4 de dezembro - Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
Este ano, como forma de assinalar o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla...

A “Casa da Esclerose Múltipla”, uma iniciativa conjunta com a Merck, foi especialmente desenhada para permitir que pessoas que não têm a doença possam experienciar o impacto dos sintomas nas tarefas da rotina diária e, deste modo, perceber as limitações sentidas pelos doentes.

Assim, será recriada uma sala de estar onde os visitantes são convidados a caminhar de barbatanas sobre um tapete insuflável, o que representa a falta de equilíbrio sentida pelos doentes. Uma poltrona colocada estrategicamente num nível mais baixo que o normal pretende mostrar a dificuldade sentida ao levantar; o “Livro da Alice” em que é difícil sair da primeira página representa a falta de concentração/ memória. No computador, através dum teclado invertido, pretende-se também simular dificuldades cognitivas. Transportar uma caneca artificialmente mais pesada numa bandeja em desequilíbrio simula fadiga ou desequilíbrio, imagens desfocadas que passam na televisão simulam visão dupla e um quadro vortex sugere as tonturas e vertigens experimentadas pelos doentes.

A proposta de criação do Registo Nacional de Doentes com Esclerose Múltipla (EM) prevê a contínua recolha de dados sobre os doentes e a prática clínica, de modo a gerar dados para investigação, trazendo vantagens para os próprios doentes que passam a ter um papel mais ativo na gestão da sua doença, mas também para os cuidadores e decisores na área da saúde e dos recursos que lhe estão afetos.

Segundo Susana Protásio, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) “Este objetivo nacional integra-se num objetivo mais alargado de futuro registo europeu, já recomendado pela European Medicines Agency (EMA) este ano”, acrescentando que “Quer o INFARMED, quer a Administração Central do Sistema de Saúde, têm estado envolvidos neste debate através do European Network for Health Technology Assessment, dispondo também de evidência concreta sobre as vantagens da informação assim reunida em termos de objetividade, veracidade, rapidez de acesso e comparabilidade.”

A Esclerose Múltipla é uma doença crónica que afeta o sistema nervoso central e é a segunda causa de incapacidade de jovens adultos. Em Portugal, estima-se que esta doença afete entre 6.000 a 8.000 pessoas, sendo estas duas vezes mais mulheres do que homens.

O último estudo publicado sobre a carga e o custo da EM na Europa, no qual Portugal participou sob a coordenação da Profª Maria José Sá, e que contou com a colaboração da SPEM, evidenciou o peso que representa, ao longo de muitos anos, em custos com internamentos, tratamento, reabilitação, consultas, perdas de produtividade do próprio e do apoio familiar ou de outros cuidadores informais. O estudo, evidenciou ainda o verdadeiro impacto dos dois sintomas mais transparentes da EM: a fadiga, reportada por 98% dos inquiridos e os problemas cognitivos, reportados por 74%; tal como a importância do diagnóstico precoce1,2.

1 O estudo “New insights into the burden and costs of multiple sclerosis in Europe”, teve como autores Gisela Kobelt, Alan Thompson, Jenny Berg, Mia Gannedahk, Jennifer Eriksson, o MSCOI Study Group e a European Multiple Sclerosis Platform, tendo sido publicado no Multiple Sclerosis Journal, 2017, Vol. 23(8) 1123-1136. O estudo foi coordenado através da European Multiple Sclerosis Platform, tendo contado com o apoio financeiro da Biogen.

2 O estudo “New insights into the burden costs of multiple sclerosis in Europe: Results for Portugal”, teve como autores Maria José Sá, Gisela Kobelt, Jenny Berg, Daniela Capsa, Johan Dalén e a European Multiple Sclerosis Platform, tendo sido publicado no Multiple Sclerosis Journal, 2017, Vol. 23(25) 143-154.

RESPIRA – 10 anos de inspiração
No próximo dia 29 de novembro, pelas 17.30, o auditório da sede da Sociedade Portuguesa de Pneumologia será o palco da...

Contudo, “este livro não é só a comemoração de um aniversário, é essencialmente a homenagem de todos nós à Luísa”, reforça a atual direção da Associação, referindo-se à Dr.ª Luísa Soares Branco, “presidente da RESPIRA desde a sua fundação até 2016, altura em que nos deixou”.

Pequena na estatura física, enorme na dimensão humana, a fundadora e presidente da associação durante os seus primeiros nove anos de vida “em­pregou sempre o seu fôlego para que aos outros nunca faltasse o ar. Ainda que, por vezes, o sentisse fugir-lhe: vivendo com DPOC desde os 48 anos, esta mulher de causas jamais perdeu o ânimo e a ânsia de se bater pela igualdade de oportunidades, os direitos e a jus­tiça de todos e para todos”. É esta a descrição que a atual direção da RESPIRA atribui à Dr.ª Luísa Soares Branco.

Para além da sentida homenagem à antiga presidente da Associação, o livro editado com o apoio da Praxair é ainda constituído por capítulos que recordam como e com que missão nasceu a RESPIRA, os principais marcos e conquistas desta primeira década de existência, as campanhas de sensibilização dirigidas à população e os desafios que o futuro trará.

Criada em fevereiro de 2007, a RESPIRA foi a primeira associação a ocupar um espaço até então em aberto, uma vez que não existia em Portugal “qualquer outro organismo que defendesse os direitos, ouvisse as preocupações e desse voz aos anseios das pessoas que se debatem com doenças crónicas do foro respiratório”.

No balanço deste importante aniversário, não faltam motivos para celebrar. A aquisição de uma sede própria, a criação do site e da página de Facebook, a permanente ligação aos poderes públicos e articulação com o Ministério da Saúde, o estabelecimento de parcerias com outras associações congéneres e instituições representantes da comunidade científica e da indústria, a presença em iniciativas determinantes para o futuro da saúde respiratória em Portugal, a luta pela criação de uma rede nacional de espirometrias, as ações de sensibilização e esclarecimento dirigidas à comunidade são apenas alguns dos principais marcos referidos neste livro.

Para além de tudo isto, durante este período, “Respirámos com Música e Respirámos a Andar, Aprendemos a Viver com DPOC e a Viajar de Avião com Oxigénio, estudámos a Perceção dos doentes sobre a DPOC e colaborámos com a Comissão Nacional para os Cuidados Respiratórios Domiciliários. Fomos a Escolas e Empresas explicar a miúdos e a graúdos o que o tabaco fez às nossas vidas. Estivemos presentes em conferências, colóquios, encontros relacionados com a Saúde Respiratória e sempre que os interesses e direitos das pessoas com DOPC estivessem em causa. E trabalhámos, voluntariamente, infatigavelmente promovendo a saúde respiratória, informando doentes e cuidadores, público e profissionais de saúde do que sabemos e do que precisamos”, sublinha a direção no prefácio do livro que será apresentado no próximo dia 29.

Centro Hospitalar Cova da Beira
Na senda da promoção da saúde e da prevenção da doença, o Centro Hospitalar Cova da Beira tem há vários anos implementado na...

Este projeto de “capacitação em controlo e prevenção do tabagismo” engloba também o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e a Faculdade de Ciências da Saúde – UBI, sendo liderado pelo Instituto Catalão de Oncologia e financiado pela “Global Bridges Health Care Alliance for Tobacco Dependence Treatment”, uma parceria entre a Mayo Clinic e a American Cancer Society.

O projeto em questão prevê a implementação de um programa de formação para a abordagem clínica e aconselhamento do tabagismo, em formato e-learning, a cerca de 400 profissionais de saúde, com a finalidade de os capacitar para a intervenção clínica breve sistemática de cessação tabágica, segundo os moldes: aconselhamento, motivação e encaminhamento para consulta especializada.

Para o efeito serão também disponibilizados, nas áreas de internamento, guias de intervenção clínica, a implementar junto à cabeceira dos doentes e brevemente, no recinto interno e externo do edifício estará patente uma campanha de sensibilização e informação visual, com recurso à utilização de diversos suportes gráficos por forma a demarcar o hospital, como uma instituição 100% livre de fumo de tabaco. Também com o objetivo de eliminar o risco de contaminação do ambiente interior do hospital, serão colocadas no piso junto às entradas do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), barras de sinalização a limitar o espaço a partir do qual não será permitido fumar. As entradas do edifício interior serão monitorizadas por filtros medidores dos níveis de nicotina ambiental.

Empenhado em promover um ambiente saudável para todos, o Conselho de Administração do CHCB sente-se privilegiado por, entre tantos outros hospitais públicos, ter sido selecionado para encabeçar este projeto, um programa desenhado em conformidade com as orientações da OMS, com a legislação nacional e as boas práticas em vigor, emanadas do Plano Nacional de Saúde.

Agência Europeia do Medicamento
O dossier de candidatura do Porto à Agência Europeia do Medicamento dizia que o Infarmed podia colaborar alocando recursos para...

O documento, disponibilizado na página da internet do Conselho Europeu que apresenta a documentação de todas as cidades que se candidataram à sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), nunca é claro quanto à transferência da sede do Infarmed, dizendo que o regulador poderá reforçar a sua colaboração com a agência europeia.

Num excerto de uma entrevista à Antena 1 divulgado hoje, o primeiro-ministro afirmou que a transferência da sede do Infarmed para o Porto já estava decidida e era um dos critérios da candidatura da cidade à EMA.

O dossier de candidatura, refere que "para garantir uma transição efetiva, o Infarmed, o regulador nacional de medicamentos, com uma parceria notável e de longa data com a EMA, terá no local recursos humanos, científicos e técnicos para fortalecer a sua colaboração com a agência".

A candidatura sublinha ainda a estreita relação já existente entre o Infarmed e a EMA, “materializada nas dezenas de trabalhadores portugueses – admitidos através de processos de candidatura internacionais – a trabalhar para a Agência Europeia, muitos em lugar de topo”.

Além de destacar as qualidades da entidade portuguesa reguladora do medicamento, a candidatura sublinha a qualidade dos peritos portugueses e no seu reconhecimento internacional.

“O Infarmed também tem vindo a reforçar, em número e competências, os seus Comités de Peritos para lidar com os processos de avaliação que serão redistribuídos como resultado da saída do Reino Unido da União Europeia, apoiando a continuidade do negócio da EMA e cumprindo os altos padrões de qualidade que a proteção da saúde pública exige”, refere a candidatura portuguesa.

Este reforço da capacidade de avaliação do Infarmed, sublinha o documento, “também se reflete ao nível organizacional”.

“O processo de planeamento e de alocação de recursos visa alcançar, até 2019, a otimização dos tempos de avaliação e um aumento significativo no número de procedimentos que Portugal está apto para avaliar. Para atingir estes objetivos, o governo português investirá 4,8 milhões de euros”

O dossier de candidatura informa que o Infarmed está em processo de revisão do seu estatuto legal e que “o objetivo é fortalecer, afetar e mobilizar as habilidades técnico-cientificas nacionais, a fim de garantir uma participação decisiva e ativa na avaliação de medicamentos, com especial foco em produtos inovadores, dando a autoridade nacional os recurso humanos, científicos e técnicos necessários para esta tarefa”.

“Esta alteração levará a um aumento da sua eficiência no que se refere à participação no sistema regulatório europeu sob a égide da EMA e da Comissão Europeia”, acrescenta, sem nunca clarificar o que significa a colaboração através da alocação de recursos nem mencionar a possibilidade de transferência da sede do Infarmed para o Porto.

O anúncio da transferência da sede da autoridade do medicamento para o Porto, na terça-feira, apanhou os trabalhadores do Infarmed de surpresa e, num plenário realizado na quarta-feira os funcionários mostraram o seu desagrado relativamente a esta possibilidade, com a quase totalidade (92%) a manifestar-se indisponível para esta mudança.

Entretanto, a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) já veio dizer que os trabalhadores do Infarmed não podem ser obrigados a mudar-se para o Porto e que os que aceitarem fazê-lo têm direito a receber dinheiro pelas despesas de deslocação.

A lei só permite mobilidade obrigatória até aos 60 quilómetros. A mudança para distâncias superiores, como seria o caso do Porto, só pode ser feita com o acordo dos trabalhadores.

Em declarações na quinta-feira à imprensa, o especialista em legislação laboral Garcia Pereira afirmou que "só com acordo dos trabalhadores esta mudança se pode concretizar" e citou a lei geral do trabalho em funções públicas, segundo a qual a "imposição da mobilidade a mais de 60 quilómetros só é admissível se forem cumpridos um conjunto de requisitos cumulativos, entre os quais, a natureza temporária dessa mobilidade com o prazo máximo de um ano".

De acordo com Garcia Pereira, "não há fundamento legal para uma mudança com caráter permanente e definitivo e nenhum trabalhador pode ser forçado".

O especialista alertou ainda que, com a recusa dos trabalhadores, "o Estado está obrigado a manter-lhes o vínculo laboral e salarial, mesmo que fiquem sem funções em Lisboa".

Também na quinta-feira, o Governo veio assegurar que a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto será feita com o "devido cuidado" e "acautelando os direitos dos trabalhadores" envolvidos.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, garantiu que os direitos dos trabalhadores serão “absolutamente salvaguardados...

Questionado pelos jornalistas sobre a decisão que tem a oposição de quase todos os trabalhadores da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), o ministro afirmou que nas decisões políticas o Governo “tem em conta aquilo que são os interesses legítimos dos trabalhadores”.

“Eles serão absolutamente salvaguardados”, afirmou, à margem da posse do novo presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Francisco George.

“Naturalmente que agora há um tempo para avaliação, para estudo, e sobretudo uma mensagem de tranquilidade”, disse o ministro.

Na quarta-feira o coordenador da Comissão de Trabalhadores do Infarmed, Rui Spínola, disse que a quase totalidade dos funcionários do Infarmed não concorda com a transferência da instituição para o Porto e 92% dizem estar indisponíveis para a mudança.

Na terça-feira o ministro da Saúde anunciou que a sede do Infarmed vai ser mudada de Lisboa para o Porto, a partir de 01 de janeiro de 2019.

Em Lisboa
A Cruz Vermelha Portuguesa vai criar no centro de Lisboa uma unidade de apoio a doentes crónicos, com 90 quartos e 160 camas,...

Ex-diretor-geral da Saúde, Francisco George tomou ontem posse como 24.º presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro e na presença dos ministros da Saúde, da Defesa e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, entre dezenas de convidados.

E foi dirigindo-se ao ministro do Trabalho, Vieira da Silva, que Francisco George afirmou: “vamos ter que decidir rapidamente, vamos ter que arrancar com ele (o centro), nem mais uma semana parado”, explicando que a estrutura está pronta.

Num longo discurso o novo presidente da Cruz Vermelha falou das novas prioridades da instituição, das próximas iniciativas e até da história da Cruz Vermelha.

E disse também que iria reativar a juventude da CVP, que terá um primeiro congresso em fevereiro, e que a instituição está disponível para concentrar meios de socorro complementares com a criação de dois centros operacionais em Coimbra e Beja.

“Já encomendámos novas tendas de campanha hospitalares”, e “podemos aumentar, em caso de necessidade, os equipamentos de socorro normalizados”, disse Francisco George.

Até ao fim do ano disse esperar ter já uma unidade para tornar potável para consumo humano a água imprópria, referindo-se também à já anunciada criação de “equipamentos sociais intergeracionais”.

A CVP vai também, afirmou, criar programas de “elevação social”, para apoiar através de microcrédito pessoas que “têm capacidade” mas que não têm meios para atingir essa “elevação social”.

Com a divulgação das contas bancárias da CVP Francisco George espera credibilizar a instituição, e espera também mais donativos e aumentar as taxas de execução.

“Estou aqui por vontade própria, estou aqui sem agenda, para apoiar a construção de mais solidariedade”, concluiu Francisco George, aplaudido pelos presentes e elogiado pelo primeiro-ministro, António Costa, que também elogiou Luís Barbosa o anterior presidente da CVP.

Após rutura de fármacos
O Governo dos Açores anunciou ontem ter formalizado a criação de um gabinete de gestão do medicamento e dos assuntos...

“Do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com a Ordem dos Farmacêuticos (…), já formalizámos a criação de um gabinete de gestão do medicamento e dos assuntos farmacêuticos na Saudaçor [Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos da Saúde dos Açores]”, afirmou o secretário regional da Saúde, Rui Luís, após ser ouvido na Comissão Permanente de Assuntos Sociais do parlamento regional, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel.

Segundo Rui Luís, a Saudaçor terá “a coordenação dos serviços farmacêuticos dos cuidados de saúde primários”.

“Ou seja, vamos de uma forma centralizada, à semelhança do que existe a nível nacional, criar um serviço central para lidar com as questões farmacêuticas dos cuidados de saúde primários”, explicou o governante.

Em outubro foi noticiado que no centro de saúde da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, foram detetadas ruturas no fornecimento de fármacos a doentes institucionalizados.

Então, a Ordem dos Enfermeiros nos Açores anunciou a apresentação de uma queixa ao Procurador da República contra a Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, devido às "sucessivas e continuadas" ruturas no fornecimento de medicamentos aos doentes daquela unidade de saúde.

A queixa é justificada com o facto de a Ordem dos Enfermeiros ter denunciado o caso junto da administração da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, que alegadamente não terá feito nada para resolver o problema, e também junto da tutela, que terá garantido que o problema já se encontrava ultrapassado.

Rui Luís adiantou hoje que o novo gabinete tem como objetivos “uniformizar os procedimentos e a gestão do circuito do medicamento, dos produtos farmacêuticos e outros dispositivos médicos”, assim como “implementar e monitorizar a política do medicamento nos cuidados de saúde primários” e “proceder à elaboração de protocolos terapêuticos para que sejam similares a todas as unidades de ilha”.

Já o PSD, partido que requereu a audição do governante, pela voz do deputado Luís Maurício, declarou que a rutura de medicamentos “não é nova”, apontando um relatório de dezembro de 2016 da Inspeção Regional da Administração Pública que dá conta da mesma situação noutros centros de saúde da ilha.

“Achamos muito estranho que o sr. secretário regional não tenha conhecimento do relatório, onde vinha recomendada, dada a gravidade dos assuntos descritos, que ia ser enviado à Inspeção Regional de Saúde”, afirmou Luís Maurício, considerando que “sendo um assunto já antigo houve uma falta por omissão de atuação por parte da tutela”.

Para o parlamentar, “esta tutela reage de forma reativa, não atua de forma proativa, não sabe prevenir a ocorrência dos problemas, nomeadamente da falta de medicamentos”.

A comissão ouviu também ontem os responsáveis nos Açores das ordens dos Médicos e dos Enfermeiros.

Ministro da Administração Interna
O ministro da Administração Interna disse que o novo reforço criado pela União Europeia em matéria de proteção civil “dá...

Em conferência de imprensa sobre o reforço dos meios do Mecanismo Europeu de Proteção Civil ontem anunciado pela Comissão Europeia, Eduardo Cabrita sublinhou que o Governo português “vê com grande satisfação” esta nova resposta, considerando que “é mais uma prova de solidariedade entre os Estados-membros” e “determinante para a consolidação de uma Europa que protege e defende os seus cidadãos e património”.

“Saudamos de uma forma muito especial o presidente [da Comissão Europeia] Jean-Claude Junker por esta iniciativa, que dá resposta às necessidades identificadas por Portugal”, disse, adiantando que estas medidas estão em “plena sintonia” com o que foi aprovada pelo Conselho de Ministros extraordinário de 21 de outubro no que toca a aproximar a prevenção e o combate de incêndios.

A Comissão Europeia anunciou ontem a criação de uma reserva de meios próprios de Proteção Civil, como aviões de combate a incêndios, hospitais de campanha e bombas de água, entre outros meios técnicos, para fazer face a catástrofes, como os fogos em Portugal.

Além da criação de capacidades próprias, que serão geridas pela Comissão Europeia para “complementar os recursos nacionais”, o executivo comunitário propõe-se ajudar os Estados-Membros a reforçarem as respetivas capacidades nacionais, financiando a adaptação, a reparação, o transporte e os custos operacionais dos recursos dos mesmos.

“Esta nova resposta vem complementar os dispositivos operacionais de cada Estado-membro, fortalecendo e impulsionando a capacidade da Europa em enfrentar e responder de forma eficaz aos desastres naturais. Estamos a falar, por um lado, da criação de um sistema de socorro a nível europeu para melhorar a resposta disponível na União Europeia e de investimento nas áreas de prevenção e resposta operacional face a situações de catástrofe”, explicou Eduardo Cabrita.

Sublinhando que Portugal é apontado pela Comissão Europeia como um dos países “significativamente afetado por fenómenos extremos”, nomeadamente por incêndios florestais, o ministro avançou que esta nova proposta inclui também um conjunto de novos apoios, como o cofinanciamento até 75% da melhoria de resposta operacional de cada país.

O governante disse que também está previsto a criação de uma bolsa de peritos a nível europeu para dar suporte técnico aos Estados-membros.

O ministro afirmou que este mecanismo tem uma dotação global, até 2020, de 280 milhões de euros, sendo cerca de 230 milhões de euros para a criação da estrutura que “não existia” na UE e 50 milhões de euros "para medidas de prevenção e preparação para ocorrer a incêndios florestais e outros incidentes de proteção civil", além do financiamento de meios nacionais que vão ser colocados à disposição desta estrutura europeia.

Eduardo Cabrita avançou ainda que, no início de dezembro, vai ter um encontro com o comissário europeu da proteção civil para encontrarem “a melhor forma de Portugal se integrar e participar ativamente neste reforço” no âmbito do novo Mecanismo Europeu.

“Iremos discutir a forma de beneficiar, quer no pilar no mecanismo de apoio, quer no pilar da prevenção destes novos programas, quer a possibilidade de Portugal participar no esforço europeu”, explicou.

De acordo com o ministro, a montagem do mecanismo em termos operacionais vai ser feita a partir de agora para que os meios passam a estar à disposição de todos os países da União Europeia, que vão poder “solicitar a sua intervenção complementar quando se verifiquem ocorrências significativas”, como incêndios, sismos, inundações, furacões ou epidemias.

Esta medida foi aprovada pela Comissão Europeia num prazo de pouco mais de mês, depois dos incêndios de 15 de outubro registados em Portugal.

Instituto Nacional Ricardo Jorge
A Organização Mundial de Saúde renovou a acreditação de um laboratório do Instituto Nacional Ricardo Jorge para o vírus da...

A renovação da acreditação foi atribuída ao Laboratório Nacional de Referência de Doenças Evitáveis pela Vacinação.

Este laboratório volta a estar certificado como laboratório nacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o vírus da poliomielite.

A avaliação das condições de funcionamento do laboratório, e as metodologias de diagnóstico usadas, é feita anualmente pela OMS, que tem uma rede europeia de laboratórios para a poliomielite, no quadro dos planos de ação europeus para a erradicação da doença.

Serviço SOS Pessoa Idosa
As mulheres representam mais de dois terços dos casos de idosos vítimas de violência registados pelo Serviço SOS Pessoa Idosa...

As mulheres são vítimas em 71% dos 410 processos internos abertos desde 21 de maio de 2014, uma percentagem que tem vindo a subir todos os anos.

Em 2015, as mulheres representavam 46% dos casos de idosos vítimas de violência, número que subiu para 64% em 2016 e que em 2017 já atingiu 74%.

Também o número global de denúncias à Linha SOS Pessoa Idosa tem registado um "crescimento pronunciado", garante o Serviço da Fundação, numa nota divulgada hoje a propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que será assinalado no sábado, 25 de novembro.

Esta data foi consagrada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1999, com o propósito de alertar e sensibilizar a sociedade para a necessidade de "prevenir e erradicar toda e qualquer forma de violência que vitimiza as mulheres pelo mundo fora".

Em 2015, registaram-se através da Linha SOS Pessoa Idosa 146 apelos que conduziram a 71 processos, em 2016, surgiram 173 denúncias e 152 processos, e, já este ano, de 01 de janeiro até ao dia 01 de novembro, contabilizam-se 215 pedidos de ajuda, que se concretizaram na abertura de 191 processos internos.

"Enredadas na sua fragilidade e crescente dependência, as pessoas idosas são frequentemente vítimas de teias complexas de relações de poder familiares, de delapidação, apropriação ou disputa de bens, controlo financeiro, agressões verbais, abuso sexual e atos violentos contra a sua integridade física. Perpetrada pelo cônjuge ou, na maioria dos casos, por descendentes diretos, os próprios filhos, as mulheres idosas constituem a maioria das vítimas de violência", refere o Serviço SOS.

A instituição considera que "estes são dados alarmantes", ainda mais por serem "percecionados pelo trabalho realizado diariamente" pela Fundação.

"Impõe-se a necessidade de atuar de forma articulada para a redução do sentimento de insegurança e para a diminuição dos índices de violência que atingem especificamente este grupo de risco", afirma Fátima Mota, responsável pelo Serviço e assessora da Área Social da Fundação Bissaya Barreto.

Centro oncológico
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro insistiu hoje na necessidade de um novo acelerador linear para aumentar os...

Este novo equipamento, reivindicado há muito para o centro oncológico de Vila Real, foi um dos temas dominantes da segunda edição das Jornadas de Saúde, que arrancou hoje, em Vila Real, e é subordinada ao tema “Oncologia no Interior”.

“A oncologia tem uma componente muito forte de radioncologia e, por isso, temos que continuar a insistir no acelerador linear porque o nosso equipamento está no limite da sua capacidade”, afirmou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), João Oliveira.

O responsável sustentou que é preciso “aumentar a oferta para os doentes” e “fazer alguns tratamentos que o atual acelerador não tem capacidade”.

“Faz sentido este novo acelerador e, portanto, é uma insistência permanente”, frisou.

Em maio, durante uma deslocação a Vila Real, o ministro da Saúde anunciou a aquisição deste novo equipamento para reforçar a unidade de radioterapia do centro oncológico do CHTMAD, um investimento que poderá rondar os cinco milhões de euros e vai permitir introduzir novas técnicas de tratamento.

“Há boas indicações e boas notas da tutela, mas também percebemos que nem sempre as coisas são rápidas como gostaríamos que fossem”, referiu o responsável.

É precisa uma autorização conjunta dos ministérios da Saúde e Finanças para a aquisição deste novo equipamento.

O centro oncológico, que abriu em 2008, precisa também de mais especialistas da área e ainda obras de ampliação do atual edifício.

Esta unidade já ajudou a evitar deslocações para tratamentos no Porto. Neste momento está a ir mais longe com a ida dos especialistas de Vila Real para realizar tratamentos no Hospital de Macedo de Cavaleiros, no âmbito de um protocolo assinado com a Unidade Local de Saúde do Nordeste.

Mas o objetivo, segundo João Oliveira, é também fazer os tratamentos nas unidades hospitalares que integram o CHTMAD, nomeadamente Chaves e Lamego, um projeto que só será possível com reforço da equipa.

Em 2016, foram realizados 8.000 tratamentos no centro oncológico. Até ao final de 2017, prevê-se que sejam atingidos os 12.000 tratamentos, juntando os números de Vila Real e de Macedo de Cavaleiros.

Em Trás-os-Montes e Alto Douro, região onde as doenças oncológicas são a segunda maior causa de morte a seguir às doenças cardiovasculares, os principais cancros detetados são os relacionados com o foro digestivo (intestino e gástrico), seguidos dos da mama e próstata.

O CHTMAD lidera também uma candidatura, já submetida ao Horizonte 2020 - Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação, para desenvolver um projeto de investigação na área da hospitalização domiciliária.

Este projeto conta com a parceria da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), de uma universidade de Viena (Áustria) e um hospital de Valência (Espanha).

Este hospital espanhol tem cerca de 300 camas de hospitalização domiciliária, uma experiência que o CHTMAD quer estudar para depois, quando for viável, implementar em Vila Real.

“Doentes com determinadas patologias necessitam de internamento e, em vez de estarem internados num hospital, estão internados em casa. Têm telemonitorização (monitorização remota) e acompanhamento médico e de enfermagem em casa”, explicou Telma Correia, gestora do CHTMAD.

A responsável destacou, como vantagens, o conforto do doente e também a diminuição dos índices de infeção hospitalar.

Governo
O Governo assegurou hoje que a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto será feita com o "devido cuidado" e ...

"Essa situação será feita com o devido cuidado, acautelando os direitos dos trabalhadores e com o devido tempo para que possa acontecer", garantiu a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques.

De todo o modo, sublinhou a governante em conferência de imprensa, a situação não foi abordada na reunião de hoje do Conselho de Ministros.

O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) disse hoje também que os trabalhadores do Infarmed não podem ser obrigados a mudar-se para o Porto e que os que aceitarem fazê-lo têm direito a receber dinheiro pelas despesas de deslocação.

"Nenhum trabalhador poderá ser obrigado a ir para o Porto se não quiser. Para ser deslocado para 300 quilómetros tem de merecer o seu acordo", disse José Abraão, dirigente da FESAP (ligada à UGT), em conferência de imprensa.

O Infarmed - Agência Nacional do Medicamento tem 350 trabalhadores, mais cerca de 100 colaboradores externos.

O ministro da Saúde anunciou, na terça-feira, que a sede da autoridade nacional do medicamento vai ser mudada de Lisboa para o Porto, uma mudança a ocorrer a partir de 01 de janeiro de 2019.

Na Finlândia
Uma das maiores empresas de produtos alimentares da Finlândia vai começar a vender pão de insetos, no qual grilos comuns são...

Markus Hellstrom, chefe da divisão de padaria do grupo Fazer, anunciou hoje que cada pão vai conter cerca de 70 grilos comuns, moídos até ficarem em pó.

"Os finlandeses são conhecidos pela sua disposição para experimentarem coisas novas", disse o responsável da Fazer. Hellstrom acrescentou que uma sondagem da empresa indicou os principais critérios dos consumidores para o pão: "gosto bom" e "frescura".

Outras sondagens recentes nos países nórdicos indicam que "os finlandeses têm uma atitude muito positiva em relação aos insetos", disse Juhani Sibakov, chefe da divisão de inovação da Finlândia da Fazer Bakery.

"Fizemos a massa estaladiça para intensificar o sabor. O resultado é delicioso e nutritivo", salientou Juhani Sibakov.

O Fazer Sirkkaleipa (Pão de Grilo da Fazer, em finlandês) "é uma boa fonte de proteína e os insetos também contêm ácidos gordos, cálcio, ferro e vitamina B12".

"A Humanidade precisa de fontes de nutrição novas e sustentáveis", declarou Sibakov, enquanto Hellstrom salientou que a legislação finlandesa foi alterada a 01 de novembro, para permitir a comercialização de alimentos com insetos.

A primeira fornada de pão de grilo estará à venda nas principais cidades finlandesas na sexta-feira. A empresa explicou que, por enquanto, não há farinha de grilo suficiente para vender o pão a nível nacional, mas que o objetivo é o de ter este tipo de pão à venda em 47 padarias na Finlândia.

Na Suíça, a cadeia de supermercados Coop começou a vender hambúrgueres e almôndegas feitas com insetos em setembro. Também se pode encontrar alimentos com insetos nas prateleiras dos supermercados na Bélgica, Reino Unido, Dinamarca e na Holanda.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) tem vindo a promover o uso de insetos como fonte de alimentação humana, afirmando que é saudável e rica em proteínas e minerais. A agência afirma que muitos insetos produzem menos gases com efeitos de estufa e amónio do que a maioria dos atuais animais para abate - como por exemplo o gado bovino, que emite metano - além de que exigem um menor uso de terra e são mais baratos de produzir.

União Europeia
Portugal tem de melhorar a medicina dentária, a saúde mental e os cuidados paliativos e atender à “escassez de médicos de...

“Apesar do sucesso inicial das medidas aplicadas em termos de redução de custos e de aumento da eficiência, subsistem vários desafios, nomeadamente a aplicação de medidas eficazes de garantia da sustentabilidade financeira, acompanhada da melhoria das áreas de prestação deficitárias, como os cuidados de medicina dentária, a saúde mental e os cuidados paliativos”, lê-se nas conclusões da avaliação a Portugal.

Portugal tem uma taxa de vacinação elevada e uma das mais baixas taxas padronizadas por idade e por sexo por 100.000 habitantes de internamentos evitáveis devido a asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e insuficiência cardíaca congestiva – cerca de 300, estando a média da União Europeia acima dos 600.

Nos últimos dez anos, sustentou o perfil da saúde em Portugal, “houve várias tentativas para melhorar a integração dos cuidados de saúde primários. Porém, verifica-se uma escassez de médicos de família, situação que poderá agravar-se no futuro com a aposentação dos médicos de família atualmente em funções. A motivação e a retenção dos profissionais de saúde, em especial dos enfermeiros, representam um importante desafio”.

Bruxelas concluiu ainda que “o Serviço Nacional de Saúde cobre toda a população com a prestação de todos os cuidados exceto os de medicina dentária, mas, devido às disparidades geográficas, existem desigualdades no acesso aos cuidados de saúde”.

O ‘diagnóstico’ apontou também que, apesar de “menos de metade dos cidadãos portugueses” dizerem gozar de boa saúde, “a esperança de vida à nascença aumentou mais de quatro anos desde 2000 e é superior à média da UE”.

Em Portugal, as taxas de mortalidade relativas às causas de morte mais comuns (doenças cardiovasculares e certos tipos de cancro) têm vindo a diminuir, enquanto aumentaram o número de mortes por diabetes.

“Também as taxas de tabagismo e de consumo esporádico excessivo de álcool estão muito abaixo das médias da UE, mas o crescimento das taxas de obesidade e de inatividade física constitui um dos principais desafios para a saúde da população”, notou ainda a Comissão Europeia.

Bactéria já infetou 56 pessoas
A Direção-Geral da Saúde diagnosticou mais dois casos de ‘legionella’ ligados ao surto no Hospital São Francisco Xavier, em...

De acordo com um comunicado da Direção-Geral da Saúde (DGS), os dois doentes, diagnosticados na passada segunda-feira, iniciaram sintomas a 13 e 16 de novembro.

“Estes doentes foram alvo de investigação epidemiológica para apurar toda a evolução da doença. Por este motivo, estiveram anteriormente classificados ‘em investigação’”, refere o comunicado da DGS.

As autoridades consideram que “estes dois casos não significam o recrudescimento do surto” pois referem-se a doentes “cuja exposição à fonte de infeção foi anterior à tomada de medidas que interromperam a emissão de aerossóis”.

“Tendo em conta que a fonte emissora de aerossóis do Hospital de São Francisco Xavier foi encerrada no dia 04 de novembro, considera-se que estes casos se encontram ainda no período de incubação descrito na literatura médica, que pode ultrapassar os 10 dias”, explica a DGS.

“Poderão surgir casos isolados com eventual ligação a este surto. Estes eventuais casos, sempre excecionais, terão de aguardar por resultados analíticos para poder tirar-se conclusões", acrescenta.

Os dois doentes, com idades superiores a 80 anos, com historial de doença crónica grave e fatores de risco, encontram-se internados em enfermaria, um no Hospital de São Francisco Xavier e outro no Hospital Egas Moniz, com situação clínica estável.

O surto de ‘legionella’ no Hospital São Francisco Xavier infetou pelo menos 56 pessoas com a Doença dos Legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia.

Das pessoas infetadas com a doença, todos com doença crónica e/ou fatores de risco, dois continuam internados nos cuidados intensivos e 14 na enfermaria. A maioria dos doentes (68%) têm idade igual ou superior a 70 anos.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos considera que 15 minutos de consulta nos centros de saúde é um tempo “relativamente curto” nas atuais...

O bastonário Miguel Guimarães admite que os tempos padrão de consulta a definir para a medicina geral e familiar sejam superiores a 15 minutos, podendo rondar os 20 minutos.

Contudo, o representante dos médicos ressalva que esta definição cabe ao colégio de especialidade de medicina geral e familiar, que, tal como os outros colégios da Ordem, está a definir os tempos de intervalo a que devem ser marcadas as consultas das várias especialidades.

Segundo um estudo internacional, as consultas nos centros de saúde portugueses duram em média 15 minutos, o que torna Portugal num dos 10 países que mais tempo disponibiliza nas consultas de medicina familiar.

Portugal surge com uma duração média de 15,9 minutos.

“Não sendo um tempo muito reduzido comparado com os outros, é um tempo que nas atuais circunstancias é relativamente curto para a função que os médicos de família têm de ter se cumprirem o que são os seus objetivos fundamentais”, afirmou o bastonário dos Médicos.

Miguel Guimarães frisa que as avaliações comparativas entre os vários países deviam ter em conta a diferença da forma como se fazem as consultas de medicina geral e familiar.

Há, por exemplo, países em que as consultas têm apoio efetivo de outros profissionais de saúde dentro da própria consulta.

O bastonário lembra ainda que em Portugal há “muito trabalho burocrático” que é feito pelos médicos, além de alertar para a complexidade dos sistemas informáticos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Melhorar a relação entre médicos e doentes é uma das principais bandeiras do bastonário dos Médicos, que já determinou que vão ser definidos tempos padrões de consultas, para que o intervalo de marcação entre as várias consultas seja mais adequado.

Cada colégio da especialidade vai definir os tempos que considera adequados e a Ordem espera ter esse trabalho pronto em janeiro do próximo ano, dentro de menos de três meses.

O bastonário Miguel Guimarães admite que os tempos padrão de consultas partem de uma base mínima de 15 minutos e que poderão vir a ser agrupados por três ou quatro tempos que integrem várias especialidades.

Psiquiatria, medicina interna e neurologia devem vir a ser as especialidades com tempos padrão mais alargados.

Atualmente, os hospitais marcam consultas de 15 em 15 ou de 10 em 10 minutos, mas o bastonário reconhece que há serviços e unidades que permitem marcar mais do que um doente para a mesma hora.

Estudo
As consultas nos centros de saúde portugueses duram em média 15 minutos, o que torna Portugal um dos 10 países que mais tempo...

Um estudo internacional sobre a duração média das consultas de cuidados de saúde primários concluiu que Portugal está em 10.º lugar numa avaliação a 67 países quanto ao tempo médio nas consultas.

Portugal surge com uma duração média de 15,9 minutos.

O estudo foi divulgado na revista “British Medical Journal Open”, sendo uma das autoras a investigadora portuguesa Ana Luísa Neves, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e do Imperial College London.

Segundo explicou, foram analisados dados de 67 países, tendo-se concluído que em 15 desses países, que representam 50% da população mundial, a duração média de uma consulta de cuidados primários é inferior a cinco minutos.

Ao todo, são mais de 30 os países com consultas com médias inferiores a 10 minutos.

A Suécia surge como o país que mais tempo médio dedica a estas consultas, com 22,5 minutos, enquanto no extremo oposto está o Bangladesh, com uma duração média de 48 segundos.

À frente dos tempos praticados em Portugal surgem, além da líder Suécia, os Estados Unidos, a Bulgária, a Noruega, a Finlândia, a Rússia, a Suíça, a França e o Canadá.

Espanha surge com pouco mais de 13 minutos de duração média nas consultas de medicina geral e familiar, enquanto no Reino Unido não chegam a 10 minutos.

Ana Luís Neves explica que não há um consenso sobre a duração ideal de uma consulta nos cuidados primários, indicando que muito depende do tipo de população ou doente que está perante um médico, entrando aqui fatores como a idade ou a existência ou não de doenças crónicas.

Os investigadores do estudo referem que as consultas com tempos mais curtos são associadas a piores resultados em saúde e colocam os médicos em maior risco de ‘burnout’ (cansaço extremo).

A investigação também permitiu evidenciar uma relação entre as consultas mais curtas e o uso excessivo de antibióticos.

Observatório
As doenças respiratórias matam cada vez mais em Portugal, tendo ultrapassado as 22 mil mortes em 2015, mas são menos de 2% os...

Os dados constam da 12º edição do Relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR), hoje divulgado em Lisboa, que indica que em 2015 morreram 22.767 pessoas, o que representa um aumento de 24% em relação a 2006.

O cenário traçado no relatório mostra um aumento de mortes mas também de internamentos (115.828 pessoas internadas em 2015) e mais episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica (aumentaram 167% desde 2006).

Apesar desta realidade, o estudo sublinha que são menos de 2% os doentes com indicação para reabilitação respiratória que conseguem ser tratados nos poucos centros de reabilitação existentes em Portugal.

Os 25 centros de Reabilitação Respiratória em Portugal continental tratam menos de 3.000 pessoas com doenças respiratórias por ano, o que representa menos de 2% dos doentes com indicação para reabilitação respiratória, o que leva o relatório a falar em “inexistência de programas de reabilitação respiratória”.

Para o presidente do ONDR, José Alves, “estes dados demonstram que os pacientes e a comunidade médica ainda não estão sensibilizados para a importância da reabilitação respiratória e para os resultados muito significativos que dela se conseguem”.

Entre os fatores que mais preocupações deixam aos profissionais está o envelhecimento da população - Portugal encontra-se no restrito grupo de países do mundo com uma esperança média de vida de 80 ou mais anos – a existência de doentes com problemas de saúde associados, e o facto de muitas pessoas continuarem a não fazer a vacina da gripe.

O pneumologista que assumiu a presidência do observatório reconhece que “há muito a melhorar, a todos os níveis, na classe médica, nos profissionais ligados à saúde, nas metodologias definidas e a definir, na forma de as implantar, no relacionamento das instituições, na forma como se pensam a elas próprias, como se relacionam com a tutela e na forma como a tutela se relaciona com todos. Há muito a melhorar na uniformização e na equidade da prestação dos serviços, tratamentos e atos médicos na área da saúde respiratória”.

Observatório
As doenças respiratórias foram responsáveis pela morte de mais de 22 mil pessoas em Portugal, em 2015, um aumento de 24% em...

Em Portugal, as doenças do sistema respiratório continuam a ser a terceira causa de morte e há cada vez mais casos: em 2015 morreram 22.767 pessoas, o que representa um aumento de 4.392 óbitos em relação a 2006.

O cenário traçado no relatório é dramático, com o aumento de mortes, mais internamentos (115.828 pessoas internadas em 2015) e mais episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica (aumentaram 167% desde 2006).

Nas causas do óbito daquelas 22 mil pessoas aparecem neoplasias, insuficiência respiratória, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e asma brônquica, enumera a 12.ª edição do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) 2017, hoje divulgado em Lisboa.

Mas a pneumonia continua a ser a principal causa de morte por doença respiratória em Portugal: cerca de 55 mil mortes por 100 mil habitantes, um valor muito acima da média europeia, que ronda as 25 mil mortes.

Olhando para o mapa de Portugal, Beja, Setúbal, Portalegre, Santarém e Faro são os distritos onde mais se morre de pneumonia.

Em nove anos, as mortes por pneumonia aumentaram e, só em 2015, registaram-se 43.199 internamentos, o que representa 37% dos internamentos por doença respiratória.

No total, em 2015, foram internadas 115.828 pessoas devido a doenças respiratórias, sendo as pneumonias e insuficiências respiratórias as principais causas de internamento.

O relatório regista um aumento de 15% de internamentos em relação a 2010 e de mais 35% em relação a 2006.

No mesmo sentido, os episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica mais do que duplicaram (aumentaram 167%) em relação a 2006.

A doença que apresenta aumentos mais preocupantes é a insuficiência respiratória: mais 71% de mortes entre 2006 e 2015 e 160% de internamentos com ventilação mecânica, segundo os dados avançados no relatório.

O número de internamentos por pneumonia, insuficiência respiratória, DPOC, neoplasias, asma, pleura, tuberculose, bronquiectasias e gripe também aumentou 35% entre 2006 e 2015.

O Relatório ONDR 2017 propõe ainda várias medidas à promoção da saúde e prevenção nas doenças respiratórias, alertando para a importância do diagnóstico precoce, de melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde, nomeadamente à Reabilitação Respiratória, da vacinação e da promoção de informação.

Doença de causa desconhecida
O vitiligo é uma despigmentação da pele localizada ou difusa, caracterizada por manchas de pele bran
Mãos com vitiligo

O vitiligo é uma doença de pele que se caracteriza pela presença de manchas acrómicas (sem pigmentação) na pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos, as células responsáveis pela formação da melanina, substância que dá cor à pele.

Isto traduz-se no aparecimento de manchas brancas, que são mais visíveis quanto mais escura for a pele. Trata-se de uma doença com causa desconhecida, mas as investigações apontam para uma associação a fenómenos auto-imunes, para além de uma correlação com alterações ou traumas emocionais que podem actuar como factores de desencadeamento ou agravação da doença.

A doença pode surgir em qualquer idade, embora seja mais frequente no adulto jovem. Segundo os dados conhecidos afecta cerca de um por cento da população mundial, mas não é uma doença contagiosa. Em cerca de um terço dos casos observa-se uma incidência familiar. A evolução do vitiligo é extremamente variável, quer quanto à idade, número de lesões e progressão. Ou seja, não há como prever a evolução da doença, que pode permanecer estável durante anos, voltar a desenvolver-se ou regredir espontaneamente.

As localizações mais frequentes são os contornos dos orifícios naturais, dorso das mãos, extremidades dos dedos e os locais submetidos a atrito prolongado, por exemplo os cotovelos. É frequente a associação do vitiligo com doenças da tiróide, queda de cabelo localizada, diabetes e melanoma maligno.

Por outro lado, o vitiligo é frequentemente confundido com outras doenças da pele e surgir em consequência de inflamações como no eczema atópico e na pitiríase alba, ou sucederem a infecções fúngicas como na pitiríase versicolor.

Sintomas do vitiligo

O vitiligo apresenta-se sob a forma de manchas brancas típicas da total ausência de pigmento. Têm limites bem definidos e podem apresentar um fino halo de pele mais escura ao seu redor. As lesões não apresentam quaisquer sintomas.

O vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos.

Apesar do vitiligo não causar nenhum prejuízo à saúde física, as alterações estéticas muitas vezes causam distúrbios psicológicos que podem prejudicar o convívio social. O grau de comprometimento emocional pode acabar por interferir negativamente na evolução da doença. Por isso, quando necessário, o acompanhamento psicológico dos doentes em tratamento pode ser fundamental para um bom resultado.

Tratamento do vitiligo

O vitiligo é uma doença que tem tratamento, mas este é demorado e exige paciência. Até porque a doença apresenta-se de forma e intensidade variada em cada doente. Assim, o tratamento indicado pelo dermatologista deve ser individualizado, de acordo com cada caso. Isto porque, medicamentos que exercem óptimos resultados em alguns doentes podem não ter efeito algum em outros.

O tratamento visa corrigir as alterações imunes que se pensa serem responsáveis pelo processo de despigmentação ou estimular os melanócitos presentes nas lesões a produzirem a melanina. São actualmente usadas terapêuticas medicamentosas e em alguns casos cirúrgicas. Este último tipo de tratamento pode ser bastante eficaz nos casos de vitiligo estável (quando não surgem novas lesões e as existentes não aumentam de tamanho), fazendo-se uma transferência de melanócitos obtidos em áreas de pele saudável para a área afectada. Uma vez incorporados ao tecido estes iniciam a produção de melanina repigmentando a lesão. Os resultados dos tratamento são variáveis, mas a sua eficácia, habitualmente, não ultrapassa os 75% de repigmentação.

A clarificação do mecanismos fisiopatológicos da doença pode possibilitar o desenvolvimento de fármacos que impeçam o processo de despigmentação, tornando o vitiligo uma doença potencialmente reversível. A repigmentação poderá, então, ser mais facilmente alcançada através da combinação de métodos médicos e cirúrgicos.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

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