Juventude Cruz Vermelha
É no âmbito da conferência final do projeto Play4Change que a Juventude Cruz Vermelha Portuguesa apresenta, no próximo dia 11...

O EuropAlien consiste num jogo de estratégia, implementado ao longo de 10 sessões, tendo por base as 8 prioridades da Estratégia da União Europeia para a Juventude: Educação; Emprego; Criatividade e Empreendedorismo; Saúde e Desporto; Participação; Inclusão Social; Voluntariado; e Juventude no Mundo.

De acordo com o coordenador do projeto, Tiago Costa, da Juventude Cruz Vermelha, “os resultados decorrentes da implementação da ferramenta educativa criada no âmbito do projeto Play4Change, são uma clara evidência do impacto positivo que as metodologias de educação não-formal podem alcançar na intervenção com jovens vulneráveis, tendo por objetivo último a sua reinserção e inclusão social”.

A conferência final do projeto Play4Chance representa o culminar de um projeto que se desenvolve desde Setembro de 2015 nos Centros Educativos da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, com o objetivo de criar uma ferramenta pedagógica para a intervenção junto de jovens vulneráveis.

A nível nacional, este projeto contou com a parceria do Instituto Português do Desporto e Juventude, da Direção Geral da Reinserção e Serviços Prisionais e do programa Revive+ da Cruz Vermelha Portuguesa, e com o envolvimento da Haus den offen Tur (Alemanha) e Studio Progetto (Itália), organizações internacionais que também desenvolvem o seu trabalho com jovens vulneráveis.

Esta conferência final é uma iniciativa que conta com a presença de João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João D’Oliveira Cóias, diretor dos Serviços de Justiça Juvenil da DGRSP, Pedro Soares, diretor da Agência Nacional do Programa Erasmus+ Juventude em Ação, e Luísa Malhó, diretora nacional do Programa Escolhas.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
A Liga Portuguesa Contra o Cancro acaba de lançar uma nova campanha, onde reforça a importância da Linha Cancro e as novidades...

Criada em 2008, a Linha de Apoio à Pessoa com Cancro tem como objetivo informar e apoiar os doentes e a sua família. Registando uma média de 2.000 chamadas e de 1.200 emails por ano, os profissionais da Linha respondem a questões relacionadas com a doença oncológica, os direitos dos doentes, apoio psicológico e apoio social. A Linha Cancro está disponível, durante a semana, das 9H00 às 18H00, através do número gratuito 800 100 100, pelo email [email protected] e, em alternativa, é também possível deixar as questões online, através do formulário no site da LPCC.

Em 2016, a Linha Cancro recebeu mais de 1.700 emails e mais de 1.500 chamadas, realizadas na maioria por mulheres (74%). Lisboa, Porto, Coimbra e Leiria continuam a ser os distritos que mais utilizam a Linha e, por norma, são os próprios doentes (51%) e os familiares / amigos (34%) que procuram apoio através deste serviço. As questões mais colocadas aos profissionais da Linha prendem-se com os direitos gerais da pessoa com cancro, ações de rastreio, informação sobre a doença, centros de tratamento e apoio psicológico. Em termos de patologia, muitos dos telefonemas e emails recebidos estão relacionados com o cancro da mama, estômago, cabeça e pescoço, melanoma e pulmão. Embora o número de chamadas e emails recebidos tenha diminuído relativamente a 2015, continua a verificar-se um pico de atividade em janeiro, nos meses de verão e no final do ano.

Universidade de Coimbra
Detlev Ganten, Presidente da M8 Alliance e da Cimeira Mundial de Saúde, vai receber o grau de Doutor Honoris Causa pela...

José Martins Nunes, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), será o Apresentante, estando os elogios a cargo de Catarina Resende de Oliveira (do Candidato) e Manuel Antunes (do Apresentante), Professores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), a Faculdade que propôs a atribuição do grau.

A FMUC sublinha que Detlev Ganten, especialista em Farmacologia e Medicina Molecular e uma das maiores autoridades mundiais na área da hipertensão, “foi um aliado decisivo” para o sucesso da candidatura do consórcio CHUC/UC à integração na M8 Alliance.

O “apoio entusiástico" do Professor Ganten foi essencial para que o consórcio CHUC/UC fosse "admitido por unanimidade na M8 Alliance, numa consagração da excelência da Universidade de Coimbra e do seu renome internacional na área do Ensino e da Saúde”, salienta a Faculdade, acrescentando que, ao longo do “exigente e complexo processo da candidatura à M8 Alliance, o professor Ganten demonstrou ser um exemplar amigo de Portugal, de Coimbra e da sua Universidade, honrando as relações bilaterais entre a Alemanha e Portugal e cimentando-as na área académica ao mais alto nível”.

UNESCO
A proposta de Declaração Universal da Igualdade de Género da UNESCO, subscrita por uma equipa liderada pelo especialista em...

Segundo Rui Nunes, trata-se de “uma declaração de pendor universal que toca diferentes domínios da igualdade entre homem e mulher em qualquer sociedade do planeta, independentemente do nível de desenvolvimento, sobretudo nas áreas de acesso à educação e também questões relacionadas com literacia em saúde”.

A equipa de Rui Nunes, principal impulsionador da criação da figura do “Testamento Vital” em Portugal e atual coordenador mundial do Departamento de Investigação da Cátedra de Bioética na UNESCO, integra, entre outros, Francisca Rego, investigadora em Psicologia Clínica e Ciências Sociais, e Guilhermina Rego, igualmente professora da Faculdade de Medicina do Porto e vice-presidente da autarquia portuense.

Em entrevista recente, Rui Nunes explicou que “a existência de uma declaração destas não é apenas uma carta de princípios gerais, é algo que, caso seja aprovada, tem a possibilidade de moldar definitivamente a legislação, a prática e os costumes de diferentes países, incluindo Portugal”.

Por isso, defende que a existência desta declaração é “tão importante”, não para o presente, mas para o futuro porque “as sociedades à escala mundial teriam este referencial de atuação na implementação de políticas públicas na educação, na saúde, no planeamento familiar, na nomeação de cargos públicos e políticos, entre outras”.

“É essencial que se promovam valores como planeamento familiar e se avance para uma certa regulação ética mundial para questões que tem a ver com a integridade pessoal, que têm a ver, por exemplo, com a mutilação genital feminina, para que os direitos básicos das mulheres não sejam expressamente violados”, frisou.

Rui Nunes disse que esta proposta de declaração tem também a ver com as questões da igualdade de género no mundo laboral, na entrada das carreiras profissionais, na formação profissional, na ascensão na carreira e na ascensão aos lugares de topo nas carreiras profissionais.

A primeira versão da proposta da declaração, hoje enviada à Comissão Nacional da UNESCO, ficará durante três meses, em discussão internacional.

“Vamos receber os contributos dessas reflexões dos vários países e das várias culturas e civilizações e tencionamos em abril fazer uma proposta já mais formalizada aos órgãos competentes da UNESCO para que ao longo do ano possa ir a votação na Assembleia Geral”, salientou.

O objetivo é que este projeto nascido em Portugal seja concretizado em 2017, durante a administração da diretora geral da UNESCO, Irina Bokova.

“Que seja no mandato de uma mulher que uma declaração desta natureza seja discutida e aprovada pela Assembleia Geral da UNESCO”, sublinhou Rui Nunes.

Procriação medicamente assistida
O secretário de Estado adjunto e da Saúde anunciou mais financiamento e mais locais de recolha de gâmetas, e uma campanha de...

"Ainda este mês de janeiro será feito um despacho que vai estabelecer: locais de recolha adicionais para além dos existentes em Lisboa, Porto e Coimbra, vai prever financiamento específico para os bancos de gâmetas para aumentar a sua capacidade, vai prever uma avaliação sobre os benefícios que os próprios dadores podem ter e propor uma campanha de sensibilização para dadores", anunciou Fernando Araújo no parlamento.

As técnicas de procriação medicamente assistida foram alargadas no ano passado a todas as mulheres, independentemente do estado civil e orientação sexual, e a gestação de substituição passou a ser permitida em caso de infertilidade.

Fernando Araújo afirmou que "atualmente a acessibilidade ao banco de gâmetas é limitada", referindo que "nos últimos 4 anos não houve investimento sério" e comprometeu-se com o aumento da oferta.

"Queremos aumentar a acessibilidade ao banco de gâmetas e iremos fazer tudo para que tal aconteça", afirmou, sem avançar dados específicos sobre o financiamento e os locais de recolha que serão criados.

Fernando Araújo respondia aos deputados na Assembleia da República durante a discussão da proposta de lei que determina que embriões, espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico que tenham sido congelados antes de 2006 podem vir a ser descongelados e eliminados se assim determinar o diretor do centro de PMA.

A proposta de lei pretende evitar, de acordo com o Governo, "a indesejável eternização da sua conservação, sem que os mesmos sejam utilizados ou reclamados pelos seus beneficiários".

Universidade do Porto
Um artigo de investigadores da Universidade do Porto, publicado na revista “EuroHealth”, alerta para a falta de médicos de...

O artigo é da autoria do presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), Henrique Barros, e de Bernardo Gomes, médico de saúde pública na Administração Regional de Saúde do Norte.

Os especialistas abordam aspetos da organização dos serviços de saúde pública em Portugal e da sua força de trabalho.

O estudo lembra que, em 2013, trabalhavam na zona Norte do país cerca de 130 médicos de saúde pública, sendo que, para suprir as necessidades da região, seriam necessários na altura mais 40 profissionais.

Além disso, salientam os investigadores, “89,5% destes médicos tinham mais de 50 anos de idade”, o que, em seu entender, significa “uma ameaça à força de trabalho, em virtude da concentração do número de aposentações”.

A nível nacional, o número destes profissionais “diminuiu 24,4% entre 2002 e 2011”, salientam os investigadores, que citam um outro estudo.

Os autores referem que as alterações demográficas nos médicos de saúde pública, assim como a própria demografia da população, irão ser “fortes indutores de mudança nos serviços de saúde pública”.

“Este é mais um contributo para a discussão sobre a organização dos serviços de saúde pública, frisando a urgência de um adequado planeamento e formação dos recursos humanos para os desafios futuros”, sublinha Bernardo Gomes.

O estudo “Public Health in Portugal: demography and organisation at the crossroads” foi publicado na revista “EuroHealth”.

Deputados estão divididos
Proposta alarga aos novos produtos do tabaco sem combustão as proibições de fumar que estão em vigor.

Os deputados do grupo de trabalho da Comissão Parlamentar de Saúde nomeados para avaliar a proposta de alteração à lei do tabaco estão divididos sobre a equiparação dos cigarros eletrónicos e novos produtos de tabaco sem combustão aos cigarros tradicionais, como estipula o projeto de diploma aprovado em Conselho de Ministros em Setembro e que se previa que entrasse em vigor já este mês.

Depois da introdução de imagens de choque nos maços de tabaco, em vigor desde Janeiro de 2016, a mais recente proposta de alteração da lei do tabaco prevê que sejam alargadas aos novos produtos do tabaco sem combustão as proibições de fumar que já estão em vigor e aquelas que vierem a ser aprovadas no futuro.

A proposta inclui no conceito de fumar os produtos do tabaco sem combustão que produzam aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis. Os autores do projeto de lei alegam que não são conhecidos de forma robusta e cientificamente comprovada todos os efeitos que podem advir do consumo continuado destes novos produtos.

Mas a nova legislação tem que ser aprovada pela Assembleia da República e os parlamentares, que em Outubro remeteram para a comissão da especialidade (saúde) a proposta, pediram entretanto uma prorrogação de 60 dias para a poderem apreciar devidamente.

“Há deputados que concordam e outros que não concordam [com esta proposta]. Vamos ouvir especialistas para perceber se há evidências científicas em relações às semelhanças e diferenças [entre estes tipos de produtos] para que se possa legislar com segurança”, explicou ao jornal Público a socialista Elza Pais, que integra o grupo de trabalho. Nesta quinta-feira reunido pela segunda vez, o grupo já decidiu que vai ouvir não só especialistas nesta matéria mas também constitucionalistas, porque estão aqui em causa também questões que se prendem com direitos, liberdades e garantias, disse.

“Queremos fazer o melhor, de uma forma informada. Há todo um trabalho ao nível da redução de riscos e da prevenção que é central neste novo processo legislativo”, acentua Elza Pais, que defende que, ao equiparar os novos produtos aos cigarros tradicionais, se pode estar a “limitar um método de libertação” do tabagismo.

 

Mas esta não é a única proposta de alteração da lei do tabaco que está a dividir os deputados. Também a proibição de fumar ao ar livre a menos de cinco metros das portas e janelas de um grande número de espaços, como hospitais e escolas, além de uma série de espaços públicos utilizados por menores como jardins, suscita muitas dúvidas, como ficou patente durante o debate na generalidade, em Outubro. A proposta prevê multas entre 50 e 750 euros.

Gripe e frio
Na semana da passagem de ano verificou-se um número anormalmente elevado de óbitos.

A mortalidade por todas as causas disparou e está acima do que seria de esperar para esta altura do ano há já duas semanas consecutivas, apesar de a intensidade da epidemia de gripe ainda ser “moderada”. O boletim de vigilância epidemiológica divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (Insa) mostra que na semana da passagem de ano (26 de Dezembro a 1 de Janeiro) se verificou um número anormalmente elevado de óbitos.

Na semana anterior, já se tinha observado um excesso de mortalidade, um problema que os especialistas atribuem não apenas à epidemia de gripe e ao tipo de vírus que este Inverno está a predominar e é mais agressivo para os idosos, mas também ao frio que se tem feito sentir.

A culpa, de facto, não será apenas da epidemia de gripe: a taxa de incidência até baixou na última semana face à registada na anterior (foi de 63,8 casos por 100 mil habitantes contra 113,3 casos por 100 mil na semana do Natal). Os especialistas notam que o valor médio da temperatura mínima do ar ficou nos 2,2 ºC, um “valor muito inferior ao normal pela segunda semana consecutiva”, escreve o jornal Público.

A subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas, já tinha explicado ao jornal Público na semana passada que era "previsível que isto acontecesse" sublinhando que a epidemia de gripe está a ter padrões semelhantes aos observados no Inverno de 2014/2015, quando ocorreu um crescimento súbito da mortalidade em geral. O tipo de vírus da gripe que predomina este ano é de novo o A (H3N2), que afeta, sobretudo, idosos com doenças crónicas e que, por isso, tem um grande impacto na mortalidade. 

O pico ainda não chegou
“O pico da gripe ainda não chegou, mas os principais afetados estão a ser os doentes mais idosos com co-morbilidades, este tipo de vírus está a revelar-se muito mais agressivo nos doentes mais velhos”, reforça Carlos Robalo Cordeiro, diretor do serviço de pneumologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

São, enumera, pessoas com doenças pulmonares, cardíacas, com diabetes. “Esta estirpe do vírus está claramente a comprometer os mais idosos. É por isso que os hospitais estão completamente sobrelotados”, lamenta o médico.

Voltando ao boletim do Insa, nas unidades de cuidados intensivos (UCI) que reportaram dados (22), a mortalidade aumentou. Desde o início da monitorização da época gripal, em Outubro, há agora registo de 11 mortes entre os 88 casos que obrigaram a internamento em unidades deste tipo nos hospitais.

Foi mesmo necessário acionar a reserva estratégica do antivírico zanamivir para tratar dois doentes.

Mais de 86% dos doentes internados nas UCI com complicações decorrentes da gripe (como pneumonias) tinham patologias crónicas e mais de 70% tinha idade superior a 64 anos.

Em toda a região europeia, 21 países davam nota de uma atividade gripal de baixa intensidade, enquanto 15 já estavam numa fase moderada e dois registavam uma fase de atividade elevada. A Finlândia reportou uma atividade muito elevada, o que indica uma "tendência crescente na região europeia". A esmagadora maioria dos vírus identificados e caracterizados era do subtipo A(H3N2).,

Este tipo de vírus foi, justamente, o que predominou no Inverno de 2014/2015 e também no Inverno de 2011/2012, anos em que se verificaram picos de mortalidade acima do esperado.

No primeiro caso, como mais tarde foi possível contabilizar (relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe 2014/2015), registaram-se 5591 mortes acima do esperado para essa época do ano. O fenómeno verificou-se em todo o continente, à exceção do Algarve. Esse foi o Inverno com mais mortalidade em excesso observada a seguir ao de 1998/1999, em que os especialistas estimaram ter havido 8514 mortes acima do esperado, de acordo com os registos disponíveis.

Psiquiatra alerta
Psiquiatra Pedro Afonso defende que Portugal devia copiar o direito dos trabalhadores a ignorarem os pedidos das chefias fora...

As novas tecnologias criaram um novo tipo de esclavagismo entre os trabalhadores, cuja vida está cada vez mais contaminada pelo trabalho que lhes invade a casa, os fins-de-semana e as férias, via telemóvel ou correio eletrónico. Quem o afirma é o psiquiatra Pedro Afonso, por cujo consultório diz passarem “cada vez mais pessoas sem qualquer antecedente psiquiátrico que entram em depressão por causa da pressão laboral associada ao excesso de carga horária e a esta disponibilidade permanente”.

“Num estudo que fizemos em 2016 junto de um universo de 400 antigos alunos da escola de negócios [AESE Business School], concluímos que 53% trabalhavam em média 53 horas semanais. E 11% só conseguiam manter a sua atividade laboral porque estavam a fazer uso de psicofármacos, designadamente antidepressivos e ansiolíticos”, descreve o psiquiatra. Autor de um estudo sobre o impacto do excesso da carga horária laboral na saúde psíquica e familiar, Pedro Afonso aponta sintomas depressivos, ansiedade e perturbações do sono como consequências da pressão a que os trabalhadores são sujeitos, escreve o jornal Público.

“As novas tecnologias levaram a que o trabalho começasse a invadir a esfera pessoal e fizeram com que, ao trabalho cumprido presencialmente, se some um outro trabalho que não é contabilizado nem remunerado. As pessoas sentem-se sequestradas pela pressão laboral”, diagnostica, para avisar que é uma questão de tempo até que surjam problemas maiores: “os relacionados com a saúde física e psíquica e com o recurso aos psicofármacos mas também com conflitos conjugais graves e divórcios”.

O estudo da AESE abrangeu sobretudo gestores e outros cargos de chefia. Mas o burnout, que se caracteriza por elevados níveis de exaustão emocional, despersonalização ou perda de realização profissional, estende-se igualmente à classe médica: um estudo divulgado em Novembro, e feito a partir de um inquérito dirigido a mais de 40 mil médicos, concluía que dois em cada três apresentavam níveis de exaustão. E que a “epidemia” está espalhada por quase todas as profissões confirmava-o outro estudo que, em Janeiro de 2016, sustentava que os sintomas de esgotamento atingiam já 17,3% dos 5000 trabalhadores inquiridos pela Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional. Mais: 48% estavam “submetidos a situações com elevado potencial de desenvolver burnout”.

“Isto está a tornar-se num estilo de vida que é completamente contrário ao bem-estar e à saúde das pessoas”, denuncia Pedro Afonso, contra a cultura instalada que leva a ficar mal visto o funcionário que se proponha cumprir o seu horário de trabalho. “É visto pelos seus pares e pelas chefias – é uma coação coletiva - como alguém que não veste a camisola". Para mostrar que a cultura do “presentismo” não é extensível a todos os países, Pedro Afonso aponta o caso de vários doentes que trabalham em multinacionais e que “quando foram deslocados para outros países e se propuseram continuar a trabalhar depois do horário, começaram a ser censurados, porque lá isso é visto como um comportamento anómalo”.

“Fala-se muito do trabalho escravo nos países em vias de desenvolvimento mas este é também um novo tipo de esclavagismo”, conclui, defendendo que Portugal deveria, à semelhança de Espanha, transpor as novas regras francesas.

Em Portugal não há notícias de suicídios diretamente imputáveis ao desgaste profissional, embora Pedro Afonso garanta que existam, “nomeadamente entre os elementos da PSP”. Mas mesmo os ocorridos em países como o Japão e a França não são justificação para se avançar com medidas deste tipo, na opinião de Miguel Pina Martins, da Science4You, uma empresa que produz e comercializa brinquedos educativos para crianças, e que passou dos 1,4 milhões de vendas em 2012 para os 11,3 milhões de 2015. “Os suicídios podem ser atribuídos ao trabalho como há pessoas que se suicidam porque tiveram um desgosto amoroso. E não é por isso que nós vamos  proibir o amor. Provavelmente, as pessoas que se suicidaram tinham um determinado perfil”, começa por relativizar.

À frente de uma empresa que emprega entre 350 a 400 funcionários em permanência, mas que nos picos de venda chega a ter mais de 750, Pina Martins diz que “há uma minoria de trabalhadores que têm isenção de horário e que não estão 24 horas por dia on mas se calhar estão dez ou onze”. Mas estes são trabalhadores e, em simultâneo, acionistas. “E neste sentido a responsabilidade que sentem é maior”, descreve, para concluir que, pela realidade que conhece de Espanha e Portugal, “o melhor seria deixar que sejam as empresas a encontrar o equilíbrio entre os interesses dos acionistas e a felicidade dos trabalhadores”. 

Estudo
Uma das causas da doença de Alzheimer é a formação de placas no cérebro, que continua a ser uma patologia misteriosa....

A doença de Alzheimer tem sido imparável e não há medicamentos capazes de a travar. O facto de vivermos cada vez mais tempo também contribui para o aumento dos casos. A doença surge na maioria das vezes depois dos 65 anos e é caracterizada por lapsos de memória, esquecimento de pessoas e lugares e perda progressiva de competências sociais e quotidianas. Por fim, os doentes tornam-se completamente dependentes de terceiros. Agora apurou-se que a estrutura molecular da proteína beta-amilóide, que se acumula em placas no cérebro dos doentes de Alzheimer, apresenta diferentes variações nos subtipos clínicos da doença.

Recuando até 1906, o médico alemão Alois Alzheimer (que deu o nome à doença) identificou as primeiras placas de beta-amilóide e de novelos de fibrilhas numa autópsia a um doente, escreve o jornal Público. Logo nesta altura se colocaram questões como: quantas placas e fibrilhas têm de se manifestar para provocar a doença?

Hoje sabemos que as placas de beta-amilóide surgem da acumulação da proteína beta-amilóide (que é solúvel) no cérebro, formando depósitos sólidos. É de salientar que esta acumulação, que surge nas imagens do tecido cerebral como uns borrões escuros, acontece fora das células e muito antes dos primeiros sinais da doença.

Também escuras, as fibrilhas assemelham-se a girinos e são formados pela proteína tau. Numa célula nervosa saudável, a proteína tau ajuda na formação de estruturas cilíndricas, chamadas “microtúbulos”, e que são essenciais para a comunicação entre os neurónios. Na doença de Alzheimer, a proteína tau deixa de funciona corretamente: separa-se dos microtúbulos e cria formas desorganizadas que obstruem os microtúbulos.

Não se sabe bem o que provoca estes dois processos – as placas de beta-amilóide e as fibrilhas da proteína tau –, apenas que estes dois tipos de depósitos levam à morte dos neurónios. Em exames de ressonância magnética de pessoas que ainda não apresentavam sintomas de Alzheimer já se tinha detectado a diminuição do córtex e do hipotálamo, o que são provas da morte celular.

Avancemos então até à edição desta semana da revista Nature. Nela, um grupo de cientistas coordenado por Robert Tycko, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, publica a descoberta de que as diferenças entre vários subtipos de Alzheimer são visíveis na estrutura molecular das placas de beta-amilóide.

Para realizar o estudo, a equipa analisou 37 amostras de tecidos cerebrais de 18 pessoas. Entre os doentes estavam indivíduos com a forma típica da doença de Alzheimer, bem como de dois subtipos mais invulgares: um em que a doença progride muito rapidamente e a neurodegeneração ocorre em meses, e outro designado por “atrofia cortical posterior” e que é associado a perturbações visuais. As amostras foram observadas ao microscópio eletrónico de transmissão e em exames de ressonância magnética nuclear.

Com esta análise, os autores descobriram que uma determinada estrutura molecular que é dominante nas placas tanto nas amostras da forma típica de Alzheimer como nas da atrofia cortical posterior. Já nos pacientes em que a Alzheimer progride muito rapidamente observou-se que as placas têm uma estrutura molecular muito diferente entre si.

“As placas de beta-amilóide podem ter diferentes estruturas moleculares. Algumas têm sido caracterizadas em detalhe para o estudo de placas sintéticas. Descobrimos que a maior parte dos doentes de Alzheimer desenvolve estruturas específicas nos seus cérebros, e elas não são exatamente as mesmas das estruturas das placas sintéticas”, explica-nos Robert Tycko sobre os resultados deste estudo que considera “surpreendentes”. E salienta também que, nos pacientes da forma muito rápida de Alzheimer, as placas têm uma estrutura “muito heterogénea”.

Este estudo vem então reforçar a hipótese de que os diferentes subtipos clínicos da doença de Alzheimer podem ser definidos por diferenças na estrutura molecular das próprias placas de beta-amilóide. “Estes resultados podem contribuir para o desenvolvimento de melhores compostos químicos que permitam diagnosticar a doença nos tecidos cerebrais através de imagens, e possivelmente, evitar a formação de placas”, diz-nos Robert Tycko.  

Este estudo pode assim ser um contributo para o desenvolvimento de novos tratamentos. O número de pessoas com Alzheimer tem subido ao longo dos anos e, em 2015, havia 44 milhões de doentes de Alzheimer. De acordo com a organização Alzheimer’s Disease International, em 2050 o número de pessoas com demências quase triplicará para os 131,5 milhões e a maioria terá Alzheimer.

A equipa pensa agora na continuação do estudo: “Estamos interessados em observar doentes de diferentes categorias de Alzheimer – a forma típica, a atrofia cortical posterior e a forma de progressão rápida – para vermos se desenvolvem diferentes estruturas nas placas. Neste estudo, apenas encontrámos uma grande heterogeneidade nas estruturas das placas da forma de Alzheimer que progride muito rapidamente”, explica Robert Tycko. “Estudos adicionais com outros subtipos podem levar-nos a respostas mais definitivas.”

Estudo
Uma equipa de investigadores descobriu que a parte do cérebro humano que possibilita o reconhecimento de rostos continua a...

Segundo um estudo publicado na revista Science, os cientistas descobriram que a zona do cérebro que ajuda a reconhecer os rostos aumenta de tamanho de forma relativa nos adultos, enquanto a zona que ajuda a reconhecer os lugares se mantém igual.

Até agora acreditava-se que o desenvolvimento do cérebro implicava a eliminação de conexões entre neurónios que não são funcionais ou se usam pouco e não o crescimento.

A capacidade de reconhecer rostos melhora, segundo o Sapo, entre a infância e a idade adulta.

Uma equipa internacional de cientistas, liderada por Jesse Gómez, da Universidad de Stanford, nos Estados Unidos, decidiu investigar para compreender melhor a atividade cerebral que assegura o reconhecimento facial.

No estudo participaram 22 crianças, entre os cinco e os doze anos, e 25 adultos, entre os 22 e os 28 anos, a quem foram feitas ressonâncias magnéticas, para comparar os tecidos cerebrais dos diferentes indivíduos.

O objetivo era comparar os resultados de provas de reconhecimento de rostos e lugares com dados obtidos a partir das imagens das regiões do cérebro que se encarregam dessas funções, diz o estudo.

Ministério Público
A maioria dos suspeitos das agressões a um adolescente em Almada gravadas e postas a circular na internet tem menos de 16 anos...

Em nota publicada na sua página da internet, a Procuradoria da Comarca Lisboa (PCL) indica que, no início de novembro, na sequência de participação, o Ministério Público instaurou um inquérito que tem por objeto agressões sofridas por um jovem de 15 anos, em Almada (distrito de Setúbal).

“Tendo-se apurado, após identificação, que um dos suspeitos já terá 16 anos, sendo imputável penalmente, o inquérito prosseguirá quanto a este. Quanto aos restantes suspeitos, apurou-se que têm menos de 16 anos, pelo que o Ministério Público decidiu instaurar, relativamente a estes, um inquérito tutelar educativo no Tribunal de Família e Menores”, explica a PCL, frisando que este é o ponto de situação neste momento.

O Comando Distrital de Setúbal da PSP disse anteriormente à agência Lusa que foram identificados quatro jovens que aparecem a agredir outro adolescente de 15 anos num vídeo atualmente em circulação nas redes sociais.

Segundo a comissária Maria do Céu, "a PSP já identificou e já ouviu os quatro jovens suspeitos das agressões, que ocorreram no dia 03 de novembro, em Almada, todos com cerca de 15 anos, e está a tentar identificar também todos os jovens que assistiam e que nada fizeram para tentar impedir as agressões".

De acordo com a comissária, que não especificou a data em que os jovens foram identificados, a PSP não foi chamada ao local quando ocorreram as agressões e só tomou conhecimento do caso na sequência de uma participação da mãe do jovem agredido.

A vítima foi violentamente espancada por outros jovens, enquanto um deles filmava as agressões, que agora estão a circular nas redes sociais na internet.

O inquérito corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Almada e, nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela PSP.

Viajantes
O Instituto de Higiene e Medicina Tropical alertou que a malária, para um viajante não imune, “é sempre uma emergência médica”,...

O alerta surge na sequência de dois casos recentes em Portugal, e leva o instituto a recordar que o mosquito que transmite a malária por picada é considerado pela Organização Mundial de Saúde “o animal mais mortífero do planeta, responsável por 725 mil mortes por ano”.

“Em Portugal, registaram-se 1172 internamentos por malária entre 2010 e 2014. A consulta do viajante existe com o objetivo de ajudar a prevenir as doenças tropicais nos viajantes, com especial preocupação pela malária e tem eficácia comprovada, estando associada a uma menor taxa de morbilidade, bem como a formas menos graves da doença”, lê-se num comunicado do organismo.

O instituto da Universidade Nova de Lisboa lembra que “a responsabilidade pela suspeita clínica, diagnóstico e tratamento precoce da malária é partilhada pelo médico e pelo viajante”.

“Ao viajante compete a responsabilidade de, antes de viajar para zonas endémicas, obter informação sobre os riscos e formas de os prevenir, designadamente comparecendo a uma consulta do viajante. Ao médico, compete informar e sensibilizar sobre o risco, gravidade da doença e estratégias profiláticas. Isto inclui a sensibilização para sintomas que possam ocorrer durante e mesmo após a viagem e respetivas estratégias de atuação”, declara o Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

Citado no comunicado do instituto, o diretor clínico da consulta do viajante relembra que qualquer doença febril que surja durante a viagem ou nos meses após o regresso pode ser uma manifestação de malária, e que deve ser motivo de observação médica urgente, sobretudo em pessoas não-imunes, ou seja, todas aquelas que não vivem em zonas endémicas da doença.

O instituto recorda que dispõe de “consulta pré-viagem e pós viagem (Medicina Tropical), providenciando ainda um acompanhamento ao viajante durante a viagem”, e salienta que todos os viajantes para zonas tropicais devem ir a uma consulta do viajante, ser vacinados se isso for prescrito pelo médico e cumprir a medicação profilática receitada.

No Alentejo
A região do Alentejo conta, desde hoje, com 103 novos médicos internos, metade deles distribuídos por 16 especialidades e os...

Segundo a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, os médicos internos foram colocados em diversas unidades de saúde das zonas de Évora, Beja e Portalegre, além do litoral alentejano, integrado no distrito de Setúbal.

Os 52 médicos que se encontram no Alentejo para o internato de ano comum, explicou a ARS, vão trabalhar nos quatro hospitais da região, em Évora, Beja, Portalegre e em Santiago do Cacém.

“Neste grupo, 39 escolheram o Alentejo como 1.ª ou 2.ª opção, nove tinham outras opções e quatro não referiram qualquer instituição para realizar o estágio e aceitaram as vagas do Alentejo”, pode ler-se no comunicado.

Quanto aos 51 médicos que vão efetuar o seu internato de especialidade, foram colocados no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), nas três unidades locais de saúde - Baixo Alentejo (ULSBA), Litoral Alentejano (ULSLA) e Norte Alentejano (ULSNA) - e no Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central.

Destes internos, destacou a ARS, 11 fizeram, previamente, o internato de ano comum em algum dos serviços de saúde da região Alentejo.

As boas-vindas aos novos médicos foram hoje dadas no HESE, em Évora, numa sessão promovida pela ARS Alentejo e transmitida, por videoconferência para as três unidades locais de saúde da região.

Todos os internatos, explicou a Administração Regional de Saúde, têm legislação específica e “os internos, ao fazerem o internato no Alentejo ou noutra zona do país, obedecem às mesmas regras”.

Neste processo formativo, sublinhou o mesmo organismo, “estão envolvidos muitos ‘atores’, para proporcionarem o melhor internato possível” aos clínicos.

Os internatos envolvem o Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos, Conselho Nacional para o Internato Médico, Administração Central dos Serviços de Saúde, Comissão Regional do Internato Médico, coordenadores de Internato de Medicina Geral e Familiar e de Saúde Pública, diretores de Internatos Hospitalares e orientadores de Formação em todos os níveis de cuidados.

Patologia musculoesquelética
Considerada como um dos maiores problemas de saúde pública atuais, a dor afeta cerca de 30 por cento

De acordo com dados internacionais, as doenças do sistema musculoesquelético são a causa mais frequente de morbilidade, estimando-se que afete entre 20 a 30 por cento da população adulta em toda europa.

Responsável pela perda estimada de 1,5 milhões de dias de trabalho anuais para quem sofre da doença, este problema acarreta um custo económico que ultrapassa os dois mil milhões de euros por ano. Um valor que apenas é superado pelas doenças cardiovasculares.

A mesoterapia, considerada uma arma terapêutica valiosa no tratamento da dor, sobretudo na patologia musculoesquelética, tem, em última análise, como objetivo melhorar qualidade de vida aos doentes.

“A mesoterapia é uma técnica médica que consiste na aplicação intradérmica de fármacos na projeção ortogonal da dor ou da lesão a tratar”, começa por explicar o fisiatra Ribeiro Mendonça, responsável pela consulta de Mesoterapia do Hospital de São José, em Lisboa.

Ao contrário do que acontece em França, por exemplo, país onde teve origem e onde ela é aplicada “em múltiplas patologias de várias especialidades”, em Portugal é usada para tratar sobretudo tendinites, tenosinovites, bursites, patologia muscular e patologia articular degenerativa ou inflamatória. “Outra grande área de aplicação é na estética (foto-envelhecimento, rugas, obesidade, hidrolipodisrofia, flacidez e outras)”, acrescenta o especialista, autor do manual técnico “Mesoterapia”, publicado pela editora Lidel.

Tratando-se de um ato médico que implica a decisão de prescrição medicamentosa na mistura, a mesoterapia pode ser aplicada por qualquer médico, “seja de que especialidade for”.

“Na mesoterapia usamos misturas de 2 ou 3 fármacos, que depois são aplicados intraderme, com agulhas muito finas e curtas (com 4 ou 6 mm de comprimento)”, refere adiantando que estes fármacos são escolhidos em função da patologia e do efeito que se pretende obter.

“Na dor musculoesquelética usamos anestésicos, lidocaína em patologia aguda e procaína na crónica, AINES, relaxantes musculares, vasodilatadores, venotónicos, entre outros”, enumera.

Apesar de ser possível existirem reações adversas, “umas relacionadas com a técnica (equimoses e hematomas devido ao atingimento de vasos sanguíneos), outras relacionadas com os fármacos (desde alergia local tipo urticária até reação anafilática)”, a mesoterapia apresenta várias vantagens relativamente a outras técnicas ou armas terapêuticas.

“Na mesoterapia não existe o efeito de 1ª passagem, biotransformação do fármaco antes de atingir o local de ação, que pode ser no sangue mesentérico, na parede do intestino e principalmente no fígado. Ao não haver este efeito o risco de efeitos secundários é muito menor”, justifica Ribeiro Mendonça.

Por outro lado, de acordo com este especialista, trata-se um tratamento muito barato, que pode ser aplicado em doentes com patologias muito graves “como insuficiência renal em hemodiálise, neoplasias em tratamento ativo ou doentes a fazer anticoagulação”. “Nos doentes idosos polimedicados evita a toma de analgésicos e AINES”, acrescenta.

Deste modo, qualquer doente pode recorrer à mesoterapia desde que o sintoma dominante seja a dor. “Não existe qualquer cuidado especial, para além de inquirir sobre qualquer incompatibilidade farmacológica e verificar o estado da pele no local do tratamento”, assegura o fisiatra. “Nas grávidas, lactantes e crianças os cuidados são os mesmos que usamos em relação a qualquer medicação por via oral para este grupo”, refere ainda.

Apesar de não trazer a cura a algumas patologias, esta técnica promove o alívio dos sintomas. “Nas patologias agudas, tendinites, tenosinovites e bursites existe cura. Nas patologias crónicas, nomeadamente nas artroses, existe alívio dos sintomas o que levará à menor toma de analgésicos e AINES”, admite.

E os resultados são imediatos. “Logo após o 1º tratamento devido ao anestésico usado na mistura sente-se alívio das dores. Nas artroses da coluna podemos fazer 3 ou 4 sessões com periodicidade semanal, depois repetimos 1 sessão quinzenal também 3 ou 4 vezes e finalmente quando as queixas são menores fazemos sessões mensais ou de 2 em 2 meses”, explica.

Para além da dor musculoesquelética esta técnica também pode ser aplicada no tratamento da dor neuropática.

As consultas de mesoterapia encontram-se, habitualmente, inseridas num serviço de Medicina Física e de Reabilitação e, por isso, de fácil acesso a qualquer pessoa. “O exemplo maior é o Hospital São José onde a consulta existe desde Maio de 1993”, refere o responsável pela consulta.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade da Beira Interior cria
A Universidade da Beira Interior vai implementar um biobanco, que visa "criar um repositório de amostras humanas e de...

"Com esta valência, é dado um contributo para melhorar os meios à disposição da investigação na área da saúde, não só dentro da Universidade da Beira Interior (UBI), mas também ao nível regional e nacional", está referido na nota de imprensa publicada na página da internet desta instituição de ensino superior sediada na Covilhã, distrito de Castelo Branco.

A nova valência ficará na Faculdade de Ciências da Saúde e a inauguração está marcada para dia 24.

Segundo a nota, a estrutura "está apta a receber materiais de todo o país para serem utilizados, mediante as regras internacionais de gestão de biobancos, em futuros projetos de investigação no campo da saúde, como, por exemplo, em áreas ligadas à caracterização genética de patologias, novos métodos de diagnóstico ou novas terapêuticas".

"As coleções que vão estar reunidas podem incluir tecidos, amostras de sangue ou de ambiente, entre outras", acrescenta a nota.

De acordo com o referido, "a inclusão de coleções ambientais justifica-se com a importância que o ambiente tem na saúde humana".

"No atual quadro de investigação, as instituições começam a apostar na criação de biobancos - alguns de patologias específicas -, mas, com esta concretização, a UBI desenvolve um espaço onde será feito um trabalho sistematizado de catalogação", aponta.

O espaço é composto por equipamentos de alta tecnologia, que, entre outras opções, podem armazenar os materiais a baixas temperaturas - até -180 C (criopreservação) - e gerir o armazenamento de amostras, permitindo a organização sistemática e controlada da sua localização.

"Desta forma, a estrutura assegura o cumprimento de boas práticas, garantindo qualidade e segurança", salienta.

A informação especifica ainda que a equipa do biobanco é composta pelos docentes e investigadores Ignacio Verde, Lurdes Monteiro, Adriana Santos e Maria João Lima.

A instalação do espaço é cofinanciada pelo Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), no âmbito do Eixo Prioritário de Infraestruturas e Equipamentos para a Valorização Territorial e o Desenvolvimento Urbano, tendo contado com o apoio financeiro do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Desde 2014
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal foi novamente distinguida como Centro de Referência de Diabetes Pediátrica,...

O certificado de Centro de Referência de Diabetes Pediátrica é atribuído pelas entidades científicas ISPAD (International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes), SWEET (Better control in Pediatric and Adolescent diabeteS: Working to crEate CEnTers of Reference) e IDF Europa (International Diabetes Federation, European Region), a organizações que demonstrem, pela sua atividade, serem capazes de prestar serviços de excelência na área da diabetes pediátrica.

Na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), são cerca de mil as crianças e os jovens com Diabetes tipo 1 acompanhados no Departamento de Pediatria, composto por uma equipa de saúde especializada e multidisciplinar que, a par das consultas, está capacitada para o tratamento com recurso às mais recentes tecnologias, como é o caso das bombas de insulina e dos dispositivos de monitorização contínua de glicose.

Enquanto instituição associativa, a APDP organiza campos de férias, fins-de-semana e visitas educativas, encontros que incentivam a partilha de experiências entre crianças e jovens com diabetes. Criou, em 2012, o Núcleo Jovem da APDP e desenvolve cursos de formação dirigidos a pais e cuidadores de crianças com diabetes tipo 1.

“Este é um merecido reconhecimento que a APDP recebe, mais uma vez, pelo seu trabalho de aconselhamento, diagnóstico, promoção de boas práticas e aplicação de medidas que promovem a melhoria da qualidade de vida das pessoas com diabetes”, defende o presidente da APDP, Luis Gardete Correia.

A APDP é a associação de pessoas com diabetes mais antiga do mundo e uma das maiores Clínicas de Diabetes da Europa. 

Ordem dos Nutricionistas
A Assembleia da República discute hoje, dia 5 de janeiro, uma petição coletiva sobre a inclusão de opções vegetarianas nas...

A Ordem dos Nutricionistas, que emitiu já para a Assembleia da República um parecer sobre a matéria durante a discussão de diversos projetos de lei com teor semelhante, reconhece a pertinência desta iniciativa legislativa.

A promoção do consumo de alimentos de origem vegetal é reconhecidamente positiva mas, à semelhança de outras dietas, o legislador deverá ter em conta que uma dieta vegetariana poderá não ser sinónimo de uma alimentação saudável e equilibrada, veja-se o caso de pratos como seitan com natas ou alho-francês à Brás.

Assim, uma dieta vegetariana, se mal planeada, pode ser tão prejudicial como uma dieta não vegetariana desequilibrada.

Portanto, importa sublinhar que a adoção de um padrão alimentar do tipo vegetariano deve ser complementada por uma sistemática e vigilante combinação de alimentos com vista à obtenção da quantidade adequada de vitaminas necessárias a uma vida saudável, como a vitamina B12, minerais, como o ferro, ácidos gordos ómega 3 e proteínas.

Esta complementaridade de nutrientes deve ser ainda mais ativa no caso de crianças e adolescentes, uma vez que as suas necessidades particulares exigem ser cuidadosamente acautelados a presença de nutrientes essenciais na sua alimentação.

Nesse sentido, a Ordem dos Nutricionistas considera a inclusão de opções vegetarianas nas cantinas públicas, em particular de estabelecimentos de ensino, deverá ser considerada assegurando o adequado aporte nutricional destas refeições, pelo que deverão as ementas ser sempre elaboradas e supervisionadas por nutricionistas, visto serem estes os profissionais de saúde com as competências técnicas e científicas nas matérias relacionadas com a alimentação e nutrição.

A Assembleia da República deverá aproveitar a pertinência desta petição para assegurar o cumprimento obrigatório do preconizado nos referenciais da Direção-Geral de Educação relativos a cantinas e bufetes escolares e ainda para a materialização da Resolução n.º 67/2012, que prevê a necessidade da presença de nutricionistas nas escolas.

A alimentação escolar foi eleita pela Ordem dos Nutricionistas como uma das suas prioridades de atuação neste ano de 2017, tendo como principal ponto de ordem a necessidade de contratação de nutricionistas pelas Direções de Serviço Regionais de Educação para que supervisionem e orientem a elaboração das ementas de cantinas escolares de acordo com os princípios de uma alimentação saudável e equilibrada. 

Novo regulamento
Jovens médicos não podem fazer mais de três fins de semana em oito, nem mais de 50% em urgências noturnas. Diretores clínicos...

A Ordem dos Médicos impôs limites aos hospitais no recurso a médicos internos para as urgências: não podem fazer mais de três fins de semana a cada oito, nem podem fazer mais de 50% das urgências em horário noturno. O novo regulamento, publicado dia 1, proíbe também que os internos sejam obrigados a fazer horas extra dois meses antes de fazerem o exame de fim de especialidade. O bastonário avisa: diretores clínicos incumpridores sofrerão processos disciplinares.

"Nos hospitais com equipas dedicadas às urgências, estas só fazem urgências durante o dia e durante a semana. Os internos estavam a ser compelidos a fazer noites e fins de semana. Estamos a ser razoavelmente permissivos e o regulamento é de bom senso para facilitar os hospitais", diz ao Diário de Notícias José Manuel Silva, bastonário dos médicos.

"É preciso impor limites. Havia hospitais a escalar internos quase todos os fins de semana. Os internos são profundamente coagidos em muitas circunstâncias que colocam em causa a sua formação: as áreas do estudo, investigação e enfermaria ficam prejudicadas. Tem de haver equilíbrio nas várias áreas de formação. Foi lançado na segunda inquérito para vermos o grau de cumprimento das regras de norte a sul do país", adianta.

Carlos Cortes, presidente secção Centro da Ordem e do Conselho Nacional de Pós-graduação, reforça: "Todas as semanas chegavam queixas de internos por serem escalados de forma indevida. O que estava a acontecer era um abuso laboral na utilização de internos até onde não deviam ser usados, ao serem colocados em escala como se fossem especialistas. O regulamento é equilibrado, mas penso que será de difícil aplicação porque os conselhos de administração usam e abusam dos internos para colmatar a falta de médicos que têm".

A Ordem dá três meses aos hospitais implementarem as novas regras. E se não forem cumpridas, afirma José Manuel Silva, haverá mão pesada: "Enviámos uma carta a todos os diretores clínicos a afirmar, de forma assertiva, que o regulamento da Ordem é para cumprir. Se não o fizerem, passaremos à fase das consequências em que os diretores clínicos que não cumprirem as regras, sem aviso e fundamentação, sofrerão processos disciplinares".

O regulamento reforça que os internos não têm autonomia para fazerem urgências sozinhos. "Têm de estar sempre tutelados. Os colégios das especialidades já permitiam, em algumas circunstâncias, que os internos assumissem a função de especialista desde que tutelado por um especialista em presença física ou em chamada. O regulamento tornou as regras mais claras e iguais para todos".

Capacidades no limite
Os hospitais estão a receber os novos internos. E voltou a bater-se um recorde: 3839, entre ano comum e especialidades. "É tempo de o governo deixar de usar a desculpa da falta de médicos. O que não há é dinheiro para o SNS atrair médicos e pagar horas extra aos já contratados. Não podemos aumentar mais as vagas de formação. Estamos no limite e a colocar em causa a qualidade. Recebemos comunicações desesperadas de internos a dizer que não conseguem operar horas suficientes para ter autonomia. É altura de fazermos um planeamento a longo prazo", diz o bastonário.

Em Portugal
Medicamentos inovadores ajudam sistema imunitário combater tumores. Em Portugal, já foram concluídos 34 ensaios.

José Pedro Valinhas, 73 anos, sentia-se "ótimo fisicamente" e já era "quase um golfista profissional" quando lhe foi diagnosticado um cancro gástrico, em janeiro do ano passado. "Detetou-se o problema numa fase muito avançada, pelo que não podia ser resolvido com cirurgia", contou ao Diário de Notícias. Começou a fazer quimioterapia no IPO do Porto "mas os resultados não eram animadores". Além disso, não reagiu bem. "Sentia-me muito mal. Tinha crises, infeções." Há nove meses surgiu uma nova esperança. José Pedro começou a participar num ensaio clínico com pembrolizumab, medicamento na área da imunoterapia, um tipo de tratamento que ativa o sistema imunitário na luta contra o cancro. É um dos voluntários dos 17 ensaios que decorrem em Portugal na área da oncologia com imunoterapia. Já foram concluídos 34, a maioria com indicações sobre doenças hematológicas malignas (26%) e neoplasias do sistema digestivo (26%).

Ao Diário de Notícias, José Valinhas conta que "os últimos resultados mostram que houve uma regressão da espessura do tumor e das metástases em quase 50%". "Sinto-me ótimo, o que não quer dizer que esteja ótimo." José "imaginava que ia ter poucos meses de vida" e, neste momento, diz que não sente "praticamente nada". Isto porque, no seu caso, os efeitos secundários "são nulos".

A imuno-oncologia atua ao nível do sistema imunológico. "Nós temos lá os soldados todos, que têm as armas mas não têm balas. Nós vamos dar-lhes balas para que eles cumpram as suas funções", explicou ao Diário de Notícias Emanuel de Jesus, médico oncologista no IPO de Coimbra, onde cerca de 30 doentes fazem tratamento na área da imunoterapia. Os tumores adormecem o sistema imunitário e o que estes fármacos fazem "é reativar as células imunitárias, os nossos linfócitos, que iriam fazer a função de destruição, de modo a que voltem a essa função". Assim, "conseguimos diminuir a carga tumoral, de forma a perspetivar que um dia podemos vir a ter uma remissão completa". A finalidade, esclarece, "não é curar - embora haja uma percentagem de indivíduos que ficam em remissão completa - mas o importante é estender a sobrevivência do doente sem doença". Além de um ganho de sobrevida, os doentes ganham qualidade de vida.

Desde 2006, o Infarmed contabiliza "34 ensaios clínicos concluídos na área de oncologia com imunoterapia". Depois dos cancros do sistema digestivo e sangue, os cancros mais visados pelas investigações são o da mama (18 %), as neoplasias do sistema reprodutor feminino (9%), o do pulmão (6%) e o carcinoma da cabeça e do pescoço (6%). Nos últimos anos, a tendência é para uma participação cada vez maior de doentes nos ensaios. Enquanto os quatro ensaios concluídos em 2009 previam a participação de 32 doentes oncológicos, o mesmo número de testes finalizados no ano passado abrangeram 103 pessoas.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou no ano passado dois fármacos: o nivolumab e o pembrolizumab, que podem ser usados em melanoma, cancro do pulmão e rim. À exceção do melanoma - para o qual a imunoterapia passou a ser a primeira linha de tratamento -, são tratamentos de segunda linha, isto é, para doentes que já passaram pela quimioterapia, mas que não tiveram os resultados desejados. Ambos são usados em fases avançadas da doença, mas estão neste momento a ser testados para outros cancros e para fases mais precoces.

Mais qualidade de vida
"A quimio leva tudo à frente. A imunoterapia trouxe esperança a quem estava a ver um buraco demasiado negro. Agora faço uma vida quase normal." Maria Paula Mano tem 50 anos e um melanoma metastizado. Está desde janeiro de 2015 a participar num ensaio clínico com nivolumab. "No meu caso, funcionou muito bem. Houve uma regressão nos tumores aliada à quase inexistência de efeitos secundários." De 15 em 15 dias, vai ao IPO do Porto fazer tratamentos. "Põem-me um cateter na veia e é feita uma perfusão durante uma hora." No dia seguinte sente-se cansada. "Mas depois recupero."

Paula é cautelosa quanto ao sucesso do tratamento. "Vamos ver como o organismo reage. O sistema imunitário tem memória. Espero que tenha efeito a médio/longo prazo." O pesadelo começou em fevereiro de 2013 com uma consulta no dermatologista devido a uma "lesão atípica" no nariz. Seguiu-se uma biópsia e um diagnóstico aterrador: melanoma. Três meses depois da primeira cirurgia, uma metástase no pescoço. Mais uma cirurgia e três semanas de radioterapia. "Quase não comia." Em maio de 2014, mais uma metástase, desta vez numa vértebra lombar. Uma nova cirurgia e mais radioterapia. "Fiquei praticamente sem andar."

Depois vieram as metástases no pulmão e no fígado. Seguiu-se a quimioterapia, mas a situação continuava a agravar-se. Em outubro de 2014, Paula iniciou um ciclo de imunoterapia com o fármaco ipilimumab. "Mas as metástases continuavam a progredir. Estávamos num impasse. Não havia mais nada a fazer." É então que a médica do IPO lhe fala num ensaio clínico com outro fármaco de imunoterapia: o nivolumab. "Passados quatro meses fiz uma reavaliação e as metástases tinham reduzido quase 50%. Foi uma notícia maravilhosa." Mas, ressalva, do grupo de seis pessoas que iniciaram o tratamento ao mesmo tempo "só três tiveram sucesso".

A Unidade de Investigação Clínica do IPO do Porto tem dez ensaios clínicos na área de oncologia com imunoterapia, envolvendo mais de 70 doentes. Há ensaios em melanoma, cancro do pulmão, cabeça e pescoço, rim, cancro gástrico. "A imunoterapia é uma terapêutica muito promissora, como têm demonstrado os ensaios nas diversas áreas. As taxas de resposta eram muito baixas e a imunoterapia veio revolucionar o tratamento do cancro, especialmente do melanoma", diz Deolinda Pereira, diretora do serviço de oncologia médica do IPO do Porto.

Não funciona com todos
Há um grande entusiasmo à volta da imunoterapia, mas o oncologista Emanuel de Jesus diz que é preciso um "esclarecimento à população": "A imunoterapia funciona, mas mediante critérios e patologias. Não serve para todo o tipo de tumores." E não é desprovida de efeitos secundários, que resultam, sobretudo, da ativação do sistema imunitário: inflamação, diarreia, febre, reações cutâneas. A tiroide e as suprarrenais também podem ser atingidas. "Há poucos efeitos secundários de nível três e quatro. Não se comparam à quimioterapia na exuberância. Mas na quimioterapia também há doentes que não os têm. Em percentagem são mais, mas em termos de intensidade são menos e mais fáceis de manusear", ressalva o oncologista.

Nos doentes que manifestam efeitos secundários graves, pode ser necessário suspender o tratamento, temporária ou definitivamente. "Nesses indivíduos verificou-se que depois de suspender o tratamento manteve-se a eficácia. Significa que estamos a dar memória que pode levar à destruição da célula tumoral", destaca.

Segundo os especialistas ouvidos pelo Diário de Notícias, há uma "toxicidade diferente" daquela que existe com a quimioterapia, o tratamento convencional, que atua sobre o tumor . "Há uma panóplia de efeitos que temos de estar preparados para reconhecer e saber lidar com eles. É preciso monitorizar muito bem estes doentes", destaca Deolinda Pereira.

Milhões de euros por ano
Neste momento, os fármacos têm custos muito elevados. Ao DN, Luís Costa, presidente da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro, fala em valores anuais na ordem dos 60 a 80 mil euros por doente (ver entrevista). Deolinda Pereira confirma que a imunoterapia representa um investimento de "milhões de euros" por ano. Mas os custos que virá a ter no futuro ainda estão a ser discutidos pelas entidades competentes em Portugal. "A grande vantagem dos ensaios é que os doentes têm acesso à medicação numa fase mais precoce e as instituições têm financiamento", sublinha a responsável pelo serviço de oncologia do IPO do Porto. Em Portugal, o doente não recebe para participar no ensaio, "mas há casos em que são pagas as deslocações e as refeições".

No final do ano estavam ativos 17 ensaios clínicos nesta área em Portugal e há um grande interesse dos doentes para se submeterem a testes com este tipo de fármacos. Emanuel de Jesus diz que é frequente receberem telefonemas de familiares de doentes oncológicos no Instituto Português de Oncologia de Coimbra manifestando interesse em experimentar este tratamento. E há sempre uma expectativa muito grande: "Nos doentes a quem introduzi a terapêutica, tive de dizer que não era efetiva para toda a gente, que não sabia se ia cair no lado da resposta e na progressão", indica.

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