Fundação prevê

“Graves problemas” sociais com privatização de serviços públicos

O representante em Portugal da Fundação Friedrich Ebert, Reinhard Naumann, afirmou que a privatização dos serviços públicos pode criar “graves problemas” sociais.

“A privatização dos serviços públicos em si pode criar graves problemas para os cidadãos” e “é muito importante despertarmos para esta questão”, defendeu Reinhard Naumann, que falava em Coimbra, durante a conferência internacional ‘Os consumidores face aos serviços públicos essenciais’, promovida pela União Geral dos Consumidores (UGC).

Esta Fundação visa “promover a democracia e o desenvolvimento, contribuir para a paz e a segurança e criar uma globalização solidária”, segundo informação disponível no seu site.

“A ‘troika’ [Banco Central Europeu, Comissão Europeia, e Fundo Monetário Internacional] deixou-nos com pouca disponibilidade para olharmos para outras coisas”, como o Tratado Transatlântico (acordo de comércio que está a ser negociado entre a União Europeia e os Estados Unidos), exemplificou Reinhard Naumanna.

A intervenção da ‘troika’ em Portugal criou uma situação como aquela em que “o coelho está perante a cobra” e só se preocupa em não ser engolido por ela, comparou o representante da fundação alemã, que tem cooperado com a UGC na “promoção e protecção dos direitos dos consumidores”.

Entregar um serviço público a “franceses ou chineses não faz grande diferença”, embora pareça que “ficamos mais alerta" quando os compradores “são chineses”, mas, no fundo, o importante é que, através de uns ou de outros, “estamos a privatizar serviços públicos” e esta opção política pode criar “problemas muito graves”, sublinhou.

A educação e a saúde “também são serviços públicos” e tão “essenciais como a água ou as telecomunicações”, sustentou Reinhard Naumanna, advertindo que “a saúde é um sector muito apetecível e apetitoso” para os privados.

“Temos de discutir os novos poderes no futuro e intervir para criar balizas” capazes de defenderem “o novo modelo social europeu”, advogou Reinhard Naumanna, apelando “ao movimento sindical, aos partidos políticos e a outras forças” para se concentrarem neste problema que é também uma das principais preocupações da Fundação Friedrich Ebert.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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