18 e 19 de Novembro
A 3ª edição do Thoracic Aorta Lisbon Symposium (TALS 2016) realiza-se nos próximos dias 18 e 19 de Novembro e conta com a...

Organizado pelo cirurgião Álvaro Laranjeira Santos, a edição deste ano é subordinada ao tema “A interdisciplinariedade é uma das chaves para o futuro da medicina cardiovascular” e conta com a “apresentação, discussão e debate de diversos casos clínicos e indicações relevantes no quadro da gestão do risco cardiovascular da população portuguesa”.

O evento contará ainda, à margem, com um simpósio satélite dedicado a uma doença genética rara – Síndrome de Marfan – que afeta cerca de 1 em cada 5000 pessoas em Portugal.

Ainda pouco conhecida, a Síndrome de Marfan é uma doença do tecido conjuntivo, que apresenta um quadro clínico muito variável e por vezes de difícil diagnóstico.

No entanto, os problemas cardiovasculares estão presentes na maioria do casos, sendo a lesão da aorta a principal manifestação.

 

 

 

17 de Novembro - Dia Mundial do Não Fumador
O tabagismo diminui em 10 anos a esperança média de vida! Em cada 100 portugueses, 25 são fumadores, o que significa que um...

O hábito de fumar prejudica não só os que fumam mas também os fumadores passivos, nomeadamente as crianças. No Dia Mundial do Não Fumador, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia saúda aqueles que se abstêm da prática deste hábito e insta os fumadores a fazê-lo usando locais em que não prejudiquem os não fumadores.

Se não fuma então pode considerar-se em vantagem! Os não fumadores apresentam uma menor prevalência dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, nomeadamente, hipertensão arterial, tolerância ao esforço reduzida, promoção da coagulação sanguínea, e redução dos níveis de colesterol HDL (vulgarmente designado por colesterol bom).

Os efeitos do tabaco no sistema cardiovascular são muito nocivos e promovem a perda de elasticidade das paredes arteriais, pela acumulação de placas de colesterol no interior das artérias. Esta obstrução resulta numa diminuição do volume da irrigação sanguínea. Este fenómeno está, também, associado a um aumento do risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Enfarte do Miocárdio (EM).

Assim, neste dia, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia relembra os benefícios de não fumar. Se não fumar o seu corpo agradece-lhe! Usufruirá de vários benefícios, como:

-Oxigenação adequada do seu organismo mesmo em situação de esforço físico;
-Maior tolerância ao esforço, com aparecimento mais tardio de cansaço ou de falta de ar;
-Maior energia e vitalidade;
-Menos sintomas respiratórios como tosse matinal, expetoração, pieira e infeções pulmonares;
-Cabelos e pele mais jovens.
-Menos cancro da mucosa da boca, lábios. laringe, pulmão e bexiga.

Atendendo aos estilos de vida vulgarmente praticados pelos portugueses, onde o contacto de jovens com tabaco é comum, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia lança o desafio de interromper ou não iniciar hábitos tabágicos. Os que nunca fumaram e os ex-fumadores devem fazer valer os seus direitos e protegerem-se para não serem fumadores passivos.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou 11 processos em restaurantes de 'fast food' e apreendeu...

A operação, em todo o país, aconteceu no fim do mês passado e resultou num processo-crime e dez de contraordenação, especificou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em comunicado.

Foram inspecionados 117 operadores económicos, estabelecimentos de restauração e bebidas, abertos após as 22 horas e, de preferência, com serviço de 'drive in'.

Entre o material apreendido, a ASAE destaca alimentos e material de rádio, tv e de reprodução de imagens.

No Avepark
Portugal vai ter um centro de investigação de "excelência europeu" na área de Medicina Regenerativa e Precisão, um...

O The Discoveries Centre, que terá sede no Avepark - Parque de Ciência e Tecnologia das Caldas das Taipas, em Guimarães, e campi no Porto, Aveiro e Lisboa e um campus de suporte no centro de Londres, "pretende focar-se em investigação multidisciplinar, que será traduzida em métodos inovadores a serem aplicados na prevenção e no tratamento de doenças músculo-esqueléticas, neurodegenerativas e cardiovasculares", explica a Universidade do Minho (UMinho) em comunicado.

O novo centro, o único em Portugal selecionado pela Comissão Europeia que investirá 150 ME na criação de 10 projetos similares na Europa, resulta de uma parceria entre cinco universidades portuguesas (Minho, Porto, Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa) e a University College London (Reino Unido), "considerada uma das melhores da Europa e líder mundial em Ciências e Tecnologias da Saúde", explana o texto.

Segundo a UMinho, "a criação do The Discoveries Centre for Regenerative and Precision Medicine deverá ter um efeito estruturante na ciência portuguesa, podendo dar origem muito rapidamente ao maior e mais produtivo centro de investigação baseado em Portugal" sendo que "deverá também ter condições únicas para atrair talento científico internacional".

Além disso, aponta referido comunicado, o novo projeto "irá contribuir para o aumento da competitividade do setor da biomedicina e irá estimular, de forma geral, o emprego científico altamente qualificado e o crescimento económico a vários níveis".

O projeto conta, para além dos 15 milhões de euros de financiamento direto da Comissão Europeia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRs) do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo, prevendo-se que o investimento total na instalação do novo centro possa aproximar-se, nos próximos sete anos, dos 100 milhões de euros, a que acrescerão as verbas próprias conseguidas em concursos e contratos pelos investigadores afetos ao novo centro.

A sede do centro, informa a instituição minhota, "será uma nova infraestrutura, que faz parte do Roteiro Nacional de Infraestruturas Científicas promovido pela FCT, denominado TERM Research Hub, que corresponde a um investimento adicional de cerca de 11 milhões de euros a ser assegurado pela CCDR-N e pela FCT".

A TERM Research Hub, lê-se, "será uma das maiores e mais produtivas Hubs de investigação da Europa em engenharia de tecidos humanos, medicina regenerativa, biomateriais e células estaminais" e compreenderá o edifício atual do grupo 3B's da UMinho, que também é sede do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, bem como um novo edifício denominado Instituto Cidade de Guimarães, a instalar numa parceria com a Câmara Municipal de Guimarães.

A proposta é coordenada cientificamente por Rui L. Reis, que é atualmente o presidente mundial da TERMIS - Tissue Engineering and Regenerative Medicine International Society e CEO do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, estando envolvidos na preparação do novo centro de excelência alguns dos principais centros de investigação portugueses e dezenas de cientistas de renome, destacando-se o grupo 3B's e o ICVS (membros do ICVS/3B's) da UMinho, o IBB da Universidade de Lisboa, o IMM da Universidade de Lisboa, o INESC-ID e INESC-MN da Universidade de Lisboa, o CEDOC e IBET da UNLisboa, o I3S da Universidade do Porto e o CICECO e iBiMED da Universidade de Aveiro.

Pela parte da UCL, estão envolvidos o Eastman Dental Institute and Hopsital, National Hospital for Neurology and Neurosurgery and Institute of Neurology, School of Pharmacy, School of Engineering, UCL Insitute of Biomedical Engineering, UCL Hospitals, UCL Enterprise, UCL Business e Translational Research Office.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde revelou hoje que, a partir do próximo ano, os gestores hospitalares que não cumpram os contratos programas...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da comissão parlamentar conjunta do Orçamento e da Saúde, que hoje debateu na especialidade o Orçamento do Estado para 2017.

Segundo o ministro, os gestores hospitalares são os primeiros a defenderem uma avaliação “independente e idónea” ao seu desempenho, a qual deverá arrancar no próximo ano.

Questionado sobre o que acontecerá se o trabalho do gestor hospitalar não for considerado correto, o ministro disse que este será afastado.

No final de um debate que demorou mais de cinco horas, o ministro pormenorizou sobre o programa de reequipamento hospitalar que avançará em 2017 e que deverá levar à substituição de dezenas de equipamentos, nomeadamente biomédicos e tecnológicos.

Para tal, deverão ser despendidos verbas de 70 a 80 milhões de euros por ano, durante os próximos três anos.

Sem este investimento, afirmou, não é possível um Serviço Nacional de Saúde (SNS) atrativo e moderno.

Em relação à proposta do Bloco de Esquerda de atribuir gratuitamente os medicamentos genéricos aos idosos que usufruem de complemento solidário para idosos, o ministro disse que a mesma terá de ser “ponderada”.

Bastonário diz
O bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses defendeu hoje que os profissionais que prestam declarações públicas têm que...

“Há uma responsabilidade muito grande dos psicólogos que prestam declarações públicas, que têm que ter consciência do significado das suas declarações e do impacto que podem ter até para o grande público”, disse Telmo Mourinho Baptista, a propósito das declarações da psicóloga Maria José Vilaça sobre a homossexualidade.

A presidente da Associação de Psicólogos Católicos, que acompanha famílias e pais, salientou que para se aceitar um filho homossexual não é preciso aceitar a homossexualidade: "Eu aceito o meu filho, amo-o se calhar até mais, porque sei que ele vive de uma forma que eu sei que não é natural e que o faz sofrer. É como ter um filho toxicodependente, não vou dizer que é bom".

As declarações de Maria José Vilaça levaram à apresentação de dezenas de queixas à Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), que participou os factos ao Conselho Jurisdicional da Ordem, para que seja aberto um inquérito.

“Aquilo que estamos a fazer é aquilo que faríamos em qualquer situação onde há queixas face a um psicólogo e, por isso, remetemos” a situação para o órgão competente, para “averiguar e ter a oportunidade de ouvir as partes, tanto a pessoa alvo de queixa, como os queixosos”, explicou o bastonário.

Telmo Mourinho Baptista reiterou que os profissionais têm que ter “uma grande consciência” e “uma grande preocupação” com as declarações que proferem publicamente.

“A passagem para os Media de uma posição, enquanto profissional, tem consequências”, que muitas vezes são amplificadas, advertiu.

Por isso, não devem fazer “generalizações abusivas”, nem comentar casos que muitas vezes desconhecem, uma prática proibida pelo Código Deontológico, disse o bastonário que falava a propósito da Casa dos Psicólogos, que será inaugurada na terça-feira.

Falando sobre a nova sede da OPP, na Avenida Fontes Pereira de Melo, Telmo Mourinho Baptista disse que é a realização de “um desejo de longa data”, de ter um espaço que permita “ter melhores condições de trabalho”.

A Casa dos Psicólogos conta com vários espaços para formação em permanência e um auditório com programação própria.

“Vamos ter salas para formação, salas de reunião”, o que permitirá aumentar a atividade da ordem e ter “uma oferta” de “mais serviços, mais qualidade e mais eventos” para os psicólogos, disse o bastonário.

A cerimónia de inauguração conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, uma presença, segundo o bastonário, de “grande significado”, porque é “o reconhecimento da importância que os psicólogos têm na sociedade portuguesa”.

Alimentação equilibrada
Hoje, dia 14 de Novembro, assinala-se o Dia Mundial da Diabetes, com o objetivo de sensibilizar a po

A Diabetes é uma doença crónica não transmissível que surge quando o corpo não consegue produzir insulina em quantidades suficientes ou quando não consegue utilizar a insulina adequadamente. A insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas e é responsável por transportar o açúcar (ou glucose) que se encontra na corrente sanguínea para o interior das células, que vão transformar o açúcar em energia.

Quando a insulina não desempenha esta função, o açúcar permanece na corrente sanguínea, o que se traduz em níveis elevados de açúcar no sangue, ou seja, hiperglicemia.

A hiperglicemia e os picos e flutuações dos níveis de açúcar sanguíneo têm consequências negativas para a saúde e para o bom funcionamento do organismo, nomeadamente a nível cardiovascular, renal e oftalmológico.

Principais tipos de Diabetes:

·         Diabetes tipo 1 – o corpo não produz insulina em quantidades suficientes, por causas auto imunes

·         Diabetes tipo 2 –o corpo é capaz de produzir insulina, mas por mecanismos de resistência celular, a insulina não é eficaz.

·         Diabetes gestacional

A Diabetes é uma importante preocupação a nível de saúde, que afeta cerca de 415 milhões de adultos e estima-se que a prevalência desta patologia aumente para 642 milhões de adultos em 2040. Além disso, é o terceiro fator de risco de morte prematura.

Contudo, maioria dos casos de Diabetes está associada a fatores comportamentais e ao estilo de vida, o que quer dizer que pode se prevenida com um modo de vida saudável, ativo e caracterizado por escolhas alimentares saudáveis e equilibradas.

Prevenção

A nível individual, a Diabetes é passível de ser prevenida com a prática regular de atividade física e uma alimentação equilibrada:

- Polifracionada

- Rica em produtos frescos e de origem vegetal, como os hortícolas, as frutas, frutos secos e as leguminosas

- Moderada em alimentos de origem animal,

- Que privilegia a água como bebida de eleição,

- Que utiliza o azeite virgem extra como principal gordura,

- Pobre em alimentos processados

- Pobre em alimentos ricos em açúcar adicionado, sal e gorduras trans e saturadas

- Que elege métodos de confeção simples e que preservam os nutrientes

- A adoção de um estilo de vida e de comportamentos saudáveis pode prevenir ou atrasar o aparecimento de 70% dos casos de Diabetes.

Vigilância

O número de casos de pessoas com Diabetes é muito elevado e estima-se que este número continue a aumentar. Além da prevenção é essencial a vigilância de forma a identificar os casos de Diabetes e, consequentemente, com os devidos cuidados, modificar o curso desta doença reduzindo futuras complicações de saúde.

 1 em cada 2 pessoas com diabetes não está diagnosticada e, muitas pessoas que não sabem que têm Diabetes tipo 2, só são diagnosticadas quando já apresentam outros fatores de risco e complicações.

Em vários países, a Diabetes é a principal causa de cegueira, doenças cardiovasculares, falência renal e amputação dos membros inferiores.

Estima-se ainda que 1/3 dos diabéticos poderão desenvolver retinopatia diabética

Os números são alarmantes e são uma séria preocupação de saúde pública.

As boas notícias é que a Diabetes tipo 2 é passível de ser prevenida e o seu aparecimento atrasado através da adoção de um estilo de vida saudável. Além disso, e o curso da doença pode ser gerido e os seus riscos para a saúde minimizados.  

Vamos ficar de olho na Diabetes!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministro da Saúde
O ministro da Saúde garantiu hoje que, a partir de 2017, nenhum cidadão ficará sem um exame médico em tempo útil, dentro ou...

Adalberto Campos Fernandes falava em resposta aos deputados das comissões parlamentares do Orçamento e da Saúde, onde está a ser debatido na especialidade o Orçamento do Estado para 2017.

Segundo o ministro, até ao final deste ano deverá ser publicada a portaria que regula os Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG) que deverá, pela primeira vez, contemplar os meios de diagnóstico e terapêutica.

Os hospitais ficarão responsabilizados pela realização dos exames e, no caso em que não os assegurem em tempo útil, deverão garantir que os mesmos se realizem, dento ou fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a custas do hospital do utente.

“Não poderá haver em Portugal uma pessoa que, tendo a indicação para fazer um exame, que pode ser determinante para o seu futuro, deixe de fazê-lo, dentro ou fora do SNS, ficando a cargo do hospital que gerou a lista de espera”, disse o ministro.

No próximo ano
Controlo apertado depois de terem sido detetados casos de tratamentos "excessivamente prolongados".

A partir do início do próximo ano, a ADSE (o subsistema de saúde dos funcionários e aposentados do Estado) vai impor limites às sessões de fisioterapia que cada beneficiário pode fazer anualmente e obrigar à apresentação de “informação clínica” antes da realização dos tratamentos que ultrapassarem determinado número, ainda não fixado.

A medida surge depois de os serviços da ADSE terem identificado situações de faturação de “tratamentos excessivamente prolongados” em Medicina Física e Reabilitação e detetado aparentes ilegalidades em entidades convencionadas, como foi anunciado na newsletter de Outubro do subsistema.

Assim, foi decidido “reformular a tabela e as regras aplicáveis” à valência de Medicina Física e Reabilitação, “obrigando à existência de uma informação clínica prévia à realização do tratamento proposto” e à definição de "limites máximos para o número de sessões realizadas anualmente” por cada beneficiário. Estes limites “só poderão ser ultrapassados mediante uma autorização prévia” da "médica especialista da direção clínica da ADSE", acrescenta-se.

São “novas regras (agregadas à tabela)” que vão ser introduzidas “a partir de Janeiro ou Fevereiro do próximo ano”, de forma a “permitir um maior controlo da utilização por parte dos nosso serviços”, explicou, em resposta enviada por mail ao jornal Público, o diretor-geral da ADSE, Carlos Liberato Baptista.“Os limites máximos a estabelecer ainda estão em estudo e portanto ainda não estão definidos”, precisou ainda o responsável.

Em 2015, os encargos da ADSE com tratamentos de Medicina física e Reabilitação dispararam, atingindo cerca de 22 milhões de euros, mais 9,7% do que no ano anterior. Foi no regime não convencionado que a despesa com as sessões de fisioterapia mais cresceu. O número de beneficiários utilizadores destes tratamentos aumentou também de forma significativa, ascendendo a mais de 90 mil pessoas.

As mudanças surgem numa altura em que está em discussão pública a alteração do regime jurídico da ADSE, que deverá passar a ser um instituto público.

Apifarma
Proposta foi apresentada pelos responsáveis da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica no Parlamento.

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) quer que 10% da receita obtida com o imposto sobre o tabaco seja canalizada para financiar a inovação no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Um montante que rondaria os 150 milhões de euros já no próximo ano. 

Depois de ter sido apresentada na semana passada aos grupos com assento parlamentar e na Comissão da Saúde da Assembleia da República, a proposta vai ser dada a conhecer nesta segunda-feira no Conselho Estratégico da Saúde, o órgão consultivo da CIP (Confederação Empresarial de Portugal) que reúne as principais federações e associações do sector. Os responsáveis da Apifarma querem que esta proposta seja ainda incluída na discussão na especialidade do Orçamento do Estado (OE) para 2017.

O que a Apifarma sugere é a consignação de 10% das receitas do imposto sobre o tabaco a um fundo para a inovação terapêutica no SNS, que funcionaria como uma “almofada financeira para a introdução de medicamentos inovadores”, explicou ao jornal Público o deputado do Bloco de Esquerda e vice-presidente da Comissão Parlamentar da Saúde, Moisés Ferreira. “É uma atitude proactiva nesta altura da discussão do Orçamento do Estado na especialidade”, disse.

O objetivo da proposta é reforçar a dotação do SNS que, este ano, “teve um orçamento inferior ao do ano anterior”, destacou o vice-presidente da bancada do PSD e também membro da Comissão da Saúde, Miguel Santos. Uma redução que, alega, se está a refletir no “aumento da dívida” do SNS e que está a ter igualmente impacto na introdução de fármacos inovadores nos hospitais públicos.

Este será também, acrescentou Miguel Santos, “um bom ponto de partida” para a criação de uma lei de bases que permita que o SNS possa ter uma gestão financeira plurianual, como se fez com a Segurança Social há alguns anos. Miguel Santos acentua que o ritmo de entrada de medicamentos inovadores em Portugal se encontra “no nível mais baixo” dos últimos anos e que há neste momento “uma pressão muito grande, sobretudo dos oncologistas”, para a introdução de novos fármacos.

Receitas de 1,5 mil milhões
Esta proposta surge numa altura em que a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) defende que a indústria farmacêutica passe a suportar os custos dos medicamentos que não têm o sucesso terapêutico esperado. Mas, para isso, é preciso que os resultados dos tratamentos sejam devidamente monitorizados pelas unidades de saúde.

Este foi um dos temas discutidos no VII Fórum do Medicamento, que se realizou na sexta-feira em Lisboa. "Hoje em dia, não faz sentido que o doente não tenha informação sobre o sucesso de determinado tratamento em cada hospital", disse ao Jornal de Notícias o presidente da APAH, Alexandre Lourenço. Estes resultados, frisou, devem refletir não só a sobrevivência mas também a qualidade de vida proporcionada ao doente.

A receita dos impostos sobre o tabaco tem oscilado ao longo dos últimos anos, mas, se as previsões se confirmarem, em 2016 vai ultrapassar os 1,5 mil milhões de euros. Este ano, e como o OE apenas entrou em vigor no final de Abril, as tabaqueiras aguardaram pelo primeiro trimestre para introduzirem o novo tabaco, em vez de o fazerem no final do ano anterior, como é habitual. Consequência: no primeiro trimestre deste ano, a receita mais do que duplicou.

Para 2016, o Governo orçamentou uma receita de 1514 milhões de euros com os impostos sobre o tabaco. Até Agosto, já tinham sido encaixados 884,5 milhões de euros.

Criado em 2014, o Conselho Estratégico da Saúde da CIP assume-se como “parceiro na discussão e construção do futuro da saúde em Portugal”. As associações que integram este órgão consultivo da CIP representam mais de cinco mil empresas a operar em Portugal.

Estudo
Filhos de mães que fumaram durante a gravidez e crianças que não tomam o pequeno-almoço ou que dormem mal têm maior...

Já se sabia que filhos de mães obesas ou com excesso de peso são mais propensos a terem peso a mais, provavelmente por causa do estilo de vida, mas também pela predisposição genética para ganhar peso, explica professora Yvonne Kelly, líder do estudo em causa.

A investigação da Universidade College London mostra que padrões irregulares de sono e a supressão de refeições importantes podem influenciar o ganho de peso pelo aumento do apetite e pelo consumo de alimentos energéticos, escreve o Sapo.

O estudo, publicado no jornal científico “Pediatrics”, é o primeiro no Reino Unido a observar os padrões de desenvolvimento do índice de massa corporal (IMC) nos primeiros dez anos de vida. Os dados foram recolhidos quando as crianças tinham 3, 5, 7 e 11 anos.

A obesidade é um problema grave que afeta cada vez mais crianças e adolescentes, com impactos no bem-estar psicossocial e físico.

Um estudo sobre obesidade em crianças do primeiro ciclo concluiu que Portugal é um dos países com maior prevalência do problema, entre 17 países europeus, indica Ana Rito, investigadora do sistema de vigilância europeu da Organização Mundial de Saúde. A obesidade afeta 14,6% das crianças portuguesas com idades entre os 6 e os 9 anos e 21% apresentam sinais de pré-obesidade, indica o último estudo conhecido do Sistema de Vigilância Nutricional Infantil (COSI Portugal) realizado em 2010.

Um ano depois
Um ano após a entrada em vigor do decreto-lei que regulamenta a publicidade em saúde, há menos denúncias, mas continuam a...

As Ordens dos Nutricionistas e dos Médicos Dentistas dizem que continuam a receber queixas. Publicidade a suplementos alimentares, produtos dietéticos milagrosos, consultas médicas gratuitas, cartões de desconto ou promoções em serviços de saúde - continuam a ser as principais queixas de violações da lei.

O decreto que estabelece o regime jurídico a que deve obedecer a publicidade em saúde foi publicado a 1 de novembro e desde então a Entidade Reguladora da Saúde investigou cerca de 90 campanhas publicitárias. 30 deram origem a processos de avaliação e 20 a processos contraordenacionais. Sendo que destes 20, a maior parte ainda se encontram em instrução, escreve a TSF.

A bastonária da ordem dos Nutricionistas confirma que há melhorias, mas continuam a existir incumprimentos e Alexandra Bento dá alguns exemplos. "Continua a haver publicidade a serviços com promessas de emagrecimento. Há pessoas e empresas que investem em produtos que dizem ser milagrosos e na maioria são enganadores".

Uma ideia partilhada pelo Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.

"Desde anúncios de efeitos miraculosos, medicamentos, promoções... Há várias situações que não têm tido a devida resposta por parte da ERS".

A Ordem dos Nutricionistas defende que a Entidade Reguladora da Saúde devia ter uma atitude mais pró-ativa. O bastonário dos Médicos Dentistas vai mais longe. "Pouco mudou, temos legislação mas não é aplicada por falta de regulamentação. A ERS tem-se revelado incompetente."

Orlando Monteiro da Silva acrescenta que o Conselho Consultivo da ERS aprovou há cerca de quatro meses um regulamento relativo à lei da publicidade enganosa, mas este ainda não saiu do papel.

De acordo com dados da ERS, entre as cerca de 90 campanhas investigadas, em muitos casos a publicidade foi corrigida de forma voluntária.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes - International Diabetes Federation, até 70% dos casos de diabetes tipo 2...

Neste contexto e no âmbito do Dia Mundial da Diabetes que se comemora hoje, a International Diabetes Federation (IDF), em parceria com a International Sweeteners Association (ISA - Associação Internacional dos Edulcorantes) - acaba de lançar a campanha “Olhos na Diabetes” com o objetivo de aumentar a sensibilização e prevenção no diz respeito à diabetes através da ativação e preparação de materiais, que contam também com o valioso apoio cientifico da Rede Europeia dos Especialistas em Dietética e Nutrição para a diabetes da Federação Europeia das Associações de Dietistas.

Ao adotar este ano a temática “Olhos na Diabetes”1, que promove a importância do rastreio no diagnóstico precoce e tratamento da diabetes tipo 2, a fim de reduzir o risco de complicações graves, como a retinopatia, a ISA desenvolveu um programa integrado on-line que comunica a importância de uma alimentação equilibrada e de um estilo de vida saudável e os valores de como começar com pequenos passos pode contribuir para uma vida mais saudável para prevenir, ou controlar a diabetes tipo 2 e as suas complicações.

O âmago deste programa de atividade consiste numa infografia dinâmica e num vídeo, que sob o tema geral “É fácil começar com um simples passo!” explicam a importância de através de pequenas opções que fazemos na nossa vida quotidiana se pode contribuir para uma vida mais saudável com diabetes sem complicações. O objetivo principal desta campanha on-line da ISA é também abordar de forma criativa e informativa os principais fatores de saúde relacionados com o modo de vida e as orientações dietéticas para as pessoas com diabetes2, incluindo o papel que os edulcorantes sem ou de baixas calorias podem desempenhar para ajudar a gerir os níveis de glicose no sangue, enquanto opção segura para desfrutar de um sabor doce sem calorias e, mais importante, sem afetar a glicose no sangue e a insulina3.

De acordo com Aimilia Papakonstantinou, Professora de Nutrição e Metabolismo na Universidade Agrícola de Atenas, na Grécia, e Presidente da Rede Europeia dos Especialistas em Dietética e Nutrição para a diabetes da Federação Europeia das Associações de Dietistas, revelou: “Temos boas notícias para partilhar: a diabetes tipo 2 pode ser prevenida ou até mesma revertida se diagnosticada numa fase precoce e, se for adotado um estilo de vida saudável, incluindo alterações alimentares.

“Os dietistas têm um papel fundamental a desempenhar na educação das pessoas, de como seguir as orientações dietéticas e no desenvolvimento de um programa de terapia de nutrição individualizada para pessoas com diabetes.” , concluiu.

Cinco passos para uma vida saudável com diabetes

Tanto a infografia como o vídeo seguem a história dos 5 passos simples para uma vida mais saudável com diabetes e fornecem informações cientificamente comprovadas sobre recomendações dietéticas e a adoção de um estilo de vida saudável para pessoas com diabetes tipo 2. Mais especificamente, estes 5 passos incluem:

1. Hábitos alimentares mais saudáveis
2. Ser mais ativo
3. Monitorizar a ingestão de hidratos de carbonos e reduzir o consumo de açucares
4. Melhorar a gestão do peso
5. Monitorizar os níveis de glicose no sangue

1Dia Mundial da Diabetes 2016 “Olhos na Diabetes”. Mais informação disponível online: http://www.idf.org/wdd-index/index.php
2Evert AB, et al. Position statement of the American Diabetes Association: Nutrition therapy recommendations for the management of adults with diabetes. Diabetes Care, 2013; 36: 3821-3842
3EFSA NDA (Painel Científico dos Produtos Dietéticos,Nutrição e Alergias da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA). Parecer científico sobre a fundamentação das alegações de saúde associadas com os edulcorantes intensivos. EFSA 2011 Journal 9: 2229. Mais informação disponível online: https://www.efsa.europa.eu/en/efsajournal/pub/2229

XXXII Congresso de Pneumologia
Os custos económicos de internamento por Pneumonia são conhecidos e voltaram a ser evidenciados durante uma sessão sobre &quot...

O pneumologista Filipe Froes, do Hospital de Pulido Valente e consultor de Pneumologia da Direção-Geral da Saúde, fez as contas e relembrou os custos económicos que os internamentos por doença pneumocócica acarretam para o Sistema Nacional de Saúde (SNS), o que corresponde a 1% do orçamento para a saúde em 2016.

Os dados são de um estudo que decorreu entre 2000 e 2009, e analisou os internamentos nas instituições do Serviço Nacional de Saúde e revelam que os custos diretos por internamento hospitalar rondam os 2.706€ por doente, o que acarreta para o SNS uma despesa total de cerca de 220 mil euros/dia e 80 milhões de euros/ano.

Como refere Filipe Froes “a pneumonia é uma doença muito democrática. Afeta pessoas de ambos os géneros, de todas as idades, de todas as classes sociais e de todos os graus e escolaridade”. Considerada a doença respiratória com maior impacto na mortalidade, a nível nacional “ninguém está imune à pneumonia, cada um de nós pode ser um dos nomes e representar mais um dos números da pneumonia”.

Para o especialista a prevenção passa por um maior foco nos números relativos ao impacto da cessação tabágica, da vacinação antigripal e antipneumocócica e do controlo das doenças crónicas. “Se a pneumonia está associada a todos os nomes e a todos os números, podemos, com as ferramentas de que atualmente dispomos, escolher os melhores nomes e os melhores números”, acrescenta.

Em Portugal a doença mata uma média de 23 pessoas por dia, só nos hospitais públicos. Todos os dias são internados, em média, 81 doentes adultos com pneumonia adquirida na comunidade; destes, 16 acabam por morrer devido à doença, o que significa uma taxa de letalidade intra-hospitalar de cerca de 20%.

Segundo Filipe Froes, “a maioria dos casos podem ser evitados através da vacinação antipneumocócica que continua a ser a melhor forma de prevenirmos uma Pneumonia. As crianças pequenas e os adultos a partir dos 65 anos estão entre os mais vulneráveis, bem como pessoas com mais de 50 anos que tenham co-morbilidades como Diabetes, Asma, DPOC e Doença Cardíaca. Pessoas cuja imunidade está comprometida também devem vacinar-se”.

Cristina Bárbara, Diretora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da Direção-Geral da Saúde (DGS) também as abordou a questão das pneumonias revelando que a doença tem em Portugal, quer em termos de mortalidade, quer em termos de morbilidade, números piores do que os da média europeia.

A diretora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da DGS apresentou uma análise exploratória do estudo que está ser realizado com recurso à base de dados do Serviços Nacional de Saúde relativo a pneumonias em Portugal e explicou que o objetivo final passa por gerar um modelo de monitorização futura para Portugal. “Depois de criado este modelo, em que encontramos os fatores que levam a maior mortalidade, se os passarmos a monitorizar em consequência das politicas de saúde, conseguiremos atuar melhor”, garantiu.

Pneumologistas de todo o país reuniram-se durante três dias para debater os principais desafios profissionais e técnico-científicos desta especialidade médica. Inovação foi o fio-condutor ao longo de todo o XXXII Congresso de Pneumologia, que termina sábado, com um novo recorde em termos de participação científica.

“As novas dimensões da Pneumologia” deram o mote para a 32ª edição da reunião magna dos pneumologistas portugueses, com o objetivo de “mostrar que a Pneumologia envolve inúmeras áreas, quase todas em rápida evolução. É uma especialidade em que a inovação se está a generalizar, ao nível técnico-científico, nomeadamente no que concerne ao conhecimento mais profundo das doenças e à nossa capacidade, enquanto médicos, em identificar e interferir nos mecanismos subjacentes à doença, sempre tendo em vista à melhoria do prognóstico global dos doentes”, explica Venceslau Hespanhol, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

XXXII Congresso de Pneumologia
Há profissões classicamente associadas ao risco de doenças respiratórias ocupacionais. Trabalhadores em minas, pedreiras,...

Segundo Aurora Carvalho, Diretora do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia “em Portugal, particularmente no norte do país, a silicose é a uma das doenças respiratórias ocupacionais mais prevalente e atualmente está associada fundamentalmente  profissões relacionadas com a extração de pedra”. Como explica a especialista, trata-se de uma das doenças pulmonares ocupacionais mais antigas mas continua a causar morbilidade e mortalidade significativas em todo o mundo.

A incidência de doenças respiratórias ocupacionais nos últimos anos tem vindo a diminuir em países desenvolvidos mas, mesmo nesses países, continua a ser responsável por morbilidade e mortalidade significativa no contexto de patologia ocupacional, o que se deve, em parte, ao aparecimento de novas profissões de risco para pneumoconiose.

Sobre prevenção e tratamento Aurora Carvalho revela que “grande parte destas doenças são preveníveis mas não há tratamento dirigido à doença. Podemos aliviar sintomas, tratar complicações, administrar oxigénio se o doente desenvolve insuficiência respiratória. Nas fases avançadas da doença o transplante pulmonar acaba por ser uma alternativa para estes doentes”.

Para António Jorge Ferreira, do Serviço de Pneumologia do Hospital Universitário de Coimbra que abordou também a questão das doenças respiratórias ocupacionais refere que “apesar de possuírem uma elevada repercussão na qualidade de vida dos trabalhadores, estamos perante um grupo de doenças respiratórias que se encontram subavaliadas”.

Com maior foco na asma ocupacional, António Jorge Ferreira salienta que esta é uma patologia cada vez mais reconhecida como uma importante causa de doença profissional e de incapacidade para o trabalho. “Os seus números têm vindo a aumentar a nível internacional, com particular impacto nos países mais industrializados. Trata-­se de uma doença caracterizada por limitação variável do fluxo aéreo ou hiperatividade brônquica que tem origem nas condições de trabalho não favoráveis.” A asma ocupacional pode persistir até mesmo vários anos após a remoção da exposição ao agente causal, principalmente quando o paciente teve sintomas por um longo período antes da cessação da exposição. “Face a esta realidade é fundamental que exista um sistema de vigilância nos locais de trabalho, assegurado por médicos do trabalho e por técnicos de higiene e segurança, de modo a promover a melhoria das condições de trabalho pela eliminação de substâncias nocivas e pela implementação de sistemas de ventilação que permitam aumentar a qualidade do ar”, acrescenta o médico pneumologista.

Segundo o especialista em doenças respiratórias ocupacionais “apesar do esforço que tem vindo a ser desenvolvido no sentido de identificar determinadas patologias, nem sempre existe uma associação direta da causa/efeito. Em termos futuros, preconiza-se um esforço global de melhoria contínua das condições de saúde e segurança no trabalho de forma a minimizar o risco e impacto das doenças profissionais em Portugal, nomeadamente na sua vertente respiratória”.

Pneumologistas de todo o país estiveram reunidos para debater os principais desafios profissionais e técnico-científicos desta especialidade médica. Com um novo recorde em termos de participação científica, Venceslau Hespanhol refere que “a Pneumologia é uma especialidade em que a inovação se está a generalizar, ao nível técnico-científico, nomeadamente no que concerne ao conhecimento mais profundo das doenças e à nossa capacidade de identificar e interferir nos mecanismos subjacentes à doença, sempre tendo em vista à melhoria do prognóstico global dos doentes”.

Toda a informação referente ao XXXII Congresso de Pneumologia que decorreu no Centro de Congressos Sana Epic, na Praia da Falésia está disponível em www.sppneumologia.pt

Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
A sexta edição do maior programa de educação para a saúde do país conta com 900 escolas inscritas de todos os distritos.

O arranque oficial da 6ª edição do maior programa de educação para a saúde em Portugal - “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável” - foi assinalado em todas as escolas inscritas com a inauguração do “Quadro de Mérito – Hoje comi fruta”, no qual os alunos ganham “Super Estrelas” junto ao seu nome, como forma de recompensa diária pela ingestão de fruta ao lanche.

No ano letivo 2016/2017 serão abrangidos por esta iniciativa gratuita desenvolvida pela APCOI – Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil: 53.399 alunos de 2.665 turmas, de 900 jardins de infância e escolas básicas do 1º ciclo de todos os distritos do país, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Mário Silva, Presidente e fundador da APCOI, afirmou que “estes alunos vêm juntar-se aos mais de 236 mil que já participaram neste projeto nos anos letivos anteriores. De ano para ano, vamos formando um verdadeiro batalhão de heróis com o super-poder de escolher os alimentos mais saudáveis. Um sucesso que só é possível de alcançar graças ao envolvimento de todos os parceiros que se associaram a esta iniciativa, das quais se destacam as mais de 80 autarquias parceiras e algumas empresas solidárias, nomeadamente: Montepio, Fábrica de Óculos do Cacém, Aquafresh, Vitacress e Fruut.”

"Festas Saudáveis" é o tema do ano desta edição porque "atualmente, há muitos dias de festa nas escolas, praticamente todas as semanas há pelo menos um bolo de aniversário" acrescenta Mário Silva que pretende desta forma sensibilizar os alunos e também os encarregados de educação para a necessidade evitar o consumo excessivo de doces, refrigerantes e outras guloseimas nos dias de festa, trocando alguns desses alimentos por alternativas mais saudáveis que incluam frutas e legumes.

Nas próximas semanas, os professores e educadores serão convidados a explorar este e outros temas, através de fichas de trabalho e de atividades pedagógicas para realizar na sua sala de aula, que além de incentivarem ao consumo de fruta nas quantidades recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), levam também às crianças lições importantes sobre alimentação saudável, atividade física, higiene e sustentabilidade que as ajudarão a crescer saudáveis, ativas e felizes.

As turmas participantes terão ainda de realizar um videoclip musical para ensinar aos adultos o que aprenderam ao longo do projeto. As músicas mais criativas serão escolhidas por um Júri que é composto por nomes de referência no panorama musical português: João Gil, Ana Bacalhau dos Deolinda, Amor Electro, Henrique Feist, Maria João, Mário Laginha, Vanessa Silva, Rita Redshoes, OqueStrada, HMB, Frankie Chavez, Filipe Pinto e também o cantor infantil Avô Cantigas.

Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
Uma investigadora do Ipatimup/i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Porto, coordenou a elaboração de um...

“O ‘modus operandi’ deste projeto foi recolher a experiência da doença como fator naturalmente integrante daquilo que é material informativo em saúde. Foram ouvidos 143 doentes oncológicos, fiquei com uma ideia bastante precisa ou consistente, pelo menos, das necessidades verbalizadas pelos doentes. O que eu fiz foi analisar as suas narrativas”, explicou à Lusa a investigadora responsável pelo projeto, Paula Silva.

“Conhecer a doença: os doentes em primeiro lugar”, que terça-feira é apresentado no i3S, é um projeto desenvolvido no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) pela investigadora Paula Silva e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), que entrecruza a oncologia, as ciências sociais e a biomedicina.

O trabalho partiu de entrevistas a doentes oncológicos, cujas vivências, dúvidas e iliteracia em relação ao cancro impulsionaram a elaboração de brochuras “com uma linguagem acessível e educativa, capaz de desconstruir medos, mitos e termos médicos habitualmente incompreensíveis”.

Estas brochuras, dedicadas aos cancros de cólon, esófago, mama, próstata, pulmão, estômago, bexiga e tiroide, têm a chancela da Direção Geral de Saúde (DGS), que os disponibilizará no seu website, e vão ser distribuídas aos doentes com estes tipos de cancro, numa primeira fase, nas unidades das administrações regionais de saúde do Norte e do Alentejo.

De acordo com a investigadora, “o conteúdo não é suscetível de ser deixado em folheto. A ideia era que funcionasse com um reforço do vínculo entre, por exemplo, os médicos de família e os doentes. Porque todos os doentes que são tratados em ambiente hospitalar e têm um diagnóstico de cancro são referenciados nos médicos de família. Seria um instrumento benéfico, não só para os doentes no sentido de os capacitar, torná-los mais informados relativamente a sua situação, mas também seria um facilitador para o médico de família”.

A estrutura das publicações é composta por uma série de temas considerados de interesse para a realidade da doença oncológica: fatores de risco, sinais e sintomas, o diagnóstico, o relatório (com uma explicação dos termos médicos mais utilizados no exame anatomopatológico) e o tratamento.

Além dos aspetos clínicos, o cancro “na primeira pessoa” – através das narrativas da experiência da doença – incluem-se nas informações úteis questões relativas aos direitos dos doentes oncológicos e contactos de instituições cuja atividade se desenvolve no domínio do cancro (nomeadamente associações de doentes).

Os conteúdos foram elaborados por especialistas de várias áreas (anatomia patológica, cirurgia, endocrinologia, gastrenterologia, nutrição, oncologia, pneumologia, urologia, psicologia e sociologia) e posteriormente validados pelos entrevistados.

Os resultados do projeto “Conhecer a doença: os doentes em primeiro lugar” e as brochuras serão apresentados na terça-feira, no Ipatimup/i3S. Integrado neste evento, realizar-se-á também uma dinâmica de grupo, que contará com a presença dos doentes entrevistados e profissionais de saúde, além de responsáveis da tutela.

Em Toronto
Uma médica portuguesa emigrante no Canadá está há três anos a dar o seu contributo para melhorar a vida das doentes com cancro...

"Este é apenas um contributo pequenino, mas que se tiver impacto na vida de um doente em particular poderá ter grande significado", disse Sofia Torres, de 35 anos.

Licenciada pela Faculdade de Medicina de Lisboa (2006), a portuguesa especializou-se em Oncologia Médica no IPO de Lisboa (2013), altura em que decidiu emigrar.

Foi por um "mero acaso" em 2011, que conheceu, no Congresso Europeu de Oncologia em Estocolmo, na Suécia, um especialista mundialmente reconhecido na área de cancro da mama, o canadiano Sunil Verma, que lhe sugeriu a "oportunidade de continuar a investigação e os estudos na vertente do cancro da mama" em Toronto.

"Ele (Sunil Verma) sugeriu-me uma subespecialização em cancro da mama em Toronto, com a vertente clínica e de investigação, e paralelamente a possibilidade de me candidatar a um programa de mestrado/ doutoramento na Universidade de Toronto", contou. 

Em setembro de 2013, Sofia Torres iniciou essa subespecialização na área do cancro da mama na Unidade de Oncologia Médica, no Centro de Ciência de Saúde do Hospital Sunnybrook. 

"Resolvi vir para Toronto, porque o (hospital) Sunnybrook é um centro reconhecido mundialmente, em termos de investigação e tratamento de doentes com cancro da mama, e pela possibilidade de trabalhar com e de ter como mentores oncologistas como o Dr. Sunil Verma, a Dr. Maureen Trudeau e a Dr, Kathleen Pritchard", acrescentou.

Paralelamente, em 2014, decidiu dar continuidade aos estudos na Universidade de Toronto, ao frequentar um doutoramento de Políticas de Saúde, Gestão e Avaliação, Epidemiologia Clínica e Pesquisa nos Cuidados de Saúde.

Além de poder trabalhar com alguns dos melhores especialista em cancro da mama, a médica portuguesa tem também a vantagem de dispor de "tempo protegido para o doutoramento e projetos de investigação". 

"Em Portugal era impossível ter três dias por semana para trabalhar e dedicar-me à investigação clínica", realçou.

O seu doutoramento centra-se no desenvolvimento de técnicas para avaliação sistemática da qualidade de vida em pacientes com cancro da mama, quer para melhorar a vertente clínica, quer para obter dados para estudos de avaliação económica, que poderão por exemplo informar que medicamentos oncológicos deverão ser comparticipados.

O esforço e dedicação de Sofia Torres foi recompensado com um prémio monetário atribuído pela Universidade de Toronto, no valor de 10 mil dólares canadianos (6,7 mil euros), valor que lhe permite o financiamento na totalidade das propinas na universidade.

"É um reconhecimento de todo o trabalho que tenho vindo a desenvolver. Acabei por ter todo o apoio para dar continuidade aos meus estudos de pós-graduação (doutoramento)", enalteceu a emigrante.

Dentro de um ano, a médica espera concluir o doutoramento, para depois regressar a Portugal, para poder exercer o que apreendeu.

O cancro da mama é a segunda causa de morte oncológica em mulheres no Canadá, mas a primeira causa de morte em Portugal.

"Este é o cancro mais comum nas mulheres portuguesas e a principal causa de morte precoce, antes dos 70 anos. Afeta principalmente as mulheres a partir dos 45-50 anos de idade, estando o rastreio aconselhado até aos 69 anos", concluiu Sofia Torres.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
A unidade de cirurgia de ambulatório instalada no Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra já operou mais...

A funcionar desde junho de 2012, a unidade de cirurgia de ambulatório (UCA) poderá chegar ao final do ano com cerca de 6.500 pacientes operados, o dobro do registado em 2013.

"Desde 2013 que temos vindo progressivamente a aumentar o número de cirurgias e, nos últimos dois anos, tivemos um aumento muito interessante", sublinhou o médico anestesista Francisco Matos, que coordena a unidade desde junho de 2015.

Segundo o coordenador, em todo o ano de 2013 foram operadas 3.521 pessoas e até junho deste ano foram já realizadas 3.213 intervenções.

Na UCA, existem atualmente 35 tempos operatórios, mais 15 do que em 2012, ano de abertura da unidade.

"Apostámos no aumento dos tempos cirúrgicos sem anestesia geral, mas também com anestesia geral, e isso repercute-se também no número de consultas que fazemos", refere Francisco Matos.

O médico, de 37 anos, destaca ainda que a unidade passou de uma taxa de 72% de concretização em junho de 2015 para os atuais 93%, o que se traduziu "numa margem de progressão bastante importante".

"O que me apraz é que fizemos isto ao mesmo tempo que tínhamos uma pressão de qualidade impressionante. Ou seja, conseguimos esses ganhos ao nível do número de doentes operados sem aquela lógica da produção cirúrgica e ao mesmo tempo que decorria o nosso processo de acreditação", frisou.

O coordenador da UCA destaca que aquele serviço presta cuidados de saúde com um "atendimento muito bom, em que todas as pessoas são tratadas com a dignidade que merecem, independentemente das circunstâncias pessoais, clínicas ou outras que tenham".

Segundo Francisco Matos, mais de 96% dos doentes "estão satisfeitos ou muito satisfeitos" com os cuidados que lhe são prestados, de acordo com os resultados dos inquéritos de satisfação.

"Melhorámos também muito as condições prestadas a pessoas com deficiência, no apoio domiciliário a doentes que tinham patologias com determinadas particularidades e introduzimos outras inovações", destacou.

A pressão pela qualidade permitiu, acrescenta, fazer mais de 80 procedimentos específicos para serem cumpridos e instituir 12 protocolos clínicos.

"Foi uma grande pressão de trabalho em cima deste aumento do número de doentes operados", sublinhou Francisco Matos, destacando que existem 11 serviços cirúrgicos a trabalhar na UCA, que ainda não é responsável por toda a cirurgia ambulatória no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O coordenador da unidade salientou também que, até à data, não se registou nenhum caso de infeção hospitalar, que já é considerada "um problema de saúde pública e de todos os hospitais".

Francisco Matos considera ainda que a cirurgia ambulatória é uma das "estratégias" para evitar as infeções hospitalares, na medida em que o tempo de permanência do doente é reduzido, o que evita o contacto com outro tipo de agentes.

A cirurgia em ambulatório caracteriza-se por menor tempo de internamento, no máximo com pernoita até 24 horas.

De acordo com a administração do CHUC, os casos em que foi possível a cirurgia ambulatória aumentaram de 48,2% em 2012 para 76% em 2016.

Empresa de biotecnologia
Um novo medicamento analgésico para a dor crónica está a ser desenvolvido pela empresa portuguesa de biotecnologia ‘Sea4us’,...

“O princípio ativo está identificado, já o conseguimos purificar e, atualmente, existem três fórmulas que têm a atividade analgésica para a dor persistente”, disse Pedro Lima, neurofisiologista, biólogo e um dos investigadores da empresa.

Iniciada há seis anos, a pesquisa demonstrou resultados eficazes em laboratório no combate à dor crónica, encontrando-se numa fase avançada: “Procura-se um método de sintetizar artificialmente a fórmula para produzir em quantidade, para que o medicamento possa chegar a toda a gente”.

“O processo está a ser trabalhado em conjunto com os químicos da Universidade Nova de Lisboa”, sublinhou o investigador.

Segundo Pedro Lima, a produção sintética “é o caminho preferido, ao representar uma grande vantagem em termos de sustentabilidade ecológica, evitando a retirada de grandes quantidades de organismos marinhos, mesmo que não tenham valor comercial”.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, a dor crónica afeta cerca de 30% da população mundial, para a qual não existe um tratamento eficaz, sem efeitos secundários significativos nos doentes.

O investigador frisou que o projeto desenvolvido em Portugal, “é pioneiro, porque é a primeira vez que se tenta encontrar a solução para a dor crónica no mar”, embora exista muita investigação acerca do flagelo que atinge uma grande percentagem da população mundial.

“É um fármaco de grande eficácia, com efeitos secundários vestigiais, não sendo previsível qualquer habituação ou dependência, atuando especificamente numa proteína localizada nos gânglios neuronais situados fora da coluna vertebral, ao contrário dos opióides e outros medicamentos utilizados no tratamento da dor”, assegurou o investigador.

O organismo invertebrado marinho que contém o princípio ativo para a produção do analgésico, foi identificado no mar de Sagres, um dos dois polos da empresa de biotecnologia, onde se desenvolvem as atividades de mergulho e a triagem e preservação das espécies.

Em Sagres, os organismos são recolhidos, catalogados e imortalizados, seguindo depois para o laboratório da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, para serem efetuados os testes de neuroatividade.

“É retirado um extrato impuro do seu composto, estudado o efeito analgésico, e tenta-se atingir a parte indivisível ou seja, a fórmula que constitui o valor bioativo”, explicou Pedro Lima, acrescentando que, “nesta fase da investigação, existe a convicção de que daqui vai sair uma grande ajuda para quem sofre de dor crónica”.

Contudo, refere, existe ainda um longo caminho a percorrer até que o medicamento possa ser comercializado, "pois são necessários, em média, 12 anos desde a descoberta do princípio ativo até à colocação do fármaco no mercado”.

“Não queremos fazer o caminho todo, mas sim chegar a um ponto em que o valor seja suficiente para mitigar o risco e vender para que possa ser produzido pela indústria farmacêutica”, frisou.

O investigador disse, ainda, que “a pesquisa tem sido possível com os apoios de várias entidades, nomeadamente da Universidade Nova de Lisboa e da Câmara de Vila do Bispo”.

Por seu turno, o presidente da Câmara de Vila do Bispo, Adelino Soares, assegurou que o projeto “vai continuar a ser apoiado, pois é de todo o interesse, não só para quem sofre de dor crónica, mas também para se conhecerem as potencialidades do território”.

“A investigação serve para identificar e criar condições para que as gerações vindouras possam ter aqui uma matéria de conhecimento com elevado rigor científico”, destacou.

Além do desenvolvimento do analgésico para a dor crónica, a ‘Sea4us’ está envolvida na identificação e seleção de espécimes marinhos com potencial para a produção de outros medicamentos, em parceria com laboratórios europeus.

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