Estudo

S63845: o novo composto que ajuda a combater o cancro da mama

Uma nova classe de medicamentos que detetam o "calcanhar de Aquiles" das células cancerígenas, pode melhorar significativamente os resultados para algumas formas mais agressivas de cancro da mama.

Uma nova classe de medicamentos que detetam o “calcanhar de Aquiles” das células cancerígenas, podem ajudar no tratamento de combate ao cancro da mama, é a conclusão de um novo estudo publicado na Science Translational Medicine.

A equipa de investigadores do Instituto de Investigação Médica Walter and Eliza Hall encaram o avanço como uma mudança de paradigma, que pode melhorar significativamente os resultados para algumas formas mais agressivas de cancro da mama. Este novo composto (S63845), combinado com o ‘tratamento padrão’, bloqueia a proteína Mcl-1, que mantém vivas as células cancerígenas, escreve o Observador. Segundo James Whittle, co-autor do estudo, o bloqueio da proteína é crucial, pois esta “permite às células cancerígenas resistir à quimioterapia e a outros tratamentos anti-cancro”.

Verificou-se que o uso deste novo composto é mais eficaz nos cancros da mama ditos “triplo negativos” e HER2 positivo. Esta é a primeira vez que o composto S63845, desenvolvido pela empresa farmacêutica Servier, mostrou ser eficaz no tratamento do cancro de mama. Os resultados vão permitir que siga para investigação em ensaios clínicos.

A combinação do inibidor S63845 com terapias padrão foi muito mais eficaz do que qualquer tratamento. Estes podem ser tumores incrivelmente agressivos. Ver uma resposta à terapia combinada neste tipo de tumor é muito emocionante “, afirmou James Whittle.

O novo desenvolvimento foi possível graças ao apoio do Victorian Cancer Biobank e às amostras doadas por doentes com cancro da mama, que permitiram gerar um largo número de modelos em laboratório, que imitavam a forma como os tumores se comportavam e respondiam à terapia no paciente.

Os resultados são particularmente importantes para o “triplo negativo” porque, ao contrário de outros tipo de cancro da mama, este não viu melhorias substanciais no tratamento ou nos resultados dos pacientes nas últimas três décadas.

Fonte: 
Observador
Nota: 
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