Instituto Politécnico de Leiria
Um projeto para a prevenção e tratamento de lesões da cartilagem e degeneração articular, liderado pelo Instituto Politécnico...

O projeto envolve também investigadores do Centro Hospitalar de Leiria e dos institutos politécnicos de Coimbra e de Santarém.

Com "forte componente tecnológica", com engenharia aplicada à saúde, o projeto 2Bio4Cartilage envolve o Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto (CDRSP) do Instituto Politécnico de Leiria, os serviços de Ortopedia 1 e 2 e o Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e os politécnicos de Coimbra e de Santarém, num total de 17 investigadores, que vão trabalhar para tratar e prevenir a osteoartrite, segundo uma nota de imprensa do CHL.

Com uma duração de um ano e meio e financiamento do programa comunitário Portugal 2020 na ordem dos 150 mil euros, o projeto arranca em setembro e inclui um programa de intervenção integrado "para prevenção e tratamento de lesões da cartilagem e uma abordagem multidisciplinar ao problema da degeneração articular".

De acordo com o comunicado, o projeto "é composto por um programa de exercício físico para redução da dor e aumento da independência funcional dos doentes e a otimização da engenharia de biomateriais e bioprocessos para próteses articulares mais adequadas".

Investigador do CDRSP, que lidera o projeto na área da engenharia, Pedro Morouço, citado na nota de imprensa, explicou que "as doenças relacionadas com a cartilagem estão na lista de principais preocupações da Organização Mundial de Saúde, assumindo-se a prevenção da degeneração da cartilagem articular como uma importante questão de saúde para a qual existem poucas soluções eficazes".

Para a degeneração articular contribuem fatores como o "envelhecimento, a obesidade, deficiências nutricionais e a inatividade física, problemas primários para a sociedade portuguesa e que estão diretamente associados a grande número de doenças reumáticas", acrescentou o investigador.

"É obrigatório ter perspetivas e abordagens de intervenção integrada multidisciplinares e é, por isso, que o 2Bio4cartilage envolve as dimensões de prevenção e tratamento. O facto de incidir não só no desenvolvimento de uma solução de tratamento, mas também na prevenção da doença, além da experiência e âmbito das entidades envolvidas, conferiu ao projeto um elevado nível de excelência, que lhe valeu uma classificação de 4.79, em 5", revelou Pedro Morouço.

O coordenador do Centro de Investigação do CHL, João Morais, adiantou que "são cinco os projetos em consórcio com o Politécnico de Leiria aprovados, estando ainda em apreciação projetos conjuntos com outras entidades, um passo importante para a afirmação do CHL como entidade não empresarial do sistema de I&D".

O 2Bio4Cartilage tem ainda como objetivo a sensibilização do público para o problema da degeneração articular.

A osteoartrite é uma condição crónica que afeta mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo e tem um impacto significativo nos cuidados de saúde e na sociedade.

Segundo o estudo Global Burden of Disease, da Organização Mundial da Saúde, a osteoartrite do joelho é a 11.ª principal causa de deficiência e mostra uma tendência crescente. Esta doença pode danificar qualquer articulação no corpo humano e é mais comum nas articulações da anca, joelhos, mãos e coluna vertebral, refere ainda a nota.

Todos os anos, mais de 50 milhões de pessoas recorrem ao médico por causa de dor nas articulações, metade delas com problemas ao nível da cartilagem articular.

Projeto PathoWatch.med
Uma investigadora do Porto está a criar um programa para monitorizar mensalmente as superfícies das unidades de saúde, de forma...

"Os pacientes, quando dão entrada no ambiente hospitalar, transportam consigo diversos agentes patogénicos", deixando a sua "pegada microbiana" impressa nas superfícies por onde passam, disse a investigadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) Manuela Oliveira, responsável pelo projeto PathoWatch.med.

Essas superfícies, frisou, constituem uma "importante rota de transmissão" entre os pacientes, o pessoal médico e o de enfermagem, bem como entre os equipamentos e os sistemas de ventilação.

Neste programa serão monitorizadas as maçanetas das portas, as cabeceiras de camas, os tabuleiros cirúrgicos, os carrinhos de apoio de consumíveis e de medicação e as cortinas de separação de camas, da Unidade de Cuidados Intensivos, do Serviço de Recobro, da Pneumologia, da Urologia e do Bloco de Cirurgia, onde a prevalência de infeção é maior.

Tendo por base os obtidos, serão elaborados relatórios com medidas preventivas para redução da contaminação microbiológica dessas superfícies.

Manuela Oliveira pretende ainda desenvolver uma plataforma interativa para a visualização dos resultados e das referidas medidas por parte dos hospitais, que podem, no final de um ano de monitorização, receber a "Bandeira Azul", que atesta a segurança da unidade hospitalar.

Em Portugal, anualmente, "cerca de 10,6% dos utentes internados adquire uma a infeção hospitalar", situação que acarreta um custo médio 35 mil euros por doente e leva a 12 mortes por dia, número "sete vezes superior ao de vítimas de acidentes de viação", acrescentou a investigadora.

Segundo a OMS, muitas das medidas de prevenção e controlo da infeção são "simples e de baixo custo", como a limpeza apropriada das mãos e a aplicação correta de precauções básicas durante os procedimentos invasivos.

"No entanto, tais medidas requerem a responsabilização do pessoal médico, de enfermagem e auxiliar, sendo necessário operar algumas mudanças comportamentais", declarou Manuela Oliveira.

Manuela Oliveira apontou a identificação e quantificação dos agentes microbianos que contribuem para o aparecimento das infeções hospitalares, a melhoria dos sistemas de vigilância a nível nacional e a educação e responsabilização do pessoal médico, de enfermagem e auxiliar, como algumas das principais soluções para minimizar o problema.

Com este projeto, concorreu à segunda edição do ASA - ANJE Startup Accelerator, sendo uma das dez finalistas que vai participar na iniciativa 'Born Global', que integra missões a Telavive (Israel), Silicon Valley (Estados Unidos) e Berlim (Alemanha).

O "PathoWatch.med" é ainda apoiado pelo RESOLVE, um programa de ignição do i3S que apoia ideias na área da saúde que auxilia a transferência de conhecimento científico e tecnológico de projetos inovadores na área da saúde, que estejam em estágio inicial.

Esta conquista vai permitir que a investigadora crie, durante o mês de agosto, uma empresa de prestação de serviços, coordenada por si, para implementar o projeto.

“Um Dia Pela Vida”
A iniciativa “Um Dia Pela Vida” decorreu em Ovar durante quase quatro meses. O objetivo foi “Homenagear os que venceram,...

A iniciativa “Um dia Pela Vida”, promovida pelo Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC-LPCC), arrancou formalmente a 8 de abril e terminou no dia 29 de julho com uma grande festa de encerramento. Durante quase quatro meses, 1019 voluntários mobilizaram perto de seis milhares de pessoas em mais de 112 atividades de sensibilização para a prevenção do cancro e de angariação de fundos, numa atmosfera de festa, com espetáculos, música, jogos e outras atividades. A comunidade de Ovar reuniu 69 equipas e conseguiu angariar 68.500 mil euros que serão aplicados no apoio a doentes oncológicos e na investigação do cancro.

Carlos Freire de Oliveira, no Encerramento do projeto “Um dia Pela Vida” em Ovar, considerou que “a comunidade ovarense se envolveu de forma verdadeiramente solidária”, constatando que os “objetivos foram francamente alcançados”.

O encerramento da iniciativa contou com uma grande festa de encerramento no dia 29 de julho que se prolongou durante a madrugada, com muita música e dança, espaços de convívio e entretenimento. Cerca de duas mil pessoas participaram em diversas atividades, como espetáculos, venda de artesanato e “comes e bebes”, com grande destaque para a “Volta dos Vencedores” e para a “Cerimónia das Luminárias", o ponto alto e mais simbólico da iniciativa.

Num percurso iluminado por milhares de luminárias colocadas dentro de sacos de papel, decorados com mensagens pessoais de quem as ofereceu ou com o nome das pessoas a quem são dedicadas, toda a comunidade foi convocada para uma caminhada simbólica ao longo de um percurso que significa não só os passos do doente oncológico após lhe ter sido diagnosticada a doença, como também o empenho de todos na luta contra o cancro.

“Um Dia Pela Vida” é uma iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro no âmbito de uma parceria com a American Cancer Society. Tem como principais objetivos mudar a atitude da comunidade face à doença, informar, sensibilizar e angariar fundos destinados às atividades de apoio ao doente oncológico e família, educação e prevenção do cancro.

Com “Um Dia Pela Vida”, a LPCC tem percorrido o país em iniciativas que juntam tanto quem quer celebrar a vida e voluntariamente se disponibiliza a desenvolver ações seja no local de trabalho, como junto dos amigos, nos grupos de que faz parte ou em sessões públicas; como quem quer recordar um familiar ou amigo que partiu ou  ainda estar presente e ajudar alguém que está neste preciso momento a combater a doença. Apela-se à natureza solidária das pessoas e através delas a um efetivo enraizamento na comunidade.

Em Portugal o “Um Dia Pela Vida” teve o seu início em Coruche em 2005 e, desde então, já teve lugar por todo o país, de Valença do Minho a Elvas, de Castelo Branco a Ílhavo. Pombal, Guarda e São Pedro do Sul, Marinha Grande foram os mais recentes concelhos da Região Centro que acolheram esta iniciativa.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Três distritos de Portugal continental e a costa sul da ilha da Madeira estão hoje sob ‘aviso amarelo’ devido ao tempo quente e...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o distrito de Faro e a costa sul da ilha da Madeira estão hoje sob ‘aviso amarelo’ devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima até às 21:00 de hoje.

O IPMA colocou também os distritos de Lisboa e Leiria sob ‘aviso amarelo’ devido à previsão de vento moderado a forte de norte/noroeste com rajadas da ordem dos 70 quilómetros por hora entre as 12:00 de hoje e as 21:00 de terça-feira.

Também a costa sul da ilha da Madeira está sob ‘aviso amarelo’ até ao final do dia de terça-feira devido ao vento forte com rajadas da ordem dos 80 quilómetros por hora no extremo leste.

O ‘aviso amarelo’, o terceiro mais grave, significa situação de risco para determinadas atividades dependentes das condições meteorológicas.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental e arquipélago da Madeira apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ de exposição à...

Segundo o Instituto, também o arquipélago dos Açores apresenta hoje um risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV), com exceção de Santa Cruz das Flores, ilha das Flores, grupo ocidental, que está com níveis ‘moderados’.

Para as regiões com risco 'muito elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral a norte do Cabo Raso até final da manhã e vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando de sudoeste no sotavento algarvio durante a tarde, sendo moderado a forte com rajadas até 70 quilómetros por hora no litoral oeste, em especial durante a tarde.

Nas terras altas, prevê-se vento moderado a forte do quadrante norte com rajadas até 70 km/h, em especial a partir do meio da tarde.

A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais do litoral Norte e Centro, pequena descida da temperatura mínima no interior Norte e Centro e descida da temperatura máxima, exceto no Algarve.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul da ilha, vento moderado a forte de nordeste, com rajadas até 80 quilómetros por hora nos extremos leste e oeste e nas terras altas.

Para os Açores prevê-se céu geralmente muito nublado, períodos de chuva, que poderá ser forte durante a madrugada e manhã e vento bonançoso a moderado.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 17 e 26 graus Celsius, no Porto entre 14 e 22, em Braga entre 14 e 26, em Viana do Castelo entre 14 e 23, em Vila Real entre 14 e 26, em Viseu entre 12 e 25, em Bragança entre 14 e 29, na Guarda entre 11 e 26, em Coimbra entre 15 e 25, em Aveiro entre 15 e 22, em Castelo Branco entre 16 e 33, em Portalegre entre 14 e 30, em Leiria entre 15 e 23, em Évora entre 15 e 34, em Beja entre 15 e 35, em Setúbal entre 16 e 29 e em Faro entre 21 e 34.

No Funchal as temperaturas vão variar entre 21 e 29 graus Celsius. Nos Açores, em Ponta Delgada (São Miguel) vão oscilar entre 19 e 25, em Angra do Heroísmo (Terceira) entre 19 e 24 e em Santa Cruz das Flores (Flores) entre 22 e 25.

Instituto Português do mar e da Atmosfera
Vários concelhos do sotavento algarvio e das regiões do interior Norte e Centro de Portugal continental estão hoje em risco ...

Segundo o Instituto Português do mar e da Atmosfera (IPMA), em risco 'máximo' de incêndio estão vários concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Coimbra, Vila Real e Bragança.

O IPMA colocou ainda vários concelhos dos 18 distritos de Portugal continental em risco ‘elevado’ e ‘muito elevado’.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre o "reduzido" e o "máximo".

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Às 06:30, a Autoridade Nacional de Proteção Civil dava conta de 11 incêndios, nenhum de grandes dimensões, um em curso, um em resolução e nove em fase de conclusão.

O IPMA prevê céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral a norte do Cabo Raso até final da manhã e vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando de sudoeste no sotavento algarvio durante a tarde, sendo moderado a forte com rajadas até 70 quilómetros por hora no litoral oeste, em especial durante a tarde.

Nas terras altas, prevê-se vento moderado a forte do quadrante norte com rajadas até 70 km/h, em especial a partir do meio da tarde.

A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais do litoral Norte e Centro, pequena descida da temperatura mínima no interior Norte e Centro e descida da temperatura máxima, exceto no Algarve.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 17 e 26 graus Celsius, no Porto entre 14 e 22, em Braga entre 14 e 26, em Viana do Castelo entre 14 e 23, em Vila Real entre 14 e 26, em Viseu entre 12 e 25, em Bragança entre 14 e 29, na Guarda entre 11 e 26, em Coimbra entre 15 e 25, em Aveiro entre 15 e 22, em Castelo Branco entre 16 e 33, em Portalegre entre 14 e 30, em Leiria entre 15 e 23, em Évora entre 15 e 34, em Beja entre 15 e 35, em Setúbal entre 16 e 29 e em Faro entre 21 e 34.

Sobrevivente escreve sobre cancro
Quando a minha família descobriu que eu tinha cancro, percebeu, imediatamente, duas coisas – que o c

Descobrir que se tem cancro nunca é fácil. No meu caso, tive uma reação bastante pacífica quando recebi a notícia porque não percebi que “estava chocada”. Aliás, não percebi que estava doente. Tinha apenas 13 anos e não estava muito atenta na consulta (estávamos nas urgências do hospital de Leiria) - já era muito tarde, tinha fome, tinha sono, tinha mais no que pensar. Sei, com isto, que desiludo um bocadinho as pessoas quando me perguntam: “como reagiste quando soubeste que tinhas cancro?”. Simplesmente, não reagi. Não reagi porque não percebi patavina do que se estava a passar.

Fiquei internada no hospital de Leiria e, uns dias depois, já estava “efetiva” no hospital de Coimbra. As férias em Leiria (onde estive apenas a soro e a beijinhos) terminaram e a coisa tornou-se séria e oficial: Linfoma não-hodgkin era o diagnóstico.

Entrei ainda sem perceber qual seria o meu papel. O que me estaria destinado. Entrei sem acreditar que teria de ficar. O enfermeiro disse-me que aquela ali era a minha cama e que a minha mãe teria de ir embora. Naquela noite, ela não poderia ficar comigo. Por mais que o enfermeiro me sorrisse e me mostrasse “a casa”, para que eu não tivesse tanto medo, estava muito assustada. As paredes, as cores, os cheiros…eram tão distantes. Tão frios. E eu estavam tão longe da minha casa.  

Tive de ficar. Vi a minha mãe ir embora (disse-me adeus quase sem voz porque a trazia travada na garganta), sentei-me na minha cama e percebi que as coisas tinham mudado. Para sempre.

Depois, foi como se de um filme se tratasse. Depressa, inacreditável, irreal. Eu fui acompanhando a história, muitas vezes sem me aperceber que estava dentro dela. Mas não haveria grande coisa a fazer – aceitar era a única coisa opção sensata (isso e desligar o telefone de casa, que tocava insanamente). Aquela era nossa nova realidade e nós seríamos incríveis a encará-la. Disso, também tínhamos a certeza.

Ao aceitarmos que a nossa vida tinha mudado, cada elemento da minha família, começou a agir como sabia. A minha mãe, sempre tão resiliente e forte, as minhas irmãs, despachadas e divertidas, o meu pai, emocional e frágil. Cada um foi o que soube ser e fez o que pode fazer.

Tentámos, desde o início, que o cancro não fosse a nossa maior tragédia. Não poderia ser. Os meus pais não permitiriam que as nossas gargalhadas acabassem por ali e era preciso que a nossa vida não mudasse drasticamente. Continuei a frequentar a escola, continuei a falar pelos cotovelos, continuei a embirrar com as minhas irmãs, continuei a ser feliz, despenteada, desbocada e grata. As coisas mudaram sim, mas não necessariamente para pior.

A minha personalidade, apesar de já bastante vincada (e insuportável em algumas coisas) ainda estava a ser ajeitada, ajustada. Eu estava a crescer e o cancro era o meu educador principal. Cresci numa história de crescidos, cresci a brincar mas a saber falar de morte, cresci com sonhos mas sem fazer planos, cresci otimista mas a ter noção da efemeridade da vida. Cresci com pressa de tempo, a correr atrás do tempo.

Cresci e fiquei bem. Entrei em remissão da doença e os meus pais respiraram de alívio. Correção – e os meus pais, voltaram a respirar. Mas o pós-cancro, que se esperava ser mais fácil do que o vivenciar da doença, foi, aliás, o mais difícil de tudo. Em apenas um ano tinha acontecido tanta coisa que, ao percebermos que o pior já tinha passado, todos os medos, todas as dúvidas, todos os traumas, todas as perdas vivenciadas nessa fase, vieram ao de cima.

A médica disse que “já estava tudo bem” e foi aí que me permiti sofrer. Sei que esse sofrimento veio com um “atraso” mas ainda não tinha tido tempo para sentir. Ainda não tinha tempo para encaixar tantas transformações, tantas mudanças. E a adolescência batia-me à porta. A terrível adolescência que, vivida com um cancro à mistura, é mais difícil de compreender do que letra de médico.

O tempo passou. Continuei a procurar entender-me, fiz as pazes com o meu passado e afastei-me do mundo do cancro porque queria era viver. Mas em 2013, percebi que afinal não estava assim tão bem resolvida. Que ainda havia um trabalho a fazer. Que talvez tivesse um contributo a dar, ou não tivesse nada para dar, mas sim para aprender. Criei então o projeto Cancro com Humor onde, com a ajuda do humor, da descontração, da simplicidade, pus-me a falar de dor e de amor, com a mesma facilidade. Era preciso falar de cancro de outra maneira. Era preciso que deixássemos de tremer. Com a ajuda da escrita, da comunicação, comecei a contar a minha história e a partilhar a história dos outros, com a cabeça levantada e a gargalhada na voz. Era preciso rir disto. Era preciso falar sem medo mas sem nunca deixar de chorar. Era preciso exteriorizar. Lancei um livro, uma associação, uma banda desenhada, uma peça de teatro, lancei-me ao mundo. Comecei a dar palestras pelo país, a aceitar falar e escrever sobre cancro e onde a desmistificação era a palavra de ordem. Amei durante o Cancro com Humor. Fui cuidadora. Perdi para o cancro, também. Caí e levantei-me, vezes sem conta.

E em 2016 decidi escrever o segundo livro. Saiu agora. É um livro de autor, feito com uma maturidade e vulnerabilidade que ainda não tinha existido. Esta é uma Marine que olha para o cancro desde os 13 anos de idade mas que o vê fora de si. Nunca dentro. Não é dela, não o quer. Mas é preciso saber que ele está ali ainda para tanta gente e que é urgente saber que é possível ser feliz no caos.

Marine Antunes é autora dos livros Cancro com Humor e Cancro com Humor 2 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Organização Mundial da Saúde
A Arábia Saudita, envolvida militarmente na guerra no Iémen, prometeu disponibilizar 28,6 milhões de euros à Organização...

Um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra, Gregory Hartl, confirmou à agência noticiosa France Press “a assinatura de um acordo” nesse sentido e recordou que a organização está pronta a receber “todas as ofertas de Estados-membros destinadas a aliviar os sofrimentos do povo iemenita”.

A epidemia de cólera que atinge o Iémen já provocou cerca de 2.000 mortos. O comité internacional da Cruz Vermelha sublinhou em julho que a propagação é “consequência direta do conflito” que assola o país – que se agravou desde o início da intervenção militar da “coligação árabe” liderada pelos sauditas.

Na quinta-feira passada, o Governo saudita indicou em comunicado que a sua contribuição para a OMS de 33,7 milhões de dólares (28,6 milhões de euros) se integra “no compromisso” do reino para conter a propagação da cólera no Iémen, país onde intervém militarmente desde março de 2015.

Riade acrescentou que assinou um protocolo de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a infância (Unicef) no valor de 33 milhões de dólares (28 milhões de euros) para um projeto destinado a apoiar o setor da água e do saneamento básico, para “travar os vetores” de propagação da epidemia.

As ajudas financeiras, que envolvem acordos com a OMS e Unicef, foram anunciadas em junho pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed ben Salmane.

Na semana passada, o soberano do Dubai, Mohamed ben Rached al-Maktum, tinha anunciado uma contribuição de 10 milhões de dólares (8,4 milhões de euros) à OMS para combater a cólera no Iémen.

Desde 27 de abril, e segundo os últimos dados disponíveis, a OMS recenseou 436.000 casos suspeitos de cólera e 1.915 mortes.

O agravamento em março de 2015 na sequência da intervenção de uma coligação árabe, liderada pela Arábia Saudita, em apoio ao Presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e com o objetivo de contrariar o avanço dos combatentes Huthi.

Aliados do ex-Presidente Ali Abdallah Saleh, os Huthi assumiram o controlo de vastas regiões do país, incluindo a capital Sanaa.

A ONU tem sugerido sistematicamente uma trégua para permitir a distribuição de ajuda humanitária, mas as mediações da organização e, pelo menos, sete declarações de cessar-fogo não tiveram sucesso até ao momento.

Estudo
A solidão e o isolamento social podem tornar-se num perigo para a saúde pública maior do que a obesidade, revela uma...

“Estar ligado a outros socialmente é amplamente considerado uma necessidade humana fundamental, crucial para o bem-estar e sobrevivência. Exemplos extremos mostram que crianças institucionalizadas que não têm contacto humano não se desenvolvem e muitas vezes morrem”, apontou Julianne Holt-Lunstad, professora de psicologia da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos.

De acordo com a investigadora, prova disso está no facto de o isolamento social e o confinamento social serem usados como forma de punição.

Para ilustrar o impacto do isolamento social e da solidão no risco de morte prematura, a psicóloga apresentou dados de duas análises. A primeira envolveu 148 estudos, nos quais participaram mais de 300 mil pessoas e revelou que uma maior relação social está associada a uma redução em 50% no risco de morte prematura.

Por outro lado, a segunda análise, que envolveu 70 estudos e mais de 3,4 milhões de pessoas, não só norte-americanos, mas também europeus, asiáticos e australianos, avaliou o papel que o isolamento social, a solidão ou o viver sozinho podem ter na mortalidade.

Os investigadores descobriram que estes três fatores têm igual efeito no risco de morte prematura e que um deles tinha igual ou superior efeito ao de outros fatores de risco, como a obesidade.

“Há uma forte evidência de que o isolamento social e a solidão aumentam o risco da mortalidade prematura, e a magnitude do risco ultrapassa a de muitos indicadores de saúde”, apontou Holt-Lunstad.

A investigadora alertou que com o aumento da idade média da população, o efeito na saúde pública “só deverá aumentar”.

“De facto, a realidade em muitos países sugere que estamos perante uma epidemia de solidão. O desafio que agora se coloca é o de que é que podemos fazer contra isso”, acrescentou.

A investigadora recomendou que seja dada maior prioridade, tanto em pesquisas como em recursos, para enfrentar esta ameaça à saúde pública a nível individual.

Nesse sentido, sugeriu um maior enfoque no treino das capacidades sociais das crianças nas escolas e que os médicos incluam as conexões sociais no momento da triagem médica.

Por outro lado, alertou que todas as pessoas se devem preparar para uma aposentação social, mas também financeira, já que muitos dos laços sociais estão relacionados com o local de trabalho.

Proteção Civil
As regiões do Algarve, do Norte e do Centro estão desde hoje, e por um período de 72 horas, em risco muito elevado a máximo de...

Analisada a situação meteorológica definida pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê tempo quente e seco e uma intensificação do vento nas próximas 72 horas, a ANPC determinou que “os índices de risco de incêndio irão manter-se nas classes de ‘muito elevado’ a “máximo” nas regiões do Algarve e nas regiões do Norte e Centro, com exceção do litoral”.

Em função da previsão meteorológica de tempo quente e seco e vento moderado existem “condições favoráveis à eventual ocorrência e propagação de incêndios florestais”, refere o comunicado.

As temperaturas máximas deverão variar entre os 36-40.ºC, nos distritos de Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja e Faro, e entre os 30-35.ºC, nos distritos de Bragança, Braga, Vila Real, Viseu, Guarda, Coimbra, Santarém e Lisboa.

Entre sábado e segunda-feira, segundo o IPMA, o vento soprará moderado (até 30 km/h) de quadrante Norte/Noroeste, moderado a forte (até 45 km/h) no litoral oeste e nas terras altas, por vezes com rajadas até 65 km/h, em especial durante a tarde.

Os valores de humidade relativa serão de 20-30% nas regiões do interior do Continente, numa faixa que pode estender-se até ao litoral na região Sul, com recuperação noturna na generalidade do território (mais de 75%), exceto no distrito de Faro (35-65%), durante a noite de sexta-feira para sábado.

Administração Regional de Saúde
A região Centro possui 1,72 milhões de pessoas com médico de família, cerca de 98% do total de utentes inscritos nas unidades...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) sustenta que o aumento do número de utentes com médico de família decorre do investimento realizado "na área dos recursos humanos durante 2016 e 2017" que se refletiu, igualmente, no total de consultas realizadas, que também aumentou.

"Com um total de 983 médicos de Medicina Geral e Familiar, as unidades de saúde têm vindo a realizar mais consultas: perto de seis milhões em 2016, o que representou um crescimento de 03% relativamente ao ano anterior", adianta.

Na nota, o presidente da ARSC, José Tereso, afirma que no Serviço Nacional de Saúde os cuidados de saúde primários "são, por definição, o suporte de proximidade do cidadão" e, deste modo, "justificam a atenção permanente da administração, com um investimento a nível de recursos humanos, da requalificação de instalações e reorganização".

"A ARSC, no seguimento e implementação das medidas constantes do programa do Governo para a Saúde, prosseguirá focada na melhoria contínua dos cuidados de saúde primários na região Centro no sentido de garantir serviços eficazes, que apoiem o cidadão e zelem pela sua própria saúde", sublinha José Tereso.

Ao nível das infraestruturas, a ARSC diz estar a prosseguir em 2017 "em estreita colaboração com as câmaras municipais da região" com a realização de obras de construção, remodelação e ampliação de instalações na área dos cuidados de saúde primários, num investimento superior a 4,6 milhões de euros.

Adianta, por outro lado, que existem "vários projetos" em execução com finalização agendada para os próximos dois anos, "ascendendo a mais de 10 milhões de euros" de investimento.

Em 2016, lembra a administração regional, a entrada em funcionamento de três novos centros de saúde e quatro unidades de saúde configuraram um "significativo reforço na acessibilidade dos utentes a melhores cuidados de saúde primários na região Centro, num investimento superior a cinco milhões de euros".

Ainda de acordo com a ARSC, em 2017 iniciaram a atividade três novas unidades de saúde familiar (USF), "o que elevou para cerca de 700 mil o número de utentes inscritos em USF na região", estando prevista, até final do ano, a abertura de outras cinco.

Já as Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) - instaladas nos centros de saúde, servindo o município onde se inserem e desenvolvendo "uma atividade em proximidade com a comunidade no âmbito da prevenção da doença e da educação para a saúde" - são atualmente 56 e asseguram "a cobertura de mais de 1,5 milhões de habitantes, cerca de 88% da população da região Centro".

Até final de 2017, deverão entrar em funcionamento mais três UCC, acrescenta a ARSC.

Cancro
O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau disse hoje que o governo vai celebrar em breve um acordo com uma...

“Em breve iremos celebrar um acordo com uma fundação de doenças oncológicas em Portugal e, através desse acordo, podemos importar os conhecimentos dos mais avançados do ramo da oncologia para Macau e ter um intercâmbio, e também a contar com especialistas de renome que poderão vir prestar um serviço de apoio, não só para os cidadãos, como para formação”, disse Alexis Tam.

Segundo o canal português da TDM, que citou a Secretaria dos Assuntos Sociais e Cultura, o acordo vai ser assinado com a Fundação Champalimaud este ano. A informação não foi ainda confirmada.

A Fundação Champalimaud é uma instituição empenhada na formação pós-graduação em Medicina. Em 2012, o então secretário de Estado adjunto e da Saúde português Fernando Leal da Costa afirmou que já havia utentes do IPO em tratamento na Fundação Champalimaud e que "as coisas” estavam “a ser tratadas" para que esta instituição receba utentes do Serviço Nacional de Saúde.

Também em 2012, a fundação anunciou o lançamento de uma plataforma conjunta com o Mount Sinai Hospital, de Nova Iorque, para fazer investigação em cancro e a criação de uma escola para formação de profissionais em radioterapia de dose única.

Alexis Tam respondia na Assembleia Legislativa a uma interpelação do deputado Mak Soi Kun, na qual mencionava o cancro do pulmão como o tipo com “maior taxa de prevalência e mortalidade”.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau disse que “a taxa relativa de sobrevivência do cancro do pulmão de cinco anos é bastante alta, nos 28%, perdendo apenas para a Inglaterra e Japão, mas superando outros países como EUA, Singapura, entre outros”.

Além disso, acrescentou que “os resultados terapêuticos obtidos são idênticos aos dos países desenvolvidos”, considerando que isso “reflete que o nível tecnológico de tratamento do cancro do pulmão já atingiu o nível internacional”.

Tam disse ainda que o hospital público de Macau conta atualmente com “oito pneumologistas e seis oncologistas oriundos de Macau, Portugal, interior da China e Taiwan”, o que considerou ser um “número suficiente para satisfazer as necessidades”.

Além destes especialistas, “há quatro médicos internos de pneumologia e cinco médicos internos de oncologia, sendo ainda reforçada a formação de acordo com as necessidades futuras”, acrescentou.

“A nível profissional, todos os pneumologistas têm recebido formação na área de diagnóstico do cancro do pulmão, e todos os oncologistas têm estudado e recebido formação no exterior através da participação regular em várias conferências científicas internacionais, havendo uma atualização dos conhecimentos para melhoria da qualidade dos tratamentos”, disse.

Estudo
Uma nova classe de medicamentos que detetam o "calcanhar de Aquiles" das células cancerígenas, pode melhorar...

Uma nova classe de medicamentos que detetam o “calcanhar de Aquiles” das células cancerígenas, podem ajudar no tratamento de combate ao cancro da mama, é a conclusão de um novo estudo publicado na Science Translational Medicine.

A equipa de investigadores do Instituto de Investigação Médica Walter and Eliza Hall encaram o avanço como uma mudança de paradigma, que pode melhorar significativamente os resultados para algumas formas mais agressivas de cancro da mama. Este novo composto (S63845), combinado com o ‘tratamento padrão’, bloqueia a proteína Mcl-1, que mantém vivas as células cancerígenas, escreve o Observador. Segundo James Whittle, co-autor do estudo, o bloqueio da proteína é crucial, pois esta “permite às células cancerígenas resistir à quimioterapia e a outros tratamentos anti-cancro”.

Verificou-se que o uso deste novo composto é mais eficaz nos cancros da mama ditos “triplo negativos” e HER2 positivo. Esta é a primeira vez que o composto S63845, desenvolvido pela empresa farmacêutica Servier, mostrou ser eficaz no tratamento do cancro de mama. Os resultados vão permitir que siga para investigação em ensaios clínicos.

A combinação do inibidor S63845 com terapias padrão foi muito mais eficaz do que qualquer tratamento. Estes podem ser tumores incrivelmente agressivos. Ver uma resposta à terapia combinada neste tipo de tumor é muito emocionante “, afirmou James Whittle.

O novo desenvolvimento foi possível graças ao apoio do Victorian Cancer Biobank e às amostras doadas por doentes com cancro da mama, que permitiram gerar um largo número de modelos em laboratório, que imitavam a forma como os tumores se comportavam e respondiam à terapia no paciente.

Os resultados são particularmente importantes para o “triplo negativo” porque, ao contrário de outros tipo de cancro da mama, este não viu melhorias substanciais no tratamento ou nos resultados dos pacientes nas últimas três décadas.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
O fim de semana vai ser marcado por céu pouco nublado ou limpo e temperaturas acima dos 35 graus Celsius nas regiões do...

De acordo com a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), os próximos dias e até ao início da próxima semana vai predominar o céu pouco nublado ou limpo, prevendo-se apenas alguma nebulosidade nas regiões do norte e centro até meio da manhã.

“No que diz respeito às temperaturas, estamos a prever uma pequena descida da máxima no sábado, uma ligeira subida domingo e nova descida na segunda-feira, mas a partir de terça-feira vamos ter uma subida gradual dos valores das temperaturas”, disse.

As temperaturas mínimas, indicou Madalena Rodrigues, hoje e sábados ainda vão rondar os 20 graus Celsius, mas a depois a tendência é para descerem.

A meteorologista do IPMA lembrou que o IPMA emitiu ‘amarelo’ por causa de tempo quente para os distritos de Setúbal, Faro, Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco e Guarda até domingo.

“O aviso de Setúbal vai terminar durante o dia de hoje, Guarda e Faro no sábado e os restantes só terminam domingo. Até quarta-feira não se prevê a emissão de novos avisos de tempo quente, mas a partir de quarta sim em alguns distritos da região sul”, disse.

Quanto às temperaturas máximas, vão variar no fim de semana em alguns distritos do interior e Algarve entre os 30 e 38 graus.

“De destacar também que o vento vai intensificar no sul e nas terras altas moderado a forte, prevendo-se mesmo no sábado rajadas da ordem dos 70 quilómetros por hora.

Estudo
Investigadores do Porto comprovaram que um dos contaminantes presentes em alimentos ricos em gordura pode levar os indivíduos a...

O contaminante em causa, designado DDE, deriva do pesticida DDT, utilizado para matar o mosquito da malária, cujo uso foi proibido na Europa e nos Estados Unidos entre os anos 70 e os anos 80, segundo um comunicado do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) do Porto, instituição responsável pelo estudo.

Apesar de já não serem utilizados, esses poluentes - conhecidos por poluentes orgânicos persistentes (POPs) -, persistem no solo e na água, contaminando os alimentos que são hoje produzidos e consumidos e afetando, sobretudo, os alimentos ricos em gordura, como as carnes vermelhas, os laticínios e os peixes gordos".

Depois de ingeridos, têm uma ação similar a algumas das hormonas que o corpo humano produz naturalmente, alterando o equilíbrio hormonal e criando um maior risco de desenvolvimento de obesidade e de outros problemas de saúde, como diabetes, hipertensão, entre outros", lê-se no comunicado.

Esta investigação, realizada com animais, é o segundo estudo de um projeto que tem vindo a ser desenvolvido pelo CINTESIS desde 2010, em colaboração outros parceiros da área da ciência, com o objetivo de avaliar o risco para a saúde humana associado à exposição a contaminantes que persistem no ambiente.

Para saber quais os contaminantes que estão presentes nos humanos, a equipa realizou um primeiro estudo, entre 2010 e 2011, com amostras de tecido adiposo e sangue de indivíduos obesos que foram sujeitos a cirurgia bariátrica no Hospital de São João, do Porto.

Nessa amostra humana, foi possível "confirmar a presença dos contaminantes, mesmo daqueles cujo uso foi já há algumas décadas proibido em Portugal, como é o caso do inseticida DDT", bem como "diversos problemas metabólicos", explicou à Lusa o investigador do CINTESIS Diogo Pestana.

Esses dados, segundo indicou, levaram a concluir que existe uma associação entre a desregulação metabólica e a presença de poluentes no tecido adiposo (gordura), no entanto, só foi possível comprovar a relação no estudo com modelo animal, no qual participou a Universidade de Cambridge, do Reino Unido.

Os resultados do segundo estudo revelaram que os ratos submetidos à ingestão de contaminantes apresentaram maiores índices de hipertensão, diabetes, inflamação e dislipidemia, quando comparados com os ratos não sujeitos à ingestão de DDE.

Apesar de ser um resultado mais evidente nos ratos sujeitos a uma dieta obesogénica (que induz à obesidade), este padrão de agravamento observou-se também nos ratos que fizeram uma alimentação normal.

A líder da equipa de investigação em nutrição do CINTESIS, Conceição Calhau, defende que é necessário haver maior regulação política e literacia sobre nutrição, visto que, atualmente, não é possível definir recomendações precisas sobre padrões de consumo ideais, tendo em conta níveis de contaminação, devido à escassez de dados.

Os poluentes orgânicos persistentes "não são significativamente eliminados do nosso organismo, acumulando-se ao longo dos anos", referiu, acrescentando que estes "provêm de uma grande diversidade de fontes, o que faz com que estejamos constantemente expostos à sua ação, por via oral, inalada e transdérmica [através da pele]".

‘Aviso amarelo’
A Direção-Geral da Saúde recomenda a população que tome medidas de proteção contra o calor, face à previsão de temperaturas...

Em comunicado disponível hoje na página da Internet, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alerta para o calor previsto para os próximos dias pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA colocou sob ‘aviso amarelo’, o terceiro mais grave de uma escala de quatro, os distritos da Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Setúbal, Évora, Beja e Faro devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima até ao fim de semana.

O ‘aviso amarelo’, o terceiro mais grave, significa situação de risco para determinadas atividades dependentes das condições meteorológicas.

Assim, por causa do tempo quente, a DGS recomenda à população que adote várias medidas para se proteger do calor, principalmente as crianças, idosos, doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, trabalhadores com atividade no exterior, praticantes de atividade física e pessoas isoladas.

Como medidas de prevenção dos efeitos do calor, a DGS recomenda o aumento da ingestão de água ou sumos de fruta natural, sem açúcar, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, bem como “procurar ambientes frescos e arejados ou climatizados”.

Evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas, utilizar protetor solar com fator igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação de duas em duas horas e após os banhos na praia ou piscina, são outras medidas recomendadas.

A DGS aconselha igualmente a população a usar “roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo”, chapéu de abas largas, óculos de sol e a evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente, desportivas e de lazer ao ar livre.

Para quem tem de viajar de carro, a DGS recomenda para o fazer nas horas de menor calor.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental e a ilha da Madeira apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação...

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todas as regiões do continente e a ilha da Madeira estão em risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

A ilha do Porto Santo está com risco ‘elevado’, a Horta, na ilha do Faial, Açores, está em risco ‘moderado’ e Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e Santa Cruz das Flores, ilha das Flores, estão com níveis ‘baixos’.

Para as regiões com risco 'muito elevado', o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se muito nublado no litoral a norte do cabo Raso até meio da manhã, nebulosidade que poderá persistir em alguns locais da faixa costeira e possibilidade de ocorrência de períodos de chuva fraca ou chuvisco no litoral a norte do cabo Raso até ao início da manhã.

Está previsto também vento fraco a moderado predominando de noroeste, sendo temporariamente de sudoeste no sotavento algarvio durante a tarde, tornando-se moderado a partir da tarde, e por vezes forte com rajadas até 60 quilómetros por hora no litoral a sul do cabo Carvoeiro e nas terras altas do Centro e Sul.

A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais do litoral Norte e Centro e pequena subida de temperatura nas regiões do interior e no Algarve.

Na Madeira prevê-se céu geralmente muito nublado, apresentando-se geralmente pouco nublado nas vertentes sueste da ilha, períodos de chuva fraca ou chuvisco, mais prováveis na ilha de Porto Santo, nas vertentes norte e zonas montanhosas e até meio da manhã.

Está também previsto vento moderado do quadrante norte, soprando moderado a forte e por vezes com rajadas até 60/70 quilómetros por hora nas zonas montanhosas e nos extremos leste e oeste da ilha da Madeira.

Nos Açores prevê-se céu geralmente muito nublado, períodos de chuva e aguaceiros e vento bonançoso a moderado.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 20 e 32 graus Celsius, no Porto entre 18 e 26, em Braga entre 16 e 31, em Viana do Castelo entre 17 e 26, em Vila Real entre 16 e 32, em Viseu entre 16 e 33, em Bragança entre 17 e 35, em Aveiro entre 20 e 25, em Coimbra entre 17 e 32, na Guarda entre 16 e 31, em Leiria entre 18 e 27, em Santarém entre 19 e 35, em Castelo Branco entre 20 e 39, em Portalegre entre 21 e 37, em Évora entre 19 e 39, em Beja entre 19 e 40, em Setúbal entre 20 e 35 e em Faro entre 24 e 36.

No Funchal as temperaturas vão variar entre 22 e 28, em Ponta Delgada entre 22 e 27, em Angra do Heroísmo entre 21 e 25 e em santa Cruz das Flores entre 19 e 25.

Dar mais resposta aos utentes
O Centro Hospitalar de Setúbal anunciou que está a preparar um plano de remodelação das suas instalações, que inclui a...

"De acordo com os estudos efetuados e sustentados numa rigorosa análise de custo-oportunidade foi aprovada pela tutela a construção de um novo edifício, para dar resposta aos utentes da área de influência desta instituição, já que a estrutura atual está obsoleta e sem margem para crescimento", refere o centro hospitalar em comunicado.

O centro hospitalar salienta que esta obra é encarada como uma oportunidade para posterior "relocalização de outras áreas assistenciais com otimização funcional dos edifícios existentes, já que comporta também um piso de estacionamento e dois pisos para afetação a outros serviços".

A par deste investimento estrutural prevê-se ainda a substituição e inovação de diverso equipamento médico, a remodelação da rede de ar condicionado, a remodelação da Unidade de Cuidados Especiais Neonatais e a centralização das técnicas de cardiologia.

O investimento em instalações e equipamentos representa um valor de 11 milhões de euros, a investir em dois anos, uma parte das quais cofinanciada por entidades externas (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Lisboa e Vale do Tejo - CCDRLVT).

"Para além deste investimento, o Centro Hospitalar de Setúbal continua a apostar no reforço do quadro de pessoal de forma a garantir uma resposta cada vez mais ajustada às necessidades da população", acrescenta.

Segurança alimentar
Os supermercados na Holanda e na Alemanha estão a retirar das prateleiras milhões de ovos suspeitos de estarem contaminados com...

Albert Heijn, a rede de supermercados mais importante da Holanda, “parou a comercialização de 14 tipos de ovos, seguindo as indicações” do organismo holandês responsável pela segurança alimentar e sanitária (NVWA), referiu, em declarações à agência noticiosa francesa France Presse (AFP), a porta-voz da cadeia de distribuição, Els van Dijk.

“Todos estes ovos serão devolvidos e destruídos”, prosseguiu a porta-voz, indicando que este caso é uma "situação inédita" na história da rede de supermercados holandesa.

De acordo com a AFP, várias redes de supermercados alemães, como as cadeias de distribuição Lidl ou Rewe, também deixaram de comercializar os ovos oriundos de várias explorações avícolas holandesas.

Segundo o sindicato holandês de criadores de aves, os prejuízos deste caso já somam “os vários milhões de euros”.

O NVWA lançou ontem um alerta alimentar por suspeita de contaminação de ovos com Fipronil, um pesticida utilizado para eliminar ácaros e insetos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera tóxico para o uso humano.

O organismo holandês responsável pela segurança alimentar, que abriu entretanto uma investigação sobre o caso, afirmou que esperava terminar hoje todos os trabalhos de controlo em cerca de 180 explorações avícolas na Holanda que supostamente terão utilizado Fipronil.

Com base nestes trabalhos de controlo, o organismo ordenou o encerramento das primeiras explorações no passado dia 22 de julho.

A imprensa holandesa está a relatar que o NVWA deu informações contraditórias sobre este caso.

Num primeiro momento, o organismo disse que os níveis de pesticida utilizados não representavam um risco para a saúde pública, mas depois lançou um alerta sobre uma série específica de ovos, recomendou a sua retirada do mercado e aconselhou que estes produtos não deviam ser consumidos até novo aviso.

A par de serem comercializados na Holanda, o organismo confirmou que os produtos em questão eram exportados para a Alemanha.

Em Bruxelas, a União Europeia (UE) afirmou estar a acompanhar o caso e disse que a situação estava “sob controlo”.

“Estamos a acompanhar de perto os desenvolvimentos. As explorações foram identificadas e os ovos contaminados foram localizados e retirados do mercado, a situação está sob controlo”, declarou a porta-voz da Comissão Europeia, Anna-Kaisa Itkonen, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário.

Este caso também está a ter repercussões na Bélgica, onde a Agência Federal de Segurança Alimentar (AFSA) foi informada em junho passado sobre a existência de ovos contaminados com Fipronil.

A AFSA decidiu abrir uma investigação “em colaboração com o Ministério Público”, mas garantiu que nenhum ovo contaminado foi comercializado naquele país.

Medicina
Organizações internacionais, formadas por especialistas em genética, manifestaram-se hoje contra a edição de genes em óvulos e...

A posição consta numa declaração subscrita por 11 organizações da América do Norte (Estados Unidos e Canadá), da Ásia, de África e da Europa (em particular do Reino Unido).

A declaração é divulgada na revista especializada The American Journal of Human Genetics, um dia depois de uma outra publicação científica, a Nature, ter revelado os resultados de uma experiência com embriões humanos realizada por uma equipa internacional de investigadores, que corrigiu, pela primeira vez, uma mutação do gene responsável por uma doença cardíaca hereditária, a miocardiopatia hipertrófica, recorrendo ao sistema de edição genética CRISPR-Cas9.

"Embora a edição do genoma [informação genética] da linha germinal [células que dão origem a células reprodutoras ou as próprias células reprodutoras] possa, teoricamente, ser usada para evitar que uma criança nasça com uma doença genética, o seu potencial uso levanta uma infinidade de questões científicas, éticas e políticas. Estas questões não podem ser respondidas só por cientistas, necessitam de ser debatidas pela sociedade", defende Derek Scholes, diretor para a Política Científica da Sociedade Americana de Genética Humana, uma das organizações que assinam a declaração.

As associações subscritoras consideram inapropriada a edição de genes da linha germinal que "culmine na gravidez humana", mas entendem que "não há motivos para proibir" a investigação clínica, e o financiamento público, da edição genética de embriões e células reprodutoras (óvulos e espermatozoides) 'in vitro' (fora do organismo), desde que feita com "supervisão e consentimento apropriados".

As organizações concordam que, antes de qualquer aplicação clínica futura da edição do genoma da linha germinal, deve haver "uma base de evidências que apoie o uso clínico" e uma "justificação ética".

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