Infarmed

Mais medicamentos com menos despesa

O Estado e as famílias portugueses viram a sua despesa com medicamentos diminuir em 2014, apesar de terem sido comercializadas mais fármacos, de acordo com os Relatórios de Monitorização divulgados pelo Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

A quota de genéricos registou novo crescimento, tendo atingido os 44,7% do mercado total e 63,5% do mercado concorrencial, aquele em que as substâncias ativas têm, de facto, genéricos em comercialização.

No Mercado Ambulatório, verificou-se um aumento na despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 0,9% face a 2013, tendo o Estado gasto 1.170 M€ com medicamentos no ano de 2014. Este aumento é justificado pela introdução dos valores dos subsistemas públicos no SNS, pois se retirarmos os valores dos subsistemas a despesa diminuiu em 0,2%. Outro fator que explica o aumento dos encargos do SNS e dos utentes em valor absoluto foi o aumento do número de embalagens dispensadas, que atingiu em 2014 os 153 milhões, mais 2,6% que em 2013.

É de salientar que o encargo médio do utente por embalagem diminuiu 0,6%, sendo de 4,59 € em 2014, o que traduz uma maior acessibilidade aos medicamentos prescritos.

Em 2014, os grupos terapêuticos com maior peso na despesa do SNS foram os antidiabéticos orais (13,7%) e os anti-hipertensores com ação no eixo renina angiotensina (10,2%).

Destaca-se ainda o contínuo aumento da quota de medicamentos genéricos no SNS. Em 2014, a quota atingiu os 46,5% face a 44,7% de 2013. O ano de 2014 terminou com uma quota de 47,0% em dezembro, a quota mais elevada registada até à data.

No que diz respeito à quota de medicamentos genéricos no mercado concorrencial, ou seja, medicamentos genéricos comercializados no conjunto de medicamentos em que as substâncias ativas possuem genéricos comercializados nas farmácias, a quota em 2014 foi de 63,5% face a 61,4% de 2013.

No Mercado Hospitalar, a despesa com medicamentos diminuiu 1,6% face ao ano de 2013, com um encargo para o Estado de 959 M€. Apesar da diminuição da despesa, o consumo aumentou 0,4%, num total de 233 milhões de unidades consumidas.

Considerando as áreas de prestação hospitalar, o ambulatório hospitalar (Consulta Externa, Hospital de Dia e Cirurgia de Ambulatório) continua a ser a área de prestação com maior peso no total da despesa. Os encargos com esta área mantiveram-se estáveis face a 2013 e totalizaram 740 M€, correspondente a 77% da despesa total.

O grupo de medicamentos órfãos apresentou um aumento de encargos para o SNS de 6,3% face a 2013, tendo o Estado gasto com estes medicamentos 79,6 M€. Este grupo de medicamentos representou 8,3% da despesa total de 2014.

No grupo de medicamentos abrangidos por regimes especiais de comparticipação de cedência em farmácia hospitalar, a despesa totalizou 340 M€ com uma diminuição de 3,8% face a 2013, tendo um peso de 35,5% no total da despesa de 2014. Os medicamentos para a infeção por VIH/SIDA e os medicamentos para a Artrite Reumatoide assumem especial preponderância com um peso de 85% na despesa com este grupo de medicamentos.

Os relatórios de monitorização estão disponíveis no website do Infarmed na página Análise Mensal do Mercado.

Fonte: 
Infarmed
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.