Onconet-Sudoe
A Universidade de Coimbra integra um consórcio internacional, com um financiamento europeu de 1,7 milhões de euros, para...

A empresa portuguesa ResearchTrial, de Óbidos, faz igualmente parte do Onconet-Sudoe, projeto europeu criado para estudar as políticas adotadas em Portugal, Espanha e França na área da oncologia.

O financiamento comunitário de 1,7 milhões de euros, recentemente aprovado, foi atribuído através do programa de cooperação Interreg Sudoeste Europeu.

Liderado pela Universidade Toulouse III Paul Sabatier (França), o Onconet-Sudoe pretende “estabelecer uma rede de excelência no que diz respeito à prevenção, diagnóstico, terapia e utilização das tecnologias de informação na área da oncologia”, afirma uma nota da Universidade de Coimbra (UC).

“Vários países europeus têm vindo a adotar planos nacionais de prevenção e de controlo de doenças oncológicas com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de incidência e de mortalidade do cancro”, refere.

O projeto Onconet, criado para estudar as políticas adotadas em Portugal, em Espanha e em França, visa “analisar as ações desenvolvidas no domínio da prevenção, diagnóstico, terapêutica e utilização das tecnologias de informação na gestão de doentes com cancro”.

Esta abordagem poderá levar à partilha de meios e à uniformização de práticas profissionais na área da oncologia, acreditam os responsáveis pelo projeto.

A equipa da UC, constituída por investigadores das faculdades de Direito e de Medicina, estudará “as políticas e práticas profissionais adotadas em Portugal, no âmbito da prevenção, diagnóstico e terapêutica de doentes com cancro”, e avaliará “as questões éticas e sociais associadas à implementação de novas tecnologias da informação”.

Entre os aspetos inovadores do projeto, a UC destaca, designadamente, a avaliação do impacto da investigação translacional na evolução das práticas clínicas (“investigação, tratamento, cuidados primários e cuidados continuados”), o estabelecimento de “condições médicas e económicas necessárias para garantir a igualdade de assistência ao doente” e “a igualdade de acesso à inovação terapêutica”.

Os especialistas esperam também “fomentar uma reflexão ética e transversal”, que permita avaliar a medida em que as políticas públicas na luta contra o cancro podem “conciliar os recursos coletivos e a justiça social”.

Da equipa do projeto fazem parte os investigadores Maria Filomena Botelho, Ana Margarida Abrantes, Ana Salomé Pires, Mafalda Laranjo, André Pereira, Ana Elisabete Ferreira e Carla Barbosa, da UC, e Ana Catarina Mamede, da Research Trial.

Para além das universidades de Coimbra e de Toulouse e da Research Trial, estão também envolvidas no projeto as fundações Miguel Servet, Centro Nacional de Investigação Oncológica, Parque Tecnológico de Ciências da Saúde de Granada e Investigação Biossanitária de Andaluzia Oriental, de Espanha, entre outras entidades.

A propósito do Dia Mundial do AVC
A partir de sexta e até segunda-feira, os jogadores da 9ª Jornada da Liga Portuguesa de Futebol Profissional vão entrar em...

“Este pode ser o jogo da sua vida” é uma iniciativa conjunta do Serviço de Neurologia do Hospital Egas Moniz – Centro Hospitalar Lisboa Ocidental E.P.E. –, da Nova Medical School da Universidade NOVA de Lisboa, da Sociedade Portuguesa de Acidente Vascular Cerebral e da Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia de Intervenção. A campanha visa sensibilizar a população para os sinais de alerta do AVC, principal causa de mortalidade e incapacidade em Portugal.

Basta o aparecimento de um dos chamados “3Fs”: dificuldade em falar, desvio da face (boca ao lado), falta de força num braço, para suspeitar de um AVC e acionar de imediato o 112. Responder rapidamente aos sinais de alerta pode fazer a diferença entre a recuperação e a incapacidade, pois o sucesso do tratamento de fase aguda depende do tempo entre o início dos sintomas e a chegada do doente ao hospital.

“O AVC é tratável, mas para que o tratamento tenha sucesso o respeito pelo tempo é fundamental – tempo é cérebro – pelo que o AVC tem que ser encarado como uma situação de Emergência”, explica o Prof. Doutor José Castro Lopes, presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral.

O neurologista acrescenta que “a Via Verde do AVC (ativada através de chamada para o 112) está organizada em Portugal para encaminhar os doentes rapidamente para os hospitais capazes de fornecer os tratamentos adequados”.

Face ao imperativo de “ser mais rápido que um AVC”, esta ideia teve por base “a extraordinária visibilidade dos jogos da Liga NOS em Portugal, que permitirá passar esta importante mensagem a um grande número de portugueses”, explica o Dr. João Pedro Marto, do Serviço de Neurologia do Hospital Egas Moniz.

Conforme avança o coordenador da Campanha, “entre os dias 28 e 31 de outubro, nove jogos da referida jornada ficarão marcados pela ação de sensibilização que integra: 1) entrada das equipas em campo com t-shirts alusivas ao Dia Mundial de AVC; 2) banners publicitários sobre AVC atrás das equipas no alinhamento inicial; 3) leitura de texto sobre AVC pelo speaker do estádio antes do jogo começar e no intervalo”.

Todos os anos, mais de 6,5 milhões de vidas são perdidas em todo o mundo e 1 uma em cada 6 pessoas vai ter um AVC. Em Portugal, a cada hora 3 portugueses sofrem um AVC, um dos quais resulta em morte. Dos restantes, metade ficará com sequelas incapacitantes.

Neste contexto, os especialistas da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral e da Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia de Intervenção lembram que “muitas vidas podem ser melhoradas com mais consciencialização e ação de todos os intervenientes – os decisores políticos, os profissionais da saúde, os media e a comunidade, e é sobretudo para a comunidade que chamamos particularmente a atenção neste dia”.

Investigadores de Coimbra
Uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde de Coimbra desenvolveu um método inovador que...

Francisco Alves, docente na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, explicou que a técnica desenvolvida consiste na produção "de Gálio-68 em alvos líquidos, de uma forma mais simples do que a clássica, com vantagens económicas".

"Por este método vai ser possível produzir o Gálio-68 de forma mais simples e possibilitar que esteja mais acessível aos pacientes e ao Serviço Nacional de Saúde, porque economicamente é muito mais barato", sublinhou o coordenador da investigação.

O Gálio-68 é um dos radioisótopos que é utilizado na marcação de radiofármacos de crescente relevância para o diagnóstico de tumores neuroendócrinos e da próstata, através da Tomografia por Emissão de Positrões.

De acordo com Francisco Alves, o método está "completamente estabelecido e as moléculas também".

"Só estamos à espera que o método seja aprovado pelo Infarmed- Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde para ser usado em humanos, o que está na iminência", referiu.

O investigador adiantou ainda que foi também efetuado um pedido à Agência Europeia do Medicamento, pelo que a nova técnica deverá, em breve, estar disponível para ser usada.

Até ao final do ano deverá estar também registada a patente do método, cujo processo se encontra a decorrer.

O avanço científico da equipa liderada por Francisco Alves foi premiado com o IBA Award, que premeia anualmente um trabalho científico na área da produção de radioisótopos, à margem do congresso da Sociedade Europeia de Medicina Nuclear (EANM) que decorreu recentemente, em Barcelona.

Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
A APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil acaba de lançar a lancheira solidária “Heróis da Fruta - Missão 1...

No evento de lançamento desta campanha de solidariedade que teve lugar no Foyer do Casino Estoril estiveram presentes alguns dos embaixadores e figuras públicas que aceitaram o convite da APCOI para dar a cara pela iniciativa: a socialite Biba Pittá, a atriz Mafalda Teixeira, os cantores Nélson e Sérgio Rosado (Anjos), o maestro Mário Rui Teixeira, os desportistas Elisabete Jacinto (piloto), Ricardo Diniz (velejador), e Sónia Lopes (ciclismo - BTT), o presidente da união de freguesias Cascais e Estoril, Pedro Morais Soares, e ainda o cantor infantil Carlos Vidal (Avô Cantigas).

A lancheira solidária “Heróis da Fruta - Missão 1 Quilo de Ajuda” é o resultado de uma parceria entre a APCOI e a Fruut, fábrica portuguesa de fruta desidratada, e irá desde já permitir distribuir cabazes todas as semanas, até ao final do ano letivo, a pelo menos 400 alunos carenciados, o dobro do ano letivo anterior."

Ao longo do ano letivo 2015/2016 o fundo social “Missão 1 Quilo de Ajuda” beneficiou 207 crianças que por razões financeiras não levam lanche para a escola, no entanto registaram-se no total 2.263 candidatos a este apoio, entre os quais, casos urgentes de alunos que chegam à sala de aula de barriga vazia, ou seja, que não tomam pequeno-almoço.

Mas para que nenhuma criança carenciada fique por ajudar, os portugueses podem juntar-se a esta importante causa e contribuir para tornar mais saudável e feliz a vida destas crianças em situação de carência alimentar. Para isso, basta adquirir a lancheira solidária “Heróis da Fruta - Missão 1 Quilo de Ajuda”, disponível em todas as lojas Jumbo, Pão de Açúcar, El Corte Inglés, Intermarché, Eleclerc, Apolónia e nas estações de serviço Repsol pelo valor de 2,99€. Por cada lancheira vendida, estará a doar 5% à “Missão 1 Quilo de Ajuda”.

Todas as lancheiras solidárias “Heróis da Fruta - Missão 1 Quilo de Ajuda” contém cinco doses individuais (uma para cada dia da semana escolar) de fatias crocantes de maçã desidratada, um snack 100% saudável da Fruut, sem corantes, nem conservantes, e incluem ainda a oferta de 5 cromos autocolantes de uma coleção lúdico-pedagógica especialmente desenvolvida pela APCOI para ensinar às crianças quais os "Super Poderes" que ganham sempre que comem fruta.

Com esta caderneta de cromos, disponível no verso de cada lancheira, a APCOI pretende igualmente incentivar as famílias solidárias com esta missão a praticarem também elas uma alimentação mais saudável, uma vez que 7 em cada 10 alunos em Portugal, não ingerem fruta diariamente na quantidade recomendada. Depois de completar a caderneta, os mais pequenos vão poder trocá-las por prémios que as convidam a saltar do sofá e a praticar atividade física dentro ou fora de casa, nomeadamente: cordas de saltar, piões, iô-iôs e óculos de sol.

É ainda possível participar nesta causa solidária através de uma simples chamada para o número 760 45 00 60, disponível até 31 de dezembro. O custo da chamada é de 0,60€ (+ IVA), dos quais 0,50€ revertem para a “Missão 1 Quilo de Ajuda”.

A “Missão 1 Quilo de Ajuda” surgiu há um ano, integrada no projeto escolar “Heróis da Fruta”, atualmente o maior programa gratuito de educação para a saúde em Portugal e foi criada com o objetivo de promover a inclusão social e o reforço nutricional dos alunos mais carenciados do país, através da oferta semanal de cabazes de fruta em várias escolas de diferentes regiões. As crianças que recebem cabazes fruta no âmbito desta missão são provenientes de turmas onde, pelo menos, metade dos alunos têm escalão A ou B de Ação Social Escolar.

A fruta distribuída nas escolas é “fresca, da época, adquirida localmente e cada aluno recebe no mínimo uma peça de fruta por dia, para comer no lanche da manhã ou da tarde” clarifica Mário Silva, Presidente da APCOI.

A “Missão 1 Quilo de Ajuda” conta a partir de agora com o apoio de todos os portugueses!

Saiba mais em www.heroisdafruta.com

Telemedicina
O governo criou o Centro Nacional de TeleSaúde, o qual visa reforçar a estratégia nacional para a promoção da telemedicina e...

De acordo com uma Resolução do Conselho de Ministros, publicada hoje em Diário da República, fará parte do Centro Nacional de TeleSaúde (CNTS) uma unidade coordenadora central que funciona no seio dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Deste novo serviço farão parte “unidades temáticas de prestação de cuidados de telesaúde em articulação com unidades prestadoras de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Estas unidades ainda serão definidas por despacho do membro do Governo responsável pela área da saúde e, na medida das condições existentes, com os estabelecimentos prisionais e centros educativos a definir por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da justiça e da saúde”.

Existirá ainda “uma unidade de teleformação para o SNS, que corresponde ao recurso aos serviços partilhados de teleformação a fornecer pela SPMS, em articulação com as entidades interessadas e capacitadas do SNS e do meio Académico”.

Na região Centro
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou dois processos-crime por distribuição e comercialização ilegal de...

Segundo um comunicado da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), foi instaurado um processo-crime por fraude sobre mercadorias, com apreensão de cerca de 200 litros de azeite, no valor aproximado de 600 euros.

"Foi ainda instaurado um outro processo-crime por ter sido detetada a quebra de selos e descaminho de mais de 8.000 litros de azeite falsificado anteriormente apreendido pela ASAE durante uma ação de fiscalização", acrescenta a nota.

Os dois processos-crime foram instaurados no âmbito das ações de fiscalização e combate à distribuição e comercialização ilegal de azeite realizadas na última semana pela Unidade Regional do Centro.

"Benefícios do Treino Combinado em Doenças Cardiovasculares"
O exercício físico combinado (força e cardiorespiratório) diminui o risco de doenças cardiovasculares, segundo os resultados...

Segundo Marco António, colaborador do programa "O coração é a razão", que teve início em fevereiro, na Mealhada, os indivíduos que se sujeitam a treino combinado "esforçam menos o coração, o que diminui o risco de doença cardiovascular".

Além disso, acrescenta, a atividade física combinada apresenta resultados "muito favoráveis" em quem sofre da diabetes, glicemia alta, síndrome metabólico e diminui a percentagem de gordura corporal e perímetro abdominal.

Os "Benefícios do Treino Combinado em Doenças Cardiovasculares", que faz parte da tese de doutoramento de Marco António, vai ser uma das quatro comunicações livres a apresentar nas II Jornadas Científicas da Juventude, promovida pela Delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

O trabalho de Marco António pretende aferir o benefício da atividade física para idosos e pessoas em grupos de risco, de modo a sensibilizar os médicos e professores de educação física a encaminhá-los para treinos combinados.

"Pretendemos sujeitar estas pessoas ao exercício combinado e saber a resposta que causa neles e, de um modo geral, as respostas têm sido positivas", frisou o jovem professor de educação física e doutorando em Ciências do Desporto, salientando também que estas pessoas têm "menos possibilidade de sofrer de angina de peito".

O programa o "Coração é a razão" é desenvolvido em parceria com a Misericórdia e município da Mealhada, Universidade de Coimbra e Delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

As II Jornadas Científicas da Juventude decorrem no auditório do Estádio Universitário de Coimbra sob o lema "STOP - Se Tás na Onda Previne!".

A iniciativa pretende dar oportunidade aos jovens universitários de apresentar os seus trabalhos e projetos na área da prevenção cardiovascular, proporcionando-lhes troca de conhecimentos com profissionais de outras áreas científicas.

A conferência de abertura, intitulada "O coração e a atividade física", vai ser proferida por Manuel Teixeira Veríssimo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e médico internista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

No último painel, dedicado ao Serviço Nacional de Saúde e atividade física, são oradores o advogado António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde, e os presidentes da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos e da Administração Regional de Saúde do Centro, Carlos Cortes e José Tereso, respetivamente.

Estudo
Um relatório da indústria farmacêutica coordenado pelo antigo ministro Correia de Campos concluiu que falta ao SNS uma...

“Temos um programa bem desenhado que lentamente tenta disseminar-se, o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, mas não existe um sentido de determinação nacional para um problema que continua a revelar dimensão assustadora”, lê-se no documento, que será hoje apresentado no Porto.

No relatório são recordados os dados da Infeção Associada a Cuidados de Saúde (IACS) em Portugal, onde a taxa de prevalência é superior a 10 por cento, “praticamente o dobro da média dos restantes países europeus”.

O primeiro estudo europeu, promovido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) em 2011 e 2012, concluiu que as infeções mais frequentes em Portugal eram as respiratórias (29,3%), as do trato urinário (21,1%) e as do local cirúrgico, com 18%.

As infeções da corrente sanguínea e as infeções gastrointestinais apresentam prevalências de 8,1% e 5,9%, respetivamente.

Para os autores do estudo “Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde: Contributo da Indústria de Meios de Diagnóstico in Vitro para o seu controlo”, “a estratégia de cooperação em vez da imposição é a correta”, mas “será insuficiente se não for acompanhada de um feixe de intervenções, não apenas informativas, mas também normativas” e “se não for apoiada pela inovação tecnológica” em redor, “de que são exemplo os testes de diagnóstico rápido”.

O estudo, coordenado pelo antigo ministro da Saúde António Correia de Campos para a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), defende que “a mudança cultural deve ser persuasiva” e que “a relação desconfortável que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] tem com a inovação tem que ser ultrapassada”.

“O SNS receia a tecnologia, pelos custos acrescidos desta e por não ter a certeza de serem compensados por benefícios correspondentes. Tende a olhar a inovação sempre no curto prazo, no contexto das limitações orçamentais anuais. Dificilmente consegue ver à distância”, lê-se no documento.

Para o fazer, sugere, “teria que substituir a sua posição reativa por uma postura prospetiva que antecipasse o conhecimento e planeasse a disseminação controlada da tecnologia”.

Os autores do documento elaboraram um conjunto de recomendações, entre as quais o alargamento e aprofundamento do conhecimento de “tudo o que respeita à IACS: clínico, organizativo, social e económico, nomeadamente através de estudos que permitam melhor conhecer a dimensão do problema, os seus custos, as alternativas de ação, os riscos e resultados, na linha da proposta apresentada neste relatório”.

“Conduzir, dentro do SNS, uma visão estratégica e de médio-prazo sobre o investimento em inovação tecnológica nos meios de diagnóstico e terapêutica, o planeamento antecipado da tecnologia, a recolha constante de informação e a comparabilidade de resultados” são outras das recomendações.

Outras propostas passam por “aperfeiçoar a logística interna do hospital de modo a encurtar os períodos de tempo despendido entre a terapêutica empírica e a terapêutica dirigida” e uma “especial atenção sobre as unidades de cuidados continuados a idosos e cidadãos em situação de dependência”.

Para os autores, deve ser integrado “o setor privado de saúde na recolha de informação e cumprimento das orientações e boas práticas sobre a IACS, recomendadas pela DGS”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em cada 100 doentes internados, sete nos países desenvolvidos e 10 nos países em desenvolvimento adquirem infeções hospitalares.

Estudo
Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho concluiu que a proteína AP2gama consegue "estimular a produção de...

Em comunicado, a Universidade do Minho (UMinho) adianta que os investigadores do seu Instituto de Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde concluíram, "ao contrário do que se pensava", que o cérebro adulto tem a capacidade de "produzir continuamente" novos neurónios.

O estudo, publicado quarta-feira como tema de capa da revista internacional "Molecular Psychiatry", do grupo Nature, demonstrou ainda que em ratinhos sem a proteína AP2gama a "produção de novos neurónios ficou comprometida", provocando défices na produção e arquivo de novas memórias ou na capacidade de navegação espacial.

"Descobrimos que a AP2gama, inicialmente associada à proliferação de células malignas no cancro da mama, estava também presente no cérebro. Para percebermos a sua função, utilizámos ratinhos geneticamente manipulados para não produzirem esta proteína ou para a produzirem em excesso e estudámos os seus efeitos", explicam Luísa Pinto e Nuno Sousa, que coordenaram a investigação.

Segundo a academia minhota, "esta possibilidade poderá beneficiar terapias para doenças neurológicas e psiquiátricas como a doença de Alzheimer e a depressão".

O texto aponta que "ao contrário do que se pensava, sabe-se agora que o cérebro de um indivíduo adulto tem a capacidade de produzir continuamente novos neurónios", um processo designado por neurogénese e que "é fundamental no controlo de diversas funções cerebrais e tem sido estudado na perspetiva de tratamento de diversas doenças do sistema nervoso central".

A investigação, diz o comunicado, mostra como a "falta" da AP2gama "prejudica vários domínios do comportamento".

"Foi ainda surpreendente concluir que a proteína AP2gama comanda a produção de uma população de neurónios decisiva para várias regiões do cérebro comunicarem entre si", acrescentam os coautores da investigação António Mateus-Pinheiro e Nuno Dinis Alves.

A equipa procura agora perceber se a desregulação desta proteína estará também envolvida no desenvolvimento de doenças psiquiátricas, como a ansiedade ou depressão.

O estudo envolveu ainda Patrícia Patrício, Ana Machado-Santos, Eduardo Campos, Joana Silva, Vanessa Sardinha, Joana Reis, Hubert Schorle, João Oliveira e Jovica Ninkovic.

O estudo pode ser consultado na morada eletrónica www.nature.com/mp/journal/vaop/ncurrent/full/mp2016169a.html

Global Forest Biodiversity Initiative
Um professor português integrou um grupo de cerca de 80 investigadores que realizaram um estudo alargado sobre biodiversidade e...

Helder Viana, docente da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu, foi o único português a integrar o grupo de pesquisa internacional Global Forest Biodiversity Initiative, que desenvolveu o estudo que vem apresentar dados e conclusões sobre a relação entre a variedade de espécies de árvores num mesmo ecossistema e a produtividade desse ecossistema.

O estudo, publicado na edição de outubro da revista Science, "traz uma avaliação feita em parcelas de floresta de 44 países, que permitiu chegar à conclusão que a biodiversidade tem uma influência tremenda na produtividade", sublinhou o investigador português.

Com base em mais de 777 mil parcelas de inventário, em 44 países com mais de 30 milhões de árvores de 8.737 espécies, neste trabalho comparou-se a evolução da produtividade em volume das árvores, em função da riqueza em espécies.

"Os resultados mostram uma relação positiva consistente da biodiversidade na produtividade florestal em todo o mundo, mostrando que a perda de biodiversidade continua resultaria num declínio da produtividade florestal em todo o mundo", referiu.

Com este estudo, constata-se que a relação biodiversidade/produtividade apresenta uma variação geoespacial considerável em todo o mundo.

A mesma percentagem de perda de biodiversidade levaria a um maior (ou seja, percentual) declínio relativo da produtividade nas florestas boreais da América do Norte, Nordeste Europa, Sibéria Central, Leste da Ásia e regiões dispersas de Sul-África Central e do Sul-Ásia Central.

Na Amazónia, África Ocidental e Sudeste, Sul da China, Myanmar, Nepal e do arquipélago malaio, no entanto, o mesmo percentual de perda de biodiversidade levaria a uma maior declínio absoluto da produtividade.

Helder Viana, diretor do Departamento de Ecologia e Agricultura Sustentável da Escola Superior Agrária de Viseu, possui vários artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais e participa em inúmeros projetos em Portugal e em diversos países.

29 de outubro - Dia Mundial do AVC
Na comemoração do Dia Mundial do AVC em 2016, as Sociedades Portuguesas do AVC e de Neurorradiologia de Intervenção aderem à...

“Mas para que o tratamento tenha sucesso o respeito pelo tempo é fundamental – tempo é cérebro – pelo que o AVC tem que ser encarado como uma situação de Emergência”, alertam as sociedades.

A Via Verde do AVC (ativada através de chamada para o 112) está organizada em Portugal para encaminhar os doentes rapidamente para os hospitais capazes de fornecer os tratamentos adequados.

Os especialistas da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC) e da Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia de Intervenção (SPNI) explicam que “estes tratamentos incluem medicamentos que dissolvem o coágulo (trombólise farmacológica), e a remoção do obstáculo à circulação cerebral (trombectomia mecânica), que aumentam as taxas de sobrevivência e reduzem a incapacidade”. Acrescentam ainda que “o tratamento multi-modal do AVC, que integra a trombectomia além do tratamento habitual do AVC, está a decorrer 24/24 horas nos Hospitais Centrais dos grandes centros urbanos, o que implica a necessidade de coordenação eficaz e rápida entre as várias Unidades Hospitalares, para que os doentes que se verifique que necessitam destes tratamentos possam ser referenciados para esses hospitais em tempo útil”.

O AVC pode acontecer a qualquer pessoa, em qualquer idade, em qualquer momento e envolve todos: sobreviventes, familiares, amigos, profissionais de saúde, locais de trabalho e comunidade em geral. Responder rapidamente aos sinais de alerta pode fazer a diferença entre a recuperação e a incapacidade.

Basta o aparecimento de um dos chamados “3Fs”:

- Dificuldade em falar

- Desvio da face (Boca ao lado)

- Falta de força num braço

para suspeitar de um AVC e acionar de imediato o 112

Todos os anos, mais de 6,5 milhões de vidas são perdidas em todo o mundo e 1 uma em cada 6 pessoas vai ter um AVC. Em Portugal, o AVC é a primeira causa de morte e de incapacidade.

“Conheça os factos: o AVC, independentemente das importantes medidas preventivas de saúde publica, quando ocorre pode ser tratável e muitas vidas podem ser melhoradas com mais consciencialização e ação de todos os intervenientes – os decisores políticos, os profissionais da saúde, os media e a comunidade, e é sobretudo para a comunidade que chamamos particularmente a atenção neste dia”, apelam as Sociedade Portuguesas do AVC e de Neurorradiologia de Intervenção.

29 de Outubro
Em Portugal, cerca de 6 pessoas sofrem um Acidente Vascular Cerebral por hora, dos quais 3 culminam em óbito. No Dia Mundial do...

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquémico resulta da obstrução de uma artéria do cérebro, devido à formação ou embolização de um trombo (coágulo sanguíneo). Estes acidentes podem ser antecedidos por um AVC Isquémico Transitório (AIT), também designado por “princípio de AVC”. Os AIT ocorrem quando a obstrução da artéria cerebral é transitória e, consequentemente, os sintomas desaparecem espontaneamente em menos de 24 horas. Por esta razão, após um AIT, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) alerta para importância da monitorização dos sintomas.

O AVC hemorrágico está relacionado com a rotura de uma artéria intracerebral. Tem manifestações clínicas semelhantes ao AVC isquémico: dormência na face ou nos membros, fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, fala arrastada, visão subitamente nublada, confusão, ou dor de cabeça.

De acordo com as estatísticas, no seguimento de um primeiro evento a probabilidade de recorrência aumenta e, por esta razão, a prevenção destes incidentes assume um foco central.

Na prevenção do AVC a Sociedade Portuguesa de Cardiologia destaca:

- Manutenção de uma alimentação saudável – 5 a 6 refeições diárias, de menores proporções, redução do consumo de gorduras saturadas, açúcares e sal. Este condimento poderá ser substituído por outras ervas aromáticas;

- Prática de exercício físico – O sedentarismo é um dos principais fatores de risco das doenças cardiovasculares;

- Monitorização do desempenho cardiovascular – Os níveis de colesterol total devem ser mantidos abaixo de 190mg/dL, e os valores da pressão arterial devem ser controlados com uma pressão sistólica (a máxima) inferior a 130 mmHg, e a pressão diastólica (a mínima) deve ser menor que 85mmHg;

- Deixar de Fumar - Um ex-fumador reduz em 50% o risco de sofrer uma doença cardiovascular;

- Limitação do consumo alcoólico;

Nas palavras do Dr. Miguel Mendes, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, "um acidente vascular cerebral, pela sua mortalidade e sequelas residuais pode ter consequências devastadoras para quem o sofre e para a sua família, Ninguém pode ficar insensível e não se envolver na sua prevenção."

Mais informações sobre o Acidente Vascular Cerebral podem ser consultadas no site www.euamoviver.com, desenvolvido com o patrocínio Científico da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Estudo
Os custos que as empresas têm com os seus planos de saúde para os colaboradores continuam a ultrapassar significativamente a...

O estudo, que avaliou os planos médicos que as empresas oferecem aos colaboradores, mostra ainda que este aumento dos custos é maioritariamente impulsionado pelas escolhas e pelo estilo de vida seguido pelas pessoas, como o tabaco, a falta de exercício físico e uma alimentação incorreta.

O estudo “Medical Trends Around the World”, que foi realizado junto de 171 seguradoras em 49 países, mostra que em 40 países, o aumento médio dos custos de saúde por pessoa corresponde praticamente ao triplo da taxa de inflação. Globalmente, em 2015 registou-se um aumento médio de 9,9% nos custos associados à saúde, sendo que a previsão para este ano aponta para uma percentagem de 9,8%. O aumento das despesas está a ser impulsionado por doenças não transmissíveis, ou seja, que não surgem por contágio mas sim por opções individuais e estilos de vida seguidos. A inflação média dos preços a nível global diminuiu de 3,9% para 3,5% durante o mesmo período.   

Para Paulo Fradinho, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal, os resultados apurados por este estudo sublinham a importância do papel que as empresas têm globalmente no controlo dos custos de saúde. “Os stakeholders necessitam de assumir esta disrupção nos cuidados de saúde. A janela de oportunidade para uma transformação dos cuidados de saúde liderada pelas empresas está agora aberta, onde a existência de um sistema de saúde económico e de qualidade é catalisador de um maior sucesso empresarial.” 

Paulo Fradinho acrescenta: “Acreditamos que uma taxa de inflação de despesas médicas que é praticamente três vezes superior à taxa de inflação global não é sustentável. Neste contexto, é essencial que as empresas percebam a importância de ter um programa de saúde a longo prazo. Esta abordagem requer, no entanto, algum investimento inicial, o suporte da equipa de gestão de topo e uma análise rigorosa do que pode, ou não, ser aplicado junto de uma força de trabalho específica.”

“Há uma coisa que as empresas devem ter sempre presente: a promoção de um estilo de vida saudável junto dos seus colaboradores, tem como consequência a melhoria da sua produtividade, a redução dos períodos de ausência e o aumento do nível de envolvimento com a empresa e o seu trabalho.”

O estudo apresenta também informações sobre o aumento do custo dos cuidados médicos, comparativamente à inflação em cada mercado, bem como sobre as diferentes condições de saúde que assolaram os colaboradores em 2015, os respetivos custos e a frequência registada.

Europa
A Europa é a região que deverá registar os valores mais baixos em termos de inflação dos custos médicos, de acordo com as previsões, com uma percentagem de 7,8% em 2016, valor que compara com uma taxa de inflação média regional de 2,5%. A Rússia, a Lituânia e a Ucrânia deverão registar o maior aumento das despesas de saúde, com aumentos de 17,8%, 17,3% e 15% respetivamente. Os níveis de inflação mais reduzidos na área da saúde surgem em França (1,8%), Holanda (2,5%) e Itália (2,9%). Para Portugal está estimado um aumento dos custos de 4%, valor que abaixo de países como Espanha, Irlanda, Noruega, Suécia e Reino Unido com valores acima dos 5%.

Na Europa, na lista dos principais problemas em 2015, com base no custo total, o cancro surge como a causa principal (53%), seguindo-se as doenças osteomusculares (43%) e as doenças do sistema circulatório (41%). Além destas, a lista contempla ainda as doenças gastrointestinais como as mais frequentes. O estudo destaca ainda que os problemas de saúde relacionados com o stress estão a aumentar na Europa.

Ásia
Em toda esta região, em 2016, as despesas de saúde deverão aumentar 11,5%, uma percentagem bastante superior à taxa média de inflação regional de 2,1%. O maior aumento de custos deverá registar-se no Vietname (19,3%), na Malásia (17,3%) e na Indonésia (11,8%). As doenças do sistema circulatório (59%), o cancro (52%), os problemas respiratórios (46%) e as doenças gastrointestinais (46%) foram os principais problemas de saúde registados em 2015. Vale a pena sublinhar que, na Ásia, o papel do governo em mercados específicos tem um impacto significativo nos custos. Por exemplo, o Vietname antecipou a aplicação de uma legislação para aumentar o custo de alguns serviços hospitalares públicos e produtos em até 30%.

Américas (excluindo EUA1)
As estimativas apontam para um aumento dos custos no Canadá de 6% em 2016, num contexto de uma taxa de inflação de 1,3%. Em toda a América Latina, a inflação média na área da saúde é de 12,8%, uma percentagem que compara com uma taxa de inflação média local de 8%. O maior aumento das despesas deverá acontecer na Argentina (33,3%), seguida pelo Brasil (18,6%) e pelo México (11%). Tal como acontece na Europa, o cancro revelou ser o mais problema em termos de custos (82%). Seguem-se as doenças do sistema circulatório (68%), os problemas respiratórios (27%) e de obstetrícia e gravidez (27%). Na América Latina, os empregadores e as seguradoras procuram endereçar os riscos para a saúde e as alterações demográficas que estão a ser impactadas pela contínua inflação geral e, mais recentemente, por grandes flutuações cambiais.

As seguradoras foram ainda desafiadas a identificar os principais riscos relativamente às despesas de saúde no futuro. De uma forma global, as seguradoras nomearam dois grandes riscos causados por fatores metabólicos (pressão arterial elevada, colesterol) e má alimentação (obesidade, falta de atividade física). O terceiro riscos mais citado varia de região para região. Na Ásia, os riscos ambientais foram considerados um fator relevante, o tabaco foi mais mencionado na América latina, no Médio Oriente e em África. Na Europa, os problemas de saúde emocionais e mentais foram destacados como o terreiro maior risco no contexto dos planos médicos. 

“Logótipo humano”
Mais de uma centena de crianças, famílias e voluntários da APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil juntaram...

O Dia Mundial da Maçã assinalou-se pela primeira vez a 21 de outubro de 1990 em Londres e desde então tem sido comemorado um pouco por todo o mundo como data simbólica para organizações que se dedicam à promoção da saúde.

O provérbio “uma maçã por dia mantém o médico afastado” pode aplicar-se a todas as frutas, assegura Mário Silva, presidente da APCOI "porque a maçã e todas as outras frutas contêm vitaminas e outros nutrientes únicos e insubstituíveis, sendo por isso que a Organização Mundial de Saúde recomenda a ingestão de três porções de fruta por dia. Contudo, a realidade nacional é bem diferente, 7 em cada 10 crianças portuguesas não comem essa quantidade por dia."

Para combater este problema de saúde pública a APCOI lançou em 2011 o projeto “Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável” que em cinco edições já beneficiou mais de 236 mil crianças em todas as regiões do país.

Estudo
Mais de metade dos doentes com psoríase são seguidos no setor privado por falta de resposta do Serviço Nacional de Saúde,...

O estudo “Pessoa – viver com psoríase”, desenvolvido pela Faculdade de Farmácia de Lisboa e a Associação de doentes de psoríase, é o maior estudo epidemiológico alguma vez feito sobre a doença, pela dimensão da amostra (cerca de 600 doentes), pela abrangência geográfica (continente e ilhas) e pela abrangência dos domínios estudados – caracterização dos doentes, acesso aos cuidado de saúde, qualidade de vida dos doentes e os aspetos terapêuticos.

Segundo a investigadora que coordenou o estudo, Sofia Oliveira Martins, da Faculdade de Farmácia, este estudo surgiu da necessidade de se ter uma “fotografia desta população”, uma vez que havia muitos dados parciais sobre doentes de psoríase, mas não havia ainda dados globais.

E esta necessidade surgiu porque em 2016 a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou a visão sobre a psoríase e emitiu um ‘report’ especial, focando o facto de que a psoríase devia deixar de ser vista como doença da pele e passar a ser vista como doença sistémica, em que as principais manifestações são da pele, mas com muitas outras comorbilidades, nomeadamente cardíaca e depressão.

Na opinião da investigadora, este estudo nacional tem ainda a mais-valia de transmitir uma visão que é a reportada pelo próprio doente.

Entre as principais conclusões do estudo, a que Sofia Oliveira Martins mais destaca pela sua gravidade é a de que apesar de haver uma boa referenciação para diagnóstico - os doentes com facilidade tiveram acesso ao dermatologista para fazer diagnóstico – depois para serem seguidos, mais de 50% da amostra é seguida no setor privado.

De acordo com os dados do estudo, 51,9% são seguidos no privado, 27,4% nos hospitais públicos e 20,8% nos centros de saúde.

Uma das razões para isto acontecer, invocada pelos doentes, é que o SNS não dá resposta de todo para o seguimento para os casos de psoríase.

“Em termos de custos para o doente isto é extremamente gravoso”, até porque os medicamentos usados no público são diferentes do privado.

“Alguns medicamentos são só de uso hospitalar ao nível do SNS e aos quais, porque são tão caros, o doente do privado não tem acesso”, afirmou.

Trata-se de medicamentos mais inovadores e que abordam a doença na sua globalidade, ao contrário dos que são usados pela maioria da população inquirida e que são os aplicados na pele.

Em termos de impacto financeiro, cerca de 34% referem que gastam mais de 50 euros por consulta e quase 70% gastam pelo menos 43 euros por mês em medicamentos.

A estes valores acrescem os custos com as deslocações, que podem ir dos 5 euros até mais de 20 euros.

Outra conclusão que saltou à vista foi que apesar de a maior parte dos doentes estarem tratados, mais de metade continua a ter sintomas quase todos os dias, ou seja o seguimento que é feito não permite ao doente deixar de lidar diariamente com os sintomas.

O impacto na qualidade de vida dos doentes é outro dos aspetos dominantes, sobretudo na componente dor e mau estar e ansiedade e depressão.

Com este estudo, que vai ser hoje apresentado na Assembleia da República, a investigadora pretende influenciar os decisores políticos no sentido de tentar mudar o acesso aos cuidados de saúde do SNS, alertando para que se trata de uma doença crónica que não tem cura, sendo pois “fundamental que os doentes possam ter acesso a este sistema para que possam ser tratados”.

O segundo passo a ser dado é o de sensibilizar os doentes e a população em geral para que “a psoríase não é uma doença de pele, é uma doença sistémica que tem que ser tratada como tal, uma doença do organismo todo, do sistema imune, autoimune, e que tem que ser tratada como um todo e não apenas como dermatológica”.

Na opinião de Sofia Oliveira Martins é importante também sensibilizar a própria comunidade clínica, não os dermatologistas que o sabem, mas os médicos de medicina geral e familiar, no sentido, por exemplo, das comorbilidades, em que “cerca de 30% da população tem depressão, outro tanto hipertensão, artrite psoriática”.

A investigadora diz querer mudar o paradigma, da mesma forma que a Organização Mundial da Saúde o fez, mas baseado em dados nacionais.

Estudo
Portugal apresenta as maiores discrepâncias entre as mulheres e os homens que reportam sintomas de depressão num estudo europeu...

São mais de 30% as mulheres portuguesas que reportam sintomas depressivos, a maior percentagem registada nos países avaliados, enquanto nos homens a percentagem é menor do que 16%.

“Em todos os países estudados, as mulheres reportaram mais sintomas de depressão do que os homens”, refere o estudo “European Social Survey”, mas as maiores diferenças foram registadas em Portugal, na Polónia, Espanha e Alemanha.

Este inquérito europeu sobre a saúde física e mental avaliou a perceção do estado da saúde em geral, onde também a percentagem de mulheres que consideram as suas condições de saúde como más e muito más é superior à dos homens.

As mulheres espanholas foram as que mais consideraram as suas condições de saúde como más e muito más, seguidas pelas mulheres húngaras. Os valores mais baixos correspondem aos homens irlandeses e aos homens suíços.

O estudo tentou ainda avaliar como são analisadas ou explicadas as desigualdades na saúde.

Em Portugal, as desigualdades são sobretudo explicadas por fatores referentes às condições de habitação, seguindo-se os fatores ocupacionais (como a situação laboral) e comportamentais (hábitos tabágicos, consumo de álcool ou atividade física).

Aliás, em todo o estudo se verificou que as desigualdades na saúde são menos explicadas por fatores comportamentais e mais por fatores ocupacionais e pelas condições de habitação.

O “European Social Survey” , feito com base em dados recolhidos em 2014 e 2015, conclui que a promoção de estilos de vida saudáveis por si só não é suficiente para reduzir problemas de saúde, devendo a estratégia passar por melhorar as condições físicas de trabalho e melhorar as políticas de distribuição do rendimento.

Estudo
Portugal tem a mais baixa percentagem de pessoas que praticam exercício físico frequentemente num conjunto de 21 países europeus.

O “European Social Survey”, que analisa as atitudes quanto à saúde física e mental em 21 países, mostra que apenas 13,1% dos homens portugueses e 11,5% das mulheres praticam exercício físico com frequência.

Portugal e a Hungria surgem como os países com menos praticantes regulares de atividade física frequente (realizada três a quatro vezes por semana). No caso da Hungria são quase 15% os homens que praticam exercício com frequência, percentagem que desce para 10,5% nas mulheres.

Os dados do estudo europeu, recolhidos em 2014 e 2015, exibem a Finlândia, a Noruega, a Suécia e a Irlanda como países com os melhores indicadores no exercício físico praticado por ambos os sexos.

Ainda na análise aos fatores comportamentais em Portugal, o país destaca-se pela elevada percentagem de homens (41,4%) que fumam mais do que 20 cigarros diários. Pelo contrário, apresenta também o mais baixo valor dos 21 países relativamente às mulheres fumadoras (14,7%).

Portugal mostra ainda a maior percentagem de homens que consomem álcool mais do que uma vez por semana (47,5%). Nas mulheres esse valor baixa para os 15,3%.

Já no consumo de fruta e vegetais pelo menos uma vez por semana Portugal surge destacado positivamente, com a maior percentagem de mulheres (82,7%) e de homens (76,2%) do conjunto dos 21 países analisados.

Em Portugal, o “European Social Survey” é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e é realizado por um consórcio constituído pelo Instituto de Ciências Sociais, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE).

Estudo
A gravidez em jovens entre os 12 e os 24 anos duplica o risco de AVC até seis semanas após o parto, em comparação com as da...

Segundo o estudo, publicado na revista médica JAMA Neurology, a gravidez entre os 35 e os 45 anos não parece aumentar o Acidente Vascular Cerebral (AVC) em comparação com as mulheres da mesma idade e o risco é reduzido para mulheres entre os 46 e os 55 anos.

Os autores analisaram os casos de 19.146 mulheres que foram hospitalizadas devido a um AVC entre 2003 e 2013 no estado de Nova Iorque, Estados Unidos, das quais 797 (4,2%) estavam grávida ou tinham dado à luza.

O estudo refere também que a taxa de mortalidade devido a AVC foi menor entre todas as mulheres grávidas em comparação com as que não esperavam crianças.

Formação
Profissionais de saúde de seis hospitais públicos vão receber 20 bolsas de formação avançada em cuidados paliativos pediátricos...

“Nós consideramos que é muito importante existir formação especializada nesta área” para apoiar as mais de 6.000 crianças e jovens com necessidades paliativas em Portugal, disse hoje à agência Lusa a presidente da associação Bibi Sattar.

Por outro lado, “é necessário” que os profissionais de saúde que decidem especializarem-se e criar equipas especializadas nessa área “adquiram conhecimentos para que possam desempenhar esse papel da melhor forma possível”, adiantou Bibi Sattar.

Foi nesse sentido que a associação decidiu atribuir bolsas de formação avançada na pós-graduação de cuidados paliativos pediátricos a profissionais de saúde dos seis hospitais, que foram selecionados “com base na sua experiência profissional, área de atuação e motivação”.

Para esse efeito, “fizemos um protocolo com a Universidade católica Portuguesa e assinámos um protocolo com seis hospitais de referência pediátrica para que em conjunto possamos contribuir para a constituição das equipas intra-hospitalares nesses hospitais”, que serão formadas por um pediatra, um psicólogo, um enfermeiro e um assistente social.

Os hospitais envolvidos são o Centro Hospitalar Lisboa Central (Hospital D. Estefânia), Centro Hospitalar Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria), Hospital Garcia de Orta, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar do Porto – Centro Materno-Infantil e o Centro Hospitalar S. João.

“Esta formação [que começa na sexta-feira] irá permitir o desenvolvimento da área dos cuidados paliativos pediátricos no nosso país, segundo os objetivos e os princípios consagrados na Lei de Base de Cuidados Paliativos”, como a promoção das competências técnicas dos profissionais que prestam cuidados a crianças com doenças limitantes e ameaçadoras de vida”, salientou Bibi Sattar.

Para a pediatra oncologista Ana Lacerda, a “falta de sensibilização e formação básica e especializada dos profissionais de saúde, a escassez de apoios domiciliários especializados e a heterogeneidade dos diagnósticos, são algumas das barreiras para a prestação destes cuidados em Portugal”.

Bibi Sattar lembra que Portugal é considerado “um dos países que apresenta menos desenvolvimentos na área dos cuidados paliativos pediátricos”.

“Felizmente começam a observar-se alguns avanços”, nomeadamente a inauguração este ano da primeira unidade de cuidados paliativos no norte do país, “mas ainda há muito trabalho por fazer”.

A atribuição das bolsas de formação enquadra-se no projeto da aTTitude “Vamos Cuidar - Cuidados Paliativos Pediátricos”, lançado em 2015 e pioneiro em Portugal, que teve como primeiro objetivo o desenvolvimento da plataforma online “Cuidando Juntos” – www.cuidandojuntos.org.pt.

Sindicato dos Enfermeiros
O reforço de verba inscrita no Orçamento do Estado para a Saúde é “extremamente insuficiente” e não prevê reposição do valor...

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) afirmou hoje à Lusa que o Orçamento do Estado para 2017 traz muito poucas novidades e medidas insuficientes, quer para a função pública em geral, quer, em particular, para os profissionais de saúde.

Este orçamento tem um “sentido positivo, que é o de repor rendimentos e direito sociais, contudo as medidas são extremamente insuficientes para a função pública, onde não há descongelamento de escalões e onde não há aumentos salariais”.

Na opinião do presidente do SEP, José Carlos Martins, o orçamento traz uma “novidade muito negativa” para os enfermeiros e para os outros profissionais de saúde, que é a “não reposição das horas de qualidade e das horas noturnas”, o valor das horas feitas durante as tardes, os fins-de-semana e as noites.

“Portanto, o que vamos exigir na próxima reunião do Ministério da Saúde, no dia 3 de novembro, é que sejam adotadas medidas que reponham o valor integral das horas de qualidade e que continuem a admitir os enfermeiros necessários”, adiantou o responsável.

José Carlos Martins garante que, caso isso não venha a acontecer, o sindicato vai “desenvolver um plano de exigência de pagamento maciço do trabalho extraordinário que está a ser realizado” e vai elaborar um plano nacional “de denúncia e exigência, pelas regiões”.

Contudo, o dirigente sindical mantém a esperança de que no debate da especialidade haja mais dinheiro adstrito ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Trezentos milhões é extremamente insuficiente, e esperemos que estes problemas dos enfermeiros sejam resolvidos com este orçamento”, afirma, considerando que o único aspeto “positivo” diz respeito a cerca de 2.500 enfermeiros e “tem a ver com o pagamento dos incentivos financeiros aos enfermeiros das USF modelo B”.

“Esta lei do orçamento traz uma norma que resolve este problema para o futuro, mas quanto ao pagamento dos incentivos de 2015, também teremos que ver com o Ministério da Saúde no dia 3 de novembro”, acrescentou.

O dirigente sindical recorda que houve “dois mil milhões cortados no tempo da troika”, pelo que considera que seria bom, no mínimo, repor “pelo menos mil milhões”, pois “300 milhões é muito pouco”.

 

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