Lançamento de Prémio de Jornalismo para promover a literacia em saúde
A Liga Portuguesa Contra o Cancro celebra hoje, dia 4 de abril, o 82º Aniversário da instituição, com uma aposta clara na...

Embora mantendo o apoio direto ao doente oncológico e família como prioridade, a aposta da LPCC no futuro próximo será a prevenção primária, com programas direcionados para os mais jovens, não descurando, no entanto, os programas direcionados à população em geral e com foco na literacia em saúde. A prevenção secundária é, aliás, outro eixo da missão da LPCC no qual manterá uma forte aposta na consolidação do alargamento do programa de rastreio do cancro da mama em todo o Pais.

Para dar seguimento a este objetivo, LPCC vai lançar um total de doze bolsas de investigação. Oito Bolsas na área dos Cuidados de Saúde Primários (com o apoio da AICIB), uma bolsa na área do Cancro da Mama (com o apoio da Ausonia), uma bolsa na área do Mieloma Múltiplo (com o apoio da GSK) uma bolsa na área do Cancro Infantil (com o apoio dos Lions) e, por último, uma bolsa na área do Cancro Colorretal (com o apoio da Multicare).

De acordo com os dados de 2022, a LPCC atribuiu 32 bolsas de investigação a sete centros de investigação, num total de 439.875€.

O Prémio de Jornalismo vai também abrir as suas candidaturas no dia 4 de abril, referente a trabalhos jornalísticos desenvolvidos em 2022. O prémio de Jornalismo tem como objetivo incentivar e reconhecer o interesse e qualidade dos trabalhos jornalísticos em oncologia e destina-se a todos os trabalhos jornalísticos em língua portuguesa publicados em imprensa (escrita e online), televisão e rádio portuguesas e conta com o apoio da Astrazeneca,

Ao longo das últimas 20 edições, o Prémio de Jornalismo contou com vários especialistas proeminentes da área da Oncologia e do Jornalismo, como jurados.

“82 anos é um marco importante para a LPCC. Temos muita experiência acumulada com a proximidade aos doentes, que queremos manter, mas com uma abordagem cada vez mais inovadora. Queremos avançar no sentido da descentralização, conforme temos vindo a fazer, com a presença dos serviços da LPCC dispersa em todo o Continente e Ilhas, para que possamos garantir que os doentes estão próximos dos serviços que precisam”, avança o presidente da LPCC, Francisco Cavaleiro de Ferreira.

As doenças oncológicas continuam a registar uma alta incidência em Portugal, em número de novos casos, com cerca de 60.000 novos diagnósticos a cada ano, constituindo-se como uma das principais causas de morbilidade, incapacidade e mortalidade no país, com profundo impacto nos doentes, nas famílias e na sociedade.

82 anos ao lado do doente oncológico

A Liga Portuguesa Contra o Cancro foi criada legalmente (portaria n.º 9772) em 4 de Abril de 1941, por proposta do Prof. Doutor Francisco Gentil, assente em dois princípios fundamentais: a Humanização e a Solidariedade.

Há mais de 80 anos, a LPCC procurou suprir as carências do Estado em matéria de financiamento do tratamento do cancro, angariando fundos para custear tudo à que a doença dizia respeito - desde equipamento hospitalar, à roupa de cama do hospital. Atualmente, o foco da LPCC está em mobilizar os seus recursos financeiros para o apoio ao doente oncológico e família, promoção da saúde, prevenção do cancro e na formação e investigação em oncologia.

Em 2006, foi-lhe conferido o título de Membro Honorário da Ordem Militar de Cristo e, em 2016, a Ordem do Infante D. Henrique, pelo Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, o Senhor Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

Conheça todos os números do apoio da LPCC ao doente oncológico e ao cuidador aqui: https://www.ligacontracancro.pt/a-liga-em-numeros/

Para saber mais sobre as Bolsas de Investigação aceda aqui: https://www.ligacontracancro.pt/bolsas23/

Atividade Física
A prática consistente de exercício físico é ainda desvalorizada em Portugal – na verdade, 73% dos po

Segundo a Mundo Z da Zurich, os alongamentos:

  • Melhoram a postura;
  • Aumentam a amplitude de movimentos, que proporciona uma maior liberdade motora;
  • Melhoram a circulação sanguínea;
  • Aliviam o stresse;
  • Aliviam determinadas dores musculares;
  • Aumentam a flexibilidade.

É aconselhável que cada alongamento demore entre 10 segundos e 3 minutos. Este intervalo de tempo depende sempre do tipo de alongamento e do músculo que está a alongar.

Existem diferentes tipos de alongamentos, todos eles com a capacidade de melhorar a flexibilidade. Aqui ficam alguns tipos de alongamentos que qualquer pessoa pode começar a fazer em casa:

Quadricípite

O quadricípite é o músculo na parte da frente da coxa. Para fazer o alongamento do quadricípite, fique de pé e levante o pé direito para trás, pegando no tornozelo com a mão direita. Segure por 15 a 30 segundos e repita com a perna esquerda. Este alongamento irá ajudar a alongar os músculos da coxa e reduzir a tensão na parte inferior das costas.

Flexores da anca

Os flexores da anca são um grupo de músculos que ajudam a mover as pernas. Para fazer este alongamento, ajoelhe-se no chão com os joelhos juntos. Em seguida, estenda a perna direita para trás, mantendo o joelho no chão. Incline-se para a frente, colocando as mãos no chão. Segure por 15 a 30 segundos e repita com a perna esquerda.

Gémeos

Estes músculos precisam de ser alongados, para evitar lesões ou contrações graves. Para fazer o alongamento dos gémeos, fique de frente para uma parede e dê um passo à frente com o pé direito. Incline-se para a frente, mantendo a perna esquerda esticada para trás. Mantenha a posição por 15 a 30 segundos e repita com a perna esquerda.

Ombros

Para fazer este alongamento, levante o braço direito para cima e dobre-o para trás, tocando as costas. Use a mão esquerda para segurar o cotovelo direito. Mantenha a posição por 15 a 30 segundos, mantendo a sua postura direita. Repita com o braço esquerdo. Ao fim de algum tempo, irá melhorar a flexibilidade dos seus ombros e sentirá uma redução da tensão na parte superior das costas.

Pescoço

O pescoço é uma zona do corpo onde muitas vezes acumulamos tensão. Para fazer este alongamento, sente-se com a coluna ereta e incline a cabeça para o lado direito. Use a mão direita para ajudar a levar a cabeça até ao ombro. Repita o mesmo para o lado esquerdo. Mantenha a posição por 15 a 30 segundos. Não tente forçar quando sentir dor. O objetivo é que sinta o músculo a esticar.

Os alongamentos proporcionam muitos benefícios, mas o ideal é complementar esta atividade com diferentes tipos de exercícios físicos, capazes de oferecer outras vantagens.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Ajude-nos a apoiar os pacientes com cancro digestivo!”
Entre 1 de abril e 30 de junho, ao preencher a sua declaração de IRS coloque o NIF da Europacolon Portugal. Com a sua...

Para tal, deve identificar no quadro 11 do modelo 3 do IRS, o número de identificação fiscal (NIF) da Europacolon Portugal: 507 754 395.

A Europacolon Portugal receberá 0,5% do IRS liquidado.

O apresentador Fernando Mendes junta-se a esta causa que afeta tantas famílias e oferece 0,5% do seu IRS: “todos os anos morrem 24 pessoas por dia e todos os anos defendo esta causa! A Europacolon Portugal desenvolve um trabalho vasto e apoia diretamente os pacientes com cancro digestivo, sobreviventes, cuidadores e os seus familiares”.

“A Europacolon agradece a colaboração, espírito de missão e entreajuda do notável apresentador de televisão Fernando Mendes. O facto de ser o nosso embaixador e advogar por esta causa há mais 6 anos, é algo que nos deixa muito sensibilizados.

A sua contribuição chama a atenção para a importância de, enquanto Associação, sermos uma rede de apoio em várias frentes.

Temos uma Linha de Apoio disponível para esclarecimento de dúvidas; consultas de Psicologia, consultas de Nutrição; Apoio Domiciliário; Apoio Jurídico; facultamos uma segunda Opinião Médica; asseguramos a logística do teste genético RAS; estabelecemos protocolos com vantagens no acesso a terapias complementares e desenvolvemos ações de sensibilização e prevenção primária junto da população em geral”, explica Vítor Neves, Presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.

Os cancros digestivos são a principal causa de mortalidade por cancro na Europa: todos os anos são diagnosticados mais de 800.000 pessoas com cancro digestivo e, destas, 500.000 morrem. Em Portugal estas doenças matam 24 pessoas por dia!

Apesar de todas as evidências científicas, constatamos que uma alimentação desequilibrada, o consumo de álcool e de tabaco, a falta de atividade física e a obesidade continuam a estar entre as principais causas dos cancros digestivos.

 

 

Abril arranca com campanha “Preserve o seu Futuro, Cuide do seu Fígado hoje!”
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) vai promover uma campanha de consciencialização para a prevenção das...

“O fígado é um importante órgão do sistema digestivo, destacando-se por ser o segundo maior órgão e a maior glândula do corpo humano. Com esta iniciativa pretendemos que, através de várias mensagens, as pessoas compreendam a importância de cuidar dele e garantir que se mantém saudável. Pessoas mais informadas sobre os fatores de risco para as doenças do fígado, formas de as prevenir, de as diagnosticar e de tratar, formam uma sociedade mais saudável”, afirma José Presa, presidente da APEF.

O hepatologista explica ainda que um caso de inflamação ou lesão, pode comprometer as funções do fígado e originar diversas complicações a curto ou a longo prazo. “Estamos a falar de patologias, que são, na sua grande maioria, evitáveis, embora tratáveis e, até, curáveis, como é o caso da hepatite C. O primeiro passo para o combate a estas doenças começa na prevenção: pratique exercício físico; faça uma alimentação equilibrada e saudável; evite beber álcool e consumir drogas; use preservativo; não partilhe seringas nem objetos de higiene pessoal; lave as mãos com frequência, sobretudo antes das refeições e depois de ir à casa de banho”.

E conclui: “No caso de ter alguma doença do fígado já diagnosticada e em tratamento, não se esqueça de tomar os medicamentos, através das recomendações dos especialistas na área. Cuide do seu fígado hoje!’”.

As doenças hepáticas são as que resultam da lesão do fígado, podendo afetar a sua função tão essencial à nossa sobrevivência. As doenças mais comuns são o fígado gordo, as hepatites, a cirrose hepática e o cancro do fígado. Na maior parte dos casos tratam-se de situações resultantes de hábitos de vida pouco saudáveis - como alimentação inadequada, sedentarismo, consumo de álcool e drogas, entre outros - pelo que podem e devem ser prevenidas.

Menina seguida por equipa multidisciplinar
Constança tem 5 anos e nasceu com uma síndrome rara que faz com que necessite de acompanhamento especial. Sem vaga nos...

“A Constança nasceu no Hospital Beatriz Ângelo, de uma gravidez normal, embora o parto tivesse sido provocado às 38 semanas”, começa por contar Carlos Pinto, pai da menina. “Na altura, com a realização de ecografia foi possível determinar que existiam alguns parâmetros que não eram normais, pelo que se optou por provocar o parto”, adianta.

Quando nasce, para além do baixo peso, Constança apresenta algumas malformações – fenda palatina, perímetro encefálico muito grande, dedos mãos curtos e dois dedos dos pés colados. Nesta altura, é efetuado o diagnóstico de fenda labial, sendo prolongado o internamento no serviço de neonatologia durante 5 dias por baixo peso e para realização de exames complementares de diagnóstico. 

No entanto, foi a pediatra, após alta hospitalar, que agarrou no caso e tratou de encaminhar Constança para o diagnóstico. “A médica assim que a viu achou que a malformação que tinha devia ser uma síndrome”, recorda o pai, explicando que aos dois meses Constança realiza uma ressonância magnética onde lhe é também diagnosticado um Hamartoma Hipotalâmico, um pequeno tumor benigno junto ao hipotálamo, de causa desconhecida, responsável pelo desenvolvimento convulsões, puberdade precoce, desequilíbrios hormonais e problemas cognitivos e comportamentais.

No seu caso, para além das crises gelásticas, um tipo de crise convulsiva que resulta em ataques de riso involuntário, o tumor levou a que, aos 11 meses, Constança desenvolvesse puberdade precoce. “Começou a ter maminhas e algum tipo de pelo”, conta o pai.

A confirmação do diagnóstico da Síndrome oral-facial-digital tipo 1 (OFD1) – suspeita lançada pela pediatra da menina – surge mais ou menos por esta altura. Um estudo molecular de um painel multigénico identifica o gene OFD1, responsável por esta síndrome, do qual se descobre que a mãe também é portadora.

Entre várias cirurgias, nomeadamente para correção da fenda palatina, Constança passou, aos dois anos, pela primeira termoablação por laser, realizada pelo Hospital de Santa Maria, para tratamento de casos de epilepsia refretaria, no seu caso para conseguir tratar as crises gelásticas.

Atualmente, encontra-se em seguimento multidisciplinar pelas especialidades de pediatria, dermatologia, otorrinolaringologia, neurologia, neurooftalmologia, neurocirurgia, endocrinologia, genética e cardiologia.

No dia-a-dia, revela o pai, para além dos ataques de riso, Constança apresenta dificuldades na marcha, dificuldades em apanhar objetos. Além disso, revela, que se não for devidamente estimulada imita os comportamentos de crianças com menos idade.

“A Constança frequenta um colégio privado onde é incluída em todas as atividades de grupo. É acompanhada pela intervenção precoce – tem uma educadora de ação especial que vai uma vez por semana ao colégio. As restantes terapias, com a terapia da fala e a psicomotricidade é paga por nós”, comenta quanto ao seu acompanhamento.

No próximo ano letivo, Constança irá para o 1º ciclo e os pais já sabem que esta vai deixar de aceder à intervenção precoce. “Nós quisemos antecipar e procurar as alternativas para a inclusão da nossa filha na rede escolar e por isso contactamos vários agrupamentos de escola da nossa região e dizem-nos que não há pessoas especializadas suficientes para acompanhar todos os casos”, revela Carlos indicando que falou com os coordenadores das Unidades de Multideficiência disponíveis no concelho de Torres Vedras e dos dois agrupamentos que têm este acompanhamento especializado, nenhum consegue receber a menina. “Cada um tem seis vagas e têm sete crianças integradas. Não conseguem incluir mais”, refere o pai.

Uma vez que as unidades estão sobrelotadas e não existem respostas por parte dos Agrupamentos, estes pais decidiram lançar uma petição para chamar a atenção da comunidade para este problema. Não só pela Constança, mas também por todos aqueles que ficam de fora da chamada “Educação Inclusiva”.

Para apoiar esta causa, pode assinar a petição aqui: https://peticaopublica.com/mobile/pview.aspx?pi=PT115726

O que é a Síndrome oral-facial-digital tipo 1 (OFD1)?

A síndrome oro-facial-digital (OFD) tipo I, também chamada de síndrome de Papillon-Léage Psaume, foi descrita pela primeira vez por Papillon-Leage e Psaume (1954) e foi ainda caracterizada por Gorlin e Psaume (1961), como uma patologia resultante de mutação genética que causa malformações na face, cavidade oral e dedos. Até hoje foram descritos 13 tipos de OFD, sendo os tipos I e II os mais frequentes, mas só o gene OFD1 implicado na síndrome tipo I foi identificado.

Os sinais clínicos da OFD1 na cavidade oral incluem freios múltiplos, língua multilobulada, falta de dentes ou dentes supranumerários, fenda palatina assimétrica, nódulos línguais e fenda língual. Pode haver telecanto ou hiper-telorismo, lábio leporino mediano e hipoplasia das cartilagens nasais.

Como manifestações clínicas, podem existir alterações nas mãos como clinodactilia, braquidactilia ou sindactilia, assim como nos pés com polidactilia pré-axial, geralmente unilateral. Podem estar presentes, ainda, várias alterações do sistema nervoso central como agenesia do corpo caloso, hipoplasia cerebral ou cerebelar, porencefalias

O diagnóstico desta síndrome é feito logo à nascença, devido às malformações presentes no recém-nascido. Noutros casos, como em pacientes com OFD I, é feito mais tarde na idade adulta quando é diagnosticada doença renal policística, uma vez que 50% dos indivíduos afetados por esta síndrome apresentam esta doença dos rins.

75% dos casos de OFD I são esporádicos, ocorrendo quase exclusivamente em mulheres. No sexo masculino costuma ser fatal.

A frequência estimada para a OFDI é de aproximadamente um caso por 50 000- 250 000 nados-vivos.

De 2 a 4 de novembro no Centro de Congressos do Algarve
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) vai organizar o 42º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia...

O Congresso assinala a retoma completa pós pandemia com um modelo mais ambicioso, mais inovador e mais participado com sete salas em simultâneo, destacando-se a presença de mais de 10 sociedades científicas internacionais e a realização de mais de 70 sessões.

“Este evento, que irá reunir ortopedistas e traumatologistas nacionais e internacionais, tem como principal objetivo promover a partilha de conhecimentos e experiências entre os profissionais de saúde presentes, perspetivando o desenvolvimento e inovação da especialidade”, afirma João Gamelas, Presidente da SPOT.

“O programa do congresso promete um maior espaço de partilha, novos formatos de discussão, debate e intervenção. A SPOT pretende uma vez mais contribuir para o avanço da ortopedia e traumatologia em Portugal e no mundo”, conclui.

A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia já publicou o programa preliminar do evento e o formulário de inscrição no site oficial do congresso. O prazo de submissão de resumos vigora até dia 30 de abril.

Para mais informações e inscrições: 42º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia (spot.pt)

 

Opinião
A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma alteração do neurodesenvolvimento que se inicia na

A designação de espectro foi atribuída pela variabilidade dos sintomas, desde as formas mais leves até às formas mais graves. Geralmente, o autismo manifesta-se nos primeiros três anos de vida, maioritariamente entre os 15 meses e os 3 anos, altura existe uma grande evolução nas competências de comunicação das crianças. Estes sinais caraterizam-se por dificuldades de comunicação, habilidades sociais prejudicadas e comportamentos restritos e repetitivos. As pessoas com autismo apresentam dificuldade em entender as perspetivas dos outros e muitas vezes lutam para se ligarem a nível emocional. Podem ser hipersensíveis a informações sensoriais, como ruído ou luz, e podem ter dificuldade em expressar sentimentos devido à falta de comunicação verbal ou linguagem não verbal reduzida. Estes sinais também incluem fortes interesses num determinado tópico ou atividade, dificuldades em generalizar novas informações, obsessões com certos objetos ou tópicos, foco intenso em detalhes e incapacidade de entender conceitos abstratos. Os interesses específicos podem determinar que a criança se destaque em competências específicas, acima do esperado para a sua idade. No entanto, nas situações de PEA, existem outras competências importantes que ficam para trás, principalmente do ponto de vista social. Algumas crianças apresentam sintomas isolados que não correspondem necessariamente ao diagnóstico de PEA. Sendo assim, é imprescindível e imperativa uma avaliação detalhada e integrada para confirmar o significado de todos estes sinais e sintomas.

A prevalência do autismo varia significativamente entre os diferentes países, estimando-se que o autismo afete cerca de 168 milhões de crianças e adultos. No entanto, este número provavelmente é muito maior, pois muitos casos permanecem sem diagnóstico devido à falta de recursos disponíveis e conscientização. A prevalência do autismo também mudou ao longo do tempo, aumentando significativamente nas últimas décadas em todo o mundo. Por exemplo, a prevalência de PEA nos Estados Unidos aumentou de 1 em 150 crianças em 2000 para 1 em 44 crianças em 2018. As razões para este aumento não são totalmente claras, mas julga-se que melhorias no diagnóstico, maior conscientização e mudanças nos critérios diagnósticos são considerados fatores que contribuíram para este aumento. Segundo o Institute for Health Metrics and Evaluation, em Portugal 1 pessoa em 200 apresentam PEA e cerca de 1 criança em 160 é diagnosticada com PEA. Atualmente, Portugal é o 24º país com mais diagnostico de crianças com autismo no mundo. 

As pessoas com autismo geralmente precisam de apoio adicional ao longo de suas vidas para ajudá-las a tornarem-se mais independentes como por exemplo técnicos de análise comportamental aplicada, terapia da fala, psicomotricidade, terapia ocupacional, psicologia, pedopsiquiatria, entre outros. O número de horas de estimulação é muito importante o que implica que os pais e educadores devem estar envolvidos, de forma a existir coerência na forma de interagir com a criança. É importante monitorizar o sucesso das medidas instituídas nas consultas médicas de seguimento no sentido de fazer os ajustes necessários. Em algumas situações, as crianças beneficiam de medicação no sentido de conseguirem ficar mais serenas, mais atentas para poderem beneficiar de outros tipos de intervenção. O nível funcional atingido pelas pessoas com PEA é muito variável, variando entre formas mais graves que necessitam de supervisão constante de terceiros até formas muito leves com sintomas residuais e vida independente.

De momento, não existe nenhum tratamento que apresente esta possibilidade. Assim, vários estudos têm sido conduzidos para se conseguir chegar perto de uma cura para esta perturbação.

Um exemplo disto é o ensaio clínico realizado em 20 crianças diagnosticadas com PEA em que foram infundidas células estaminais de tecido do cordão umbilical. Durante o período de seguimento foi registado que estas aplicações das células de tecido do cordão umbilical foram completamente seguras para as crianças. Para além disso, em cerca de metade das crianças do estudo, as taxas das escalas clínicas usadas para medição da gravidade de PEA reduziram ao longo do tratamento ao ponto, indicando melhorias significativas e colocando estas crianças numa categoria de sintomas de PEA leve.

Outros ensaios clínicos têm sido realizados em crianças com PEA usando a aplicação de sangue do cordão umbilical, demostrando a segurança e melhorias comprovadas dos sintomas associados a estas perturbações. Como é o exemplo do ensaio clínico conduzido pela investigadora Joanne Kurtzberg que incluiu 180 crianças com PEA, com idades entre 2-7 anos. A estas crianças foi infundido sangue do cordão umbilical autólogo (sangue do cordão umbilical da própria criança) ou alogénico (sangue do cordão umbilical de um dador), verificando-se que a infusão de sangue do cordão umbilical foi segura e bem tolerada pelas crianças.

Tanto o sangue como o tecido do cordão umbilical são constituídos por células que podem ajudar na melhoria dos sintomas associados ao PEA tornado a vida destas pessoas não tão complicada.

Este é um passo importante a perceber para que se compreenda que ao descartar (no momento do parto) algo que apresenta este potencial terapêutico podemos colocar ao lixo uma potencial ajuda no combate a esta perturbação.

Assim, mais uma vez sublinho a importância que o cordão umbilical apresenta na terapia de várias patologias e na recuperação dos doentes.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo publicado na Nature
Um estudo internacional com a participação de Cristina Padez, docente no Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de...

A investigação, realizada por um consórcio liderado pelo Imperial College London e que envolveu mais de 1.500 investigadores e médicos, analisou dados de altura e índice de massa corporal (IMC) de 71 milhões de crianças e adolescentes, com idades compreendidas entre os 5 e os 19 anos, em áreas urbanas e rurais de duas centenas de países, de 1990 a 2020.

«No século 20, em quase todos os países desenvolvidos, as crianças e adolescentes que viviam em meios urbanos eram mais altos comparativamente aos que viviam em áreas rurais. Este novo estudo determinou que, no século XXI, esta vantagem diminuiu na maior parte dos países como resultado das melhorias aceleradas na altura de crianças e adolescentes em áreas rurais», revelou Cristina Padez, coautora do estudo.

De acordo com a investigadora da FCTUC, este estudo também focado na avaliação do IMC, indicador que avalia se a pessoa tem um peso saudável para a altura, descobriu que, em média, as crianças que vivem nas cidades tinham um peso ligeiramente mais elevado em comparação

com as crianças nas áreas rurais em 1990. «Em 2020, as médias de IMC aumentaram na maioria dos países, embora mais rapidamente para as crianças urbanas, exceto na África subsaariana e no sul da Ásia, onde este indicador aumentou mais rapidamente em áreas rurais», revela a coordenadora do CIAS.

No entanto, prossegue a docente do DCV, «ao longo de 30 anos, a diferença entre o IMC urbano e rural permaneceu pequena - menos de 1,1 kg/m² globalmente (menos de 2 kg de peso para uma criança com 130 cm de altura ou menos de 3 kg de peso para um adolescente com 160 cm)».

Embora a altura e o IMC tenham aumentado em todo o mundo desde 1990, o consórcio descobriu que o grau de mudança entre as áreas urbanas e rurais variou muito entre os diferentes países de nível económico médio e baixo, enquanto pequenas diferenças urbano-rurais permaneceram estáveis nos países de economias mais desenvolvidas.

Os cientistas realçam ainda que, ao contrário da suposição generalizada de que a urbanização é o principal impulsionador da obesidade, este estudo indica que muitos países ocidentais mais desenvolvidos a nível económico tiveram pouca diferença em altura e IMC ao longo do tempo. O IMC urbano e rural diferia em menos de uma unidade em 2020, perto de 1,5kg de peso para uma criança de 130cm.

Para Majid Ezzati, autor sénior do estudo, «a questão não é tanto se as crianças vivem em cidades ou áreas urbanas, mas onde vivem os pobres e se os governos estão a enfrentar as crescentes desigualdades com o desenvolvimento de iniciativas como complemento monetário adicional e programas de alimentação escolar gratuita».

A tendência na África subsaariana também é motivo de preocupação, dizem os investigadores. Os meninos que vivem em áreas rurais estabilizaram ou até ficaram mais baixos ao longo das três décadas, em parte devido às crises nutricionais e de saúde que se seguiram à política de ajuste estrutural na década de 1980.

«Este é um problema sério a todos os níveis, do individual ao regional. O crescimento oscilante em crianças e adolescentes em idade escolar está fortemente ligado a problemas de saúde ao longo da vida, ao menor sucesso escolar e ao imenso custo do potencial humano não realizado», assegura o autor.

«As nossas descobertas devem motivar políticas que combatam a pobreza e tornem acessíveis alimentos nutritivos para, desta forma, garantir que crianças e adolescentes cresçam e se tornem adultos com vidas saudáveis e produtivas», conclui.

Aristides Machado-Rodrigues, Daniela Rodrigues e Helena Nogueira, investigadores do CIAS, também colaboraram neste estudo, através da partilha de dados.

O artigo científico pode ser consultado aqui.

‘Todos podemos ser heróis por um dia’ ao doar 0,5% do IRS à associação
Acaba de ser lançada a campanha ‘Todos podemos ser heróis por um dia’, que apela à solidariedade dos portugueses através da...

“Esta campanha surge, uma vez mais, associada à missão da APCL. A solidariedade dos portugueses tem sido e continua a ser fundamental para continuarmos a apoiar os doentes com leucemia e outras doenças hemato-oncológicas, bem como as suas famílias. A doação de 0,5% é um gesto simples e sem custos que permite à Associação continuar a fazer a diferença na vida dos doentes que acompanha.”, refere Carlos Horta e Costa, vice-presidente da APCL.

“Soubemos da história do Simão e quisemos ajudá-lo a dar voz à sua causa. Percebemos logo que o Simão era um grande músico e que a letra da música ‘Herói por um dia’ assentava na perfeição. Convidamo-lo a cantar connosco e a dar uma interpretação diferente, que culminou nesta versão especial”, explica Paulo Vintém, um dos músicos dos D’ZRT. “Sentimos que a música devia ter um propósito maior e contactámos a APCL. O resultado foi esta campanha, associada à música agora lançada, com o objetivo de apelar à doação do IRS a favor da APCL e simultaneamente à doação de medula óssea, que pode salvar a vida de pessoas como o Simão”.

Interpretada por Simão Correia e pelos elementos dos D’ZRT, Paulo Vintém, Cifrão e Edmundo Vieira, a música ‘Herói por um dia’ já está disponível nas várias plataformas e na página de Youtube dos D´ZRT. Os royalties desta versão exclusiva irão também reverter para a APCL. O Simão é um jovem de 23 anos diagnosticado com leucemia, cuja vida depende de um transplante de medula óssea de um dador compatível.

Ao doar 0,5% do IRS para a APCL, os portugueses também contribuem para projetos em curso, como é o caso da Casa de Acolhimento Porto Seguro, habitação totalmente recuperada destinada a doentes hemato-oncológicos deslocados, em fase de terapêutica ou transplante, e familiares que os acompanham. Com inauguração prevista para breve, pretende ser um refúgio confortável e acolhedor numa fase muito delicada da vida destes doentes.

A consignação de 0,5% do IRS não representa qualquer custo ou perda de benefício fiscal para o contribuinte. Ao preencher a declaração anual de IRS Modelo 3 (em papel ou on-line), no Quadro 11 (Instituições Particulares de Solidariedade Social ou Pessoas Coletivas de Utilidade Pública, basta fazer uma cruz no Campo 1101 e colocar o NIPC (número de identificação de pessoa coletiva) da APCL no espaço à frente: 505 945 401. É ainda possível prescindir do benefício de 15% do IVA suportado no abate à coleta do IRS, doando o Estado esse valor à Associação Portuguesa Contra a Leucemia. Saiba mais sobre a consignação do IRS à APCL aqui

Depressão grave e perturbação obsessiva-compulsiva estão entre as patologias
O Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) iniciou uma nova técnica terapêutica para...

Segundo Miguel Bragança, diretor do Serviço de Psiquiatria: "Este método tem-se mostrado eficaz no tratamento de algumas patologias psiquiátricas, estando o Serviço de Psiquiatria focado, nesta fase inicial, nas situações de perturbação depressiva major resistente ao tratamento e de perturbação obsessivo-compulsiva". A EMT será apenas utilizada em casos graves de patologia psiquiátrica, sendo por isso um tratamento de segunda linha.

"O tratamento consiste na aplicação de uma pequena bobine que aplica campos magnéticos sobre o couro cabeludo, nas zonas correspondentes a áreas do córtex cerebral envolvidas nas patologias acima mencionadas. Através da EMT, é possível estimular ou inibir regiões específicas do cérebro, de forma segura, bem tolerada e sem impacto na cognição. Durante o tratamento, a pessoa encontra-se consciente, não havendo necessidade de utilização de anestésicos.”, explica.

Esta técnica, utilizada em vários centros internacionais, iniciou-se no CHUSJ com já três utentes submetidos a sessões de vinte minutos, ao longo de seis semanas.

“Para receber este tratamento, os utentes são inicialmente encaminhados pelo seu médico psiquiatra e passam depois por uma avaliação prévia, para determinar a sua elegibilidade para este procedimento", conclui Miguel Bragança.

 

 

Iniciativa realizada no âmbito da 4ª Edição da Academia para a Capacitação das Associações de Doentes (ACAD)
Comunicação em (des)construção: A linguagem enquanto instrumento de transformação social é o mote do evento promovido pela...

A iniciativa surge no contexto do Laboratório Digital – uma das atividades promovidas no âmbito da quarta-edição do projeto – e através dela pretende-se criar um momento de reflexão-ação que permita, por um lado, pensar e enquadrar o conceito de estigma, compreendendo de que forma é que ele se encontra presente nos vários contextos sociais nos quais a sociedade se move, e, por outro lado, avaliar de que forma é que as atitudes e comportamentos estigmatizantes, designadamente no contexto da saúde, interferem no acesso igualitário aos cuidados de saúde e encontram reflexo no recurso a várias formas de linguagem.  

A iniciativa promoverá, também, um momento reservado à apresentação de um conjunto de recomendações e de boas práticas, no quadro da comunicação inclusiva, que serão enviadas às associações de doentes e demais advocates, bem como à Comissão Parlamentar de Saúde e à Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. O documento com a sistematização das recomendações será, ainda, tornado público através das plataformas digitais da ACAD. 

De acordo com Ana Rita Oliveira Goes, Coordenadora da ACAD, “este é um tema que tem vindo a ser discutido em variadíssimos contextos e em torno do qual não há consenso. Sentimos, no entanto, ser relevante trazê-lo mais uma vez a debate, enquadrá-lo, de uma forma mais consequente, na área da saúde, e tentar que os temas discutidos contribuam para um reforço de consciências, de conhecimentos e de competências das associações de doentes, para que possam estar munidas das ferramentas necessárias para poder reconhecer e sinalizar situações de discriminação no acesso aos cuidados de saúde, quer estas assumam a forma de ações concretas, quer se concretizem no seio da própria linguagem. O papel das associações de doentes, enquanto advocates, não está dissociado de uma responsabilidade coletiva relativamente à forma como comunicam e ao modo como integram, no âmbito da sua comunicação, formas linguísticas mais inclusivas, plurais e democráticas, e essa é, também, uma das razões que motivou a realização desta iniciativa no âmbito daquela que é uma Academia essencialmente centrada no crescimento e empoderamento continuado das associações de doentes”, conclui.

O programa conta com as presenças de Diogo Silva da Cunha, Assistente de Investigação no Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social (CoLABOR), de Jo Correia Rodrigues, Pessoa Médica, Ativista e Presidente da Associação Anémona; de Catarina Oliveira, Nutricionista e Consultora para a Diversidade e Inclusão; e de organizações como a ILGA Portugal, o Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (CIEG), a Plataforma Saúde em Diálogo e a Associação Anémona, entre outros atores de relevo que têm vindo a pensar a inclusão e o acesso igualitário aos cuidados de saúde.

O evento será realizado em formato híbrido (presencial e online).

A entrada é livre, mas implica inscrição prévia através do seguinte link: https://forms.gle/Qd28LP2htMojgDih8 .

Informações detalhadas sobre a estrutura programática do evento ou sobre as atividades desenvolvidas no contexto da ACAD, aqui: https://linktr.ee/acadativospelasaude   

2ª edição da “ZONA: Antecipe-se!”
A GSK, em parceria com a Associação Portuguesa de Medicinal Geral e Familiar (APMGF), estão a lançar uma segunda edição da...

“Acreditamos que as pessoas ainda não estão suficientemente informadas sobre o verdadeiro impacto que esta doença pode ter na sua qualidade de vida. Por esse motivo, é fundamental continuar a investir na literacia e no conhecimento, para que a população saiba como se pode proteger da Zona”, defende Nuno Jacinto, presidente da APMGF.

Segundo o estudo “Vacinação na Idade Adulta e Envelhecimento Saudável: o que sabemos sobre a Zona?”, uma iniciativa da GSK e da APMGF, 53% da população portuguesa com mais de 50 anos não conhece os fatores de risco associados à doença, 16% não conhecem os sintomas e 28,6% não sabem qual é a faixa etária mais vulnerável ao seu aparecimento.

“Temos vindo a perceber que uma das principais razões para a fraca adoção de comportamentos preventivos no que diz respeito à Zona por parte da população portuguesa, particularmente as pessoas com mais de 50 anos, está relacionada com a baixa percepção do risco da doença. Na GSK, estamos empenhados em contribuir para a literacia em saúde dos portugueses, pelo que vemos esta segunda edição da campanha como um reflexo natural desse compromisso”, explica Neuza Teixeira, Country Medical Director da GSK Portugal.

À semelhança da primeira fase, a campanha vai estar disponível em televisão, plataformas digitais e redes sociais, durante os próximos meses. A Zona, também conhecida por Cobrão ou Herpes Zoster, é uma doença causada pela reativação do vírus varicela-zoster. Depois de uma pessoa contrair varicela, habitualmente durante a infância, o vírus permanece adormecido no corpo desta durante toda a vida, não causando normalmente quaisquer sintomas. Contudo, com o aumento da idade, o sistema imunitário enfraquece naturalmente, o que pode permitir que o vírus varicela-zoster se reative, causando Zona. A complicação mais comum (30% dos casos) é a Nevralgia Pós-Herpética (NPH), caracterizada por uma dor incapacitante que pode durar de 3 a 6 meses, podendo em alguns casos persistir durante vários anos. A NPH pode causar ansiedade, depressão e insónia. Outras complicações podem incluir alterações da pele, envolvimento do olho e problemas de audição.

Mais informação da iniciativa disponível em: www.porumavidainteirapelafrente.pt

Tipos de conjuntivite e cuidados a ter
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, uma membrana fina e transparente que cobre a superfíc

A conjuntivite alérgica é causada por uma reação do nosso sistema imunológico a substâncias irritantes, como por exemplo, poeiras, pólenes, pelos de animais e ácaros. São mais frequentes na primavera e outono.

Os principais sintomas são comichão, olho vermelho, lacrimejo e edema das pálpebras. As secreções são mucosas. Em casos mais graves, pode haver sensação de queimadura e visão fica turva.

O tratamento para a conjuntivite alérgica inclui a identificação e o afastamento da substância irritante, se possível. Além disso, o seu médico oftalmologista pode prescrever umas gotas de anti-histamínico e anti-inflamatório. É importante evitar coçar os olhos, pois isso pode piorar os sintomas.

A conjuntivite bacteriana é causada por bactérias que infetam a conjuntiva. Os sintomas incluem olho vermelho, edema das pálpebras, lacrimejo, secreções purulentas (amareladas) e sensação de areia nos olhos. Em alguns casos, a visão pode ficar turva.

O seu médico Oftalmologista pode prescrever antibióticos em gotas e pomada com melhoria, em regra, no espaço de uma semana. É importante seguir as instruções do seu médico Oftalmologista quanto à dosagem e duração do tratamento, para garantir a eficácia do tratamento. Além disso, é fundamental manter as mãos limpas e evitar compartilhar toalhas e lençóis para evitar a propagação da infeção.

A conjuntivite virusal, por adenovírus, é altamente contagiosa e pode-se propagar-se facilmente através do contato com objetos contaminados ou pelo contato próximo com uma pessoa infetada. Os sintomas incluem olhos vermelhos, lacrimejo, comichão, dor, sensibilidade à luz e visão turva. As secreções são aquosas e muito abundantes.

Não há tratamento específico para a conjuntivite virusal mas podemos aliviar os sintomas com compressas frias e colírios lubrificantes sem prescrição médica. É importante evitar coçar os olhos, compartilhar itens pessoais e devemos lavar as mãos com frequência. 

Em regra, os sintomas são muito exuberantes no início e desaparecem em cerca de duas semanas. No entanto há umas estirpes de vírus que deixam sequelas depois de passar a fase aguda. Assim, se notar que a visão ficou turva e que tem grande dificuldade em encarar a luz depois de passar a fase aguda deve consultar o seu médico Oftalmologista.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Como terapeuta sexual e conjugal, não é raro ouvir casais a normalizarem o facto de sentirem uma dim

O prazer sexual é definido como uma experiência complexa e subjetiva, que varia de pessoa para pessoa, mas, ao contrário do que geralmente se pensa, a duração da relação nem sempre tem uma carga negativa, podendo mesmo favorecer o prazer sexual do casal. Por exemplo, alguns casais relatam que a duração da relação amorosa beneficiou o seu prazer sexual, pois permitiu que se conhecessem melhor e se sentissem mais à vontade um com o outro, provocando a sensação de uma maior intimidade e conexão sexual. Para estes casais, o facto de se sentirem mais confortáveis ajudou-os a criar uma maior abertura para experimentar novas posições e fantasias sexuais, assim como uma melhor compreensão das necessidades individuais.

Porém, também há casais que acusam a duração da relação amorosa de prejudicar o prazer sexual, especialmente quando se instalou a monotonia e o desinteresse por um ou ambos os elementos do casal. De facto, a ausência de novidade na intimidade pode ser responsável pelo aborrecimento sexual ou pela diminuição de desejo sexual, para muitas pessoas. Além disso, com o passar do tempo, a acumulação das responsabilidades do dia-a-dia e do stress pode levar a uma diminuição do desejo sexual.

Sendo verdade que a duração da relação pode influenciar o prazer sexual, não devemos descurar a importância de outros fatores. Por isso, deixo aqui algumas sugestões para os casais que desejam melhorar o prazer sexual:

  1. Comunicação: falem sobre as vossas preferências sexuais, limites, desejos e necessidades para garantirem que estão confortáveis e satisfeitos. Uma comunicação clara e honesta entre os parceiros é fundamental para uma experiência sexual satisfatória.
  2. Confiança: é importante que os parceiros se sintam seguros um com o outro e que se respeitem mutuamente.
  3. Intimidade emocional: a demonstrações de afeto, elogios, carinho, apoio emocional e outras formas de conexão emocional é fundamental para uma experiência sexual satisfatória.
  4. Variedade: experimentar diferentes posições, técnicas e brinquedos sexuais, pode potenciar o prazer e a satisfação sexual.
  5. Saúde física e emocional: uma boa saúde física e mental é fundamental para uma experiência sexual positiva e satisfatória.
  6. Compatibilidade sexual: atração sexual mútua, interesses sexuais semelhantes e um nível semelhante de desejo sexual são fatores muito importantes para que o casal tenha uma experiência sexual satisfatória.

No fundo, o meu conselho é que cada indivíduo explore a sua sexualidade e comunique os seus desejos e necessidades aos respetivos parceiros, para garantir uma experiência sexual positiva e satisfatória.


https://fernandomesquita.net

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Médico explica
Em Portugal, as principais responsáveis pela elevada taxa de mortalidade e que ainda parecem difícei

No caso do AVC, estamos perante um caso onde o sangue não consegue chegar a uma determinada parte do cérebro, quando existe uma obstrução numa das artérias do cérebro (AVC isquémico) ou então quando existe um rompimento destas estruturas (AVC hemorrágico), resultando numa hemorragia intracerebral.

Este problema, que é considerado a principal causa de morte em Portugal, tem sintomas muito característicos e incapacitantes. Se está perante uma situação de dor de cabeça e dificuldade motora anormal numa região do corpo, acompanhada por rosto assimétrico, como o caso da sobrancelha descaída ou boca torta, poderá estar a sofrer de um AVC.

É possível ainda sentir dificuldade em comunicar, raciocinar, ver e até perder a sensibilidade do corpo às temperaturas, sinais que devem fazê-lo pedir socorro imediatamente, visto que a rapidez no tratamento determina se irá sobreviver e a gravidade dos danos com que irá ficar, devido às lesões nas células do cérebro.

Já o enfarte agudo do miocárdio, mais conhecido por ataque cardíaco, não ocorre no cérebro, mas sim no coração. Nesta situação, existe a interrupção do fluxo de sangue para este órgão, devido ao bloqueio de uma das artérias que transporta oxigénio. Aqui o sinal mais evidente é a dor intensa no peito, que pode ser acompanhada por náuseas e vómitos, falta de ar, suores e tonturas. Como no AVC, deve pedir auxílio médico o mais rapidamente possível, ligando para o 112.

Para evitar estas emergências médicas, que se manifestam de forma repentina e que deixam danos permanentes associados a quadros de incapacidade, é essencial apostar em comportamentos preventivos, tais como:

  • Eliminar os hábitos tabagísticos;
  • Moderar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Evitar o sedentarismo, praticando exercício físico de forma regular;
  • Optar por dietas equilibradas pobres em gorduras, açúcar e sódio.

Com o passar dos anos, é crucial que também controle o seu histórico familiar e meça a sua pressão arterial regularmente, visto que a hipertensão arterial é outro dos grandes fatores de risco, assim como o colesterol elevado e a diabetes.

Não deixe para amanhã as mudanças que pode fazer hoje nos seus comportamentos. Atualmente, ter uma vida saudável e equilibrada é um desafio, mas está na altura pensar na sua saúde e no seu bem-estar. 

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Empresa lidera investimento no setor
A BIAL foi a empresa com mais despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Portugal, em 2021, num montante superior a...

Ao longo dos últimos anos, a BIAL tem estado entre as empresas que mais investem em I&D em Portugal. Em média, nos últimos anos, a companhia tem dedicado 20% da faturação a atividades de I&D, colocando, desta forma, a ciência ao serviço da saúde e da melhoria da qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.

O projeto de I&D na BIAL começou há 30 anos, pelo que esta área se assume como estratégica para o grupo, sendo o foco da BIAL a descoberta e o desenvolvimento de medicamentos inovadores. O primeiro medicamento inovador da empresa, um antiepilético, chegou ao mercado em 2009, e, em 2016, foi lançado um segundo fármaco para a Doença de Parkinson. Estes são os únicos medicamentos de patente portuguesa, constituem hoje marcas globais e foram potenciadoras da transformação da empresa, possibilitando que a BIAL, diretamente ou através de acordos de licenciamento, esteja presente nos mercados mais competitivos a nível mundial.

Um fator decisivo no desafio da inovação é a atração de talento. A BIAL é um polo de emprego científico altamente qualificado, quer atraindo de volta ao país talento nacional, quer recrutando quadros diferenciados de outras nacionalidades. Atualmente, em I&D, a BIAL conta com mais de uma centena de pessoas, que trabalham em rede com investigadores e cientistas de universidades, indústria e centros de investigação de todo o mundo. Dessas, cerca de seis dezenas são doutoradas.

“A nossa posição espelha a decisão que tomámos, há mais de 30 anos, na aposta em I&D de medicamentos inovadores. A I&D faz parte do código genético da BIAL, pelo que é sempre com grande satisfação que, de forma continuada ao longo dos anos, vemos reconhecida a nossa liderança nesta área e agora atingimos o topo. A BIAL continuará com uma aposta forte no seu programa de inovação. Queremos continuar a produzir valor, a inovar para as pessoas, para os pacientes e, desta forma, a dar um forte contributo para o crescimento económico de Portugal”, garante António Portela, CEO da BIAL.

Para António Portela “é crítico trabalhar num contexto de longo prazo, que seja promotor da inovação e das empresas que apostam na investigação, promovendo desta forma a capacidade do país de gerar inovação”, pois estas empresas “são um contribuinte muito importante para o crescimento económico de Portugal, aportando valor e diferenciação através dos seus produtos e serviços, contribuindo para a exportação de bens de valor acrescentado e promovendo o emprego qualificado, potenciando, assim, a capacidade científica das nossas universidades e centros de investigação”.

De acordo com os dados da DGEEC, a despesa em I&D do setor empresas atingiu os 2154 milhões de euros, representando 1% do Produto Interno Bruto e as 100 empresas que mais investiram em I&D correspondem a 6% do número total de empresas que declararam atividades de I&D no IPCTN21, contudo, foram responsáveis por mais de metade da despesa em I&D (53%) e por 37% do pessoal em I&D deste setor.

Dia Nacional do Doente com AVC
Todos os anos cerca de doze milhões de pessoas sofrem um acidente vascular cerebral (AVC) em todo o

Os custos desta doença para o nosso país são brutais, quer em termos de vidas humanas (cerca de 17 mil por ano), quer em termos financeiros (160 milhões de euros em custos diretos) ou de perda de anos de vida com qualidade (230 mil dias).

 A forma mais frequente de AVC é o AVC isquémico, responsável por cerca de dois terços de todos os AVCs. Esta doença é causada pelo entupimento das artérias cerebrais por um coágulo, que compromete o fluxo sanguíneo e leva assim a lesão cerebral. O seu tratamento evoluiu bastante nas últimas décadas, com a criação das unidades AVC e a utilização da trombólise e da trombectomia. O primeiro tratamento consiste na administração de um fármaco para dissolver o coágulo, enquanto o segundo consiste na remoção direta do mesmo através da utilização de um fio (cateter), que é navegado pela circulação cerebral com o auxílio da angiografia. Poucos são os tratamentos na medicina tão eficazes como estes, todavia apenas uma minoria dos doentes afetados chega a beneficiar deles. Em Portugal, apenas 8% beneficia de trombólise e 5% de trombectomia. A principal causa para estes números baixos é o atraso na chegada dos doentes ao hospital, que faz com que a lesão cerebral seja já irreversível à altura do diagnóstico. Adicionalmente, persistem ainda assimetrias regionais no acesso a estas terapêuticas, que estão mais disponíveis nos grandes centros urbanos. Independentemente de terem ou não sido submetidos às mesmas, todos os doentes beneficiam do internamento inicial em unidades de AVC dedicadas e da prestação de cuidados adequados de reabilitação.

Pelo que foi descrito anteriormente, urge mudar o cenário e para tal é necessário um compromisso de toda a sociedade. O primeiro passo consiste na prevenção, que tantas vezes é desvalorizada pelos doentes. As principais causas de AVC são a hipertensão arterial, a diabetes, o colesterol, o tabagismo e a obesidade, pelo que os cidadãos devem abordar e tratar estes fatores de risco em colaboração com os cuidados primários de saúde. O segundo passo consiste na identificação rápida do AVC como uma emergência médica, com o transporte expedito do doente para o hospital. Para tal, é necessária a identificação rápida dos sinais de alarme pela população (boca de lado, alteração da fala ou da força), a ativação imediata da emergência pré-hospitalar (INEM- 112), o transporte imediato do doente para o hospital e o estabelecimento de circuitos intra-hospitalares específicos para o AVC (vias verdes AVC), de forma a tratar o doente o mais rapidamente possível. É importante salientar que este segundo passo consiste numa “cadeia de eventos”, que será sempre tão forte quanto o seu elo mais fraco. De nada vale ter a via verde AVC e o INEM preparados, se o cidadão não identificar corretamente os sintomas e pedir ajuda. Por fim, são essenciais políticas de saúde que assegurem os cuidados necessários a todos os doentes com AVC, independentemente da sua localização geográfica. Para que isto seja feito de forma eficiente, diferentes estruturas do Serviço Nacional de Saúde deverão ser capazes de funcionar em rede, com o foco centrado no doente.

Todos juntos podemos mudar o panorama desta doença. Vigie e controle os fatores de risco cardiovascular. Se notar a boca de lado, alteração da fala ou falta de força, ligue imediatamente para o 112. Tempo é cérebro, seja mais rápido que um AVC.

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Contratação de recém-especialistas
A Ordem dos Médicos, através do seu bastonário, manifesta profunda preocupação face à incapacidade do Ministério da Saúde em...

"São notórias as dificuldades que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a atravessar, nomeadamente em recursos humanos médicos", refere Carlos Cortes, alertando para a oportunidade de contratação que se pode perder por atrasos na publicação do mapa de vagas: dos cerca de 1310 médicos candidatos que fizeram o exame final de especialidade em fevereiro/março, 355 são médicos de família, 159 internistas,  66 anestesiologistas, 28 ginecologistas/obstetras, 38 cirurgiões gerais, 22 médicos de Saúde Pública, 33 pneumologistas, 13 intensivas, 72 pediatras, 16 infeciologistas, 21 neurologistas, 18 oftalmologistas e 48 psiquiatras, entre outras especialidades.

"É urgente contratar estes médicos que fazem falta no SNS” pois, enquanto aguardam o processo de colocação como especialistas e concluem o internato, a Ordem dos Médicos tem conhecimento que as unidades privadas de saúde já estão a convidar e a preparar processos de recrutamento. “Enquanto isso, o SNS continua a definhar à espera das vagas, sem nenhuma capacidade competitiva", acentua, lembrando que, durante este período, os médicos já especialistas permanecem no SNS, mas com contrato como médicos internos, situação que considera “verdadeiramente imoral”. Carlos Cortes exorta assim o Ministério da Saúde à "ação urgente e consequente” e a não se ficar pelas palavras e promessas de forma a fixar estes especialistas no SNS o mais rapidamente possível, garantindo uma resposta com planeamento a médio e longo prazo.

Carlos Cortes lamenta que todos os anos os mais jovens médicos fiquem a aguardar a arrastada abertura de concursos. “O Ministério da Saúde tem de dar um sinal claro que pretende fixar e manter os médicos no SNS e não fazer como no ano anterior em que o processo foi desencadeado mais de dois meses depois. É uma situação intolerável! Veja-se o que se passa, por exemplo, na Medicina Geral e Familiar, na Medicina Interna, na Ginecologia/Obstetrícia, na Anestesiologia, na Psiquiatria e em tantas outras especialidades fundamentais para o funcionamento do SNS. É o resultado de falta de planificação e de anos de incúria na gestão de recursos humanos”, denuncia.

"O Ministério da Saúde e a Direção Executiva do SNS têm de gizar um plano para resolver os problemas do SNS. Tudo isto revela incapacidade de reação a acontecimentos previsíveis como o exame de especialidade ou a chegada do verão… Além dos atrasos na contratação de médicos especialistas há outra preocupação que os responsáveis políticos têm que acautelar: a distribuição correta das vagas pelo país", acrescenta o bastonário.

“O resultado desta indefinição e do arrastar do processo de contratação é que os jovens especialistas acabam por seguir outras vias além das existentes no SNS porque não sabem se terão vagas. O serviço público de saúde está paralisado. É preciso publicar o mapa de vagas com urgência de modo a captar os médicos e colmatar as dificuldades existentes nos hospitais públicos", critica Carlos Cortes que, desde há muito, vem exortando para a celeridade e transparência dos procedimentos concursais dos recursos humanos médicos.

No valor de 11.5M€
São hoje divulgados os resultados do mais recente concurso das ERC Advanced Grants. O Conselho Europeu de Investigação (do...

Em Portugal os cientistas vencedores são Isabel Gordo (Instituto Gulbenkian de Ciência, IGC), Maria Manuel Mota (Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, iMM), Mariana Pinho (ITQB-NOVA) e Henrique Veiga-Fernandes (Fundação Champalimaud). Cada um receberá entre 2.5M€ e 3.5M€ para o desenvolvimento de projetos de investigação ao longo dos próximos cinco anos.

O currículo destes quatro investigadores inclui outros financiamentos atribuídos pelo ERC, desde as ERC Starting Grants (atribuído no início de carreira) às ERC Consolidator Grants, incluindo ainda as ERC Proof of Concept (financiamento complementar para projetos de transferência de tecnologia do laboratório para o mercado) o que representa um investimento na ciência made in Portugal, por parte desta entidade, estabelecida pela Comissão Europeia em 2007, na ordem dos 23M€.

Que bolsas são estas?

As ERC Grants são bolsas de investigação atribuídas pelo Conselho Europeu de Investigação (do inglês European Research Council). Qualquer investigador pode concorrer, desde que pretenda desenvolver a sua investigação numa instituição da União Europeia. Sem quotas por países, áreas ou outros, estas bolsas são atribuídas com base, única e exclusivamente, no mérito do projeto.

O financiamento é para o desenvolvimento de projetos ao longo de um período de cinco anos e é atribuído em três níveis principais, de acordo com a senioridade do investigador proponente: Starting, para investigadores com 2 a 7 anos após o Doutoramento, num valor de até 1.5M€; Consolidator, para investigadores com 7 a 12 anos após o Doutoramento e um financiamento de até 2M€; Advanced, para investigadores independentes, num valor de até 3.5M€. A estes valores podem acrescer apoios iniciais, para realojamento ou equipamentos científicos.

Para além dos três níveis, as ERC têm dois sistemas adicionais de financiamento: Proof of Concept, para investigadores que já tenham uma bolsa ERC e queiram explorar o potencial de transferência de tecnologia da sua investigação; e Synergy, para grupos de dois investigadores principais que pretendam trabalhar em conjunto num projeto. Estas bolsas têm o valor máximo de €150K por 18 meses e €10M por 6 anos, respetivamente.

Investigadores e projetos contemplados com a Advanced Grant no concurso de 2022:

Isabel Gordo, IGC - Evolução no intestino na saúde e na doença

A microbiota no intestino dos mamíferos constitui um ecossistema complexo cujas regras ecológicas e evolutivas ainda não compreendemos. A diversidade da microbiota está associada a estados de saúde ou de doença. O porquê desta associação ainda está por descobrir. Neste projeto a investigadora pretende desvendar como a seleção natural opera para moldar a diversidade de bactérias no intestino de hospedeiros saudáveis e doentes. As questões e as experiências que vão abordar durante este projeto representam um casamento perfeito entre os campos da evolução e da medicina. Pretende-se entender como a evolução das bactérias é alterada em contexto de doenças: doenças inflamatórias do intestino, incluindo cancro, e obesidade.

A prestigiosa ERC, que acaba de receber, é tão relevante para a sua investigação que Isabel dedica-a “à futura geração de cientistas portugueses", a quem deixa uma mensagem inspiradora: "Deus ao mar o perigo e o abismo deu. Mas nele é que espelhou o céu.” Isabel realça, ainda, que “quanto ao objetivo específico do meu projeto” está “eternamente agradecida aos pensamentos do falecido biólogo Ilya Ilyich Metchnikoff, nascido na Ucrânia, e do russo Leo Tolstoy cujo livro “Anna Karenina” inspirou a hipótese principal que me propus testar neste projeto. Quando todos decidirmos caminhar sobre os ombros de gigantes, o nosso limite é o céu.” A nova ERC vai permitir à equipa multidisciplinar, liderada por Isabel Gordo, perceber mecanismos fundamentais em experiências controladas de forma a que, no futuro, seja possível modular eficazmente o nosso microbioma, e o dos animais, e assim contribuir para a melhoria significativa da saúde no contexto do ecossistema em que vivemos.

Maria Manuel Mota, iMM - Compreender o inimigo – Plasmodium - para combater a malária

A malária é uma doença devastadora causada pelo parasita Plasmodium. Apesar de uma diminuição significativa na incidência da doença entre 2000 e 2015, a malária continua a ser motivo de grande preocupação para a Organização Mundial de Saúde, matando uma criança no mundo a cada minuto. É pois, muito importante compreender o modo de vida do parasita para melhor combatê-lo. Após a picada por um mosquito infetado, os parasitas obrigatoriamente viajam até ao fígado do hospedeiro, onde infetam células hepáticas. Durante esta fase da infeção o parasita multiplica-se de forma exuberante: cada parasita dentro de uma célula hepática origina dezenas de milhares de novos parasitas, que são depois capazes de infetar o sangue e causar doença. Hoje sabemos que a quantidade de parasitas que se formam no fígado está associada à gravidade da doença.

Curiosamente, a multiplicação dos parasitas no fígado tem características invulgares. Ao contrário das nossas células, os parasitas inicialmente multiplicam-se, replicando unidades básicas do seu ADN que só mais tarde se tornarão parasitas individuais. Recentemente os investigadores observaram que esta enorme multiplicação, e as características particulares da divisão, leva a que ocorram danos no ADN do parasita, que os investigadores agora propõem como sendo uma fonte de variabilidade genética. “Neste projeto pretendemos explorar a hipótese de que a acumulação de danos no ADN dos parasitas gera uma grande variabilidade e diversidade de novos parasitas, conferindo uma maior probabilidade de estes escaparem ao nosso sistema imune e provocar doença grave. É como se os parasitas no fígado se dividissem para conquistar!”, explica Maria Mota.

O projeto agora financiado pelo Conselho Europeu de Investigação vai permitir à equipa multidisciplinar liderada pela investigadora Maria Mota explorar a relação entre a multiplicação exacerbada dos parasitas no fígado e a gravidade da doença. “A compreensão destes mecanismos básicos do desenvolvimento do parasita e da sua interação com o hospedeiro serão uma mais valia para abrir novas portas no combate à malária”, acrescenta Maria Mota.

Mariana Pinho, ITQB-NOVA - Encontrar os elos desconhecidos no ciclo celular bacteriano

A resistência a antibióticos é um dos maiores problemas de saúde dos nossos tempos. Nos próximos 35 anos, bactérias multirresistentes deverão matar mais de 300 milhões de pessoas. Uma das principais causas desta mortalidade é Staphylococcus aureus. É com esta bactéria patogénica que trabalha o grupo de Mariana Pinho, Professora Associada do ITQB NOVA, que recebe agora a sua terceira bolsa ERC consecutiva, numa investigação financiada ininterruptamente pelo ERC desde 2013.

Para uma bactéria se dividir, no meio ambiente ou durante uma infeção, tem de efetuar uma série de processos complexos de forma ordenada, como a replicação do seu DNA ou construção da parede celular. A investigadora pretende descobrir as ligações desconhecidas entre os principais eventos do ciclo celular, de forma a conseguir identificar alturas em que seria possível intervir de modo mais eficaz com antibióticos, ou mesmo gerar falhas que permitam ao sistema imunitário inato do hospedeiro eliminar o invasor. “Embora já se saiba bastante sobre cada um dos processos que decorrem durante o ciclo celular, sabemos muito pouco sobre como é que estão coordenados entre si, embora essa coordenação seja essencial para a sobrevivência da bactéria e logo para a sua capacidade de causar infeções. O nosso objetivo agora é estudar como é que estes processos celulares estão interligados e coordenados no tempo e no espaço”, explica Mariana. “Simultaneamente vamos desenvolver ferramentas e ensaios que nos permitirão não só obter este conhecimento, mas que também serão muito úteis para identificar novos antibióticos”.

Este trabalho vem complementar aquele que foi desenvolvido nas duas bolsas anteriores. Já em 2012 (Starting) e 2017 (Consolidator), o foco era estudar a organização das células de Staphylococcus aureus e o seu ciclo celular, sempre com o duplo objetivo de perceber melhor como é que as bactérias se dividem e de usar esse conhecimento para elucidar os mecanismos de atuação de vários compostos antimicrobianos. “Com esta terceira bolsa, queremos ir mais longe. Para pensar de forma inovadora em novos antibióticos temos de conhecer melhor cada processo celular, mas também perceber como estes processos estão interligados, de modo a podermos atingir as bactérias, simultaneamente em vários alvos críticos. O financiamento desta ERC vai permitir-nos comprar equipamento de ponta para estudar a maquinaria de divisão das bactérias com uma resolução espacial e temporal excecional”, complementa a investigadora.

Henrique Veiga-Fernandes, CF - O diálogo entre os sistemas nervoso e o imunitário e o seu potencial valor terapêutico

A manutenção de um estado saudável requer a coordenação de múltiplas redes celulares. Por exemplo, os sistemas imunitário e nervoso cooperam para regular a saúde dos tecidos. Segundo trabalho recentemente publicado pelo grupo liderado por Henrique Veiga-Fernandes, o sistema imunitário, através dos seus glóbulos brancos, integra sinais neuronais para controlar a saúde e a imunidade dos tecidos. Estas descobertas estão a mudar não só a forma como é compreendida a resposta imunitária e o diálogo entre os sistemas imunitário e nervoso, mas também aquele que é o seu potencial valor terapêutico.

“O financiamento agora atribuído pelo ERC irá permitir a aplicação de um conjunto de ferramentas inovadoras, desenvolvidas pelo nosso grupo, que permitem colmatar uma necessidade que existia no campo ao nível de técnicas capazes de explorar a identidade e a plasticidade das interações neuro-imunes em elevado detalhe, com especificidade, e em organismos vivos.”, explica Henrique Veiga-Fernandes. Com estas ferramentas e esta ERC Advanced Grant, o grupo irá poder testar a hipótese de existirem línguas e dialetos muito específicos entre o sistema nervoso e imunitário que, em contexto de doença, permitem controlar a progressão da mesma.

“Este projeto irá permitir-nos aplicar tecnologia de ponta para avançar no conhecimento sobre as interações neuro-imunes, na saúde e na doença, com um nível de detalhe mecanístico e conceptual sem precedentes”, conclui Henrique Veiga-Fernandes.

 

Primeira unidade privada a realizar, na região a norte do País, este tipo de exame
O Hospital Lusíadas Porto realizou, no passado dia 23 de março, a primeira ecoendoscopia brônquica, um importante exame de...

Este exame de primeira linha permite identificar as lesões com maior rigor e precisão, possibilitando que a equipa médica identifique de forma mais célere se o paciente é elegível para cirurgia ou se deverá ser encaminhado para radioterapia ou quimioterapia.

O Hospital Lusíadas Porto é a primeira unidade privada a realizar, na região a norte do País, este tipo de exame, minimamente invasivo para o paciente, com elevada segurança e baixa taxa de complicações, para além de ser realizado em regime de ambulatório. Perante este tipo de patologia, quanto mais cedo se diagnosticar, maiores as probabilidades de sucesso do tratamento.

“A ecoendoscopia brônquica muda completamente a forma como se aborda o cancro do pulmão”, refere Miguel Guimarães, Coordenador da Unidade de Pneumologia do Hospital Lusíadas Porto. “Estamos a falar de um dos cancros com maior taxa de mortalidade. Ajuda a um diagnóstico e a um estadiamento mais correto e célere, permite melhorar o tratamento e o prognóstico dos doentes”.

A disponibilização deste exame no Hospital Lusíadas Porto aumenta a capacidade de resposta a norte do País. “Agora conseguimos somar os equipamentos de última geração e uma equipa técnica diferenciada e experiente no procedimento à capacidade de fazer esta intervenção com celeridade e segurança para os doentes”, acrescenta o Coordenador.

 

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