Cancro do Colo do Útero
O Papilomavírus Humano não distingue género nem idade.

O Papilomavírus Humano é o principal agente responsável por infeções genitais em homens e mulheres e o segundo carcinogéneo mais importante, logo a seguir ao tabaco.

Trata-se de uma infeção bastante comum – estimando-se que cerca de 70% dos indíviduos com menos de 50 anos já tenham sido infetados -,  que se transmite por simples contato sexual, não sendo necessários comportamentos de risco.

“O Papilomavírus Humano (HPV) tem uma grande variedade de tipos, dos quais cerca de 30 infetam os genitais. A infeção desaparece espontaneamente em 95% dos casos, mas em 5% persiste e pode provovar lesões nos genitais, ânus e orofaringe, das quais as mais frequentes são as do colo do útero”, começa por explicar o ginecologista acrescentando que, no entanto, ainda não é possível prever quem vai desenvolver a lesão. Há, isso sim, alguns fatores de risco como o tabagismo, outras inflamações/infeções, uso prolongado da pílula ou  imunodepressão.

“Importa reforçar que nem todos os tipos de HPV que infetam os genitais têm o mesmo potencial de provocar lesões”, afirma adiantando que alguns provocam lesões benignas – como é o caso das verrugas genitais ou condilomas acuminados – que não evoluem para cancro mas que se espalham facilmente pelas zonas de contacto sexual “conferindo um aspeto desagradável e, por vezes, dor local”.

Pelo contrário, os HPV de alto risco são capazes de provocar alterações celulares dando origem a lesões pré-cancerígenas. “Estas lesões são mais comuns no colo do útero, mas podem acontecer na vulva, vagina e ânus”, acrescenta.

Tratando-se de uma infeção maioritariamente assintomática – apenas os condilomas e verrugas são fáceis de detetar – o seu diagnóstico nem sempre é feito a tempo. “Não se espere por sintomas, pois só aparecem quando as lesões cancerosas estão avançadas e, nessa altura, as queixas dependem dos locais das lesões”, adverte.

Tradicionalmente, o diagnóstico era feito nas mulheres com recurso a citologia do colo do útero que permitia identificar ou não a existência de alterações celulares provocadas pelo vírus. “Hoje, faz-se pela pesquisa de material do vírus nas células e secreções do tracto genital feminino e canal anal. O teste não está aferido para outras localizações. Nos ógãos genitais masculinos e orofaringe podemos chegar ao diagnóstico com uma observação rigorosa”, esclarece o especialista.

Vacina contra HPV deve ser universal

A infeção pelo Papilomavírus Humano não tem tratamento e apenas a prevenção pode fazer a diferença na luta contra o vírus e suas complicações.

“Todas as pessoas são susceptíveis à infeção desde o início da sua atividade sexual, por mais cuidados que tenham. O preservativo pode conferir alguma proteção, mas como não recobre toda a área genital, mesmo quem o usa sistematicamente pode transmitir ou ser infetado pelo HPV”, explica Daniel Pereira da Silva.


"A infeção pelo HPV não tem tratamento, não temos nenhum meio eficaz e seguro para o fazer. É muito importante prevenir as lesões e sobretudo o cancro", afirma o presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Ginecologia e Obstetrícia, Daniel Pereira da Silva 

A vacinação surge, deste modo, como a única forma segura que dispomos de nos proteger contra alguns tipos de HPV. “Temos de prevenir a infeção com o uso de vacinas, que deve ser universal”, afirma o especialista acrescentando que, apesar deste método ser extremamente eficaz e abrangente, “não protege contra cem por cento das situações e há muita gente que não foi vacinada”.

Atualmente, existe uma vacina bivalente que cobre apenas os tipos de HPV 16 e 18, uma vacina quadrivalente que protege contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18 e vacina nonavalente que protege contra 9 tipos de HPV (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58).

É neste contexto que se reforça a necessidade de realização do rastreio ao cancro do colo do útero e o teste ao HPV a todas as mulheres após os 25 anos de idade.

“Como referido anteriormente, é importante que o rastreio se faça, porque a maior parte da população não está vacinada e a vacinação não é um seguro contra todos os riscos”, reforça.

“Todas as mulheres devem fazer o rastreio, de preferência com o teste ao HPV realizado de cinco em cinco anos. Recomenda-se também a todas as pessoas que praticam sexo anal”, aconselha o especialista.

No âmbito da Semana Europeia do Cancro do Colo do Útero, que se assinala entre os dias 22 e 28 de Janeiro, Daniel Pereira da Silva é peremtório na sua mensagem: “controlar a infeção pelo HPV é fácil – vacine-se e faça o rastreio”.

Na Europa surgem todos os anos 60 mil casos de cancro de colo do útero. Metade são fatais.  “Em Portugal, estamos a trabalhar para acabar com este flagelo - 90 por cento das mulheres, em Portugal, com 25 anos de idade ou menos, estão vacinadas contra o HPV, o que é fantástico”, afirma.

No entanto, admite que é preciso fazer mais.  “Temos de acelerar o processo, para isso todas as mulheres, pelo menos até aos 45 anos, devem vacinar-se e todas as que têm entre 25 e 65 anos devem fazer o rastreio pelo menos de cinco em cinco anos”, conclui.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
A atividade gripal em Portugal está "com tendência para a estabilidade", com todos os valores a indicarem que o pico ...

Em conferência de imprensa para fazer o balanço da epidemia da gripe deste inverno a responsável disse que na terceira semana de janeiro "a atividade gripal continua em epidemia ligeira", com os casos de gripe a diminuírem no norte e no Algarve, a estabilizarem na região de Lisboa e a terem uma "ligeira tendência crescente" na região centro.

Sem grandes alterações em relação à semana passada, disse Graça Freitas que se mantém a predominância do vírus B, o menos agressivo, e que a procura de cuidados médicos foi inferior ou manteve-se ao nível da semana passada.

A epidemia de gripe provocou até agora oito mortos, de pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos. Sete mortes foram provocadas pelo vírus B e uma pelo vírus A.

No boletim de vigilância epidemiológica da gripe, do Instituto Ricardo Jorge, também se diz que a atividade é de baixa intensidade e com tendência estável, com uma taxa de incidência de 58,4 por 100 mil habitantes. E que na terceira semana do ano os vírus de tipo B foram detetados em 79% dos casos de gripe.

"Foram reportados 13 casos de gripe pelas 26 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) que enviaram informação. Foi identificado o vírus influenza A em 3 (23%) doentes e o B em 10 (77%). A proporção de casos de gripe admitidos em UCI nesta semana (4,4%) é semelhante à da semana anterior (4,2%)", lê-se no boletim.

"Se não houver nenhuma alteração drástica a tendência (de casos de gripe) será para diminuição", disse Graça Freitas, acrescentando que as previsões são de descida de casos nas próximas semanas, porque "tudo indica que o pico já foi atingido".

No último mês, última semana de dezembro e primeiras três de janeiro, morreram em Portugal 10.702 pessoas (por todas as causas). Neste período houve uma sobremortalidade, em relação à linha de base (mortalidade esperada) de cerca de 1.300 óbitos por todas as causas, segundo a Direção-Geral da Saúde. Estes 1.300 óbitos fazem parte do total de óbitos ocorridos nas quatro semanas (os 10.702).

Associação Portuguesa de Hospitalização Privada
Os hospitais privados estão a estudar uma forma de os beneficiários da ADSE continuarem a ter acesso aos serviços, nas mesmas...

A ideia foi avançada pelo presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Óscar Gaspar, a propósito da nova tabela com os valores que a ADSE quer pagar aos prestadores privados e que deverá entrar em vigor a 01 de março.

Segundo Óscar Gaspar, “pode haver soluções que permitam, ainda que não no regime convencionado, que os mesmos beneficiários tenham acesso à rede”.

“Estamos a procurar soluções que permitem que os beneficiários da ADSE continuem a poder ter acesso, nas mesmas condições, aos nossos hospitais”, sublinhou.

Segundo Óscar Gaspar, muitos dos hospitais privados e associados da APHP ainda estão a analisar os valores propostos pela ADSE, uma vez que a nova tabela só foi apresentada à associação na passada quinta-feira.

São milhares de atos, distribuídos por 250 páginas, pelos quais o subsistema de saúde dos funcionários públicos paga uma parte aos hospitais privados, cabendo aos beneficiários o pagamento do resto.

“Ficámos muito surpreendidos ao sermos confrontados com uma tabela já supostamente fechada e com as contas feitas e em relação às quais não tivemos oportunidade de opinar”, disse Óscar Gaspar.

O dirigente da APHP adiantou que o presidente da ADSE lhe terá dito que o que estava em causa é um corte de 42 milhões de euros no total do regime convencionado.

Para esta diminuição contribuirá, segundo a nova tabela, uma descida dos valores que a ADSE paga aos prestadores, como também o que os beneficiários pagam.

“Um corte de 42 milhões basicamente significa um corte de 10% e um corte de 10% não é comportável porque os operadores privados não trabalham com margens de 10%. Estar a tirar 10% onde não existe obrigaria a trabalhar em negativo e isso colocaria em causa a qualidade da prestação de cuidados de saúde”, disse.

“Não estamos disponíveis para reduzir a qualidade e pensamos que os beneficiários da ADSE também não querem que seja este o caminho”, afirma.

Óscar Gaspar defende um debate mais alargado: “Tem que se repensar os termos da sustentabilidade da ADSE. Essa é a boa discussão, para a qual nós também queremos participar. A forma simplista de o fazer, com cortes administrativos, penso que nada resolve e pode ser perigosa”.

Os prestadores privados da ADSE estão agora a analisar a proposta e a elaborar uma estimativa de impacto da redução que, segundo o presidente da APHP, não deverá ser igual para todos.

Contudo, Óscar Gaspar garante que nenhum dos muitos associados que têm tentado esclarecer dúvidas sobre esta questão estão disponíveis para aceitar uma tabela com semelhantes valores.

“Aquilo que me é transmitido pela generalidade dos meus associados é que é incomportável um corte de 10%”, referiu.

Apesar de não existir um calendário da discussão sobre a nova tabela, Óscar Gaspar revelou que a ADSE sensibilizou os prestadores para a necessidade de uma reação até ao final da semana.

Segundo as regras da ADSE, para a nova tabela entrar em vigor a 01 de março tem de ser comunicada com 30 dias de antecedência, ou seja, sexta-feira.

A associação apela para que “o processo seja totalmente repensado” e haja “uma renúncia a esta proposta” para iniciar negociações para um entendimento sobre aquilo que se justifica fazer na ADSE.

“Em concreto, propomos a retirada desta proposta. Não é aceitável, nem sequer como base negocial. A tabela atual é desajustada, desequilibrada e não pode ser vista assim, alínea a alínea”, prosseguiu.

No caso da ADSE insistir nesta tabela, a intenção dos hospitais privados não é de recusar o atendimento dos beneficiários deste subsistema: “Os hospitais estão abertos e continuarão a receber as pessoas que em nós confiam e crescentemente em nós têm convencionado, mas por ventura não através do regime convencionado da ADSE”, declarou.

“Os beneficiários da ADSE já de queixam que em determinado tipo de áreas têm dificuldades. Há especialidades médicas em que poucos médicos aceitam trabalhar para a ADSE”, referiu.

Óscar Gaspar manifesta a “firme intenção” dos privados em continuarem “a servir e a servir bem os beneficiários da ADSE, mas não a receber o montante que a ADSE quer pagar pelos atos”.

Em análise estão “várias opções”, sobre as quais poderão existir “novidades nas próximas semanas”, anunciou.

A ADSE, que tem 1,2 milhões de beneficiários, representa 20% da faturação dos hospitais privados.

Estudo
Um vírus da gripe foi modificado por cientistas no Reino Unido para inibir o desenvolvimento do cancro do pâncreas, de acordo...

A nova técnica tem potencial para ser usada no tratamento de doentes com esta forma agressiva de cancro, considera a equipa liderada por Gunnel Halldén acerca da investigação relatada no boletim Molecular Cancer Therapeutics.

"Mostrámos pela primeira vez que os cancros pancreáticos podem ser combatidos especificamente com uma forma modificada do vírus da gripe comum", afirmou a primeira autora do estudo, Stella Man.

Os investigadores modificaram o vírus para este infetar e matar células cancerosas sem causar danos colaterais no tecido saudável, e conseguiram criar um método para o libertar na corrente sanguínea e atacar células de tumores em outras partes do corpo.

"Se conseguirmos confirmar estes resultados em testes clínicos com humanos, este poderá ser um novo tratamento promissor para os doentes de cancro do pâncreas, combinado com a quimioterapia existente para destruir células cancerosas persistentes", afirmou Man.

O cancro do pâncreas desenvolve-se rapidamente, costuma ser diagnosticado demasiado tarde e é resistente às terapias atuais, pelo que a sua taxa de mortalidade é alta.

O vírus da gripe é modificado para conter na sua camada exterior uma proteína suplementar que reconhece e se liga a moléculas específicas presentes no cancro do pâncreas.

Quando entra na célula cancerosa, o vírus replica-se tantas vezes que acaba por rebentar a célula, destruindo-a. Essas réplicas do vírus espalham-se na área circundante e repetem o processo em outras células doentes.

Este processo foi testado em células humanas de cancro pancreático enxertadas em ratos, conseguindo inibir o espalhar da doença.

Gunnel Halldén indicou que a equipa está "à procura de novo financiamento para progredir para testes clínicos num prazo de dois anos".

"Assim que conseguirmos esse financiamento, demorará cerca de cinco anos a determinar se o tratamento é seguro e eficaz", acrescentou.

ARS-Norte
A Administração Regional de Saúde do Norte garantiu hoje que a situação de meningite detetada na terça-feira em Rio Tinto,...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) refere que foi notificado “um caso de doença invasiva meningocócica numa criança que frequenta um estabelecimento de ensino”, mas frisa que "de acordo com as informações recolhidas até ao momento, se trata de “um caso isolado".

Em causa uma situação detetada no colégio Carrossel Mágico, freguesia de Rio Tinto, que levou a diretora a referir à Lusa que a situação estava “perfeitamente controlada".

"É um caso isolado. Não é um surto. Já recebemos a delegação de saúde e as crianças já estão a receber medicação de prevenção", disse, na quarta-feira, a diretora do colégio, Susana Carvalho.

Já a ARS-Norte descreve que as autoridades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde de Gondomar tiveram conhecimento do caso, quer através da sua notificação na plataforma de apoio ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), quer através do centro hospitalar onde foi efetuado o diagnóstico.

"De imediato, desenvolveram as medidas consideradas necessárias, nomeadamente a quimioprofilaxia com antibiótico dos contactos íntimos identificados, de acordo com as normas técnicas da Direção-Geral da Saúde, com vista a diminuir o risco de transmissão da doença naquela população", descreve a nota da ARS-Norte.

De acordo com esta entidade, os casos de doença meningocócica, embora raros, ocorrem com maior frequência nesta altura do ano.

A transmissão da doença faz-se por contacto direto, em situações de grande proximidade física, através de secreções faríngeas.

A bactéria causadora da doença, dada a sua fragilidade, não sobrevive fora do organismo humano.

A agência Lusa procurou, quer via telefone, quer via ‘email', obter mais esclarecimentos junto da delegação regional de saúde, não tendo resposta até cerca das 14:50.

DigiNurse
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra participa num consórcio europeu para o desenvolvimento de uma plataforma para gestão...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC)  participa com outras quatro instituições de ensino superior europeias no projeto que tem pretende criar uma plataforma 'web' assente num "modelo para educação em enfermagem baseado em competências digitais, que servirá, simultaneamente, para a gestão de pessoas com doenças crónicas", afirmou hoje a instituição, em nota de imprensa.

O projeto, intitulado DigiNurse e cofinanciado pelo programa Erasmus+, consiste na criação de uma plataforma que vai funcionar "como suporte de cuidados à distância, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de um modelo integrado de cuidados, onde cidadãos, profissionais de saúde e estudantes de enfermagem são encorajados a participarem ativamente nos processos de saúde", sublinhou a Escola de Enfermagem de Coimbra.

A iniciativa surge no seguimento de "uma nova abordagem na saúde" que pretende responder à "crescente procura de cuidados personalizados e centrados no cidadão", fornecendo "cuidados mais inteligentes, à distância, com maior foco na prevenção e deteção precoce de doenças, bem como em conformidade com o tratamento", realça o projeto.

De acordo com o projeto, "o desafio será fornecer mais e melhores cuidados de qualidade, com os mesmos recursos, à medida que as pessoas envelhecem e desenvolvem mais doenças crónicas".

Para além da ESEnfC, o consórcio é composto pela Universidade de Ciências Aplicadas de Tampere (Finlândia), a Universidade de Liubliana (Eslovénia), o Thomas More University College (Bélgica) e a Universidade de Ciências Aplicadas de Karelia (Finlândia).

‘Inovar é Divertido’
Jimi, Molly e Pimenta foram os protagonistas de uma ação que decorreu em dois centros de dia da Cruz Vermelha Portuguesa, um...

Composta por Jimi, Molly e Pimenta, um Labrador Retriever e duas fêmeas sem raça definida acompanhados pelas profissionais da Busca Sorrisos, um projeto de Intervenções Assistidas por Animais, a ação tinha como objetivo proporcionar aos utentes algumas tardes diferentes e, ao mesmo tempo, estimular as suas competências cognitivas, motoras e sociais. Objetivos que, de acordo com as opiniões de quem beneficiou do projeto, foram cumpridos. “Foi uma iniciativa muito útil”, confirma Patrícia Caetano, responsável pelo Centro de Dia de Santa Isabel. “Foi uma atividade diferente e os utentes responderam bem. Aliás, passavam a semana a perguntar quando é que os cães vinham, quando é que chegava a sexta-feira. Vai deixar muitas saudades…” Para a responsável, mais do que a animação que permitiu quebrar a rotina diária, esta iniciativa teve outro mérito: “Serviu para aproximar os idosos.”

De resto, a integração social e a comunicação são vantagens já cientificamente comprovadas, com os cães a tornarem-se facilitadores para a interação entre os utentes e os técnicos, proporcionando uma maior participação e partilha, já que, na presença do animal, os utentes revelam uma maior vontade de participar nas atividades desenvolvidas e uma redução da agitação, isolamento, apatia e irritabilidade.

A ação já chegou ao fim, mas os benefícios do contacto com os animais vão continuar a fazer-se sentir, isto porque a Boehringer Ingelheim decidiu oferecer um coelho anão a cada um dos centros de dia, que promete ajudar a combater os estados depressivos, a ansiedade e a solidão com que são confrontados muitos destes idosos.

Entrevista
Para muitos “coaching” é apenas uma atividade que está na moda e alguns ainda duvidam da sua finalid

O que é o coaching? Para que serve e como funciona?

Segundo a International Coach Federation (ICF) coaching é “constituir uma parceria com clientes num processo estimulante e criativo que os inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional.” Ou seja, conduzido de maneira confidencial, o processo de Coaching é realizado através das chamadas sessões, onde um profissional “o Coach” tem a função de estimular, apoiar e despertar no seu cliente, também conhecido como “coachee”, o seu potencial infinito para que este conquiste tudo o que deseja e que tenha potencial para tal.

Neste contexto é sempre o coachee que decide qual o caminho que quer seguir e que tarefas serão as mais adequadas para alcançar os seus objetivos.

Como funciona? Na primeira sessão é explicado como o processo de coaching funciona, o coachee explica as suas preocupações e o que deseja alcançar. O coach através de metodologia de questionamento coloca as perguntas necessárias para que o coachee encontre por si as respostas que precisa para traçar o seu plano de ação.

Após definido o plano de ação, as sessões seguintes são de tarefas que o coachee vai escolhendo (com ajuda do seu coach) de modo a fazer o seu caminho com vista ao alcance do plano e objetivos.

Quem procura este serviço?

No meu caso são sobretudo executivos, quadros de empresas.

Procuram sobretudo encontrar formas mais rápidas e eficazes de lidar com problemas laborais da mais variada ordem. Fatores como escolhas na carreira, alterações de funções, problemas de liderança, eficácia na forma de comunicar com a equipa, encontrar formas de ser mais eficaz em encontrar soluções de motivação com equipa… são alguns exemplos.

Também procuram os serviços de coaching pessoas ao nível pessoal, querendo melhorar a sua imagem, forma de comunicar e de se relacionar com os outros, trabalhar a auto-estima, embora o número ainda seja pequeno quando comparado ao universo das empresas.

Quais os principais benefícios do coaching?

Sabendo que o coaching é muito orientado para a ação, para o futuro, e por um enquadramento positivo das coisas adivinha-se que as pessoas que experimentam este processo fiquem muito satisfeitas com os resultados pois estes são visíveis e mensuráveis após alguns meses de trabalho. Ao contrário de algumas abordagens da psicologia e da psicoterapia, o coaching apenas trata questões do futuro, assenta em tarefas que desenvolvem ação e um amplo compromisso para um plano definido de ação e balizado no tempo.

Quem pode desenvolver esta atividade? Que formação é exigida e quem fiscaliza?

De acordo com a ICF (principal associação que procura regular a profissão de Coach a nível global - http://www.icfportugal.com), desenvolver a atividade de coach apenas o deve fazer quem obtém uma formação completa acreditada pela ICF e que consta de largas dezenas de horas de formação técnico/prática (normalmente demora um ano) ao qual se segue um processo de certificação (válida por 3 anos e que deverá ser renovada através da frequência de formação continuada ou por um mentor.

Desta forma a ICF emite um selo que determina que o Coach está habilitado a exercer a atividade. O mercado (nomeadamente, o executivo) já começa a saber identificar os Coaches que têm certificação e muitos já fazem pesquisa das credenciais junto do site da ICF.

Quais as principais competências do coach?

A ICF defende 11 Competências Centrais para o Coaching profissional:

1. Princípios éticos e profissionais – Compreender o código de conduta e as Boas Práticas do Coaching (os standards e ética de Coaching e capacidade para) e aplicá-los, adequadamente, em todas as situações de Coaching;

2. Contrato de Coaching – Capacidade de compreender o que é exigido na interação específica de Coaching e de chegar a acordo com o novo cliente sobre o processo de Coaching, as suas regras de limites (e de relacionamento);

3. Confiança com o cliente – Capacidade de criar um espaço seguro, um ambiente favorável, que permita progressivamente o respeito mútuo e a confiança;

4. Presença – Capacidade para ser plenamente consciente e criar espontaneamente um relacionamento com o cliente, empregando um estilo aberto, flexível e confiante;

5. Escuta ativa – Capacidade de se concentrar totalmente naquilo que o cliente está a dizer ou a omitir, de forma a compreender o significado do que é dito no contexto dos desejos do cliente e para apoiar a auto-expressão desses conteúdos (do cliente);

6. Perguntas Poderosas – Capacidade de fazer perguntas que revelem informações necessárias para o máximo benefício do relacionamento de Coaching e do cliente;

7. Comunicação direta – Capacidade de comunicar eficazmente durante as sessões de Coaching, bem como de utilizar a linguagem que tiver o maior impacto positivo no cliente;

8. Desenvolvimento da consciencialização – Capacidade de integrar e avaliar com precisão as fontes múltiplas de informação, e para fazer interpretações que ajudam o cliente a ganhar consciência e, consequentemente, a alcançar os resultados pré-estabelecidos;

9. Definição de planos de ação – Capacidade de criar com o cliente oportunidades de aprendizagem contínua, durante o Coaching e nas situações trabalho / vida, e para proporcionar a tomada de novas ações que irão conduzir eficazmente aos resultados de Coaching pré-estabelecidos;

10. Planeamento e estabelecimento de objetivos – Capaz de desenvolver e manter um plano eficaz de Coaching com o cliente;

11. Acompanhamento do progresso e auto-responsabilização – Capacidade para manter a atenção sobre o que é importante para o cliente, e para deixar responsabilidade ao cliente para tomar medidas.

O que é que um coach não pode fazer?

Um Coach não pode aceitar um processo de coaching para o qual identifique que está fora das competências de Coach, nomeadamente situações de fragilidade pessoal, dependência de terceiros, bloqueios emocionais, impasse na obtenção de soluções ou plano de ação e todas as situações que o Coach se depare com indícios de doença devendo sempre recusar e encaminhar para um profissional de saúde ou da área competente.

Recentemente, a Ordem dos Psicólogos manifestou-se, através do seu vice-bastonário (leia aqui), a respeito do tema referindo que  há muitos profissionais sem a formação necessária para desenvolver a atividade e  que vêem aqui uma oportunidade de ganhar dinheiro. Qual a sua opinião?

Sobre a entrevista em análise reconheço que podem existir casos de abuso e aproveitamento por parte de pessoas que se intitulam Coaches e que estão longe de o ser (de acordo com os standards da ICF), contudo não devemos generalizar. O mercado vai normalizar e ao longo do tempo os maus profissionais tenderão a desaparecer como aliás se verifica em muitas outras profissões. Devo também fazer notar que na entrevista se fica com a ideia de o Coaching poder ser uma atividade apenas para psicólogos, o que de acordo com todas as tendências de mercados maduros como nos EUA e Inglaterra se revela um completo disparate.

A própria American Psychological Association através de Sandy Shullman afirma "Nenhuma especialidade em psicologia pode preparar completamente alguém para fazer coaching" “Realmente não há só uma forma de se tornar num Coach executivo, mas definitivamente existem requisitos essenciais que cada Coach deve possuir “.

Outra questão que se nota nesta entrevista é um completo conflito de interesses (http://www.coachingpsicologico.fp.ul.pt/?page_id=25) violando claramente os princípios éticos e profissionais da ICF .

Tendo em conta a especificidade da função, já recusou um trabalho/cliente por considerar não ter as competências necessárias para o acompanhar?

Já recusei vários projetos com clientes que depois da 1 sessão fica demonstrado que o cliente fez uma avaliação incorreta de que o coaching seria a melhor solução para o seu caso. Nestes anos foram já alguns casos que tive que aconselhar outro profissional. Estando convencido que tal situação tende a aparecer com a popularidade e falta de completo conhecimento do Coaching. O Coaching não é a saída para todos os problemas.

Na sua opinião, que “cuidados” devemos ter ao escolher/procurar um coach?

Fundamentalmente informar-se bem antes de tomar uma decisão de procurar um Coach e identificar que o coaching é a melhor solução para o seu caso.

Quando decidir procurar um Coach, procure que este tenha uma sólida formação e ser afiliado numa destas associações e que seja o garante da qualidade dos seus membros Coaches. Pergunte, pesquise e informe-se!

Quais os principais mitos associados a esta atividade que considera importante desconstruir?

Sobretudo a ideia que o Coaching é uma solução para qualquer coisa que vai mal na vida dos profissionais das empresas. As empresas pensam muitas vezes que quando têm tóxicos nas suas equipas estes podem ser enviados para um Coach e esperam ver estes casos de volta como excelentes colaboradores.

Nos casos de âmbito pessoal o mito é o facto de o coaching ser uma atividade da moda e as pessoas acharem que através do coaching podem resolver todos os seus problemas.

O que claramente não o é.

Acabando como comecei, lembro o coaching como uma mistura de recursos que utiliza técnicas, ferramentas e conhecimentos de diversas ciências como a gestão de empresas, gestão de pessoas, economia, psicologia, neurociência, recursos humanos, planeamento estratégico, entre outras visando a conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação de Jovens Diabéticos
No dia 27 de janeiro, a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal organiza, entre as 10h e as 13h, uma caminhada na Serra de...

O ponto de encontro é a Barragem do Rio da Mula, em Sintra, e a caminhada, de dificuldade média, será de 10 km por paisagens que prometem deslumbrar.

Paula Klose, Presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP), destaca que “esta é mais uma ação da iniciativa Caminhar com Diabetes, que quer pôr toda a gente a caminhar uma vez por mês para promover a saúde, prevenir a diabetes tipo 2, controlar a glicémia e, claro, promover o convívio e a partilha entre jovens com diabetes e as suas famílias. Estas caminhadas são a prova de que a diabetes não limita ninguém e cada obstáculo é ultrapassável, com otimismo e um estilo de vida saudável”.

A participação é gratuita, sendo que basta fazer a inscrição por e-mail ([email protected]) ou por telefone (96 622 88 60), indicando o nome, o número de acompanhantes e os contactos. Devem ir equipados de forma adequada e preparados para a prática desportiva – roupa confortável, botas de montanha ou ténis confortáveis, água, um almoço volante e um lanche da manhã. Os participantes deverão também ir prevenidos comum kit para hipoglicémias (sumo, açúcar, bolachas) e o material de autocontrolo.

Centro Hospitalar de Lisboa Norte
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte anunciou ontem um investimento de 10 milhões de...

“Temos um projeto de relocalização da nossa Unidade de Queimados, que ficará junto à urgência. Essa relocalização vai permitir passarmos das atuais cinco para as dez camas e criarmos seis camas de intermédios, camas que no fundo são quartos atendendo que estamos a falar de queimados”, disse Carlos Martins, no dia em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou o hospital de Santa Maria.

O presidente do Conselho de Administração defendeu que as obras vão melhorar a capacidade de resposta do hospital.

“Será um aumento muito significativo da nossa capacidade instalada, mas sobretudo da capacidade instalada para o país, em matéria de situações de catástrofe ou de rotina, dada a dimensão de responsabilidade que temos, que é nacional”, frisou.

Carlos Martins referiu que as obras não vão ficar pela Unidade de Queimados, estando também previsto um aumento da área de Cuidados Intensivos e requalificação da Urgência Geral.

“Vamos ter uma obra de 10 milhões de euros, que vai durar cerca de um ano, e mais que uma obra do hospital de Santa Maria ou do Centro Hospitalar, é uma obra que fica ao serviço do país, dadas as áreas críticas que estamos a falar”, salientou.

O responsável garantiu que as obras não vão afetar a capacidade de resposta da urgência.

“A Unidade de Queimados é uma deslocalização, os Cuidados Intensivos é uma ampliação e a Urgência são obras de requalificação. Em vez de oito meses, vamos demorar 12 meses para não causar constrangimentos, mas vamos ter estas modernas unidades ao serviço do país”, conclui.

Infarmed
A autoridade nacional do medicamento alertou para a venda ilegal na Internet e nas redes sociais de fármacos para emagrecer,...

Em causa estão medicamentos como o reductil, o clenbuterol, o liotironina e o efedrina, cuja "qualidade, segurança e eficácia não estão verificadas" e "há riscos para a saúde".

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) afirma, em comunicado, que detetou a venda ilegal de fármacos para perder peso "através de um site destinado ao público português e das redes sociais e plataformas de mensagens, nomeadamente Facebook e Whatsapp".

No caso particular do reductil, o Infarmed adianta que o medicamento contém sibutramina, substância que foi suspensa na União Europeia em 2010, "por se verificar que os riscos da sua utilização", nomeadamente cardiovasculares, "eram muito superiores aos seus benefícios, no âmbito de um programa de perda de peso".

No comunicado, o Infarmed informa que notificou a entidade promotora do 'site', com sede no Canadá, e da venda 'online' destes medicamentos, "tendo dado instruções para que retirasse de imediato todas as referências, sob pena de instauração das sanções previstas na legislação".

Além disso, "tomou medidas para impedir a venda destes produtos em território nacional pelos referidos sites", inclusive "solicitou o apoio de autoridades internacionais", como a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

O regulador do medicamento lembra que a venda de fármacos "sem autorização é ilegal", assim como "a comercialização através da internet sem a autorização do Infarmed".

Estudo
Os níveis de glicose no sangue vão poder ser monitorizados nas lágrimas através de uma lente de contacto flexível que alerta...

Os autores do trabalho dizem ter feito testes em coelhos e salientam ser a primeira técnica a usar os 'pixels' (componentes das imagens digitais) numa lente de contacto para visualizar a deteção de glicose, o que pode no futuro permitir monitorizar o perigo de diabetes ou os níveis de glicose nos diabéticos.

Os investigadores desenvolveram uma forma de incorporar sensores de glicose em nanoestruturas maleáveis e transparentes, circuitos 'wireless' e 'pixels' capazes de recolher dados em tempo real, eliminando a necessidade de equipamentos adicionais.

O novo método não exige ferramentas dispendiosas nem componentes complexos como alguns que são usados hoje em muitas “lentes inteligentes” e que podem dificultar a visão ou mesmo afetar o olho de quem as usa. E também não precisa de equipamentos volumosos para ler os sinais dos sensores das lentes de contacto.

Ministro da Saúde
Largos milhões de euros de penalidades e multas foram aplicados aos operadores privados que gerem hospitais em parceria público...

Segundo dados do Ministério da Saúde, em quatro hospitais com modelo de parceria público-privada, as multas e penalidades nos últimos anos ascenderam a mais de 10 milhões de euros.

Para o ministro Adalberto Campos Fernandes, este indicador mostra que Portugal tem “um modelo contratual muito apertado” quanto às parcerias público-privadas (PPP) na saúde.

“Temos um modelo contratual firme, exigente e rígido”, afirmou o ministro na comissão parlamentar de Saúde, na qual esteve a ser ouvido a pedido do Bloco de Esquerda sobre o prolongamento do contrato de parceria público-privada para o hospital de Cascais.

Segundo dados do Ministério da Saúde, só no hospital de Braga as multas e penalidades aplicadas ascendem a mais de oito milhões.

Entre os motivos das multas aplicadas estão, por exemplo, indisponibilidades do serviço de urgência ou subcontratação de serviços públicos a terceiros.

No hospital de Cascais foram aplicados mais de 600 mil euros em multas ou penalizações em cinco anos.

Na parceria público-privada de Vila Franca de Xira esse montante ultrapassou os 760 mil euros e no hospital Beatriz Ângelo, em Loures, o valor ascende a mais de 130 mil euros.

No parlamento, o ministro da Saúde disse que o Governo está preparado para reverter para a esfera pública o hospital de Cascais caso nenhum concorrente do futuro concurso apresente propostas ajustadas ao caderno de encargos.

O contrato de gestão com o grupo privado que gere o hospital de Cascais foi prolongado por dois anos, dando tempo para que seja lançado um novo concurso para outra parceria público-privada.

“O que interessa ao Ministério da Saúde é que o operador que ganhe [um futuro concurso para a gestão do hospital] esteja obrigado ao cumprimento de um contrato de gestão e de serviço público. Se, no que for o lançamento do concurso, que vai ser mais exigente, não houver nenhuma proposta ou nenhum concorrente que faça jus, o Governo está preparado para iniciar o processo de reversão para o Serviço Nacional de Saúde”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.

Comité Europeu
Os benefícios sociais pagos em Portugal a pessoas solteiras sem recursos e em caso de subsídio de doença são demasiado baixos,...

"Em muitos países, a taxa de pobreza na Europa é inaceitavelmente alta e as medidas tomadas para resolver este problema fundamental são insuficientes", considera o Comité numa apreciação geral de 33 países que assinaram a Carta Social Europeia, um tratado no âmbito do Conselho da Europa.

Quanto a Portugal, "o nível de assistência social paga a uma pessoa solteira sem recursos não é adequado", considera o comité, que dá avaliação negativa ao cumprimento do tratado em cinco dos seus 14 artigos.

No tratado, que Portugal assinou, estabelece-se que o nível de assistência deve estar acima do limiar de pobreza, fixado em 351 euros para o ano de 2015, mas o valor do Rendimento Social de inserção é de 178,15 euros.

No que toca aos subsídios por doença, o Comité considera que em Portugal o valor mínimo é demasiado baixo - 126 euros -, e que acumular com outros apoios sociais não chega para garantir que se está de acordo com a Carta

"O nível de benefícios sociais de substituição do rendimento devem ser uma proporção razoável do rendimento anterior e não devem cair abaixo do limite da pobreza", considera.

Em Portugal, havia 2.993 pessoas que em 2014 recebiam menos de 419 euros no total em apoios sociais por doença, cerca de 0,8 por cento de todo o universo de beneficiários.

No capítulo da segurança no trabalho, o Comité assinala que o número de acidentes fatais ou não-fatais continua "demasiado alto em comparação com a média dos 28".

O número anual de mortos baixou de 169 em 2011 para 160 em 2014, mas o número de acidentes não-fatais que implicaram ausências de pelo menos quatro dias subiu de 113.179 em 2012 para 130.153 em 2014. Em ambos os casos, a taxa de incidência em Portugal está acima da média europeia.

Para o governo, o Comité recomenda ainda que garanta "a aplicação efetiva e a supervisão rigorosa" dos princípios do tratado, que "não pode ser garantida apenas por legislação".

Aponta ainda que continuam a ser reportados muito poucos casos de doenças ocupacionais, questionando se as declarações estarão abaixo do número real de casos.

Quanto aos apoios sociais concedidos a cidadãos estrangeiros, o Comité nota que a pensão social só é concedida a oriundos de países que fazem o mesmo a cidadãos portugueses que aí residam e que o rendimento social de inserção e o complemento solidário para idosos só são dados a pessoas que residam em Portugal há um ou seis anos, respetivamente, o que consideram demasiado tempo.

O organismo europeu refere ainda que não existem dados estatísticos sobre o número de trabalhadores ou as qualificações dos serviços do Instituto de Segurança Social.

Comissão parlamentar de Saúde
O Governo defende que a “transição demográfica” em Portugal deve estar no centro da discussão sobre a nova lei de bases da...

Na comissão parlamentar de Saúde, o ministro Adalberto Campos Fernandes repetiu a imagem de que hoje chegam aos hospitais públicos pessoas com 70 anos que vão acompanhar os seus pais às urgências, uma realidade que não ocorria há 30 anos.

O ministro considerou que a atual lei de bases da saúde está efetivamente desajustada e datada, defendendo um debate em que o envelhecimento seja uma prioridade, bem como a relação entre a saúde e a segurança social.

Campos Fernandes disse que o Governo pretende uma lei de bases que prepare o país pelo menos para a próxima década e que aponte caminhos para organizar e responder à “transição demográfica”.

O ministro reconhece que é quase um truísmo com 30 anos dizer que a saúde precisa de mais financiamento, mas indica que o debate sobre a lei de bases da saúde não se esgota em “mais hospitais, mais urgências e mais profissionais”.

Para o ministro é fulcral encarar o envelhecimento da população e criar uma visão estratégica entre a saúde e a segurança social.

A questão das parcerias público-privadas deve, segundo Campos Fernandes, integrar a discussão da lei de bases, de forma a que se debatam os diferentes modelos de governação.

“Os hospitais geridos em regime de PPP integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS), não são corpos estranhos que estão fora do sistema público”, afirmou na comissão parlamentar de Saúde.

O governante considera ainda que “será impossível conceber que um Estado como o português” conseguiria responder às necessidades dos cidadãos “usando apenas recursos estritamente públicos” e abdicando, por exemplo, da colaboração nomeadamente com o setor social.

Ministro da Saúde
O Governo vai realizar no dia 10 de abril um encontro para fazer um retrato da Saúde em Portugal nos últimos 10 anos, anunciou...

O objetivo é realizar um encontro e debate onde sejam apresentados “todos os indicadores de desempenho” do Serviço Nacional de Saúde e que permita ter um retrato da última década, incluindo dados comparativos.

O ministro Adalberto Campos Fernandes disse hoje aos jornalistas, à margem de uma comissão parlamentar de Saúde, que este encontro fará o “retrato da Saúde em Portugal” e que será repetido anualmente enquanto este Governo se mantiver em funções.

Os indicadores que serão exibidos vão ainda incluir o Relatório da Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde considera que as negociações das novas tabelas da ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários do Estado,...

“A ADSE está a apertar a malha de escrutínio e a garantir que o dinheiro dos beneficiários não é mal utilizado”, afirmou Adalberto Campos Fernandes durante a comissão parlamentar de Saúde onde está presente hoje, considerando normal que haja reações adversas quando se tenta negociar e proteger os beneficiários.

À saída da comissão parlamentar de Saúde, o ministro disse aos jornalistas que tem informação de que o diálogo entre a ADSE e os hospitais privados está “a decorrer bem”, de acordo com o que lhe foi transmitido pelo presidente do subsistema dos funcionários públicos.

Adalberto Campos Fernandes mostrou-se ainda convicto de que, até ao final da semana, esteja fechado um entendimento entre as partes.

As novas tabelas de preços que a ADSE apresentou ao setor privado e que deverá entrar em vigor a 01 de março tem motivado fortes críticas deste setor, tendo a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada considerado que os valores propostos representam "perdas incomportáveis" para os privados e podem pôr em causa o acesso dos beneficiários aos cuidados de saúde.

De acordo com a Associação, as tabelas reduzem o valor pago aos prestadores de serviços que têm convenção com o sistema e reforçam o controlo das despesas públicas.

A nova tabela proposta também mereceu contestação dos médicos e dos dentistas.

Segundo disse o bastonário da Ordem dos Médicos, são “absolutamente escandalosos” os preços que a ADSE paga por alguns atos médicos, que muitas vezes não chegam sequer para as despesas do material usado em exames.

Miguel Guimarães acrescentou ainda que tem recebido, de forma reiterada, queixas sobre os preços pagos pela ADSE, reclamações que chegam sobretudo da medicina privada.

Por seu lado, a Ordem dos Médicos Dentistas pediu aos profissionais que ponderem acabar com o acordo com a ADSE caso se mantenha a proposta das novas tabelas de preços, que o bastonário considera “absolutamente incompatíveis com tratamentos de qualidade”.

Em declarações, o bastonário Orlando Monteiro da Silva disse que as regras e preços da ADSE para a medicina dentária devem fazer com que os dentistas deixem de ter acordo com o subsistema dos funcionários públicos.

Na terça-feira, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares considerou que o Serviço Nacional de Saúde tem capacidade para assegurar os cuidados prestados pelos privados para a ADSE, desde que com o mesmo financiamento.

“Se derem ao SNS o financiamento que está a ser utilizado para a prestação de bens e serviços no setor privado, naturalmente o SNS teria capacidade de garantir esta prestação de cuidados”, disse Alexandre Lourenço.

Estudo
Portugal tem “elevada necessidade” de cuidados paliativos, “tanto para adultos, como para crianças”, de acordo com um estudo...

Em Portugal, “71% das mortes de adultos e 33% das mortes de crianças devem-se a doenças que necessitam reconhecidamente de cuidados paliativos”, afirma a Universidade de Coimbra (UC), sublinhando que embora estas estimativas se equiparem às de outros países europeus, “carecem de capacidade de resposta, sobretudo para crianças”.

Liderada por Bárbara Gomes, docente da Faculdade de Medicina da UC, a investigação envolveu médicos e investigadores daquela Faculdade, do King’s College London, do Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Faculdade de Economia da UC, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil/Lisboa e do Hospital Espírito Santo, de Évora.

Já publicado nas revistas Palliative Medicine e BMC Pediatrics, o estudo, que foi financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, “evidencia que é urgente avaliar a sustentabilidade do modelo atual de cuidados de saúde e apoio social para acomodar estas necessidades que só tendem a crescer”, afirma a UC, numa nota enviada hoje à agência Lusa.

“O cancro é responsável por uma parte cada vez maior das mortes com necessidades paliativas (34% nos adultos e 38% nas crianças)”, acrescenta.

A equipa de especialistas salienta também “o aumento de mortalidade por doenças respiratórias e neurodegenerativas nos adultos e as áreas da pediatria com o maior número de crianças com doenças crónicas complexas – neonatologia, cardiologia e neurologia, para além da oncologia”.

No âmbito da investigação, foram analisados dados de mais de um milhão de pessoas falecidas em Portugal entre 1987 e 2012, “cruzando as perspetivas de especialistas em saúde pública, cuidados paliativos e pediatria, para melhor entender a realidade portuguesa”, refere a UC.

“Encontrámos duas características-chave que definem a forma como a sociedade portuguesa lida com doenças avançadas e o fim de vida”, relata Bárbara Gomes.

“Por um lado, há uma tradição de apoio familiar alargado – tentamos cuidar dos nossos em casa, uma missão que é muito associada às mulheres na família. Por outro lado, somos extremamente dependentes dos hospitais – achamos que lá vamos encontrar os melhores cuidados de saúde”, explica, citada pela UC, Bárbara Gomes, líder do grupo de investigação.

Este “modelo dual” de cuidados – salienta ainda a docente da Faculdade de Medicina de Coimbra – “leva a que se tenha uma das mais altas taxas de morte hospitalar do mundo, sobretudo em idades mais jovens e no cancro. Vivemos num sistema ‘hospitalocêntrico ‘difícil de sustentar no futuro”.

É preciso, por isso, “perceber que os cuidados devem girar em torno dos doentes e das famílias, e não o contrário”, é necessária “uma revolução Copernicana na forma” como se apoiam as “pessoas com doenças avançadas e as suas famílias”, sustenta a investigadora, sublinhando que se impõe “repensar e criar novas soluções”.

Os investigadores alertam ainda para o aumento de longevidade, que prolonga a necessidade de cuidados de meses para anos. “Nas crianças, a idade mediana de morte aumentou de seis meses em 1987 para quatro anos de idade em 2011, devido sobretudo à redução de mortes de recém-nascidos e aumento de mortes na adolescência”, refere a UC.

Ana Lacerda, médica pediatra no Instituto Português de Oncologia em Lisboa, que liderou a análise da mortalidade infantil, afirma que “as crianças com necessidades paliativas estão a viver mais tempo” e que “oito em cada 10 morre em contexto hospitalar, quando o mais provável é que elas e as suas famílias preferissem que a morte ocorresse noutro local”.

Esta tendência, salienta a médica, “só é reversível investindo na criação de serviços de cuidados paliativos pediátricos com forte apoio domiciliário, que acompanhem as crianças e famílias durante toda a sua trajetória de vida”.

Estudo
Uma nova vacina que usa nanopartículas conseguiu oferecer proteção universal contra os vírus da gripe tipo A, anunciaram hoje...

Em estudos realizados com ratos, conseguiram imunidade duradoura que reforça os efeitos das vacinas sazonais, injetando-os com nanopartículas de proteínas que atacam uma parte específica do vírus, como divulga hoje o boletim científico Nature Communications.

"Estamos a tentar desenvolver uma nova vacina que acaba com a necessidade de vacinação anual. Uma vacina universal para a gripe. Não seria preciso mudar o tipo de vacina todos os anos", afirmou o investigador Bao-Zhong Wang, professor no Instituto de Ciências Biomédicas.

As nanopartículas utilizadas visam uma parte da estrutura do vírus, o "caule", que todas as variantes têm, mudando entre si a parte da "cabeça".

As vacinas da gripe têm que ser atualizadas todos os anos para serem eficazes contra os vírus que se preveem como os mais comuns durante a época da doença.

No entanto, nem sempre cumprem as expectativas ou os fabricantes apostam no tipo errado de vírus, como aconteceu em 2009, quando morreram 200.000 pessoas durante os primeiros 12 meses da vigência das vacinas.

O primeiro autor do estudo, Lei Deng, ressalvou que para testar a "proteção a longo prazo, longevidade ou imunidade induzida em humanos", a vacina experimental terá que ser sujeita a mais testes clínicos.

Especialista
Portugal pode tornar-se autossuficiente no transplante de córneas em 2018, disse a presidente do Congresso da Associação...

Segundo a oftalmologista Maria João Quadrado, ainda este ano vai avançar a criação de uma sala de cultura de córneas no Instituto Português do Sangue e Transplantação, que vai permitir "armazenar células durante mais tempo e de certa forma ajudar a programar as intervenções cirúrgicas".

"Estou em crer que ao avançarmos para a sala de culturas vai diminuir substancialmente o número de córneas que importamos do estrangeiro e acho que isso é importante", disse a médica, que é também responsável pelo Banco de Olhos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que participa ativamente no projeto de criação da sala de culturas.

Portugal realiza anualmente cerca de 900 transplantes de córneas e, apesar do grande avanço em termos de transplantação, em 2017 foram importadas 270 córneas, "o que em termos económicos é substancial".

Com a criação de uma sala de cultura de córneas, que "em breve estará em funcionamento", Portugal tem a capacidade de ser autossuficiente, de forma a suprir as necessidades de transplantes a nível nacional e, eventualmente, ceder tecidos para o exterior.

"É uma sala altamente especializada, com requisitos bastante apertados, que ainda não existe em Portugal. É uma mais-valia em termos nacionais que nos coloca ao lado do que melhor se faz a nível mundial em termos de transplantação córnea", salientou Maria João Quadrado.

Frisando que Portugal não está atrasado "de maneira nenhuma" em relação à Europa e ao resto do mundo, a presidente da XXX Reunião Anual da Associação Europeia de Bancos de Olhos explicou que as córneas de cultura permitem um armazenamento "durante mais tempo de maneira a se programar de uma forma mais adequada a cirurgia do doente".

Atualmente, as córneas que estão a ser utilizadas em Portugal são exclusivamente refrigeradas e "têm um tempo curto para serem utilizadas, o que não quer dizer que sejam piores".

Por outro lado, a especialista Maria João Quadrado adianta que a criação da sala de córneas é mais um passo para "melhorar o que de bom se faz no país", que vai também permitir aplicar as últimas técnicas de transplantação corneana de forma "mais rotineira".

A Associação Europeia de Bancos de Olhos abrange 84 bancos de olhos que define critérios de qualidade em tecidos corneanos, "tendo Coimbra e Portugal o privilégio de receber esta reunião, o que também demonstra a importância portuguesa no quadro dos bancos de olhos a nível europeu".

A trigésima reunião anual leva a Coimbra cerca de 250 especialistas provenientes de 25 países, desde os Estados Unidos à Austrália, países com uma "excecional" rede de bancos de olhos, passando pelo Bangladesh, China e Paquistão, onde se localiza a maior "incidência de cegueira corneana mundial".

O congresso vai discutir a relação entre os cirurgiões e os Bancos de Olhos.

Páginas