Publicado em Diário da República
O concurso internacional para construir o novo Hospital de Lisboa Oriental saiu hoje em Diário da República, mas falta ainda a...

O novo hospital, que deverá estar pronto em 2022, substituirá os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta, Curry Cabral, Dona Estefânia e a maternidade Alfredo da Costa.

"É possível, finalmente, acreditar em dias menos cinzentos", afirmou em comunicado a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, Ana Escoval, esperando que "o concurso internacional corra de forma célere, sem contratempos".

No despacho dos secretários de Estado Adjunto e das Finanças e da Saúde lê-se que "o lançamento do procedimento de concurso público (...) só poderá ocorrer depois de obtida a necessária autorização da despesa".

Quando o Conselho de Ministros aprovou o lançamento do concurso, o ministro da Saúde afirmou que “o Hospital de Lisboa Oriental irá servir uma população que ultrapassará um milhão de habitantes" e vai substituir quatro velhos edifícios, "alguns deles centenários que não têm hoje nenhuma condição de modernização possível": São José, Santa Marta, Dona Estefânia e Capuchos.

Adalberto Campos Fernandes avançou que "as propostas deverão ocorrer até ao primeiro semestre de 2018" e estimou que a construção "ocorra entre o final de 2019 e o início de 2022".

Questionado sobre qual o futuro dos edifícios antigos que vão ser desativados, o ministro da Saúde respondeu que existem "decisões que terão que ser tomadas pelo Governo", mas deixou uma garantia: "em nenhum desses espaços, à partida, será conferida nenhuma utilização especulativa de natureza imobiliária".

A nova unidade hospitalar, anteriormente denominada Hospital de Todos-os-Santos, já teve um concurso lançado em 2008, então pelo Governo de José Sócrates, mas a decisão de adjudicação ao consórcio vencedor foi anulada no final de 2013.

Simpósio
Os promotores do 12.º Simpósio da Associação Nacional de Esclerose Múltipla, marcado para 04 de dezembro, em Gondomar, apostam...

“É uma terapia recente, com dois anos de aplicação na doença e que deixa os doentes mais calmos, fá-los refletir, trabalhando não apenas a parte psíquica como a parte física”, descreveu a presidente da Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM), Lurdes Silva, explicando que o qicong vai ser um dos temas em análise no simpósio.

O terapeuta Luís Carvalho explicou que o qicong “trabalha fundamentalmente a parte da respiração e da energia”. Incide, “no caso da Esclerose Múltipla, nos meridianos do baço, estômago e do fígado”, ajudando o paciente a acalmar-se, relaxando a parte muscular.

“Permite-lhes também aumentar as capacidades de respiração dando-lhes uma sensação de liberdade de movimentos”, observou Luís Carvalho, que “uma vez por semana, em sessões de entre 45 minutos e uma hora", presta a terapia nas instalações da ANEM.

Organizado no âmbito do Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, o 12.º Simpósio da ANEM centra-se nos “Desafios do cuidador nas doenças neurológicas”.

A iniciativa abre com o tema “os cuidadores no acompanhamento do doente com esclerose múltipla”, que pretende “elucidar para o tipo de perguntas que estes devem fazer para perceber as nuances da doença”, disse Lurdes Silva.

“É importante para eles perceber o evoluir da doença, por que tem o doente uma fadiga constante, o desânimo que se instala e o tipo de cuidados que devem ter”, explicou a responsável da ANEM de uma doença que “prejudica também ao nível cognitivo” daí que, “muitas vezes, o doente não perceba o que o médico lhe está a dizer”, valendo-lhe o cuidador “nessa necessidade de perceção”.

Em complemento ao tema, acrescentou Lurdes Silva, “três cuidadores irão falar sobre os seus exemplos particulares”, num momento do seminário em que se pretende “tornar o diálogo com os presentes mais interativo e útil na partilha de conhecimentos”.

A questão financeira será um dos assuntos fortes no tema “O cuidador e os seus desafios”, revelando a presidente da ANEM que “os rendimentos pesam nas ajudas técnicas e no equipamento de suporte de que podem diferenciar os doentes”, desde logo o acesso a uma “cadeira elétrica ou um tipo de andarilho mais sofisticado”.

“Isso afeta a maior parte deles, num problema que os atinge também psicologicamente, por não aceitarem a doença, deixando-os com um feitio terrível e tornando alguns até, agressivos, porque acham que o mundo lhes caiu em cima”, descreveu.

Opinião
Cerca de 13% da população ativa em Portugal já sofreu, pelo menos uma vez, de assédio sexual no trab
Homem a assediar mulher no trabalho

O assédio sexual consiste em comportamentos de sedução ou coação que criam na vítima uma sensação intimidante, humilhante ou ofensiva. Pode ser posto em prática através de convites inapropriados de cariz sexual, promessas de futuras recompensas em troca de favores sexuais, insinuações, ameaças veladas ou mesmo avanços sexuais explícitos.

Pode ocorrer em qualquer lugar, na rua, na escola, no trabalho ou até na própria casa e em todos os estratos sociais, desde uma pequena fábrica à indústria de Hollywood. Hoje em dia pode até ocorrer na ausência física do agressor, como acontece com as interações sociais online.

Frequentemente o agressor tem uma posição de poder ou autoridade sobre a vítima seja pela idade, relações sociais, educacionais ou profissionais. No entanto, pode ser qualquer pessoa, independentemente do sexo e ter com a vítima qualquer tipo de relação (desde patrão a cliente, familiar a desconhecido). A vítima fica muitas vezes constrangida e incapaz de se defender do agressor, o que perpetua a situação.

Cerca de 13% da população ativa em Portugal já sofreu, pelo menos uma vez, de assédio sexual no trabalho, tendo sido as mulheres as principais vítimas. O trabalho é um dos locais com maior frequência de assédio sexual, o que conduz a um ambiente hostil, à diminuição do funcionamento da vítima com ausências ou perda do emprego e destruturação das suas relações familiares.

A vítima de assédio experiencia stress, humilhação, vergonha e medo de retaliação, o que se manifesta com várias consequências emocionais. Desenvolve muitas vezes sintomas de ansiedade, depressão, isolamento social, perda de motivação, fadiga, cefaleias e dificuldades de sono e apetite. Quando suficientemente graves estes sintomas podem dar origem a perturbações do humor ou de ansiedade, ataques de pânico, perturbações do sono ou alimentares, alcoolismo, perturbação de stress pós-traumático e ideação suicida.

As vítimas podem ficar culpabilizadas por não conseguir manifestar claramente ao abusador o seu desagrado e recusa. É importante que tenham alguém da sua confiança que as possa ajudar a lidar com o problema incluindo recolher provas e identificar outras potenciais vítimas do mesmo agressor.

A ajuda profissional é muitas vezes necessária para controlar os sintomas emocionais e orientação na gestão dos problemas relacionados com assédio, que podem incluir conflitos familiares, laborais ou outros.

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Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra desenvolveu um sistema...

O designado Sistema de Alojamento Modular de Aves, já com um pedido de patente internacional submetido, é um equipamento de alojamento de codornizes poedeiras em condições experimentais, personalizado para investigação e desenvolvimento de soluções biomédicas baseadas no potencial biotecnológico dos seus ovos.

O sistema, que respeita as diretivas europeias em vigor e está alinhado com a política dos três “Rs” (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), permite a investigação e desenvolvimento de novos biofármacos e produtos de diagnóstico biomolecular, nomeadamente vacinas e anticorpos. Estes são a base para o desenvolvimento de terapias de combate a infeções bacterianas, fúngicas ou virais, de alternativas aos antibióticos tradicionais e de métodos inovadores de diagnóstico de doenças.

A criação de compostos derivados do ovo e suplementos para soluções farmacêuticas também poderão ser explorados.

Ricardo Vieira-Pires, investigador e coordenador da unidade experimental de Aves do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), explica que este equipamento “é único em Portugal e, do que tenho conhecimento, no resto da Europa” e acentua que “estamos interessados na capacidade natural das aves em acumular anticorpos na gema dos seus ovos e na sua valorização. A codorniz é a ave de eleição para uma investigação que precisa de customizar e processar os anticorpos de forma versátil, algo que não é tão linear com ovos de outras aves”.

A tecnologia de base utilizada recolhe anticorpos da classe Imunoglobulina Y (IgY), equivalente à imunoglobulina da classe G humana com propriedades imunológicas de defesa do organismo, incorporados especificamente na gema de ovos. A abordagem é conhecida há mais de 100 anos como forma de produzir anticorpos terapêuticos com propriedades neutralizantes.

O investigador esclarece que “apenas temos de recolher ovos e eliminamos a necessidade de colher sangue do animal, como acontece para todos os outros casos que recorrem a ratinhos, coelhos ou cabras. Por exemplo, uma galinha produz até cinco vezes mais anticorpo que um coelho ao fim de um ano, e apenas se tem que recolher ovos diariamente, ao contrário de recolher 40-50ml de sangue a cada 15 dias. O nosso sistema permite a utilização de codorniz em ensaios preliminares que serão num segundo momento reproduzidos em galinha”.

O projeto foi financiado por fundos FEDER através do Programa Operacional Fatores de Competitividade - COMPETE, por fundos nacionais através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e pelo QREN - Programa Operacional Regional do Centro 2007-2013 com o apoio do Mais Centro e da União Europeia através do Projeto “CNC Biotech - investigação em Biotecnologia e capacitação do sector empresarial”.

Presidente
A presidente do Infarmed confirma que o Governo já recuou na decisão de transferir aquela estrutura para o Porto, dizendo que é...

Maria do Céu Machado diz, numa entrevista publicada hoje pelo jornal Público, que foi com surpresa que recebeu, ao início da manhã do passado dia 21, um telefonema do ministro da Saúde a dizer que se tinha reunido com o primeiro-ministro e tinham decidido transferir o Infarmed para o Porto.

“Isto é como todas as notícias de surpresa: até cairmos em nós, há uma fase em que se fica com uma espécie de anestesia, de ‘isto não pode ser verdade’”, conta Maria do Céu Machado.

A presidente o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde explica que no mesmo dia, à noite, depois de ter vindo a público a reação negativa dos trabalhadores ao anúncio da transferência, voltou a conversar ao telefone com o ministro da Saúde e, no dia seguinte, o governante afirmou que se tratava de uma intenção, e não de uma decisão.

“O senhor ministro disse que percebia, de certa forma, que isto era uma notícia surpresa e que não era uma decisão, era uma intenção. Várias vezes repetiu isso. (…) Confio que seja uma intenção e não uma decisão e que haja uma avaliação de impacto financeiro, social, relativo à atividade nacional e internacional e à saúde pública”, afirma na entrevista.

Garante que, até esta altura, apenas tinha ouvido dizer que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, tinha perguntado num almoço: “E se o Infarmed fosse para o Porto?”, o que interpretou como uma brincadeira.

A responsável sublinha que se o Infarmed perder 70% dos seus trabalhadores não vai poder garantir a qualidade do trabalho que faz nas áreas dos medicamentos, dispositivos médicos e cosméticos e que, se a mudança se concretizar, o regulador vai perder milhões.

“Na semana passada estive na EMA [Agência Europeia do Medicamento], numa reunião em que estiveram presentes representantes de diversos países para negociar os processos centralizados de avaliação de medicamentos que estão no Reino Unido e que todos os países querem porque representam prestígio e milhões. Comprometi-me a assumir mais 20% de processos. Serão mais de 10 milhões de euros”, frisa.

Maria do Céu Machado diz inclusive que o Infarmed já teve o sinal da EMA de que, se o regulador português estiver numa fase de transição na mesma altura em que eles estão, não poderão dar-lhe os processos que foram combinados.

Sobre a possibilidade de haver uma transferência de apenas uma parte da Autoridade Nacional para o Medicamento, a responsável responde: “O Infarmed é coeso e temos uma enorme preocupação na articulação entre serviços. Se pode ir o conselho diretivo? Se for apenas para andar em almoços e jantares, então pode estar em qualquer lado”.

Recorda que o próprio plano estratégico para 2018 do Infarmed, aprovado pela tutela e assinado em setembro, “não faz referência a esta mudança” e que o dossier de candidatura que o Porto apresentou à sede da EMA não tem nada que refira mudança, “mas sim apoio e alocação de recursos”.

Maria do Céu Machado recorda um inquérito feito aos trabalhadores do Infarmed na semana passada em que 82,7% dos funcionários foram taxativos na decisão de não ir para o Porto, que 15,5% afirma que depende das condições oferecidas e que apenas 1,9% admite que mudaria.

Sublinha ainda que tal mudança traria ainda um problema de “perda de reação imediata para dar resposta a situações de urgência, como ruturas de medicamentos”.

A responsável lembra igualmente que, quando se muda uma instituição como o Infarmed, “o processo tem de ser liderado pela própria instituição e pelas pessoas que lá trabalham, de modo a não haver fraturas”, e manifesta-se admirada pelo facto de a Câmara de Lisboa nada ter dito sobre esta mudança.

“Até me espanta não haver outras câmaras que queiram entrar na corrida. Espanta-me também que a Câmara de Lisboa não tenha problema em perder o Infarmed. Se calhar o Infarmed não é importante para a Câmara de Lisboa”, afirma Maria do Céu Machado, para quem não há condições para mudar sem prejudicar gravemente a instituição.

“Acho que o Governo e o ministro, tendo consciência destas condições, tomarão a atitude mais correta”, conclui.

O anúncio da transferência da sede do Infarmed de Lisboa para o Porto foi feito na semana passada pelo ministro Adalberto Campos Fernandes, um dia depois de se saber que o Porto não conseguiu vencer a candidatura para receber a sede da Agência Europeia do Medicamento, que mudar de Londres para Amesterdão.

O Infarmed - Agência Nacional do Medicamento tem 350 trabalhadores e mais cerca de 100 colaboradores externos que incluem especialistas.

Victor Ramos
O vencedor do prémio de carreira médica da Ordem dos Médicos lamenta que haja cada vez menos tempo para os doentes e avisa que...

Com uma carreira de 40 anos dedicada à medicina geral e familiar, Victor Ramos é o vencedor da edição de 2017 do Prémio Miller Guerra de Carreira Médica.

“É preciso tempo suficiente para os doentes”, afirma o galardoado em declarações, entendendo que o aumento das listas de utentes dos médicos de família e os sistemas informáticos vieram “consumir tempo” às consultas.

“Menos tempo traduz-se em stress. O médico não perde a sua deontologia e isso angustia-o. Tem de ouvir as pessoas, observar, acordar com o doente o plano de cuidados. E sabe que há um conjunto de pessoas à espera”, relata Victor Ramos.

Também os sistemas informáticos, que deviam facilitar a vida aos profissionais, estão “a comer tempo e atenção”, por serem múltiplos e por muitas vezes terem problemas.

“Se não tivermos cuidado, às tantas nem se olha para as pessoas, mas para os ecrãs e teclados. É uma infernização e tira tempo”, afirma o clínico.

A população está também mais envelhecida, vai acumulando problemas de saúde, o que requer mais tempo para as consultas.

“Temos de ter o tempo minimamente necessário para cuidar com qualidade e rigor das pessoas. Isto não pode ser um modelo industrial de cadeia de montagem”, sublinha Victor Ramos.

O médico, que tem uma carreira dedicada à medicina geral e familiar, pede ainda que o discurso político sobre a importância dos cuidados de saúde primários se traduza em prioridades concretas, nomeadamente de investimento e de recursos humanos.

Contudo, apesar de um cenário com dificuldades, Victor Ramos assinala a evolução que a medicina geral e familiar teve em Portugal, nomeadamente com a constituição das unidades de saúde familiar (USF).

Além disso, estima que se avizinham “bons tempos”, com uma renovação e transição geracional de médicos de família.

“Neste momento, os cerca de seis mil médicos de família colocados há 35 anos estão quase todos em idade de ir saindo. Vai haver substituição de médicos. E os jovens médicos de família têm uma formação muito mais específica e qualificada”, considera.

Victor Ramos lê a atribuição do Prémio Miller Guerra como “um estímulo para continuar e dar mais algum contributo”, apesar de estar perto do fim da sua carreira, que já leva 40 anos.

Talvez mais do que a atribuição do Prémio, tocou-o “profundamente” a apresentação da sua candidatura, que foi da responsabilidade de um grupo de colegas.

Victor Ramos é o vencedor da terceira edição do prémio de carreira Miller Guerra, galardão instituído pela Ordem dos Médicos, pelo seu “trabalho impulsionador” na área dos cuidados primários de saúde.

A entrega do Prémio Miller Guerra de Carreira Médica 2017, no valor de 50 mil euros, vai decorrer na quarta-feira em Lisboa.

O Prémio Miller Guerra foi criado em 2012 e atribuído pela primeira vez em 2014 como uma homenagem à memória de Miller Guerra (1912-1993), médico responsável pelo Relatório das Carreiras Médicas e discípulo de Egas Moniz, único Nobel da Medicina português.

Impulsionador das USF
O médico Victor Ramos é o vencedor da terceira edição do prémio de carreira Miller Guerra, galardão instituído pela Ordem dos...

O anúncio do vencedor do Prémio Miller Guerra de Carreira Médica 2017 foi feito pela Ordem dos Médicos. A cerimónia de entrega do galardão, no valor de 50 mil euros, vai decorrer na quarta-feira em Lisboa.

Victor Ramos esteve envolvido no projeto piloto que inspirou a criação das atuais Unidades de Saúde Familiar (USF) e tem uma carreira de 40 anos, essencialmente dedicada à medicina geral e familiar.

O júri do prémio destaca “uma carreira exemplar dedicada aos doentes e à defesa de melhores condições da carreira de medicina geral e familiar e dos cuidados de saúde primários em Portugal”.

Atualmente, Victor Ramos trabalha no agrupamento de centros de saúde de Cascais, tendo participado na constituição da USF Marginal, em 2007, e São João do Estoril, em 2014.

Foi cofundador da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e teve responsabilidades em órgãos dirigentes e consultivos da Ordem dos Médicos, tendo recebido em 2006 a medalha de ouro por “serviços distintos” do Ministério da Saúde.

É também docente na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e participou em várias missões internacionais da Organização Mundial da Saúde e da União Europeia.

Nascido em Évora há 64 anos, Victor Ramos licenciou-se em 1976 na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, tendo começado a carreira por prestar serviço médico à periferia em localidades rurais do concelho de Évora.

O Prémio Miller Guerra foi instituído em 2012 pela Ordem dos Médicos e ela Fundação Merck Sharp & Dohme e esta é a terceira edição do galardão, que se destinou a escolher um profissional da medicina geral e familiar, de um conjunto de 12 candidaturas apresentadas.

Em 2013, na primeira edição do prémio, o vencedor foi o médico Mário Moura e há dois anos, na segunda edição, foi o cirurgião Gentil Martins o distinguido com o prémio de carreira hospitalar.

O prémio Miller Guerra é bienal e distingue, de forma alternada, a carreira médica hospitalar ou a medicina geral e familiar.

Estudo
Dois em cada três inquiridos num estudo sabem que não é seguro entrar num espaço onde alguém tenha fumado, mesmo após...

O estudo “Carros sem fumo”, promovido pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP), decorreu entre 29 de agosto e 07 de setembro e envolveu 625 famílias de todo o país com pelo menos um carro.

Segundo a investigação, são os fumadores, as mulheres e os cidadãos com idades entre os 25 e os 34 anos os que mais referem a quantidade de químicos que tem o fumo do tabaco.

Entre os que identificam o número de químicos cancerígenos no fumo destacam-se os fumadores com idades entre 25 e os 44 anos, residentes na região Sul, refere o estudo, que é divulgado hoje em Lisboa.

O estudo lembra que o nível médio de partículas tóxicas libertadas pelo tabaco e respiradas numa viagem de carro é cinco vezes superior à média das partículas tóxicas no ar, mesmo em cidades muito poluídas.

Refere ainda que o fumo do tabaco contém mais de 4.800 químicos e que 85% do fumo passivo é invisível e inodoro, permanecendo por muito tempo no interior das viaturas e das casas.

A investigação revelou que 80% dos entrevistados (80%) sabem que não é seguro circular num carro onde alguém tenha fumado, mesmo com as janelas abertas, e que 77% têm conhecimento de que as crianças são “as mais vulneráveis ao fumo passivo”.

Outra das conclusões do estudo aponta que os fumadores tendem mais a andar de carro com outros fumadores do que aqueles que não fumam.

Traçando o perfil dos entrevistados, o estudo indica que são maioritariamente homens, vivem em agregados familiares com duas ou três pessoas e têm carta de condução.

A maioria (78%) não fuma, 48% dos quais nunca fumaram e 30% deixaram de fumar.

O hábito de fumar dentro de casa (85%), no carro (80%) ou no trabalho (75%) é pouco comum entre os inquiridos.

Quando questionados sobre assuntos específicos sobre o tema malefícios do fumo do tabaco dentro de automóvel, verificou-se que há um “desconhecimento geral sobre o tema”, com nenhum entrevistado a responder corretamente às oito questões colocadas.

Relativamente ao uso de automóvel, o estudo indica que 75% o utilizaram diariamente no último mês, percorrendo mais de 500 quilómetros (58%).

No último mês a maioria dos condutores viajou sozinha. Em 32% dos casos transportaram crianças (com idades entre os 2 e os 12 anos) e 25% também transportaram idosos.

Os não condutores representam 5% da amostra. Três em cada quatro são homens, pertencem a agregados familiares constituídos por uma ou duas pessoas e são não fumadores.

Habitualmente deslocam-se a pé (62%) ou de transportes públicos (50% utilizam autocarro e 24% o metro).

São utilizadores pouco frequentes de carro: 70% fizeram-no entre um e dez dias no último mês, percorrendo menos de 50 quilómetros (71%).

O estudo levou à criação do projeto “Carros sem fumo”, que visa a sensibilização dos portugueses para um comportamento responsável relativamente ao consumo do tabaco em deslocações de automóvel, com especial preocupação sobre o seu impacto em crianças e idosos.

Estudo
Mais de metade dos condutores fumadores inquiridos num estudo admitiram fumar dentro do carro e apenas 10% afirma ter estado...

O estudo “Carros sem fumo”, promovido pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP), decorreu entre 29 de agosto e 07 de setembro e envolveu 625 famílias de todo o país com pelo menos um carro.

As conclusões do estudo, referem que “ainda há um grande desconhecimento sobre os malefícios do tabaco” e que em cerca de um terço dos lares inquiridos há fumadores.

Segundo o estudo, 90% dos inquiridos desconhece que o nível médio de partículas tóxicas libertadas pelo tabaco e respiradas numa viagem de carro é cinco vezes superior à média das partículas tóxicas no ar, mesmo em cidades muito poluídas.

Apenas 20% dos inquiridos sabe que 85% do fumo passivo é invisível e sem odor e mais de metade dos fumadores admitem fumar no carro.

Mais de 10% do total dos inquiridos afirma ter-se deslocado pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores numa viatura em que estivesse alguém a fumar na presença de uma criança, adolescente, jovem ou idoso.

O estudo levou à realização da campanha “Carros sem fumo”, que é lançada hoje pelo ACP e pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) na Escola Básica António Rebelo de Andrade, em Oeiras.

Após a realização do estudo, as duas organizações concluíram que ainda “há muito trabalho que pode e deve ser feito no que respeita à educação e sensibilização dos portugueses em torno dos hábitos de consumo de tabaco, em particular quando se deslocam de carro”.

Em declarações, o presidente da LPCC, Vítor Veloso, lembrou que todos os anos morrem no mundo 600 milhões de pessoas devido ao tabagismo, 600 mil dos quais por serem fumadores passivos.

Vítor Veloso explicou que cada cigarro contém mais de 4.800 substâncias químicas nocivas, sendo que destas, 60 são potencialmente causadoras de cancro.

“Se considerarmos que 85% do fumo passivo é invisível e inodoro, facilmente se percebe que fumar no interior do carro é um ato que se perpetua muito para lá dos breves minutos de consumo”, frisou.

Por esta razão, Vítor Veloso considerou que “fumar dentro do carro é quase mais perigoso do que falar ao telefone”, defendendo que esta prática devia “ser proibida” em Portugal, como já acontece em outros países, como o Reino Unido ou a Finlândia.

Esta posição não é partilhada pelo presidente do ACP, Carlos Barbosa, por considerar que se trata de uma decisão que cabe às pessoas.

“Sou muito liberal no que diz respeito à liberdade das pessoas. Acho que as pessoas têm de ser conscientes daquilo que devem ou não fazer. Obviamente se sabem que fazem mal aos seus próximos, aos seus filhos, aos seus netos não devem fumar”, disse Carlos Barbosa à Lusa.

Carlos Barbosa adiantou que a associação fez este estudo para “provar às pessoas que fumar dentro do carro provoca cancro” devido às partículas tóxicas que permanecem no interior do automóvel.

A campanha surge para “sensibilizar as pessoas que não devem fumar dentro dos carros, independentemente de estarem acompanhados ou estarem sozinhos”, adiantou Carlos Barbosa.

Esta ação será levada a todo o país através de ações de sensibilização nas escolas, com a distribuição de 100 mil folhetos e autocolantes para carros nas escolas do ensino básico e ainda através dos canais de comunicação do ACP e da LPCC, focando-se nas crianças como veículos influenciadores junto dos pais.

Vida saudável
Durante o fim de semana todos os caminhos para os apaixonados pelo fitness foram dar à 3.ª edição do Portugal Fit, em Lisboa,...

Ontem - o último dia que todos tinham para queimar as calorias que ainda faltavam, mas também para aprender mais sobre estilos de vidas saudáveis –, a aula de body attack que decorreu no palco do Altice Arena foi uma das que atraíram mais professores e visitantes.

“As pessoas adoram e vibram com a música”, contou Sandra, uma instrutora que tinha saído há minutos do palco, ainda num tom acelerado depois dos ritmos mexidos que a modalidade exige.

“Acaba por não ser só pela parte do treino físico que as pessoas vêm cá, mas também pelas emoções que envolve estar num pavilhão cheio de gente a fazer a mesma coisa e a curtir a música ao mesmo tempo”, comentou.

Professora há mais de 10 anos de modalidades como o body pump ou o body step, Sandra acredita que é neste tipo de eventos que existe a oportunidade de mostrar às pessoas que “o exercício é algo divertido, não tem que ser só para emagrecer ou para aqueles objetivos mais comuns”.

A fazer a aula de Sandra estiveram Rita e Bruno, um casal cuja rotina já não seria a mesma sem o desporto: “Eu normalmente já faço ginásio e o meu namorado também é instrutor, por isso acabamos por vir muitas vezes juntos para estes eventos”, contou Rita, a recuperar o fôlego.

Para si, o Portugal Fit é a união de dois mundos: “Dá para divertir, mas também dá para aprender outras atividades que ainda não tenha experimentado”.

“Esta é a grande formação que nós temos. É aqui onde juntamos todo este grupo de várias partes do país e serve um pouco para ver velhos conhecidos, amigos de outros zonas que não conseguimos ver ao longo do ano. É a nossa grande festa enquanto instrutores”, acrescentou Bruno.

Equipado a rigor estava António. O cabelo grisalho não lhe tira a energia para as aulas que ainda se avizinhavam e a companhia do filho – com quem vai sempre ao evento - é mais um motivo para se manter animado. “O ambiente acaba por trazer mais entusiasmo ao exercício e isso obriga a que a pessoa seja levada por esse entusiasmo e puxe mais por si própria”, referiu.

Fora das zonas das aulas e a apreciar o que o evento tem para oferecer, como os preços aliciantes nas roupas de desporto, ouvia-se Abdul, dono de um ginásio, a falar com o filho de quatro anos num dos corredores.

“O meu filho foi agora ver a prova de culturismo e achou interessante. Agora quer voltar”, disse, entusiasmado, ao mesmo tempo que o filho lhe pedia “para se despachar”, pois estava quase a começar mais uma prova da modalidade.

Apenas com uma parede do pavilhão a separá-los, Oleksandr Andronyak, de 23 anos e natural da Ucrânia, tinha acabado de sair do palco do Troféu Carlos Rebolo, onde conquistou o segundo lugar da prova Men’s Physique Júnior, uma das competições de culturismo. Confessou que “estar à frente de muitas pessoas” é uma das coisas que lhe dão mais alegria, mas os inúmeros músculos que ganha com os treinos também servem de motivo de felicidade.

O corpo “estava seco” e bronzeado depois das “camadas de tinta e de brilho” e os últimos “três meses”, dedicados exclusivamente a preparar esta prova, valeram o esforço. “Estou contente com a classificação”, rematou.

O Portugal Fit, no Altice Arena, fechou ontem portas às 21:00. Para já, a organização ainda não sabe se o evento de fitness continuará ou não por terras lisboetas.

Obstetrícia
Mais de 4.700 pessoas assinaram uma petição dirigida ao Parlamento a pedir o “fim da violência obstétrica” e a revisão da...

Os signatários pedem a “intervenção urgente num flagelo” que consideram ocorrer no país e no Serviço Nacional de Saúde, entendendo a “violência obstétrica” como uma “forma institucional de violência” no contexto da assistência à gravidez e pós-parto, que pode passar por abusos verbais, práticas invasivas, uso desnecessário de medicação, intervenções não consentidas ou humilhação.

“Portugal é um dos países com a mais baixa taxa de mortalidade neonatal do mundo, facto pelo qual todos nos congratulamos. Mas a visão de que basta sair do hospital uma mãe e um filho vivos é extremamente redutora e inaceitável”, refere o texto da petição.

Os signatários consideram que estes bons indicadores camuflam uma realidade: “a violência física e psicológica por parte de alguns profissionais de saúde, que abusam da sua posição e do seu poder num momento em que a mulher precisa de apoio e de se sentir acolhida e respeitada”.

A petição endereçada ao Parlamento, ao Presidente da República e ao ministro da Saúde pretende que seja revista “toda a formação dada aos profissionais da obstetrícia”, bem como a legislação que assiste os direitos da mulher na gravidez e no parto.

Os peticionários propõem a criação de um plano individual de parto, a instituir a nível nacional, que garante que “os desejos da mulher durante o trabalho de parto são cumpridos, salvo em situações de clara emergência”.

É ainda pedido que todas as unidades de obstetrícia do Serviço Nacional de Saúde (SNS) passem a ter afixada informação acessível a todos sobre o que é a violência obstétrica, “incentivando as mulheres e as famílias a denunciar situações de abuso”.

A Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e no Parto (APDMGP) realizou entre 2012 e 2015 um inquérito sobre experiência de parto em Portugal, ao qual responderam 3.800 mulheres e no qual mais de 43% das inquiridas dizem não ter tido o parto que queriam.

A associação considera que a violência obstétrica “pode afetar a recuperação física e psicológica da mulher durante o puerpério, a sua autoestima, vida sexual, saúde mental a sua ligação com o bebé”.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse que espera resolver o problema do "ciclo de endividamento crónico" do Serviço Nacional de...

Durante uma visita ao Hospital de Aveiro, Adalberto Campos Fernandes disse que o país deverá entrar no final deste ano, ou no princípio de 2018, numa "trajetória de recuperação" relativamente às dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"Esperamos, por isso, e temos a certeza que, no final da legislatura, este ciclo de endividamento crónico, esta doença crónica, que resulta das dificuldades ou do desajustamento entre o financiamento e as necessidades, esteja progressivamente resolvido", disse.

Adalberto Campos Fernandes elogiou o trabalho que tem sido feito pela administração e trabalhadores do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que integra os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, considerando que é "dos mais eficientes", porque "tem feito muito com pouco".

"Está na altura de Aveiro ver reconhecido o esforço e ser compensado", disse o ministro da Saúde, comprometendo-se a reforçar a capacidade financeira do CHBV para fazer face aos investimentos que estão previstos.

O ministro reafirmou ainda a aposta na proximidade, realçando que este foi o único Governo, nos últimos 30 anos, que não fechou qualquer serviço público na área da Saúde e que estão em lançamento ou em construção mais de 90 centros de saúde em todo o país.

Quanto à falta de meios humanos na área da Saúde, referiu que o SNS tem hoje mais seis mil profissionais do que quando o Governo tomou posse, em 2015.

"Não são ainda os suficientes, mas a trajetória está definida", observou.

Apesar das várias frentes de conflitualidade laboral que tem enfrentado, o responsável pela pasta da Saúde disse que se sente "motivado e cheio de energia" para a segunda metade da legislatura e com "uma grande vontade" de fazer um SNS "mais forte, mais responsivo e mais próximo das pessoas".

"A meio da legislatura, é como no meio de um jogo de futebol, sinto-me cheio de vontade para jogar a segunda parte", disse o ministro, assegurando que tem a "confiança total e forte" dos colegas do Governo e do primeiro-ministro.

Questionado sobre o alegado pagamento aos participantes numa sessão de perguntas ao Governo, prevista para domingo, em Aveiro, o ministro da Saúde disse não ter conhecimento de nada.

"Não acredito que seja verdade. Acho que é absolutamente absurdo. Não faz nenhum sentido", afirmou.

O jornal Sol noticiou que o Governo de António Costa vai pagar 36.750 euros a 50 pessoas que vão participar num estudo na Universidade de Aveiro e depois irão fazer perguntar ao executivo.

A iniciativa ocorre no âmbito do Conselho de Ministros extraordinário que se realiza em Aveiro para assinalar os dois anos do Governo.

Centro Hospitalar Médio Tejo
O Centro Hospitalar do Médio Tejo anunciou investimentos de 6,5 milhões de euros nos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres...

"Estes são investimentos que permitem um reforço de competências e gerar sinergias para serem aproveitadas por toda a região do Médio Tejo, revestindo-se de uma importância decisiva para a qualidade de vida dos cidadãos", disse Manuel Delgado aos jornalistas, no final de uma visita ao hospital de Abrantes, no distrito de Santarém, inserida numa iniciativa mais extensa dedicada aos dois anos de Governo, que se assinalaram ontem.

Os investimentos, a concretizar até final de 2019, referem-se à requalificação e expansão da Urgência Médico-Cirúrgica na unidade hospitalar de Abrantes (1,5 ME), e intervenções nas três unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas para sustentabilidade e eficiência energética no âmbito de uma candidatura conjunta apresentada pelo Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), ao programa operacional POSEUR, num projeto de cinco milhões de euros que vai contar com um apoio comunitário de 85%.

Neste âmbito, o investimento prevê, até final de 2019, a substituição das caldeiras, dos refrigeradores (‘chillers’) e da iluminação artificial, a instalação de painéis solares, térmicos e fotovoltaicos, e intervenção ao nível das fachadas e das coberturas, incluindo a pintura exterior das unidades hospitalares de Tomar e Torres Novas, tendo o secretário de Estado da Saúde afirmado que os investimentos anunciados, "congregados, representam uma mais-valia para os utentes" da região.

"No caso do CHMT, com o trabalho do Conselho de Administração [CA] e, no caso concreto de Abrantes, com o apoio do município, tem sido possível fazer ajustamentos importantes para a vida das pessoas", afirmou.

No âmbito da visita a várias unidades da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) na zona de Abrantes, Tomar, Torres Novas e Santarém, Manuel Delgado disse ainda que o Governo tem a preocupação de "dotar todas as regiões do país, em pé de igualdade e de forma equitativa, com os recursos necessários para que os doentes sejam tratados nas áreas onde residem e o mais próximo possível dos seus locais de residência".

A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), que também preside à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), afirmou que o seu município está "disponível para fazer parte da solução, ajudando financeiramente na componente nacional necessária" para a requalificação das urgências, e destacou que, "com melhores condições de trabalho, ganham os profissionais de saúde e ganha a população, que passa a ser mais bem servida".

A autarca alertou ainda o governante para a importância de “desbloquear e ajudar” a transferir os cuidados primários que ainda funcionam no hospital para a antiga Casa de Saúde, num outro ponto da cidade, “libertando espaço no interior do hospital para as obras de requalificação da Urgência".

O presidente do Conselho de Administração do CHMT, Carlos Andrade, destacou, por sua vez, que os investimentos anunciados são para concretizar num “prazo razoável", que estimou até "antes do final de 2019", e que "resultam de um trabalho articulado entre todos os parceiros".

OE2018
Os deputados aprovaram, na especialidade, duas propostas de alteração, uma do BE e outra do PCP, para reduzir para metade o...

Estas duas propostas já tinham sido votadas e chumbadas, mas o deputado do PS Fernando Rocha Andrade anunciou, no final do terceiro dia de votações, que os socialistas pretendiam mudar o sentido de voto, para favorável, quanto àquelas propostas que ficaram assim aprovadas.

Neste sentido, em 2018, o atestado multiuso de incapacidade em junta médica custará 12,5 euros e o atestado em junta médica de recurso custará 25 euros.

O PCP queria também aprovar agora uma nova descida para 2019, ficando o atestado multiuso de incapacidade em junta médica gratuito e o atestado em junta médica de recurso a custar cinco euros, mas esta parte da proposta foi novamente rejeitada.

OE2018
A presidente da Associação das Termas de Portugal defendeu que, ao anunciar para 2018 a reposição das comparticipações de...

Em causa está o Orçamento do Estado para 2018, cujo plano de atividades já prevê o regresso dos reembolsos do Serviço Nacional de Saúde relativos a despesas com medicina hidrológica devidamente justificadas por prescrição médica - como reivindicado, aliás, na petição que a Associação das Termas de Portugal (ATP) entregou em outubro no Parlamento, depois de recolher mais de 6.000 assinaturas para o efeito nos 42 balneários que representa.

"Esta medida constitui um marco histórico porque representa a justa reposição das comparticipações que estes utentes viram cortadas em 2011 e sempre mereceram", declarou Teresa Vieira, sobre a proposta apresentada pelo PS e aprovada na especialidade com o voto favorável de todos os partidos à exceção do CDS-PP, que se absteve.

"Isto põe fim a seis anos de alguma asfixia nas termas portuguesas, que sofreram os efeitos da diminuição registada no seu número de utentes, e também põe fim às limitações impostas aos utentes no acesso a cuidados de saúde de qualidade", acrescenta a mesma responsável, em referência aos tratamentos que são particularmente recomendados para problemas do foro respiratório, musculoesquelético e dermatológico.

Para Teresa Vieira, a anunciada reposição das comparticipações termais faz ainda antecipar outro cenário positivo: "Ao ajudar um balneário a recuperar clientes, a medida tem um efeito multiplicador na comunidade envolvente, já que o uso das termas se repercute sempre na economia local, sobretudo ao nível da hotelaria e da restauração".

Doença Silenciosa
Estima-se que de momento a infeção pelo vírus da hepatite C afete quase 100 milhões de pessoas, quas

Entre vários factores, o desenvolvimento da Medicina Humana com o grande avanço da cirurgia e das transfusões, o “boom” do consumo de drogas com partilha de material, trouxe um terreno fértil para o vírus da hepatite C infectar cerca de 100.000 pessoas. De momento o número será inferior, talvez metade.

Mas como saber quem o tem, quem está infectado. Na grande maioria dos casos a infeção não traz sintomas consigo, é uma doença silenciosa. Por outro lado nem todos os infetados correram os riscos decorrentes daquelas situações que referimos. Os especialistas aconselham que se tente identificar tanto quanto possível, quem está infectado, sem o saber. Todos, sem excepção, que se incluem nos grupos de maior risco já referidos devem saber “já” se têm hepatite C ou não. Mas o ideal será mesmo que todos, sem alarme, sempre que façam uma avaliação analítica, pelo menos uma vez na vida, peçam ao médico um teste da hepatite C. É um teste simples através de uma pequena quantidade de sangue.

Durante

Se o teste for positivo (anti-VHC), nada de alarmes já que em cerca de 25% dos casos o vírus é mesmo negativo, tratou-se de uma hepatite que curou sozinha.

Se a carga vírica for positiva, nesse caso teremos que identificar se o fígado está já um pouco estragado, num estado chamado de “cirrose hepática”. Aí teremos que reforçar os conselhos para se ter um “fígado saudável” ou seja não ter peso a mais, fazer exercício físico (o mínimo dos mínimos é caminhar rápido, meia hora três vezes por semana), controlar a diabetes e o excesso de colesterol e abandonar a ideia de beber álcool. Há vários métodos para se identificar a presença de cirrose, ecografia, um sistema parecido à base de ultrassons (Fibroscan®), ou mesmo através de análises corriqueiras.

Vírus activo? Portugal é dos poucos países do mundo em que o governo decidiu proporcionar tratamento para todos os portugueses que dele necessitem, a custo zero. É uma dádiva preciosa, tem salvo muitas vidas. Os tratamentos consistem comprimidos tomados durante 8 a 12 semanas, praticamente sem efeitos secundárioa, com uma taxa de eliminação definitiva do vírus perto dos 100%. Definitiva quer dizer para toda a vida, para todo o sempre. Em Portugal é de 97%. A eliminação do vírus traz múltiplos benefícios, corta a cadeia infeciosa reduz o risco de cancro e de morte, entre muito outros.

E Depois?

Se ainda não se tiver cirrose poderá ir embora da consulta. Se existir cirrose deverá fazer uma ecografia de 6/6 meses dado o riso de cerca de 1% por ano de aparecer um cancro do fígado. Este tem que ser identificado precocemente, ainda com menos do tamanho de uma bola de ping-pong, para se conseguir curar.

Mas os risco de morrer de uma doença de fígado quase que desaparece.

A Medicina Moderna identificou o vírus em 1989, aquando da queda do Muro de Berlim, após saber em 1974 que existia um vírus chamado de “C”. Iniciou a batalha pela cura em 1986 e em 2014 os laboratórios da indústria farmacêutica identificaram medicamentos com taxas de cura perto dos 100%.

Esperemos que este “know-how” permite a identificação da cura de outras doenças víricas, que matam milhares de pessoas.

A hepatite C é a única infecção crónica, vírica e oncogénica que o Homem é capaz de curar. As doenças do fígado, médicos e doentes, vivem um “Momento Penicilina” que mudou o Mundo há alguns anos atrás. Obrigado!!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença de Machado-Joseph
Um fundo privado norte-americano vai continuar a financiar a investigação sobre a doença de Machado-Joseph, em curso na...

O acordo estabelece que o fundo de investigação, batizado com os nomes dos mecenas norte-americanos de ascendência chinesa Richard Chin e LiLy Lock, irá financiar com 20 mil dólares anuais (cerca de 17 mil euros), o trabalho desenvolvido por um grupo de cerca de 20 investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (UC), liderados pelo docente da faculdade de Farmácia Luís Pereira de Almeida.

Na sessão hoje realizada, Luís Pereira de Almeida afirmou que o objetivo dos investigadores é "encontrar a cura" para a doença de Machado-Joseph - uma neuropatologia rara, de origem genética, hereditária, incurável e fatal, que se caracteriza, entre outros sintomas, pela progressiva perda de controlo muscular e coordenação motora, perturbação da visão, dificuldades na fala e em engolir - e que em Portugal tem uma prevalência maior nos Açores.

A colaboração entre Richard Chin - um engenheiro eletrotécnico e de computadores, especialista e inventor de microprocessadores que sofria da Machado-Joseph e faleceu em outubro - a sua mulher LiLy Lock e o investigador da Universidade de Coimbra remonta a 2010, quando Luís Pereira de Almeida deu uma conferência nos EUA sobre a doença e o trabalho desenvolvido em Coimbra e foi contactado pelos norte-americanos que se disponibilizaram a financiar a investigação, por um primeiro período de cinco anos, agora renovado.

"A nossa equipa trabalha muito, todos os dias, na busca da cura da doença de Machado-Joseph e esperamos poder demonstrar ser merecedores da confiança que está depositada em nós", disse hoje Luís Pereira de Almeida, perante LiLy Lock e o reitor da Universidade de Coimbra João Gabriel Silva.

Em declarações à Lusa, Luís Pereira de Almeida disse que o apoio do fundo privado "tem permitido não só financiar reagentes, como também a participação em congressos e atribuição de bolsas a estudantes e investigadores", entre outras ações.

"Tem sido muito importante, até porque não tem os constrangimentos que normalmente estão associados aos financiamentos formais e estatais, que estão processos muito burocráticos", afirmou.

Sobre a doença de Machado-Joseph, o investigador explicou que tem uma prevalência "baixa", com dois a três casos por 100 mil habitantes.

No entanto, sendo uma doença genética hereditária, que é passada para a descendência, ao ocorrer "numa população mais fechada e isolada, mantém-se e até aumenta se as pessoas tiverem uma fertilidade superior à de outras famílias", o que poderá explicar a prevalência em algumas regiões do país, como os Açores, frisou Luís Pereira de Almeida.

Na sessão de hoje João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, destacou o financiamento privado à investigação em curso na instituição, alegando que embora seja usual acontecer nos EUA e em parte do Reino Unido, é "raro" no resto da Europa.

"Aqui, na nossa cultura, as pessoas pensam que essa é uma função do Estado, o que só aumenta a nossa responsabilidade", afirmou o reitor.

Após a assinatura do acordo, a Universidade de Coimbra homenageou os mecenas Richard Chin e Lily Rock, atribuindo o seu nome a um laboratório do Centro de Neurociências e Biologia Celular.

OE2018
A Ordem dos Nutricionistas lamenta a não aprovação do imposto sobre os produtos com elevado teor de sal conforme o governo...

“O país perdeu hoje uma oportunidade de aprovar uma medida que teria um enorme impacto na saúde dos portugueses. Não é aceitável, e é até lamentável, que alguns dos nossos representantes na Assembleia da República se demitam de legislar a favor da saúde e do bem-estar dos portugueses”, afirma Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Segundo a Direção-Geral da Saúde, os portugueses consomem o dobro da quantidade de sal recomendada pela organização Mundial da Saúde (OMS). O consumo diário de sal por português está acima de 10 gramas, quando a recomendação da OMS aponta para cinco gramas diárias. Diariamente são consumidas 30 toneladas de sal a mais do que o recomendado.

Para Alexandra Bento, “é incompreensível que, depois do sucesso que revelou a taxação dos refrigerantes, com o consumo a cair entre 20 a 25% e as empresas a reformularem os seus produtos a favor da medida, a Assembleia da República chumbe o imposto sobre o sal”. “Esta decisão só pode merecer, por parte da Ordem dos Nutricionistas, um forte cartão vermelho”, remata a Bastonária.

Recorde-se que, em fevereiro deste ano, Portugal introduziu uma taxa que penaliza as bebidas com maior teor de açúcar, medida que conduziu a uma redução do consumo de açúcar superior a 4.000 toneladas e que levou parte da indústria a reformular a composição dos seus produtos.

Em Portugal, estima-se que o excesso do consumo de sal constitua o risco alimentar evitável que mais contribui para a perda de anos de vida saudáveis e que cerca de metade das causas de doença e de morte tenham uma relação direta com a alimentação.

Recorde-se que na proposta para o próximo Orçamento do Estado, o governo propôs um imposto de 0,80 euros por quilo sobre as bolachas, biscoitos, batatas fritas e desidratadas e flocos de cereais, sempre que estes alimentos tenham mais de 1 grama de sal por cada 100 gramas de produto. Com esta medida, o Estado poderia arrecadar cerca de 30 milhões de euros, que poderia ser consignada ao Serviço Nacional de Saúde, para a prossecução de programas de promoção da alimentação saudável.

Tribunal de Contas
Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde herdaram os passivos do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, alvo de um...

A conclusão consta de um relatório da auditoria do Tribunal de Contas (TdC) orientada para a situação financeira da SPMS (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE), com enfoque nos anos de 2015 e 2016.

Recorda o TdC que em setembro de 2015 o Estado realizou um resgate financeiro do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), o qual implicou a transferência para a SPMS de passivos vencidos de cerca de 26,1 milhões de euros, dos quais 22,5 milhões de euros “respeitavam a empréstimos bancários em incumprimento, que colocaram a central de compras do Ministério da Saúde em falência técnica”.

O TdC concluiu que, em resultado desta situação, a empresa “passou de capitais próprios positivos de 15,5 milhões de euros, no final de 2014, para 5,6 milhões de euros negativos, no final do terceiro trimestre de 2015”.

Apesar da SPMS ter acomodado a dívida do SUCH, prossegue o relatório, em dezembro de 2015 “o Ministério das Finanças determinou que a empresa procedesse à entrega ao Tesouro do saldo de gerência do exercício de 2014 no montante de 15,8 milhões de euros, o que agravou a situação financeira da empresa, colocando-a com capitais próprios negativos de 17,7 milhões e com uma dívida líquida de cerca de 19,5 milhões de euros, no final de 2015”.

Os auditores concluíram que as injeções de capital na empresa, realizadas em 2016, na sequência da recomendação do TdC, no valor global de 25,3 milhões de euros, foram “insuficientes para fazer face à totalidade dos passivos que lhe foram transmitidos, estando ainda por pagar (em 2017) dívidas a fornecedores e a outros credores de cerca de 0,6 milhões de euros.

O TdC considera que “as receitas da SPMS devem ser utilizadas na sua atividade de apoio instrumental à prestação de cuidados de saúde” e por isso recomenda ao ministro das Finanças e ao ministro da Saúde que “a empresa seja dotada de financiamento específico e necessário para fazer face às dívidas que lhe foram transmitidas e que ainda estão por pagar”.

Segundo o relatório, o Ministério das Finanças informou que “está a ser equacionado um mecanismo de financiamento para concluir a regularização das dívidas por pagar e que diligenciará pela apreciação das contas da empresa com maior celeridade”.

Legionella
A Veolia, responsável pela manutenção da central de trigeração do Hospital São Francisco Xavier, defendeu hoje que o âmbito da...

“É hoje claro ser indispensável alargar o âmbito da investigação para melhor compreender o quadro deste surto”, refere a Veolia em comunicado, sublinhando que apenas opera “a central de trigeração” e que há outros pontos, dentro e fora do perímetro do hospital, que deveriam ser investigados.

Para compreender a totalidade do quadro deste surto, que infetou 56 pessoas, das quais cinco morreram, a empresa defende que é preciso “proceder a investigações complementares para além das instalações operadas pela Veolia Portugal”.

“Parece-nos, pois, indispensável testar todos os sistemas de água: os depósitos de água, sistemas de água quente e fria, circuitos de climatização e a ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais]”, defende.

“Será ainda necessário testar eventuais fatores externos nas proximidades do Hospital. Acreditamos que todos estes elementos foram já testados e fazem parte do trabalho de investigação da DGS, cujas conclusões ainda não nos foram comunicadas”, acrescenta.

No comunicado, a Veolia aponta, além do sistema de trigeração de cuja manutenção é responsável, outros sete pontos, entre eles uma fonte urbana fora do perímetro do hospital e o circuito de difusão de ar, a estação de tratamento de ar e o sistema de água quente sanitária da unidade hospitalar.

Na investigação que fez, a Veolia diz que não foi encontrada "qualquer ação ou omissão significativa suscetível de explicar a amplitude deste surto", que o plano de prevenção do risco de ‘legionella’ implementado “está em conformidade com as regras vigentes em Portugal e com as referências internacionais” e que “não houve qualquer indicador nem elemento que justificasse a alteração deste plano de prevenção”.

As conclusões da investigação solicitada pela Veolia a uma equipa interna de peritos internacionais, segundo a empresa, permitem afirmar que “não houve qualquer negligência" nas atividades por ela desenvolvidas.

“Estamos totalmente disponíveis para prestar os esclarecimentos necessários sobre as nossas conclusões e trabalhar em conjunto no sentido de apurar o complexo quadro deste surto excecional”, acrescenta a empresa, que reitera a solidariedade para com todas as pessoas afetadas pelo surto e suas famílias.

No passado dia 16 de novembro, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, veio esclarecer que a fonte do surto da bactéria 'legionella' no hospital São Francisco Xavier foi pelo menos uma das torres de arrefecimento da unidade hospitalar.

Em declarações, Graça Freitas explicou que o Instituto Nacional de Saúde (INSA) conseguiu apurar que as bactérias nas secreções dos doentes são da mesma estirpe que as encontradas na água de pelo menos uma das torres de arrefecimento.

Segundo a última atualização feita na quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, dois doentes infetados com a Doença dos Legionários, provocada pela ‘legionella’ continuavam internados nos cuidados intensivos e 14 na enfermaria.

A Doença dos Legionários, é uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

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