Opinião
Dia 16 de abril é um dia marcado por mais um avanço na medicina no século 21.

Foi colocada através de um acesso vascular periférico (reconhecida a partir desse momento em todo o mundo por TAVI - Transcatheter Aortic Valve Implantation) a primeira válvula artificial aórtica. Nesta altura, este foi um feito incrível e a descoberta levou a um rápido desenvolvimento na indústria dos dispositivos médicos.

Em Portugal, o mesmo procedimento foi realizado em 2007, no Hospital de Gaia, pelo Dr. Vasco da Gama Ribeiro e a sua equipa.

Desde então, a adoção deste procedimento tem tido cada vez mais expressão. Nos últimos 15 anos, foram realizadas mais de cinco mil intervenções em Portugal, com metade destas a serem realizadas nos últimos 3 anos, o que representa o crescimento desta atividade nos últimos anos, culminando com o grande crescimento que se registou na era da covid-19, com um número recorde de intervenções em 2021.

Segundo o Registo Nacional Valvular da Cardiologia de Intervenção foram feitas no ano passado em Portugal 1.196 intervenções valvulares transcateter, a esmagadora maioria de forma minimamente invasiva por acesso femoral e com uma taxa de sucesso superior a 98%. Foram tratadas mais mulheres do que homens e a média de idade foi de 81 anos. A esmagadora maioria da intervenção corresponde a TAVI.

A nível mundial, foram implantadas cerca de 250.000 TAVI em todo o mundo no ano passado e espera-se que o número duplique em apenas 2 anos.

Estima-se que mais de 30.000 pessoas sofram de estenose aórtica em Portugal e que uma importante fatia destes doentes tenha indicação para tratamento, devendo o nosso Sistema Nacional de Saúde garantir a acessibilidade ao melhor tratamento, quer seja por TAVI ou não.

Este é um problema de saúde com grande expressão nos países de maior esperança de vida, pois afeta sobretudo as pessoas a partir dos 65 anos. Esta informação torna-se especialmente relevante se pensarmos no facto de que quase 25% da nossa população está acima desta idade.

Antes de existir a TAVI, os doentes com estenose aórtica eram frequentemente recusados para cirurgia devido à idade avançada ou aos problemas de saúde que aumentavam o risco da cirurgia. Devido a isto, cerca de 1/3 dos doentes ficava sem qualquer tratamento e, por isso, sujeito a morrer precocemente (80% mortalidade aos 3 anos). Assim, o que se assistiu em todo o mundo

não foi uma competição entre a cirurgia e a TAVI, mas sim uma oferta de tratamento complementar para ajudar o maior número de doentes.

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em abril
O Museu da Farmácia, em Lisboa, vai promover, no próximo dia 27 de abril, pelas 18h00, a tertúlia “O design e a comunicação...

Esta conversa conta com a participação de José Brandão, Professor Emérito da Universidade de Lisboa, e Mariana Camões Teixeira, do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde).

Ainda durante o mês de abril, o Museu da Farmácia irá desenvolver também a visita temática “Religião e Ciência no Museu da Farmácia” e a conferência “A luta contra a doença: instrumentos de ciência e de fé”.

 

Atividade ajuda na reabilitação das doenças respiratórias crónicas
Sabia que cantar pode ajudar a respirar melhor?

“Cantar é uma função natural do corpo, qualquer pessoa canta desde criança e não precisa de ser profissional para o fazer nem de treino prévio”, começa por explicar Sónia Silva adiantando que esta atividade ajuda na reabilitação das doenças respiratórias crónicas uma vez que “promove uma maior gestão e controlo da respiração, redução do cansaço, uma vez que envolve mecanismos de postura, força muscular expiratória e de estruturas associadas à respiração e fala”.

Deste modo, “qualquer pessoa com doença respiratória crónica pode beneficiar desta terapia como um complemento a tratamentos convencionais por ser uma atividade bem tolerada com benefícios na função pulmonar e qualidade de vida, que aliás já foram comprovadas em artigos científicos”.

Segundo a especialista, de um modo geral, estes doentes apresentam melhorias na “gestão do controlo e flexibilidade ventilatória, maior eficiência respiratória, maior consciência do seu corpo e sobretudo melhorias na autoestima e socialização, que são de suma importância em qualquer doença incapacitante”.

Quanto a regularidade com que esta atividade deve ser desenvolvida, Sónia Silva revela que esta depende do perfil individual do doente, “das suas dificuldades e comorbilidades”.

Baseando-se nestas evidências, a Linde Saúde, prestador de cuidados de reabilitação respiratória, fundou o projeto “Respirar a Música”, um coro que reúne pessoas com doença respiratória crónica, sob a direção do maestro Dale Chappell.

“Este coro musical iniciou a sua atividade em fevereiro de 2019, como complemento à reabilitação respiratória, pois cantar promove um maior controlo da respiração, reduz a falta de ar e melhora a qualidade de vida e bem-estar. Em abril de 2020, devido à pandemia e até ao momento, os ensaios passaram a ser virtuais através de plataforma digital”, revela a Terapeuta da Fala, acrescentando que esta iniciativa, “que combina o canto com exercícios respiratórios específicos”, conta ainda com a colaboração de um fisioterapeuta respiratório.

Segundo Sónia Silva, antes da adesão a este “regime” terapêutico, “há uma avaliação individual e definição da frequência entre a equipa técnica, maestro e obviamente entre o “cantor” e seus cuidadores”.  

“Qualquer pessoa com doença respiratória crónica e com vontade de participar neste coro musical pode enviar um e-mail para [email protected].

Serão contactados posteriormente por Catarina Agapito, fisioterapeuta da Linde Saúde e coordenadora do coro, para contextualização do projeto, esclarecimento de eventuais questões e integração nos ensaios”, explica.

Aprendi a respirar musicalmente!

Guilherme Veríssimo, de 71 anos, tomou conhecimento deste projecto “no início de 2019, quando o mesmo foi apresentado no Air Care Center (ACC) da Linde, onde fazia reabilitação respiratória desde 2016”.

Diagnosticado com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica há cerca de 10 anos revela que com “a prática semanal de exercícios respiratórios preparatórios e o exercitar da caixa torácica no ato de cantar, nomeadamente na evolução da capacidade de prolongamento da expiração, aprendi a respirar musicalmente!”

O “cantor”, que começou a apresentar dificuldades respiratórias na prática desportiva, revela que tem conseguido manter o quadro clínico da DPOC, sem agravamento da doença, seguindo “os 3 cuidados diários ensinados pelo corpo clínico do Air Care Center (ACC):  medicação; à Capella (limpeza brônquica); e exercício físico”.

Segundo Guilherme Veríssimo, “além do convívio, cantar é um ato de respirar!”, por isso recomenda este projeto a todos aqueles que, tal como ele, sofrem de uma doença respiratória crónica. “Trata-se de um conjunto de pessoas com limitações variadas, que partilha experiências e dores, mas que se apoia, ajuda e preocupa com os outros, que interage (mesmo através do Zoom!) e que desenvolveu relações de amizade, o que é ainda mais importante para este escalão etário e limitado. Tal desidrato só foi possível alcançar graças à exemplar coordenação da Fisioterapeuta Catarina Agapito da Linde e à excecional competência profissional e de relacionamento do Maestro Dale Chapelle”, sublinha.

“Ao longo do ano é importante ter em mente que tanto a terapêutica como a reabilitação respiratória devem ser mantidas de forma consistente”

De acordo com Sónia Silva, e de um modo geral, estes doentes não podem esquecer a proteção e a higiene “das vias aéreas superiores, o afastamento de locais de grande afluência de pessoas, evitar o fumo de tabaco e medidas de proteção do frio nas estações mais adversas”.

Em particular nesta época do ano, “com dias mais instáveis no que respeita à temperatura, é recomendado que as pessoas não “facilitem” os seus processos de reabilitação e mantenham os cuidados habituais, que reforcem a sua imunidade até pelo surgimento de outras doenças respiratórias típicas da época (alergias e não só)”.

É que, embora sejam as estações mais frias aquelas que apresentam maior risco para os doentes respiratórios crónicos, os cuidados devem ser mantidos ao longo de todo o ano, de modo a evitar o agravamento da condição ou a ter recaídas.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Recomendações
Uma boa noite de sono é um dos fatores mais importantes para garantir bem-estar diário.

Sono: o nosso ativo mais precioso

O sono é um processo fisiológico vital para a sobrevivência humana e que afeta o bem-estar físico, mental e emocional – sendo, por isso, alvo de muita investigação científica e discussões aprofundadas.

É enquanto dormimos que ocorre a reparação de tecidos, a produção de hormonas e o fortalecimento do sistema imunitário, a consolidação de memórias, a desintoxicação de toxinas cerebrais acumuladas ao longo do dia, a regulação emocional e até do apetite. Depois de 7 a 8 horas a desempenhar todas estas funções, o sono permite-nos estar preparados física e emocionalmente para as tarefas do dia-a-dia. Deixa-nos mais criativos, fortes, equilibrados e saudáveis.

Existem quatro elementos que determinam o sono de boa qualidade: duração, continuidade, profundidade e consistência:

  1. Duração refere-se à quantidade de tempo que estamos a dormir - deve ser o suficiente para uma sensação de descanso e estado de alerta no dia seguinte. Na população adulta, estima-se que esta seja entre 7 a 9 horas, sendo que as crianças e os adolescentes precisam de um número superior.
  2. A continuidade realça como os períodos de sono devem, idealmente, ser contínuos sem fragmentação ou interrupção – sendo que idas à casa de banho, assistir a bebés e crianças ou simplesmente acordar devido a ruídos em redor afetam este elemento.
  3. A profundidade do sono é outro fator: o sono deve ser profundo o suficiente para ser restaurador. A estrutura do sono consiste numa sucessão de 4-5 ciclos completos. Em cada um destes ciclos, dão-se várias fases: sono leve, sono de ondas profundas ou lentas e sono REM. Em cada uma destas fases, o corpo tem funções específicas: por exemplo, cerca de 95% da hormona de crescimento humano é produzida durante a fase de sono de ondas lentas.
  4. Finalmente, a consistência e a regularidade do sono são também importantes. Quando o corpo mantém um horário previsível, pode funcionar de forma mais eficiente e pode antecipar melhor o início do sono.

Dicas para ter uma boa noite de sono

Existe um conjunto de rotinas diárias a adotar para um sono consistente, ininterrupto e com qualidade. A regra de ouro é manter horários regulares de deitar e acordar, mesmo aos fins-de-semana. É igualmente importante:

  • Pela manhã, é benéfica a exposição ao sol pelo menos durante 30 minutos;
  • Praticar exercício físico regularmente, mas evitá-lo 2-3 horas antes de deitar;
  • Moderar o consumo de cafeína e outros estimulantes como a nicotina, refrigerantes e chás com teína, em especial ao fim do dia. Optar por um jantar leve, sem álcool e reduzir os líquidos à noite;
  • Garantir que o quarto está limpo, arrumado e não é usado para trabalhar nem comer;
  • Reduzir as fontes de luz no quarto e optar pela escuridão - a luz azul emitida por dispositivos eletrónicos usados pouco antes de dormir envia um sinal para o cérebro acordar, o que significa interromper a secreção da melatonina e aumentar o estado de alerta;
  • Controlar a temperatura do quarto, idealmente entre os 19 ºC e os 21ºC;

Tendo em conta que mais de metade do ar que respiramos ao longo da vida é inalado dentro de casa, garantir uma boa qualidade do ar interior torna-se essencial.

Relação entre a qualidade do ar e a qualidade do sono

Estudos recentes demonstram que a exposição a poluentes ambientais interiores (por exemplo, elevados níveis de monóxido e de dióxido de carbono, de formaldeído, entre outros) pode reduzir o tempo e a qualidade do sono, assim como, promover distúrbios respiratórios relacionados com o sono, já que as pequenas partículas podem depositar-se nas vias aéreas, causando irritação e sintomas respiratórios. Em média, passamos 25 anos das nossas vidas a dormir dentro de um quarto, cuja qualidade do ar tem impacto na qualidade do sono. O ambiente interior e as condições térmicas são facilmente ajustáveis e controláveis e têm impacto no sono, pelo que não devem ser descuradas.

Referências:
1 (Sundell, J. 2014.Sobre a história da qualidade e saúde do ar interior' Indoor Air. 2004;14 Suppl 7:51-8).
2 O estudo de Canha (2020) caracterizou a qualidade do ar durante o sono de 10 casais e concluiu que vários poluentes (CO2, PM, VOCs and CH2O) excediam as guidelines recomendadas durante o sono dos ocupantes do quarto (WHO).
3 Níveis baixos de CO2 durante o sono estão relacionados com uma melhor qualidade do sono e melhoria da performance dos ocupantes no dia seguinte (Strøm-Tejsen et al., 2016).

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Reconhecido pela Sociedade Europeia de Investigação em Sono
O Centro de Medicina do Sono do Hospital CUF Porto foi reconhecido pela Sociedade Europeia de Investigação em Sono, como...

Para este reconhecimento foram fatores importantes de seleção não só a diferenciação do corpo clínico, como o cumprimento de critérios relativos à atividade científica e à colaboração em projetos de investigação, com publicação em revistas científicas de relevo.

A Sociedade Europeia de Investigação em Sono é uma organização científica internacional sem fins lucrativos que tem como objetivo promover a investigação e formação na área do sono, uniformizar os laboratórios europeus de estudo de sono e melhorar os cuidados prestados às pessoas.

De acordo com Marta Gonçalves, Coordenadora do Centro de Medicina do Sono do Hospital CUF Porto, “integrar a rede europeia de laboratórios de investigação em sono é um reconhecimento internacional da qualidade da atividade clínica, formativa e científica do nosso Centro, o que vem reforçar positivamente o nosso compromisso com os cuidados de saúde de excelência prestados a quem sofre de perturbações do sono”. 

Fundado em 2011, o Centro de Medicina do Sono do Hospital CUF Porto é constituído por uma equipa multidisciplinar, “desde psiquiatras, pneumologistas, neurologistas, psicólogos e técnicos com formação diferenciada e certificação em Medicina do Sono, que procuram responder e investigar todas as alterações que surgem por distúrbios relacionados com o sono”, completa a médica.

O Centro de Medicina do Sono promove, ainda, a formação pré e pós-graduada de técnicos de Neurofisiologia e Fisiologia Clínica e médicos de diversas especialidades, especialmente da área de Neurologia, Psiquiatria e Pneumologia.

 

 

Contratação de mais enfermeiros, risco e penosidade da profissão e fim da dualidade entre contratos CIT e CTFP
O Sindicato dos Enfermeiros – SE exige à ministra da Saúde que finalmente encete o caminho da resolução dos principais...

A reunião realizada esta manhã resulta das audições que a ministra Marta Temido está a promover com os diferentes parceiros sociais. “A verdade é que não há nada de novo a transmitir à tutela, todas estas reivindicações são antigas, bem conhecidas de todos os governantes e titulares da pasta da Saúde que têm passado pelo Governo”, salienta Pedro Costa.

Entre as principais reivindicações estão problemas como a não contagem de todo o tempo de serviço, a todos os enfermeiros, para efeitos de progressão na carreira, com a correspondente atribuição de pontos. “Depois há ainda o problema da existência de dois regimes jurídicos de contratação (Contrato de Trabalho em Funções Públicas e Contrato Individual de Trabalho) no SNS, com direitos e benefícios diferentes e que geram desigualdades entre a classe”, explica Pedro Costa.

O Sindicato dos Enfermeiros defende, ainda, que a tabela salarial e remuneratória está completamente desajustada da realidade, das responsabilidades que os enfermeiros têm de assumir e das habilitações profissionais e académicas exigidas para o acesso à carreira. Além disso, sustenta o presidente do SE, “respeitando todos os prazos de progressão na carreira, seriam necessários 110 anos para um enfermeiro alcançar o topo da carreira”.

Pedro Costa sustenta, igualmente, que o sistema de Avaliação do Desempenho (o Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública) “é complexo e repleto de mecanismos de opacidade, que promovem arbitrariedades”. “Estamos perante um sistema impeditivo do desenvolvimento profissional e salarial, que é de aplicação extremamente complexa e que, na verdade, não tem em conta a natureza e especificidades da profissão”. Por fim, sustenta o presidente do SE “é urgente reconhecer o risco e a penosidade inerentes à profissão e que não são compensados”, algo que, acrescenta, “foi agravado pela última revisão de carreira”. Há ainda, no dia a dia, uma carência de enfermeiros no SNS, que coloca em causa o cumprimento das dotações seguras emanadas da Ordem dos Enfermeiros e que deveria garantir a admissão de um número de enfermeiros que assegurasse a assistência clínica e a segurança dos doentes. “Num governo de maioria absoluta, os problemas que se colocam na enfermagem só não serão resolvidos se a ministra da Saúde e o restante Executivo não quiserem”, conclui Pedro Costa.

Mononucleose: mais de 90% da população adulta possui anticorpos
A mononucleose, também conhecida como doença do beijo, é uma síndrome infectocontagiosa que acomete,

A Mononucleose Infeciosa, trata se duma doença viral, causada por um herpes vírus, denominado  Epstein–Barr, em homenagem aos investigadores Michael Epstein e Yvonne Barr.

A sua transmissão é essencialmente feita através da saliva, daí a sua designação de doença do beijo, mas pode ser transmitida pela tosse, espirros que projectam as gotículas da saliva do portador para o individuo são.

Este é o mecanismo de transmissão de muitas doenças virais, incluindo a conhecida gripe sazonal.

Por esta razão, as pessoas infetadas, idealmente, deveriam usar uma máscara protetora, à semelhança do que se vê com frequência nalgumas regiões do Oriente.

Pelos mesmos motivos, em períodos de surtos gripais devem ser evitados os grandes aglomerados populacionais, que aumentam substancialmente o risco de contaminação, e as pessoas infetadas devem manter uma distância de um metro relativamente aos outros.

Voltando à doença do beijo, ela tem um pico de incidência muito mais marcado na população jovem, nomeadamente, entre os 10 e os 30 anos.

É naturalmente uma doença febril, com aumento do volume ganglionar, em particular no pescoço (adenopatias cervicais), aumento do volume do baço (esplenomegalia), dor de garganta e este é um aspeto muito importante: determina duma maneira geral muito cansaço e prostração ao seu portador.

Sendo uma doença viral, o tratamento é muitas vezes conservador com anti piréticos (medicamentos para baixar a febre), como o Paracetamol ou o Ibuprofeno, boa hidratação e repouso, sendo essencial evitar atividades que possam traumatizar o aumentado baço, que fragilizado pela doença pode ser sede de rutura.

Muitas vezes, complica-se com infeção bateriana da garganta, normalmente por Estreptococus, obrigando à toma de antibióticos.

Embora não com muita frequência, pode apresentar complicações graves como obstrução das vias aéreas, obrigando ao uso de corticóides.

Determina imunidade, isto é o seu portador cria anticorpos que persistem para toda a vida, evitando a recorrência da doença.

Existem análises especificas para o seu diagnóstico, nomeadamente os anticorpos para o vírus.

Habitualmente, após algumas semanas de convalescença, onde o cansaço (por vezes muito intenso) domina, dá se a cura.

Pelo que foi dito, é uma doença séria, que pode imitar certos linfomas ou até leucemias. Mas isto não pressupõe abolição ou o evitamento no geral do beijo, refiro me acima de tudo ao beijo íntimo, amoroso que é um apaziguador da alma, e faz bem a tudo e a todos.

Mas, se o seu parceiro(a), estiver com febre e dor na garganta o melhor é dizer um olá carinhoso e deixar o beijo para depois!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Rúbrica e podcast quinzenal “À Conversa com o seu Médico Oftalmologista”
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e a rádio TSF voltam a unir esforços para lançar a segunda edição da rúbrica “À...

Esta é uma iniciativa que tem como objetivo abordar vários temas ligados à área da oftalmologia, contando para isso com a participação de médicos oftalmologistas numa conversa de aproximadamente cinco minutos. Ouça o primeiro episódio, de dia 12 de abril, sobre glaucoma aqui.

“A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia continua a reforçar o seu compromisso de querer estar mais perto dos portugueses no que diz respeito à saúde dos seus olhos. A SPO volta a juntar-se à TSF, agora até ao final do ano, com o claro objetivo de transmitir, através dos seus médicos oftalmologistas, informação fidedigna sobre saúde ocular, que será de grande utilidade para o dia a dia da população Portuguesa.”, afirma Rufino Silva – Presidente da SPO.

Fique atento às próximas rúbricas com periodicidade quinzenal, todas as terças-feiras a partir das 17h30 em antena, e também disponíveis online em formato podcast aqui: https://www.tsf.pt/programa/a-conversa-com-o-seu-oftalmologista.html

 

 

Ajuda humanitária
Através do apoio e contributo dos distribuidores farmacêuticos de serviço completo seus associados, a ADIFA - Associação de...

A colaboração de todos os intervenientes do circuito do medicamento, como as empresas de distribuição farmacêutica, tem permitido contribuir para esta resposta global, que se encontra a ser centralizada pelas entidades portuguesas, no caso o Infarmed e a DGS, e integrada a nível europeu. Desta forma, tem sido possível contribuir com o envio de doações de medicamentos, dipositivos médicos e outros produtos de saúde para a Ucrânia, assegurando-se o cumprimento de todos os requisitos inerentes às boas práticas de distribuição, essenciais para garantir a qualidade e segurança dos produtos.

Nuno Flora, presidente da ADIFA refere que “desde o início do conflito os nossos associados mobilizaram-se para prestar apoio humanitário aos cidadãos ucranianos e, na medida do possível, fazer chegar medicamentos e produtos de saúde fundamentais e necessários à sua vida, sobretudo em época de guerra. Continuaremos a prestar este apoio até o conflito se resolver, esperando que isso aconteça o mais rapidamente possível.”

Além desta ajuda nacional, as empresas associadas da ADIFA têm colaborado com várias ONG’s, ajudando no transporte de mercadorias e outras diversas doações.

Este é um esforço que tem sido acompanhado também com o apoio da associação europeia de distribuição farmacêutica (GIRP - European Healthcare Distribution Association) e do contacto próximo com as autoridades Europeias, procurando compreender os impactos do conflito nas cadeias de abastecimento e antecipando eventos potencialmente disruptivos. As necessidades têm sido previamente identificadas a nível europeu pela Direção-Geral da Proteção Civil Europeia e das Operações de Ajuda Humanitária.

 

Dr. Pedro Barata é o convidado especial
Com a disponibilização de novas abordagens terapêuticas no tratamento em primeira linha do Carcinoma de Células Renais avançado...

Estima-se que o Cancro do Rim seja um dos 10 tipos de cancro mais comuns a nível mundial, tendo sido reportados cerca de 1.018 novos casos em Portugal, de acordo com os dados mais recentes do Registo Oncológico Nacional. Com vista à atualização do conhecimento científico sobre as novas formas de tratamento disponíveis para os doentes em Portugal, estas conferências vêm proporcionar um momento de partilha e de reflexão, através da discussão de casos clínicos de doentes de risco intermédio e mau prognóstico e da análise de dados dos estudos no tratamento em primeira linha do Carcinoma de Células Renais metastático.

O convidado especial da Lecture Tour é o Dr. Pedro Barata. O Professor Assistente na Tulane University, em Nova Orleães, é conhecido pelo trabalho de investigação clínica desenvolvido nesta área e pelo contributo na atividade da Sociedade Portuguesa de Oncologia e da AC Rim - Associação de Cancro do Rim de Portugal. Nesta sessão, vai ser possível conhecer a sua vasta experiência clínica e participar na discussão das melhores abordagens para cada doente no tratamento do Carcinoma de Células Renais avançado e do seu acompanhamento.

A discussão vai ser enriquecida com o contributo do Prof. Mário Fontes e Sousa, médico oncologista no Hospital CUF Tejo, na sessão que terá lugar em Lisboa, e da Dr.ª Alina Rosinha, médica oncologista no Instituto Português de Oncologia do Porto, na sessão que decorrerá no Porto.

Se tem interesse em participar, contacte a MSD através do email: [email protected]

 

 

 

 

 

 

30 mil euros para projetos inovadores de saúde pública relacionados com a microbiota
Estão abertas, até ao próximo dia 15 de setembro, as candidaturas para a 2.ª edição do Prémio Henri Boulard de Saúde Pública,...

O objetivo da BMF, que este ano decidiu atribuir prémios a três projetos, é aprofundar o compromisso com a melhoria da saúde pública em países subdesenvolvidos da Ásia, África e América Latina. 

O júri vai avaliar projetos que tenham um impacto positivo na saúde a nível local, por exemplo, por meio da educação e consciencialização em saúde, novas infraestruturas, projetos agrícolas ou de purificação de água. Os candidatos têm de ser profissionais de saúde e o projeto deve ser submetido em nome de uma associação, organização de pesquisa, hospital ou instituição. Os três projetos vencedores serão anunciados em novembro. 

O Prémio criado no ano passado é uma homenagem ao cientista francês Henri Boulard*, que conseguiu identificar e isolar a estirpe única Saccharomyces boulardii CNCM I-745®, o que tem permitido, desde então, salvar a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. 

No ano passado, foram premiados projetos na Nigéria e na Tailândia. O projeto nigeriano, de uma equipa do Kings Heritage Pharmaceutical Limited, tem como objetivo a criação e o desenvolvimento de uma campanha de consciencialização junto das mulheres para o uso correto dos contracetivos em 10 comunidades rurais, uma vez que muitas delas utilizam antibióticos como método de contraceção. Esta situação constitui um risco para as mulheres, já que este uso incorreto pode levar ao desequilíbrio da microbiota intestinal e a uma resistência antimicrobiana que aumenta o risco de infeção e complicações graves em cirurgias.  

O projeto tailandês, da Faculdade de Medicina da Universidade Chulalongkorn, em Banguecoque, visa explorar a alteração dos microbiomas de águas residuais em hospitais e habitações em diferentes áreas da Tailândia. As amostras de águas residuais recolhidas de áreas selecionadas aleatoriamente são avaliadas no que se refere à composição do microbioma viral, bacteriano e fúngico, com tecnologia de sequenciamento de última geração. 

Consulte aqui o regulamento, o prazo e o formulário para as candidaturas:  Prémio Henri Boulard de Saúde Pública 2022

Dia Europeu dos Direitos dos Doentes assinala-se a 18 abril
A alteração de um bom estado geral de saúde, conduza ou não a uma situação de doença crónica, origin

Para que os futuros clínicos não descurassem estes aspetos, foi defendido por algumas escolas médicas que os alunos durante algum tempo fossem admitidos em internamento, a fim de entenderem vivencialmente o que sentiam e experienciavam os pacientes (salvaguardada a devida distância da realidade…).

Admitindo que tal não seja indispensável para que o médico se saiba “colocar no lugar do outro”, a necessidade de atendimento de um sempre maior número de doentes é, no entanto em muitos ambientes, francamente favorecedora do atropelo dos direitos do cidadão doente.

Dar a conhecer esses direitos é proporcionar condições para que a interação entre paciente e profissional de saúde se revista de qualidade e eficiência, seja cordial e benévola, profícua e estável.

Só a promoção da literacia em saúde viabilizará a real participação do doente em todo o processo de prevenção, abordagem e tratamento da doença, O ónus da decisão, sobre o conhecimento do diagnóstico, o melhor plano terapêutico e quem o realizará, pertence ao doente que, para tal, deve estar adequadamente informado. Não raramente, se ouve, ainda, dizer: “o(a) sr(a) dr(a) é que sabe!”

O indiscutível acesso universal a serviços de saúde, em tempo útil de tratamento, com livre escolha de “procedimentos e seus provedores” (in Carta Europeia dos Direitos dos Doentes) tem de ser secundado pelo cumprimento integral dos direitos à “privacidade e confidencialidade, à segurança e personalização do tratamento” (idem).

Mas a concretização global desses direitos requer a simultânea observância dos correspondentes deveres, que asseguram a equidade de oportunidades no recurso aos cuidados.

Se para o profissional a evicção de causar prejuízo ao doente é a primeiríssima regra a cumprir, ao paciente é-lhe exigida a postura colaborativa de fornecer todas as informações necessárias e de respeitar as indicações “que lhe são recomendadas e, por si, livremente aceites.” (Carta de direitos e deveres dos doentes, DGS e Lei no15/2014, de 21 de março e Portaria no87/2015, de 23 de março).

A resignação de aceitar que há comportamentos imutáveis, estruturas que não podem ser reformuladas ou procedimentos não reformatáveis constitui, sem dúvida, o maior obstáculo a que o desidério de prestar, em tempo útil, os cuidados técnicos e científicos que assegurem a melhoria da condição do doente e o seu restabelecimento aconteça para todos.

Em Dia Europeu dos Direitos dos Doentes seria avisado dar o primeiro passo para a mudança!

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Novas pesquisas da Mayo Clinic mostram que a falta de sono combinada com o livre acesso a comida aumentam o consumo de calorias...

pesquisadora em medicina cardiovascular na Mayo Clinic, mostram que a falta de sono leva a um aumento de 9% na gordura abdominal total e a um aumento de 11% na gordura visceral abdominal, comparado com sono controlado. A gordura visceral é depositada profundamente dentro do abdomen em torno dos órgãos internos e está fortemente ligada a doenças cardíacas e metabólicas.

As descobertas estão publicadas na revista médica Journal of the American College of Cardiology e o estudo foi financiado pelo National Heart, Lung and Blood Institute (Instituto Nacional de Coração, Pulmões e Sangue).

Dormir pouco tem se tornado cada vez mais comum. Mais de um terço dos adultos nos EUA não dormem o suficiente, em parte por causa de horários de trabalho em turnos e da utilização de dispositivos eletrónicos e redes sociais antes de dormir. Além disso, as pessoas tendem a comer mais durante os longos períodos em que estão acordadas, sem aumentar a atividade física.

“Nossas descobertas mostram que o sono encurtado, mesmo em pessoas jovens, saudáveis e relativamente magras, está associado a um aumento na ingestão de calorias, a um aumento muito pequeno no peso e a um aumento significativo no acúmulo de gordura na barriga,” diz Virend Somers, professor de medicina cardiovascular e principal investigador do estudo.

“Normalmente, a gordura é preferencialmente depositada subcutaneamente ou abaixo da pele. Porém, o sono inadequado parece redirecionar a gordura para o compartimento visceral, que é mais perigoso. É importante ressaltar que, embora durante o sono de recuperação tenha havido uma diminuição na ingestão de calorias e no peso, a gordura visceral continuou a aumentar. Isso sugere que um sono inadequado é um gatilho previamente não reconhecido para o depósito de gordura visceral e que o sono de recuperação, pelo menos a curto prazo, não reverte o acúmulo de gordura visceral. A longo prazo, essas descobertas mostram que o sono inadequado contribui para as epidemias de obesidades, doenças cardiovasculares e metabólicas,” afirma Somers.

A coorte do estudo consistiu em 12 pessoas saudáveis que não eram obesas, cada uma passando por duas sessões de 21 dias no ambiente de internamento. Os participantes foram aleatoriamente colocados no grupo de sono controlado (sono normal) ou no grupo de sono restrito durante uma sessão e o oposto durante a próxima sessão, após um período de pausa de três meses. Cada grupo teve acesso à livre escolha de alimentos durante todo o estudo. Os pesquisadores monitorizaram e mediram o seguinte: consumo de energia; gasto de energia; peso corporal; composição corporal; distribuição de gordura, incluindo gordura visceral ou gordura na barriga; e biomarcadores circulantes de apetite.

Os primeiros quatro dias foram um período de adaptação. Durante esse tempo, todos os participantes foram autorizados a dormir nove horas. Nas duas semanas seguintes, o grupo de sono restrito teve quatro horas de sono permitidas, e o grupo de controle manteve as nove horas. A isso se seguiram três dias e noites de recuperação com nove horas de sono para os dois grupos.

Os participantes consumiram mais de 300 calorias extras por dia durante a restrição do sono, comendo aproximadamente 13% mais proteína e 17% mais gordura, comparado com o período de adaptação. Esse aumento no consumo foi maior nos primeiros dias de restrição de sono e, então, reduzido gradativamente para os níveis iniciais durante o período de recuperação. O gasto de energia permaneceu basicamente o mesmo durante o processo.

“O acúmulo de gordura visceral foi detetado apenas via tomografia computadorizada e passaria despercebido de qualquer outra forma, especialmente porque o aumento de peso foi bem modesto (apenas cerca de meio quilo)”, afirma Covassin. “Medidas de peso por si só seriam falsamente tranquilizadoras em termos de consequências para a saúde. Também preocupantes são os efeitos potenciais de períodos repetidos de sono inadequado em termos de acúmulo e aumento progressivo de gordura visceral no decorrer dos anos.”

Somers afirma que intervenções comportamentais, como um aumento de exercícios físicos e a escolha de alimentos saudáveis, precisam ser consideradas para pessoas que não conseguem evitar facilmente a quebra do ritmo de sono, como ocorre com trabalhadores de turnos. Mais estudos são necessários para determinar como essas descobertas em jovens saudáveis se relacionam com pessoas de maior risco, como aquelas que já estão obesas ou têm uma síndrome metabólica ou diabetes.

100 mil euros para aplicar em projetos piloto de soluções nas demências
A Roche vai anunciar no dia 30 de abril as ‘startups’ que vão receber uma bolsa para aplicar em unidades de saúde portuguesas...

Foram cerca de 100 as ‘startups’ nacionais e internacionais que se candidataram com projetos piloto para soluções com impacto real e imediato na área da demência. Building Tomorrow Together – Innovation in Dementia é o nome da nova iniciativa que junta várias entidades do setor da saúde em Portugal para desenvolver soluções capazes de trazer mais qualidade de vida às pessoas com demência e Doença de Alzheimer.

De todos os candidatos, foram selecionados 25 projetos para realizar uma apresentação mais detalhada aos parceiros da iniciativa.

No dia 30 de abril, vão ser anunciados os projetos que serão implementados enquanto pilotos em unidades de saúde portuguesas, numa sessão que decorrerá na sede da Roche, na Amadora, e que será transmitida online em roche.pt e no Facebook da Roche Portugal.

Além da Roche, que arrancou com a iniciativa, são parceiros deste projeto as seguintes entidades: Hospital de São João, o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga,  a Luz Saúde, o Hospital Lusíadas, a CUF e o Campus Neurológico Sénior, bem como a Multicare, a Microsoft, a EIT Health, a BIAL, a AWS, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Champalimaud , Alzheimer Portugal  e a NOS.

Até setembro de 2022, as ‘startups’ estarão focadas em trabalhar em soluções adaptadas a três desafios-chave previamente estabelecidas pelos parceiros: educação e prevenção da doença, nomeadamente soluções que combatam o estigma em torno da Demência e que ajudem a preparar a sociedade para prevenir, detetar e lidar com a doença; diagnóstico precoce e melhorado, com foco em tecnologias que permitam diagnosticar mais cedo, mas também melhor: de forma menos invasiva, mais rápida e eficaz, mas também mais compreensiva, avaliando o doente para um cuidado personalizado e humano; gestão da doença e apoio a doentes e cuidadores, com foco em ferramentas que apoiem doentes e familiares a viver com e a gerir a doença e ajudem equipas a proporcionar um cuidado integrado em torno do doente.

Em setembro, cada solução desenhada será depois testada no contexto real e apresentada ao ecossistema de Saúde.

Após o primeiro ano de ação, o Building Tomorrow Together – Innovation in Dementia tem uma ambição a cinco anos em que pretende evoluir e juntar novas entidades do sector da saúde.

Tendo em conta que a proporção de idosos na população está a aumentar em quase todos os países, o número de pessoas que sofrem de Demência deverá aumentar para 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste campo, a doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência e pode ser um desafio para diagnosticar numa fase precoce. Dados do Relatório da Alzheimer Europe mostram que existem cerca de 46 milhões de pessoas com Alzheimer no mundo. Já em Portugal, existiam cerca de 194 mil casos de demência, com predominância para a Doença de Alzheimer, em 2018 – número que deverá duplicar nos próximos anos.

Laboratório 100% português
Prestes a inaugurar uma nova unidade fabril, a Administração do Laboratório Edol recebeu uma comitiva da Ordem dos...

Com setenta anos de existência, o Edol é um laboratório 100% nacional dedicado ao desenvolvimento, fabrico e comercialização de medicamentos, dispositivos médicos, produtos cosméticos e de higiene corporal, e suplementos alimentares. Emprega, atualmente, 196 pessoas em Portugal, onde o volume de negócios é de aproximadamente 18 milhões de euros.

A visita da comitiva da Ordem dos Farmacêuticos é a primeira de um conjunto de iniciativas semelhantes organizadas pelo Edol. “Trabalhamos diariamente para que o nosso crescimento seja sustentável, inovador e para que acrescente valor ao negócio de todos os que connosco se relacionam. Queremos, por isso, que conheçam as nossas novas instalações em primeira mão e que confirmem que, também neste espaço, continuaremos a seguir à risca os mais rigorosos critérios de ética e os mais elevados parâmetros de qualidade, segurança e proteção do ambiente e recursos naturais”, explica Carlos Setra, Presidente do Conselho de Administração do Edol.

As novas instalações representam um investimento de 25 milhões de euros: 4000m2 de modernização, não só ao nível das infraestruturas, como da tecnologia e das metodologias utilizadas. A nova unidade fabril está equipada com tecnologia de ponta, dedicada ao fabrico de estéreis, como colírios em frasco multidose com e sem conservantes, pomadas oftálmicas, gotas auriculares e sprays nasais. Um investimento considerável deste laboratório 100% português que albergará, muito em breve, 50 postos de trabalho diretos.

 

 

Simpósio promovido pela Tilray Medical
As terapias complementares nos cuidados paliativos foram o principal tema de discussão das IV Jornadas do Núcleo de Estudos...

Durante o simpósio promovido pela Tilray Medical, “A utilização terapêutica da canábis”, a coordenadora da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital Nossa Senhora da Arrábida e principal oradora, Ana Bernardo, explicou que as terapias “out of the box” em cuidados paliativos assumem uma grande pertinência atualmente, uma vez que “a Medicina não tem tido resposta para todos os problemas de saúde. Faz todo o sentido estarmos abertos a outras intervenções que possam vir dar sentido e melhorar a qualidade de vida dos nossos doentes.” A paliativista esclareceu que, relativamente a esta terapêutica, só é possível definir vantagens caso promovam um melhor conforto num contexto de sofrimento, como o que existe em cuidados paliativos.

Abordando especificamente o uso da canábis, Ana Bernardo considera que, “apesar de não ser para todos, constitui a possibilidade da existência de mais um fármaco à nossa disposição para contribuir para o conforto, controlo sintomático e qualidade de vida. Deve ser delegada para situações em que as outras estratégias terapêuticas, farmacológicas e não farmacológicas, não tenham sido eficazes. Ao considerar esta substância útil para começar a ser prescrita para os cuidados paliativos, defendo que, não sendo uma alternativa, seja uma terapia complementar.”

No que toca à adesão por parte dos doentes a este novo fármaco, a principal oradora do simpósio acredita que passa muito pela vontade dos próprios médicos na apresentação destas estratégias.

“Nós, enquanto médicos, ainda temos um significativo poder, quase místico, na forma como podemos apresentar uma solução para cada problema. Um novo fármaco constitui uma nova arma terapêutica, que pode não curar, mas promover uma vida em pleno, com o menor sofrimento possível, seja ele físico, psicológico, social ou espiritual”, justificou.

No entanto, Ana Bernardo assumiu que um dos problemas relacionados com este fármaco é o facto de não ser comparticipado, tornando-se incomportável para muitos doentes.

A coordenadora espera que daqui em diante, a apresentação deste fármaco à base de canábis faça parte dos encontros científicos dos cuidados paliativos e da dor, de forma que se continue a conhecer esta terapêutica, proporcionar experiências com doentes e contribuir para um crescimento de informação e aplicabilidade do mesmo, com mais bases científicas, para que seja melhor aceite.

 

Nefro GPS é constituído por dez episódios
Nefro GPS é o nome do novo projeto da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e consiste num conjunto de dez episódios de vodcasts...

“O Nefro GPS é um projeto formativo dirigido especialmente a médicos nefrologistas, mas aberto a especialistas de outras áreas envolvidas na abordagem dos doentes renais, no qual iremos abordar várias temáticas”, explica o Prof. Jorge Malheiro, responsável por este projeto e membro da direção da SPN.

Nefro GPS é constituído por dez episódios e mensalmente será libertado um novo conteúdo que ficará disponível para médicos de todas as especialidades no site da SPN.

Cada episódio será gravado num hospital diferente e contará com a participação de especialistas convidados de cada um desses hospitais. Chama-se Nefro GPS porque temos um roteiro traçado em Portugal para falar de Nefrologia.

No próximo dia 15 de abril será divulgado o primeiro episódio, cuja gravação decorreu no Museu da Farmácia do Centro Hospitalar e Universitário do Porto (Hospital de Santo António), que teve como participantes a Prof.ª Josefina Santos e o Dr. Bruno Dias.

Nefro GPS conta com o apoio da Astelas, da Vifor Pharma e da Bayer.

 

 

“Brain Prize” maior prémio mundial na área das neurociências
Já são conhecidos os vencedores do “Brain Prize”, um dos maiores prémios na área das neurociências que, anualmente, reconhece o...

Atribuído pela Fundação Lundbeck, a 12ª edição do “Brain Prize” distinguiu o trabalho pioneiro de três neurocientistas que se destacaram pelos seus projetos de investigação vanguardista, no âmbito dos circuitos neuronais que controlam o movimento do corpo humano. Martyn Goulding (EUA/Nova Zelândia), Ole Kiehn (Dinamarca) e Silvia Arber (Suíça) foram assim reconhecidos com o prestigiante galardão dinamarquês no valor de 1,3 milhões de euros.

Através dos projetos de investigação destes professores foi possível revolucionar a perceção existente das células fundamentais e dos circuitos subjacentes ao movimento corporal, ao mesmo tempo que definiram a importância desses elementos na saúde e na doença.

O “Brian Prize” será entregue a 25 de maio, na capital dinamarquesa de Copenhaga.

OS PREMIADOS DE 2022

Martyn Goulding

Professor e chefe de departamento do Laboratório de Neurobiologia Molecular, Instituto Salk e professor adjunto da Universidade da Califórnia, ambas instituições localizadas nos EUA. A sua investigação envolve o estudo e a compreensão sob de que forma a medula espinal está “organizada” ao nível do seu circuito interno, para conseguir controlar o movimento. Por outro lado, esta investigação dedicou-se a identificar e caracterizar funcionalmente os tipos de interneurónios que incluem os elementos centrais do padrão locomotor da medula espinal. O foco deste estudo incidiu também em duas partes fundamentais: de que forma o sistema sensorial somático interage com a coluna vertebral para controlar o movimento; e esclarecer como a dor e o toque leve são codificadas pela medula espinal e o cérebro.

Oleo Kiehn

Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de Copenhaga, é professor em Neurociência Integrativa na Universidade de Copenhaga (Dinamarca) e professor de Neurofisiologia no Instituto Karolinska (Suécia). Estuda a organização de circuitos neuronais que executam movimentos, e o seu trabalho identificou elementos-chave dos circuitos espinhais necessários para produzir mudanças no tempo e coordenação da locomoção.

Silvia Arber

Doutorada em Neurobiologia pela Universidade de Basileia, no Instituto Friedrich Miescher de Pesquisa Biomédica (FMI) na Suíça, é professora de Neurobiologia no Biozentrum da Universidade de Basileia e investigadora do FM. O seu trabalho mostrou como as massas neuronais do tronco encefálico interagem com os circuitos da coluna vertebral no sentido de sincronizar os movimentos dos membros anteriores, da locomoção e da postura, estabelecendo uma ligação entre conectividade e função.

Investigação
Uma equipa de investigadores e médicos do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto e do...

No estudo agora publicado na revista ‘Cancers’, a equipa de investigação demonstra como conseguiu analisar, pela primeira vez,  em amostras de plasma de doentes de cancro renal, a presença de de microRNAs, ou seja, de pequenas moléculas de RNA que não levam à produção de proteínas, mas que estão envolvidas em múltiplos processos fisiológicos .

O feito foi alcançado da utilização de uma tecnologia de ponta utilizada para a quantificação de material genético, o ‘digital droplet PCR’ (ddPCR), que é mais sensível, robusta, rápida e económica do que as técnicas convencionais.

A deteção combinada no plasma de um aumento do microRNA hsa-miR-155-5p e de uma diminuição do microRNA hsa-miR-21-5p permitiu diagnosticar 82.66% dos doentes com cancro renal, com uma precisão acima dos 70%.

O trabalho, desenvolvido durante dois anos, incluiu 124 amostras de doentes com carcinoma de células renais e permitiu a identificação de tumores em estadio localizado (confinado ao órgão) com uma sensibilidade de quase 90%, o que poderia reduzir os falsos negativos, permitindo avançar com um tratamento (cirurgia) de índole curativa. Foi possível, também, identificar os doentes com o subtipo de carcinoma renal mais comum e um dos mais agressivos, o ‘carcinoma de células claras’, nos quais uma deteção precoce é de grande importância.

De acordo com José Pedro Sequeira, primeiro autor do trabalho e Mestre em Oncologia pelo ICBAS, “os resultados obtidos têm um grande potencial para serem aplicados na clínica”. Agora, revela o investigador, é “necessário completar o estudo com mais amostras, com a sua realização em vários centros hospitalares e com populações diferentes para, posteriormente, se poder avançar com a utilização desta técnica para deteção precoce da doença”.

Carmen Jerónimo, docente do ICBAS, diretora do Centro de Investigação do IPO-Porto e uma das principais responsáveis pela descoberta, estima que este trabalho "poderá permitir a deteção de tumores renais numa fase muito inicial de desenvolvimento, aumentando a probabilidade de cura dos doentes e a sua esperança e qualidade de vida”.

 

Donativo suporta custos de um quarto na casa do Porto pelo período de um ano
O MAR Shopping Matosinhos entregou ontem, dia 11 de abril, à direção regional do Norte da Acreditar – Associação de Pais e...

O cancro em idade pediátrica é raro, mas, ainda assim, por ano, em Portugal, são cerca de 400 os diagnósticos. A vivência da doença traz dificuldades. Com os centros de referência em oncologia pediátrica localizados em Lisboa, Coimbra e Porto, muitos pais são obrigados a ficar a viver nessas cidades e, na maioria dos casos, com prejuízo profissional. Ao medo juntam-se as dificuldades financeiras e a necessidade de apoio. A Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro tem três casas, uma em cada cidade, próximas dos hospitais, onde montou toda uma rede de apoio para ajudar as famílias.

Um quarto nas casas Acreditar pelo tempo que durem os tratamentos das crianças e jovens resulta em despesas de 10.000€ por ano para a instituição. Numa época em que a pandemia e a crise económica têm vindo a causar uma quebra dos donativos para a Acreditar e outras instituições sem fins lucrativos, o MAR Shopping Matosinhos elegeu esta causa para a sua ação de responsabilidade social de Natal no ano passado.

Entre 15 de novembro de 2021 e 6 de janeiro deste ano, o MAR Shopping Matosinhos ofereceu às crianças que visitaram o centro comercial uma minipista de gelo e um carrossel de inspiração parisiense, cuja entrada de 1€ reverteu para esta causa. O valor angariado foi de 8.102,60€, a que o MAR Shopping Matosinhos juntou o valor restante para perfazer 10.000€.

“Muitas famílias são obrigadas a deixar as suas terras e as suas redes de apoio para acompanharem os filhos nos tratamentos no Porto. Não raras vezes, um dos elementos do casal deixa o emprego e as dificuldades financeiras aliam-se à doença para criar uma maior ansiedade. A pandemia veio alargar este cenário a ainda mais famílias, algumas das quais de classe média que nunca pensaram ter de viver uma situação destas”, testemunha Ana Monteiro, gestora da Região Norte da Acreditar.

Nas Casas Acreditar, onde permanecem gratuitamente pelo período que for necessário, as famílias encontram, “além da proteção e da funcionalidade que a Casa oferece, a companhia das outras famílias com quem partilham a Casa, o que diminui imenso o isolamento”, acrescenta Ana Monteiro.

Sandra Monteiro, diretora-geral do MAR Shopping Matosinhos, relembra que “as famílias que permanecem nas Casas Acreditar usufruem deste apoio gratuitamente, mas a Acreditar necessita destes fundos para continuar a apoiar abnegadamente as crianças e jovens e os seus pais e espero que esta ação possa sensibilizar todos para a importância desta missão”.

 

Páginas