"Medida de emergência"
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a...

Isto é aconselhado num apelo publicado na segunda-feira para que os países "tomem medidas" para reduzir o risco de transmissão de SARS-CoV-2 entre humanos e animais selvagens, bem como reduzir o risco de aparecimento de variantes, avança hoje o jornal El Mundo.

"À medida que entramos no terceiro ano da pandemia, o SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, está a espalhar-se entre pessoas a um nível intenso em todo o mundo. Há muitos fatores que estão a impulsionar a transmissão. Uma delas é o aparecimento de variantes altamente transmissíveis que são motivo de preocupação, a última das quais a ómicron. O vírus continua a evoluir e o risco de aparecimento de variantes no futuro é elevado", alertam estas agências das Nações Unidas.

Embora a pandemia Covid-19 seja impulsionada pela transmissão humana, o vírus também é conhecido por infetar espécies animais. De acordo com os estudos científicos mais recentes, a vida selvagem não desempenha um papel importante na propagação da SARS-CoV-2 em humanos, mas a propagação nas populações animais "pode afetar a saúde destas populações e pode facilitar o surgimento de novas variantes do vírus", alertam.

Para além dos animais domésticos, até agora foram observados animais selvagens na natureza, em cativeiro ou em exploração, tais como grandes gatos, martas, furões, veados de cauda branca norte-americana e grandes macacos, infetados pela SARS-CoV-2. Até à data, foram demonstrados que as martas agrícolas e hamsters infetam os seres humanos com o vírus SARS-CoV-2 e está atualmente a ser estudado um possível caso de transmissão entre um veado de cauda branca e um humano.

Raquitismo hipofosfatémico
O Raquitismo hipofosfatémico corresponde a um distúrbio genético hereditário, de transmissão dominan

Luísa Moura tinha dois anos quando foi diagnosticada com Raquitismo Hipofosfatémico. Na altura apresentava já os membros inferiores arqueados, uma característica que partilhava com o pai, a tia e avós paternos.

“A minha avó apresentava estatura baixa e os membros inferiores bastante arqueados e o meu avô, embora não sabendo muito sobre a sua condição, sei que foi operado aos 18 anos”, conta Luísa adiantando que este “apresenta membros inferiores deformados” e queixa-se bastante de dores nos joelhos e virilhas.

“Quando a minha avó engravidou do meu pai, ficou alerta”, comenta acrescentando que quando o progenitor iniciou a marcha já tinha as pernas bastantes arqueadas. Após a segunda gravidez, o problema volta a surgir na tia de Luísa. “O meu pai e a minha tia foram seguidos no Hospital Rodrigues Semide, no Porto”, comenta.

“Quando eu nasci, a minha mãe sabendo da doença do meu pai falou com a médica de família que desvalorizou o assunto”, conta recordando que foi a tia paterna que conseguiu que Luísa fosse vista por um médico no Hospital onde havida sido acompanhada. “De seguida fui encaminhada para o Hospital Maria Pia”, onde foi confirmado o diagnóstico de XLH.

Graças ao acompanhamento médico, Luísa apresenta uma estatura próxima do normal – 1,56 cm -, os ossos “quase nada arqueados”, sem dor.

Luísa é mãe de duas crianças: uma menina de 10 anos saudável que havendo sido referenciada para consulta especializada não apresenta diagnóstico do XLH, e um menino de três anos observado pela primeira vez no Hospital Pediátrico de Coimbra para rastreio familiar, tendo realizado estudo genético positivo para variante no gene PHEX.

“Inicialmente o Santiago não apresentava nenhuns sinais de raquitismo”, explica a mãe. Iniciou a marcha com apoio pelos 9 meses e sem apoio aos 13 meses. Não obstante, “começou a apresentar os ossos das pernas arqueados, principalmente na perna esquerda e a cair com alguma frequência”.

Atualmente, apresenta uma evolução muito boa, com correção das deformidades dos membros inferiores e normalização da marcha.

Segundo a mãe, Luísa Moura, por agora “os principais desafios associados a esta doença são que o Santiago consiga ter uma vida normal, fazer desporto, cresça saudável, que os ossos se mantenham fortes, direitos, que ele atinja uma estatura normal e que esta doença não o impeça de ser feliz e realizado”.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Candidaturas de 7 de março a 31 de maio de 2022
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), com o apoio da Amgen...

Os projetos de investigação devem ser realizados por investigadores com exercício em instituições portuguesas e é encorajada a colaboração e parceria entre várias instituições, bem com a interdisciplinaridade, e devem ser formalizadas para o e-mail [email protected], até às 24 horas de 31 de maio de 2022.

Todos os projetos submetidos serão avaliados por um júri idóneo, composto por peritos de reconhecido mérito em investigação científica e experiência profissional e/ou académica em hemato-oncologia em Portugal e/ou internacional, nomeado pela APCL e SPH. O regulamento da bolsa de investigação em Mieloma Múltiplo pode ser consultado nos sítios dos parceiros.

«Partimos para mais uma edição da Bolsa de investigação em Mieloma Múltiplo com a certeza de que vamos ter projetos que podem melhorar a qualidade de vida e a sobrevivência dos doentes com mieloma múltiplo não só em Portugal, como em todo o mundo. Estamos muito satisfeitos por voltar a fazer parte desta iniciativa, que já é um marco na nossa associação, que assinala este ano o seu 20ª aniversário», afirma Manuel Abecasis, presidente da APCL.

«O facto de estarmos há seis anos consecutivos a promover uma bolsa de investigação na área da hematologia é revelador da importância e do sucesso desta iniciativa, em que ano após ano somos surpreendidos pelo rigor e excelência dos trabalhos apresentados, tanto nas edições de Mieloma Múltiplo, como para as duas edições em Leucemia Linfocítica Aguda. Portanto, as expetativas para este ano estão altíssimas», conclui João Raposo, presidente da SPH.

«Orgulhamo-nos pelo desenvolvimento da 4ª Edição desta Bolsa em parceria com a APCL e com a SPH, iniciativa que promovemos desde 2017. Não só estamos a contribuir para incentivar a produção de I&D nacional, como é mais um passo na nossa missão de apoiar projetos de investigação que contribuam para a melhoria da prática clínica atual e futura, no caso de uma doença oncológica rara, o mieloma múltiplo», declara Tiago Amieiro, diretor-geral da Amgen. 

O Mieloma Múltiplo é a segunda neoplasia hematológica mais frequente com cerca de 539 novos casos por ano. Esta patologia tem uma grande incidência a partir dos 50 anos e apresenta sintomas muito inespecíficos, que são desvalorizados ou confundidos com outras doenças mais comuns.

 

O glaucoma é a terceira maior causa de cegueira no mundo
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), no contexto da Semana Mundial do Glaucoma, alerta a população portuguesa para a...

Estima-se que mais de 50% das pessoas que sofrem de glaucoma, não saibam que têm esta doença.  Os médicos oftalmologistas chamam a esta patologia “o ladrão silencioso da visão”, devido às suas características assintomáticas durante a maioria do seu curso.

Qualquer indivíduo, sobretudo a partir dos 40 anos ou com antecedentes familiares, pode desenvolver glaucoma. Para além disso, são também fatores de risco a raça negra (mais frequente e com casos mais graves), alta miopia e doentes medicados com corticoides. Neste sentido, a consulta regular com um médico oftalmologista para efetuar uma avaliação ocular aprofundada, medir a pressão ocular e medir o estado do nervo ótico é um comportamento essencial no que toca à prevenção.

O especialista Pedro Faria, Coordenador do Grupo Português do Glaucoma da SPO e médico oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, sublinha: “O glaucoma pode desenvolver-se num ou em ambos os olhos. Inicialmente, o glaucoma não apresenta qualquer sintoma, não provoca dores e a visão não sofre alterações. Mas, à medida que o glaucoma avança sem tratamento, os doentes perdem de forma gradual e irreversível os seus campos visuais. A visão periférica vai-se perdendo e os doentes sentem que começam a ver ‘através de um túnel’. Com o passar do tempo, essa visão central também pode diminuir, até ser atingida a cegueira total. O tratamento permitirá atrasar ou idealmente impedir a progressão desta doença; o seu diagnóstico atempado é fundamental, mas também um acompanhamento regular, medindo a pressão intraocular e realizando exames (OCT e campos visuais) para confirmar que esta se mantém estável”.

Semana Mundial do Glaucoma, promovida pela Associação Mundial do Glaucoma, assinala-se entre os dias 6 e 12 de março, com várias atividades por todo o mundo que têm como principal objetivo promover o conhecimento da população sobre esta doença por forma a eliminar a cegueira provocada pelo glaucoma.

Em Portugal, o Grupo Português de Glaucoma, da SPO, vai ter a decorrer durante todo o dia 9 de março, quarta-feira, como referido, uma iniciativa de promoção de informação com o apoio de médicos oftalmologistas da sociedade, nos Centros Comerciais Colombo em Lisboa, Arrábida Shopping em Vila Nova de Gaia e Coimbra Shopping no centro da cidade de Coimbra, para abordar a temática “Viver com Glaucoma ou Hipertensão Ocular”. Nos dias 11 e 12 de março decorre, na Figueira da Foz, a Reunião Anual do Grupo Português de Glaucoma onde serão discutidas as mais recentes novidades sobre esta doença.

Março, mês Europeu de Luta Contra o Cancro do Intestino
Por todo o mundo, em março, assinala-se o Mês de Luta Contra o Cancro do Intestino, principal causa de morte por cancro em...

Diariamente morrem, em média, 11 portugueses por cancro colorretal (CCR), sendo a sobrevivência global aos 5 anos de 50%. Se o diagnóstico for realizado atempadamente, a sobrevivência ultrapassa os 90%. (fonte: United European of Gastroenterology). 

Perante a relevância destes números que demonstram a eficácia do diagnóstico, a SPG apresenta uma campanha de sensibilização com um filme que terá palco na televisão e redes sociais. No dia 21 de março, o Cristo Rei e a Torre dos Clérigos vão estar iluminados de azul, cor alusiva a esta campanha que também percorre vários países no mundo (toda a informação sobre a campanha disponível aqui).

A importância do rastreio por colonoscopia, resulta da elevada incidência e mortalidade por CCR em Portugal, e da existência de um tratamento curativo, que é tanto mais eficaz quanto mais precoce for o diagnóstico e deteção das lesões precursoras (pólipos intestinais). Com o recurso à colonoscopia é possível a remoção destas lesões, interrompendo a progressão para cancro evitando assim novos casos. A colonoscopia é, portanto, o método de rastreio por excelência, ao permitir o diagnóstico e o tratamento no mesmo ato, promovendo uma efetiva prevenção da doença.

Para o presidente da SPG, Guilherme Macedo, “é urgente alertar a população para a elevada incidência e mortalidade desta doença, que pode ser acautelada através de um diagnóstico eficaz e atempado” e acrescenta que “é altura de implementar uma estratégia nacional, com igualdade de acesso a todos os cidadãos para uma eficaz prevenção e tratamento”. De acordo com as novas diretrizes internacionais, todos as pessoas, mesmo assintomáticas, a partir dos 45 anos devem ser incluídos num programa de rastreio do cancro do cólon e reto.

Importa também recordar que, os estilos de vida pouco saudáveis, como os que envolvem dietas com uma elevada quantidade de alimentos processados, o tabagismo e o elevado consumo de álcool, estão fortemente associados ao desenvolvimento de CCR.

 

 

A 8 de março
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organiza, amanhã, o seu 14º Fórum Internacional de Empreendedorismo, tendo...

Este evento (em formato online), que pretende motivar os estudantes de Enfermagem para o desenvolvimento de ideias e projetos empreendedores e inovadores, divide-se em quatro painéis: “Experiências internacionais de empreendedorismo na Saúde” (10h00), “Motivar para o empreendedorismo” (10h30), “Projetos empreendedores na área da Saúde” (11h15) e “Inovação em empreendedorismo social” (14h00).

A sessão de abertura, às 9h00, conta as intervenções da Aida Cruz Mendes, Presidente da ESEnfC e do Pedro Dinis Parreira, Coordenador do Gabinete de Empreendedorismo da ESEnfC O 14º Fórum Internacional de Empreendedorismo é organizado pelo Gabinete de Empreendedorismo da ESEnfC, com o apoio do Serviço de Apoio aos Novos Graduados, sendo uma atividade associada ao Concurso Regional Poliempreende.

No período da tarde (a partir das 15h15), decorrerá o “Open Day - Oportunidades de emprego nacionais e internacionais: desafios e dificuldades”, contando com a presença de várias empresas e instituições de recrutamento de profissionais de saúde.

Mais informações sobre este 14º Fórum Internacional de Empreendedorismo estão disponíveis no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/geesenfc2022.

 

 

Webinar da AADIC
No dia 17 de março de 2022, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca divulga uma sessão de esclarecimento...

Os últimos dois anos foram desafiantes para o setor da saúde e muito difíceis para quem sofre de uma doença crónica como a insuficiência cardíaca. Em Portugal existem mais de 400 mil pessoas com insuficiência cardíaca e a pandemia pela covid-19 veio acentuar o subtratamento e subdiagnóstico desta doença. É urgente retomar as consultas de especialidade, os exames e tratamentos, os rastreios e todos os cuidados de saúde primários e hospitalares suspensos. É igualmente urgente reforçar a interligação entre as instituições de saúde.

“A interligação entre os Cuidados Primários e as Clínicas de Insuficiência Cardíaca Hospitalares, é de primordial importância quer no diagnóstico precoce quer no seguimento dos doentes. A existência de um contacto direto entre as duas Instituições, permite a rápida referenciação dos doentes, a realização de exames complementares de diagnóstico e um atempado início de terapêutica, que como sabemos aumenta a sobrevivência e melhora a qualidade de vida. A Insuficiência Cardíaca é uma doença crónica, pelo que os doentes depois de estabilizados continuam a necessitar de um acompanhamento de proximidade, que pode ser efetuado nos Cuidados Primários”, explica Maria José Rebocho, em antecipação da sessão online.

O Webinar Insuficiência Cardíaca será dividido em dois momentos. A primeira parte da sessão será composta por uma discussão sobre a importância da integração dos cuidados primários e hospitalares para a prevenção e gestão da insuficiência cardíaca entre os oradores Nuno Jacinto, médico de família, USF Salus, ACES Alentejo Central, Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Sara Gonçalves, cardiologista responsável da Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca (UNNICA) do Centro Hospitalar de Setúbal, Madalena Rodrigues, médica de MGF, USF do Castelo, Interlocutora da UNIICA nos ACES Arrábida , com a moderação de Maria José Rebocho, cardiologista e membro do Conselho Científico da AADIC;

A segunda parte será dedicada aos doentes, com o testemunho de vida do doente Fernando Almeida e com a participação da audiência, onde dúvidas e questões serão devidamente respondidas e esclarecidas pelos oradores da sessão.

Para Sara Gonçalves “tornar o diagnóstico o mais precoce possível, melhorar a terapêutica instituída ao nível dos cuidados de saúde primários e melhorar a referenciação é o grande objetivo dos cardiologistas”. A UNIICA, Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca do Centro Hospitalar de Setúbal, da qual é fundadora, é um dos melhores exemplos ao agregar os serviços de Cardiologia e Medicina Interna e integrar os cuidados primários do Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida, há três anos.

Nuno Jacinto afirma “o médico de família tem um papel central na gestão do doente com insuficiência cardíaca. Desde o diagnóstico clínico aos cuidados paliativos, passando pela gestão da terapêutica e pela articulação com os colegas hospitalares, o médico de família faz um acompanhamento de proximidade ao longo de todas as fases da doença, o que permite melhorar o prognóstico e aumentar a qualidade de vida dos doentes com insuficiência cardíaca.”

Este webinar é uma iniciativa que visa aumentar a literacia em saúde e promover o debate em torno das consequências da má interligação entre os cuidados de saúde na gestão da insuficiência cardíaca em Portugal e o impacto de uma pandemia na prestação dos cuidados de saúde diferenciados.

19 de março na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda
O Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa (NEMPal) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai realizar as IV...

O evento, que se realizará na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto, em formato híbrido, apresenta como principal objetivo a promoção de uma reflexão sobre terapias não convencionais na prestação de cuidados de saúde no que concerne a cuidados paliativos. 

“O objetivo das jornadas é falar-se de terapias não convencionais ou complementares que habitualmente não se abordam nas reuniões científicas médicas, mas que podem ser úteis associadas à terapêutica convencional, nomeadamente nos doentes em cuidados paliativos”, afirma Elga Freire, Internista e Coordenadora do Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa da SPMI, sublinhando que “pretendemos saber um pouco mais de cada uma, para podermos aconselhar melhor os nossos doentes e cuidadores”.

Subordinada ao tema, “Terapias Out Of The Box em cuidados paliativos” esta edição debruça-se sobre respostas terapêuticas não farmacológicas e farmacológicas na abordagem clínica ao doente. Mindfullness, Terapia Reconectiva, e Reiki são algumas das técnicas que vão estar em destaque. Realizar-se-á ainda um um Simposium sobre o uso terapêutico da canábis.

“Não se trata de novos caminhos, mas sim da integração de todas as terapias, nomeadamente as não farmacológicas que, não prejudicando os doentes, podem ser oferecidas com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida, a dos seus cuidadores e dos profissionais de saúde envolvidos. Muitos dos nossos doentes já ouviram dizer que a Medicina Convencional “não tem nada a oferecer”. Os cuidados paliativos, sendo cuidados holísticos, têm sempre muito a oferecer utilizando terapias convencionais ou não, com o objetivo de intervir na qualidade de vida. Felizmente, cada vez há mais investigação científica nas áreas de cuidados paliativos e de terapias complementares. Esperamos nas nossas Jornadas mostrar algumas evidências”, conclui Elga Freire.

Mais informações em: https://www.spmi.pt/iv-jornadas-do-nempal/

 

 

Milhões de mulheres em todo o mundo confrontam-se com a dificuldade de acesso a produtos menstruais
Para assinalar o Dia da Mulher, Cristina Rodrigues lança petição pelo combate à pobreza menstrual através do fornecimento...

A pobreza menstrual diz respeito à dificuldade em aceder a produtos de higiene menstrual adequados, bem como à falta de acesso à água, saneamento básico e condições dignas de habitação.

“São as mulheres em situação de sem-abrigo ou em situações de pobreza as mais vulneráveis a este problema, contudo, este não é um problema residual. Milhões de mulheres em todo o mundo confrontam-se com a dificuldade de acesso a produtos menstruais tendo, segundo a Plan Internacional, a situação piorado com a pandemia provocada pela COVID-19.”, refere Cristina Rodrigues.

A falta de acesso a estes produtos tem impactos nefastos na saúde das mulheres, dado que na falta de produtos apropriados, são usados pedaços de pano, toalhas, papel higiênico, papelão, jornais, é feita uma utilização repetida dos mesmos pensos ou utilização de tampões por mais tempo do que o aconselhado. Nestes casos, coisas como infeções vaginais ou urinárias são recorrentes, verificando-se também situações mais graves como insuficiências renais ou morte por choque séptico. 

Além dos potenciais impactos na saúde, a falta de acesso a produtos de higiene menstrual tem um impacto social, acentuando a desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres. Sem acesso a estes produtos, inúmeras mulheres e adolescentes ficam impossibilitadas de estudar ou trabalhar.

Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu que o direito das mulheres à higiene menstrual é uma questão de saúde pública e de direitos humanos. A ONU estima que uma em cada dez meninas faltem à escola quando estão menstruadas. 

Já em Portugal, o estudo “Pobreza em Portugal – Trajectos e Quotidianos", diz-nos que quase um quinto dos portugueses estão em situação de pobreza e os últimos indicadores, de 2018, são de 17,2%, o equivalente a 1,7 milhões de pessoas. Apesar do estudo não incidir sobre o período de pandemia, tudo indica que a situação tenha piorado e, portanto, os números serão provavelmente superiores neste momento. Estes dados demonstram a vulnerabilidade a que certas famílias e mais especificamente meninas e mulheres estão expostas.

Outros países já têm dado passos importantes nesta matéria, como é o caso da Escócia que, em novembro de 2020, discutiu esta questão, tendo sido aprovada na generalidade a obrigação de distribuição gratuita de produtos menstruais em determinados locais como escolas e universidades, estando previsto o desenvolvimento de um programa nacional para garantir o acesso a produtos menstruais. Na Nova Zelândia, as escolas também disponibilizarão produtos gratuitos a partir de junho, com vista a contribuir para o fim da pobreza menstrual. Em França, estes produtos estarão disponíveis nos serviços de saúde das universidades e residenciais de estudantes.

“Falar do acesso a produtos de saúde menstrual é falar dos direitos que ficaram por cumprir. Afinal, são as mulheres as mais afetadas pela precariedade, as mais penalizadas no trabalho por ausências, como as relacionadas com a família, sem nunca esquecer o impacto do diferencial salarial no rendimento. Garantir o acesso a produtos de higiene menstrual é garantir a igualdade de oportunidades e assegurar o cumprimento dos direitos de todas as pessoas.”, conclui Cristina Rodrigues.

É de referir ainda que a Assembleia da República nesta sessão legislativa que termina aprovou a resolução n.º 312/2021, iniciativa de Cristina Rodrigues, que visava um programa a implementar no Serviço Nacional de Saúde, a distribuição gratuita de produtos menstruais, incluindo produtos menstruais reutilizáveis, nos centros de saúde, mediante solicitação da utente; que essa distribuição seja feita em escolas, universidades e institutos politécnicos; que se promovam ações de literacia menstrual e de sensibilização quanto a esta matéria.

Pode consultar a petição aqui: https://peticaopublica.com/mobile/pview.aspx?pi=PT111802

Medicamento com potencial anti metástico
A Something in Hands - Investigação Científica Lda. (R-Nuucell), spin-off da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa ...

A spin-off - sediada no Tec Labs – Centro de Inovação da Faculdade - é uma das 50 empresas da União Europeia (UE) selecionadas pelo programa piloto Women TechEU, uma iniciativa inédita, criada para apoiar empresas emergentes de tecnologia profunda lideradas por mulheres e que nesta 1.ª edição registou 391 candidaturas de 37 estados-membros e de países associados ao programa Horizonte.

Maria Helena Garcia, professora do Departamento de Química e Bioquímica (DQB) e investigadora do Centro de Química Estrutural (CQE) da Ciências ULisboa e Andreia Valente, investigadora do CQE e DQB Ciências ULisboa, são as sócias fundadoras da R-Nuucell, constituída em fevereiro de 2021, em plena pandemia COVID-19 e que conta ainda com parceiros privados - Miguel Ribeiro Ferreira & Isabel de Botton -, a Ciências ULisboa e a Portugal Ventures.

Os resultados já obtidos pela R-nuucell, com o projeto CanceRusolution, no âmbito do desenvolvimento deste novo medicamento para o TNBC - uma doença ainda sem tratamento específico e eficaz -, mostram o seu potencial anti metastático, cujo alvo é o esqueleto das células, isto é, o citoesqueleto.

O novo medicamento que está a ser desenvolvido também poderá ser utilizado para outros cancros da mama metastáticos. O projeto prepara-se para começar uma nova fase esta primavera, nomeadamente a realização de estudos in vivo (animais).

O cancro de mama é a segunda causa de morte das mulheres a nível mundial. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em 2020 surgiram 2.3 milhões de novos casos de cancro da mama e cerca de metade destes cancros (1.15 milhões) são metastáticos. As estatísticas indicam que apenas cerca de 28% das mulheres com TNBC atingem os cinco anos de sobrevivência.

 

Estudo
Um novo estudo analisou mais de 3.000 proteínas para identificar quais estão causalmente ligadas ao desenvolvimento casos...

O estudo, financiado em parte pelo Centro de Investigação Biomédica de Maudsley do Instituto Nacional de Investigação em Saúde (NIHR), no Reino Unido, utilizou uma ferramenta genética para analisar mais de 3.000 proteínas. Os investigadores identificaram seis que poderiam estar na base de um risco acrescido de Covid-19 grave e oito que, inversamente, poderiam contribuir para a proteção contra a Covid-19 grave.

Uma das proteínas (ABO) que foi identificada como tendo uma ligação causal ao risco de desenvolver Covid-19 grave a grupos sanguíneos, sugerindo que os grupos sanguíneos desempenham um papel decisivo em pessoas que desenvolvem formas graves da doença.

Alish Palmos, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências (IoPPN) do King's College London e um dos autores do estudo, explica que usaram "uma abordagem puramente genética para investigar um grande número de proteínas sanguíneas e estabelecemos que algumas delas têm ligações causais ao desenvolvimento de Covid-19 severo. Focar-se neste grupo de proteínas é um primeiro passo fundamental na descoberta de alvos potencialmente valiosos para o desenvolvimento de novos tratamentos."

Avaliar a relação entre proteínas do sangue e doenças pode ajudar a compreender os mecanismos subjacentes e identificar potenciais novos alvos para o desenvolvimento ou conversão de fármacos. Os níveis proteicos podem ser medidos diretamente a partir de amostras de sangue, mas conduzir este tipo de pesquisa para um grande número de proteínas é caro e não permite que uma direção causal seja estabelecida.

 

O sargaço é uma mistura orgânica muito rica
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) lidera um projeto que visa desenvolver produtos inovadores a...

Em particular, o projeto “ValSar: Valorização do Sargaço da Costa Litoral Norte”, financiado por fundos europeus (FEAMP) através do MAR2020 – GAL Costeiro Litoral Norte, propõe desenvolver novos biofertilizantes e bioestimulantes (produto natural orgânico, geralmente pobre em nutrientes, mas rico em compostos bioativos que estimulam processos naturais de uma cultura, como, por exemplo, a absorção de nutrientes, entre outros) para aplicação na agricultura, bem como avaliar a potencial aplicação de compostos bioativos do sargaço no setor farmacêutico e de cosmética.

O projeto, realizado com a colaboração da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), e com o apoio dos municípios de Vila do Conde e da Póvoa do Varzim, pretende identificar oportunidades de negócio que permitam promover o desenvolvimento local no âmbito da economia do mar e é constituído por três fases – caracterização do sargaço; estudo, seleção e ensaios com os compostos extraídos do sargaço; e disseminação do conhecimento produzido, não só junto da comunidade científica e do público em geral, como também junto de investidores.

«A apanha do sargaço foi uma atividade económica muito relevante no passado, sobretudo na agricultura, mas atualmente é uma prática quase extinta no litoral norte, entre Viana do Castelo, Póvoa do Varzim e Vila do Conde, zona do país onde a apanha do sargaço era mais comum. Queremos valorizar este conjunto de algas que abundam na nossa plataforma continental e que estão subaproveitadas. O sargaço é uma mistura orgânica muito rica, quer em termos de compostos minerais quer em termos de compostos bioquímicos», contextualiza Cristina Rocha, investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e coordenadora do projeto.

Para alcançar os objetivos do projeto, a equipa começou por caracterizar sazonalmente a diversidade, quantidade e composição química e bioquímica da mistura de algas. Esta caracterização, explica Cristina Rocha, «permite identificar os diferentes compostos bioativos do sargaço e selecionar os mais promissores para os produtos que pretendemos desenvolver, isto é, para a valorização que propomos».

Com base nesta informação, os investigadores vão agora avançar para a preparação dos extratos. Para o setor agrícola, o projeto aposta no desenvolvimento de um substrato corretivo fertilizante, misturando o sargaço com «resíduos sólidos urbanos para tentar obter um composto mais rico, que potencie melhor o crescimento das culturas, pois estas algas possuem muitos compostos minerais, alguns deles, por exemplo, o iodo, que não conseguimos ter num composto só à base de biorresíduos. Vamos também desenvolver bioestimulantes», conta a investigadora do MARE-FCTUC.

Estes fertilizantes e bioestimulantes vão depois ser testados num conjunto de culturas de interesse económico para a região Litoral Norte, tais como culturas de couve, alface, feijão e pimento.

Em paralelo, a equipa vai explorar a outra linha de produtos dirigida ao setor farmacêutico e de cosmética. Sabendo-se que as algas possuem muitos compostos bioativos, «com diferentes atividades biológicas, como, por exemplo, antivirais, antibacterianas, antifúngicas e antitumorais, nós vamos preparar extratos e testar os compostos bioativos desses extratos em ensaios de exposição de células do sistema imunitário e em linhas celulares que representam a pele – a epiderme e a derme. Através destes ensaios, que vão ser realizados no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC), vamos poder identificar o potencial dermatológico do sargaço, ou seja, vamos estudar propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, regeneradoras, antienvelhecimento e antialérgicas, entre outras», detalha a líder do projeto.

Iniciado há um ano, o projeto ValSar, conclui Cristina Rocha, apresenta «um elevado interesse coletivo, uma vez que visa promover a valorização de uma atividade económico-social e de um recurso natural da região Litoral Norte, centrando-se na inovação de produtos e biotecnologia e criando condições para o empreendedorismo».

 

10 de março, entre as 18h30 e as 19h30
A Gilead organiza no dia 10 de março, entre as 18h30 e as 19h30, no Porto, a “Evidence Review: HIV Highlights Conference”, uma...

Dirigida a Profissionais de Saúde (médicos, farmacêuticos e enfermeiros) ligados ao tratamento da infeção por VIH/SIDA, esta sessão de síntese e contextualização dos resultados publicados recentemente conta com a moderação da Dr.ª Rosário Serrão, do Centro Hospitalar Universitário de São João, e com a participação do Dr. Miguel Abreu, do Centro Hospitalar Universitário do Porto, da Dr.ª Josefina Mendez, do mesmo Centro Hospitalar, e da Dr.ª Margarida Mota, do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.

No passado dia 16 de fevereiro, decorreu a reunião “Evidence Review: HIV Highlights Conference” em Lisboa. Neste evento, dirigido à audiência da região Sul do país e que contou com a moderação do Dr. Kamal Mansinho, Diretor do Serviço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, o Dr. Nuno Luís, especialista em Infeciologia do Centro Hospitalar de Setúbal, apresentou os dados clínicos relevantes e mais recentes do esquema terapêutico BIC/FTC/TAF nas conferências internacionais mais relevantes na área do VIH que decorreram ao longo de 2021, assim como os dados de seguimento a 5 anos de BIC/FTC/TAF em adultos naïve com VIH-1, apresentados no CROI que decorreu no início de fevereiro deste ano. Seguiu-se a discussão sobre as principais implicações clínicas da evidência que tem sido gerada, na qual a Drª Ana Cláudia Miranda, especialista em Infeciologia do do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, partilhou a sua experiência, destacando os dados mais relevantes na escolha individualizada da terapêutica antirretrovírica.

Os Profissionais de Saúde poderão inscrever-se na sessão “Evidence Review: HIV Highlights Conference”, no Porto, através do www.hivlearning.com ou contactando a Gilead. A apresentação será seguida de Q&A.

 

Ordem dos Psicólogos Portugueses lança documento
Consciente da forma como a Guerra perturba a Saúde Psicológica e o Bem-estar das pessoas, a Ordem do

O documento lembra que todos reagimos de forma diferente a acontecimentos perturbadores e que cada um de nós tem capacidades e formas diferentes de lidar com emoções e sentimentos desagradáveis.

“É natural que ainda nos sintamos “em choque”” ou que “nos sintamos preocupados, ansiosos, stressados, assustados, angustiados, tristes, com medo. E irritados, zangados, impotentes. Também podemos sentir dificuldade em concentrarmo-nos, em tomar decisões ou em dormir”. Natural também é que “tenhamos receios e dúvidas acerca do futuro (Quanto tempo vai durar a Guerra? O que vai acontecer? Que consequências terá?).

Como podemos lidar com o que estamos a sentir?

  • Aceitar as nossas emoções e sentimentos. É totalmente natural sentirmos muitas emoções e sentimentos diferentes. É perfeitamente razoável chorar, se sentirmos vontade de o fazer (muitas vezes, até nos sentimos mais aliviados depois). Também é natural que o nosso humor e motivação possam flutuar.
  • Utilizar estratégias de gestão da ansiedade e do stresse. A sensação de “já não aguentarmos mais” é um “estado da nossa mente”. Podemos usar a ansiedade a nosso favor e combater os sentimentos negativos e desagradáveis que ela nos traz. Podemos experimentar algumas formas de gerir a ansiedade.
  • Limitar a nossa exposição a notícias. Não conseguimos controlar o que se está a passar na Ucrânia, por isso não ajuda estarmos constantemente a monitorizar todos os detalhes do que está a acontecer, correndo o risco de nos sentirmos sobrecarregados e desesperados com toda a informação disponível. Pesquisar sistematicamente sobre este tema, pode aumentar a ansiedade e o medo.
  • Falar com familiares e amigos. Como diz o provérbio: “um problema partilhado, é metade do problema”. Não somos os únicos preocupados com a Guerra. Partilhar aquilo que sentimos pode diminuir o nosso stresse, fazer-nos sentir apoiados e validados no que sentimos e pensamos, aumentar o nosso sentimento de confiança e a nossa energia. Falar ajuda.
  • Manter uma rotina. As nossas rotinas podem ajudar-nos a aumentar os nossos sentimentos de segurança e previsibilidade em tempos de incerteza.
  • Realizar atividades de lazer. Ir dar uma corrida, falar ao telefone com um amigo/a, saborear a nossa refeição preferida, olhar pela janela e observar a paisagem… O mundo continua a ser um lugar cheio de beleza e coisas positivas, das quais podemos e devemos usufruir. Pode saber mais sobre a importância das atividades de lazer.
  • Alimentar a esperança. A Guerra não traz apenas destruição, também provoca comportamentos pró-sociais, maior envolvimento e participação cívica, mais gratidão pelo que temos, compaixão e solidariedade, mais defesa da liberdade e da dignidade, maior respeito pela diversidade e pelos direitos humanos. Maior perceção da forma como todos estamos conectados e do modo como nos relacionamos uns com os outros, da importância da vida e do sentido que lhe atribuímos.
  • Apoiar e contribuir. Um sentimento de esperança e propósito surge quando nos mobilizamos, enquanto comunidade, para ajudar e contribuir para o bem-comum. Procurar uma forma de apoiar (através de donativos de bens ou voluntariado, doação de sangue ou mobilização das pessoas da comunidade, por exemplo) ajuda-nos a nós e aos outros, pode contribuir para atribuir um propósito ao que estamos a passar e pela mobilização que nos possibilita, aumentando a nossa perceção de controlo sobre a situação que vivemos.
  • Procurar ajuda. Se os nossos pensamentos e sentimentos estão a interferir significativamente com a nossa capacidade de funcionar no dia-a-dia, a afetar o nosso sono ou a dominar a nossa vida, devemos procurar ajuda. Mas também podemos procurar ajuda se acharmos uma boa ideia falar com um profissional que nos ajude a regular os nossos pensamentos e sentimentos. Podemos consultar informações sobre como Procurar Ajuda e como um Psicólogo ou Psicóloga nos podem ajudar. Pedir ajuda nunca é um sinal de fraqueza, mas sim de coragem e responsabilidade. Podemos ainda aceder ao www.encontreumasaida.pt ou, em situação de crise, ligar para o Serviço de Aconselhamento Psicológico da Linha SNS24.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
UNITE deixa o alerta devido à guerra na Ucrânia
Os membros do comité executivo desta organização mundial, que tem como objetivo o combate contra as doenças infeciosas, alertam...

Na declaração, os parlamentares pedem aos seus pares para “promoverem uma agenda que incentive a doação de medicamentos e recursos médicos” cuja escassez “ameaça a vida de milhares de pessoas”, em particular ao oxigénio e às reservas de sangue.

Para o Presidente Ricardo Baptista Leite, a possível destruição da rede de saneamento e as crescentes dificuldades no acesso à água potável irão levar “ao aumento do risco de doenças infeciosas que poderão ameaçar milhões de ucranianos”. No que toca aos restantes cuidados de saúde, o Presidente da UNITE admite que é “essencial manter os programas de vacinação de crianças, bem como os cuidados de saúde materno-infantis” sob pena de “vermos novos surtos de doenças infeciosas” num país que já por si “tem das menores taxas de vacinação da europa” numa alusão aos diferentes surtos de sarampo e outras doenças que são preocupantes no país do leste da Europa.

A UNITE, organização que junta mais de 200 parlamentares em cerca de 80 países, mostra-se também “extremamente preocupada” com a possibilidade de pessoas que vivem com VIH/SIDA e outras condições “ficarem sem acesso a medicamentos que garantem o controlo destas doenças”.

Por último, os membros do comité-executivo deixam ainda um apelo para que se garantam as condições para acolher “todos aqueles que fogem da guerra na Ucrânia”, assegurando que os sistemas de saúde estão preparados para responder a todos os que precisem de respostas de saúde.

 

Reunião junta especialistas no tratamento da dor
“Canabinoides na dor crónica – mitos, factos e opções terapêuticas” foi o tema da reunião online, que juntou especialistas no...

“Os canabinoides são mais uma opção terapêutica para a dor crónica, nos casos de insucesso de outras terapêuticas. Cabe aos médicos, independentemente da especialidade, pesquisar sobre o assunto e apostar na sua formação de forma a oferecer aos doentes novas opções”, conclui Hugo Cordeiro, membro do Grupo de Estudos de Dor da APMGF e moderador da iniciativa, mencionado “fazer todo o sentido discutir este assunto entre profissionais de saúde”. “Com certeza, faremos mais formações nesta área.”

O webinar contou com a intervenção de Artur Aguiar, médico especialista no tratamento de dor no IPO-Porto, que falou do sistema endocanabinoide; da evidência clínica; e dos canabinoides, abordando o seu lado teórico e a realidade da sua utilização. Foram também expostos dois casos clínicos, por Artur Aguiar e por Raul Marques Pereira, responsável pela Consulta de Dor da USF Lethes, em Ponte de Lima.

Artur Aguiar começou a sua apresentação explicando que “a canábis é uma planta única na natureza, que possui muitos componentes químicos, sendo que uma grande parte se relaciona com o organismo humano do ponto de vista terapêutico”. De acordo com o orador, esta informação é conhecida há muitos anos, tendo o canabidiol (CBD) sido o primeiro componente a ser conhecido e estudado. Mais tarde, foi isolado o tetrahidrocanabinol (THC), tendo-se tornado na substância mais investigada em ensaios clínicos.

“A comunidade científica dedicou-se a estudar a razão pela qual estes constituintes são capazes de produzir efeitos terapêuticos e medicinais no corpo humano e chegou à conclusão de que temos recetores e transmissores canabinoides no nosso organismo – o denominado sistema endocabinoide - capazes de interagir com as substâncias da planta”, afirmou Artur Aguiar.

E explicou que este sistema tem um papel importante de regulação de um alargado leque de processos fisiológicos: apetite, metabolismo, humor, função motora, função gastrointestinal, função cardiovascular, resposta ao stress, resposta imunitária e inflamatória, função endócrina e do sistema reprodutor, desenvolvimento embrionário, neurotransmissão e dor.

“Os canabinoides atuam em múltiplos níveis no que respeita à transmissão da dor, tendo um efeito notável não apenas em termos de escala de intensidade, mas também da sua perceção; da qualidade de vida do doente; e da gestão emocional da própria dor. É neste aspeto que a canábis tem um efeito diferenciador”, salientou.

E afirmou: “A evidência clínica já existente diz-nos que a terapêutica com canabinoides tem aos poucos mostrado o potencial de reduzir a comedicação com outros medicamentos, como os antidepressivos.”

O orador lembrou ainda que, em Portugal, atualmente, há uma flor seca aprovada e à venda nas farmácias, que tem como substância ativa o THC. Está recomendada para adultos com mais de 25 anos de idade e indicada para casos em que os tratamentos convencionais não sejam eficazes ou provoquem efeitos adversos. A administração desta flor seca é feita por via inalatória, com vaporizador.

As seis indicações aprovadas no nosso país para tratamento com esta substância são, de acordo com Artur Aguiar, a dor crónica associada a doença oncológica ou ao sistema nervoso; náuseas e vómitos resultantes de quimioterapia, radioterapia combinada de VIH e medicação para hepatite C; estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes sujeitos a tratamentos oncológicos ou com sida; espasticidade associada à esclerose múltipla ou a lesões medulares; síndrome de Gilles de la Tourette; e glaucoma resistente à terapêutica.

De seguida, a exposição dos casos clínicos, por Artur Aguiar e Raul Marques Pereira, deu lugar a uma profícua e muito participativa discussão com os médicos assistentes.

Respondendo às questões dos colegas que colocaram as suas dúvidas sobre esta substância, modos de atuação, vantagens e desvantagens, Raul Marques Pereira mostrou considerar que “os canabinoides são, sem dúvida, uma nova classe de fármacos e que tem de ser tidos em conta pelos médicos, para tratamento da dor que não responde aos fármacos utilizados habitualmente”.

Depois da discussão entre oradores e participantes, ficou no ar a promessa de mais reuniões sobre o tema canabinoides e a dor crónica. “É importante continuarmos a transmitir o estado da arte da utilização de canabinoides na dor, assim como o seu uso prático em Cuidados de Saúde Primários, nomeadamente no que respeita às indicações e aos doentes que mais podem beneficiar”, termina Raul Marques Pereira.

3 milhões de euros
Bayer criou um Fundo de Auxílio a Catástrofes de 3 milhões de euros para reforço das medidas de emergência em resposta à...

O fundo também inclui a resposta humanitária inicial da empresa, divulgada apenas um dia após os primeiros ataques, em que disponibilizou 300.000 euros para ajuda imediata à Cruz Vermelha Alemã e de organizações locais.

Além disso, a pedido do Ministério da Saúde ucraniano, a Bayer divulgou um primeiro carregamento de antibióticos e materiais médicos esterilizados no dia 1 de março. Apesar da situação muito desafiante, os produtos chegaram à Ucrânia, onde vão apoiar a ajuda médica de até 27.000 doentes.

Os colaboradores da Bayer expressaram a sua solidariedade e juntaram-se a uma campanha de doação que visa apoiar as medidas implementadas pela Cruz Vermelha Alemã. Em apenas 6 dias, foram doados mais de 600.000 euros. A Bayer irá, também, igualar todas as doações para aumentar o apoio. Além disso, foi criada uma plataforma onde os colaboradores podem oferecer abrigo temporário aos seus pares provenientes da Ucrânia e às suas famílias. Estão, também, a ser organizadas campanhas de voluntariado local em alinhamento com algumas organizações do país.

Após os desenvolvimentos dos últimos dias e a invasão da Ucrânia, a situação continua a desenvolver-se dinamicamente. A Bayer está chocada com o ataque à liberdade e à democracia, que poderá resultar numa ameaça à paz e à segurança europeia e mundial.

Neste momento tão difícil, os nossos pensamentos e solidariedade estão com o povo ucraniano. A segurança dos nossos empregados é agora a nossa principal prioridade. Estamos também a fazer tudo o que podemos para garantir ainda mais o fornecimento dos nossos produtos à população civil – incluindo medicamentos e produtos agrícolas vitais para salvaguardar o abastecimento alimentar. Afirma Werner Baumann, CEO e Presidente do Conselho de Administração da Bayer.

A empresa está em estreita sintonia com as autoridades locais e as organizações internacionais de ajuda humanitária para analisar a situação volátil no terreno e decidir sobre medidas adicionais de apoio e doações de produtos como parte do fundo de auxílio a catástrofes.

 

Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV
As doenças associadas ao papilomavírus humano (HPV) mantêm-se um importante problema de saúde públic

“Assinalar o Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV é uma oportunidade para alertar a população e recordar o caminho de investigação, de melhoria dos cuidados e sensibilização percorridos nos últimos 35 anos, mas também para chamar a atenção para o que ainda há a fazer”, refere a especialista, que é também professora da Escola de Medicina da Universidade do Minho. 

A médica explica que existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, alguns dos quais com potencial cancerígeno. Estima-se que cerca de 75 a 80% das pessoas sexualmente ativas terá um episódio de infeção por HPV durante a vida. “A infeção por HPV pode associar-se a doenças benignas, mas potencialmente recidivantes e indutoras de má qualidade de vida e ansiedade, tais como verrugas da orofaringe e condilomas anogenitais, bem como a patologia maligna”, acrescenta a ginecologista Cristina Nogueira-Silva. 

O HPV é um carcinogéneo humano, sendo reconhecido como estando na origem de cerca de 5% de todos os cancros (mais do que o tabaco): quase todos (99,7%) os casos de cancro do colo do útero, 70% dos cancros da vagina e 40% da vulva, 47% dos cancros do pénis, 90% dos cancros anais, até 72% dos cancros da orofaringe e 10% dos cancros da laringe. 

De acordo com a especialista, “o desenvolvimento de vacinas profiláticas recombinantes contra o HPV revelou-se uma estratégia de prevenção primária eficaz, custo-efetiva e segura, com múltiplos estudos a demonstrarem taxas de seroconversão de 97 a 100% da população vacinada e um claro impacto na redução da carga de doença associada ao HPV”. Sublinha ainda que a vacina nonavalente “apresenta potencial para prevenir 89% dos cancros associados ao HPV e 82% das lesões pré-cancerosas” do colo do útero, vulva, vagina e ânus.  

“Apesar destes resultados, as doenças associadas ao HPV mantêm-se um importante problema de saúde pública que não pode ser deixado para segundo plano. O HPV é, também, responsável por 284 mil a 540 mil novas lesões pré-cancerosas anogenitais por ano. Em Portugal, anualmente, estima-se que 865 mulheres sejam diagnosticadas com cancro do colo do útero e 379 morram, sendo o terceiro cancro mais frequente nas mulheres entre os 15 e os 44 anos”, frisa. 

E o que torna o colo do útero tão suscetível à infeção por HPV?  

Cristina Nogueira-Silva explica que o colo do útero é composto por uma área recetiva à infeção, denominada zona de transformação, na qual as células se mantêm em diferenciação. “O papilomavírus humano infeta as células desta área do colo do útero, às quais acede através de microtraumatismos, nomeadamente durante o ato sexual. A infeção persistente por HPV de tipos denominados de alto risco desempenha um papel crucial na transformação maligna”, esclarece. No entanto, salienta que “o processo de desenvolvimento de doença maligna é lento, o que proporciona oportunidade de intervenção”. Por esta razão “é que é tão importante que as mulheres procurem o seu médico e realizem o rastreio do cancro do colo do útero, que consiste na colheita de células do colo do útero, para pesquisa da presença de HPV e/ou detetar alterações dessas células (o vulgo Papanicolau).

Esperar para ver como evolui ou intervir? 

Segundo a médica, diferentes sociedades científicas como a American Society of Colposcopy and Cervical Pathology e a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, defendem que, perante alterações dos testes de rastreio, pode haver uma abordagem clínica expectante (vigilância) ou terapêutica, dependendo do grau de risco de a infeção se tornar maligna.  

Na sua opinião, a abordagem expectante deve, de facto, ser recomendada em muitos dos casos clínicos. Contudo, reconhece pela sua experiência clínica que o diagnóstico de uma alteração de um teste de rastreio do cancro do colo do útero associa-se a elevados níveis de ansiedade por parte das mulheres, o que, por vezes, dificulta a aceitação da chamada estratégia “wait and see”, ou seja, esperar para ver como evolui. Por isso, admite que estratégias de intervenção terapêutica, como produtos de aplicação vaginal, podem ser utilizados como forma de estimular a natural regeneração dos tecidos e, ao mesmo tempo diminuir os níveis de ansiedade. 

“Nos últimos anos, foram desenvolvidos produtos de aplicação vaginal, baseados em betaglucano, aprovados para o tratamento e prevenção de lesões cervicais de baixo grau causadas pelo HPV. Os estudos científicos demonstram que o betaglucano além de ativar o sistema imune, promove a epitelização e estimula a regeneração cervical”, sublinha. Dá como exemplo um estudo que envolveu cerca de mil mulheres em que uma formulação em spray de gel vaginal de carboximetil-betaglucano e policarbófilo demonstrou a regressão de 95,7% de lesões de baixo grau aos 6 e 12 meses, ou seja uma regressão 1,3 vezes superior à abordagem expectante. 

Em resumo, a especialista afirma que a decisão de uma abordagem de vigilância ou de intervenção deve ser analisada caso a caso, ou seja, em função do risco individual de malignização, da evolução da doença e dos níveis de ansiedade da mulher quando confrontada com uma alteração de um teste de rastreio de cancro do colo do útero. 

 

Referências bibliográficas: 

1.https://www.spp.pt/UserFiles/file/Comissao_de_Vacinas/Vacina_Contra_HPV_2010.pdf 

2.https://www.hpv.pt/cancro-do-colo-do-utero/ 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Podcast "Cancro sem Temor"
O IPO do Porto lança hoje o 7º e último episódio do podcast “Cancro sem Temor”, com o tema “Falar no fim”. O cancro é cada vez...

Sandra Santos (filha de doente seguida no Serviço de Cuidados Paliativos do IPO Porto), Paula Silva (Diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do IPO Porto) e Susana Moutinho (Psicóloga do IPO Porto) são os intervenientes deste episódio, onde partilham as suas experiências e a importância de falar sem tabus sobre a morte. A necessidade de apoio da rede de cuidados continuados e a importância do apoio e da comunicação com o doente e a família nesta fase.

“Cancro sem Temor” é um projeto inédito do IPO do Porto, dirigido a toda a população, com o objetivo de realçar a importância de aprender a viver com o diagnóstico de cancro e desmistificar conceitos e ideias sobre esta vivência. Através de diferentes testemunhos e perspetivas, procura-se simplificar e retirar a carga negativa, o medo associado à doença, clarificando diferentes aspetos, para ajudar a lidar melhor com ela. Olhar para a doença de diferentes perspetivas, psicológico, emocional, farmacológico, médico e social. O impacto do diagnóstico no indivíduo e no seu mundo.

O podcast, que conta com o apoio da Novartis, está disponível no canal Youtube do IPO do Porto e nas plataformas de podcast (Spotify e Apple Podcasts).

 

Em Vila do Conde
A propósito do Dia Mundial da Obesidade, que se assinala a 4 de março, o Grupo Trofa Saúde inaugura o novo centro de tratamento...

O Grupo Trofa Saúde trata, atualmente, cerca de uma centena de pessoas com obesidade por ano. Com a inauguração do novo centro, o objetivo passa por tratar mais e melhor. Para o fazer, a equipa é multidisciplinar, composta por psicólogos, nutricionistas, internistas, cirurgiões e gastrenterologistas. As vantagens do tratamento da obesidade vão muito para além da redução do peso em si e focam-se em grande medida nas melhorias metabólicas.

“O tratamento da obesidade no grupo Trofa Saúde já existe há alguns anos e neste momento estamos a estruturar a atividade de forma a que haja uma centralização dos serviços, com forte aposta na qualidade e segurança para os doentes. A oferta não passa apenas pela cirurgia em si, é preciso dar acompanhamento em todas as fases do tratamento”, explica Gil Faria, cirurgião geral do Grupo Trofa Saúde.

“As pessoas que já foram intervencionadas passarão a ser acompanhadas neste novo centro por esta equipa mais integrada e multidisciplinar. Haverá uma reorganização de espaços e horários e estamos também prontos e empenhados em receber novos doentes na consulta de obesidade e metabolismo”, explica o cirurgião.

A obesidade é uma doença crónica, complexa e multifatorial, sendo a doença isolada com maior prevalência a nível mundial. Estima-se que afete mais de 1.500 milhões de pessoas, tendo a sua incidência triplicado nos últimos 30 anos.

Em 2019, de acordo com um Inquérito Nacional de Saúde, 16,9% da população adulta portuguesa tinha obesidade e cerca de 60% tinha excesso de peso (obesidade e pré-obesidade).  A prevalência da obesidade na população adulta em Portugal, de acordo com os dados da OCDE, é de 28,7%, o que coloca Portugal como o terceiro país europeu com maior prevalência de obesidade. Além disso, o confinamento social contribuiu para que 26,4% dos portugueses tenham aumentado de peso.

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