Movimento Doentes pela Vacinação
A comparticipação do Estado da vacina que previne as doenças provocadas pela bactéria 'pneumococo' subiu de 15% para...

Esta vacina, que previne doenças como a pneumonia, a meningite, a otite e a septicemia, é gratuita para todas as crianças nascidas desde 01 de janeiro de 2015, no âmbito do Programa Nacional de Vacinação (PNV).

Além destas crianças, recebem gratuitamente a vacina os adultos com doenças crónicas e considerados de alto risco, nomeadamente os portadores do vírus VIH e de certas doenças pulmonares obstrutivas, além do cancro do pulmão.

No caso de crianças e adultos não abrangidos, o Estado comparticipava em 15% a aquisição da vacina nas farmácias, mas desde 09 de janeiro que essa comparticipação subiu para 37%, segundo fonte do organismo que regula o setor do medicamento (Infarmed).

Para o Movimento Doentes pela Vacinação (MDV), este aumento da comparticipação é “um importante contributo para a melhoria da saúde pública” em Portugal, onde “a pneumonia mata, diariamente, uma média de 23 pessoas”.

A fundadora do MDV considera que, “além dos benefícios práticos, como a melhoria do acesso, o aumento da comparticipação da vacina reconhece o seu valor e reforça o seu papel fundamental na promoção da saúde pública”.

“Fazemos da sensibilização da população, das autoridades e dos profissionais de saúde a nossa bandeira. Com o alargamento da comparticipação, aumenta também o número de pessoas que poderão beneficiar desta vacina. E quem mais vai beneficiar serão, sem dúvida, os grupos de risco, para quem já está indicada pela Direção-Geral da Saúde”, adiantou.

A Vacina Pneumocócica Conjugada está indicada para todas as faixas etárias e, para além da pneumonia (forma mais comum na idade adulta), previne doenças graves como a meningite ou a septicemia.

Ordem dos Médicos Dentistas
A Ordem dos Médicos Dentistas pede aos profissionais que ponderem acabar com o acordo com a ADSE caso se mantenha a proposta...

Em declarações, o bastonário Orlando Monteiro da Silva diz que as regras e preços da ADSE para a medicina dentária devem fazer com que os dentistas deixem de ter acordo com o subsistema dos funcionários públicos.

“Esta nova proposta de tabela [da ADSE] é mais do mesmo à custa dos profissionais de saúde, afetando os utentes da ADSE. Há um conjunto de situações que estão a limitar os utentes da ADSE a aceder a tratamentos de qualidade, quer ao nível das incompatibilidades entre tratamentos, quer ao nível dos preços propostos nos atos de medicina dentária”, afirmou.

Orlando Monteiro da Silva afirma que “a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) é frontalmente adversa” a esta proposta da ADSE.

“Há muita gente insatisfeita e a posição da Ordem dos Médicos Dentistas é muito clara. A manterem-se as atuais regras devem os médicos dentistas aderentes à convenção ponderar retirarem-se desta convenção”, insistiu o bastonário.

O bastonário salienta ainda que há dois anos que a OMD está a tratar deste assunto num grupo de trabalho conjunto com a ADSE, tendo chegado até a um acordo, sendo que a sua implementação foi sucessivamente adiada.

“A proposta que vem vai ao arrepio do que tinha sido firmado e faz tábua rasa do que tinha sido decidido”, afirmou.

Para Orlando Monteiro da Silva os preços praticados são incompatíveis com tratamentos de qualidade e dá exemplos: a ADSE paga por uma extração dentária cerca de 11 euros, pelo tratamento de um dente paga 17 e por uma consulta paga pouco mais de 7 euros.

Esta semana também o bastonário da Ordem dos Médicos classificou como “absolutamente escandalosos” os preços que a ADSE paga por alguns atos médicos, que muitas vezes não chegam sequer para as despesas do material usado em exames.

“Os preços que a ADSE [subsistema de saúde dos funcionários públicos] tem praticado são absolutamente escandalosos. Existem alguns atos médicos, como as biopsias da próstata, endoscopias urológicas, entre outros, em que a remuneração paga pela ADSE nem sequer serve para cobrir as despesas do material que é utilizado para os exames”, afirmou o bastonário Miguel Guimarães.

O representante dos médicos afirma que tem recebido, de forma reiterada, queixas sobre os preços pagos pela ADSE, reclamações que chegam sobretudo da medicina privada.

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada considera que as novas tabelas da ADSE representam "perdas incomportáveis" para os privados e podem pôr em causa o acesso dos beneficiários aos cuidados de saúde.

Segundo os jornais Expresso e Público, a Associação escreveu uma carta aos ministros das Finanças e da Saúde depois de aprovada a nova tabela da ADSE que deve entrar em vigor a 1 de março.

De acordo com a Associação, as tabelas reduzem o valor pago aos prestadores de serviços que têm convenção com o sistema e reforçam o controlo das despesas públicas.

Urgências
A Ordem dos Médicos defende que os doentes com pulseira amarela nas urgências tenham uma triagem clínica adicional quando...

“Existem tempos de espera para doentes amarelos que são muito elevados. Este grupo de doentes não é todo igual. Tenho a certeza de que uma triagem clínica dos doentes poderia ajudar a distinguir os doentes de facto urgente dos menos urgentes”, sugere o bastonário Miguel Guimarães em entrevista.

Estas adaptações à atual triagem feita nas urgências podiam ser aplicadas, com flexibilidade, no caso de haver atrasos no cumprimento dos tempos de resposta a estes doentes ou quando as urgências estejam especialmente concorridas.

Atualmente a triagem de Manchester é realizada nas urgências geralmente por enfermeiros, que se baseia num fluxograma que dá ao profissional uma prioridade clínica baseada na identificação dos problemas do doente.

O bastonário entende que nas urgências está atualmente a ultrapassar-se de forma constante os tempos definidos para a prioridade dos doentes.

No caso dos doentes vermelhos, considerados emergentes, não deve haver qualquer tempo de espera. No caso dos doentes com pulseira laranja, que são muito urgentes, o tempo entre a triagem e a observação médica deve ser até dez minutos e no caso dos amarelos deve ser no máximo uma hora.

“A triagem de Manchester tem erros, o que pode ser potencialmente grave para os doentes. Se um hospital está numa situação em que temos ‘X’ doentes amarelos e o tempo de espera chega a duas, quatro ou cinco horas, é importante que seja feita uma triagem clínica. Porque pode permitir distinguir um doente mais urgente de um menos urgente”, sugere Miguel Guimarães.

Entende ainda que a triagem de Manchester “tem de estar mais adaptada” ao perfil atual dos doentes que recorrem aos serviços de saúde, que difere do de há alguns anos. É uma população mais envelhecida e com mais doenças crónicas. Nalguns casos, são pessoas que chegam a ir a uma urgência 15 ou 20 vezes num ano.

O bastonário considera que esta é uma das propostas que deve ser avaliada no conjunto das sugestões que já fez ao Ministério da Saúde sobre a reforma do serviço de urgência.

O responsável considera lamentável a “incapacidade total do Ministério da Saúde” em resolver o problema das urgências hospitalares em Portugal, mas reconhece que essa incapacidade não pertence apenas ao atual ministro Adalberto Campos Fernandes, mas também a “vários ministros da Saúde dos últimos anos”.

“Não podemos continuar no Serviço Nacional de Saúde [SNS] a fazer pequemos remendos, a tapar pequenos buracos. É preciso uma reforma global e de integração dos vários cuidados”, afirmou.

Para Miguel Guimarães, a sobrecarga das urgências neste inverno está apenas a revelar a fragilidade do SNS: “O nosso SNS está tão frágil que à mínima situação de stress fica em pantanas”.

Lisboa
A Câmara Municipal de Lisboa vai apreciar hoje, em reunião privada do executivo, a proposta de um Pedido de Informação Prévia...

Segundo a proposta, o Pedido de Informação Prévia (PIP) foi requerido pela Ajuda de Berço - Associação Solidariedade Social e o edifício irá localizar-se na Rua Jorge Barradas.

"A intervenção proposta consiste na obra de construção de um edifício com 1008,90 [m2] de área de implantação, com 1.991,30 [m2] de superfície de pavimento, destinado a uma unidade de cuidados continuados pediátricos para crianças, atividade já exercida pela entidade requerente", refere a proposta assinada pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado.

Num dos anexos da proposta é elencado que a Ajuda de Berço exerce esta atividade num "edifício que já possui na cidade, na Avenida de Ceuta, em Alcântara".

O mesmo anexo, um despacho da Direção Municipal de Urbanismo, aponta que em julho de 2014 foi aprovado pela Câmara de Lisboa um direito de superfície para a "construção e funcionamento desta unidade", constituído "pelo prazo de 50 anos".

O documento avança que o edifício será constituído por três níveis. No piso zero será a "entrada e atendimento", no piso -1 irão funcionar "as áreas afetas às crianças", como "berçários, salas de brincar, salas de banho, copa de leites", e no piso -2 irá estar a "sala polivalente, serviços administrativos, zonas de arrumos/armazém, quartos, zona de brincar, sala de enfermagem e arrecadações".

Relativamente ao estacionamento para servir aquela infraestrutura, o "projeto prevê a utilização da bolsa de estacionamento a construir pela instituição requerente na Rua Jorge Barradas, a qual alberga 16 lugares, para colmatar as necessidades", diz a Direção Municipal de Urbanismo.

De acordo com o parecer do Instituto da Segurança Social, este centro de alojamento temporário irá albergar "20 bebés dos zero aos três anos, e 15 crianças dos seis aos 16 anos".

Para tal, a infraestrutura irá contar com "cinco quartos triplos e cinco berçários idênticos", lê-se no mesmo documento.

Para além do edifício, o projeto arquitetónico prevê também "a reformulação do espaço público fronteiro à edificação e adjacente à Rua Jorge Barradas", acrescenta a proposta que vai ser apreciada pelo executivo de maioria socialista.

O documento aponta que se encontra "em condições de merecer decisão favorável nos termos e condições estabelecidas", sendo que a "presente operação urbanística é equiparada a uma intervenção com impacte relevante".

Na reunião vai ser também apreciada uma proposta da vereadora da Habitação, Paula Marques, no sentido de a Câmara de Lisboa disponibilizar 100 fogos municipais no centro histórico da cidade, através de um concurso extraordinário destinado a famílias em situação vulnerável e de perda de habitação, para evitar que tenham de sair daquela zona.

No encontro, o executivo irá debater ainda uma proposta para a "obra de alteração e adaptação do piso um do Mercado 31 de Janeiro para instalação da Loja do Cidadão", trabalhos orçados em 1,9 milhões de euros e com um prazo de execução previsto de 120 dias.

Ministério da Saúde
A Ordem dos Médicos propôs ao Ministério da Saúde acabar com os atestados médicos de curta duração, até três dias, considerando...

Em entrevista, quando se cumpre, na sexta-feira, um ano da sua eleição como bastonário, Miguel Guimarães entende que os atestados médicos de curta duração “não deviam ser necessários”, bastando ao trabalhador responsabilizar-se pela sua situação.

Para evitar abusos, a legislação laboral podia ser adaptada de forma a impedir a repetição consecutiva de justificações de doença sem atestado médico.

“Nós propusemos que se acabassem com os atestados médicos de curta duração. Isto é de uma importância fenomenal”, afirmou o bastonário dos médicos, exemplificando com o caso das segundas-feiras, por tradição o dia pior das urgências nos hospitais.

Muitas pessoas sentem-se mal ou doentes durante o fim de semana e precisam de faltar ao trabalho na segunda-feira. Recorrem então ao serviço de urgência ou ao centro de saúde para serem observadas e conseguirem um atestado que lhes permita justificar a ausência no trabalho.

“O que acontece quando se vai ao médico pedir um atestado porque se estava com uma dor de cabeça ou indisposição? O médico vai passar o atestado, não tem grande alternativa. Estamos a falar de uma coisa de curta duração e que nem dá tempo para [o médico] investigar qualquer doença que possa existir”, exemplificou Miguel Guimarães.

O bastonário refere que outros países já prescindiram de atestados médicos de curta duração e acredita que esta medida retiraria 15% a 20% dos casos nas urgências e nos médicos de família, nomeadamente à segunda-feira.

A Ordem dos Médicos está consciente de que a ideia não envolve apenas o Ministério da Saúde, mas também pelo menos o Ministério do Trabalho.

“Os atestados médicos de curta duração não são bons para a sociedade. Depois, a legislação pode ser adaptada para não permitir abusos. [A medida] ia descongestionar as coisas e ia ser melhor para as pessoas. Muitas vezes as pessoas vão aos serviços quando deviam estar em casa a recuperar, a descansar”, argumentou Miguel Guimarães.

A proposta mantém-se em cima da mesa do ministro da Saúde e aguarda apreciação da tutela, bem como eventual avaliação por parte do Ministério do Trabalho.

No Porto
Investigadoras da Universidade Católica do Porto estão a utilizar resíduos do tomate, da uva e da azeitona para criar produtos...

O objetivo “é criar alimentos mais diversificados, com reforço de fibra e proteção antioxidante”, com subprodutos representativos de culturas vegetais com impacto em Portugal, indicaram as responsáveis pelo projeto Veggyflours.

Este projeto, que está a ser desenvolvido há quatro meses, surgiu a partir da vontade de Manuela Pintado, Tânia Ribeiro, Marta Coelho e Joana Costa, da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica do Porto (UCP), em responderem às diferentes necessidades do consumidor, promovendo a sua saúde e qualidade de vida.

Segundo explicaram, estes produtos que estão a criar serão ricos em compostos bioativos, como a fibra e os carotenoides, que, em estudos realizados ao longo dos anos, têm demonstrado evidências na melhoria do trânsito intestinal, na recuperação desportiva, na regulação dos níveis de colesterol ou da função cardíaca.

Além da riqueza em fibras e elevada capacidade antioxidante, os produtos que a equipa está a desenvolver são isentos de glúten e têm uma maior capacidade de conservação, o que se irá refletir nos alimentos nos quais forem incorporados.

“Por fim, o concentrado de fibra antioxidante insere-se na nova tendência alimentar ‘Going full circle’ – Completando o ciclo, onde os consumidores valorizam, entre vários conceitos, questões como diminuição de desperdícios alimentares e a reutilizar subprodutos”, contaram as investigadoras.

De acordo com as investigadoras, um dos principais problemas enfrentados pela indústria alimentar é a acumulação e gestão dos seus subprodutos.

“Apesar do seu elevado valor nutricional, atualmente as aplicações dos subprodutos são limitadas e não criam valor acrescentado para a indústria, gerando, pelo contrário, custos elevados na gestão de resíduos, e, em alguns casos, com impacto ambiental”, indicaram.

Devido a isso, consideram que é “imperativa” a procura e criação de novas alternativas, que tragam valor acrescentado aos subprodutos.

“Disponibilizar os nossos produtos no mercado seria uma concretização pessoal, não só pela dedicação ao projeto, mas por acreditarmos que são uma forma sustentável de contribuir para a alimentação de uma população mundial crescente, que enfrentará, nos próximos anos, limitações de matérias-primas para a produção de alimentos”, referiram.

Apesar de as investigadoras já trabalharem com subprodutos há alguns anos, o projeto Veggyflours é mais recente, tendo surgido há cerca de quatro meses.

Futuramente esperam expandir a aplicação desta solução a outros subprodutos vegetais.

Com este projeto participaram no programa BIOTECH_agrifood INNOVATION, programa de pré-aceleração criado pela ESB-UCP, com o apoio da associação Portugal Foods e da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

Este programa tem como objetivo selecionar ideias inovadoras para o setor agroalimentar e apoiar a sua transformação em projetos de negócio.

Em hospitais do Norte
Um estudo realizado em três centros hospitalares do Norte com doentes com mieloma múltiplo e seus cuidadores revelou que os...

O estudo “Necessidades e Qualidade de Vida em Doentes com Mieloma Múltiplo e seus Cuidadores” foi realizado junto de pessoas em tratamento no Hospital de Braga, Centro Hospitalar do Porto e Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, sendo que, entretanto, este projeto está a replicar-se no centro hospitalar de Coimbra, bem como no IPO de Lisboa.

O mieloma múltiplo é uma doença maligna do sangue, que se desenvolve a partir de células linfóides maduras denominadas plasmócitos (um tipo de glóbulos brancos) que têm origem na medula óssea.

Em declarações, a coordenadora do projeto, Maria da Graça Pereira, apontou que “a não satisfação das necessidades de saúde emocional dos doentes com mieloma múltiplo associaram-se a uma pior qualidade de vida em todos os domínios avaliados: sintomas da doença, efeitos secundários, imagem corporal e perspetiva de futuro”.

“É necessário intervir em termos psicológicos nestes doentes”, disse Maria da Graça Pereira, defendendo o desenvolvimento de intervenções que respondam às necessidades dos doentes, nomeadamente a “necessidade do tratamento incluir equipas multidisciplinares onde exista também um psicólogo”.

Esta investigação, financiada pela biofarmacêutica Celgene, foi o projeto vencedor da bolsa criada pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL).

Foram estudadas 70 pessoas com mieloma múltiplo com uma média de 68 anos, sendo a maioria do sexo feminino, com o diagnóstico feito em média há 68 meses (cinco/sete anos).~

Quanto à situação profissional, 42% encontravam-se empregados e os restantes desempregados ou reformados. Também participaram ainda 50 cuidadores de pessoas com mieloma múltiplo, 70% do sexo feminino.

Maria da Graça Pereira destacou que mais de 40% dos doentes referiu ter necessidades ao nível de informação, seguindo-se as necessidades emocionais e financeiras “também com uma expressão significativa”.

Os doentes que foram diagnosticados há mais tempo relataram mais necessidades não satisfeitas em termos de informação, preocupações financeiras, acesso ao tratamento médico e de saúde emocional, situações que, descreveu a coordenadora do estudo, “se associaram a uma pior qualidade de vida”.

“Por sua vez, as necessidades não satisfeitas relativas ao acesso ao tratamento médico associaram-se a uma pior qualidade de vida relativa à perspetiva de futuro”, acrescentou a também investigadora da Universidade do Minho, apontando “são necessários apoios psicossociais, apoios por parte da comunidade e políticas que possam financeiramente ajudar os doentes”.

Quanto aos cuidadores – 40% eram filhos do doente, 39% cônjuges e 21% outros familiares – a responsável frisou que são pessoas que “necessitam de estar bem para cuidar porque são cuidadores informais que não receberam formação para lidar com situações de doença crónica”.

“Os cuidadores do sexo masculino reportaram pior qualidade de vida. Os cuidadores que apresentaram pior qualidade de vida foram os que tinham necessidades emocionais não satisfeitas, maior sobrecarga e mais depressão e ansiedade. Cuidadores que cuidam de doentes mais velhos, apresentaram mais sintomas de depressão e ansiedade e mais necessidades emocionais”, descreveu Maria da Graça Pereira.

Convictos de que a partir deste estudo, existem agora dados que permitem desenvolver um programa de intervenção no terreno, os responsáveis pelo projeto “Necessidades e Qualidade de Vida em Doentes com Mieloma Múltiplo e seus Cuidadores” vão candidatar-se a uma bolsa nesse sentido.

Estudo
Um estudo de doutoramento defendido, recentemente, por um professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra vem mostrar que...

De acordo com os resultados do trabalho de investigação do professor Armando Manuel Marques Silva, com base numa consulta feita a 4314 estudantes do ensino superior (faixa etária 18-25 anos) a frequentarem licenciatura ou mestrado integrado, durante ano letivo de 2012-2013, em 12 instituições do ensino superior (oito públicas e quatro privadas, dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Leiria e Viseu), há “uma prevalência de um estilo de vida inadequado para a saúde em 14,6% dos estudantes”.

Segundo revela o professor a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), “os domínios mais deficitários do estilo de vida” dos jovens que constituíram a amostra situaram-se ao nível da reduzida “atividade física e [de] associativismo”, do “trabalho”, do “tipo de personalidade” e da “nutrição”.

No indicador atividade física, em resposta ao item “ando no mínimo 30 minutos diariamente”, 18,2% dos estudantes revelaram que “quase nunca” caminham, sendo que 8,4% não realizam qualquer “atividade física (andar, subir escadas, tarefas domésticas, fazer jardinagem) ou desporto”.

Relativamente à vida associativa, 65,4% “quase nunca” participam ativamente como “membro de um grupo comunitário e/ou de autoajuda (doentes crónicos, voluntários, religião, desporto…)”.

Quanto ao trabalho, 33,5 % disse sentir que “frequentemente” anda “acelerado e/ou atarefado” e 8,6% dos inquiridos mostrou que “quase nunca” se sente feliz com o trabalho e as atividades que desenvolve – neste parâmetro só 49,3% se sentiu feliz “às vezes”.

A nutrição dos estudantes do ensino superior na região Centro é outra preocupação: 31,3% “quase nunca” come “duas porções de verduras e três de frutas diariamente” e 14,5% revela ingerir “frequentemente” alimentos hipercalóricos (doces e/ou salgados) ou fast-food.

O trabalho de doutoramento de Armando Manuel Marques Silva, intitulado “Estilos de Vida em Estudantes do Ensino Superior”, foi desenvolvido por três etapas, ao longo de cerca de quatro anos. Além da caracterização dos estilos de vida (segunda etapa), foi previamente feita a tradução, adaptação e validação (da versão chilena) de um instrumento de colheita de dados – o questionário “Estilo de Vida FANTÁSTICO” (originário do Canadá) – numa amostra de 707 estudantes do ensino superior (primeira etapa) e foi aplicado um questionário online com questões fechadas e abertas a uma subamostra de 189 estudantes da segunda etapa, averiguando da utilidade do instrumento como estratégia de automonitorização (terceira etapa).

O professor da ESEnfC prestou provas de doutoramento em Enfermagem, tendo obtido a classificação de Magna Cum Laude (com grandes honras, o correspondente a um nível académico não inferior a 18 valores) por unanimidade, ao defender, no dia 29 de dezembro, na Universidade Católica - Porto, a tese “Estilos de Vida em Estudantes do Ensino Superior”.

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
Um terço das chamadas recebidas pelo centro de contacto do SNS em 2017 foi encaminhado para um serviço de urgência, segundo...

No ano passado, esta linha recebeu 69.415 chamadas para aconselhamento em situação de doença, sendo os principais motivos dos contactos a tosse, náuseas e vómitos, dor abdominal e dor da orofaringe (dor de garganta).

De acordo com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), dos doentes avaliados através dos algoritmos usados pelos enfermeiros do SNS 24, a 36% foram aconselhadas medidas a ser aplicadas no domicílio e vigilância dos sintomas (autocuidados).

Em 34% dos casos houve um encaminhamento para um serviço de urgência e em 24% para os cuidados de saúde primários.

A mesma fonte adiantou que 4% dos doentes foram encaminhadas para o INEM e que os restantes 2% das chamadas foram transferidos para outras linhas, como o Centro de Informações Antiveneno.

Artigo de Opinião
Uma boa saúde oral e um sorriso saudável e brilhante são o verdadeiro cartão de visita de uma pessoa

Por outro lado, pessoas com uma imagem pouco cuidada, com graves problemas na boca e dos dentes, tendem a ser mais deprimidas, isoladas e com baixa autoestima. Normalmente evitam sorrir, ter contactos sociais e desenvolvem um forte constrangimento a nível profissional.

Segundo a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), também a depressão pode afetar negativamente a saúde oral das pessoas, uma vez que a patologia provoca estados de descompensação emocional que os leva a descorar alguns hábitos diários de higiene, nomeadamente a oral.

A autoestima é determinante na forma como cuidamos de nós, da mesma forma que a nossa saúde oral é determinante para a nossa autoconfiança. O chavão popular “A saúde começa na boca” é a prova de que a saúde oral e a autoestima andam sempre de mãos dadas e são consequência uma da outra.

As técnicas modernas de odontologia que desenvolvemos estão em conformidade com este conceito, ao promoverem tratamentos com o compromisso de restituir a saúde e a estética bucal e contribuir para o aumento da autoestima do paciente.

As técnicas de reabilitação oral, implantes, reconstrução estética e branqueamento dos dentes permitem devolver o sorriso e a boa disposição ao paciente. As consequências sociais são por isso elevadas e muito positivas ao permitir melhores e maiores relações interpessoais e profissionais ao cidadão. A odontologia devolve a vontade de viver e sorrir às pessoas!

A Ciência explica-nos que quando uma pessoa sorri, liberta no cérebro uma hormona (beta-endorfina), que transporta à mente uma mensagem positiva, com diminuição da sensação de dor e ansiedade e aumento do estado de relaxamento e bem-estar.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Salmonela
Investigadores judiciais franceses encontram-se hoje na sede social do grupo francês Lactalis, na cidade de Laval, e nas...

O leite contaminado foi exportado para 83 países, mas Portugal não faz parte dos pontos onde o produto foi comercializado.

Segundo a France Presse, os procuradores e agentes da polícia encontram-se hoje nas instalações da empresa no quadro do inquérito preliminar do caso de saúde pública que começou no passado dia 22 de dezembro.

De acordo com o balanço mais recente, 35 crianças foram diagnosticadas em França com a bactéria salmonela depois de terem consumido um leite produzido pela Lactalis.

A bactéria salmonela causam intoxicações alimentares, além de gastroenterite benigna e outras infeções mais graves.

São particularmente perigosas em crianças pequenas, pessoas idosas ou com sistema imunitário débil.

Em dezembro, a empresa já tinha procedido à retirada de vários lotes de leite em pó e na altura a direção de comunicação do grupo Lactalis disse que os pacotes em causa não são comercializados em Portugal.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro comemora em 2018 os cinquenta anos da sua constituição. A sessão...

No próximo dia 20 de janeiro, sábado, o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC.NRC) dá início a um programa de iniciativas — "No Centro da Luta Contra o Cancro" — que durante 2018 vai assinalar o 50.º aniversário da sua constituição.

A sessão inaugural, que vai decorrer nas instalações da sede do LPCC.NRC (na Rua António José de Almeida, em Coimbra), tem início às 11 horas, estando presentes o Prof. Doutor Carlos Oliveira (Presidente da Direção do LPCC.NRC), Prof. Doutor Vitor Rodrigues (Direção do LPCC.NRC), Dr. Vitor Veloso (Presidente da LPCC) e a Dra. Regina Bento (Vereadora da Câmara Municipal de Coimbra). A encerrar o programa decorre uma atuação do "Coro ao Centro", pelas 12h15. Durante a tarde, a comunidade é convidada a conhecer as instalações do LPCC.NRC, em visitas guiadas que decorrem entre as 14h30 e as 16h30.

Previsto desde 1964, o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro — que começou por se designar Núcleo de Coimbra — constitui a sua Comissão Organizadora no dia 20 de janeiro de 1968.

A importância de valorizar o passado, e todos os que no percurso de 50 anos dedicaram as suas competências ou recursos à causa da luta contra o cancro, é simbolizada na homenagem que será prestada ao Dr. Dário Cruz e Dr. Rocha Alves, fundadores do LPCC.NRC, a quem se associa o arranque da campanha de rastreio de cancro da mama. O Prof. Vitor Rodrigues fará a intervenção de homenagem, sendo na ocasião descerrados baixos relevos dos dois médicos, na presença dos seus familiares.

As comemorações dos 50 anos do NRC, sob o mote "No Centro da Luta Contra o Cancro", têm o objetivo de consciencializar “o que cada um de nós a título individual e todos em conjunto, podemos fazer para a diminuição do impacto das doenças oncológicas na nossa sociedade”. E é nesse sentido que um profundo trabalho de divulgação da missão e dos serviços prestados pela LPCC e, em particular, do Núcleo Regional do Centro, será apresentado.

Durante o dia 20 de janeiro, estará estacionada, para exposição, uma Unidade Móvel de Rastreio no Largo de Cruz de Celas. Será possível visitar esse equipamento e também as instalações do LPCC.NRC e, desse modo, conhecer as atuais e diversas vertentes em que se desenvolvem as atividades deste Núcleo. Entre as 14h30 e as 16h30, decorrem visitas guiadas às instalações onde funcionam as unidades de Voluntariado e Apoio Jurídico; o Movimento Vencer e Viver e o Centro de Voluntariado Ocupacional, onde acorrem doentes e acompanhantes; e as várias secções do Departamento de Rastreio de Cancro da Mama.

Recorde-se que o Núcleo Regional do Centro tem uma atividade que abrange 78 concelhos dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu. As iniciativas de comemoração a decorrer em 2018, integradas no "No Centro da Luta Contra o Cancro", vão abranger todos esses concelhos, o que tem ainda mais sentido ao considerar os vários grupos de voluntariado comunitário que desenvolvem atividades no terreno.

12º Congresso Português do AVC
Estamos a poucas semanas da 12.ª edição do Congresso Português do AVC, considerado o grande fórum nacional da doença vascular...

O presidente da Comissão Científica do 12.º Congresso Português do AVC, Prof. José Ferro, destaca a multidisciplinariedade do encontro, sublinhando que “este Congresso é dirigido a todos os profissionais de saúde que lidam com os doentes que sofrem AVC, desde os clínicos gerais aos internistas, neurologistas, neurorradiologistas, neurocirurgiões, médicos de Medicina Física e Reabilitação, técnicos de reabilitação, técnicos de diagnóstico de doppler e de Imagiologia, enfermeiros, estudantes e outros profissionais de saúde que ajudam no manejo dos doentes com acidente vascular cerebral”.

O neurologista do Hospital de Santa Maria considera o programa “bastante rico”, à semelhança dos anos anteriores, “já que aborda temas atuais de interesse relevante para todos os profissionais envolvidos no tratamento dos doentes com AVC e tem também as sessões habituais de comunicações orais e de posters”. Este ano, o Prof. José Ferro destaca as sessões sobre fatores de risco e sobre prevenção primária e secundária, bem como as sessões sobre reabilitação. “Existem também algumas palestras de convidados estrangeiros de elevada qualidade que são sempre um aspeto de grande valor neste Congresso, com temas como a qualidade no tratamento do AVC, a Medicina de Precisão no AVC, e o tema controverso do encerramento ou não do patent foramen ovale no AVC”, acrescenta o especialista.

“Entre os temas que irão ser tratados em mesas redondas, realçaria o AVC associado a doença sistémica, os aspetos do AVC agudo (a trombectomia e o papel da telemedicina) e também uma sessão dedicada ao AVC hemorrágico, que embora seja menos frequente que o AVC isquémico, ainda representa 10% de todos os AVC”, destaca o Prof. José Ferro.

Desde a sua primeira edição, o Congresso assume o mesmo modelo programático, sem sessões paralelas, “para que todos aprendam com tudo”. Este ano não é exceção, pelo que o programa científico decorre apenas numa sala, durante os três dias de congresso.

Com inscrições abertas até ao dia 28 de janeiro, o presidente da comissão científica do Congresso deixa um último apelo à participação de todos os interessados, certo que que “contribuirá para aperfeiçoar os comportamentos e as atitudes para melhorarmos o tratamento aos doentes que sofrem esta patologia que ainda é tão frequente e debilitante em Portugal”.

Na Madeira
Entre os dias 19 e 21 de janeiro a Sociedade Ibérica de Telemedicina e Telesaúde irá realizar o evento II Fórum Telesalut@ da...

Manuel Sobrinho-Simões, conceituado patologista, irá falar sobre a importância da utilização virtuosa da patologia digital, num contexto onde existe um défice de médicos especialistas em anatomia patológica. Adicionalmente ao tema da Telepatologia (diagnóstico patológico por vias digitais), serão retratados temas como a Teleassistência (monitorização de doentes e consultas à distância), a implementação da Telesaúde e Telemedicina nas regiões autónomas, e o papel da Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS) na Telesaúde, entre outros.

Segundo o presidente da Sociedade Ibérica de Telemedicina e Telesaúde (SITT), Luís Gonçalves: “É fundamental despertar o interesse de todos os profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos, entre outros - para a Telesaúde, uma vez que no futuro este será um serviço integrante do SNS, que irá permitir melhorar a acessibilidade das pessoas à saúde, ao longo da sua vida.”

Com a organização deste evento, a SITT, com a colaboração da Ordem dos Enfermeiros da região autónoma da Madeira (RAM) e da Secretaria Regional da Saúde da RAM pretendem divulgar a Telesaúde enquanto ferramenta importante para ajudar a saúde em geral e o Sistema Nacional de Saúde (SNS) a dar resposta aos utentes, ajudar a implementar a Telesaúde e Telemedicina na Região Autónoma da Madeira e cativar os profissionais de saúde nas áreas da Telesaúde.

Estudo
Cerca de um quarto dos doentes com doenças isquémicas cardíacas crónicas morre ou é hospitalizado nos seis meses seguintes,...

“A doença da artéria coronária é a principal causa de morte em todo o mundo, mas alguns doentes parecem perder-se no sistema após a sua ida inicial ao hospital ou clínica”, afirmou o professor de cardiologia Michel Komajda, da Universidade Pierre e Marie Curie e do Hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris.

O registo piloto da doença cardiovascular isquémica crónica foi criado para apurar o que aconteceu a estes doentes nos seis meses seguintes a serem vistos por um profissional de saúde.

O estudo observacional foi conduzido como parte do Programa de Pesquisa EURObservational, da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC).

A investigação envolveu 2.420 doentes de 100 hospitais e clínicas ambulatórias de dez países europeus.

Os participantes tiveram doença coronária estável ou doença arterial periférica, as situações observadas com mais frequência pelos cardiologistas.

Os fatores de risco e os tratamentos foram registados no início do estudo e foram previamente reportados. Os tratamentos e os resultados foram registados aos seis meses.

Foi possível acompanhar 2.203 doentes, dos quais 522 (24%) morreram ou foram novamente hospitalizados nos seis meses seguintes ao episódio inicial.

Os fatores associados de forma mais significativa ao risco de morte ou reinternamento foram a idade avançada, historial de revascularização periférica, doença renal crónica e doença pulmonar obstrutiva crónica.

A maioria das causas de morte e de reinternamento foi cardiovascular.

Segundo Michel Komajda, “estes doentes correm um elevado risco de morrerem ou serem reinternados num curto espaço de tempo e devem ser devidamente monitorizados por médicos”.

“Identificámos fatores clínicos que estão fortemente associados a este elevado risco e que pode ser facilmente avaliado”, adiantou.

A taxa de prescrição de inibidores da enzima conversora de angiotensina, beta-bloqueadores (ambos os medicamentos reduzem a pressão arterial) e de aspirina foi menor aos seis meses do que no início do estudo.

Para o cardiologista, o estudo demonstra que os doentes têm mais hipóteses de receberem a medicação indicada durante o tempo em que estão hospitalizados ou logo após uma consulta de ambulatório. Seis meses depois, os medicamentos que estes doentes deviam tomar para reduzir o risco de morte e de reinternamento é menos frequente.

“É provável que exista um insuficiente encaminhamento destes doentes para um cardiologista e, logo, as prescrições não são renovadas”, adiantou.

Amamentação
As mulheres que amamentam durante seis meses ou mais tempo têm menos probabilidade de vir a ter diabetes do tipo 2, revela um...

O risco de diabetes do tipo 2 nestas mulheres cai para 47% quando comparado com o de mulheres que nunca amamentaram.

As mulheres que amamentaram por um período inferior a seis meses têm menos 25% de probabilidade de vir a ter diabetes.

O estudo, publicado na revista médica JAMA Internal Medicine e realizado por uma equipa científica da organização de cuidados médicos norte-americana Kaiser Permanente, partiu de uma amostra de 1.238 mulheres que não tinham inicialmente diabetes.

A investigação, ao contrário de outras, acompanhou as mulheres durante a sua idade fértil, procurando sinais de diabetes antes e depois da gravidez.

A equipa científica teve em consideração fatores de risco, como obesidade, estilos de vida ou antecedentes familiares de diabetes, e resultados perinatais.

Vários processos biológicos podem explicar os efeitos protetores da amamentação no organismo, como a influência das hormonas associadas à lactação nas células do pâncreas que controlam os níveis de insulina no sangue.

De acordo com os autores do estudo, a incidência da diabetes diminuiu de forma gradual, à medida que a duração da amamentação aumentou, independentemente da raça da mulher, da diabetes gestacional, dos hábitos de vida, do tamanho corporal e de outros fatores de risco metabólicos medidos antes da gravidez.

Estudo
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) mostra que a ajuda de um profissional de saúde na fase...

Neste estudo, concluiu-se que as mulheres que têm o auxílio de um profissional treinado para apoiar as mães de recém-nascidos prematuros (menos de 32 semanas) a amamentar, alcançam uma maior prevalência de aleitamento só com leite materno à data da alta, comparativamente a aquelas que não têm um elemento designado para o efeito, informou o ISPUP em comunicado.

Para obtenção deste resultado foram avaliadas as práticas de aleitamento materno utilizadas em 580 crianças que nasceram na região Norte e na zona de Lisboa e Vale do Tejo, nas 16 Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) portuguesas.

A equipa responsável por este trabalho verificou que "existe uma grande variabilidade" nas práticas de aleitamento materno entre as UCIN, tendo a proporção de amamentação só com leite materno, à data da alta, variado entre 3% e 50%.

Já o aleitamento materno misto (combinação entre leite materno e o leite artificial) variou entre 21% e 62%, indicou Carina Rodrigues.

Segundo a investigadora, constatou-se que apenas 25,2% dos bebés muito prematuros estavam com aleitamento materno exclusivo à data da alta.

Foi verificado ainda que a existência de um membro responsável por apoiar as mães no processo de amamentação explica, por si só, cerca de 43% da variabilidade observada entre as unidades na prática do aleitamento exclusivo, continuou.

Embora existam características da mãe e da criança que podem influenciar as práticas de aleitamento materno, como a idade materna, o peso ao nascimento e as complicações durante o período de internamento, a cientista acredita que deve haver uma aposta em profissionais de saúde, treinados especificamente para ajudar as mulheres nesse processo.

Dessa forma, as mães terão mais acesso a um conhecimento acerca dos benefícios do aleitamento materno exclusivo, bem como ao ensino de técnicas para extração, conservação e manipulação do leite materno, disse ainda.

Entre os benefícios do aleitamento materno para a criança, Carina Rodrigues destacou o fornecimento de "nutrientes importantes" - que contribuem para o crescimento e desenvolvimento -, a redução do número de infeções e do risco de readmissão hospitalar, bem como a promoção de um maior vínculo afetivo entre a mãe e o bebé.

"A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno em exclusivo até aos seis meses, tanto para as crianças de termo (que nascem com 37 semanas ou mais de idade gestacional) como para os recém-nascidos muito prematuros", lê-se no comunicado do ISPUP.

Uma recomendação da OMS e da UNICEF publicada recentemente indica que, para as situações em que as mães não podem amamentar, deve-se recorrer ao leite humano doado, fornecido de forma segura através de bancos de leite humano, acrescenta a nota informativa.

Em Portugal, existe apenas um Banco de Leite Humano, na Maternidade Alfredo da Costa.

O estudo, intitulado "The Type of Feeding at Discharge of Very Preterm Infants: Neonatal Intensive Care Units Policies and Practices Make a Difference", é coordenado pelo investigador Henrique Barros, e conta com a participação de Milton Severo, Jennifer Zeitlin e do Grupo de Investigação EPICE-Portugal, tendo sido publicado na revista "Breastfeeding Medicine".

Investigação
Um estudo publicado na revista científica PLoS One adianta que pode haver uma relação entre a ingestão de comida picante e uma...

A investigação realizada pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, concluiu que a ingestão regular de malaguetas pode reduzir a taxa de mortalidade em 13%, dando em média mais 10 anos de vida para a maioria dos cidadãos do mundo ocidental.

Segundo o estudo, há uma clara redução na incidência de doenças cardiovasculares entre os consumidores assíduos de pimenta-malagueta.

A investigação científica baseou-se num questionário no qual participaram mais de 16 mil voluntários adultos.

De acordo com a informação disponibilizada pelos autores do estudo, esse questionário analisou as dietas e os hábitos de vida e de saúde dos inquiridos entre 1988 e 1994. Cerca de 18 anos depois, os mesmos voluntários foram chamados para um exame de saúde geral.

Quem ingeria malaguetas todas as semanas tinha uma taxa de mortalidade abaixo dos 22%, enquanto os que evitavam usar a especiaria viram essa taxa subir para lá dos 33%.

De acordo com os investigadores, os benefícios das malaguetas parecem estar na capsaicina, um composto químico presente nesta especiaria.

Também no mês passado os cientistas da Universidade de Ruhr, em Bochum, na Alemanha, trataram amostras humanas de células do cancro de mama com extrato de capsaicina e descobriram a sua ação destruidora de células malignas.

Por outro lado, este componente é conhecido por acelerar o metabolismo, ajudando na perda de peso, e por ser um anti-inflamatório natural.

Estudo
As funções cognitivas e neurovasculares são afetadas pelo excesso de sal na dieta, revela um estudo publicado esta semana na...

Um estudo feito em ratinhos e publicado esta semana na revista Nature Neuroscience confirma que o abuso deste ingrediente comum a todas as dietas do mundo por ser um dos mecanismos responsáveis por danos cognitivos.

"Descobrimos que se alimentarmos ratinhos com uma dieta com um alto teor de sal (oito a 16 vezes mais do que a dieta normal), correspondente aos maiores níveis de consumo de sal em seres humanos, isto vai comprometer o cérebro a nível cognitivo", explica Costantino Iadecola, professor de neurologia e cientista no centro de investigação Weill Cornell Medicine, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e principal autor do artigo.

Em declarações ao jornal Público, o cientista adianta que esses efeitos no cérebro resultam da acumulação no intestino delgado de uma classe especial de linfócitos chamados Th17 que produzem grandes quantidades de um tipo especial de uma citocina (moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células) chamada IL17.

"A IL17 entra na circulação sanguínea, atua nas células endoteliais do cérebro, que ligam os vasos sanguíneos do cérebro, e reprime a produção de óxido nítrico. O óxido nítrico é fundamental para relaxar os vasos sanguíneos do cérebro e permitir que o fluxo sanguíneo seja suficiente e para ajudar os neurónios a manterem-se saudáveis", diz o cientista ao referido jornal.

No entanto, o estudo mostrou que, quando os ratinhos regressavam a um dieta normal, voltavam também a ter um desempenho normal na tarefa de reconhecimento de objetos, sendo que os efeitos negativos do excesso de sal eram anulados pelo fim da ingestão em excesso do referido ingrediente.

Materiais tóxicos
As escolas estão a substituir as coberturas de amianto por painéis que contêm materiais muito inflamáveis, da mesma família dos...

Os materiais combustíveis que estão a ser colocados nas escolas são a causa da propagação rápida de incêndios caracterizados pelo elevado número de vítimas mortais, mortes provocadas pela rápida libertação de fumos tóxicos, segundo o jornal "Público".

O jornal noticia que o incêndio na torre de Grenfell, em Londres, que fez mais de 70 mortos em junho de 2017, e o incêndio na Associação Recreativa de Vila Nova da Rainha, Tondela, que provocou oito mortos e 32 feridos, foram alimentados pelo mesmo tipo de materiais combustíveis - os derivados de petróleo.

O Ministério da Educação não revelou especificamente o material utilizado na substituição das coberturas de amianto nas escolas, mas o jornal "Público" diz tratar-se de poliuretano, um componente utilizado no revestimento interior de chapa da cobertura e que é derivado do petróleo.

O poliuretano, também conhecido por PUR, é um material combustível que em certas situações pode ser "altamente inflamável", comenta o engenheiro e investigador principal do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Carlos Pina dos Santos, ao referido meio.

Na maioria dos estabelecimentos escolares em que é utilizado, o poliuretano está confinado entre duas chapas de metal, nos chamados painéis sanduíche.

Por outro lado, o jornal escreve que ainda não se sabe se as obras de substituição das coberturas de amianto foram fiscalizadas depois da sua conclusão ou se essas fiscalizações cumpriram o que está definido no código de segurança contra incêndios em edifícios.

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