno refletir sobre a importância fundamental de cuidar daqueles que tanto cu

Os avanços contínuos na área da saúde têm contribuído significativamente para o aumento da esperança de vida e para o crescente número de idosos saudáveis e ativos. Este fenómeno não só altera a demografia da sociedade, como também redefine os papéis familiares e a dinâmica entre gerações.

A família desempenha um papel essencial no desenvolvimento e na estruturação da vida dos seus membros. Neste contexto, os avós assumem um papel crucial como pilares de apoio nas dimensões social, emocional, prática e material. Para muitas famílias, os avós não são apenas figuras de afeto e sabedoria acumulada ao longo dos anos, têm um papel ativo no quotidiano, ajudando em tarefas como ir buscar as crianças à escola, acompanhar durante atividades extracurriculares ou apoiar nos estudos.

À medida que a vida avança, é natural que ocorra uma inversão nos papéis dentro da família. Os filhos e netos, que anteriormente eram cuidados, muitas vezes tornam-se os cuidadores dos elementos mais velhos da família. Este ciclo de cuidado sublinha a importância das relações intergeracionais e dos benefícios mútuos que estas proporcionam.

Para os netos, a presença dos avós não só oferece amor e apoio incondicional, mas também abre portas para a aprendizagem e desenvolvimento pessoal através da transmissão de valores e experiências. Para os avós, envolver-se na vida dos netos pode significar um propósito renovado, estimulação cognitiva e emocional, além de promover um envelhecimento ativo e saudável.

Promover um envelhecimento ativo e saudável é crucial para o bem-estar das pessoas idosas. Isso inclui práticas como a socialização regular para combater a solidão e promover o bem-estar emocional, exercício físico e mental para manter a saúde física e cognitiva, e a adoção de uma atitude preventiva através de avaliações de saúde regulares e acesso a cuidados médicos e psicológicos quando necessário.

Ressaltamos aqui a importância de cuidar daqueles que assumem o papel de cuidadores informais, muitas vezes os próprios avós. Estes desempenham um papel crucial no cuidado aos mais velhos da família, enfrentando desafios emocionais e físicos significativos. Criar medidas de apoio que ofereçam estratégias de gestão emocional, suporte prático e momentos de descanso é fundamental para garantir que estes cuidadores possam desempenhar o seu papel de forma eficaz e sustentável.

O Dia dos Avós é uma ocasião para celebrar não apenas a sabedoria e o amor dos mais velhos, mas também para reconhecer a importância vital das relações familiares intergeracionais. Ao valorizar e apoiar estas conexões, estamos a investir no bem-estar de todas as gerações e a construir uma sociedade mais inclusiva e solidária.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Abordagem “One Health” é imprescindível à prevenção e controlo de novas epidemias globais
A Ordem dos Médicos criou um Grupo de Trabalho subordinado à “One Health” (“Uma só Saúde”), com o objetivo de promover em...

Constituído por médicos especialistas em Saúde Pública, Patologia Clínica, Doenças Infecciosas, Medicina Interna, Pneumologia, Endocrinologia e Nutrição, e Medicina Geral e Familiar, em estreita colaboração com todos os colégios de especialidades, subespecialidades e competências da Ordem dos Médicos, o grupo de trabalho visa ainda incrementar a mobilização social em torno deste tema.

Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, considera que “é fundamental que a interdisciplinaridade e comunicação entre os profissionais de saúde seja incentivada desde a sua formação, devendo por isso esta abordagem ser incluída nos currículos das escolas médicas e de saúde em Portugal”.

Lúcio Meneses de Almeida, coordenador do Grupo de Trabalho "One Health" e especialista em Saúde Pública, assinala a importância desta abordagem, destacando que “a saúde humana está intrinsecamente ligada à saúde animal e à saúde ambiental, razão pela qual Portugal deve reforçar a sua capacidade em termos de vigilância em saúde pública, incluindo na sua dimensão laboratorial”.

Para a Ordem dos Médicos é também essencial reforçar, do ponto de vista estrutural e funcional, a rede de serviços operativos de saúde pública do Serviço Nacional de Saúde - dos seus níveis nacional (Direção-Geral da Saúde), ao local (unidades de saúde pública), passando pelo nível regional (departamentos de saúde pública das ARS).

A “One Health” (“Uma só saúde”) traduz uma abordagem colaborativa, multisetorial e transdisciplinar, nos diversos níveis de intervenção (do local ao global), visando alcançar os melhores resultados em saúde.

Elementos da família são os principais agressores
Um estudo académico sobre violência contra pessoas idosas, feito com residentes no município de Coimbra a viverem na comunidade...

Os dados, que coincidem com resultados de outras análises sobre este tema feitas no território nacional, constam da tese de doutoramento da professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Cristina Veríssimo, defendida este ano pela investigadora, na Universidade Católica Portuguesa, sob o título “Violência Contra as Pessoas Idosas na Comunidade. Desafios e Prioridades para a Ação dos Enfermeiros".

De acordo com os resultados do estudo da docente especialista em saúde pública, aplicado a uma amostra de 427 pessoas idosas (faixa etária entre os 60 e os 95 anos), no “último ano” (ano em que responderam ao questionário), 39,4% dos inquiridos revelaram ter sido vítimas de algum tipo de violência.

Nesse período, verificou-se que esta população foi, sobretudo, vítima de violência psicológica (28,3%) e financeira (12,9%), seguindo-se a negligência (3,3%), a violência física (2,8%), as lesões físicas (1,6%) e a violência sexual (0,2%).

Os números disparam quando falamos da prevalência da violência contra pessoas idosas “ao longo da vida”: 42,4% para a violência psicológica, 33,0% para a financeira, 15,7% para a física, 10,5% para lesões físicas e 4,9% para a violência sexual.

Diferenças entre rendimentos, sexo, idade e qualificações

Segundo a investigadora Cristina Veríssimo, «a prevalência da violência psicológica, violência física e lesões físicas foi significativamente superior» nas pessoas idosas «com rendimentos mensais iguais ou inferiores a 500 euros», evidenciando este estudo que os indivíduos «com rendimentos mais baixos estavam mais propensos aos diferentes tipos de violência analisados».

Os resultados deste estudo mostram, por outro lado, que «a diferença na ocorrência de violência psicológica, física e lesões físicas entre sexos foi estatisticamente significativa, sendo mais frequente entre as mulheres».

Quanto às formas de violência por média etária, reportaram violência psicológica sobretudo os inquiridos mais novos, enquanto «os indivíduos que relataram negligência tinham idades significativamente superiores».

Segundo as habilitações literárias, a análise feita pela professora da ESEnfC «revelou que a prevalência da violência física e lesões físicas foi significativamente mais elevada nos indivíduos com habilitações inferiores ao 1º ciclo do que nos que tinham o 1º ciclo ou mais».

Já no caso da violência financeira, «foram aqueles com profissões mais qualificadas que foram mais vitimizados».

No estudo de Cristina Veríssimo, «os elementos da família» surgem como «os agressores predominantes, nomeadamente os da família nuclear».

«O marido/esposa/companheiro(a) e os descendentes (filho/filha) destacaram-se como os principais agressores na violência psicológica, seguidos do/a amiga(o)/conhecido(a)/ /colega/vizinho(a)», sendo esta realidade semelhante «à encontrada na violência física e nas lesões físicas», esclarece a professora da ESEnfC.

Na violência financeira, os agressores foram sobretudo os filhos (homens), enquanto na violência sexual ao longo da vida (com as mulheres a serem as principais vítimas), os agressores foram sobretudo o cônjuge/companheiro(a) e ex-marido.

Sugestões para a prática de Enfermagem

A finalidade deste estudo «é servir de base a abordagens multidisciplinares que permitam estruturar atividades, instrumentos e mecanismos para prevenir e gerir o fenómeno», dando «contributos para que os enfermeiros possam responder às necessidades das pessoas idosas e suas famílias e da comunidade onde se inserem», lê-se na tese de Cristina Veríssimo.

A título de exemplo, e entre outras sugestões, a docente da ESEnfC afirma que «os enfermeiros devem aproveitar todas as oportunidades de contacto nos vários contextos de trabalho», sendo que «a visita domiciliária proporciona uma oportunidade para prevenir, detetar precocemente estas situações e acompanhar os casos de risco».

Aliás, «como estratégia, seria importante implementar, em todas as Unidades de Saúde Familiar, as visitas domiciliárias de carácter preventivo às pessoas idosas dependentes», recomenda Cristina Veríssimo.

A professora de Enfermagem adverte que «as respostas a este fenómeno exigem uma abordagem multidisciplinar, já que mobilizam vários sistemas – de saúde, social e de justiça».

Cristina Veríssimo nota, ainda, que, tendo «os resultados deste trabalho» sido «anteriores ao período pandémico», as «pessoas idosas que ficaram em isolamento, ou confinadas com elementos da família e/ou cuidadores, podem ter enfrentado maior risco de violência, pelo que é necessário dar continuidade ao estudo desta problemática».

Segundo o relatório da Oliver Wyman em colaboração com o Fórum Económico Mundial
As mudanças climáticas vão exercer uma enorme pressão sobre os sistemas de saúde, podendo causar até 14,5 milhões de mortes até...

O aquecimento global e os fenómenos meteorológicos extremos estão a causar problemas de saúde a nível global – o relatório analisa seis categorias que podem ter efeitos negativos na saúde: inundações, secas, ondas de calor, tempestades tropicais, incêndios florestais e aumento do nível do mar. As inundações representam o maior risco de mortalidade, e estima-se que causem 8,5 milhões de mortes em 2050; seguidas pelas secas, indiretamente relacionadas com o calor extremo, com uma previsão de 3,2 milhões de mortes; e as ondas de calor, com uma estimativa de aproximadamente 1,6 milhões de mortes até 2050.

O impacto climático representa, também, custos económicos significativos, ao criar uma pressão adicional nas infraestruturas e recursos médicos e humanos – que em algumas regiões do mundo, se encontram já no limite das suas capacidades.

A gravidade dos fenómenos climáticos começou a sentir-se na década de 1970, com o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Dados mais recentes mostram que os níveis de CO2 aumentaram 50% em cerca de 200 anos, desde a era pré-industrial.

O aumento incessante das emissões provém das atividades económicas humanas, seja pela queima de combustíveis fósseis, padrões de consumo e produção ou uso do solo. O estudo de Oliver Wyman apresenta estratégias de redução de emissões para evitar perdas económicas de até 11,5 biliões de euros até 2050, um custo bastante demasiado para a saúde mundial. As medidas propostas referem-se, sobretudo, à redução necessária da frequência e intensidade dos fenómenos meteorológicos – como ondas de calor, inundações e tempestades – que têm um efeito devastador para as comunidades e para os sistemas de saúde. 

O papel do setor privado é apontado como crucial e deve ser incentivado pelos Governos. Esses incentivos podem tomar a forma de incentivos económicos diretos (como créditos fiscais, subsídios ou bolsas de investigação de apoio a iniciativas que visam mitigar os impactos das alterações climáticas); capacitação financeira (que compensem os riscos e a incerteza de investir em iniciativas climáticas piloto centradas na saúde, regulamentação e sensibilização); regulamentação (que estimule a inovação) e sensibilização (através da ampla divulgação de informação e boas práticas). 

O setor público tem um outro papel, essencial na resiliência dos sistemas de saúde aos efeito provocados pelas mudanças climáticas e meteorológicas, como a capacitação das infraestruturas.

Segundo o estudo, prevê-se que até 2050 aproximadamente 70% das mortes se concentrem em regiões identificadas de alto risco, em particular no Sudeste Asiático, onde as ondas de calor prolongadas causarão um aumento de doenças. Em concreto, estima-se que a Ásia, devido à alta concentração de pessoas que vivem em áreas costeiras baixas, sofra perdas económicas de cerca de 3,2 biliões de euros. E esta região tem já sido testemunha de um grande número de desastres e de vítimas a nível mundial.

Por sua vez, África, devido à falta de recursos, infraestruturas inadequadas e a carência de equipamento médico essencial, encontra-se numa posição de maior vulnerabilidade face aos impactos das mudanças climáticas na saúde do que outras regiões – o que torna a sua capacidade de abordar e se adaptar à alterações ambientais um desfio ainda maior.

Embora o impacto a nível de saúde noutras regiões seja comparativamente menor, os seus efeitos apresentam dados alarmantes para as suas economias. Depois da Ásia, a Europa é a região que se prevê que enfrente maiores perdas económicas (2,3 biliões de euros), seguida da América do Sul (1,9 biliões de euros) e África em terceiro lugar (1,8 biliões de euros).

Calcula-se que o tratamento das doenças causadas pelas mudanças climáticas tenham, para os sistemas de saúde, custos que ultrapassem 990 milhões de euros (até 2050). Quase metade deste valor é atribuído à América do Norte e Central (custos de hospitalização e tratamento relativamente mais elevados) e à Ásia, devido ao grande número de pessoas afetadas por catástrofes climáticas.

O fortalecimento dos sistemas de saúde, para além de poder retardar significativamente a propagação de doenças transmitidas por vetores como a malária, dengue e Zika, irá, também, através de um investimento atempado nas infraestruturas críticas reduzir a carga de morbilidade e mortalidade induzida pelo clima.

A colaboração com fornecedores e instituições de cuidados de saúde é essencial para garantir a implementação atempada de soluções. As empresas farmacêuticas e de dispositivos médicos necessitam de incentivos económicos e financiamento a longo prazo para garantir os recursos necessários para a investigação e o desenvolvimento de novos medicamentos e vacinas. Aumentar o acesso à tecnologia e reduzir o seu custo será crucial para permitir intervenções precoces melhorar e melhorar e melhorar a capacidade de tratamento de doenças e infeções relacionadas com o calor – respiratórias, cardiovasculares e infeciosas – sobretudo nos países em desenvolvimento.

Inquérito nacional aponta dificuldades
Dados recentes do ‘Barómetro da Oftalmologia’ – um inquérito realizado a nível global com a participação, nacional, de doentes...

Acesso a transporte para a clínica, ajudas de custos para estacionamento e medicamentos, materiais informativos para compreender melhor a doença e o tratamento, lembretes de consultas, discussões pró-ativas com profissionais de saúde sobre os desafios da doença e apoio emocional são algumas da medidas que apontam como essenciais para a manutenção do processo terapêutico. 

O barómetro mostra ainda que 46% dos doentes que vivem com DMI, assim como todos os oftalmologistas inquiridos, acham que o tratamento é demasiado frequente, sendo que a maioria dos doentes (56%) gostaria que o tempo entre tratamentos fosse maior sem diminuição da acuidade visual. 

Por outro lado, destaca-se a vontade de monitorizar a acuidade visual em casa: 45% dos doentes manifestam este desejo enquanto 55% dos oftalmologistas sublinham a importância dos serviços médicos deslocarem-se ao domicílio do doente ou perto deste.

Para 84% dos doentes seria importante, ainda, falar com o médico sobre os desafios relacionados com a doença, mas 27% dos oftalmologistas referem não ter tempo suficiente nas consultas para esclarecer eventuais preocupações.

Em Portugal, este inquérito contou com a participação de quatro centros hospitalares e clínicas do nosso país e envolveu 317 respostas de doentes e profissionais de saúde na área da DMI. 

A DMI é a principal causa de cegueira em países desenvolvidos, afetando uma em cada oito pessoas a partir dos 60 anos.  É uma doença degenerativa, progressiva e crónica, associada ao envelhecimento, que afeta gradualmente a visão central e representa um problema de saúde global, com impacto significativo na autonomia e na qualidade de vida dos doentes.

À medida que a DMI vai progredindo pode levar a alterações da visão de contraste, da visão das cores e da visão em ambientes com má luminosidade, o que faz com que simples atividades do dia a dia, como ler, escrever, conduzir e reconhecer rostos, se tornem difíceis para o doente.

As lesões da mácula passam frequentemente despercebidas nas fases precoces, o que traz alguns desafios acrescidos ao diagnóstico. Por isso, é fundamental aconselhar os nossos avós, pais, tios e outros familiares com mais de 55 anos, a irem ao médico oftalmologista regularmente para fazer exames de rotina e detetar precocemente quaisquer alterações na visão.

 
CBP Portugal reage com preocupação e associa-se a petição internacional
A CBP Portugal - Associação de Apoio a Doentes com Colangite Biliar Primária, associou-se à PBC Foundation e outras 11...

Para Joana Pina, presidente da CBP Portugal, “a comunidade de doentes com CBP compreende, naturalmente, a necessidade de comprovar a segurança e eficácia dos medicamentos e está totalmente empenhada na investigação da doença, participando em estudos clínicos e outras formas de investigação”.

“Ora acontece, que a EMA considerou que os benefícios do tratamento com AOC não superavam o risco, baseando-se fundamentalmente no ensaio clínico COBALT, segundo o qual o AOC não conseguiu demonstrar, nos doentes com CBP, benefício na prevenção da descompensação, morte ou transplante. Estudo esse que apresenta muitas limitações, pondo em causa as conclusões obtidas e que podem colocar em risco a vida de milhares de doentes em toda a Europa”, acrescenta.

Dada a inexistência de outra terapêutica de segunda linha aprovada para o tratamento desta patologia, “se a Comissão Europeia avançar com esta decisão, doentes que vivem atualmente com a doença controlada não terão qualquer alternativa terapêutica”, alerta a presidente da CBP Portugal.

Em Portugal, serão atualmente cerca de 150 doentes nesta situação. A colangite biliar primária pode evoluir para insuficiência hepática, cirrose, aumenta a probabilidade de cancro do fígado e a possibilidade de transplante, com todo o impacto que tal acarreta não só para o doente, a sua família, e a nível de custos de saúde.

A petição pode ser assinada em: https://acesse.dev/Wf3du

Informação Sazonal
O verão é uma estação que traz consigo altas temperaturas, aumentando os cuidados necessários com a

Os medicamentos são compostos por substâncias químicas que podem ser sensíveis a variações de temperatura. O calor pode acelerar a degradação dos princípios ativos, reduzir a eficácia e, em alguns casos, produzir compostos tóxicos. 

Cuidados na conservação dos Medicamentos

  • Armazenamento adequado: a maioria dos medicamentos deve ser armazenada em um local fresco e seco, longe da luz solar direta e de fontes de calor. O ideal é mantê-los num ambiente com temperatura controlada, entre 15°C e 25°C, a menos que as instruções na embalagem indiquem outra faixa de temperatura.
  • Evite o carro: não deixe medicamentos no carro, pois as temperaturas internas podem exceder facilmente 40°C em dias quentes, causando degradação rápida dos produtos.
  • Refrigeração sempre que necessário: alguns medicamentos precisam ser refrigerados. Nesse caso, mantenha-os no frigorífico, a uma temperatura constante, entre os 2°C e os 8°C. Deste modo, evite colocá-los na porta do frigorífico, onde a temperatura pode variar. Ao viajar, use bolsas térmicas com gel refrigerante para mantê-los frios.
  • Proteção contra a humidade: a humidade pode ser tão prejudicial quanto o calor. Por isso, mantenha os medicamentos em recipientes bem fechados e, de preferência, em locais secos. Evite armazená-los na casa de banho ou na cozinha, onde a humidade tende a ser maior.
  • Verificação da integridade: regularmente, verifique a aparência dos medicamentos. Qualquer alteração na cor, textura, cheiro ou consistência pode indicar degradação. Em caso de dúvida, consulte um farmacêutico antes de continuar o uso.

Cuidados na utilização dos Medicamentos

  • Leitura atenta das instruções: leia sempre as instruções na embalagem e a bula do medicamento. As orientações específicas sobre armazenamento são fundamentais para garantir a eficácia do tratamento.
  • Consultar um profissional de saúde: antes de iniciar qualquer medicação, especialmente durante o verão, consulte um médico ou farmacêutico para confirmar a correta administração e conservação.
  • Hidratação adequada: o verão aumenta o risco de desidratação, o que pode afetar a absorção e eficácia de certos medicamentos. Certifique-se que se mantem bem hidratado enquanto toma medicamentos, especialmente aquanto a toma de diuréticos ou laxantes.
  • Atenção aos sintomas: o calor pode intensificar os efeitos colaterais de alguns medicamentos, como anti-hipertensivos e antidepressivos. Esteja atento a sinais como tonturas, fraqueza ou desmaios e informe seu médico se estes ocorrerem.

Precauções específicas para certos Medicamentos

  • Insulina e Outros Biológicos: a insulina e outros medicamentos biológicos são particularmente sensíveis ao calor. Devem ser mantidos refrigerados e protegidos contra variações de temperatura durante o transporte.
  • Antibióticos e Antipiréticos: estes medicamentos podem perder a sua eficácia se não forem armazenados corretamente. Siga rigorosamente as instruções de armazenamento e descarte qualquer medicamento que tenha sido exposto a temperaturas extremas.
  • Medicamentos Líquidos: xaropes e soluções orais são mais propensos a degradação por ação do calor e da humidade. Verifique regularmente a aparência e a consistência desses medicamentos e mantenha-os bem vedados.
  • Medicamentos de uso externo: Cremes, pomadas e loções podem-se separar ou solidificar em altas temperaturas. Armazene-os em locais frescos e observe qualquer mudança na sua textura antes de os utilizar.

Referências

Marques, D. C., & Rosa, R. A. (2020). "Impact of Temperature on the Stability of Pharmaceuticals". Journal of Pharmacy and Pharmacology, 72(3), 271-283.

National Institute for Health and Care Excellence. (2019). "Medicines: Storage in Hot Weather". Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/hot-weather-medicines

World Health Organization. (2017). "Good Storage Practices for Pharmaceuticals". Disponível em: https://www.who.int/medicines/publications/pharmprep/WHO_TRS_961_annex9.pdf

https://www.infarmed.pt/web/infarmed/institucional/documentacao_e_informacao/informacao-tematica/-/journal_content/56/15786/1487069?tagName=outras-campanhas

https://www.ordemfarmaceuticos.pt/fotos/publicacoes/cim_e_publicacoes_medicamentos_e_ondas_de_calor_152225550164b12831e665b.pdf

 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A criação de novos critérios permitirão diagnósticos mais precisos e atempados
Os investigadores da Mayo Clinic estabeleceram novos critérios para uma síndrome de perda de memória nos idosos que afeta...

Antes de os investigadores desenvolverem os critérios clínicos publicados na revista Brain Communications, as características da síndrome só podiam ser confirmadas através do exame do tecido cerebral após a morte do doente. Os critérios agora propostos fornecem um conjunto de diretrizes para os neurologistas e outros especialistas classificarem a doença em doentes que vivem com os sintomas, oferecendo um diagnóstico mais preciso e possíveis tratamentos. Têm em conta fatores como a idade, a gravidade da perturbação da memória, os exames cerebrais e os biomarcadores que indicam a deposição de proteínas específicas no cérebro.

Os critérios foram desenvolvidos e validados utilizando dados de mais de 200 participantes em bases de dados do Centro de Investigação da Doença de Alzheimer da Mayo Clinic, do Estudo sobre o Envelhecimento da Mayo Clinic e da Iniciativa de Neuroimagiologia da Doença de Alzheimer.

A compreensão das condições ajudará a gerir melhor os sintomas e a oferecer terapias mais personalizadas aos doentes que sofrem deste tipo de deficiência cognitiva, que é diferente da doença de Alzheimer, explica David T. Jones, neurologista da  Mayo Clinic e autor sénior do estudo.

"No nosso trabalho clínico, vemos doentes cujos sintomas de memória parecem imitar a doença de Alzheimer, mas quando olhamos para as suas imagens cerebrais ou biomarcadores de perto, torna-se claro que não têm Alzheimer. Até agora, não havia um diagnóstico médico específico que apontasse para este facto; mas agora podemos dar algumas respostas aos doentes”, afirma Jones. Esta investigação cria um conjunto preciso de diretrizes que outros profissionais de saúde podem utilizar para tratar os seus doentes. Estas têm consequências importantes para as decisões de tratamento, incluindo medicamentos para reduzir a amiloide, novos ensaios clínicos e conselhos sobre o prognóstico, a genética e outros fatores dos doentes”.

Estão em curso décadas de trabalho para compreender e classificar os diferentes tipos de demência, afirma o doutorando Nick Corriveau-Lecavalier, primeiro autor do artigo. Estas descobertas baseiam-se nos esforços contínuos dos cientistas para desvendar doenças neurológicas que muitas vezes apresentam sintomas semelhantes ou podem ocorrer simultaneamente, mas que podem ter tratamentos e prognósticos drasticamente diferentes.

"Historicamente, quando se via alguém na casa dos 80 anos com problemas de memória, pensava-se que poderia ter a doença de Alzheimer. Muitas pessoas ainda hoje pensam assim”, explica Corriveau-Lecavalier. "Com este artigo, estamos a descrever uma síndrome diferente que ocorre muito mais tarde na vida. Muitas vezes, os sintomas restringem-se à memória e não progridem nem afetam outras áreas cognitivas, pelo que o prognóstico é melhor do que o da doença de Alzheimer”.

Sem sinais da doença de Alzheimer, os investigadores analisaram o envolvimento de um possível culpado - uma acumulação de uma proteína chamada TDP-43 no sistema límbico que os cientistas encontraram no tecido cerebral autopsiado de pessoas idosas. Os investigadores classificaram a acumulação destes depósitos de proteínas como encefalopatia TDP-43 predominante no sistema límbico relacionada com a idade, ou LATE. Estes depósitos de proteínas podem estar associados à síndrome de perda de memória recentemente definida, mas existem também outras causas prováveis e é necessária mais investigação, dizem os autores.

Com os critérios clínicos estabelecidos por Jones, Corriveau-Lecavalier e os seus co-autores, os médicos poderão em breve diagnosticar esta síndrome de perda de memória (LANS) nos doentes, de modo a que as pessoas que vivem com perda de memória possam compreender melhor as opções de tratamento e a possível progressão da doença, abrindo a porta a futuras investigações que poderão esclarecer ainda mais as características desta doença.

 
Financiamento europeu quatro projetos em diferentes áreas científicas
A Universidade de Coimbra (UC) acaba de conquistar 9,7 milhões de euros da Comissão Europeia para financiar quatro projetos de...

Este financiamento vai permitir potenciar, ao longo de cinco anos, várias áreas de investigação na UC. Os projetos são financiados pelo Horizonte Europa no âmbito das ERA Chairs, mecanismo de financiamento da Comissão Europeia que apoia universidades e centros de investigação para que possam atrair e manter recursos humanos qualificados, criando novas equipas de investigação, e, em simultâneo, potenciar a investigação de excelência na resposta a vários desafios societais. Todas as ERA Chairs contam com a colaboração de um ERA Chair Holder, um especialista de reconhecido mérito internacional que vai acompanhar toda a implementação do projeto.

A ERA Chair OBICODE: Biocultural Transmissions of Obesity across Generations in the Digital Era vai ser coordenada na UC pela docente do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia (DCV/FCTUC) e coordenadora do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS), Cristina Padez. Financiado com 2,5 milhões de euros, o OBICODE tem como ERA Chair Holder o professor da Universidade de Oxford, Stanley Ulijaszek, renomado especialista internacional na área da antropologia, em particular nas áreas da obesidade e desnutrição. Visa reforçar a investigação em antropologia na UC, em particular através do desenvolvimento e testagem de um modelo para estudar as origens sociais da obesidade ao longo das gerações, influenciadas pelo ecossistema digital, traduzindo, depois, os resultados em mensagens políticas e de intervenção.

Intitulada BIOBASED2UC: Exploring novel bio-based materials and their applications in conservation and restoration with a new interdisciplinary team e coordenada na UC pelo investigador do Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade (CERES) do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia (DEQ/FCTUC), José Gamelas, esta ERA Chair vai receber 2,2 milhões de euros. O ERA Chair Holder é o professor Mohamed Naceur Belgacem, cientista reconhecido mundialmente pela investigação pioneira na área de biopolímeros. O BIOBASED2UC tem como objetivo central implementar uma linha de investigação forte nas áreas de desenvolvimento de materiais biobaseados através de abordagens sustentáveis, e também na aplicação desses materiais na conservação e restauro de objetos celulósicos históricos, contribuindo, assim, para a preservação do património histórico e cultural da sociedade.

O docente do Departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras (FLUC) e coordenador científico do Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20), José Oliveira Martins, vai coordenar na UC o MusicAnalytica: Interdisciplining Music Studies through the Reconfiguration of Theoretical and Analytical Knowledge, com financiamento de 2,5 milhões de euros. O professor da Universidade de Yale, Richard Cohn, especialista de renome da teoria musical, é o ERA Chair Holder do MusicAnalytica, que tem como objetivo central potenciar a investigação na área da música na UC, a partir de um quadro inovador para a compreensão do legado cultural e criativo em música, promovendo uma reconfiguração radical em estudos musicais, através de áreas como a análise musical e a musicologia, a computação e a matemática musical, a cognição, a performance musical e a antropologia.

Coordenada na UC pelo docente da Faculdade de Farmácia (FFUC) e presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC), Luís Pereira de Almeida, a ERA Chair GCure - From Gene to Cure vai receber 2,5 milhões de euros. Vai ter como ERA Chair Holder o professor Jude Samulski, da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, considerado um dos pais da terapia génica. O GCure representa um esforço estratégico para reforçar a capacidade e visibilidade da UC na vanguarda da investigação e inovação em terapia génica, domínio científico que resulta na geração de medicamentos através de material genético (DNA ou RNA) para tratar ou prevenir as causas das doenças. Espera-se que contribua também para promover avanços significativos na saúde e bem-estar.

Para o Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, “a atribuição de quase 10 milhões de euros de financiamento numa só call – com a UC a liderar 50% dos projetos nacionais e 10% dos projetos europeus aprovados – reflete o investimento contínuo da UC na conquista de financiamento competitivo e a qualidade da nossa investigação, fatores que, neste caso em concreto, vão permitir criar novos grupos de investigação e promover desenvolvimento em áreas de grande relevância, contribuindo para formar uma nova geração de jovens investigadores”.

 
Extrato de Canábis Medicinal
Após a aprovação bem-sucedida da flor intergal THC 18 da Tilray Medical e a aprovação do primeiro extrato de canábis em...

Denise Faltischek, Diretora de Estratégia e Diretora Internacional da Tilray Brands, Inc., afirmou: "Estamos orgulhosos por ter recebido a aprovação do nosso produto e de ter expandido a oferta de canábis medicinal para os pacientes em Portugal. Este é um um passo significativo no sentido de satisfazer as necessidades críticas de cuidados aos pacientes e de fornecer produtos de canábis de alta qualidade e opções terapêuticas a pessoas com condições médicas específicas. A aprovação desta solução oral de canábis em Portugal é um testemunho do compromisso global da Tilray em aumentar o acesso seguro e regulamentado a produtos de canábis medicinal para pacientes que dela necessitam”.

A Tilray Medical oferece um portefólio diversificado de produtos de canábis medicinal com certificação EU-GMP. Com operações que se estendem por mais de 20 países, a Tilray Medical dedica-se a apoiar o tratamento de pacientes com canábis medicinal em todo o mundo através de produtos de qualidade, acessíveis através dos profissionais de saúde.

GECP lança campanha digital com vídeo educativo sobre a doença
No âmbito do Dia Mundial do Cancro do Pulmão, que se assinala a 1 de agosto, o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP)...

O cancro do pulmão é responsável por mais de 5.000 mortes por ano, em Portugal, sendo que mais de 80% dos doentes diagnosticados com esta patologia são ou foram fumadores. A gravidade desta doença é evidenciada pelo facto de 65% dos novos casos serem detetados já em fase avançada, o que dificulta o tratamento e reduz as probabilidades de sobrevivência.

O vídeo, que conta com o apoio da Takeda e da Johnson & Johnson, aborda, de forma clara e acessível, os principais sintomas, fatores de risco e as diferentes opções terapêuticas disponíveis, além de destacar a importância do diagnóstico atempado. “O diagnóstico precoce do cancro do pulmão é um dos grandes desafios que enfrentamos. Apesar dos avanços na área da saúde, a maioria dos casos ainda são identificados em estádios avançados, o que limita as opções de tratamento,” afirma David Araújo, membro da comissão científica do GECP.

“A prevenção é fundamental, especialmente entre fumadores e ex-fumadores, que constituem a maioria dos casos diagnosticados. Só com a eliminação do tabagismo na população é que os casos de cancro do pulmão podem ser reduzidos.”

O cancro do pulmão pode evoluir durante muito tempo sem dar qualquer sinal. Os sintomas são vários e muito comuns a doenças benignas: tosse irritativa ou persistente, hemorragia pela boca de sangue vivo, dor torácica, dificuldade respiratória, rouquidão e alteração da voz, perda de apetite e emagrecimento.

O pneumologista da ULS São João destaca que “o diagnóstico e o tratamento nas fases iniciais da doença podem fazer a diferença e salvar vidas, por isso, com esta campanha o GECP pretende educar a população sobre os sinais e sintomas do cancro do pulmão, incentivando a importância da prevenção para reduzir a mortalidade associada a esta doença”.

O GECP convida toda a população a assistir e a partilhar este vídeo, que ficará disponível nas suas plataformas digitais no dia 1 de agosto, como um passo importante para aumentar a consciência sobre o cancro do pulmão e promover uma sociedade mais informada e saudável.

Campeonato Europeu de Futsal para Pessoas com Diabetes
Depois de uma esmagadora vitória na semi-final contra a Polónia (9-1), a equipa de futsal portuguesa DiabPT, composta por...

Tomé Soares, da equipa portuguesa, foi eleito o melhor jogador e melhor marcador do torneio, já o jogador croata Kobašević foi eleito o melhor guarda-redes. O prémio foi entregue pelo jogador internacional Gonçalo Sobral, que joga como fixo no Benfica.

“A participação, e organização do DiaEuro 2024, teve um impacto positivo muito significativo para a comunidade da diabetes em Portugal, pois permitiu passar uma das mensagens chave deste projeto: A diabetes, quando bem controlada, não é uma barreira. Embora não tenhamos conseguido alcançar o 1º lugar, a nossa participação ficou na memória dos jogadores e de todos os que assistiram aos jogos, pela qualidade mostrada em cada jogo. O projeto está a crescer, com atletas novos a juntarem-se à equipa, o que faz acreditar que em próximas edições do DiaEuro iremos conseguir ser campeões, um dos claros objetivos desta equipa. Além disso, esperamos finalmente ter o apoio da Federação Portuguesa de Futebol, o que não aconteceu até agora, apesar de todos os anos termos tentado estabelecer contacto a fim de iniciar uma colaboração, que seguramente será benéfica para as duas partes”, afirma João Nabais, manager e guarda-redes da equipa.

Durante a partida, Rui Sim Sim colocou Portugal na frente, mas na segunda parte Markovic conseguiu empatar. Já no prolongamento, e através da recarga de um livre de 10 metros, a Croácia colocou-se na liderança (1-2), distanciando-se poucos segundos depois (1-3). Portugal acabou por sofrer um último golo e reduzir de seguida para 2-4, mas o resultado estava fechado e o título de 2024 acabou por ser entregue à equipa adversária.

O projeto DiabPT United foi criado em 2012 pelo Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA), com o apoio da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP). O objetivo deste passa por fomentar a partilha de experiências entre pessoas com diabetes, desfazer mitos associados a esta doença e inspirar pessoas com diabetes a fazer desporto.  

Englobada neste projeto está a formação de uma equipa de futsal, totalmente composta por pessoas com diabetes, para representar Portugal no Campeonato Europeu de Futsal para Pessoas com Diabetes (DiaEuro). O evento anual, criado em 2012, realizou-se este ano em Portugal pela primeira vez, entre os dias 17 e 20 de julho, em Vila Franca de Xira.

Unidade passa a integrar a rede de laboratórios da Associação Europeia de Imagiologia Cardiovascular
A Associação Europeia de Imagiologia Cardiovascular (EACVI) acaba de reconhecer a qualidade clínica e tecnológica do serviço de...

Com esta certificação, o Hospital CUF Tejo passa a integrar a rede de laboratórios da Associação Europeia de Imagiologia Cardiovascular, um órgão da Sociedade Europeia de Cardiologia, reforçando o compromisso da CUF com a melhoria contínua da qualidade e diferenciação dos cuidados de saúde. 

A propósito desta conquista, Susana Castela, cardiologista diferenciada em Imagiologia Cardíaca no Hospital CUF Tejo, refere que “ As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal. Com o objetivo de reduzir a mortalidade e morbilidade a elas associadas a Cardiologia tem tido uma evolução muito significativa no diagnóstico e no tratamento destas doenças e o Hospital CUF Tejo tem acompanhado esta evolução tecnológica nas diversas áreas da especialidade, entre as quais a Imagiologia Cardíaca”. 

"A acreditação pela EACVI é um reconhecimento e garantia de que no serviço de Imagiologia do Hospital CUF Tejo existem equipas diferenciadas, equipamentos de imagem avançados e preparados para dar resposta a este desafio, avaliando a estrutura e o funcionamento do coração, em linha com as melhores práticas internacionais”, evidencia Susana Castela.

Esta acreditação permite, ainda, que o serviço de Imagiologia do Hospital CUF Tejo participe em projetos educativos, científicos e de investigação, em conjunto com os restantes laboratórios da rede EACVI, numa lógica de partilha de conhecimentos e desenvolvimento das aprendizagens do corpo clínico, a aplicar nos cuidados diários aos doentes cardiovasculares. 

Prevenção de Riscos Laborais e cuidados de saúde
A Quirónprevención, empresa especialista em Prevenção de Riscos Laborais e cuidados de saúde, reforça a sua rede em Portugal...

A integração da KMED Europa vai permitir à Quirónprevención criar sinergias que vão beneficiar os clientes de ambas as empresas, bem como oferecer soluções mais completas e inovadoras, satisfazendo as necessidades crescentes dos clientes e do mercado.

Com mais de 25 anos de experiência, a KMED Europa é uma entidade autorizada pela ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho), DGS (Direção Geral de Saúde) e DGERT (Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho) para prestar serviços técnicos em Segurança e Saúde no Trabalho, Formação Profissional, Consultoria e Segurança Alimentar.

Para o diretor geral da Quirónprevención, Fernando Camino, “esta aquisição está em linha com a estratégia de crescimento a longo prazo e estamos certos de que a experiência que a KMED Europa traz vai ajudar-nos a continuar a oferecer um serviço da mais alta qualidade e a continuar a construir e melhorar a nossa relação com as empresas e as pessoas”.

Alegada violação das normas de concorrência
A Associação Nacional de Laboratórios (ANL) não concorda e reage com indignação à recente decisão da Autoridade da Concorrência...

Segundo a ANL,  esta decisão "é injusta e foi tomada com base em premissas incorretas, demonstrando uma interpretação distorcida dos factos e das normas legais aplicáveis ao setor, o que resultou numa condenação que não reflete as práticas da associação".

"A ANL é uma das principais representantes associativas de um setor essencial para os cuidados de saúde dos portugueses, tendo garantido, mesmo durante uma das piores crises de saúde pública de sempre, a pandemia COVID-19, que o setor convencionado tivesse capacidade de responder aos apelos do Estado Português e ajudasse a responder às necessidades impostas pela pandemia", esclarece afirmando, em comunicado de imprensa, que "pauta a sua atuação pelo rigor, transparência e cumprimento das leis em vigor". 

Deste modo, defende que a decisão da AdC "é errada, e demonstra falta de compreensão crítica sobre a resposta do setor convencionado aos apelos do Estado Português, que foi essencial num contexto de estado de emergência, para superar as fragilidades e constrangimentos que assolaram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)".  

Segundo a ANL, "representa, ainda, um atropelo à maneira como o Ministério da Saúde interage com as associações do setor e estabelece, de forma unilateral, as condições relacionadas com os serviços prestados pelo setor convencionado ao SNS".

Relembra que esteve "sempre ao lado do SNS para garantir que os portugueses tivessem acesso aos melhores cuidados de saúde". Pelo que considera esta decisão "prejudica gravemente o papel da ANL, e das associações em geral, enquanto representantes do setor convencionado da saúde, e desconsidera os verdadeiros fatores que regem a concorrência neste mercado específico"

Para a ANL, a AdC está  não só a prestar "um mau serviço à defesa da concorrência, como também coloca em risco a sustentabilidade e a qualidade dos serviços de saúde prestados à população. Em especial, a decisão da AdC irá irremediavelmente afetar, e para pior, o modo como operadores privados, as suas associações e o Ministério da Saúde e demais estruturas do SNS podem articular-se para prestar os melhores cuidados de saúde aos Portugueses". 

"Esta decisão não é definitiva nem pode prevalecer", sublinha a ANL que vai recorrer desta decisão junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, "confiante de que a Justiça prevalecerá e que o Tribunal reverterá uma decisão manifestamente errada e com impacto negativo sobre o setor da saúde".

Em comunicado a ANL termina afirmando que  vai continuar "a defender os interesses dos seus associados e mantém-se comprometida em promover a excelência nos serviços laboratoriais e em defender os direitos dos utentes, contribuindo para um sistema de saúde mais eficiente, justo, equilibrado e continuamente centrado no doente".

 

Páginas