Dor na Coluna

Lombalgia e cervicalgia: como evitar os sintomas

Atualizado: 
28/06/2019 - 11:23
As lombalgias e as cervicalgias, consideradas como a 2ª causa em Portugal de visita ao médico, são também a principal causa de abstinência ao trabalho em todo mundo, refletindo um problema que afeta sobretudo a população mais ativa.

A lombalgia define-se como a dor numa area posterior do corpo, entre a ultima costela e a região glutea, com ou sem irradiação pelo membro inferior (ciática), sendo aguda se a duração for de um dia até 6 semanas, subaguda até as 12 semanas e após esta consideramos estar perante uma lombalgia crónica.

Em relação ao curso habitual da doença, 50 a 60% recuperam numa semana, 95% em 3 meses e apenas 5 a 10% dos casos desenvolvem lombalgia crónica, sendo que esta afeta 3 a 4 vezes mais a população entre os 50 e os 60 anos de idade com uma  prevalência cerca de  50% mais alta na mulher.

Quanto as causas temos de estar alertas para casos de infeção, de patologia tumoral ou alterações estruturais como escolioses que se possam manifestar deste modo, sendo que o mais habitual é serem consequência de alterações degenerativas dos discos inter-vertebrais.

Estas alterações dentro do disco podem facilitar a extrusão ou saída do seu constituinte interno (nucleo culposo), rompendo as fibras do disco e provocando a hernia discal, São normalmente de caráter genético, que se agravam por vezes precocemente, formando uma cascata degenerativa progressiva, manifestada por vezes na sequência pequenos esforços, em rotação ou em flexão do troco e/ou do pescoço.

Quanto à hernia discal, seja cervical ou lombar, tem normalmente um bom prognostico pois 90% dos paciente recuperam sem necessidade cirúrgica. Contudo, outros casos que não remitam com o tratamento conservador (e aqui temos de considerar os efeitos adversos de alguns medicamentos usados para a dor), com défice neurológico estabelecido ou progressivo ou englobando outras patologias acima consideradas podem ter indicação cirúrgica. Esta é normalmente efetuada por via minimamente agressiva, possibilitando um internamento curto, um inicio muito precoce da marcha e um rápido retorno á vida profissional ativa. Consegue-se assim evitar atrofias musculares, perda de equilíbrio e postura, manter a estabilidade familiar, evitar estados depressivos ou ansiosos secundários á incapacidade, à perda de emprego e diminuir o absentismos laboral.

Contudo, alguns casos no entanto progridem para a lombalgia crónica, sendo este um problema multidisciplinar onde também devemos considerar várias vertentes:

  1. Estado psicológico
  2. Ansiedade, depressão, stress das responsabilidades, stress psicológico no trabalho
  3. Fatores psico-sociais
  4. Insatisfação no trabalho, profissão “monótona”
  5. Intensidade da actividade física no trabalho
  6. Movimentos repetidos de rotação, exposição a vibração
  7. Tabaco, obesidade
  8. Insatisfação no trabalho e a perspectiva de ganho secundário (seguros)

Finalmente, alguns conselhos de modo a evitar estes sintomas:

  1. Fortificar a  musculatura paravertebral, abdominal e glútea, exercícios de alongamento e estiramento
  2. Evitar uma vida sedentária - Exercícios cardiovasculares – andar, correr, bicicleta, natação
  3. Evitar a posição sentada, esforços em anteflexão do tronco e rotação
  4. Evitar fumar
  5. Tratar a Obesidade – parece facilitar progressão para cronicidade
  6. Tratar a osteoporose reforçando a estrutura óssea
  7. Tratar os factores psico-sociais como estados depressivos ansiosos e de insatisfação no trabalho
  8. Diminuir a exposição a vibrações
  9. Efetuar o despite da Escoliose
  10. Tratar as doenças primárias e desse modo evitar a manifestação secundária ou sua extensão à coluna (doenças reumáticas, tumores, infecções como p.ex. tuberculose)
Autor: 
Dr. Manuel Tavares de Matos - Unidade da Coluna Vertebral ​do Hospital Lusíadas Lisboa
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Hospital Lusíadas Lisboa