Portuguesa cria novo método de diagnóstico do cancro oral
Uma jovem investigadora de Castelo de Paiva desenvolveu um novo método de diagnóstico do cancro oral, a partir da colheita de células. Esta inovação que já recebeu dois prémios e está a ser avaliada pelo Infarmed para comercialização, revela a RR.
O "Blue Stain" permite aos dentistas um diagnóstico precoce quase imediato, avaliando se determinada lesão tem risco de evoluir para cancro, explicou Paula Melo, de 29 anos.
A investigadora licenciada em anatomia patológica e a fazer o doutoramento em patologia e genética molecular na Universidade do Porto frisou que a nova técnica é muito menos invasiva e mais rápida para os doentes do que os métodos atuais baseados em biópsias.
"Além da rapidez não é necessário pessoal técnico para processar a amostra", explicou.
O desenvolvimento tecnológico foi premiado em 2014 pela Associação Nacional de Jovens Empresários. Mais recentemente, foi distinguido, em Coimbra, com o prémio "Arrisca C", de 22.500 euros, um concurso que reconhece os projectos inovadores na perspectiva de negócio.
Para Paula Melo, os dois prémios são o corolário do trabalho que tem desenvolvido em colaboração com o médico-dentista Fernando Ferreira.
"É a prova de que se trata de um projecto credível e que tem despertado grande interesse da comunidade científica", comentou.
Se a avaliação do “Blue Stain” for positiva por parte do Infarmed, a investigadora espera que o dispositivo médico possa ser colocado, em breve, nos mercados nacional e internacional.
Acrescentou que o método tem despertado grande interesse na comunidade científica, com um investimento de investigadores privados, já concretizado, superior a 200 mil euros.