Envelhecimento
O diretor da Federação Internacional do Envelhecimento defendeu hoje, em Lisboa, a vacinação de adultos contra a pneumonia, uma...

Greg Shaw falava na conferência internacional sobre o envelhecimento “Uma sociedade sustentável para todas as idades”, que decorre desde quinta-feira em Lisboa.

“Melhorando as taxas de vacinação dos adultos vamos aumentar a sua capacidade de participação na família, permitindo-lhes que prestem mais apoio aos netos, por exemplo”, afirmou.

Desta forma, prosseguiu, “são melhoradas as interações entre gerações”.

O diretor da Federação Internacional do Envelhecimento apresentou alguns indicadores da pneumonia, como o seu custo anual em todo o mundo: 10 mil milhões de euros.

Para os pacientes, o custo da pneumonia ascende a 5,7 mil milhões de euros em cuidados.

Greg Shaw frisou que em alguns países, nomeadamente da América Latina, as estadias em hospitais são muito elevadas e, também por isso, os custos muito grandes.

A conferência internacional das Nações Unidas junta altos responsáveis de 49 Estados-membros da Comissão Económica das Nações Unidas para a Região Europa (UNECE), assim como entidades das Nações Unidas, da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O evento decorre desde quinta-feira e conta com a representação de mais de 50 países, membros de mais de 35 nações e cerca de 400 participantes.

Em Portugal a pneumonia mata em média 23 pessoas por dia, só nos hospitais públicos. Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), “todos os dias são internados, em média, 81 doentes adultos com pneumonia adquirida na comunidade. Destes, 16 acabam por morrer devido à doença, o que significa uma taxa de letalidade intra-hospitalar de cerca de 20%.

Dados de um estudo que decorreu entre 2000 e 2009 e analisou os internamentos nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), citado pela SPP, revelam que os custos diretos por internamento hospitalar rondam os 2.706 euros por doente, o que acarreta para o SNS uma despesa total de cerca de 220 mil euros por dia e 80 milhões de euros por ano.

Estudo
A conclusão é de um estudo científico publicado hoje. Uma em cada doze mortes nos próximos cinco anos poderia ser evitada com...

"Ser muito ativo (750 minutos por semana) está associado a uma redução ainda maior", segundo um estudo publicado esta sexta-feira na revista médica The Lancet.

A investigação que fez o acompanhamento de 130 mil pessoas em 17 países confirma que "em uma escala global a atividade física está relacionada a um menor risco de mortalidade e de doenças cardiovasculares", dizem os autores do estudo em comunicado. Segundo a análise científica, essa relação manteve-se independentemente do país, do tipo de atividade física ou classe social, escreve o Sapo.

Um quarto da população não é suficientemente ativa
A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos de exercício de "intensidade moderada" ou 75 minutos de atividade aeróbica "intensa" por semana. Segundo os autores do estudo, cerca de um quarto da população mundial não realiza estas rotinas.

O novo estudo revela que "caminhar, ainda que seja 30 minutos na maioria dos dias da semana, tem um benefício substantivo", indicou o diretor do estudo, Scott Lear, académico da Universidade Simon Fraser do Canadá.

O estudo incluiu participantes com idades entre os 34 e os 70 anos de meios urbanos e rurais em países ricos e pobres. Os indivíduos foram estudados durante quase sete anos.

Os cientistas compararam os dados das pessoas que sofreram ataques cardíacos, derrames e outras doenças com os níveis de atividade física que realizavam. "Das 106.970 pessoas que seguiram as recomendações de atividade, 3,8% desenvolveram doenças cardiovasculares, em comparação com 5,1% das pessoas que não" seguiram as recomendações, afirmaram os autores.

"O risco de mortalidade também foi mais alto para pessoas que não fizeram o mínimo recomendado de atividade, com 6,4% contra 4,2%", disseram os cientistas.

Caminhar ou limpar a casa são as formas mais comuns de exercício, determinam os investigadores. "Em termos gerais, quanto maior o nível de atividade de uma pessoa, menor o risco de mortalidade e de doenças cardiovasculares", concluíram.

Ministro da Saúde
Plano Nacional de Vacinação abre as portas a entidades privadas devidamente autorizadas, mas exclui as chamadas farmácias de rua.

A portaria publicada em Diário da República a 4 de Agosto deste ano, que estabelece o modelo de governação do Programa Nacional de Vacinação (PNV), permite que entidades privadas possam solicitar um ponto de vacinação, submetendo um pedido de autorização à respetiva Administração Regional de Saúde. O PCP viu aqui um reabrir de portas para que as farmácias de oficina — as normais farmácias de rua — pudessem administrar vacinas do PNV, algo que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já tinha negado veementemente, no Parlamento, que estivesse para acontecer, escreve o jornal Público. E questionou-o, no dia 30 de Agosto, sobre o eventual recuo. A resposta chegou agora: “Não.” As farmácias de rua não vão administrar vacinas do PNV.

“A existência de pontos de vacinação em farmácias de oficina está excluída destes protocolos regendo-se por legislação específica e não se aplicando a vacinas do PNV”, é escrito num resposta aos deputados do PCP, que tem a data de 18 deste mês e foi agora tornada pública.

Os deputados do PCP Paula Santos, Carla Cruz e João Ramos questionam também o ministro sobre como é assegurado o controlo de qualidade, auditorias, gestão de stocks, formação, acompanhamento e verificação das condições de funcionamento nos pontos de vacinação em entidades privadas referidos na portaria.

O ministério esclarece que as entidades privadas, “com fim social ou não”, que, pela sua atividade assistencial, prestem cuidados a uma população e pretendam ter um ponto de vacinação, “têm de apresentar um pedido de autorização devidamente fundamentado à Administração Regional de Saúde [ARS] territorialmente competente”.

“Cumpre à equipa da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento dos Centros de Saúde territorialmente competente acompanhar a gestão local da aplicação do PNV, em articulação com o responsável da entidade privada e da respetiva equipa de vacinação”, explica o ministério.

O documento esclarece ainda que as exigências a estes postos de vacinação “são as mesmas que se exigem às unidades de saúde e pontos de vacinação do Serviço Nacional de Saúde.

O incumprimento destas condições implicará “a revogação do protocolo estabelecido com a ARS territorialmente competente”.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Perto de meio milhão de portugueses sofre de insuficiência cardíaca, um problema que deve passar a ser uma prioridade nacional,...

João Morais, cardiologista e presidente da Sociedade, considera que é necessário “mudar o paradigma” na área da cardiologia e tornar a insuficiência cardíaca uma prioridade, tal como se fez há cerca de duas décadas para o enfarte do miocárdio, com resultados positivos ao nível da redução da mortalidade.

“Quando hoje analisamos as doenças cardiovasculares é claro que temos um percurso de sucesso nos últimos dez anos. Muito provavelmente isso deve-se ao sucesso que Portugal teve no enfarte do miocárdio. Foi uma grande prioridade da cardiologia portuguesa nos últimos 20 anos. Estamos na altura de mudar o paradigma”, afirmou o especialista.

Para ter novos ganhos em relação à mortalidade por doenças cardiovasculares é preciso, segundo João Morais, criar novos objetivos e uma nova prioridade, centrando os esforços na insuficiência cardíaca.

“É um seríssimo problema do mundo inteiro”, refere o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, que assume a insuficiência cardíaca como a pandemia do século XXI.

A Sociedade de Cardiologia defende que se deve começar pelo diagnóstico dos doentes, já que haverá várias centenas de pessoas que sofrem da doença mas não têm um diagnóstico. E sem diagnóstico não há tratamento.

O despiste inicial é relativamente simples, feito através de uma análise de sangue específica, mas que não é comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde.

“Os doentes não têm capacidade económica”, lembra João Morais, defendendo a comparticipação estatal dessa análise, tal como hoje ocorre para o colesterol ou a glicémia.

Para o presidente da Sociedade de Cardiologia, a comparticipação da análise poderia modificar a identificação dos doentes, “mudando o panorama no acesso ao diagnóstico”.

Depois do despiste inicial com a análise de biomarcadores específicos, haverá um percurso de estudo a fazer com o doente, mas o fundamental é obter-se o primeiro diagnóstico.

“O grande objetivo é que todos os doentes em Portugal com insuficiência cardíaca tenham um acesso fácil ao diagnóstico e depois possa ser encaminhados”, resumiu o cardiologista.

Mesmo para os doentes que têm já o diagnóstico de insuficiência cardíaca, João Morais diz que falta no país uma organização montada para os tratar: “Há doentes perdidos na medicina geral e familiar, por outras especialidades ou em consultórios privados”.

No fundo, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia diz que é necessário fazer para a insuficiência cardíaca o que se fez com o enfarte do miocárdio e com a diabetes, reconhecendo-os como problemas centrais, apurando o diagnóstico e criando mecanismos de seguimento e acompanhamento dos doentes.

João Morais lembra que a insuficiência cardíaca é muito debilitante e que apresenta uma taxa de mortalidade superior à de cancros como o da mama, do cólon ou da próstata.

“A taxa bruta de mortalidade em Portugal é superior à da diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica e asma”, refere ainda a Sociedade de Cardiologia.

Um em cada 25 doentes não sobrevive ao primeiro internamento com diagnóstico principal de insuficiência cardíaca e cerca de 30% dos doentes com esta patologia não sobrevivem cinco anos após o diagnóstico.

A taxa de internamento hospitalar é também elevada, sendo a segunda maior fonte de produção hospitalar. Mas cada internamento significa, segundo os peritos, um agravamento adicional da doença, daí que seja também colocado o objetivo de diminuir o número de internamentos do doente com insuficiência cardíaca.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia quer ainda que os cidadãos aprendam a reconhecer os sintomas da doença, sendo que entre os mais comuns estão a falta de ar extrema, edema nos membros inferiores e fadiga acentuada.

Em Portugal não há dados concretos sobre o número de insuficientes cardíacos. O último estudo foi realizado há cerca de 15 anos e apontava para uma prevalência de 4%, estimando cerca de 400 mil doentes.

Mas João Morais diz que atualmente serão bastante mais, pelo menos meio milhão de doentes, até porque muitos dos que foram sendo salvos de um enfarte do miocárdio acabam por vir a desenvolver insuficiência cardíaca.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Portugal está longe dos mínimos no acesso à reanimação cardíaca em locais públicos, considera a Sociedade Portuguesa de...

“Se tiver uma paragem cardíaca num estádio de futebol ou num grande centro ou zona comercial, a probabilidade que tenho de sobreviver é mínima”, afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, João Morais.

A prevenção da morte súbita precoce deve, no entender do especialista, ser encarada como uma prioridade, até porque a comunidade médica tem hoje forma de identificar os doentes em risco e de intervir.

Para João Morais, um dos “grandes problemas” em Portugal é o “acesso à resposta à paragem cardíaca na rua”.

“No acesso à ressuscitação em locais públicos, estamos muito longe de poder atingir sequer os mínimos”, comenta o cardiologista, que ressalva contudo o trabalho importante do INEM nesta matéria.

Mesmo reconhecendo que há já locais com desfibrilhadores automáticos externos (aparelho usado na paragem cardiorrespiratória), João Morais entende que não basta distribuir desfibrilhadores.

A introdução de um desfibrilhador, explicou, pressupõe formação de pessoas e atualização de conhecimentos a cada dois, três anos ou cinco anos, no máximo. A

“Deve ser enquadrado em algo organizacional. Não basta ter um desfibrilhador pendurar numa parede de um centro comercial, esse aparelho tem de ter à volta dele várias componentes que têm a ver com a organização”, defendeu.

João Morais afirma que o INEM tem feito formação em suporte básico de vida e desfibrilhação automática e certificação de locais públicos, mas que Portugal “está longe de uma cobertura minimamente eficaz”, nem mesmo nas grandes cidades.

“Há locais em que as coisas estão razoavelmente montadas, mas está muito longe de ser um verdadeiro programa nacional de resposta à paragem cardíaca”, argumenta.

Quanto à formação nas escolas, João Morais considera que as crianças e jovens são um ótimo veículo ideal para transmissão de ensinamentos em suporte básico de vida. Em alguns países nórdicos, como a Noruega, o treino e ensino começou nas crianças e foram elas que veicularam depois os conhecimentos aos pais e familiares.

Bastonário
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários considerou ontem "extremamente importante" que o Parlamento tenha...

"Foi uma aprovação extremamente importante", disse Jorge Cid, observando que, até agora, as normas existentes sobre a matéria eram "vagas" e "só definiam as linhas gerais" dos atos praticados pelos médicos veterinários.

Na quarta-feira, com a abstenção do PSD e os votos favoráveis das restantes bancadas parlamentares, foi aprovado um diploma do PS que define os atos médicos veterinários, visando suprir uma lacuna na lei que regula atividade daqueles profissionais.

O bastonário precisou que os diplomas aprovados, além de definirem os atos próprios dos médicos veterinários, determina ainda o que pode ser feito e praticado pelos técnicos ligados ao setor, designadamente enfermeiros veterinários e por auxiliares de veterinária.

Embora a aprovação destes diplomas seja um passo importante para a classe profissional dos médicos veterinários, Jorge Cid reconheceu que a falta de fiscalização continua a ser um problema sério, notando que existe "falta de pessoal" na Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (Ministério da Agricultura) para fazer cumprir as normas e regras impostas, juntamente com a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).

O bastonário alertou ainda para o problema da falta de veterinários municipais em mais de 100 municípios do país, criticando o facto de nos últimos anos não ter sido contratado nenhum destes profissionais.

Com a ausência dos veterinários municipais, advertiu, é a atividade sanitária do concelho que fica em risco, pois estes profissionais deviam fiscalizar tudo aquilo que os portugueses consomem de origem animal - ovos, leite e carne, por exemplo.

Os veterinários municipais deviam ainda desempenhar um papel relevante no controlo dos medicamentos que são administrados aos animais em todo o país, pois está a escapar completamente o controlo na administração 'ad hoc' de antibióticos aos animais, com consequências graves para a saúde dos portugueses.

Apesar de a fiscalização ser muito fraca, o bastonário reconheceu que os diplomas agora aprovados pelo Parlamento vão facilitar a apresentação e prosseguimento das várias queixas que são apresentadas ao Ministério Público sobre a prática ilegal de atos reservados aos médicos veterinários.

Programa de reforço muscular é a chave para o sucesso
A taxa de incidência de lesões no futebol tem sofrido, no últimos anos, e apesar dos esforços realiz

O futebol é um desporto com uma taxa de incidência de lesões elevada e apesar de todos os esforços para reduzir esse número, o que se tem verificado nos últimos anos, tem tido um ligeiro aumento e não uma redução. Este paradoxo parece-nos ser devido às diferentes características do Futebol atual, número elevado de jogos, aumento do número de relvados sintéticos, entre outros fatores. Apesar  de tudo, cada vez mais possuímos conhecimento sobre estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento de lesões, bem como cada vez melhores sistemas de motorização do treino.

Relativamente às lesões mais frequentes, salientam-se as lesões musculares e ligamentares da tibiotársica e joelho e, sendo a grande maioria destas lesões provocadas por mecanismo indireto, as estratégias de prevenção tornam-se fundamentais para evitar o seu aparecimento.

Dentro dos fatores de risco conhecidos para estas lesões, sem dúvida que a lesão prévia e a metodologia inadequada de treino (com Ratios de Workload agudo/crónico desajustadas) são os mais relevantes, mas não nos podemos esquecer do défice de flexibilidade, desequilíbrios musculares, alterações posturais, idade, entre outros, como fatores também a ter em conta. Daqui se conclui que cada atleta deve ser avaliado e visto de uma forma individualizada e as estratégias de prevenção adaptadas consoante os antecedentes e os achados ao exame objetivo.


Lesões musculares e roturas de ligamentos estão entre as lesões mais frequentes nesta prática desportiva 

Uma correta metodologia de treino, atendendo a essas mesmas características individuais  e uma correta comunicação entre o departamento Médico e Técnico torna-se pois, fundamental, para tentar evitar o aparecimento de lesões. Para o diagnóstico, sem dúvida que o fator mais importante se centra numa correta, cuidada e meticulosa anamnese e exame objetivo, onde o mecanismo lesional, grau de incapacidade funcional, claudicação para marcha, presença de derrame articular e alguns testes específicos (consoante a suspeita da estrutura lesionada) são de pesquisa imprescindível.

Em relação aos exames de imagem, o Raio-X, a Tomografia computorizada, a ecografia, a Ressonância Magnética e o Porto Knee Testing Device - PKTD (para algumas lesões do ligamento cruzado anterior) são auxiliares fundamentais em termos de diagnóstico e prognóstico das lesões.

Quanto ao tratamento pode ser dividido em tratamento conservador e tratamento cirúrgico, consoante a patologia em questão e a gravidade da mesma. No caso das lesões musculares, o tratamento é praticamente  sempre conservador, com exceção de algumas (poucas) lesões musculares grau 4 (Classificação de Pollock - British Athletic) em que se admite a possibilidade de tratamento cirúrgico. Quanto ao protocolo de tratamento deve ser individualizado e baseado em  critérios de progressão funcionais e não temporais. Cremos que, apesar das muitas técnicas invasivas ao dispor (Plasma Rico em Plaquetas, colagénio, etc), um bom programa de reforço muscular é a chave para o sucesso destas lesões.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em Lisboa
O médico Richard Axel, laureado com o Nobel da Medicina em 2004 por uma investigação pioneira no campo do olfato, partilhou...

No Dia Mundial da Doença de Alzheimer, que se assinalou ontem, o investigador foi um dos oradores da cimeira internacional “Alzheimer’s Global Summit”, que começou na segunda-feira e termina hoje na Fundação Champalimaud, um evento que é coorganizado Fundação Rainha Sofia, de Espanha.

Richard Axel e Linda B. Buck foram laureados em 2004 com o Prémio Nobel da Medicina por terem descoberto "uma grande família de genes, constituída por cerca de mil genes diferentes (3% dos nossos genes), que está na origem de um número equivalente de tipos de recetores olfativos".

Na Fundação Champalimaud, o médico mostrou imagens dos recetores olfativos, através das quais foi pormenorizando o trabalho desenvolvido.

Em 2004, aquando do anúncio dos laureados, a Assembleia Nobel explicou que “o olfato foi durante muito tempo o mais enigmático dos nossos sentidos. Não se compreendiam os princípios básicos para reconhecer e recordar cerca de 10.000 odores diferentes".

Os laureados "resolveram este problema e, numa série de estudos pioneiros, esclareceram como é que o nosso sistema olfativo funciona", adiantava a Assembleia Nobel em comunicado.

Assumindo-se como “um homem profundamente religioso”, Richard Axel começou a sua intervenção recordando uma data muito importante para os judeus, referindo-se ao “aniversário da criação do homem”, assinalado ontem.

O dia começou, aliás, com uma visita do médico à Sinagoga de Lisboa, para assinalar esta data de “profunda introspeção”.

Aquando do anúncio da atribuição do Nobel da Medicina a Richard Axel e Linda B. Buck, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica enalteceu esta escolha, destacando que “quanto melhor se conhecer os mecanismos que estão por detrás das funções normais, melhor a investigação terapêutica se orienta para os alvos que estão por detrás das suas alterações”.

A investigação vai contribuir “muito positivamente” para a melhoria da investigação de medicamentos que auxiliem quem, por motivos de doença, perde ou olfato, salientou na altura Graça Castel-Branco, membro da direção da SPAIC.

Richard Axel foi o segundo laureado com o Nobel da Medicina a marcar presença na cimeira internacional “Alzheimer’s Global Summit”, depois de John O´Keefe ter partilhado com os participantes a identificação de um “GPS” cerebral, que lhe valeu o prémio em 2014.

Neste encontro, que termina hoje, participam mais de 80 peritos mundiais. O evento tem contado com a presença da rainha Sofia de Espanha.

Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República apelou hoje para a criação urgente de um estatuto legal para os cuidadores de doentes com Alzheimer.

Marcelo Rebelo de Sousa visitou a associação Alzheimer de Portugal no dia em que se assinala o Dia Mundial daquela doença e considerou importante e urgente a elaboração de um estatuto legal para os cuidadores das doenças neurodegenerativas.

"O compromisso está a demorar muito. Está prometido há muito tempo um estatuto legal. Foi prometido em 2016 e agora no início em 2017", apontou, apelando aos deputados e ao Governo para o que "puderem fazer a pensar na situação dos cuidadores, que são centenas".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, os cuidadores de pessoas com demências têm o direito a ter um estatuto legal já que “têm toda uma vida a cuidar dos pacientes” sem horário, sem dias livres, sem verem acautelada a sua própria situação em termos de segurança social futura, férias ou repouso.

O chefe de Estado chamou ainda a atenção para a necessidade de ser criado um plano de saúde mental.

“É muito importante dar atenção à saúde mental. Foi um dos domínios mais esquecidos no nosso sistema de saúde por falta de recursos. De repente, quando a sociedade envelhece, as pessoas descobrem e descobrem tarde que é um grande problema”, sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda uma atualização dos dados sobre Alzheimer para se saber quantos casos há, distribuídos por onde, como é a evolução dos casos, quantas pessoas afetadas estão em casa, quantos cuidadores existem e quantos doentes estão em estruturas de acolhimentos.

“É evidente que o país tem muitos problemas, mas engana-se se não tomar em linha de conta que estes problemas de saúde mental são em todas as sociedades cada vez mais importantes e atingem cada vez mais famílias”, alertou.

A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo existam 47,5 milhões de pessoas com demência, número que pode atingir os 75,6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135,5 milhões. A doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um lugar de destaque, representando cerca de 60% a 70% de todos os casos de demência.

Governo
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse hoje no Porto que o crescimento anual de 3% de novos casos de...

“O crescimento resulta, por um lado, do envelhecimento da população e, por outro lado, naturalmente, da falta de medidas de prevenção que todos nós deveríamos tomar”, sublinhou em declarações aos jornalistas no âmbito da apresentação do relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas 2017, que se realizou no i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, no Porto.

Considerou que “é verdade que temos de trabalhar muito na prevenção, o caso do tabaco é um bom exemplo, mas também o caso da alimentação, do exercício físico e da vacinação, nomeadamente contra o papiloma humano e contra o vírus da hepatite B”.

“São fatores que permitem de alguma forma alterar o percurso natural e a história do cancro e reduzir o número de novos episódios, mas temos, apesar de tudo, bons indicadores nesta área”, disse.

Segundo o secretário de Estado, “temos bons resultados na área da oncologia, quando comparados com outros países europeus, temos incidência de cancro e uma taxa de sobrevida superior à média europeia, o que significa bons cuidados e bons resultados no âmbito dos diagnósticos precoces”.

“Temos a melhor taxa de rastreio de cancro da mama da Europa e das melhores do colo do útero, o que reflete cuidados de saúde de qualidade”, frisou.

Salientou ainda a importância de “medidas inovadoras” tomadas pelo Governo e que “tenderão a reduzir esta incidência” referindo “as consultas de cessação tabágica disponíveis em todo o país e a comparticipação dos fármacos para a cessação tabágica”.

A comparticipação dos fármacos para a cessação tabágica representará no final deste ano uma despesa de “um milhão de euros” mas é “um investimento que terá certamente consequência na incidência do cancro do pulmão”, acrescentou.

Relatório
O diretor nacional do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas disse hoje no Porto que há um “aumento significativo” da...

“Notamos que houve um aumento significativo da mortalidade por cancro do pulmão no sexo feminino neste último ano, é de facto um aumento marcante, que já tínhamos antecipado, e já estávamos à espera pela diminuição da assimetria de género no consumo de tabaco”, sublinhou Nuno Miranda.

Segundo explicou aos jornalistas, “neste momento há um maior equilíbrio na relação de homens/mulheres no consumo de tabaco e isto levou a duas coisas: primeiro a uma pequena diminuição da mortalidade por cancro no sexo masculino pelo segundo ano consecutivo, fruto do investimento que foi feito em medidas legislativas e em medidas de desaconselhamento do consumo do tabaco, mas por outro lado, e essa é a parte negativa, há um aumento significativo da mortalidade no sexo feminino que, é ainda muito menor do que no sexo masculino, mas que pensamos irá continuar a aumentar”.

Nuno Miranda falava na apresentação do relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas 2017, cuja primeira conclusão é que os resultados do diagnóstico e tratamento do cancro em Portugal continuam “num muito bom nível, ou seja Portugal está junto dos melhores parceiros europeus, tanto em termos do número de cancros que diagnosticamos como em termos da mortalidade por cancro”.

A incidência das doenças oncológicas está a registar um aumento de aproximadamente 3% ao ano, constituindo a segunda causa de morte após as doenças cérebro-cardiovasculares, de acordo com o relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas 2017.

Ainda sobre o cancro do pulmão, disse que a percentagem de cura do cancro do pulmão “anda entre os 10% e os 20%, é uma percentagem muito baixa. A maioria dos tumores são diagnosticados já em fase não operável e não curável da doença”.

“O cancro que mais mata em Portugal neste momento continua a ser o cancro do pulmão, tivemos mais de 4 mil óbitos provocados por esta doença e isto é particularmente importante porque é um tumor evitável”, disse.

E acrescentou: “Se pensarmos que 90% dos casos do cancro do pulmão estão diretamente relacionados com o consumo do tabaco podemos perceber que é aqui que temos de investir. É na prevenção e é em evitar ter a doença”.

Contudo, frisou, no geral “estamos nos melhores lugares do ranking europeu, no top cinco, no que toca à taxa de mortalidade e à taxa de incidência”.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Maior consumo de tabaco entre as mulheres faz aumentar prevalência ao longo da vida.

Os dados são recentes: o consumo de tabaco apresenta uma subida de prevalência ao longo da vida, de acordo com o IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas da População Geral 2016/2017, publicado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências. E é o mesmo relatório que avança que esta subida “se deve sobretudo ao aumento do consumo entre as mulheres”. É por isso que Alfredo Martins, coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Respiratórias (NEResp) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), considera que ainda que não seja “determinante criar mensagens dirigidas especificamente ao sexo feminino”, é importante, “para aumentar a sua eficácia, a inclusão de algumas especificidades de sexo (masculino ou feminino) nessas mensagens”. Um alerta deixado a propósito do Dia Europeu do Ex-Fumador, que se assinala a 26 de setembro.

Não será por falta de informação sobre os riscos do tabaco que muitos portugueses continuam a fumar, concorda Alfredo Martins. O especialista da SPMI confirma que fala sobre o assunto em todas as primeiras consultas e nas subsequentes no caso de fumadores ativos e passivos e é com base nas observações feitas que acredita “que os portugueses estão hoje mais informados sobre os riscos do tabaco para a sua saúde e para a saúde dos outros. Esse conhecimento não é contudo suficiente para que tenham uma consciência plena e duradoura desse risco, sobretudo nos que continuam a fumar e que são, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2014, 30% dos homens e 15% das mulheres”.

Para deixar de fumar, a vontade é “o fator mais importante para o sucesso da decisão de cessar o tabagismo”, mas sozinha não chega. “Está demonstrado que o aconselhamento dos médicos e de outros membros da equipa de saúde melhoram as taxas de sucesso da cessação tabágica. É necessário que a equipa de saúde ajude na definição do plano de cessação em cada caso, dê conselhos práticos e informe e recomende o uso dos fármacos recomendados, ajustados às necessidades específicas de cada caso”. Um papel que cabe também ao internista, não só nas consultas, mas também “na organização dos serviços” e “na participação ativa em ações de formação e informação sobre consequências do tabagismo e sobretudo sobre o que fazer para deixar de fumar”.

Fumar é a primeira causa evitável de doença, incapacidade e morte prematura nos países desenvolvidos, reforça a OMS, que acrescenta que a pandemia do tabagismo foi responsável por 100 milhões de mortes no século XX e, se não for travada, poderá vir a matar outros mil milhões neste século. Por cá, os dados da Direção-Geral da Saúde revelam que uma em cada cinco mortes observadas em pessoas, de ambos os sexos, entre os 45 e os 64 anos, são atribuíveis ao consumo de tabaco. Segundo o Inquérito Nacional de Saúde 2014, existem em Portugal cerca de 1,78 milhões de fumadores com 15. Quanto aos ex-fumadores, são 21,7% dos residentes com a mesma idade. No dia em que se celebra todos aqueles que conseguiram deixar de fumar, a mensagem do especialista da SPMI é simples: “sabendo-se o que se sabe sobre as consequências do tabaco e sobre a existência de possibilidade de ajuda para deixar de fumar, continuar a fumar ou voltar a fumar não abona a favor da inteligência”.

Semana Europeia da Biotecnologia
A Associação Portuguesa de Bioindústrias (P-BIO) vai debater, a 25 de setembro em Braga e a 28 de setembro em Lisboa, o setor...

O setor da biotecnologia está em crescimento em Portugal, nascendo cerca de 10 novas empresas a cada ano, financiando-se em capital de risco de forma a alcançar um rápido crescimento. Entre 2006 e 2014 apenas foram publicadas 407 patentes de biotecnologia.

No dia 25 de setembro a sessão que terá lugar no International Iberian Nanotechnology Laboratory (INL), em Braga, tem como tema principal “A interface entre Bio e a Nanotecnologia” e vai contar com a presença do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

O Open Innovation Day, dia 28 de setembro, terá como palco as instalações da AESE Business School em Lisboa e vai contar com a participação de Hans GCP Schikan, ex-CEO da Prosensa, que irá dar uma perspetiva Europeia da Biotecnologia.

Vieira da Silva
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou hoje que "os desafios" colocados aos estados com o...

Estas políticas devem "garantir vidas saudáveis", alcançando a igualdade de género, e promover "a adaptação dos mercados de trabalho, dos sistemas de proteção social e dos serviços de saúde e de cuidados", defendeu o ministro na abertura da Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o envelhecimento ativo, que decorre até sexta-feira, em Lisboa.

Segundo dados apresentados por Vieira da Silva na conferência, em 2017, 15,4% da população na região UNECE (Comissão Económica das Nações Unidas para a Região Europa) tinha 65 anos contra os cerca de 13% em 2002.

"As tendências atuais indicam que, até 2030, as pessoas com 65 ou mais anos vão representar mais de um quinto da população da região UNECE", frisou o ministro.

Vieira da Silva lembrou que o aumento da esperança de vida tem "implicações importantes e de longo alcance" a nível social, territorial, económico e cultural.

Para o ministro, este aumento da esperança de vida terá de ser acompanhado pela "qualidade de anos de vida".

"As pessoas devem envelhecer com dignidade e segurança, disfrutando a vida através da plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais", defendeu o ministro na conferência promovida pela UNECE, com o tema "Uma sociedade sustentável para todas as idades", que decorre até sexta-feira em Lisboa.

Esta situação - acrescentou - exige também "um combate permanente contra o discurso da segregação geracional, promovendo a solidariedade e respostas solidárias, em particular no domínio da relação entre gerações".

Mas os desafios que se colocam "só podem ser alcançados através de um compromisso conjunto", para garantir "uma sociedade sustentável para todas as idades".

Presente na conferência, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, adiantou, citando projeções do Instituto Nacional de Estatística (INE), que a população com 65 ou mais anos residente em Portugal passará de 2,1 para 2,8 milhões de pessoas entre 2015 e 2080.

Neste contexto, exigem-se políticas públicas que criem condições favoráveis ao envelhecimento da população, defende o ministro, lembrando que no espaço de quatro décadas, Portugal criou condições de desenvolvimento que permitiram às pessoas terem uma esperança de vida superior à média da União Europeia.

A conferência, de onde vai sair a Declaração de Lisboa, com as linhas orientadoras de atuação dos estados-membros para os próximos cinco anos, reúne em Lisboa os ministros responsáveis pela área do envelhecimento dos 49 estados membros da UNECE, além de outras entidades relevantes, como as Nações Unidas, a Comissão Europeia e a Organização Internacional do Trabalho.

Além dos países estados-membros, esta conferência conta com a participação, como observadores, dos países de língua oficial portuguesa e de outros onde há comunidades portuguesas de grande expressão, como China, Japão, Índia, África do Sul, Canadá ou Rússia.

Estudo
Investigadores portugueses criaram tabelas de percentis adequadas à realidade portuguesa. Objetivo é conseguir diagnósticos...

Se durante os nove meses de gravidez o bebé se afasta da média, se o crescimento ou o peso fetal é baixo, os progenitores ficam “muito angustiados”. A gravidez, nota o investigador Ricardo Santos, “é o único momento em que os pais desejam ter um filho padronizado em vez de especial”. E, às vezes, acumulam preocupações excessivas. Foi também por isso que uma equipa de investigadores do Cintesis (Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde) se debruçou na criação de curvas de referência de crescimento fetal e peso à nascença — vulgarmente conhecidas por tabelas de percentis — adaptadas à realidade portuguesa.

O estudo, publicado no European Journal of Obstetrics & Gynecology, vem introduzir três novas curvas de referência: uma para meninos, outra para meninas e uma terceira indiferenciada para os dois géneros. Todas têm em conta as características das mulheres portuguesas. Os médicos de família e obstetras já podem descarregar gratuitamente uma aplicação (disponível apenas para Android) com esses valores. E há também uma outra possibilidade ainda mais personalizada (já lá vamos).

Estas tabelas de percentis são essenciais no acompanhamento das gravidezes. Permitem aos obstetras e médicos de família estimarem o tempo de gravidez, a data prevista do parto e diagnosticarem eventuais problemas de desenvolvimento dos fetos, nomeadamente restrição do crescimento fetal ou macrossomia fetal (excesso de peso). Esta diagnose permite identificar sintomas de doenças na gravidez como a diabetes, a pré-eclampsia, doenças metabólicas ou genéticas. 

O problema, sublinha o também obstetra no Hospital de Guimarães Ricardo Santos, é que estas tabelas são excessivamente padronizadas: “Há uma busca por um padrão global que na minha opinião não existe”, disse em conversa telefónica com o jornal Público.

É muito fácil uma grávida obter valores que ficam fora da curva e isso “causa-lhe grandes transtornos” — quando muitas vezes nem é um problema. Ricardo Santos exemplifica: uma mulher com 1,90 metros que já vá na terceira gravidez terá sempre uma curva diferente de uma mulher de 1,55 metros, com 45 quilos e mãe pela primeira vez.

O uso das curvas de crescimento fetal é generalizado — e algo “sobrevalorizado”. Sobretudo tendo em conta as “deficiências” de algumas tabelas internacionais utilizadas. Se estas não refletirem a distribuição da população e as suas características físicas e clínicas podem conduzir os profissionais médicos ao “sobre ou subdiagnóstico de algumas doenças”.

Para conseguir diagnósticos mais exatos — e ajudar a diminuir a angústia dos pais —, a equipa de investigadores do Cintesis recolheu dados de mais de 660 mil nascimentos ocorridos em 22 instituições portuguesas, selecionando dados de 62 mil recém-nascidos.

A amostra revelou, por exemplo, que o peso médio de um bebé português à nascença pode variar em mais de 150 gramas quando comparado com um recém-nascido do Reino Unido, Irlanda, Nova Zelândia ou Estados Unidos da América. E, por outro lado, se aproxima muito do peso dos bebés espanhóis e franceses.

Há vários fatores que influenciam o crescimento fetal: o género (os rapazes são, regra geral, maiores), a etnia, a herança genética, o peso e altura da mãe, as doenças da progenitora, bem como o número de filhos tidos anteriormente, o consumo de álcool ou tabaco (fumar diminui aproximadamente 5% o peso do bebé às nascença). Até a altitude do local onde a mulher vive pode ter influência.

Por isso, “ter curvas de percentis fidedignas é fundamental”, aponta: “Tem de ser algo matematicamente fiável.” Com este estudo, a equipa do Cintesis espera “disseminar a importância destas tabelas” ao mesmo tempo que “desmistifica” o seu uso. “Um percentil de 10 pode não ser preocupante. Tem apenas de pôr a pulga atrás da orelha, deixar os médicos mais vigilantes”, diz.

Depois das curvas clássicas, os investigadores portugueses desenvolveram ainda um software — este não está disponível gratuitamente — que permite aos médicos criarem curvas de percentis de peso fetal e à nascença personalizadas, introduzindo valores de referência de uma grávida em particular.

BikeAround
No Dia Mundial da Doença de Alzheimer, para sensibilizar consciências e mostrar como a tecnologia, t

Há umas semanas atrás conheci Lars Jonsson, de 75 anos, e a sua esposa, Ingrid. Casaram quando Lars tinha 40 anos e viveram uma vida bastante feliz. Lars também sofre de demência.

A cada três segundos, alguém desenvolve demência, uma condição que cria incapacidade e dependência entre as pessoas idosas, roubando-lhes a memória e o discernimento. Não é apenas algo esmagador e desgastante para os que sofrem, mas também para os seus entes queridos. Foi bastante difícil para a Ingrid quando se apercebeu que o seu marido já não se recordava de vários momentos importantes da sua vida em conjunto.  

Conhecemos a Lars e a Ingrid quando vieram testar um dispositivo que inventámos para melhorar a vida das pessoas com demência. Trata-se do BikeAround, e combina uma bicicleta estática com o Google Street View projetado num grande ecrã que permite aos doentes realizarem um passeio virtual pelas suas memórias, permitindo-lhes pedalar num determinado local que visitaram no passado, Quando Lars se sentou no selim da bicicleta, a sua esposa Ingrid sugeriu que o regresso à cidade e à igreja onde casaram. Nesse momento, o rosto de Lars transbordava alegria à medida que a igreja surgia à sua frente. A expressão da Ingrid também era algo verdadeiramente emocionante pois sabia que o seu marido estava a recordar-se desse momento tão bonito das suas vidas. 

O desenvolvimento do sistema BikeAround, que agora é propriedade da empresa de cuidados de saúde Camanio Care, começou em 2010 no Health Technology Center em Halland, na Suécia. Na altura, estávamos a realizar pesquisas sobre a demência e percebemos que as pessoas que viviam com a doença tinham diferentes níveis de acesso à atividade física, dependendo do local onde habitavam. Como muitas das vezes é recomendado que as pessoas com demência realizem atividades físicas para estimular a sua saúde física e mental, esta situação era um problema. Queríamos encontrar uma maneira de motivar os idosos com demência a exercer mais atividade física e de uma forma segura.

Veja o vídeo que mostra Bengt, idoso com demência e a sua mulher Laila a testarem o sistema BikeAround.

As nossas recordações mais fortes estão ligadas inexoravelmente à nossa localização. E não se trata de coincidência que quando pensamos numa grande memória ou evento passado o nosso primeiro pensamento seja: "Onde estava quando isto aconteceu? O sistema BikeAround pega nesta ideia e combina a estimulação mental e física - envolvendo os pacientes com os lugares que reconhecem através das imagens do Street View e depois levando-os a pedalar e a percorrer esses locais. Os cientistas pensam que este tipo de associação produz dopamina no cérebro e tem o potencial de afetar a gestão da memória de uma forma mais profunda.


Bengt Ivarsson testa a bicicleta estática que está emparelhada com o Google Street View que permite às pessoas com demência uma viagem virtual às suas memórias.

Hoje é o Dia Mundial da doença de Alzheimer, um período em que as pessoas e as organizações de todo o mundo concentram os seus esforços na consciencialização desta doença para a qual não há cura. Investigadores do mundo inteiro estão a tentar encontrar novas maneiras de aumentar a qualidade de vida das pessoas afetadas por esta doença. A experiência com Lars - e muitos outros pacientes - prova que desenvolvemos não apenas um produto para melhorar a saúde, mas também algo que cria emoção e liga as pessoas. Por vezes, os pacientes acham o sistema BikeAround tão fascinante e reconfortante que não querem sair. Os bairros nos quais eles cresceram, os parques onde brincavam quando eram crianças, as visitas da família ao largo da costa... Os pacientes lembram-se de todos estes momentos e consideram este um sentimento de liberdade.

Sempre considerei a digitalização e a tecnologia como um catalisador para abrir o mundo não só para os chamados tech savy mas também para as pessoas idosas, que muitas das vezes vivem em exclusão digital. Estamos entusiasmados por ter encontrado uma maneira de trazer felicidade a muitas pessoas que vivem com demência e aos seus familiares. Mas o que é também emocionante para mim é que este é apenas um exemplo de como a tecnologia pode ser aproveitada para causar um impacto real na vida das pessoas. Se olharmos além de nós mesmos e "dermos asas" à nossa imaginação, não há limite no que podemos fazer para ajudar os outros.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório
A incidência das doenças oncológicas está a registar um aumento de aproximadamente 3% ao ano, constituindo a segunda causa de...

No caso do Cancro do Pulmão, que é ainda a neoplasia com maior mortalidade em Portugal, os autores do documento hoje apresentado no Porto, observaram uma variação geográfica significativa, com maior mortalidade nos Açores, mas também com mortalidades acima da média nas regiões do Algarve, Área Metropolitana do Porto, Alto Minho, Área Metropolitana de Lisboa e Alentejo Litoral. No caso particular dos Açores a assimetria é muito marcada, sendo de alertar a menor taxação do tabaco nesta região autónoma.

Revelam que no cancro colorretal a mortalidade padronizada é relativamente homogénea ao longo do país, com exceção na Região do Alentejo Litoral, onde se observaram valores substancialmente mais elevados. As variações nesta região podem dever-se apenas a variações estatísticas de pequenos números, necessitando de ser confirmadas.

Os dados para o cancro da mama feminina, apontam uma maior mortalidade na região dos Açores, seguida pelas regiões da Beiras e Serra da Estrela, Oeste, Área Metropolitana de Lisboa, Madeira e Lezíria do Tejo.

No relatório é ainda referido que a mortalidade por cancro do estômago valores significativamente mais altos na região Norte, estreitamente relacionados com hábitos alimentares.

De acordo com o documento, os programas de rastreio oncológico evoluíram significativamente, com expansão da cobertura geográfica, aumento do número de utentes rastreados e melhoria significativa das taxas de adesão (+5%).

Durante o último ano, na região Norte, atingiu-se a cobertura geográfica de 100% no rastreio do cancro da mama, ficando o programa completo como nas regiões Centro, Alentejo e Algarve.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, está previsto o seu alargamento em 2018. O programa de rastreio do cancro do colo do útero ficou também concluído na região Norte, juntando-se às regiões Centro, Alentejo e Algarve. Em 2017, será iniciado este rastreio na região de Lisboa e Vale do Tejo, estando prevista a sua implementação total durante o ano de 2018, lê-se no documento.

No rastreio do cancro do cólon e reto, refere que estão em desenvolvimento programas piloto disseminados nacionalmente, de destacar o projeto piloto iniciado na Região Norte em dois ACES, no final do ano de 2016, e que será alargado, durante os anos de 2017/2018, e os dois projetos pilotos que estão a ser implementados nas regiões do Algarve, no ACES Central, e em Lisboa e Vale do Tejo em quatro ACES, três da Península de Setúbal e o ACES Lisboa Norte.

Estes projetos, acrescenta, juntam-se aos rastreios já implementados na região Centro, em quatro ACES, e na região do Alentejo, no ACES Central. Desta forma, “teremos, em 2017, e pela primeira vez, o rastreio do cancro do cólon e reto implementado em todas as regiões do país”.

De acordo com o relatório da OCDE, Health at a Glance 2016, Portugal apresentava em 2014 uma taxa de 70,7% de mulheres rastreadas para o cancro do colo do útero quando a média europeia foi de 63%.

Já no rastreio do cancro da mama, em 2013, Portugal foi o país da Europa com maior taxa de rastreio, com 84,2% das mulheres rastreadas, bem acima da média europeia que foi de 62,8%.

Os autores do relatório referem ainda que, no mesmo período, a taxa de sobrevida do cancro do colo do útero a cinco anos foi de 64,5%, em linha com a média europeia, e a taxa de sobrevida a cinco anos no cancro da mama foi de 87,9%, quatro pontos percentuais acima da média europeia.

Ainda no âmbito dos programas de rastreio oncológicos salienta-se o desenvolvimento de uma solução informática nacional única para os rastreios, que já se encontra em fase de implementação, e a uniformização técnica dos programas de rastreio nas várias regiões, que será objeto de um Despacho do Ministério da Saúde, que será publicado ainda este mês, e que permitirá aumentar a equidade no acesso a nível nacional.

Estudo
Cientistas britânicos usaram a tecnologia de edição do genoma humano para revelar o papel de um gene essencial no...

Os investigadores usaram a técnica CRISPR-Cas9, baseada numa enzima que age como uma "tesoura molecular" no genoma, para eliminarem um gene chamado OCT4 presentes nos óvulos fertilizados. Acredita-se que este gene desempenha um papel fundamental na formação de embriões. "Depois do óvulo ser fertilizado, ele divide-se em sete dias e forma uma bola com 200 células chamada blastocisto", explicaram os autores do estudo num comunicado de imprensa.

"O estudo descobriu que embriões humanos precisam de OCT4 para formar corretamente um blastocisto". Este foi o primeiro uso da edição de genoma para estudar a função dos genes em embriões humanos, o que poder ajudar os cientistas a entender melhor o desenvolvimento inicial dos mesmos, explicou fonte do Instituto Francis Crick em comunicado.

A nível técnico, o estudo publicado na revista científica Nature confirmou a edição CRISPR-Cas9 como um "método poderoso" para examinar o papel dos genes individuais no desenvolvimento humano, escreve o Sapo. Esta técnica permite aos cientistas remover e substituir uma sequência defeituosa numa fita de ADN com grande precisão, eliminando, por exemplo, doenças congénitas ou hereditárias.

O método é, no entanto, controverso porque, segundo os seus críticos, pode ser usado no futuro para o "design de bebés", ou seja, a possibilidade de criar humanos com determinadas características físicas e cognitivas. "Uma maneira de descobrir o que um gene faz no embrião em desenvolvimento é ver o que acontece quando ele não está ativo. Agora, demonstramos uma maneira eficiente de fazer isso", disse Kathy Niakan, uma das autoras do estudo.

"Se soubéssemos os genes-chave que os embriões precisam para se desenvolverem com sucesso, poderíamos melhorar os tratamentos de FIV e compreender algumas causas dos problemas para engravidar", acrescenta.

Estudo
Investigadores do grupo farmacêutico francês Sanofi e dos Institutos da Saúde americanos (NIH) desenvolveram um antivírus...

O tratamento, cujos detalhes foram publicados esta quarta-feira na revista norte-americana Science, permitiu proteger macacos do vírus da imunodeficiência símia (SIV) e de estirpes do vírus da imunodeficiência humana (VIH).

Este antivírus proporcionou uma proteção melhor do que a de todos os outros anticorpos testados até hoje, neutralizando 99% de mais de 200 estirpes diferentes de VIH-1, detalham os investigadores.

O novo agente também foi testado em células humanas em laboratório, escreve o Sapo.

Estes anticorpos foram produzidos através de técnicas de engenharia genética para detetar e neutralizar múltiplos alvos infecciosos simultaneamente. "Diferentemente dos anticorpos naturais, este antivírus triplo ataca vários objetivos infecciosos através de uma só molécula", explicou Gary Nabel, cientista da Sanofi e autor principal deste artigo.

"Este enfoque tem o potencial de melhorar a proteção contra o VIH e é também uma base para novos tratamentos contra o cancro e doenças autoimunes e infecciosas", disse o investigador.

Porque é tão difícil combater o VIH/Sida?
Até agora, a multiplicidade genética do vírus do VIH/Sida, que é variável em todo o mundo, tornou difícil a produção de uma molécula capaz de combater a pandemia de forma eficaz.

No entanto, este novo antivírus agora revelado promete ser uma solução e a revolução no tratamento da doença. Está previsto que um ensaio clínico de fase 1 comece em 2018 no Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), parte dos NIH.

Os testes serão feitos em voluntários saudáveis e em pessoas infetadas com o VIH/Sida e deverão determinar a segurança e eficácia da nova molécula.

DGS
Portugal tem 471 casos confirmados de hepatite A, num total de 493 notificados, desde 01 de janeiro, de acordo com o balanço...

Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), disponíveis no ‘site’ daquela entidade, dos 493 casos notificados, a grande maioria (87%) diz respeito a homens e em mais de metade (52%) o contágio deu-se por contacto sexual, tendo em 26% dos casos a doença “sido adquirida por via desconhecida”.

A maioria dos casos notificados (70%) ocorreu na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Há um mês, Portugal tinha 435 casos confirmados de hepatite A, num total de 454 notificados desde o início deste ano.

A DGS, tendo em conta o surto de hepatite A, reforçou da vacinação antes dos grandes festivais de verão e aconselhou a adoção de medidas de prevenção durante estes eventos e, após, a vigilância de sintomas compatíveis com os da hepatite A.

Em maio, a DGS atualizou a norma sobre a hepatite A e os viajantes deixaram de precisar de submeter o pedido de vacinação à Direção-geral da Saúde, bastando ter a prescrição do médico.

Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional e o médico prescritor da vacina tinha de contactar previamente a autoridade de saúde.

Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o ‘stock’ de vacinas, de modo a que chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da DGS, sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.

Segundo a DGS, desde 03 de abril foram administradas cerca de três mil vacinas, das quais 80% na região de Lisboa e Vale do Tejo, a quase totalidade em contexto de pré-exposição.

Na Unidade Móvel de vacinação (campanha em Lisboa, Bairro Alto e Terreiro do Paço) foram administradas 150 vacinas nos dias 27, 28 e 29 de abril, 164 nos dias 05 e 06 de maio e 130 no dia 24 de junho.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não se torna crónica e dá imunidade para o resto da vida.

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