Ação de recolha
Uma dádiva para a vida. Numa altura em que é renovado o apelo aos Portugueses para que realizem novas dádivas de sangue,...

O verão é uma altura do ano em que as dádivas de sangue habitualmente diminuem. Paradoxalmente, mais deslocações de carro aumentam a probabilidade de acidentes rodoviários, e há, portanto, uma maior necessidade de reservas de sangue nos hospitais. Nos últimos anos, a quebra nas dádivas tem sido na ordem dos 3%. Não admira portanto que, na semana passada o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) tenha emitido um apelo nacional às dádivas de sangue.

Ainda que as reservas de sangue estejam “bem”, segundo o presidente do IPST, Hélder Trindade, é indispensável “manter sistematicamente este alerta e, sobretudo, em relação a estes dois grupos", conclui. “Aproveitem esta época de verão para fazer as suas dádivas; isso permitirá que os doentes tenham o verão com a sua doença, mas sem correr mais riscos”, sublinhou o presidente do IPST, num apelo direcionado, particularmente, aos dadores não regulares.

Pelo quinto ano consecutivo, o MAR Shopping Matosinhos e o IPST mantêm uma parceria, da qual já resultarem mais de 435 inscritos para recolhas de sangue. Até ao final do ano, está agendada mais uma colheita, desta vez a 7 de dezembro, visando antecipar o período de Natal.

Infarmed
A Comissão Europeia publicou a 08-08-2016 o relatório sobre as atividades de farmacovigilância da rede europeia das agências...

Este relatório destaca que a estreita colaboração entre a Agência Europeia do Medicamento (EMA), a Comissão Europeia (CE) e os estados membros da UE, fomentada pela referida legislação, reforçou a monitorização da segurança dos medicamentos de uso humano, durante todo o ciclo de vida dos medicamentos, para benefício dos doentes.

A criação de um comité científico específico para a gestão da segurança dos medicamentos –Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) – e das medidas regulamentares resultantes da revisão legislativa conduz a uma abordagem mais proativa na garantia da segurança dos medicamentos.

Este novo sistema tem sido bem sucedido na deteção mais célere dos problemas de segurança, permitindo maior rapidez na tomada das ações regulamentares necessárias e na divulgação de recomendações e advertências para os utilizadores dos medicamentos. O relatório realça ainda o efetivo envolvimento dos doentes e profissionais de saúde neste sistema que notificam os efeitos secundários, contribuem para o processo de tomada de decisão relativa à segurança dos medicamentos e acrescentam a mais valia da perspetiva das pessoas mais afetadas pelas doenças e respetivos tratamentos.

Durante os 3 anos em análise foram alcançados resultados importantes, nomeadamente nas seguintes áreas:
- Planos de Gestão do Risco (PGR);
- Notificação de reações adversas a medicamentos (RAM);
- Sinais de segurança;
- Relatórios Periódicos de Segurança (RPS);
- Arbitragens relativas a problemas de segurança;
- Inspeções de farmacovigilância;
- Erros de medicação.

A informação mais detalhada desta avaliação pode ser consultada nos seguintes documentos publicados pela CE:
- Report (relatório);
- Staff Working Document (documento de trabalho)
e que se encontram também disponíveis no site da CE.

Entender a depressão
De acordo com a Organização Mundial de Saúde mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em t

Estima-se que, em cada ano, cerca de sete por cento da população sofra de depressão e que ocorram mais de mil mortes por suicídio, em Portugal. Os dados da Aliança Europeia contra a Depressão revelam ainda que este é o país com a maior taxa de incidência da Europa. Números alarmantes se tivermos em conta que muitos casos estão subdiagnosticados.

“Pensa-se que a prevalência da depressão possa chegar aos 15 por cento ao longo de toda a vida. Ou seja, existe cerca de 15 por cento de probabilidade que qualquer um de nós experimente uma depressão ao longo da vida”, começa por explicar o psiquiatra Diogo Telles Correia, autor de “A Vida num degrau: histórias reais de quem venceu a depressão”, um livro que surge como uma fonte de esperança e inspiração para aqueles que sofrem da doença.

“A depressão é um estado mental em que estão presentes uma tristeza desproporcionada, uma dificuldade em ter prazer pelo que antes era prazeroso, falta de energia, dificuldade em dormir e, em casos mais graves, ideias de suicídio”, explica o especialista, acrescentado que o principal sinal de alerta é o sentimento de tristeza e desânimo que se mantém ao longo do tempo. “Quando sentimos que a nossa vida social e profissional está afetada por um período prolongado de tristeza e desânimo, estamos provavelmente perante uma depressão”, refere.

De acordo com o vice-presidente da Associação Portuguesa de Psicopatologia, na depressão a tristeza é geralmente mais intensa mas sobretudo desproporcional em relação aos acontecimentos. “Por exemplo, é normal ficarmos tristes com a morte de um ente querido. Mas já pode ser problemático se esse estado durar muito tempo e se perturbar prolongadamente a nossa atividade profissional e social”, explica.

Por isso, embora possa ser desvalorizada, a depressão quando avaliada por especialista experiente, é fácil de diagnosticar. “Quando se suspeita que se tem uma depressão deve-se ir ao médico psiquiatra para ele fazer o diagnóstico, diferenciar a situação de situações médicas (por exemplo, alterações hormonais) e depois encaminhar o tratamento”, adverte Diogo Telles Correia.

Embora não se conheçam “com toda a certeza” as causas da depressão “aceita-se, no entanto, que estas possam se biológicas (a informação genética que herdamos dos pais) e ambientais (as situações de vida por que vamos passando) e de uma interação entre estes dois fatores”.

Entre os fatores de risco, o psiquiatra, destaca uma infância problemática, “nomeadamente a nível relacional com os pais, bullying na infância”  e fatores precipitantes no trabalho ou nas relações amorosas.

“Os problemas de personalidade (pertubações de personalidade) podem aumentar a predisposição a depressões, porque aumentam os conflitos entre o indíviduo e o meio exterior”, acrescenta.

Quanto à sua classificação, tal como explica o especialista, a depressão pode ser classificada de endógena – “com aparente predominância de fatores biológicos” – ou reativa (provocada por fatores ambientais).

“No livro «A Vida num Degrau» estão apresentados quatro casos de depressão, baseados em histórias verídicas. Em dois dos casos, devido à predominância dos fatores endógenos, a depressão pode chamar-se do tipo endógeno (depressão crónica e depressão bipolar), nos outros dois do tipo reativo (depressão reativa a um problema amoroso, e reação secundária a mobbing no trabalho)”, enumera.

Por outro lado, a depressão pode ser classificada de acordo com a frequência com  que surgem os episódios depressivos como depressão crónica, depressão recorrente ou episódio único.

“Na depressão crónica não há propriamente um período em que os sintomas desapareçam por completo” enquanto que na depressão recorrente “há períodos sem sintomas mas intercalados com períodos de recorrência”.

Embora exista sempre forma de tratar a depressão, mesmo em casos mais graves e resistentes, existe uma grande probabilidade de se voltar a experimentar um episódio depressivo. “Na maioria dos casos a depressão é recorrente, com períodos intercalados por períodos assintomáticos”, revela Diogo Telles Correia.

O tratamento da doença pode incluir farmacoterapia e psicoterapia. “Quando o diagnóstico é feito por um médico psiquiatra é este que planeia o seu tratamento”, diz.  De acordo com este especialista, hoje em dia os antidepressivos são bem tolerados e apresentam poucos efeitos secundários.

No entanto, admite que o tratamento farmacológico nem sempre é necessário. Dos quatro casos que refere no seu livro, o especialista revela que “num deles não foi necessário medicação, noutro foi necessário durante um curto espaço de tempo e noutro por tempo mais prolongado.” “Em todas as situações o tratamento foi adequado à situação e cursou com eficácia”, explica.

Quanto à psicoterapia, que consiste num tratamento não farmacológico, esta só pode ser realizada por psiquiatras ou psicólogos com formação específica em psicoterapia. “Psiquiatras ou psicólogos sem uma pós-graduação em psicoterapia reconhecida pelas sociedades internacionais de psicoterapia não estão habilitados para fazer psicoterapia”, chama à atenção.

Tratando-se de um tratamento psicológico, nela são avaliados “quais os fatores de personalidade do paciente que podem estar na base de uma maior tendência para se deprimir, e é estimulada uma forma mais saudável de lidar com o mundo” que na depressão está inibida.

Em último caso, e em situações muito graves, pode ser necessário o recurso ao tratamento electroconvulsivo, que consiste numa leve descarga eléctrica aplicada no cérebro. “Este tratamento é feito sob anestesia pelo que o doente não sente nada nem sofre convulsões (abanões)”, adianta o psiquiatra. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Mylan
A Mylan N.V. (NASDAQ, TASE: MYL) anunciou que concluiu o acordo da sua oferta pública recomendada aos acionistas da Meda...

Como anunciado antes, a Oferta foi aceite pelos acionistas que detêm aproximadamente 94% do número total de ações emitidas e votos na Meda, à data de 29 de julho de 2016. Com a conclusão e liquidação da Oferta, a Mylan adquiriu cada uma destas ações, de acordo com os respetivos termos. A Oferta foi inicialmente anunciada no dia 10 de fevereiro de 2016 e declarada incondicional a 2 de agosto de 2016. O período de aceitação expirou a 29 de julho de 2016 e não será renovado.

Robert Coury, Presidente da Mylan comentou: “Estamos muito satisfeitos por ter recebido o apoio esmagador, por parte dos acionistas, necessário para concluir a nossa aquisição da Meda. A Mylan continua a diferenciar-se, em relação às outras empresas farmacêuticas, no mundo, em termos do nosso perfil exclusivo e trajetória de crescimento. A aquisição da Meda reforçará sem dúvida a nossa atual posição de liderança, dentro do nosso espaço, continuando a criar valor significativo para os nossos acionistas e outras partes interessadas. Em nome de todo o conselho de administração da Mylan, damos as boas-vindas aos nossos novos acionistas, com a esperança de podermos partilhar futuros sucessos da nossa empresa resultante desta união.”

Heather Bresch, CEO da Mylan, acrescentou: “A aquisição da Meda materializa tudo o que fomos construindo no mundo, alargando a escala, gama e diversidade dos produtos, áreas geográficas e canais de vendas. Como tal, a nosso R&D e a plataforma de fabrico são ímpares, contando nós agora com uma infraestrutura comercial global poderosa, nos mercados desenvolvidos e emergentes e em relação aos produtos genéricos e de venda livre (over-the counter, OTC). Esta transação é igualmente extremamente atraente em termos financeiros, facultando aos resultados líquidos por ação da Mylan um acréscimo significativo, assim como a oportunidade de obter sinergias fulcrais e um crescimento acelerado adicional ao nosso crescimento. Mais importante, gostaria de dar as boas-vindas, em nome da família Mylan, à equipa de trabalho talentosa e dedicada da Meda. Espero que com as suas contribuições, possamos prestar um melhor serviço de saúde e consequentemente contribuir para um mundo melhor.”

Rajiv Malik, Presidente da Mylan, acrescentou: “Com a aquisição da Meda, a Mylan tem agora seis franquias terapêuticas de mil milhões de dólares, sendo que, através da nossa escala melhorada e capacidades comerciais ampliadas, visualizamos oportunidades acrescidas de reforçar a posição da Mylan, entre os nossos clientes e doentes. As áreas das alergias/respiratórias, da dor/SNC e dermatológicas – recentemente reforçadas pela nossa aquisição da divisão de tópicos da Renaissance – representam apenas algumas das áreas excitantes onde esperamos criar mais valor, a partir do nosso portefólio, plano comercial e capacidades conjuntas. A Meda abre-nos igualmente um número de novas oportunidades, como a expansão significativa da nossa presença, em relação à venda livre de produtos (over-the-counter, OTC), para uma atividade de mil milhões de dólares. Mais, a Meda acelera a nossa expansão nos mercados emergentes atrativos, como a China, Sudoeste Asiático, Rússia e Médio Oriente, facultando-nos oportunidades de maximizar a nossa plataforma operacional eficaz, de elevada qualidade e vasto portefólio de produtos. Gostaria de dar umas calorosas boas-vindas à equipa da Meda. Estou ansioso por começar a integrar as nossas atividades e podermos, em conjunto, juntar o melhor das nossas empresas.”

A Meda é agora uma nova subsidiária controlada pela Mylan. A Mylan pretende dar início aos procedimentos de aquisição potestativa, em relação às ações restantes na Meda, de acordo com a Lei Comercial Sueca (Sw. aktiebolagslagen (2005:551), tendo agido no sentido de excluir as ações desta empresa da Bolsa Nasdaq de Estocolmo.

Medicina Tradicional Chinesa
As fotografias estão a correr mundo e já se tornaram virais nas redes sociais: o atleta olímpico mais medalhado de sempre está...

Afinal, os misteriosos círculos vermelhos espalhados por todo o corpo, foram rapidamente explicados e são consequência de uma prática que existe há muito mais tempo do que se possa imaginar. A aplicação de sucção na pele, através de calor ou pressão de ar, é muito comum na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), fazendo parte de um tratamento que é utilizado para “combater a estagnação sanguínea e para promover a livre circulação da energia, tendo especial eficácia no alívio de dores.”, explica o terapeuta.

“As ventosas são mais eficazes do que uma massagem já que estimulam muito mais a circulação. Costumo dizer que para conseguir ter o mesmo efeito das ventosas, teria que estar a massajar aquela zona durante duas ou três horas. Além disso, o cupping puxa os músculos para cima o que provoca o estiramento muscular, sendo extremamente eficaz na recuperação de lesões como tendinites, dor ciática ou contraturas musculares. O efeito de sucção na pele faz com que o ar quente dentro dos copos tenha uma densidade mais baixa e à medida que arrefece junto à pele, diminua a tensão no local.” Continua o especialista.

No caso dos nadadores olímpicos, esta técnica pode contribuir para: “Uma recuperação muito mais rápida de prova para prova, ou para a rápida recuperação de lesões.” esclarece Hélder Flor.

Já quanto às marcas da pele e às suas cores o terapeuta esclarece: “Enquanto está aquela marca na pele é sinal de que o tratamento está a atuar. Quanto mais escura ficar, mais tenso estará o músculo ou com maior inflamação está a zona. As marcas podem ficar visíveis durante cerca de uma semana, salvo nalguns casos de maior tensão.”

Mas não é preciso ser um nadador olímpico para beneficiar deste tratamento, embora seja requerido o conhecimento de um especialista para o aplicar. O Cupping é feito, como explica o terapeuta, da seguinte maneira: “Dependendo do tipo de ventosas utilizadas, as mais modernas (em plástico) tem um gênero de pistola que se usa para retirar o oxigénio das ventosas. Mas também podem ser de vidro ou de bambu. No caso das duas últimas, a aplicação no corpo é feita com uma fonte de calor, colocando-se rapidamente a ventosa na pele que pode ficar imóvel na zona ou, nalguns casos, ser movida pelo terapeuta. Normalmente, são colocadas cerca de 5 a 10 minutos, consoante o tipo de pele, sendo que o paciente sente apenas uma sensação de calor na região de tratamento.”

Já quanto às alegações da Federação Russa sobre a prática, Hélder Flor contrapõe: “As ventosas não são doping, mas sim uma forma de aproveitar as defesas que o nosso organismo tem para tratar a zona que está a precisar. No fundo o organismo vê a ventosa como uma agressão e vai enviar para esse “local” uma série de substâncias (analgésicas e anti-inflamatórias) que vão tratar o problema. É uma reação normal do nosso organismo e pode ser bastante benéfica quando bem utilizada.”

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
O domingo passado foi o mais quente deste ano, com um valor médio da temperatura máxima do ar a atingir os 38,2 graus e a...

De acordo com informação disponível hoje na página da Internet do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), verificaram-se no sábado e no domingo valores muito elevados das temperaturas máximas e mínimas do ar devido a um fluxo de ar quente e seco, associado a uma corrente do quadrante leste.

“Nestes dias, os desvios da temperatura foram em geral superiores a 06 graus Celsius, sendo de realçar que no domingo, os desvios no Porto/Pedras Rubras foram de 11,8 graus, em Coimbra/Bencanta 12,2 e Santarém/Fonte Boa 12,6”, indica o Instituto.

No que diz respeito às mínimas, os maiores desvios foram registados no domingo e foram superiores à norma em 10 graus em Portalegre (10,9), Porto (10,5) e Lisboa (10,4).

“Em Portugal continental, o dia 07 de agosto [domingo] foi, até à data, o dia mais quente de 2016, com valor médio da temperatura máxima do ar de 38,2 graus e da mínima de 19,1”, segundo o IPMA.

Os dados indicam que no fim de semana os valores da temperatura máxima iguais ou superiores a 34 graus foram registado em mais de 70% das estações meteorológicas do continente.

“Os valores da máxima iguais ou superiores a 40 graus registaram-se em mais de um terço das estações”.

Os maiores valores da temperatura máxima (superiores a 44 graus) observaram-se em Mora, distrito de Évora, (44,8), Tomar, distrito de Santarém (44,7) e Lousã, distrito de Coimbra (44,6).

“O maior valor da temperatura mínima do ar (27,9 graus) ocorreu em Lisboa/Geofísico durante a noite de sábado para domingo e constitui o novo máximo absoluto para este local [anterior maior valor de 27,8 graus em 02 de agosto de 1964), adiantou o IPMA.

Com mais de cinco mil assinaturas
Uma petição pela criação do estatuto do cuidador informal de pessoa com doença de Alzheimer conseguiu mais de cinco mil...

A petição está disponível no 'site' da Petição Pública e visa recolher as assinaturas necessárias para levar o assunto a debate na Assembleia da República, objetivo já conseguido, uma vez que já estão ultrapassadas as quatro mil assinaturas necessárias para a realização de debate em plenário.

Para já, e em apenas quatro dias – já que a petição foi iniciada na quinta-feira, dia 04 de agosto –, 5.386 pessoas assinaram-na, mas a intenção do grupo de cuidadores que arrancou com a iniciativa é de continuar a recolher assinaturas e de envolver o máximo possível de cuidadores, indo também recolher assinaturas em papel, por vários pontos do país.

Em declarações, uma das pessoas que dinamizou a criação da petição disse ter ficado surpreendida com o número de assinaturas recolhidas até ao momento, mas frisou, por outro lado, conhecer a realidade de quem é cuidador e garantiu que “todos ansiavam por isto”.

Sofia Figueiredo, 39 anos, contou que cuida da avó e que, no local onde reside, não tem quaisquer serviços de apoio específicos para pessoas com a doença de Alzheimer.

No local onde trabalha deixaram-na adaptar o seu horário e passar a entrar às 06:30 para sair a horas de receber a avó, quando ela sai do centro de dia, mas Sofia sabe que essa não é a realidade da maioria dos cuidadores.

Ainda assim, é obrigada a acordar todos os dias às 05:00 e passa as tardes com a avó, a conversar com ela e a estimulá-la, para que a doença não avance demasiado rápido e a avó não vá perdendo vocabulário.

“É muito desgastante porque estamos a falar de 24 horas e eu ainda tenho a sorte de a minha mãe ficar com a minha avó à noite e eu poder dormir para me levantar às 05:00”, contou, alertando que, quando só existe um cuidador, essa pessoa não consegue descansar.

De acordo com Sofia Figueiredo, a petição surge na sequência do I Encontro Nacional de Cuidadores de Doentes de Alzheimer e outras Demências Similares, que decorreu em Lisboa a 18 de junho, lembrando que o aumento da esperança média de vida também trouxe o aumento de doenças crónicas, nomeadamente das doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento, e que estas são doenças com um forte impacto na dinâmica familiar.

Com a petição, o grupo de cuidadores quer não só que seja criado o estatuto de Cuidador Informal da pessoa com doença de Alzheimer ou outras demências, com o devido reconhecimento social e jurídico, mas também que estas pessoas tenham direito a uma redução do seu horário laboral em 50%, sem perda de vencimento.

Querem também um sistema fiscal equitativo, apoio de terceira pessoa na assistência ao cuidador, reforço do apoio a instituições para formação e aconselhamento das pessoas com demência, bem como mais estruturas formais para o doente e estruturas de descanso para o cuidador.

Pretendem que os cuidadores tenham direito a uma pensão de sobrevivência mensal após a morte do doente, que tenham direito a um subsídio por morte e que conte para efeitos de reforma o tempo dependido enquanto cuidador, assim como que o doente tenha atendimento prioritário nos cuidados de saúde.

Por último, querem que o dia 18 de junho passe a ser o Dia Nacional do/a Cuidador/a.

Sofia Figueiredo disse não acreditar que a recomendação da Assembleia da República para a criação do estatuto do Cuidador Informal venha a ser tornado realidade e que acautele as necessidades específicas das pessoas com Alzheimer ou outras demências.

Defendeu ainda que todos os cuidadores informais de qualquer que seja a doença se unam e façam uma petição, “mediante as suas reais necessidades”, para a criação de um estatuto específico.

Projeto Ladra Comigo
“Dona Ni, quer um beijinho do Miles?”, pergunta, entre risos, Catarina Cascais, do projeto Ladra Comigo, a Conceição Portal, 93...

O objetivo da psicóloga Catarina Cascais e da colega do projeto, a gerontóloga Clara Cardoso, é ajudar a combater os estados depressivos, de ansiedade e solidão destes idosos. É aqui que entram em ação os “cães terapeutas” nas sessões que duram cerca de 45 minutos. Com a psicóloga “trabalha” o “pachorrento” Miles, quatro anos, um cão da Terra Nova preto e de grande porte, com os seus 80 quilos.

“Costumo dizer que é um cão de bolso”, diz Catarina Cascais em jeito de brincadeira, explicando que noutras alturas leva a Safira, uma cadela de sete anos, resultante do cruzamento de uma perdigueira portuguesa com um galgo. Já a gerontóloga Clara Cardoso trabalha, de forma alternada, ora com a “gulosa” Milú, de raça labrador retriever, com os seus quatro anos cheios de energia, muito brincalhona, ora com a Laika, uma “sem raça” da mesma idade que foi recolhida de uma associação de resgate animal.

Desta vez, escreve o jornal Público, a Safira e a Laika ficaram do lado de fora dos portões da residência sénior. “Cada uma das terapeutas só pode trabalhar com um cão de cada vez”, explica a psicóloga do Ladra Comigo, enquanto segura a trela do enorme Miles e Clara a da Milú, “com o seu jeito expressivo, sempre a inclinar a cabeça como se percebesse o que lhe dizem”.

O objetivo da psicóloga Catarina Cascais e da colega do projeto, a gerontóloga Clara Cardoso, é ajudar a combater os estados depressivos, de ansiedade e solidão destes idosos. É aqui que entram em ação os “cães terapeutas” nas sessões que duram cerca de 45 minutos.

Contam que já há meio ano percorrem aqueles corredores enquanto a educadora social do Abrigo Nossa Senhora da Esperança (ANSE), Daniela Rebelo, avisa que as utentes estão muito ansiosas com a vinda dos “cães terapeutas”.

Trabalhar a memória e a comunicação
“Aí vêm eles!” — escuta-se uma voz vinda da sala ao fundo do corredor, onde os esperam Cândida, 92 anos, Gina, 74 e Conceição. Costumam ser dez ou 15 utentes. Hoje só lá estão as três. Quando o Miles e a Milú entram sala adentro, arrancam-lhes logo sorrisos rasgados. “Fico tão contente quando vêm e depois fico triste quando se vão embora”, desabafa Cândida, enquanto faz uma festa ao Miles e conta que gosta de lhes dar biscoitos e escovar o pêlo e os dentes. Catarina vai logo avisando que não são só os utentes que ficam tristes: “Olhe que eles também ficam quando vão embora.”

Mas Cândida, continua a educadora social, “fica muito no mundo dela, triste, com um rosto muito carregado depois de os cães irem embora”. “Eles influenciam o seu estado de humor e auto-estima. Fica logo mais comunicativa com a presença deles.”

No Ladra Comigo, diz Catarina Cascais, “o animal é importante para promover o desenvolvimento social, emocional, físico e cognitivo” dos utentes. A presença dos cães melhora a capacidade de socialização e autoestima. Neste lar também se trabalha a memória e a interacção. Gina, uma das utentes, conta: “Fazemos jogos, como montar o arco colorido para os cães atravessarem, o que acaba por nos distrair e quebrar a rotina e monotonia.” A educadora social Daniela tenta estar sempre presente nas sessões que fomentam a comunicação entre os idosos. “Com os cães, acabam por interagir mais uns com os outros.”

Os encantos do “Prince Charming”
Sentada na cadeira de rodas e com um grande sorriso, Gina lá vai perguntando pela Safira: “Não veio hoje? Que pena!”

Catarina responde-lhe que “ficou lá fora”, enquanto avisa: “Ó Miles, não sujes a Dona Gina!”, mas já não vai a tempo. O "cão terapeuta" vai largando baba em cima de todos os que lambe, ainda que tenha um babete com os dizeres “Prince Charming” — sendo que a imagem do “príncipe encantado” lhe assenta que nem uma luva: “É doce, muito meigo e tem prazer com este trabalho assim como os outros três ‘cães terapeutas’”, acrescenta Catarina Cascais, que garante que “o comportamento deles se modifica a partir do momento em que lhes é vestido colete de trabalho no dorso, com a inscrição cão de atividades, porque percebem que vão trabalhar”.

Na hora da despedida, os cães são recompensados com biscoitos, uma corrida ou brincadeiras. Fora dos portões espera-os Jorge Mendes, 21 anos, utente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), no Porto. Precisamente o primeiro local onde o Ladra Comigo arrancou, em 2014, depois de Catarina e Clara terem tirado o curso de intervenções assistidas por animais na Ânimas — Associação Portuguesa para a Intervenção com Animais de Ajuda Social.

Quando começaram, Catarina com o Miles e Clara com a Milú, não se conheciam. Mal elas sabiam que iriam, no final das 104 horas de formação, depois de certificadas, alinhavar juntas um projeto e dar a volta à situação de desemprego em que ambas se encontravam. “Uma das vantagens deste curso é aprendermos a comunicar com os cães e eles connosco. A maior parte deles morde por medo”, afirma a psicóloga, garantindo que “os cães do projeto têm seguro, vacinas em dia, licenças, certificação”.

“Falta legislação”
Mas não foi fácil. “Batemos a muitas portas e muitas pessoas desconheciam a realização de intervenções assistidas por animais e os seus benefícios”, recorda Catarina Cascais. Mais, assegura, “não existe legislação em Portugal, ainda que a Ânimas continue a batalhar por isso”. Diz, de resto, que há muitas pessoas não certificadas a trabalhar na área.

Na APPACDM, as duas amigas fazem terapia com cães com um grupo de dez utentes e atividades assistidas por animais com um segundo grupo de pessoas com multi-deficiência onde se inclui Jorge Mendes, que tem um atraso cognitivo e alguns problemas de motricidade.

“Sou uma mãe babada, porque o meu filho tinha muitas dificuldades em baixar-se. Os jogos, como o do túnel colorido que têm de atravessar de gatas, ajudam-no a ultrapassar essas dificuldades”, afirma Luzia Magalhães, mãe de Jorge.

Ao contrário do que se passa com a terapia assistida por animais (que é parte integrante de um processo de tratamento), as chamadas atividades assistidas por animais não têm objetivos terapêuticos, mas sim lúdicos, motivacionais e educativos. “Não conhecia e nunca pensei que tivesse estes resultados, porque o meu filho melhorou de oito para oitenta”, diz Luzia Magalhães. “Aprendeu a gerir as emoções e, enquanto antes era agressivo com a cadela que temos em casa, agora até já lhe pede desculpa.”

Abraçado a Catarina, Jorge vai-lhe dizendo: “Gosto muito de vocês. São um amor!” E lembra que foi ele quem batizou de “polícia e ladrões” o jogo que jogam com os cães. “Eles ladram e nós temos de parar, tipo jogo da estátua”, conta, entusiasmado por “ganhar sempre”. Conta também que gosta “muito dos beijos do Miles” e que até já lhe escovou “os dentes, o pelo e a cauda”. A psicóloga diz que o projeto também ajuda a estimular a higiene pessoal.

A presidente da APPACDM, Teresa Guimarães, crê nos benefícios da intervenção assistida por animais que arrecada aplausos de utentes e pais. “Os utentes transformam-se com os animais, ganham mais à vontade e autonomia. E repare que temos doentes com paralisia cerebral.”

Projeto com provas dadas no terreno
As mentoras do Ladra Comigo citam estudos que demonstram que a presença do animal fomenta a expressão de emoções, maior capacidade de comunicação, interação social, interesse, aumento da concentração e memória. Além da melhoria do funcionamento cardiovascular e respiratório. O alívio de sentimentos de medo, solidão e isolamento, a diminuição de perceção de dor, o aumento do nível de endorfina e a estimulação táctil são mais algumas das mais-valias, acrescentam.

Catarina e Clara garantem ter provas disso no terreno. Lembram, por exemplo, Leonor, seis anos, portadora de autismo, utente da terapia assistida por animais, como os idosos do lar da Maia. Está sempre ansiosa pelo dia em que “brinca com os cães”, que é como os participantes no Ladra Comigo se referem às atividades. “Retira o peso de pensarem que vão à terapia, ao psicólogo”, explica Catarina, enquanto segura Miles pela trela.

A mãe de Leonor, Sílvia Pereira, só tem a dizer bem das terapeutas e dos cães que “são uma grande ajuda, porque a filha fecha-se um pouco no mundo dela e tem dificuldade em exprimir-se”. “Mas com os ‘cães terapeutas’ já comunica e passou a estar mais concentrada, calma. Tem uma grande necessidade de movimento, mas passou a conseguir estar mais tempo sentada.”

A psicóloga explica que quando há um ano começaram a terapia, Leonor não conseguia sequer pegar num lápis. Agora já o faz. Mas nem tudo é um mar de rosas, porque há dias em que a Leonor está mais irritada e intolerante.

Sofia tinha ataques de pânico
Sofia (nome fictício), nove anos, foi vítima de bullying pelas colegas de turma numa escola do 1.º ciclo do Porto. A mãe Ana (nome fictício) não se conforma com o sofrimento que causaram à filha que, de há dois anos a esta parte, frequenta a terapia assistida por animais. No início Ana ainda pensou que era birra, mas logo depois apercebeu-se que era bem mais grave: “Tinha ataques de pânico, porque não queria ir à escola. As colegas diziam ‘Tu não prestas, não serves para nada’. Faziam chantagens.” Mudou-a de escola, mas, “por azar, a nova professora gozava com ela e, por consequência, os colegas de turma”.

Agora vai para o 5.º ano. As marcas do que se passou com ela ainda estão presentes. Mas desde que faz terapia assistida por animais, Sofia passou de uma miúda muito introvertida, com baixa auto-estima e confiança, para outra bem diferente que já desabafa e consegue relaxar com a presença dos cães. “Ela lê-lhes livros”, conta Clara Cardoso. “Também já se defende e responde aos colegas”, acrescenta a mãe, enquanto Clara explica que “tal como é preciso repreender o cão quando se porta mal, Sofia aprendeu que também o deve fazer com os colegas quando fazem algo injusto”.

Além da terapia e das atividades assistidas por animais, as duas mentoras do Ladra Comigo também intervêm ao nível da educação assistida por cães, nomeadamente no ensino especial. As atividades são desenvolvidas em equipa multidisciplinar com profissionais das áreas da educação e saúde. “Definem-se objetivos pedagógicos adaptados a cada aluno e a introdução do animal facilita muito o processo de aprendizagem e educativo”, conclui Clara, enquanto tira mais um biscoito da bolsa de recompensas, que tem à cintura, e o dá a Milú.

De norte a sul do país
Até em Trás-os-Montes e no Alentejo estão a nascer mais crianças. Houve "um período em que as pessoas estavam quase...

Os números são inequívocos: pelo segundo ano consecutivo, estão a nascer mais bebés em todo o país, mesmo nas envelhecidas e desertificadas regiões de Trás-os-Montes e Alentejo. Em meio ano, os hospitais públicos fizeram mais 1551 partos do que no primeiro semestre de 2015, um aumento de quase 5%. Os portugueses parecem estar a confiar mais no futuro e decidiram arriscar e ter filhos, após anos de adiamentos forçados pela crise, comentam vários profissionais de saúde e uma demógrafa ouvidos pelo jornal Público.

Depois de a natalidade ter “batido no fundo”, há mais casais a ponderar ter o segundo filho e alguns avançam mesmo para o terceiro, sublinham.

“Há alturas em que fazemos 25 partos por dia, o que há muito tempo não acontecia”, contabiliza, satisfeito, Caldas Afonso, diretor do Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN). “Depois de um período em que as pessoas estavam quase bloqueadas pelo receio do futuro, e mesmo que, na prática, a situação até possa não se ter alterado muito, em termos psicológicos mudou”, observa o pediatra que está à frente do CMIN (integrado no Centro Hospitalar do Porto), onde nos primeiros seis meses deste ano nasceram 1558 bebés.

Este é o segundo maior bloco de partos do país, logo a seguir à Maternidade Alfredo da Costa — MAC (que faz parte do Centro Hospitalar de Lisboa Central).

Na MAC, que em meio ano viu nascer 1694 crianças, o acréscimo foi ligeiro, mas também já se verificava desde 2015. “As pessoas estiveram à espera que a crise passasse e, como esta não passou mas queriam muito ter filhos, decidiram mesmo avançar”, teoriza Maria José Alves, diretora do serviço de medicina materno-fetal da instituição.

No Porto, o CMIN, que oferece quartos individuais e epidural generalizada, está mesmo a concorrer, “no bom sentido”, com as unidades privadas, destaca Caldas Afonso. A direção do CMIN até planeia abrir um infantário para os filhos dos funcionários, um investimento “que, além de ser a nossa responsabilidade social, seguramente se refletirá na taxa de absentismo”. “Ter onde deixar os filhos pequenos quando se trabalha até mais tarde é justamente uma das grandes dificuldades dos casais portugueses”, justifica.

Na MAC, que recebe “casos complicados e de alto risco enviados por outros hospitais”, apesar de a sala de partos ter sido renovada e de ser possível aos pais assistir ao nascimento dos filhos, as condições hoteleiras no pós-parto continuam, ao contrário do CMIN, a não ser são as melhores. “Ainda há enfermarias com seis e oito camas”, lamenta Maria José Alves.

Dar condições às mulheres
Melhorar as instalações está programado no plano estratégico, diz a médica, que defende com veemência que é preciso dar condições às mulheres para que tenham os filhos que querem ter. Muitas vezes o segundo filho não acontece porque o primeiro já nasceu tarde, explica, ao mesmo tempo que sublinha que lhe parece estar “a aumentar muito o número de mulheres que arrisca ter o terceiro”. “É preciso valorizar estas pessoas”, frisa.

Na Grande Lisboa, os dados da Administração Central do Sistema de Saúde provam que também aumentaram os partos nos centros hospitalares de Lisboa Norte (Santa Maria) e Ocidental (S. Francisco Xavier), mas foi o hospital Garcia de Orta (Almada) que registou o maior crescimento, quase 15% mais do que no primeiro semestre de 2015.

Noutros pontos do país, nos centros hospitalares com maior número de partos em termos globais (o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e o Centro Hospitalar do Algarve) — mas que têm duas maternidades cada um (a Bissaya Barreto e a Daniel de Matos, em Coimbra, e a de Portimão e a de Faro, no Algarve) —, verificou-se, no primeiro caso, uma estabilização e, no segundo, um aumento de 6,6%.

Maior crescimento no Algarve
Em termos regionais, foi no Algarve que comparativamente nasceram mais crianças nos hospitais públicos no primeiro semestre, ainda que o fenómeno se tenha replicado um pouco por todo o país. No Alentejo, à exceção da Unidade Local de Saúde (ULS) do Norte Alentejano (Elvas e Portalegre), onde nasceram menos bebés, verificou-se um acréscimo tanto na ULS do Baixo Alentejo (Beja) como no Hospital de Évora. O mesmo aconteceu em Trás-os-Montes. Na ULS do Nordeste (Bragança) fizeram-se mais 17 partos entre Janeiro e Junho.

No Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Maria do Céu Almeida, diretora do serviço de obstetrícia, lamenta que ainda não tenha sido possível fazer a junção das duas salas de parto (maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos), enquanto recorda igualmente que, após “a queda abrupta verificada entre 2009 e 2014”, no ano passado o número de partos cresceu e este ano está estabilizado.

“Os casais confiam nas nossas equipas, na segurança oferecida. Agora, chegamos a fazer 12 a 13 partos por dia [em cada uma das duas maternidades]. Penso que as pessoas perceberam que não valerá a pena continuar a esperar por melhores dias que não virão. Não podem adiar mais”, frisa a médica. Nota ainda que são cada vez mais os que decidem partir para o segundo filho e outros mesmo para o terceiro. Esta última situação, que começava a ser olhada como excecional, tem voltado a aparecer, acentua.

“Tendência animadora"
Na região Centro, houve, entretanto, hospitais que investiram em salas de partos renovadas, como Viseu e Aveiro, e o certo é que os nascimentos aumentaram nestes hospitais, de forma expressiva. Também no Norte se observaram crescimentos assinaláveis em vários hospitais públicos.

“Há um reacender da natalidade. Tínhamos batido no fundo, houve um acumular e isso tem-se notado nos serviços públicos. É uma tendência animadora, o país precisa de sangue novo, é um grande estímulo, é muito positivo”, destaca Daniel Pereira da Silva, membro do colégio da especialidade de Ginecologia/Obstetrícia da Ordem dos Médicos.

“Depois da debacle [hecatombe] de 2009, 2010, em que houve uma queda de 20% — passámos de cerca de 100 mil para pouco mais de 80 mil —, está a melhorar um bocadinho, mas, até chegarmos aos 100 mil, falta um bocado”, contextualiza, prudente, Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal.

Em 2015 nasceram 85.500 crianças em todo o país, nos hospitais públicos e nos privados. “Este ano poderemos aproximar-nos dos 88 mil, 89 mil, algo minimamente decente. Isto foi muito complicado em termos financeiros, as pessoas assustaram-se e adiaram a gravidez. Mas chega-se a um ponto em que não se pode adiar mais”, resume.

“Alguns casais evitaram ter o segundo filho e agora lá se decidiram. As coisas estar-se-ão a equilibrar. Mas há um problema que já não conseguimos contornar: a quantidade de mulheres e homens em idade fértil que emigraram. Se tiverem filhos e este regressarem num prazo relativamente curto, vão ser portugueses. Senão…”.

Encontro Nacional de Amamentação
O termómetro, no Porto, marcava 37 graus este domingo à tarde. A paisagem até parecia tremer. Romana Naruna nem tinha vontade...

Chegou meia hora mais cedo, com o marido, José Silva, e as filhas – Ava, de três meses, e Malu, com quase três anos. Escolheu um lugar à sombra, um pouco elevado, perto da entrada do Parque da Cidade. Estendeu uma manta na relva e colou dois cartazes num pinheiro manso. “Parece que escolhemos o dia mais quente do ano”, comentou a jornalista, de 27 anos, com o companheiro. “Quer ver que ninguém vai aparecer!”

Ali, perto do Atlântico, soprava uma brisa suave. Rosa Santos e José Oliveira já lá estavam com a filha, Rita, de 14 meses, escreve o jornal Público. E, em menos de meia hora, começaram a aparecer outras mulheres e crianças para dar forma à iniciativa, que se repete pelo quarto ano consecutivo na Semana Mundial de Aleitamento Materno.

Quando Romana se mudou do Brasil para Portugal, em 2012, notou que a amamentação, a existir, se fazia com recato. Depois, descobriu no Facebook o “Amamentação com desmame natural”, um grupo fechado, que pretende “ser um espaço de informação, orientação e incentivo à amamentação”. E foi desse grupo que partiu este encontro.

O encontro, que se multiplicava por 18, serve para trocar experiências, mas também para quem amamenta tentar “criar empatia” com quem está numa fase diferente da vida. Procura afirmar que amamentar é natural, que há desmame natural, e combater o “preconceito” que afeta quem opta pela “amamentação prolongada”.

“Não há muitos casos conhecidos de aleitamento prolongado; a partir do meio ano de vida, é raro haver quem amamente”, afirmou Rosa, perna estendida na manta esticada debaixo do mesmo pinheiro. É enfermeira e bem vê o espanto estampado sempre que alguém, no centro de saúde onde trabalha, sabe que ainda amamenta.

Não lhe parece que a entrada das mulheres no mercado de trabalho justifique tanto recurso a leite artificial, biberons, chuchas. “Muitas pessoas nem sabem muito bem como funciona a amamentação. Acham que o leite não chega, que é preciso dar um suplemento”, disse. Com a quebra abrupta da natalidade, o recuo da família como retaguarda, o recurso a infantários, há muito quem chegue à parentalidade sem nunca ter lidado com um bebé.

Romana sente-se observada sempre que amamenta em público. “As pessoas não são desagradáveis. É aquela censura travestida de preocupação”, considera. Numa ocasião, numa feira medieval, sentou-se à entrada do fraldário e começou a dar de mamar. Um funcionário perguntou-lhe se não preferia fazer aquilo lá dentro, numa sala. “Eu neguei umas cinco vezes. Ele insistiu. Acabei por ir. Comecei a chorar.”

Sabe que muitos olhares nem são de reprovação, que alguns expressam um certo encantamento ou mesmo alguma cumplicidade, mas já não se quer arriscar. “Eu amamento de cara fechada, que é para as pessoas nem se meterem comigo”, explicou. “Faço cara feia mesmo.”

Está decidida a amamentar enquanto aguentar e Ava quiser. Malu contava quase dois anos quando deixou de mamar. Romana tinha acabado de ficar grávida de Ava. “Foi natural. Ela não pedia, eu não oferecia. Eu estava cansada. A mãe é a outra parte da equação.” Por mais, que a Organização Mundial de Saúde diga que o leite materno é a melhor alimentação que um bebé pode ter, “se a mãe está cansada, é preciso levar isso em conta”.

Estudo
Uma equipa de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência descobriu o gene que controla o desenvolvimento do tronco, o...

O gene em causa chama-se Oct4, que, quando ativado durante mais tempo, em ratinhos, faz com que as células progenitoras, que se diferenciam noutras células, para formar tecidos e órgãos, continuem a 'construir' o tronco.

O mesmo gene, que existe nos vertebrados, inclusive nos humanos, explica, segundo a equipa, por que motivo as cobras têm um esqueleto tão comprido: o Oct4 mantém-se ativo durante um longo período na fase de desenvolvimento do embrião.

O investigador Moisés Mallo, que lidera o grupo, disse que, agora, talvez se possa "encontrar as condições experimentais", em culturas de células humanas, que reproduzam o mecanismo "e escolher, dentro das que fazem o troco, as que fazem a medula, e que possam reparar uma lesão".

A ideia será investigar se o Oct4 pode ser utilizado para "expandir as células que formam a medula espinal" e ver se, com elas, é possível regenerá-la em caso de dano, escreve o Sapo.

As conclusões da investigação, realizada pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em colaboração com a Universidade norte-americana da Florida, foram publicadas na revista Developmental Cell.

O grupo de Moisés Mallo foi contemplado, em 2014, com o Prémio Melo e Castro, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com o qual se propôs estudar, durante três anos, as características das células progenitoras da medula espinal, e depois multiplicá-las em laboratório para, eventualmente, regenerar tecidos que estão danificados em doentes com paraplegias ou tetraplegias, de modo a que estes possam recuperar movimentos.

Associação Portuguesa de Musicoterapia
A Associação Portuguesa de Musicoterapia lançou uma petição, que conta com quase 1.200 assinaturas, para o reconhecimento da...

“A nossa grande meta agora é o reconhecimento profissional”, refere a vice-presidente da Associação Portuguesa de Musicoterapia (APMT), Rita Maia, adiantando que o objetivo é atingir pelo menos 4.000 assinaturas para a petição poder ser discutida na Assembleia da República.

Segundo a musicoterapeuta, o reconhecimento da profissão torna-se importante porque há “falta de conhecimento e de validação”, sendo esta terapia, por vezes, praticada por pessoas não qualificadas, enquanto em alguns países a profissão já se encontra devidamente regulada e integrada nos serviços de saúde.

“Cada vez mais temos conhecimento de técnicos não qualificados que estão a exercer como musicoterapeutas, ou seja, as instituições procuram o serviço mas não sabem que padrão ou qualificação vão exigir de quem vai exercer”, revela Rita Maia, em declarações à Lusa.

Em Portugal não existem números oficiais sobre musicoterapeutas, pelo que a APMT está a realizar um levantamento nacional do número de técnicos de musicoterapia a trabalhar no ativo e em que regiões do país, estimando-se que, até à data, existam cerca de 50 musicoterapeutas distribuídos a nível nacional.

Internacionalmente a musicoterapia está mais desenvolvida em países como o Reino Unido, Áustria, Alemanha, Noruega, Espanha e Israel, havendo várias instituições espalhadas em cada um destes países.

A musicoterapia atua desde a idade pré-natal até ao fim da vida. “Temos colegas que trabalham em cuidados paliativos e em fase terminal de vida ou de consciência alterada e em processos de reabilitação e de prevenção”, afirma Rita Maia.

Atualmente há mais procura na área das demências, das deficiências e também em intervenções em lares de terceira idade.

Rita Maia destaca a vantagem da musicoterapia que pode ser não-verbal em estados avançados de demência, como o Parkinson e o Alzheimer, em que a “verbalização, a comunicação e o diálogo estão já comprometidos” mas que com a música são estimulados.

“A música consegue despertar emoções que a própria doença vai omitindo, provocar processos de reminiscência, que é quando as pessoas se remontam a lembranças em determinados períodos da sua vida”, explica a vice-presidente da APMT.

A musicoterapeuta esclarece, relativamente ao tipo de música escolhida para cada doente, que é como se houvesse um “ADN musical para cada pessoa”, através de um levantamento sobre os seus gostos e a sua “identidade sonora”.

Quando não existe conhecimento prévio sobre o doente, os musicoterapeutas têm de “ir à descoberta” para escolherem o tipo de música mais adequada.

A musicoterapia surgiu nos Estados Unidos após a 2.ª Guerra Mundial para tratar essencialmente doentes com ‘stress’ pós-traumático e como alternativa complementar à medicação.

Em Portugal, é no final dos anos 80 que surgem as primeiras pessoas interessadas em praticar esta terapia.

A Associação Portuguesa de Musicoterapia é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1996, com a missão de reunir os profissionais da área e promover o seu desenvolvimento, tendo como projeto futuro a criação de uma revista anual que dê a conhecer a experiência destes técnicos.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões do país apresentam hoje risco ‘Muito Elevado’ e ‘Elevado’ de exposição à radiação ultravioleta, informou o...

As regiões do Funchal, Porto Santo, Bragança, Castelo Branco, Guarda, Penhas Douradas, Vila Real, Funchal, Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu, Porto Santo, Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Santa Cruz das Flores estão hoje com níveis ‘Muito Elevado’, segundo o informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A Horta apresenta hoje risco ‘Elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Nas regiões com risco com níveis 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente tempo quente com céu limpo, vento fraco a moderado do quadrante leste, rodando para norte a partir da tarde, soprando moderado a forte nas terras altas e pequena descida da temperatura máxima no litoral norte e centro.

Na Madeira prevê-se tempo quente com céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade nas vertentes norte e na ilha de Porto Santo até ao início da manhã e vento moderado a forte de norte rodando para nordeste, soprando forte com rajadas até 80 quilómetros por hora nas terras altas e pequena subida de temperatura.

Para os Açores a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros fracos e pouco frequentes durante a madrugada e manhã e vento fraco a bonançoso.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 22 e 36 graus Celsius, no Porto entre 24 e 35, em Braga entre 18 e 41, em Viana do Castelo entre 20 e 34, em Vila Real entre 20 e 37, em Viseu entre 22 e 38, em Bragança entre 17 e 36, na Guarda entre 19 e 34, em Coimbra entre 24 e 39, em Castelo Branco entre 24 e 39, em Portalegre entre 24 e 38, em Santarém entre 20 e 41, em Évora entre 19 e 41, em Beja entre 21 e 40, em Faro entre 23 e 36, no Funchal entre 24 e 34, em Ponta Delgada, Horta e Santa Cruz das Flores entre 21 e 27.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Trinta e quatro concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Coimbra, Guarda, Castelo Branco, Coimbra, Viseu, Porto, Vila Real,...

Os concelhos de Monchique (Faro), Mação, Sardoal (Santarém), Oleiros, Vila de Rei, Sertã (Castelo Branco), Pampilhosa da Serra, Góis, Oliveira do Hospital (Coimbra), Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Miranda do Corvo (Coimbra), Guarda, Sabugal, Gouveia, Celorico da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres e Aguiar da Beira (Guarda) estão hoje em risco ‘Máximo’ de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Estão também em risco ‘Máximo de incêndio os concelhos de Moimenta da Beira, Vila Nova de Paiva, Castro Daire, São Pedro do Sul, Castelo de Paiva e Marco de Canaveses (Viseu), Baião e Valongo (Porto), Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena (Vila Real), Celorico de Basto, Vieira do Minho e Póvoa do Lanhoso (Braga) e Ponte da Barca (Viana do Castelo).

O Instituto colocou também em risco ‘Muito Elevado’ e 'Elevado' de incêndio vários concelhos de todos os distritos (18) de Portugal continental.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre ‘Reduzido' e 'Máximo'.

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia, relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje no continente tempo quente com céu limpo, vento fraco a moderado do quadrante leste, rodando para norte a partir da tarde, soprando moderado a forte nas terras altas e pequena descida da temperatura máxima no litoral norte e centro.

Na Madeira prevê-se tempo quente com céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade nas vertentes norte e na ilha de Porto Santo até ao início da manhã e vento moderado a forte de norte rodando para nordeste, soprando forte com rajadas até 80 quilómetros por hora nas terras altas e pequena subida de temperatura.

Para os Açores a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros fracos e pouco frequentes durante a madrugada e manhã e vento fraco a bonançoso.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 22 e 36 graus Celsius, no Porto entre 24 e 35, em Braga entre 18 e 41, em Viana do Castelo entre 20 e 34, em Vila Real entre 20 e 37, em Viseu entre 22 e 38, em Bragança entre 17 e 36, na Guarda entre 19 e 34, em Coimbra entre 24 e 39, em Castelo Branco entre 24 e 39, em Portalegre entre 24 e 38, em Santarém entre 20 e 41, em Évora entre 19 e 41, em Beja entre 21 e 40, em Faro entre 23 e 36, no Funchal entre 24 e 34, em Ponta Delgada, Horta e Santa Cruz das Flores entre 21 e 27.

Volta a Portugal em Bicicleta
Mais de 850 pessoas fizeram rastreios ao cancro da cabeça e do pescoço desde o inicio da Volta a Portugal em Bicicleta, no dia...

O balanço foi feito pela oncologista Ana Castro, que preside ao Grupo de Estudos do Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP), que decidiu organizar rastreios gratuitos à população durante a 78ª edição da Volta a Portugal em Bicicleta.

O GECCP percorreu ao longo de 11 dias mais de 1.500 quilómetros de estrada, acompanhando a volta a Portugal em bicicleta, ao longo da qual foi montando tendas de rastreio nos pontos de chegada de todas as etapas, o último dos quais está instalado hoje na Praça do Município, em Lisboa.

“Estamos na última etapa dos rastreios. Até agora fizemos 854 rastreios e foram referenciadas 31 pessoas com lesões suspeitas para serem avaliadas em ambiente hospitalar. Com estas pessoas esperamos poder fazer a diferença”, afirmou Ana Castro.

Segundo a médica, no início do desenvolvimento da doença, o tratamento destes tipos de cancro pode ter uma taxa de sucesso entre os 80% e 90%.

O objetivo do GECCP é conseguir completar hoje os mil rastreios, meta que a responsável acredita conseguir vir ainda a alcançar até ao final do dia.

Contudo, Ana Castro faz um balanço “muito positivo” e considera que o número de pessoas abrangidas até ao momento ultrapassou as suas expectativas.

Para este número contribuiu o facto de o rastreio ter sido feito no âmbito da Volta a Portugal em Bicicleta, indo ao encontro das pessoas que estavam a assistir ao evento.

“Quando fazemos rastreios em hospitais conseguimos uma adesão mais baixa, porque as pessoas têm que se deslocar. Quando vamos ao encontro da população, que é o fundamental, faz diferença. Conseguimos chegar a mais pessoas e ter um maior número de pessoas rastreadas, que não iriam ao hospital”, explicou.

As 31 pessoas referenciadas irão agora ser chamadas para consulta de avaliação e para fazer biopsias, disse a responsável, acrescentando que “as principais lesões detetadas nos rastreios são lipoides na língua, nas bochechas e no pavimento da boca, bem como feridas e violáceas”.

Segundo Ana Castro, a petição online lançada pelo GECCP e pela Associação dos Amigos dos Doentes com Cancro Oral para levar à Assembleia da República a discussão do apoio do SNS na reabilitação oral dos doentes com esta patologia conseguiu até ao momento reunir 1.038 assinaturas.

A petição em papel, com o mesmo objetivo, conta com 235 assinaturas.

Todos os anos, são diagnosticados entre 2.500 e 3.000 novos casos de cancro de cabeça e pescoço em Portugal e 85% das vítimas são fumadores ou ex-fumadores, daí a importância dos rastreios à doença a pessoas com hábitos tabágicos ou de consumo excessivo de álcool.

Em Portugal, os cancros de cabeça e pescoço são a quarta doença com maior incidência em indivíduos do sexo masculino, matando três portugueses por dia.

Com 93 anos
O cirurgião plástico brasileiro Ivo Pitanguy, considerado um "papa" da cirurgia estética, morreu no sábado, aos 93...

Pitanguy teve uma paragem cardíaca quando estava em casa.

O cirurgião foi uma das personalidades brasileiras que, em cadeira de rodas, transportou a tocha olímpica na sexta-feira à sua passagem pelo bairro Botafogo, onde tinha uma das suas clínicas, poucas horas antes da inauguração oficial dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Ivo Pitanguy ficou conhecido por ser o cirurgião estético de muitos famosos, brasileiros e de outras nacionalidades, mas também pela vertente social do seu trabalho, operando ao longo da carreira pessoas sem recursos através, por exemplo, de programas de cirurgia estética reparadora na rede de saúde pública do Brasil, que abrangeu, sobretudo, vítimas de queimaduras.

Dedicou-se ainda ao ensino da cirurgia plástica a jovens médicos e à escrita, tendo quase 900 títulos publicados sobre medicina, mas também de literatura, o que lhe valeu, em 1990, um lugar na Academia Brasileira de Letras.

Nascido em Belo Horizonte, filho de um médico, formou-se no Brasil, nos EUA e na Europa e foi aluno do francês Marc Iselin, considerado o pai da cirurgia reconstrutiva de mãos devido ao seu trabalho com vítimas da segunda guerra mundial. No regresso ao Brasil, Pitanguy foi pioneiro nesta especialidade na América Latina.

Em 1989, o papa João Paulo II concedeu a Pitanguy o Prémio Cultura da Paz. O cirurgião foi também distinguido com o Prémio de Divulgação Internacional de Investigação Médica das Nações Unidas.

Proposta apresentada
A proposta governamental de descentralização de competências para os municípios prevê que assumam a gestão e construção de...

A “construção, requalificação e manutenção dos edifícios dos estabelecimentos de ensino dos 2.º e 3.º ciclos e secundário” estão entre as atribuições previstas no “documento orientador” da descentralização apresentado pelo Governo à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

O documento assume que “a descentralização de competências para os municípios é uma das pedras angulares da reforma do Estado”, incluindo dos “serviços de ação social escolar ao nível dos 2.º e 3.º ciclos e secundário” e “gestão do [seu] pessoal não docente”.

A gestão de equipamentos, a contratação de serviços (água, eletricidade, segurança, limpeza), o transporte escolar no ensino secundário e a “atribuição de competência ao Conselho Municipal de Educação para definição da política educativa” são outras competências a transferir.

Os municípios também devem assumir a “construção de novas unidades locais de cuidados de saúde primários” e a “gestão dos trabalhadores da categoria assistentes operacionais das unidades funcionais dos ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde] que integram o Serviço Nacional de Saúde”.

O documento prevê ainda que as câmaras passem a deter a “regulação e fiscalização do estacionamento” e que seja regulamentado o regime especial das polícias municipais de Lisboa e Porto, com transferência de recursos das divisões de trânsito da PSP para os dois municípios.

Preconiza-se que os municípios assumam o processamento das contraordenações rodoviárias de estacionamento “nas cidades e vilas”.

A “autorização da exploração de jogos de fortuna e azar de âmbito local” e o licenciamento e vistorias no âmbito da segurança contra incêndios em edifícios também constam na proposta do Governo.

As autarquias devem elaborar cartas sociais municipais, coordenar a execução do Programa de Contratos Locais de Desenvolvimento Social e gerir “programas nas áreas de conforto habitacional para pessoas idosas e de integração a idosos, em articulação com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional”.

A instituição e gestão dos Gabinetes de Apoio aos Emigrantes, em articulação com a rede de Lojas do Cidadão, a criação de Centros Locais de Apoio e Integração de Migrantes, a gestão de imóveis sem uso militar e a concessão de zonas balneares em praias marítimas também devem passar para o âmbito municipal.

A proposta admite a “concessão de benefícios fiscais relativamente aos impostos e outros tributos próprios”, competências próprias na “avaliação e reavaliação de prédios” e a “gestão e manutenção de património imobiliário público não utilizado (devoluto) por qualquer entidade pública”.

As câmaras passam ainda a gerir as “estradas nacionais nos perímetros urbanos” e os “programas de apoio ao arrendamento urbano e à reabilitação urbana, em articulação com outras entidades com atribuições em matéria de Fundos Europeus”.

A gestão de áreas sob jurisdição dos portos sem utilização portuária reconhecida e “áreas urbanas de desenvolvimento turístico e económico não afetas à atividade portuária e infraestruturas afetas às praias e ao mar”, bem como de “portos de pesca secundários” e das áreas da Docapesca também será transferida.

“A transferência de competências deve ser realizada no ano de 2018, admitindo-se soluções gradualistas ao longo do próximo mandato autárquico, a desenvolver no quadro da negociação entre os ministérios e a ANMP”, lê-se na proposta do ministro Adjunto, Eduardo Cabrita.

O novo modelo de financiamento dos municípios deverá assentar numa “subvenção geral cujo valor resulta da média aritmética simples da receita proveniente IRS, IRC e IVA” (impostos sobre o rendimento singular, o rendimento coletivo e o valor acrescentado, respetivamente) e na “participação direta” no IRS dos habitantes, no IVA gerado em cada concelho e na derrama de IRC.

O documento, que prevê a criação das autarquias metropolitanas de Lisboa e do Porto e o reforço de competências das Comunidades Intermunicipais (CIM) e das freguesias, foi enviado pela ANMP às autarquias para recolha de contributos.

Estudo
A desnutrição não é apenas um problema de saúde pública, constituindo igualmente uma pesada desvantagem económica, revela um...

“Precisamos de quantificar em termos financeiros o problema da fome em África”, explicou à agência France Presse Vera Boohene, coordenadora do Programa Alimentar Mundial (PAM) para o Gana, um dos países onde o estudo foi realizado.

Boohene adiantou que a quantificação é útil para dizer aos governos que “a desnutrição lhes custa somas astronómicas”.

No Gana, o custo da fome foi estimado em 2,6 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) por ano, o que representa 6,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB).

Embora os casos de desnutrição tenham diminuído nos últimos anos no Gana, o PAM estima que nas províncias do norte um terço das crianças sofre de má nutrição.

O estudo, no âmbito da Agenda 2063 da União Africana (UA), um plano de ação para 50 anos “para construir uma África próspera e unida”, incluiu também o Burkina Faso, Madagáscar e Malaui. No Gana, foi realizado durante dois anos, de 2013 a 2015.

“Garantir uma geração que não sofrerá com a fome requer investimentos. O governo ganês tem de criar parcerias estratégicas com o setor privado”, recomenda a diretora da divisão para as políticas sociais na Comissão Económica para África da ONU, Takyiwaa Manuh.

Além do setor da saúde, diretamente afetado pela desnutrição, o estudo intitulado “O custo da fome em África”, divulgado na terça-feira, sublinha que as consequências estendem-se a várias gerações, ao diminuírem a produtividade no setor agrícola ou junto das crianças que não prosseguem estudos.

Estudo
Investigadores portugueses identificaram um grupo de proteínas que está na origem da reparação das células, em caso de dano...

"Quando o complexo [proteico] existe, a reparação do dano [na célula] ocorre naturalmente", frisou uma das cientistas, Otília Vieira, do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

O dano é um 'furo' ou 'poro' causado na membrana da célula por um agente patogénico, como a bactéria da tuberculose.

Sem este 'escudo' de proteínas, formado a partir de uma proteína chamada Rab3a, a bactéria da tuberculose que não for tão virulenta, agressiva, e, portanto, não provocar uma infeção tão grave, estando esta mais controlada, torna-se virulenta, de acordo com a investigadora.

Nestas circunstâncias, a célula não consegue 'tapar' o 'furo', morre e a bactéria escapa-se e atinge células vizinhas, gerando uma "tuberculose fulminante", adiantou.

Quando o complexo de proteínas está ativo, a célula infetada morre na mesma, mas consegue reparar o dano causado na sua membrana pela bactéria, evitando que esta se propague a outras células.

Trata-se, segundo Otília Vieira, de "um complexo importante para o posicionamento dos organelos", uma espécie de compartimentos da célula, que são "responsáveis por 'tapar' o 'poro' da membrana".

A cientista esclareceu que os danos na membrana celular, e semelhante mecanismo de reparação, também ocorrem nas células do músculo-esquelético e do cérebro (neurónios).

Por isso, a equipa crê que a 'maquinaria' celular na origem da reparação de um dano numa célula, e agora identificada, pode dar pistas para possíveis estudos de novos tratamentos contra a tuberculose ou doenças crónicas.

Para o estudo em apreço, publicado na revista Journal of Cell Biology, os cientistas usaram culturas de células humanas, nomeadamente os macrófagos, especialistas na defesa do organismo contra microrganismos como as bactérias.

A investigação foi realizada pelo Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com a Universidade de Coimbra e a Harvard Medical School, nos Estados Unidos.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde recomendou à população, especialmente aos idosos, crianças e doentes crónicos, que adote medidas de...

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê, a partir de hoje e, pelo menos, até terça, uma subida considerável das temperaturas, em especial da máxima, atingindo valores entre 32ºC e 42°C, na generalidade do território.

De acordo com esta previsão, a Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu um comunicado, assinado pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, com várias recomendações para a população, em especial para os grupos mais vulneráveis, se proteger do calor.

No comunicado, publicado no site da DGS, a autoridade de saúde recomenda aos portugueses de que se mantenham hidratados, bebendo mais água, e usem “roupas leves e largas”, chapéu e óculos escuros.

No período de maior calor, entre as 11:00 e as 17:00, a DGS recomenda à população que evite a exposição solar e atividades físicas no exterior e “permaneça duas a três horas por dia num ambiente fresco ou com ar condicionado”.

Mas “sempre que estiver ao ar livre, use protetor solar com índice de proteção igual ou superior a 30. Renove a sua aplicação de duas em duas horas ou de acordo com a indicação da embalagem”, sublinha o comunicado.

Evitar as mudanças bruscas de temperatura, seguir as recomendações do médico assistente, acautelar que a casa aqueça demasiado, correndo as persianas ou portadas, e ao entardecer deixar o ar circular pela casa são outras recomendações da DGS.

Graça Freitas apela ainda aos portugueses que se mantenham “em contacto e atento aos familiares e pessoas conhecidas que vivam isoladas, em especial, se forem idosas ou de grupo vulnerável”.

A Direção-Geral da Saúde assegura, no comunicado, que o sistema de saúde está preparado para adequar os seus serviços de acordo com os Planos de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas, com o objetivo de minimizar o impacto do calor na saúde.

A autoridade de saúde recomenda às pessoas que, caso seja necessário, liguem para a Saúde 24 (808 24 24 24) e, em caso de emergência, para o 112.

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