Após reunião
O Conselho Geral e de Supervisão da ADSE recusou ontem a possibilidade de o preço das consultas vir a aumentar no próximo ano...

Os 17 membros do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) estiveram reunidos ontem à tarde a avaliar o novo regulamento dos benefícios da ADSE e a atualização das tabelas e, segundo o dirigente sindical José Abraão, “tudo indica que não haverá aumento do preço das consultas para os beneficiários” a partir de janeiro de 2018, como previa a proposta do conselho diretivo.

O parecer do CGS sobre este assunto será ainda discutido e aprovado na próxima reunião, agendada para 6 de dezembro, acrescentou.

“Para já, não está em cima da mesa a atualização das tabelas, tal como reivindicava a FESAP (Federação Sindical da Administração Pública), pois sempre dissemos que um aumento das consultas seria inaceitável se não houvesse redução das contribuições para os beneficiários”, sublinhou Abraão.

A proposta do conselho diretivo da ADSE defende aumentos para os beneficiários de 1,51 euros nas consultas de clínica geral e mais 1,01 euros nas de especialidade, a partir de janeiro, para o valor de 5 euros por consulta em ambos os casos.

A proposta estabelece ainda que os encargos suportados pela ADSE com as clínicas privadas possam subir 4,03 euros nas consultas de clínica geral e 0,53 euros nas de especialidade, para 15 euros.

O dirigente sindical, que tem assento no CGS, contou ainda que foi aprovado na reunião de hoje o parecer sobre as alterações ao regime de benefícios e, tal como a Agência Lusa avançou, os membros do conselho defendem uma abertura “por fases” à entrada de novos beneficiários.

“A prioridade será dada aos CIT [contratos individuais de trabalho] e aos ‘arrependidos’, ou seja, a pessoas que saíram do sistema ou a quem não teve oportunidade de se inscrever”, explicou José Abraão.

O dirigente sindical sublinhou que o parecer é “genérico”, ficando agora o CGS a aguardar por uma nova proposta do conselho diretivo da ADSE para perceber como e quando será feito o alargamento a novos beneficiários.

“Tem de haver mais estudos sobre a sustentabilidade do sistema”, acrescentou José Abraão.

Segundo adiantou, “provavelmente serão cerca de 80 mil” os CIT que poderão aderir à ADSE, nomeadamente os trabalhadores dos hospitais EPE.

O alargamento da ADSE aos cônjuges dos funcionários públicos deverá assim ficar para uma fase posterior.

Exposição
Exposição “Casa da EM” na Assembleia da República com inauguração oficial no dia 27 de novembro às 14h30.

Este ano, como forma de assinalar o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) vai marcar presença na Assembleia da República, entre os dias 27 de novembro e 05 de dezembro numa iniciativa que pretende sensibilizar os deputados e decisores para o que é viver com Esclerose Múltipla (EM) e a necessidade de criação de um Registo Nacional de Doentes com EM, com a exposição da “Casa da EM”, onde é possível experienciar as dificuldades sentidas por estes doentes no dia-a-dia.

A proposta de criação do Registo Nacional de Doentes com EM prevê a contínua recolha de dados sobre os doentes e a prática clínica, de modo a gerar dados para investigação, trazendo vantagens para os próprios doentes que passam a ter um papel mais ativo na gestão da sua doença, mas também para os cuidadores e decisores na área da saúde e dos recursos que lhe estão afetos.

Presenças confirmadas: José Matos Rosa, Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde; Susana Protásio, Vice-Presidente da SPEM; Neurologista; Doentes.

Shire
A Shire, maior companhia mundial de biotecnologia em doenças raras, anunciou que o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP...

Se esta substância for aprovada será para uso on-demand (quando necessário) no tratamento e controle de episódios hemorrágicos e para reduzir a frequência de episódios hemorrágicos (profilaxia) em doentes com hemofilia A.

A ser concretizada, esta aprovação permite uma importante opção terapêutica para o tratamento de doentes com hemofilia A e reduz a frequência de infusões de fator VIII necessárias para evitar hemorragias.

Estudo
Inês Santos, jovem investigadora na Universidade de Lisboa, revela num estudo recente que cerca de metade da população adulta...

A investigação, que revela dados até hoje desconhecidos, valeu à investigadora de 31 anos o ‘Prémio Mérito Jovem Nutricionista’, no valor de 500 euros, atribuído esta quarta-feira, 22 de novembro, no encerramento do primeiro Congresso da Ordem dos Nutricionistas que decorreu no Centro Cultural de Belém.

Apesar do destaque que o tema da Alimentação e Nutrição tem ocupado na agenda política dos últimos anos, até há data não existia nenhum registo agregado de quantas pessoas, no mundo inteiro, estariam a tentar controlar o peso. Em Portugal, o último registo data de 2001.
No estudo ‘Attempting and Achieving Weight Loss and Maintenance’, Inês revela que 24% dos adultos portugueses tentam perder peso, enquanto 19% tentam mantê-lo. As preocupações são mais frequentes nas pessoas com excesso de peso e obesidade (56%) do que naquelas com considerado peso normal (39%), bem como mais acentuadas nas mulheres (53%) do que nos homens (35%).

Quanto às motivações para os portugueses perderem peso, a investigadora destaca a melhoria da saúde e a prevenção de doenças futuras, sendo o consumo regular de vegetais a estratégia comportamental que estes mais utilizam para controlar e perder peso.
A investigação concluiu ainda que mais de metade da população mundial (65%) revela a mesma inquietação com a perda e controlo de peso.

Com uma amostra superior a 1 milhão de adultos - 1 184 942 pessoas da Europa, Ásia Central e EUA -, o estudo de Inês Santos analisou os comportamentos relativos ao peso desde a década de 70 até à atualidade.

Recorde-se que em Portugal quase metade da população tem excesso de peso ou sofre de obesidade, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.

O ‘Prémio Mérito Jovem Nutricionista’ tem como objetivo premiar talentos, motivar o espírito empreendedor e inovador na área da nutrição, reconhecendo e recompensando publicamente o trabalho desenvolvido.

Inês Santos é nutricionista e doutorada em Motricidade Humana, especialidade de Atividade Física e Saúde, pela Faculdade de Motricidade Humana da UL. Atualmente, é investigadora associada no Centro Interdisciplinar para o Estudo da Performance Humana, da Faculdade de Motricidade Humana da UL, e professora convidada na Faculdade de Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona de Lisboa.

Investigação
Cientistas criaram 'robôs' microscópicos, do tamanho de células sanguíneas, que foram guiados magneticamente para...

Os 'robôs', operados remotamente, foram criados a partir de pequenas algas revestidas com partículas magnéticas biocompatíveis, podendo ser localizados em tecidos perto da superfície da pele, através de imagens da luminescência natural das algas, e em tecidos mais difíceis de chegar por ressonância magnética, segundo um comunicado da universidade britânica de Edimburgo.

A nota, que não precisa como é feito o controlo remoto dos 'robôs', refere que estes dispositivos são sensíveis a alterações químicas indiciadoras de uma doença, o que os torna potencialmente úteis como sondas, podendo 'navegar' no organismo através de fluidos biológicos, como sangue e suco gástrico.

O tempo necessário para os dispositivos funcionarem e se biodegradarem no organismo pode ser adaptado ajustando a espessura do revestimento magnético.

O trabalho, publicado na revista Science Robotics, foi liderado pela Universidade de Hong Kong, na China, em colaboração com as universidades de Edimburgo e Manchester, ambas no Reino Unido.

Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
Inclusão social e reforço alimentar são as metas da “Missão 1 Quilo de Ajuda”, uma iniciativa solidária da Associação...

Este ano o Natal chegou mais cedo para as crianças que mais precisam: A APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil anunciou esta manhã a abertura das candidaturas para o fundo solidário “Missão 1 Quilo de Ajuda” destinado à oferta semanal de cabazes de fruta fresca aos alunos mais carenciados das escolas portuguesas. As candidaturas estão abertas a partir de hoje e prolongam-se até 2 de fevereiro de 2018. Podem candidatar-se para receber este apoio ao reforço alimentar dos alunos todas as salas de jardim de infância e turmas de 1º ciclo do ensino básico de estabelecimentos públicos e privados, de qualquer distrito ou região do país, incluindo Madeira e Açores, através do endereço www.heroisdafruta.com

Recorde-se que 65% das crianças em Portugal, entre os 2 e os 10 anos, não ingere fruta diariamente na quantidade recomendada, segundo os dados nacionais mais recentes. Este baixo consumo de fruta provoca carências nutricionais e tem efeitos muito negativos para a saúde: diminui os níveis de energia, de concentração, de aprendizagem e das defesas do organismo, tornando as crianças mais sujeitas a doenças.

Mário Silva, presidente e fundador da APCOI afirmou que “nos dois anos letivos anteriores, através do fundo solidário ‘Missão 1 Quilo de Ajuda’ conseguimos apoiar 430 crianças com a oferta de cabazes de fruta todas as semanas.”

As turmas que recebem fruta no âmbito da «Missão 1 Quilo de Ajuda» têm muitos alunos com escalão A e B de Acção Social Escolar. A fruta oferecida é “fresca, da época e adquirida localmente” e cada aluno recebe pelo menos uma peça para cada dia da semana, clarifica o responsável da APCOI.

Mas esta missão só termina quando todas as crianças que chegam à escola de barriga vazia e que não trazem lanche por dificuldades financeiras da família possam beneficiar deste apoio. Nos últimos anos tivemos mais de 3.300 alunos candidatos, mas para fazermos chegar a fruta a todas as crianças que precisam, é necessária a ajuda de todos os portugueses”, acrescenta Mário Silva.

Para que nenhuma criança carenciada fique por ajudar, os portugueses podem juntar-se a esta importante causa e contribuir para melhorar a vida dos alunos em situação de carência alimentar. Para isso, basta fazer uma simples chamada para o número 760 45 00 60. O custo da chamada é de 0,60€ (+ IVA) e reverte como donativo para o fundo solidário “Missão 1 Quilo de Ajuda”. Por cada chamada está a doar um quilo de fruta.

26 de novembro - Dia da Anemia
São os dados da Organização Mundial de Saúde que o confirmam: a deficiência de ferro é um problema de saúde generalizado (afeta...

Esta data justifica também o lançamento de uma aplicação para telemóvel, gratuita e disponível para Android e iOS - Sintomas de deficiência de ferro - que ajuda a compreender o problema e a identificar os sintomas.

Segundo o estudo EMPIRE, trabalho pioneiro realizado em todo o território continental, cerca de 52,7% de todos os casos de anemia são resultado de uma deficiência de ferro. Quando esta se instala, significa que o ferro é insuficiente para dar resposta às necessidades do organismo, uma vez que este é essencial para o funcionamento saudável de todo o corpo, incluindo coração, músculos e glóbulos vermelhos, com impacto também ao nível da saúde mental - a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a existência de uma redução de 30% no rendimento do trabalho e do desempenho físico em homens e mulheres com deficiência de ferro.

O estudo EMPIRE revelou ainda que 84% dos afetados desconhecem que sofrem de anemia, com apenas 2% dos inquiridos a fazer tratamento no momento do inquérito. Uma situação que resulta do desconhecimento dos sintomas, tornando o diagnóstico um verdadeiro desafio. E isto porque, de facto, alguns destes sintomas são vagos ou podem ser confundidos com várias outras condições clínicas. É o caso da fadiga generalizada, unhas frágeis, perda de cabelo ou síndrome das pernas inquietas, falta de ar, maior suscetibilidade para infeções, aftas ou dores de cabeça.

“As pessoas acabam por não os valorizar”, confirma António Robalo Nunes, presidente do Anemia Working Group Portugal - Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia (AWGP). “É o que acontece, por exemplo, com o cansaço inexplicável, o sintoma mais comum a todos os quadros de anemia, que é sempre desvalorizado. E porque isso acontece, as pessoas não se queixam e acabam por se habituar a viver com a anemia, até que esta atinja níveis de gravidade elevados, precipitando situações prévias de doença que se tornam mais difíceis de controlar.” De facto, a anemia causada por deficiência de ferro tem um impacto significativo na saúde, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade hospitalar. 

Francisco George
A Cruz Vermelha Portuguesa vai criar uma unidade para abastecimento de água potável e redução dos problemas de saneamento em...

Em entrevista à agência Lusa, na véspera da cerimónia de tomada de posse como 24º. presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Francisco George afirmou que “as questões de água e saneamento falharam nos incêndios recentes”.

Já aprovada em reunião de direção, a criação desta unidade deverá acontecer antes do final do ano e visa “assegurar o abastecimento de água potável para consumo humano, mas também para consumo animal, em caso de necessidade”, assim como criar “medidas que possam reduzir os problemas em termos de saneamento”.

“Estamos inspirados e guiados pelo exemplo do Japão que tem tecnologias muito avançadas para tornar a água imprópria em potável e em termos de saneamento igualmente, devido às experiências que infelizmente têm tido com os tsunamis e com os grandes terramotos”, disse.

A medida vai avançar “em conjunto e sempre em diálogo com os organismos que dependem do Estado, do Governo ou de outros órgãos de soberania”.

“Temos falado muito com o INEM e estamos articulados na perspetiva de complementar e estar, de forma articulada, presentes nesses teatros, nessas situações que precisam de respostas muito rápidas”, adiantou.

O antigo diretor geral da Saúde explicou que o objetivo da medida é “fazer com que no local da tragédia, da catástrofe, onde é preciso, apareça rapidamente e sem demoras uma unidade capaz de assegurar o abastecimento de água potável e de reduzir os problemas em termos de saneamento”.

Francisco George
O novo presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Francisco George, considera que a instituição tem de ser “um modelo de...

Francisco George, que quinta-feira é empossado como o 24º presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), disse não ter dúvidas de que se os portugueses conhecerem melhor a história da instituição, que é “absolutamente exemplar”, irão fazer mais donativos, os quais “fazem funcionar” a obra.

Por isso, uma das suas primeiras medidas foi precisamente determinar a publicação das contas da CVP no site da instituição.

Os estratos das contas da Cruz Vermelha Portuguesa passaram, assim, a estar “acessíveis a qualquer português”, sublinhou, em entrevista à agência Lusa.

A mesma informação vai disponibilizar os nomes dos doadores e os valores dos donativos, a menos que estes não o queiram.

Há um mês fora da Administração Pública, para a qual trabalhou nos últimos 40 anos, o ex-diretor geral da Saúde não esconde a admiração pela instituição para a qual foi nomeado presidente e sublinha a longa história da CVP, criada há mais de 150 anos.

“É a instituição humanitária mais antiga e tem desenvolvido, desde então, uma grande atividade, sobretudo de caráter humanitário”, disse, enumerando os propósitos desta organização: “evitar, reduzir e eliminar o sofrimento”.

Segundo Francisco George, são três as dimensões da CVP, começando pela ligada à emergência, no que respeita a conflitos, catástrofes (cheias, secas, incêndios).

“Temos que estar presentes e em várias fases. Desde logo, com hospitais de campanha, com tendas, com apoio às populações” e respostas de emergência, não só alimentar como também nas questões de água e saneamento.

Ao nível social, Francisco George disse que “há medidas muito importantes que a CVP tem desenvolvido e que vai continuar a implementar, nomeadamente equipamentos sociais, locais, para apoiar as mães que precisam de trabalhar, neste caso infantários, creches, mas também lares da terceira idade”.

“São equipamentos intergeracionais, que podem ter 50% para as crianças e 50% para idosos, mas, em função das regiões, 70% para uma componente e 30% para outra, em adaptação às realidades locais”.

A terceira dimensão da CVP “tem a ver com a saúde, em particular os cuidados continuados”.

Sobre o Hospital da Cruz Vermelha, Francisco George sublinhou a sua “grande qualidade” e referiu que é um modelo “para continuar”.

Sobre as contas da instituição, o novo presidente disse que esta “tem sido muito bem gerida” e que conta com “um grande património”.

“Naturalmente, devido à crise que atravessámos, sobretudo a que se viveu nos últimos anos, foi preciso ter muitas despesas e a CVP precisa sempre de mais apoios”, tal como acontece nos outros países onde a instituição está presente.

Para Francisco George, a maioria das verbas da CVP são “receitas provenientes de mecenato, da responsabilidade social das grandes empresas, donativos dos mais humildes aos mais ricos, e testamentos”.

Estas receitas são “importantes e indispensáveis para a CVP”, afirmou, sublinhando a confiança que os portugueses têm na instituição.

“Nós tratamos ciganos e aristocratas, pretos e brancos, judeus e muçulmanos, não há nenhuma distinção entre os seres humanos. É o respeito pela condição de ser humano”, disse.

Perito da OMS
O perito da Organização Mundial de Saúde João Breda defende que Portugal avance com a tributação de produtos com excesso de sal...

Na sua intervenção hoje no Congresso dos Nutricionistas, que decorre em Lisboa, o especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a taxa sobre produtos com mais sal como “uma boa medida para a saúde pública dos portugueses”.

“É uma medida positiva, que deve ser combinada com outras, que faz todo o sentido que Portugal leve por diante”, defendeu João Breda, em entrevista à agência Lusa, adiantando ainda que, entre as medidas para reduzir o consumo de sal, esta "é uma das mais eficazes".

O especialista português lembra que o consumo diário de sal por português estará acima de 10 gramas, quando a recomendação da OMS aponta para cinco gramas diárias. Em Portugal, todos os dias são consumidas 30 toneladas de sal a mais do que o devido.

João Breda recorda que países como Portugal assinaram um acordo com metas para reduzir as doenças crónicas não transmissíveis até 2025, sendo que a redução do sal deve andar nos 30% dentro de oito anos.

“Se não se tomarem medidas poderosas vai ser muito difícil ou impossível atingir essa meta”, advertiu.

Para o perito da OMS, estabelecer categorias para o sal nos alimentos a partir das quais há um aumento dos impostos “é o maior incentivo que se pode dar para a reformulação dos produtos”.

“Havendo um valor abaixo do qual não há [aplicação] de imposto, isso é um incentivo para as empresas reformularem os seus produtos. As empresas vão querer ficar abaixo do limite”, considerou.

Em simultâneo, João Breda considera que a medida favorece as pessoas com menos rendimentos, que “normalmente são quem mais consome produtos com mais sal”.

“É uma combinação perfeita. Vem reduzir desigualdades”, afirmou.

O especialista lembra que Portugal é um dos países com maior incidência de doenças cérebro e cardiovasculares, com o sal a ter um grande impacto nestas patologias, e considera mesmo que a redução do consumo de sal se torna mais importante ainda que a redução do açúcar.

Este ano, Portugal introduziu uma taxa que penaliza as bebidas com maior teor de açúcar, que conduziu a uma redução do consumo de açúcar superior a 4.000 toneladas.

No Orçamento de Estado para 2018, o Governo propôs um novo imposto de 0,80 euros por quilo sobre as bolachas, biscoitos, batatas fritas e desidratadas e flocos de cereais, quando estes alimentos tiverem mais de 1 grama de sal por cada 100 gramas de produto.

O Governo prevê que o novo imposto sobre os alimentos com elevado teor de sal renda cerca de 30 milhões de euros, que é "consignada ao Serviço Nacional de Saúde, para a prossecução dos programas para a promoção da saúde e para a prevenção da doença".

No Porto
O Hospital de S. João, no Porto, anunciou hoje que a remodelação dos pisos 7 e 8 do edifício vai arrancar no início de 2018,...

A falta de condições de trabalho e de assistência aos doentes do Serviço de Neurocirurgia motivou, no passado dia 13, o pedido de demissão do diretor do serviço, Rui Vaz, que em declarações hoje à Lusa admitiu voltar atrás na sua decisão após a publicação da portaria relativa ao arranque das obras.

Numa nota de imprensa, o conselho de administração do S. João refere que as obras de remodelação dos dois pisos iniciam-se “nos primeiros meses de 2018” para permitir a instalação dos serviços de Hematologia Clínica e do Serviço de Neurocirurgia, encontrando-se este em instalações provisórias e precárias há dez anos.

Segundo a mesma nota, as obras estão orçadas em 6,863 milhões de euros e prevê-se que fiquem concluídas no prazo de um ano, tendo as autorizações necessárias à execução das mesmas sido conhecidas esta semana.

“Quando tiver a certeza absoluta de que não vai haver qualquer entrave burocrático que impeça que as obras comecem no princípio do próximo ano, retiro o meu pedido de demissão. Eu não quero sair. Eu, se sair, saio obrigado. A aposta da minha vida foi esta, não foi outra”, afirmou o neurocirurgião.

Rui Vaz disse esperar pela publicação da portaria e pelo visto do Tribunal de Contas, para acreditar que as obras vão avançar.

“O problema é que ao longo destes anos já assistimos a promessas idênticas. A própria administração do hospital é ultrapassada pela realidade dos factos burocráticos”, mas “obviamente que se me derem as condições que são prometidas desde 2007, eu revejo a minha posição porque eu não saio contra ninguém, nem zangado com ninguém. Eu saio cansado destas condições de trabalho”, frisou.

De acordo com o especialista, “o conselho de administração e a Administração Regional de Saúde do Norte têm sido absolutamente irrepreensíveis no acompanhamento deste processo e de uma solidariedade extrema”.

Rui Vaz lamentou ainda estar a assistir à “desmotivação do conjunto de profissionais, médicos e enfermeiros” do serviço.

“Isso é outra coisa a que eu não quero assistir, eu não quero assistir à possibilidade de alguns profissionais que são importantes para a qualidade do que fazemos, saírem do serviço. Não quero ser testemunha disso”, frisou.

Lembrou ainda que se trata de um serviço que é uma referência nacional e internacional e a quem foi atribuída a organização do congresso mundial da coluna em 2018.

Governo
O secretário de Estado Adjunto da Saúde afirmou hoje que a decisão de mudar o Infarmed para o Porto "será equilibrada,...

Falando aos jornalistas à margem de uma entrega de 22 viaturas de emergência e reanimação no Hospital Fernando Fonseca, na Amadora, Fernando Araújo afirmou que se trata "de uma decisão estrutural, que não foi tomada por impulso nem de forma simples".

"Visa seguramente os interesses do país", garantiu, quando questionado sobre o que vai acontecer às 400 famílias afetadas por esta mudança.

O governante salientou que é preciso "a continuidade dos serviços do Infarmed" e que se irá "avaliar o interesse dos profissionais, que são de excelência".

Fernando Araújo garantiu que “esta decisão não teve nada a ver com a decisão” da Agência Europeia do Medicamento que soube na terça-feira que não iria para o Porto, uma das cidades candidatas à sede do organismo europeu.

“O ‘timing’ é escolhido do ponto de vista político”, mas “a decisão em si, o estudo, a ponderação e a reflexão estão feitas há algum tempo”, referiu.

Para o Governo, a lógica da mudança é “promover a descentralização dos serviços” da saúde pública, indicou, acrescentando que, “até ao final do ano vai haver mais novidades” nesta área.

Fernando Araújo reconheceu que “a decisão iria ser sempre questionada” fosse qual fosse a altura do anúncio público.

O secretário de Estado afirmou ainda que o Ministério da Saúde tem estado em conversações com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para decidir o local para onde irá o Infarmed, aproveitando o “levantamento exaustivo das alternativas” já estudadas para a Agência Europeia do Medicamento.

Quanto às atuais instalações do Infarmed, serão “aproveitadas para um fim ou outro”, adiantou.

O ministro da Saúde, que esteve hoje reunido com representantes dos trabalhadores da sede da autoridade nacional do medicamento, anunciou terça-feira que a sede da entidade vai ser mudada de Lisboa para o Porto.

Segundo Adalberto Campos Fernandes, a instalação da sede do Infarmed no Porto ocorrerá a partir de 01 de janeiro de 2019.

O Infarmed é um organismo central com jurisdição sobre todo o território nacional que até agora tem funcionado com a sede no Parque da Saúde, em Lisboa.

A missão do Infarmed é “regular e supervisionar os setores dos medicamentos, dispositivos médicos e produtos cosméticos, segundo os mais elevados padrões de proteção da saúde pública, e garantir o acesso dos profissionais da saúde e dos cidadãos a medicamentos, dispositivos médicos, produtos cosméticos, de qualidade, eficazes e seguros”, segundo informação no site do organismo.

No próximo ano
O Ministério da Saúde quer contratar mais “algumas dezenas” de nutricionistas para os centros de saúde já no próximo ano,...

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde deixou hoje o anúncio durante o Congresso da Ordem dos Nutricionistas, que está a decorrer em Lisboa.

Fernando Araújo explicou depois à agência Lusa que existem “várias propostas que estão a ser analisadas no âmbito do Orçamento de Estado para 2018” e que a expectativa é poder “aumentar em cerca de 50% o número de nutricionistas nos cuidados de saúde primários”.

“Vamos esperar pela discussão, mas parece existir consenso para que seja aprovada uma medida nesse sentido”, afirmou Fernando Araújo.

Atualmente, há cerca de 400 nutricionistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sendo que nos centros de saúde existem cerca de uma centena.

Aumentar a presença de nutricionistas no SNS era um dos objetivos traçados para o segundo mandato da bastonária da Ordem destes profissionais, Alexandra Bento.

A criação da figura dos nutricionistas escolares é outra das pretensões da Ordem, que quer também “acabar com o exercício ilegal da profissão de nutricionista”, recordando que as plataformas online são locais privilegiados para falsos profissionais proliferarem.

26 de novembro - XIII Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla
Recolha de dados vai permitir melhor gestão de recursos, reforço dos cuidados e da investigação.

Os números são apenas estimativas, uma vez que não há certezas. Mas estas dão conta da existência de 8.000 pessoas que, em Portugal, são afetadas pela esclerose múltipla (EM), uma doença crónica, inflamatória e desmielinizante do sistema nervoso central, que é considerada a principal causa de incapacidade neurológica em adultos jovens. É para saber mais sobre a doença, quem afeta e de que forma afeta, que a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) defende a criação de um Registo Nacional dos Doentes com Esclerose Múltipla, pedido já endereçado às autoridades competentes e que vai estar em destaque no XIII Congresso Nacional da SPEM 2017, que se realiza a 26 de novembro, no Centro de Congressos do Estoril, por antecipação ao Dia Nacional da Pessoa com EM, que se assinala a 4 de dezembro.

“Pelo seu longo lastro temporal, e a sua múltipla comorbilidade, a esclerose múltipla tem repercussões nefastas em todas as vertentes da pessoa afetada e do seu entorno familiar”, reforça Susana Protásio, Vice-Presidente da Direção da SPEM. “A criação de um Registo Nacional é, por isso, muito importante, uma vez que irá permitir a recolha de dados sobre os doentes e a prática clínica, potenciar os cuidados e gerar dados para investigação”, acrescenta. A estas vantagens juntam-se os benefícios para os decisores na área da saúde, “permitindo uma melhor e mais informada gestão dos recursos”. Até porque, revelam os dados disponíveis, esta é uma doença que, ao longo de vários anos, se traduz em custos com internamentos, tratamento, reabilitação, consultas, perdas de produtividade do próprio e dos que lhe dão apoio, sejam familiares ou outros cuidadores informais.

Este desejo da SPEM, que a associação pretende ver transformado em objetivo nacional, integra-se num outro, mais alargado, de um futuro registo europeu, já recomendado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Nesse sentido, a SPEM, em conjunto com o Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla, endereçou um pedido de audiência sobre esta matéria à Comissão Parlamentar de Saúde, aguardando apenas a confirmação da data em que será recebida.

Colocar o doente “no lugar que lhe assiste de primeiro influenciador das decisões sobre política de saúde” é outra das grandes razões deste Registo Nacional. Um objetivo que serve de fio condutor para o XIII Congresso Nacional de Esclerose Múltipla. Sob o lema, “Cada vez mais Fortes”, o encontro, que vai decorrer no Centro de Congressos do Estoril, reúne conhecimentos e incentiva à partilha de informação, no sentido de colocar o doente no centro da decisão sobre tudo o que esteja relacionado com a sua doença.

No palco do congresso marcarão presença nomes como o de João Cerqueira, neurologista e presidente do Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla da Sociedade Portuguesa de Neurologia, que tem a seu cargo a apresentação de novos fármacos para o tratamento da doença; Peter Feys, da euRIMS, rede europeia de melhores práticas e investigação na área da reabilitação na EM, que vai abordar a avaliação e prescrição de programas de reabilitação ou Vicki Matthews, a quem caberá a apresentação da MS Nurse Pro, uma formação modular para enfermeiros dedicados ao acompanhamento da EM, que chega agora a Portugal.

A SPEM irá também apresentar as suas novas valências, uma Linha de Atendimento para apoio às pessoas com EM e aos seus cuidadores e o manual ‘De Passo EM Passo’, um documento para recém-diagnosticados e não só.

Mais informações e acesso ao programa completo em www.spem.pt.

Sociedade Portuguesa de Reumatologia
As doenças reumáticas atingem cerca de 0,7% dos portugueses e são a 4ª causa de dor crónica no nosso país. Apesar disso, a...

“As doenças reumáticas são doenças para a vida. Temos as ferramentas, temos os médicos, temos as análises e os marcadores que permitem o diagnóstico precoce, temos os registos, temos o tratamento, mas os doentes reumáticos continuam a não ser tratados devidamente.” Estes são factos anunciados pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia que foram revelados na conferência promovida pela APIFARMA “Artrite Reumatóide: Contributos para um Diagnóstico Precoce.”

O diagnóstico precoce da Artrite Reumatóide, bem como de todas das Doenças Reumáticas, é fundamental e encerra um problema: O acesso à especialidade (reumatologia). É urgente que as Doenças Reumáticas se tornem uma prioridade nacional, o que não acontece por não terem o mediatismo de outras doenças com taxas de mortalidade elevadas, o que se reflete na falta de tratamento adequado e pior qualidade de vida para os doentes, que são os que mais dor têm.

Em Portugal, entre 2002 e 2015, continua-se à espera que abram 13 novas unidades de reumatologia, e os doentes continuam a não ser tratados corretamente, pela especialidade que tem que tratar estes doentes, a reumatologia, apesar de existirem reumatologistas suficientes no nosso país! O doente demora cerca de 2 anos a ter um diagnóstico, quando o recomendável é que o diagnóstico seja feito até um máximo de 6 meses, altura em que ainda é possível prevenir o dano estrutural e as sequelas articulares. Após os dois anos, é muito provável que o doente tenha já erosões ósseas e que o tratamento da doença fique comprometido.

A par destes dados, há uma enorme preocupação com a formação dos Médicos de Medicina Geral e Familiar, os que recebem o doente na primeira linha. Porém, perante um correto diagnóstico e referenciação para a reumatologia, o tempo de espera para o doente ser recebido pelo especialista é superior a 3 meses. 

É evidente a urgência de investimento no diagnóstico das doenças reumáticas! Para além do impacto positivo na vida do doente, o diagnóstico precoce permite diminuir significativamente os custos que a doença acarreta para o Estado pois, quanto mais avançada estiver a doença, mais cuidados e medicação são necessários. Num cenário idêntico ao que hoje se verifica, a poupança poderia mesmo chegar aos 1800 euros por doente diagnosticado precocemente, o que somaria 51 milhões de euros no final do ano.

Segundo o Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Dr. Canas da Silva, a visibilidade destas doenças passa pela definição de uma estratégia que permita a literacia da população, uma referenciação precoce para a especialidade, a instituição de terapêuticas modificadoras e um seguimento feito por uma equipa multidisciplinar. Só assim se consegue a visibilidade suficiente para que os reumatologistas sejam distribuídos pelas regiões nacionais onde realmente carecem, bem como a melhoria das infraestruturas já existentes.

No caso da Artrite Reumatóide, é fundamental a sensibilização da população, da sociedade e dos centros decisores para as consequências da Artrite Reumatoide. Além da dor e incapacidade reconhecida, a AR associa-se a outras comorbilidades como Doença cardiovascular, osteoporose ou depressão condicionado elevados custos diretos e indiretos da doença para o doente, mas também para a sociedade. De acordo com a Reumatologista Dra. Cátia Duarte, o não reconhecimento pela sociedade do impacto da AR pode colocar em causa a implementação de estratégias para o seu diagnóstico e tratamento precoce.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia apela, assim, à criação de meios que permitam o diagnóstico precoce e o apoio devido a todos os que sofrem de artrite reumatóide ou de qualquer outra doença reumática. Nas palavras do Presidente, Dr. Canas da Silva, “a doença reumática não é uma doença de idosos, é uma doença de todos e para a vida!”.

25 de novembro - 21º Congresso Português de Obesidade
Protocolo de cooperação inclui lançamento de guia para os meios de comunicação social.

Mais de metade da população portuguesa (52,8%) adulta tem excesso de peso ou obesidade, situação que, contas feitas, afeta 4,5 milhões de pessoas. Um problema, já considerado epidemia pela Organização Mundial de Saúde, e a que nem as crianças escapam: 28,5% dos mais pequenos entre os 2 e os 10 anos têm excesso de peso e, destes, 12,7% são obesos. Tanto que esta poderá ser a primeira geração com uma longevidade inferior à dos pais. Por tudo isto, e porque as doenças relacionadas com os problemas de excesso de peso têm tendência a aumentar ainda mais, com um impacto negativo para todos, a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e a empresa de comunicação e relações Públicas Guess What decidiram criar uma relação de cooperação que visa o desenvolvimento em Portugal da Campanha de Sensibilização “Jornalistas contra a Obesidade”. O protocolo é assinado no dia 25 de novembro, segundo dia do 21.º Congresso Português de Obesidade, que se realiza no Hotel Meliã Ria, em Aveiro e a campanha de sensibilização irá decorrer durante 2018.

“Tem-se falado e escrito muito sobre a obesidade, mas é preciso fazer mais”, defende Paula Freitas, presidente da direção da SPEO. “A forma como são abordados os temas referentes à obesidade nem sempre é a mais correta. Trata-se de um problema complexo, que precisa de ser olhado de uma forma mais global”, acrescenta a especialista.

No âmbito do projeto será lançado o guia ‘Jornalistas contra a Obesidade: Informar melhor por um futuro melhor”. O documento, cientificamente validado pela SPEO, incorpora informações sobre a obesidade em Portugal e no mundo e decodifica termos técnicos. “Porque os meios de comunicação social são uma das ‘armas’ essenciais na guerra contra esta epidemia e neste contexto a Guess What poderá ser o parceiro ideal”, refere Paula Freitas.

“Numa era da informação, como é a nossa, os media são a melhor forma de divulgar e dar a conhecer os riscos da obesidade, as doenças a ela associadas, os tratamentos disponíveis e, acima de tudo, as melhores formas de a prevenir. Mais ainda, porque a forma como os media retratam, descrevem e mostram a obesidade tem um impacto profundo na compreensão que o público tem deste tema”, conclui a Presidente da SPEO.

Para 2018 estão previstas um conjunto de atividades como o reforço de parcerias institucionais, workshops formativas para jornalistas, campanhas públicas de sensibilização e lançamento de novos materiais sobre o tema.

Alimentação saudável
As ordens profissionais da saúde aprovam a taxa sobre produtos com elevado teor de sal, mas querem medidas adicionais de...

Num documento enviado à Assembleia da República, as Ordens dos Médicos, dos Nutricionistas, dos Enfermeiros, dos Farmacêuticos e dos Médicos Dentistas dão o seu "parecer favorável" à aplicação de medidas sobre o excesso de sal nos alimentos, como a prevista na proposta do Orçamento do Estado para 2018.

Mas paralelamente, as ordens querem ver garantidas iniciativas para a promoção da educação alimentar e medidas junto da indústria para a reformulação de produtos, segundo o documento enviado ao presidente da Assembleia da República e aos grupos parlamentares.

A diminuição do consumo de sal "deverá ser uma das prioridades nacionais", escrevem as ordens profissionais, lembrando o consumo excessivo em Portugal e as doenças associadas ao excesso de sal.

Em declarações à agência Lusa, a bastonária dos Nutricionistas defendeu que a verba resultante da taxa sobre produtos com excesso de sal seja aplicada diretamente em medidas de promoção da alimentação saudável.

Alexandra Bento frisa que as ordens não querem que a taxa sobre os produtos mais salgados "seja encarada somente como uma medida para obter receita".

"Temos de pegar na verba que seja arrecadada e usá-la diretamente na promoção da alimentação saudável, aplicando-a totalmente para este fim", afirmou a bastonária.

A taxa sobre alguns produtos com elevado teor de sal está prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2018, mas partidos como o PCP e o CDS já vieram por em causa a aprovação desta medida.

Estudo
A indústria do açúcar norte-americana ocultou indícios dos malefícios da sacarose na saúde há cerca de 50 anos, defendem...

Investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, reanalisaram documentos internos da indústria açucareira e descobriram que a Fundação para a Investigação sobre o Açúcar, a 'voz científica' das empresas do setor na década de 60, financiou estudos com ratos para avaliar os efeitos da sacarose no coração e nos vasos sanguíneos.

Em 1968, a fundação, que nesse ano adotou a designação de Fundação Internacional para a Investigação sobre o Açúcar, deixou de apoiar um projeto científico, sem que os resultados preliminares fossem divulgados, quando os dados apontavam para uma ligação entre o consumo de açúcar e as doenças cardíacas e o cancro da bexiga.

Numa análise anterior dos documentos, a equipa da universidade californiana tinha verificado que a instituição financiara em 1967 um estudo que minimizava indícios a sugerirem que a ingestão de sacarose causava doença coronária.

No artigo ontem publicado, os cientistas sustentam que o setor açucareiro parou, na época, o financiamento da investigação para proteger os seus interesses comerciais.

"Este tipo de manipulação da investigação é semelhante ao que a indústria do tabaco faz", afirmou um dos autores do artigo, Stanton Glantz, citado num comunicado do grupo de publicações científicas PLOS.

Pais denunciam
Sopa com sabor a tabaco, carne crua e comida insuficiente foram algumas das queixas que os encarregados de educação de uma...

O nucelo de Odivelas (distrito de Lisboa) do Partido Nacional Renovador (PNR) visitou esta tarde a escola Básica dos Pombais para conversar com encarregados de educação e alunos sobre a falta qualidade das refeições escolares servidas naquele e noutros estabelecimentos escolares e que têm motivado várias queixas, inclusive nas redes sociais.

Desde o início do ano letivo e até ao dia 20 de outubro, a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares recebeu 70 queixas sobre a má qualidade das refeições nas escolas e sobre a falta de pessoal nas cantinas.

Segundo dados do Ministério da Educação, foram recebidas 36 reclamações em setembro e 44 até ao dia 20 de outubro.

Em declarações, o presidente do PNR de Odivelas, Bruno Rebelo afirmou que o problema se mantém e que as refeições escolares continuam a ser “mal confecionadas e pobres em conteúdo”.

“Os pais estão extremamente preocupados porque a comida servida às crianças continua a ser intragável. Por mais queixas que se faça não vale de nada e ainda existem perseguições. Os alunos que tiram fotografias ou que tentam denunciar são alvo de processos disciplinares e por isso os pais temem em dar a cara”, acusou.

Bruno Rebelo sublinhou que o PNR “está empenhado em resolver esta questão” e que “se nada for feito” irá organizar uma ação de protesto junto ao Ministério da Educação, em Lisboa.

“Para nós é inadmissível que para quem dirige as escolas seja admissível que as crianças sejam obrigadas a comer aquilo que já nem aos animais damos”, apontou.

Por seu turno, em declarações, alguns encarregados de educação e membros da associação de pais, que não se quiseram identificar, relataram situações em que “a sopa sabia a café e a tabaco” e em que a carne vinha “completamente crua”.

“A comida é terrível e o meu filho já deixou de comer no refeitório. Carne crua, o peixe nem se consegue distinguir e as quantidades servidas são absurdas. Se, por um acaso, o aluno quiser repetir não o deixam. Devíamos ter o apoio da escola, mas eles ainda nos tentam calar”, contou uma encarregada de educação.

A Lusa tentou, sem sucesso, contactar a direção da escola.

No entanto, contactada pela Lusa, a vereadora com o pelouro da Educação na Câmara Municipal de Odivelas, Susana Santos, assegurou que “embora não tenha competência direta” a autarquia tem acompanhado estas situações e que há garantias por parte desta escola que “as refeições são de qualidade”.

“Por coincidência fiz esta manhã uma visita a esta escola e o senhor diretor garantiu-me que tudo está a correr dentro da normalidade. Eu própria visitei a cozinha e cheirava bem. É preciso haver serenidade”, defendeu a autarca.

Susana Santos disse ainda que a autarquia desconhece qualquer situação em que os alunos tenham sido ameaçados com processos disciplinares caso fotografassem ou filmassem a comida.

Ordem dos Médicos do Norte
O presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, assinalou que, com a anunciada deslocação da...

“Nós vemos com muito agrado essa notícia porque demonstra algum grau de preocupação do ministério [da Saúde] na descentralização dos órgãos de decisão da tutela”, afirmou.

Para António Araújo, a deslocação da autoridade nacional do medicamento (Infarmed) para o Porto dará à cidade “um organismo que tem um número apreciável de profissionais” que ali irão centralizar “a decisão da utilização dos medicamentos e dos dispositivos médicos”.

Podendo vir a tornar-se na “capital do medicamento do país”, o Porto poderá ainda, graças ao Infarmed, captar “algumas sedes da indústria farmacêutica a médio e longo prazo e isso dará benefícios em termos económicos à cidade”, potenciando o seu desenvolvimento, assinalou o responsável.

“Vai potenciar a cidade, vai trazer mais prestígio para o Porto, vai permitir mesmo até que os profissionais de saúde do Norte dialoguem mais facilmente com o organismo decisor e acredito que, a médio prazo, traga também algumas sedes da indústria farmacêutica para o Norte”, sublinhou.

Um dia depois de o Porto ter perdido para Amesterdão a sede da agência europeia do medicamento, ficando em sétimo lugar na corrida, o ministro da Saúde anunciou ontem que a sede da autoridade nacional do medicamento (Infarmed) vai ser mudada de Lisboa para o Porto.

Segundo António Araújo, “há algum tempo já se falava da deslocalização do Infarmed para o Norte de Portugal”, admitindo, porém, que “faria ainda mais sentido se a EMA viesse para o Porto, porque aí sim conseguia-se congregar na cidade a decisão da utilização do medicamento”.

Para o responsável da Ordem dos Médicos do Norte, esta medida “sensata e bem-vinda” foi, ainda assim, uma forma de o Governo colmatar alguma fragilidade”, num tempo “tão conturbado” como o que se tem vivido, “com as greves dos médicos, dos enfermeiros, dos técnicos de diagnóstico e terapêutica, e num momento de grande contestação às políticas frágeis do ministério”.

O Infarmed é um organismo central com jurisdição sobre todo o território nacional que até agora tem funcionado com a sede no Parque da Saúde, em Lisboa.

A missão do Infarmed é “regular e supervisionar os setores dos medicamentos, dispositivos médicos e produtos cosméticos, segundo os mais elevados padrões de proteção da saúde pública, e garantir o acesso dos profissionais da saúde e dos cidadãos a medicamentos, dispositivos médicos, produtos cosméticos, de qualidade, eficazes e seguros”, segundo informação no site do organismo.

Cabe ao Infarmed “contribuir para a formulação da política de saúde, designadamente na definição e execução de políticas dos medicamentos de uso humano, dispositivos médicos e produtos cosméticos”.

Páginas