Instituição chama atenção para a excessiva exposição de crianças a dispositivos eletrónicos
A pandemia trouxe várias alterações aos hábitos diários nas famílias. Com o confinamento, a maioria das pessoas acabaram por...

“Passar mais tempo em casa tem sido para muitas crianças sinónimo de estar mais tempo em frente ao ecrã. Cada vez mais cedo têm o primeiro contacto com dispositivos electrónicos como telemóveis, computadores, tablets e televisões. Esta situação, que se agravou devido às recomendações de distanciamento físico, ajudou a encurtar distâncias entre amigos e familiares. Muito se tem estudado sobre os riscos para a saúde associados à pandemia. Os problemas oculares são um deles e não devem ser negligenciados, especialmente em crianças”, defende Maria João Quadrado, Médica Oftalmologista e Professora da Faculdade de Medicina de Coimbra.

“A nossa visão possui um mecanismo a que chamamos acomodação e que nos permite reconhecer objetos a mais de seis metros e, em poucos segundos, conseguir focar com nitidez objectos mais próximos. Esse ajuste do foco é feito com a contração do músculo ciliar. O excesso de esforço para esse ajuste poderá constituiu um fator de risco para o aumento da incidência da miopia”, acrescenta.

Segundo Joaquim Murta, Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Diretor do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, “a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que nas próximas décadas poderá ocorrer um crescimento da incidência de miopia. Em 2050, 50% das pessoas em todo o mundo serão míopes, ou seja, uma em cada duas pessoas vão sofrer desta doença (5 biliões) e cerca de 1 bilião sofrerá de miopia elevada, com todas as complicações que daqui resultam. Trata-se de uma verdadeira «pandemia» que cresce a nível global.” Sobre o impato da pandemia nos tratamentos de saúde o especialista revela que “houve uma enorme quebra nos cuidados de saúde. Temos realizado um enorme esforço a tentar compensar este deficit, com trabalho adicional e com teleconsultas”.

Apesar de, segundo dados da OMS, a cada cinco segundos, haver uma pessoa que cega no mundo, 80 % de todas as causas de deficiência visual são evitáveis ou podem ser tratáveis mediante prevenção adequada. Para Joaquim Murta, o único oftalmologista português a integrar a Academia Ophthalmologica Internationalis (AOI), “muitas das doenças são silenciosas. Existem agora tratamentos, que não havia outrora, que possibilitam evitar e tratar situações que poderão tornar-se irreversíveis, com todas as consequências sociais e financeiras associadas. Em termos de meios técnicos e humanos, existem em Portugal centros de excelência no tratamento de doenças oculares, assim como um número de Oftalmologistas acima da média europeia. É obrigatório que os Portugueses previnam e tratem as doenças oculares.”

O Relatório Mundial da Visão, recentemente divulgado, deixa também o alerta: a procura global por cuidados oftalmológicos deve aumentar nos próximos anos não só devido ao crescimento e envelhecimento como também devido a mudanças no estilo de vida. Os especialistas defendem que nas próximas décadas poderão aumentar drasticamente o número de pessoas com doenças oculares, deficiência visual e cegueira.

Resultado do Estudo de Perceção dos Medicamentos Genéricos (MG) em Portugal
Utentes, médicos e farmacêuticos confiam e adotam os medicamentos genéricos, mas Portugal está abaixo da média europeia

A APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares apresentou hoje publicamente o Estudo de Perceção dos Medicamentos Genéricos (MG) em Portugal realizado junto de utentes, médicos de Medicina Geral e Familiar e farmacêuticos comunitários com o objetivo de saber qual o estado de adesão dos portugueses a estas terapêuticas mais custo-efetivas e o papel que os MG estão a ter e podem ainda desempenhar na saúde nacional.

O estudo pretendia aferir os determinantes, as barreiras e os facilitadores no processo de adoção dos medicamentos genéricos em Portugal, principalmente nesta fase pós-pandemia em que o País e os cidadãos enfrentam incerteza e grandes constrangimentos financeiros e o SNS – Serviço Nacional de Saúde sofre a pressão do retomar das atividades assistenciais.

Segundo o estudo desenvolvido para a APOGEN pela GfK Metris, ficou claro que existe uma opinião generalizada muito favorável aos medicamentos genéricos. Os utentes confiam, acreditam e adotam-nos, os médicos e os farmacêuticos promovem a sua utilização.

Especificamente os utentes têm uma perceção favorável sobre os medicamentos genéricos, com 85% dos inquiridos a considerar a sua existência como “positiva” ou “muito positiva”. E esta relação não foi alterada com a pandemia. Três quartos da população inquirida equiparam os medicamentos genéricos aos medicamentos originadores em termos de qualidade, eficácia, segurança e regulação/controlo e afirmam seguir a terapêutica se prescrita/recomendada pelo médico.

Também 80% dos médicos de Medicina Geral e Familiar consideram que a existência de medicamentos genéricos é “positiva” ou “muito positiva”, destacando como principal vantagem o preço. Para os médicos de Medicina Geral e Familiar existem três fatores decisivos para a prescrição destas soluções terapêuticas: a condição económica do doente, a diferença de preço e as classes terapêuticas.

Contudo, apesar dos medicamentos genéricos já existirem em Portugal há mais de 20 anos e sob a mesma regulamentação legal dos medicamentos originadores, um terço dos médicos de Medicina Geral e Familiar inquiridos apresenta algumas reservas sobre a qualidade/eficácia e um quarto sobre a composição dos medicamentos genéricos em relação aos originadores.

Também os farmacêuticos comunitários têm uma perceção favorável aos medicamentos genéricos com a quase totalidade a recomendar estas soluções e apenas 4% só quando os utentes pedem a opinião. Os inquiridos consideram que as caraterísticas destes medicamentos são equiparadas aos medicamentos de referência. Entre os fatores positivos apontam o melhor preço para os utentes e a rentabilidade para as farmácias considerando, no entanto, que existem demasiadas marcas e flutuação de preços, pelo que metade dos farmacêuticos considera que o laboratório é um fator importante na seleção dos medicamentos genéricos.

Da leitura do estudo conclui-se que existe ainda margem de progressão na adoção destas terapêuticas que, só nos últimos 10 anos, já permitiram libertar recursos das famílias e do SNS no valor de quase 4,3 mil milhões de euros para serem aplicados na inovação em saúde. Um valor que corresponde a quase 2 anos de despesa do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos.

Maria do Carmo Neves, presidente da direção da APOGEN, desafia todos os intervenientes do setor a unirem-se para “conseguir que estas tecnologias de saúde representem em Portugal níveis de adoção idênticos aos encontrados nos países europeus mais desenvolvidos economicamente.” Neste momento, a quota de mercado em Portugal é de cerca de 49%, o que significa que apenas 5 em cada 10 utentes beneficiam dos medicamentos genéricos. A presidente acrescenta: “Para que mais portugueses tenham acesso à saúde, em 5 anos temos de ser capazes que, no mínimo, 6 utentes em cada 10 possam beneficiar das vantagens dos medicamentos genéricos.”

Os medicamentos genéricos

Os medicamentos genéricos garantem o acesso a tratamentos de elevada qualidade, segurança e eficácia para os utentes, contribuindo para o bem-estar da população. O investimento nestas soluções permite alocar mais recursos ao SNS, criar mais postos de trabalho e contribuir para a economia portuguesa através das exportações e de um maior equilíbrio da balança comercial do medicamento. Deste modo, os medicamentos genéricos são uma solução que gera maior sustentabilidade e eficiência financeira ao SNS e às famílias portuguesas, já que criam importantes mais-valias e facilitam uma gestão equilibrada dos recursos existentes.

Contributo económico

As empresas associadas da APOGEN empregam mais de 3000 trabalhadores e representam 5 dos maiores produtores de medicamentos em Portugal, sendo as principais responsáveis pelos 1,5 mil milhões de euros de exportações anuais. Os produtores de medicamentos genéricos e biossimilares investem até 17% da sua faturação em investigação e desenvolvimento. Os medicamentos genéricos são soluções de primeira linha para a maioria das doenças crónicas, nomeadamente diabetes, colesterol elevado e hipertensão.

Conferência: Desafios Genéricos da Saúde

As conclusões do estudo foram apresentadas hoje na Conferência “Desafios Genéricos da Saúde” que decorreu nas instalações da Impresa e via live streaming no facebook da SIC Notícias, em parceria com o Jornal Expresso, no âmbito do projeto “Repensar a Saúde”.

Na conferência, onde participaram os representantes das principais entidades do setor, foi unânime a opinião de que os medicamentos genéricos são um fator inquestionável de acesso a mais e melhor saúde e de sustentabilidade do SNS.

Diogo Serras Lopes, secretário de Estado da Saúde, garantiu que o investimento em medicamentos não vai ser reduzido e assegurou que o objetivo é canalizar verbas da poupança gerada com os medicamentos genéricos para aumentar a inovação e o número de pessoas tratadas. O secretário de Estado sublinhou que o objetivo não é reter o dinheiro que se poupa é alocar onde ele possa gerar mais valor. “A larguíssima despesa no SNS é investimento e queremos garantir que investimos no melhor para as pessoas”. Para o governante, há três fatores importantes a ter em conta neste objetivo: “melhorar a prescrição, melhorar o modelo de comparticipação dos medicamentos genéricos e incentivar a inovação, aumentando o número de medicamentos genéricos que permitam chegar a mais áreas terapêuticas”.

Do lado da entidade reguladora, Rui Santos Ivo, Presidente do Infarmed, afirmou: “Portugal é um exemplo relativamente à política dos medicamentos genéricos. Fizemos muito, tivemos muito bons resultados. Agora devemos olhar para a frente e ver onde podemos atuar: na área da disponibilidade, temos áreas onde não existem medicamentos genéricos disponíveis em número suficiente e a indústria é importante para alavancar esse processo”. Para Rui Santos Ivo é crucial analisar que procedimentos se devem manter no sentido da acessibilidade, disponibilidade e sustentabilidade do sector e ver que novas soluções podem ser implementadas. “Usar instrumentos de incentivo para o acesso e sustentabilidade, realizar mais estudos baseados na evidência, já que não há razão para ter dúvidas sobre a qualidade dos medicamentos genéricos” poderão ser algumas das soluções.

Também António Vaz Carneiro, Presidente do Conselho Científico do Instituto de Saúde Baseada na Evidência, referiu não compreender por que motivo 20 anos depois da introdução dos medicamentos genéricos em Portugal ainda existem dúvidas sobre estas terapêuticas e afirmou-se mesmo “intrigado porque é que um terço dos médicos ainda têm reservas em prescrever medicamentos genéricos”. António Vaz Carneiro gostaria de ver realizados mais ensaios clínicos que comparem os medicamentos genéricos diretamente com o seu originador, o que acredita que poderia conferir maior confiança aos médicos e aos doentes. Porque o preço é crucial para a adesão terapêutica, acredita que “no mundo pós-pandémico, os medicamentos genéricos vão ter uma nova realidade”.

Susana Vargas, em representação do Bastonário da Ordem dos Médicos (OM), sublinhou o apoio dos médicos aos medicamentos genéricos e afirmou que não existem barreiras na prescrição destas terapêuticas. Para esta responsável, falta que a tutela reforce a informação com “campanhas que mostrem que a segurança e o resultado com medicamentos genéricos são excelentes e relembrar periodicamente o bem que é termos à nossa disposição os medicamentos genéricos, sobretudo para o doente, já que permitem o acesso à saúde com menor custo”. Susana Vargas acrescenta: “Há doentes que não tomam medicamentos porque não têm dinheiro para os comprar, até me surpreende que a percentagem de medicamentos genéricos dispensados não tenha sido maior durante a pandemia”.

Por seu turno, Luís Lourenço, em representação da Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF), reforçou a responsabilidade que estes profissionais assumem na informação ao utente e na dispensa de medicamentos genéricos. Afirma que os farmacêuticos sentem uma confiança muito elevada na indústria de medicamentos genéricos. No entanto, lamenta a forma “perversa” como o mercado está montado, nomeadamente quanto às regras de remuneração das farmácias. “As farmácias têm uma quota parte do seu ato pago de acordo com o medicamento que é dispensado. Acreditamos que esse sistema não está atualizado. Há uma motivação profissional e deontológica para recomendar e dispensar o medicamento mais barato, contudo não temos um sistema sustentável, porque a dado momento o ato farmacêutico é desvalorizado pelo sistema financeiro”. Outras barreiras que se apresentam aos farmacêuticos no momento de aconselhar os doentes são a falta de informação sobre que moléculas existem com alternativa genérica, a instabilidade dos preços e a necessidade de um maior incentivo à dispensa de medicamentos genéricos. A OF defende ainda uma maior aposta no desenvolvimento de moléculas com alternativa genérica no mercado.

Também Ema Paulino, Presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), lembrou que a confiança nos medicamentos genéricos foi recentemente reforçada com questões regulatórias que proporcionam toda a segurança na dispensa dos medicamentos e acrescentou que esta é a altura ideal para voltar a incentivar os medicamentos genéricos. “A farmacovigilância também saiu reforçada no contexto pandémico: Na saúde em particular, há uma evolução do conhecimento científico e os profissionais de saúde e todo o sistema nacional de saúde vão-se baseando nesta evidência para ir alterando as suas recomendações. Ao nível dos medicamentos genéricos tanto do ponto de vista da qualidade, da equiparação ao originador em termos de efetividade e segurança o modelo de incentivos também tem de se adaptar e refletir a evolução gerada”. Concretamente quanto ao modelo de remuneração das farmácias, Ema Paulino afirma que “é necessário encontrar novas formas que se adaptem às diferentes fases do mercado e ao tempo que os farmacêuticos têm de despender para sensibilizar a população para a importância do medicamento genérico”.

Do lado dos utentes, Luís Mendão, presidente do GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos, sublinhou a importância da inovação: “A taxa de utilização dos medicamentos genéricos devia ser muitíssimo superior para podermos pagar inovação realmente importante, inovação terapêutica, disruptiva, mas não para pagar ensaios clínicos de não inferioridade”, afirmou. Na sua perspetiva “um dos problemas na perceção sobre os medicamentos genéricos é a falta de confiança de que o sistema regulador funciona”. Luís Mendão defende “é preciso que as regras legais e institucionais sejam claras e adequadas” e lamenta que seja “muito difícil reconhecer a importância dos doentes e das suas organizações para participarem em situações que são fundamentais para o equilíbrio do sector.”

Para repensar a Saúde participaram no evento Susana Vargas, em representação do Bastonário da Ordem dos Médicos; Luís Lourenço, em representação da Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos; Luís Mendão, presidente do Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT); Rui Santos Ivo, presidente do Infarmed; António Vaz Carneiro, presidente do Conselho Científico do Instituto de Saúde Baseada na Evidência; Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias e Diogo Gonçalves, fundador da NUDGE Portugal. O secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, encerrou o evento.

 

Testemunho Cancro da Mama Metastático
Muito se sabe sobre o cancro da mama, o cancro mais frequente entre o sexo feminino, mas poucos conh

“Sempre fui saudável, praticante de desporto, com vida ativa no mundo laboral desde os 16 anos numa empresa do ramo automóvel, mais precisamente numa linha de montagem.

Em novembro de 2017, comecei a sentir algumas dores abdominais que expandiam para o ombro do lado direito quando respirava.

A primeira vez que me dirigi ao Hospital de Vila Nova de Gaia, estava no limite de suporte da dor, pois nada que tomasse me aliviava a mesma. Numa primeira abordagem tudo indicava para contraturas, tendo sido feito apenas tratamento com medicação venosa para alívio da dor, com indicação para fazer uns relaxantes musculares.

No dia seguinte mesmo não estando melhor fui trabalhar. Sempre fui uma pessoa dedicada ao trabalho, sempre dei o melhor de mim. Quando cheguei ao fim do dia de trabalho estava bem pior. Do meu trabalho a minha casa são cerca de 30 km, este percurso de regresso a casa pareceu uma eternidade. Desesperada, decidi voltar as urgências, voltando a ser-me dito a mesma coisa do dia anterior. Mais medicação e aconselharam que ficasse em repouso. A medicação dada na urgência aliviava a dor, sem, contudo, fazer com que esta desaparecesse.

Com alta médica regressei a casa. Quando me deitava sentia que algo tivesse rebentado na minha barriga. Voltei de imediato às urgências e com uma nova dose de medicação, fiz o caminho de regresso a casa com nova alta médica. No dia seguinte estava muito debilitada, o meu marido ligou para a saúde 24 que me encaminhou novamente para a urgência. A meio do caminho tudo piorou, tivemos de telefonar para o 112 e vieram ao nosso encontro. As dores eram tão fortes que não me lembro de metade do sucedido. Já nas urgências com pulseira laranja, uma médica tratou de colocar um cateter, e administram-me uma medicação para aliviar a dor. Foram no entretanto solicitadas análises, uma ecografia abdominal e um RX aos pulmões.

Chegados os resultados, a médica chamou o meu marido e disse-nos, que teria de ficar internada porque tinha uma pedra na vesicula com 17 milímetros e tinha de ser retirada. Na altura ficamos mais descansados uma vez já havia um diagnóstico. Sol de pouca dura. Em pouco tempo um grande volte face. Mandaram-me para casa uma vez que estavam a trabalhar com serviços mínimos, contudo ficaria referenciada com carácter de urgência para ser seguida em consulta de cirurgia geral. Fiquei com imenso medo. Assustadíssima, quando a médica me disse que existiam também uns nódulos no fígado, embora desvalorizando, dizendo para não me preocupar pois eram normais na minha idade. Após a confidência de que tinha seguro de saúde a médica sugeriu que procurasse uma segunda opinião.

Em relação ao Hospital Santos Silva em Vila Nova de Gaia. Sinto que fui vítima de negligência naquela urgência.

Não existindo melhoras marquei de imediato uma consulta para o Hospital da Luz. Na primeira consulta após dois dias, o Doutor Jaime Vilaça, cirurgião hepático disse que não tinha dúvidas em relação a pedra da vesícula, mas as dores e a forma como as relatava ele achava, que estava relacionado com o fígado, sem levantar grande alarme mandou-me fazer uma ressonância.

No meio disto tudo continuei a trabalhar. O resultado chegou cerca de 5 dias depois. A ressonância era inconclusiva. Disse-me que teríamos de fazer uma biopsia ao fígado. E como não me sentia melhor tínhamos de parar a atividade profissional até sabermos o que realmente eu tinha. Fazer a biopsia ao foi horrível. O resultado da biopsia foi pedido com muita urgência.

Tudo tinha começado no dia 1 novembro e já se tinham passado cerca de quinze dias sem que soubesse o que tinha. Dia 17 novembro o cirurgião telefonou-me e disse-me para ir ter com ele. Subi sozinha, enquanto o meu marido estacionava o carro. Assim que entrei o médico olhou para mim baixou a cabeça, e perguntou-me se tinha se estava só. Respondi que não, e ficamos em silêncio, um silêncio aterrador. Nervosa, persentindo más notícias, perguntei-lhe: É Cancro, doutor? Confirmado com um simples e desolador acenar de cabeça. Entretanto o meu marido chegou vê-me a chorar e numa trémulas e soluçadas palavras disse-lhe é Cancro. Ainda hoje não consigo exprimir tudo o que senti naquele momento. O meu primeiro pensamento foi a minha filha, tinha 9 anos na altura e os meus pais. Vinte anos atrás a minha irmã com 27 anos tinha tido linfoma. Foi duro, mas superamos tudo sempre juntos, somos quatro irmãos muito unidos. Voltar a fazer passar a minha família pelo mesmo era arrepiante. O meu marido um ano antes o Cancro levou-lhe a mãe. Foi difícil digerir toda aquela informação.

Não bastando o Cancro no fígado era secundário. Tínhamos ainda que descobrir o primário. 

Nesse mesmo dia o Doutor Jaime tomou a liberdade, de falar com o Doutor Leal um médico muito experiente na oncologia. Esteve a falar connosco imenso tempo, mas a minha cabeça sempre a mil. Passou-me imensos exames e análises. Mas antes de ir fazer análises com toda a experiência dele preguntou se podia ver-me as mamas assim que começa a apalpação detetou um nódulo na mama esquerda. Não queria acreditar como nunca o senti. O foco era fazer exames, biopsia à mama para sabermos se ambos tinham os mesmos recetores. Volvidos uns dias chegou o resultado. Com 37 anos sou diagnosticada com Cancro da mama com múltiplas metástases hepáticas.

Do Hospital da Luz, passei de imediato para o IPO do Porto, onde conheci a minha médica, Doutora Susana. Um anjo. Temos uma grande empatia desde o primeiro dia. Estava muito frágil, na minha ignorância achava que operava mama, operava o fígado, fazia os tratamentos e tudo seria simples.

No meio de demasiadas perguntas a médica disse-me que o meu Cancro não tinha cura. Fiquei sem mundo. Aterrorizada, pensei na morte.

Numa segunda consulta a Doutora tinha feito reunião de grupo, para decidirem o tratamento adequado. E depois de dizer-me algumas opções falou-me num ensaio clínico que estava a decorrer em fase 3, havia apenas uma vaga. Falei com ela e sem hesitar aceitei. Não tinha nada a perder. Esperei pela autorização do Infarmed, que foi rápida. O meu tumor é HR2 negativo e um hormonodependente. O ensaio previa que estivesse na menopausa, como não estava teve de ser induzida, e fazer hormonoterapia, mais três comprimidos por dia durante 21 dias. O milagroso Ribociclib. Iniciei o meu primeiro tratamento a 21 dezembro 2017.

Foi tudo muito rápido porque já levava o diagnóstico e exames feitos do privado. Este tratamento não fez cair o cabelo. Por vezes, até como forma de aligeirar todo este fardo, pensava que se tinham enganado no diagnóstico e que não tinha Cancro.

 Tive todo o apoio da família, sempre rodeada de amor, e de muita esperança.

Aos olhos da sociedade ignorante não estava doente, aparentemente estava bem. Para algumas pessoas só faz sentido, se tivermos carecas, com mau ar. Só nós conseguimos falar a mesma linguagem. Pedi ajuda psicológica foi fundamental.

 O ensaio foi a melhor opção tomada. Ao fim de três meses o corpo estava a responder ao tratamento. 

Devido a minha boa aparência fui vítima de Bullying nas redes sociais, contas falsas onde mencionavam que eu não queria era trabalhar. Mais tarde recebi mensagens a dizer que o meu tempo estava a acabar. Momentos difíceis, mais uma vez amigos e família estiveram sempre lá para mim.

Ao fim de um ano consegui controlar a doença, e as metástases foram desaparecendo. Comecei a acreditar que era possível viver com Cancro. Ter qualidade de vida. Entretanto fiz cirurgia profilática aos ovários visto que o meu tumor é hormonal.

Em 2020 com a doença completamente controlada já só tinha duas metástases, a médica decidiu fazer uma intervenção ao fígado. Uma Termo ablação para eliminar aquelas duas resistentes. Correu bem não precisei de operar nem remover a mama. Atualmente não há evidencia de doença.

Atualmente tenho 80% incapacidade estou com invalidez relativa. Não posso exercer a minha profissão.

Se é duro? Sim é muito duro, sofri muito, chorei imenso. Mas sinto-me uma mulher realizada. Tenho sonhos, projetos futuros. Se os vou concretizar ou não isso não sei. Sei que antes do Cancro tinha projetos sonhos e não se realizaram. Por isso faço-os na mesma.

Voltei à atividade física. Faço três vezes por semana Boxe. O meu marido é o professor, acompanhada pela filha que hoje tem 13 anos. A minha Inês!

A minha âncora, sempre muito querida e delicada comigo. O meu mundo. 

Nunca desistam! Acreditem sempre!

Se passamos por dias maus? Claro que sim, mas cabe-nos a nós torná-los mais fáceis. Por nós e por todos aqueles que nos amam.

Não falo muito no trabalho, porque não tive oportunidade de regressar, mas também lamento por ter dado 24 anos de mim aquela empresa, e no fim sentir que apenas fui um apenas um número. 

A vida é tão boa! Este Cancro chato que me acompanha para todo lado.

Como no meu caso correu sempre tudo, há dias que nem me lembro dele.

Com o meu testemunho quero transmitir-vos esperança. Acreditar na ciência, se hoje não existe a cura, amanhã pode existir.

Sou grata por todos os dias acordar e poder continuar a sonhar.”

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Boletim Epidemiológico
Desde ontem foram registados mais de 800 casos de infeção pelo novo coronavírus e nove mortes em território nacional. O número...

As regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve foram as regiões do país que registaram maior número de mortes, desde o último balanço: dois óbitos cada. Seguem-se as regiões Norte, Centro com uma morte a assinalar nas últimas 24 horas. Também a região autónoma dos Açores registou um óbito, nas últimas 24 horas.

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 828 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 310, seguida da região Norte com 236 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 167 casos na região Centro, 50 no Alentejo e 60 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, o arquipélago dos Açores conta agora com mais 10 infeções. Na Madeira, diz o boletim da DGS, que “o relatório de hoje reflete uma redução do número total de casos na RA da Madeira, por força da necessidade da transferência de nove casos para as respetivas regiões de ocorrência, tendo sido notificados quatro novos casos na RA da Madeira no dia em análise”.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 335 doentes internados, menos 10 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos registaram uma ligeira queda no número de doentes internados. Desde ontem, há menos dois doentes, estando agora 54 doentes na UCI.

O boletim desta quarta-feira mostra ainda que, desde ontem, 622 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 1.029.087 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 30.034 casos, menos 197 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância menos 831 contactos, estando agora 21.685 pessoas em vigilância.

 

Tratamentos IPL (Intense Pulsade Light)
Segundo Ana Sousa, da Clínica Dra. Ana Sousa Medicina Estética, em Gaia, os procedimentos minimamente invasivos para manchas...

“Apesar do uso de protetor solar, alguns pacientes ainda não têm o hábito de evitar as horas mais perigosas ao sol, assim como o uso de chapéu. As manchas solares na pele decorrem muitas vezes de ‘erros’ do passado e tendem a revelar-se mais tarde. Isto leva a que haja cada vez mais procura de tratamentos para melhorar a qualidade da pele”, afirma Ana Sousa. 

Os tratamentos IPL (Intense Pulsade Light), como Lumecca, são uma alternativa minimamente invasiva que permite destruir os pigmentos e tornar a pele mais homogénea e rejuvenescida. São indicados para lentigos solares, manchas, efélides (sardas), hiperpigmentações pós inflamatórios (acne), rosácea e fotorejuvenecimento.   

Com Lumecca, o laser é aplicado sobre um gel condutor na pele, existindo um disparo a cada 2/3 segundos que percorre toda a área a tratar. Pode ser realizado na face, no pescoço, no colo e até mesmo noutras regiões do corpo. 

“Trata-se de um ótimo tratamento para fazer uma vez por ano, após o verão. Devido ao alto poder deste IPL, normalmente apenas são necessárias uma a duas sessões para obter resultados satisfatórios. É um procedimento rápido, com duração de cerca de trinta minutos, praticamente indolor e com um baixo downtime, uma vez que o paciente pode fazer o tratamento e trabalhar no mesmo dia”, explica a especialista. 

Lumecca é indicado para pacientes que tenham manchas solares, rosácea, telangiectasias (pequenos vasos capilares visíveis) ou que queiram apenas rejuvenescer a pele, sem limite de idade. Inclusive mulheres grávidas podem submeter-se ao procedimento. No pré-tratamento, recomenda-se evitar exposição solar durante pelo menos quinze dias e não tomar medicamentos fotossensíveis. Após o tratamento, deve ser usado protetor solar SPF 50 e a exposição solar direta deve ser evitada. Também se recomenda o uso de creme reparador. 

“Sendo um ótimo primeiro procedimento para alguém que nunca se submeteu a intervenções estéticas, Lumecca tem a vantagem de poder ser combinado com outros tratamentos. Habitualmente, recomenda-se a repetição do tratamento um ano depois”, acrescenta Ana Sousa. 

Incentivo aos bons hábitos alimentares
O projeto Heróis da Fruta da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), 10 anos depois do seu lançamento nas...

Mário Silva, presidente da APCOI e coordenador nacional do projeto Heróis da Fruta explica que “esta série é uma adaptação para desenhos animados da iniciativa Heróis da Fruta que a APCOI implementa nas escolas, desde 2011, para prevenir a obesidade infantil, através do incentivo ao consumo diário de frutas e legumes, nas quantidades recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que já melhorou os hábitos alimentares de 502.122 crianças”.

Depois de conquistar mais de meio milhão de alunos nas escolas em Portugal, o projeto de educação para a saúde, Heróis da Fruta, chega agora ao pequeno ecrã com a participação especial dos atores Jessica Athayde e Diogo Amaral que dão voz às  personagens principais desta série.

“Adorei dar voz à personagem Sushi neste projeto da APCOI. É fundamental formarmos os nossos filhos para bons hábitos alimentares. Espero que os Heróis da Fruta ajudem a despertar novos hábitos nas casas de quem nos vai ouvir” afirma a atriz Jessica Athayde a propósito da sua participação.

Para o ator Diogo Amaral "Enquanto pai, poder dar a voz pelo projeto Heróis da Fruta é para mim algo muito especial. Espero que esta ação da APCOI ajude a sensibilizar muitos pais e crianças e que as refeições fiquem mais coloridas”.

Ao longo dos 26 episódios, os Heróis da Fruta vão dar o seu exemplo positivo às crianças e provar vários hortofrutícolas de origem nacional: Kiwi de Portugal (16/out); Melancia do Ladoeiro (17/out); Uva do Ribatejo (18/out); Abóbora de Soza (19/out); Amendoim do Rogil (20/out); Agrião de Água de Almancil (21/out); Romã do Alentejo (22/out); Amora do Minho (23/out); Laranja do Algarve (24/out); Ananás dos Açores (25/out); Azeitonas de Elvas e Campo Maior (26/out); Cereja do Fundão (27/out); Cebola Roxa de Montemor-o-Novo (28/out); Cenoura Baby Alentejana (29/out); Batata-Doce de Aljezur (30/out); Pêra Rocha do Oeste (31/out); Morango de Mirandela (01/nov); Mirtilo de Sever do Vouga (02/nov); Pêssego da Cova da Beira (03/nov); Feijão-Frade da Lardosa (04/nov); Tomate de Alvalade do Sado (05/nov); Figo-da-Índia Português (06/nov); Meloa de Santa Maria (07/nov); Banana da Madeira (08/nov); Melão de Almeirim (09/nov) e Maçã de Alcobaça (10/nov).

A partir de 16 de outubro e até 10 de novembro, todos os dias, um novo episódio será transmitido em todos os canais de televisão parceiros da iniciativa: Canal Panda, RTP2, RTP Madeira, Porto Canal e Localvisão TV. No MEO Kids ficará disponível logo na data da estreia uma área exclusivamente dedicada aos Heróis da Fruta na qual os mais pequenos poderão ver e rever todos os episódios, sempre que quiserem, na posição 53. Além disso, os episódios poderão também ser ouvidos diariamente em diversas rádios locais de várias regiões do país: Rádio ZigZag, Mundial FM, Rádio Voz do Sorraia, Rádio Planície, Rádio Cartaxo, RUA FM, Rádio Dueça, Rádio Dom Fuas e Rádio Pico.

Neste dia chega também às lojas dos supermercados Aldi de todo o país  o primeiro livro de colorir, inspirado na série de animação. Este livro tem o preço simbólico de 2,99€ e vem reforçar a gama de produtos solidários Heróis da Fruta que incluem mini-maçãs, mini-pêras, mini-cenouras e mini-águas, criados em parceria entre a APCOI e a rede de supermercados Aldi e cuja venda em parte reverte para apoiar este projeto escolar, tendo já permitido nos últimos anos levar toneladas de fruta a milhares de alunos que não levam lanche de casa.

“Estamos muito orgulhosos de fazer parte deste projeto tão importante. Iniciámos a nossa parceria em 2018 com a venda de mini-maçãs e mini-peras e ampliámos, recentemente, a nossa gama de produtos pensados nas crianças com as mini-cenouras e mini-águas, apostando sempre em produtos nacionais. Temos conseguido promover mudanças com um impacto duradouro nos hábitos alimentares dos mais pequenos e contribuir para combater a má nutrição das crianças, estimulando o consumo diário de alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, promover inclusão social dos alunos mais carenciados.” Elke Muranyi, Corporate Responsability Director da ALDI Portugal.

“Produzir esta série em Portugal só foi possível graças à talentosa equipa de animação da produtora Até ao Fim do Mundo e ao generoso apoio dos nossos parceiros nacionais e regionais, incluindo associações de produtores e autarquias, nomeadamente: Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça, Associação Portuguesa de Kiwicultores, Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve, Cooperativa Agrícola dos Fruticultores da Cova da Beira, Associação Agrícola de Santa Maria e Agromariensecoop, Associação de Produtores de Figo da Índia Português, Câmara Municipal de Aljezur, Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, Câmara Municipal de Almeirim, Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Boa Fruta Açores, Cerfundão, Dona Uva, Adoora, Mirtilusa, Grupo Luís Vicente, Vitacress, Novo Nordisk e Aldi”, conclui Mário Silva.

O que precisa saber
Embora possa ser assintomática, dependendo da sua localização, a Trombose Venosa Profunda manifesta-

Entender a trombose

Segundo o GESCAT, a Trombose “é uma condição na qual os coágulos de sangue se formam (em geral) nas veias profundas das pernas, virilha ou braços, causando uma Trombose Venosa Profunda (TVP)”.

Quando não é prevenida ou quando o seu diagnóstico não é feito atempadamente, esta pode progredir, “levando à rutura do coágulo, o qual pode migrar até os pulmões e causar uma Embolia Pulmonar (EP)”.

A EP é uma situação grave e que precisa de atendimento medico de emergência. “Juntos, a TVP e a EP formam o que conhecemos como Tromboembolismo Venoso (TEV). TVP + EP = TEV. Esta condição médica perigosa, frequentemente ignorada e potencialmente fatal, contribui para a morte de 1 em cada 4 pessoas em todo o mundo”, esclarece o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT).

Sinais e sintomas

Quando um coágulo se forma nas veias da perna dá-se aquilo a que se designa de Trombose Venosa Profunda (TVP)

Entre os sinais de alerta para a TVP, o GESCAT destaca:

  • Dor ou desconforto na barriga da perna ou coxa;
  • Inchaço da perna, pés ou tornozelos;
  • Vermelhidão local;
  • Aumento da temperatura da perna;
  • Sensação de pele esticada;
  • Rigidez da musculatura na região onde que se formou o trombo.

Quando o coágulo formado na perna se rompe e vai até o pulmão, temos a Embolia Pulmonar (EP). Os sinais de alerta são:

  • Dor no peito (que pode piorar com a inspiração);
  • Falta de ar inexplicável e/ou respiração rápida;
  • Frequência cardíaca acelerada;
  • Vertigens/tonturas e/ou desmaios.

O Tromboembolismo Venoso (TEV), considerada uma condição médica perigosa e potencialmente fatal, resulta da combinação de Trombose Venosa Profunda (TVP) e da sua maior complicação, a Embolia Pulmonar (EP).  

De acordo com o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT), “o TEV pode ocorrer sem qualquer sinal de aviso e pode passar despercebido e não ser diagnosticado corretamente por um profissional de saúde. Os sintomas que aparecem podem estar associados à TVP ou à EP”.

Causas e Fatores de risco

Entre os principais fatores de risco para o Tromboembolismo Venoso, o GESCAT destaca:

  • Hospitalização
  • Cirurgia
  • Cancro / Quimioterapia
  • Imobilização prolongada
  • Acidentes e Traumatismos
  • História familiar de TEV
  • Pílula anticoncecional
  • Gravidez
  • Obesidade
  • Consumo excessivo de álcool
  • Tabagismo

Trombose associada ao Cancro (TAC)

A Trombose Associada ao Cancro é uma importante causa de morbidade e mortalidade. O risco de TEV em doentes oncológicos é 4 a 6 vezes superior que na população em geral. “Este é um dado impressionante, mas que deve ser conhecido por doentes em tratamento oncológico para o cancro”, salienta o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT).  Embora nem todos os fatores sejam conhecidos, os principais determinantes do risco para a TAC incluem os tumores no cérebro, pulmões, estômago, pâncreas, linfomas, rins e ovário, entre outros.

Prevenção

Os cuidados diários para a prevenção incluem atitudes simples como evitar ficar muito tempo sentado sem se movimentar, a necessidade de praticar exercício físico regularmente, manter uma alimentação equilibrada, manter o peso, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente se associadas ao cigarro e ao uso de anticoncecionais, em viagens longas utilizar sempre roupas e sapatos confortáveis e fazer uso de meias elásticas caso tenha algum histórico pessoal ou familiar de formação de coágulos sanguíneos. Quando surgem alguns destes sintomas, é fundamental procurar ajuda junto do médico assistente.

Diagnóstico e tratamento

O Presidente do GESCAT alerta que, ao identificar os principais sintomas da trombose, é necessário procurar imediatamente ajuda médica para confirmar o diagnóstico da trombose suspeita e começar rapidamente o tratamento da doença. “Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da trombose venosa profunda deve começar imediatamente para impedir o crescimento do coágulo sanguíneo, impedir que o coágulo avance para outras regiões do corpo e, assim, evitar uma possível embolia pulmonar. O tratamento pode contemplar anticoagulantes para impedir que os coágulos sanguíneos se desloquem para os pulmões e meias de compressão para melhorar o edema causado pela trombose”, explica em comunicado.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
15 e 16 de outubro
A Gilead Sciences organiza, nos próximos dias 15 e 16 de outubro, em Monte Real, Leiria, o HIV Meeting Point 2021, um evento...

“Qualidade de vida no VIH – Pilar estratégico” é o tema da sessão de dia 15 de outubro, primeiro dia do evento, que contará com uma apresentação de Gonçalo Lobo (IAPAC), moderada por António Diniz (CHLN, Hospital Pulido Valente), seguida por um painel de discussão que contará com a participação dos especialistas Teresa Branco (APECS), Isabel Ramos (SPDIMC), ª Helena Farinha (CHLO, Hospital Egas Moniz),  José Queiroz (APDES) e  Helena Cortes Martins (INSA).

O segundo dia do evento, 16 de outubro, contará com 3 mesas redondas em sessões rotativas e terminará com uma conferência dedicada ao “Futuro da Saúde Digital” pelo Dr. Bernardo Gomes Pinto (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), moderada pelo Prof. Doutor Rui Sarmento e Castro (Centro Hospitalar Universitário do Porto).

O HIV Meeting Point, dirigido à comunidade médica, outros profissionais de saúde e às organizações de base comunitária, proporcionará a partilha e discussão do que tem vindo a ser feito e o que está ainda por conseguir na área do VIH, com o objetivo de alcançar uma melhor qualidade de vida para as pessoas que vivem com VIH.

 

 

 

A dor nas costas afeta cerca de 150 mil portugueses
A dor nas costas afeta cerca de 150 mil portugueses e não pode ser desvalorizada, uma vez que quase todas as pessoas, em...

As doenças da coluna vertebral são a causa mais relevante de anos vividos com incapacidade em todo o Mundo. A dor nas costas é um dos principais motivos que levam à perda de dias de trabalho, sendo que cerca de 80% da população terá pelo menos um episódio ou uma crise de dor nas costas ao longo da sua vida. Sendo tão comum, é natural que as pessoas tenham várias questões que gostariam de ver esclarecidas”, afirma Bruno Santiago, neurocirurgião e coordenador da campanha nacional “Olhe pelas Suas Costas”.

1. O que é que causa a dor nas costas?

A origem exata da dor nas costas é muitas vezes difícil de identificar, uma vez que existem inúmeras possibilidades. As dores podem ter origem nos músculos, no tecido conjuntivo, nos ligamentos, nas articulações, na cartilagem, nos discos ou até nos nervos, uma vez que, devido às atividades diárias, esforços ou a uma patologia mais específica, qualquer uma destas estruturas pode ser lesada.

2. Geralmente, quanto tempo dura um episódio de dor nas costas?

Na esmagadora maioria dos casos a dor desaparece passado até um mês ou menos. Estima-se que cerca de 80% das pessoas que experienciam um episódio de dor pela primeira vez, conseguem resolver as queixas em quatro a seis semanas;

Se a dor persistir mais do que 4 semanas está indicada uma avaliação médica;

Quando a dor se mantém mais do que 3 a 6 meses, é considerada uma dor crónica e necessita muitas vezes de uma avaliação multidisciplinar, incluindo fisiatria, cirurgia de coluna, medicina da dor e psicologia.

3. Em caso de dor lombar devemos aplicar calor ou frio?

Tanto o calor como o frio podem ajudar a aliviar a dor, no entanto, é importante saber quando utilizar cada um;

O gelo reduz a inflamação ou o edema (inchaço), diminuindo o fluxo sanguíneo de vasos sanguíneos constritos. Se for colocado até 48 horas após o início da dor, pode ajudar a aliviá-la. Depois das 48 horas iniciais, o calor pode ajudar a acalmar e relaxar os músculos das costas doridos.

4. Qual é a postura indicada para evitar lesões nas costas?

Sentado: uma cadeira na qual as ancas fiquem ligeiramente acima dos joelhos reduz a tensão lombar. Devem ter um bom apoio do tronco;

Para alcançar um objeto: utilizar um banco para conseguir chegar a objetos que estão acima do nível dos ombros ajuda a evitar lesões. Mas cuidado com as quedas!

Evitar fletir o tronco. Se necessitar de se baixar deve fletir os joelhos.

5. Quem tem dores nas costas deve procurar que especialidade médica?

Segundo um estudo da Sociedade Norte-americana da Coluna (NASS), mais de metade das pessoas com dor nas costas procuram um especialista em patologia da coluna, como um médico fisiatra, cirurgião ortopédico ou neurocirurgião para tratamento;

No entanto, o médico de cuidados primários (médico de família) é o mais importante na avaliação inicial, para prescrever medicação que atenue a dor, recomendar exames complementares quando necessário e identificar o especialista ou tratamento mais diferenciado para cada situação.

As dores nas costas podem afetar qualquer um dos segmentos da coluna e a sua intensidade, frequência e as suas características são variáveis. Existem três tipos de dores: cervicalgia, dorsalgia e lombalgia, consoante a área do tronco afetada, sendo esta última a mais comum.

Principais benefícios
A drenagem linfática manual é um tipo de massagem corporal que serve para ajudar o corpo a eliminar

Esta não emagrece pois não elimina gordura, mas ajuda a diminuir o volume corporal, uma vez que elimina os líquidos que causam o inchaço corporal.

Esta massagem deve ser realizada com manobras suaves e firmes, sempre em direção aos gânglios linfáticos exercendo apenas uma pequena pressão com as mãos sobre a pele, pois o excesso de pressão pode inibir a circulação linfática, comprometendo os resultados. Como tal o mais recomendado é que seja sempre feita por um profissional capacitado.

Esta ao ativar a circulação potencializa a passagem da linfa pelo sistema circulatório, limpando o sangue das impurezas, desempenhando assim o seu papel imunitário juntamente com os anticorpos sanguíneos.

Assim a drenagem linfática tem vários benefícios:

  1. Combater o Edema. A Drenagem Linfática, ajuda a reduzir o edema, ajudando a drenar líquidos e toxinas até aos gânglios linfáticos, facilitando a sua eliminação.
  2. Promove a oxigenação dos tecidos
  3. Favorece a cicatrização dos tecidos, pois melhora a irrigação sanguínea, contribuindo assim para uma rápida cicatrização dos mesmos
  4. Reduz equimoses.
  5. Estimula a microcirculação, melhorando a circulação sanguínea, reduzindo a sensação de pernas cansadas (pesadas).

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha #silenciosquedoempalavrasquecuram
A associação sem fins lucrativos, Projecto Artémis lança, neste mês de outubro, a campanha de sensibilização “Silêncios que...

15 de outubro é a data oficiosa que assinala este tema, ainda tabu nos dias de hoje e que pretende promover o diálogo livre e digno a todos os pais com histórias semelhantes. A nova campanha já está em circulação nas redes sociais durante todo o mês de outubro através do hashtag #silenciosquedoempalavrasquecuram.

“Neste mês de sensibilização para a perda gestacional gostávamos que tentassem imaginar o que é perder um bebé e desse filho que apenas os pais sentiram restasse apenas isto fisicamente: um teste de gravidez e uma ecografia. Será que a vossa memória se apagaria? Ou esse bebé viveria para sempre nos vossos corações? Será que deixariam de falar sobre este vosso filho? É preciso entenderem que o silêncio em torno da Perda Gestacional dói. Mas as palavras podem ajudar a curar”, retrata Sandra Cunha, Presidente e psicóloga da A-PA.

O vínculo entre os pais e o seu bebé começa a construir-se assim que estes tomam conhecimento da gravidez, e é fortalecido através de planos e expetativas. Quando há a obrigatoriedade de interromper este sonho, é comum sentir-se um misto de emoções, muitas das vezes incompreendidas, mas todas elas válidas a serem ouvidas e respeitadas. Assiste-se ainda a uma precariedade no acolhimento destas famílias que vivem o luto e por isso falar sobre a perda gestacional e neonatal para incorporá-la à nova rotina e diminuir um luto complicado. O Projecto Artémis, trabalha diariamente esse propósito.

 

 

 

Viatris apela à consciencialização face à prevenção desta doença
Anualmente, 1 em cada 4 pessoas em todo o mundo morre de doenças causadas por trombose. Tratam-se de mais pessoas afetadas por...

A Viatris, uma nova empresa global de saúde, junta-se assim à comunidade médica e à campanha do Dia Mundial da Trombose incluindo o seu programa de consciencialização global, para destacar a relevância da trombose, que se assinala todos os anos, no dia 13 de outubro. Alertando para a necessidade de avaliar o risco de trombose, a campanha deste ano será dinamizada em mais de 110 países, com cerca de 3.000 parceiros, incluindo hospitais, instituições e sociedades médicas.

A hospitalização é um importante fator de risco para o desenvolvimento de tromboembolismo venoso. Doentes com mobilidade reduzida, devido ao repouso em casa e/ou recuperação lenta, ou que sofreram trauma nos vasos sanguíneos, devido a cirurgia ou outra lesão grave, têm maior probabilidade de desenvolver coágulos sanguíneos. De facto, até 60% de todos os casos de tromboembolia venosa ocorrem durante ou dentro dos 90 dias de hospitalização, tornando-se uma das principais causas evitáveis de morte hospitalar5.

Para prevenir o tromboembolismo venoso, a equipa hospitalar avalia os doentes quanto ao risco de desenvolver coágulos sanguíneos e usa procedimentos adequados de prevenção e tratamento.  Walter Ageno, Diretor do Departamento de Emergência e Centro de Trombose, Ospedale di Circolo, Varese, Itália, disse: “A tromboembolia mata mais de meio milhão de pessoas todos os anos na Europa, com coágulos sanguíneos, ocorrendo principalmente em doentes hospitalizados, seguindo-se a uma admissão hospitalar recente para cirurgia ou em caso de doença médica aguda, como insuficiência cardíaca, distúrbios respiratórios agudos, doenças infeciosas ou inflamatórias agudas.

Como estilo de vida diário, existem alguns passos simples para ajudar a reduzir o risco de ocorrência de coágulos - como melhor mobilidade e redução da obesidade ou cessação do tabagismo. Seguindo estas simples etapas, uma pessoa poderia reduzir o risco de desenvolver coágulos sanguíneos, caso fosse hospitalizada”.

Jean-Phillipe Verbist, Líder Médico Regional para Trombose Viatris, disse: “Na Viatris apoiamos os profissionais de saúde desde a prevenção, ao tratamento de eventos tromboembólicos, bem como no aumento da consciencialização sobre a doença, com o objetivo final de contribuir para diminuir o sofrimento evitável ou morte devido a tromboembolismo”. 

Passos práticos para os doentes prevenirem o aparecimento de coágulos sanguíneos

  • Perder peso, se estiver acima do peso
  • Manter-se ativo, exercitar-se regularmente, caminhar
  • Evitar longos períodos de permanência imóvel
  • Levantar-se e andar pelo menos a cada hora, sempre que viajar de avião, comboio ou autocarro, principalmente se a viagem durar mais de 4 horas
  • Fazer exercícios para os calcanhares e pés se não se conseguir mover
  • Parar pelo menos a cada duas horas ao conduzir, sair do carro e andar
  • Beber muita água e usar roupas confortáveis quando viajar
  • Conversar com o seu médico sobre o risco de coagulação sempre que tomar hormonas, seja para o controlo de natalidade ou terapêutica hormonal de substituição, ou durante e logo após qualquer gravidez
  • Seguir todas as medidas de autocuidado para manter a insuficiência cardíaca, diabetes ou qualquer outro problema de saúde o mais controlado possível
Alerta da APDP
Amanhã assinala-se o Dia Mundial da Visão, data em que a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) recorda a...

A retinopatia diabética é uma manifestação oftalmológica da diabetes e uma das principais causas de perda grave de visão a nível mundial sendo que a sua frequência depende dos anos de duração da diabetes. Após 20 anos de evolução, constatamos que 90% das pessoas com diabetes tipo 1 e mais de 60% com tipo 2, sofrem de desta condição. O mau controlo metabólico (glicemia e pressão arterial) constitui também um fator de risco para o aparecimento da retinopatia.

“O problema é que existem em Portugal um milhão de pessoas com diabetes e, a noção que temos, é que entre 10% a 15% destas pessoas não tinham acesso a programas de rastreio da retinopatia diabética no período que antecedeu a pandemia. Com a paralisação dos serviços nesta área, o número de pessoas com diabetes e sem acesso a uma vigilância oftalmológica regular será hoje, certamente, bem superior.”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP.

João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, reforça a importância da identificação dos casos de baixa visão nas pessoas com diabetes: “há atrasos na avaliação da baixa visão que podem ser colmatados caso os profissionais que acompanhem as pessoas com diabetes saibam como os identificar. Graças ao projeto que desenvolvemos em parceria com a Associação Promotora do Ensino dos Cegos e com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, conseguimos organizar uma consulta de baixa visão na APDP que visa ajudar as pessoas com limitação visual a recuperar a sua autonomia e a melhorar a capacidade de controlo terapêutico. É, sem dúvida, um modelo que pode ser replicado nos cuidados primários.”

A APDP é a entidade que, ao longo da sua história, tem reunido experiência e conhecimento no rastreio e tratamento da retinopatia diabética. A sua área de intervenção abrange, atualmente, os concelhos da área geográfica de Lisboa e Vale do Tejo, através de um acordo com a ARS LVT, o que corresponde a um universo de mais de 30.000 portugueses. O diagnóstico precoce de uma das principais consequências da diabetes insere-se nas atividades de prevenção da APDP e pode ser realizado através de rastreios populacionais. Com o objetivo de diminuir as consequências e prevenir danos na visão, a APDP tem como objetivo alcançar todas as regiões do país, diminuindo as assimetrias no acesso aos rastreios e diagnóstico. Como tal, a APDP reforça a sua disponibilidade para apoiar os programas de rastreio de retinopatia diabética a nível nacional.

No âmbito da baixa visão e diabetes, a APDP lançou dois guias informativos, um para profissionais de saúde e outro para pessoas com diabetes e baixa visão e seus cuidadores, com o patrocínio científico das Sociedades Portuguesas de Diabetologia e de Oftalmologia, que podem ser consultados no seu site: Educação Terapêutica das pessoas com diabetes e baixa visão e Guia prático para pessoas com diabetes e baixa visão e seus cuidadores

Opinião
No dia 13 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Trombose, data escolhida pela Sociedade Internacio

O tromboembolismo venoso caracteriza-se pela formação de coágulos nas veias, mais frequentemente nas veias das pernas (trombose venosa profunda), que podem libertar-se e migrar para o pulmão (tromboembolismo pulmonar). O tromboembolismo venoso é umas das principais causas de morte e incapacidade a nível mundial, responsável pela morte de 1 em cada 4 pessoas. Esta doença ocorre em pessoas de todas as idades.

Mais recentemente, a pandemia causada pelo vírus SARS-COV2, colocou este diagnóstico no centro das atenções, devido ao risco trombótico associado à infeção causada por este vírus, reforçando a necessidade de sensibilizar os profissionais de saúde e população para o tromboembolismo venoso, nomeadamente em relação aos fatores de risco, identificação e prevenção.

Embora existam várias causas para o tromboembolismo venoso, a principal – o tromboembolismo venoso associado à hospitalização – é potencialmente prevenível. Estratégias para a identificação dos doentes em risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso durante e após o internamento ou intervenção cirúrgica, pretendem através de dados clínicos, identificar o risco trombótico e hemorrágico do doente. Quando indicado, são tomadas medidas preventivas com o recurso a medicamentos (anticoagulantes) ou medidas mecânicas (como meias de contenção elásticas) para a prevenção do tromboembolismo venoso. Adicionalmente, em Portugal, os hospitais dispõem de Comissões de Prevenção do Tromboembolismo Venoso, com o intuito de promover e supervisionar a implementação das medidas de prevenção mencionadas. Para além da hospitalização, existem outros fatores de risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso, como sejam neoplasia, traumatismo, imobilização prolongada, obesidade, terapêutica hormonal, gravidez, entre outros.

Os sinais e sintomas mais frequentes do tromboembolismo venoso são: perna inchada, vermelha, com dor e calor (na eventualidade de trombose venosa profunda), e falta de ar, dor no peito, tosse e palpitações (nos casos de tromboembolismo pulmonar). O diagnóstico deverá ser atempado a fim de proporcionar o tratamento adequado, que na maioria das vezes consiste em fármacos anticoagulantes, que inibem a formação de coágulos no sangue. A duração do tratamento é variável de pessoa para pessoa, e deverá ser estabelecida pelo médico, devendo haver revisão frequente do risco/beneficio da terapêutica e estratégia estabelecida em conjunto com o doente.

Se não for atempadamente identificado o tromboembolismo venoso pode ser fatal. Se não for adequadamente tratado, as complicações, como a síndrome pós-trombótica (após trombose venosa profunda) e hipertensão pulmonar tromboembólica crónica (após tromboembolismo pulmonar) podem ser incapacitantes.

Este ano o Dia Mundial da Trombose pretende alertar consciências e “abrir os olhos” da população para esta problemática - Olhos abertos para o tromboembolismo venoso / Eyes open to Trombosis.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Os medicamentos genéricos e biossimilares fazem parte da solução
Maria do Carmo Neves, presidente da APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares alerta que “é...

A APOGEN reconhece o esforço do Governo de dotar a área da Saúde para o próximo ano com mais capacidade financeira, através do reforço de 554 milhões de euros de verbas previstas no Orçamento de Estado para 2022, face ao estimado para este ano.

No entanto, como já referido pela Convenção Nacional da Saúde, de que a APOGEN faz parte, faltam mil milhões de euros para ultrapassar a suborçamentação crónica do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e melhorar as condições de vida da população que foi severamente atingida nos últimos dois anos.

A presidente da APOGEN reforça: “É preciso chegar a mais pessoas e libertar verbas para o SNS, e os medicamentos genéricos são uma poderosa ferramenta de gestão que só nos últimos 10 anos já permitiram libertar mais de 4,2 mil milhões de euros para a inovação na saúde”.

Para isso, é necessário aumentar o número de utentes que beneficiam das vantagens dos medicamentos genéricos e biossimilares. “E isso só será possível com o aumento da literacia em saúde das pessoas, comunidades e organizações”, complementa Maria do Carmo Neves.

Na perspetiva da APOGEN, apesar do Governo manter no OE 2022 o foco no prosseguimento da adoção de medidas que visam aumentar a quota de medicamentos genéricos e de medicamentos biossimilares no mercado, há que definir políticas concretas para que, logo que um medicamento genérico ou um medicamento biossimilar esteja disponível, se promova a sua adoção, sempre que se justifique do ponto de vista terapêutico.

A APOGEN está igualmente preocupada com a manutenção da contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica, que, desde 2015, penaliza particularmente as empresas de medicamentos genéricos e biossimilares. “Em ambiente hospitalar, estes medicamentos são sujeitos a uma taxa igual à dos medicamentos inovadores, 14,3%, quando o diferencial de preço é superior a 90%, o que, na nossa perspetiva, viola o princípio constitucional da igualdade”, refere a presidente da APOGEN.

Esta contribuição tem sido, deste 2015, um dos principais fatores de desincentivo ao lançamento de novos medicamentos genéricos e biossimilares no mercado hospitalar e tem conduzido a posições concursais desertas com consequente aumento dos custos.

Em Portugal, existe ainda margem de progressão na adoção destas terapêuticas, como mostra o Estudo de Perceção sobre Medicamentos Genéricos que a APOGEN desenvolveu com a GfK Metris e cujas conclusões vai apresentar amanhã, de manhã. Só nos últimos 10 anos, os medicamentos genéricos já permitiram libertar recursos das famílias e do SNS no valor de quase 4,3 mil milhões de euros para serem aplicados na inovação em saúde. Um valor que corresponde a quase 2 anos de despesa do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos.

Bolsas de investigação no valor de de 1 milhão dólares
Está a decorrer o processo de Submissão de Propostas a um Programa Competitivo de Bolsas promovido pela Pfizer, com um valor de...

A Carta de Intenção (LOI - Letter of Intent) relativa aos projetos deverá ser submetida até dia 5 de novembro de 2021. Apenas serão aceites as propostas que sejam submetidas nos prazos indicados.

Posteriormente, os projetos serão analisados por um painel de revisores independentes, que irá selecionar os projetos para financiamento. A Pfizer não tem influência sobre nenhum aspeto dos projetos e apenas solicita relatórios sobre os resultados e o impacto dos mesmos, para partilha pública.

Estas bolsas estão inseridas no programa Pfizer Global Medical Grants (GMG), criado para apoiar iniciativas independentes, com o objetivo de melhorar os resultados em saúde e responder a necessidades médicas não satisfeitas, alinhadas com a estratégia científica da Pfizer.

Mais informações em: 2021/2022 Global Obesity ASPIRE

 

Vacina deve ser renovada de forma anual
“A vacina contra a gripe está fortemente recomendada em todas as pessoas consideradas de alto risco para desenvolver...

Segundo justifica este núcleo, “ter Diabetes aumenta o risco de hospitalização pós infeção por gripe em 137% e o risco de internamento em cuidados intensivos ou morte em 23%”

“Por isso, em Portugal, desde 2001 que a pessoa com Diabetes passou a fazer parte do grupo-alvo da vacina contra a gripe e desde a época 2017/18 que a vacina passou a dada de forma gratuita no Serviço Nacional de Saúde”.

Os últimos dados do Vacinómetro 2020/21, mostram-se animadores, sendo que 74,6% da população com 65 anos mais anos de idade foi vacinada, tendo-se conseguido alcançar a meta preconizada pela OMS para esta faixa etária (vacinação de ≥75%). Este relatório demostra ainda que dentro do grupo de doenças crónicas, 83,5% dos inquiridos com Diabetes foram vacinados e apenas 3,2% dos quais pela primeira vez.

No entanto, tendo por base o boletim de vigilância epidemiológica da gripe, na última época gripal 2020/21, o vírus circulou de forma esporádica e nunca chegou a atingir atividade epidémica, registando-se um decréscimo franco do número de casos. Este facto justifica-se, em parte, pelas medidas instituídas com a pandemia COVID-19.

Portanto, antevê-se que a época gripal de 2021/22 tenha uma maior incidência de gripe expectável. Por um lado, infere-se que o nível de imunidade de grupo tenha descido e por outro, a quantidade de dados de vigilância epidemiológica recolhidos terão sido inevitavelmente menores.

Nesse sentido, a DGS publicou a norma 006/2021, de 25/09/2021, dando lugar a medidas excecionais e especificas no âmbito da vacinação gratuita contra a gripe “nomeadamente o início mais precoce, a vacinação faseada e a inclusão na gratuitidade dos profissionais que trabalham em contextos com maior risco de ocorrência de surtos e/ou de maior suscetibilidade e vulnerabilidade.”

A pessoa com Diabetes tipo 1 ou tipo 2 com mais de 6 meses de idade tem acesso à vacina da gripe de forma gratuita no centro de saúde/centro de vacinação, sendo convocada para o efeito através de mensagem, telefonema ou carta. Este ano, poderá também agendar a administração da vacina, igualmente de forma gratuita, na farmácia comunitária. No caso dos indivíduos com Diabetes entre os 6 meses e os 64 anos cujo diagnóstico não conste no processo clínico do centro de saúde e que por isso possam não ser convocados para a vacinação, necessitam para o efeito de uma declaração médica que é emitida através da Plataforma de Prescrição Eletrónica de Medicamentos (PEM), pelo seu médico assistente, para garantir a gratuitidade da vacina contra a gripe.

Atualmente ainda vigora a recomendação em relação ao intervalo mínimo de 14 dias em relação à administração entre a vacina contra a gripe e a vacina contra COVID-19. No entanto, aguardam-se diretrizes a nível europeu com a possibilidade de colocar a coadministração da vacina da gripe com a terceira dose contra a covid-19, nalguns grupos da população. Em relação a outras vacinas do Plano Nacional de Vacinação, podem ser administradas concomitantemente com a vacina da gripe, como são o caso das vacinas do tétano e da tosse convulsa na grávida.

“A DGS e outras sociedades médicas também recomendam à população diabética adulta (≥ 18 anos de idade), as vacinas antipneumocócicas, Pn13 e Pn23, eficazes contra a pneumonia pneumocócica e a doença invasiva pneumocócica. Estas vacinas são administradas em duas tomas com intervalo até 12 meses, segundo esquema indicado na Norma 011/2015 da DGS de 23/06/2015, atualizada a 06/11/2015, podendo ser administradas simultaneamente, antes ou depois da vacina da gripe sazonal”, salienta.

Ausência de diálogo e respostas
Paralisação será antecedida de uma concentração de enfermeiros em frente à Assembleia da República, no dia 28 de outubro, para...

Os sete sindicatos representativos dos enfermeiros portugueses decidiram na madrugada de hoje avançar com uma greve nacional para a primeira semana de novembro, em data a anunciar posteriormente. A ação será precedida de uma concentração destes profissionais de saúde em frente ao Parlamento, no próximo dia 28, às 15 horas para reclamar o descongelamento da carreira e a avaliação de desempenho igual aos enfermeiros da Região Autónoma da Madeira, através da entrega de uma petição na Assembleia da República.

As decisões, nota Pedro Costa, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, representam um endurecimento na posição de força da classe, mas “permitem não esgotar a disponibilidade para dialogar com o Governo”, mesmo depois da entrega do caderno reivindicativo da classe entregue a funcionários da tutela em setembro último, junto aos elevadores do Ministério da Saúde, “ter caído em saco roto”.

Em causa continuam questões como a integração imediata nos quadros das unidades de saúde de todos os enfermeiros com contratos precários, a avaliação de desempenho adequada a todos, a abertura de concursos para progressão na carreira e em todas as categorias, o pagamento de milhares de horas extraordinárias, a correção das desigualdades entre os dois regimes de contratação no SNS (RCTFP e CIT), e o reconhecimento do risco e penosidade da profissão (onde se enquadra, por exemplo, a reivindicação de reforma antecipada).

Mas, “acima dos interesses da classe está o próprio Serviço Nacional de Saúde e a qualidade de cuidados prestados atualmente pelos enfermeiros”, que, sublinha Pedro Costa, depois da “abnegação colocada ao serviço da população, por todos reconhecida, nos dois últimos anos”, durante as vagas pandémicas, “estão a entrar em esgotamento”, razão pela qual as taxas de absentismo em muitos hospitais estão a crescer, com equipas completamente exaustas, de norte a sul do país.

“O que estamos a ler, ouvir e ver todos os dias nas notícias são sintomas do muito que está mal e urge resolver já”, salienta o responsável sindical.

Os enfermeiros sentem-se, por tudo isto e por muito mais, “exaustos, desvalorizados e sobrecarregados com mais horas de trabalho, sem verem reconhecidas o risco e a penosidade da profissão”, acrescenta o presidente do SE.

A concentração em São Bento em 28 de outubro e a greve da primeira semana de novembro representam momentos de união muito importantes dos sete sindicatos representativos da classe, em torno de interesses comuns.

“Não queríamos ter que avançar com a greve, mas estamos a ser empurrados para isto pelo Governo, pela ausência de diálogo e respostas, que está a tornar a situação insustentável e a prejudicar a população que recorre ao Serviço Nacional de Saúde”, frisa Pedro Costa.

A decisão dos sindicatos dos enfermeiros aconteceu na noite de entrega do Orçamento de Estado de 2021, que prevê um reforço substantivo de dotação para o SNS. A informação é, no entanto, vista com cautela pelos sindicatos do setor.

“É positiva, a notícia, mas temos que perceber muito bem para que vai ser utilizada a verba. Se para resolver os problemas dos recursos humanos, se para destiná-la para infraestruturas e equipamentos… 700 milhões parece muito dinheiro, mas será pouco se for mal aplicado”, remata o presidente do Sindicato dos Enfermeiros.

 

Endotélio Talks
No próximo dia 13 de outubro, pelas 21h, a Alfasigma Portugal, em parceria com o Update em Medicina, realiza uma sessão...

Já com a 4ª edição desta parceria, este webinar conta com uma atualização da Doença Vascular Periférica e da Disfunção Endotelial, percorrendo várias patologias como a Doença Venosa Crónica, Trombose Venosa Profunda e Síndrome Pós Trombótico, Úlcera Venosa versus Úlcera Arterial (diagnóstico diferencial), Doença Arterial Periférica, Síndrome do pé diabético.

“Este 4º Webinar que organizamos com o Update em Medicina, enquadra-se num conjunto de sessões que a Alfasigma tem vindo a realizar, abertas à participação de todos os médicos internos e especialistas de medicina geral e familiar, independentemente de exercerem funções em instituições de saúde do setor público, privado ou social, em Portugal.” explica Rui Martins, diretor de Marketing e Vendas e responsável pela área de Relações Públicas da Alfasigma.

Esta edição conta com a participação de Natália Santos (Serviço de Cirurgia Geral, Unidade de Diabetes do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE) como palestrante e de António Pedro Machado (Medicina Interna, Coordenador Científico do Update em Medicina). O objetivo é a promoção da literacia com resultados visíveis para os doentes, contribuindo ao mesmo tempo para a formação médica e capacitação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas também um incentivo à descoberta de novas terapêuticas que melhoram a vida dos doentes.

“O tratamento de doentes vasculares é uma das prioridades da missão da Alfasigma. Ao desconstruirmos alguns factos num espaço dinâmico estamos a promover a literacia para um melhor conhecimento sobre o papel do endotélio vascular, comum a tantas condições clínicas da Doença Vascular Periférica.” menciona Rui Martins, diretor de Marketing e Vendas e responsável pela área de Relações Públicas da Alfasigma.

À semelhança da última sessão, não haverá material de estudo prévio, mas uma dinâmica de interação que, no final da sessão, distinguirá os melhores participantes que responderam corretamente/mais rápido às várias questões interativas. Uma sessão que põe à prova o conceito de que contra factos há argumentos.

Link para inscrição: https://updatemedicina.pt/formacoes_online/endotelio-talks/

Opinião
Depois de tantos meses em que grande parte dos portugueses passaram pelo menos uma parte do seu temp

No final deste longo ano e meio em que estivemos muito resguardados, quase sem sair à rua, sem conviver e com a utilização obrigatória da máscara, temos de pensar em fortalecer o nosso sistema imunitário.

Mesmo com grande parte da população vacinada, a preocupação com a COVID-19 não desapareceu e existem evidências científicas que alguns suplementos podem ser benéficos para o sistema imunitário. Dos mais referidos encontram-se a Vitamina D3, a Vitamina C e o Zinco. Também na terapêutica homeopática, destacam-se o Osciloccocinum, Silicea, Arsenicum album e Bryonia alba.

A Vitamina D3, também designada colecalciferol, apresenta evidências científicas positivas na prevenção e tratamento da infeção causada pela COVID 19 e pelo vírus influenza (gripe) devido ao seu efeito imunomodulador sobre as células do sistema imunológico.

Também a Vitamina C, ou ácido L-ascórbico, tem vindo a ser utilizada como terapia complementar em infeções do aparelho respiratório e a sua utilização como preventivo e curativo de gripes e constipações é utilizado tradicionalmente pelos portugueses nos meses mais frios do ano.

Recentemente, sentiu-se a necessidade de se procurar outras alternativas com forte ação antiviral e destacamos o Zinco pelas suas propriedades antioxidantes e de estimulação do sistema imunológico.

Outros suplementos são amplamente reconhecidos por apresentarem uma ação direta no sistema imunitário como o alho, a Equinácea e o Própolis. O alho é tradicionalmente usado para infeções brônquicas, aparelho digestivo e circulação e apresenta propriedades antibacterianas, antimicóticas e antivirais. A Equinácea é uma planta com ação imune-estimulante geral apresentando uma ação anti-inflamatória e antiviral. O Própolis consiste numa mistura de material resinoso e balsâmico e é produzido pelas abelhas para proteção das colmeias apresentando propriedades antifúngicas e antimicrobianas importantes.

Para quem prefira a utilização de medicamentos homeopáticos não podemos esquecer o Oscillococcinum com indicação para a prevenção e tratamento de estados gripais. Existem ainda outros medicamentos importantes para o fortalecimento do sistema imunitário nomeadamente o Arsenicum album ou a Bryonia alba, muito utilizados para prevenção e tratamento de patologias causadas por vírus. Também a Silicea em diluições homeopáticas pode ser usada para prevenção de infeções das vias respiratórias durante a estação fria, tanto para adultos como para crianças.

O confinamento trouxe ainda outras patologias importantes como ansiedade, cansaço, medo, falta de força e um desgaste acima do habitual. A medicação homeopática pode ajudar nestas situações, com a grande vantagem de não causar habituação nem efeitos secundários e poder ser utilizada pela população em geral incluindo crianças e idosos. Destacam-se medicamentos homeopáticos para a ansiedade, hipersensibilidade emocional e irritabilidade e perturbações ligeiras do sono. Para aqueles que se sentem cansados Kalium phosphoricum pode ser a solução. Para as nossas crianças e adolescentes que sentem o regresso às aulas com alguma ansiedade pode ser aconselhado Gelsemium sempervirens em grânulos de fácil absorção.

Aproveite para passear ao ar livre neste Outono que se avizinha mais risonho do que os anteriores. A atividade física melhora a saúde física e mental, ajuda a controlar o peso corporal, a manter a saúde das articulações e aparelho cardiovascular e de um modo geral, a sentir-se melhor.

Peça ajuda e informe-se sobre quais são as melhores soluções para si!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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