70% dos doentes apresentam excesso de peso
Considerada um problema de Saúde Pública, a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono atinge cerca de 4%

A apneia obstrutiva do sono é uma perturbação dos padrões normais da respiração durante o sono, que se caracteriza por episódios repetidos de apneia e/ou de hipopneia resultantes do colapso das vias aéreas superiores, geralmente ao nível da faringe,  e que se estima atingir cerca de 4% da população com idade superior a 65 anos.

“Habitualmente, depois dos 50 anos, um em cada cinco homens e uma em cada nove mulheres tem a doença”, começa por referir a coordenadora da Unidade de Sono e Ventilação não Invasiva do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Paula Pinto.

Esta diferença de prevalência entre géneros estará relacionada com as características anatómicas que os distingue. “Os homens apresentam, em média, um maior calibre da via aérea superior, tornando-a mais vulnerável ao colapso”, explica a pneumologista referindo que o sexo masculino apresenta um risco duas a três vezes superior de desenvolver a patologia quando comparado ao sexo feminino. No entanto, alguns estudos demonstram que, por manifestarem mais frequentemente sintomas atípicos, esta patologia é largamente negligenciada nas mulheres.

Entre os fatores de risco, a obesidade é apontada como sendo o mais significativo para o desenvolvimento da apneia obstrutiva do sono, estimando-se que cerca de 70% dos doentes apresentem excesso de peso. “Os doentes com síndrome de apneia obstrutiva do sono são frequentemente obesos, com um ressonar muito intenso, com pausas respiratórias visualizadas durante o sono”, revela.

Cada pausa respiratória pode durar entre 10 segundos e mais de um minuto, chegando a acontecer várias vezes por hora.  Como consequência, assiste-se a uma diminuição parcial da quantidade de oxigénio no sangue e ao aumento da quantidade de dióxido de carbono,  que conduz a “micro-despertares” com efeitos de correção da respiração.

Para além das comorbilidades associadas, como é o caso das doenças cardíacas – enfarte do miocardio ou arritmias -, hipertensão arterial, diabetes ou dislipidémia, a síndrome de apneia obstrutiva do sono apresenta um grave impacto na qualidade de vida dos doentes.

“Os doentes com apneia obstrutiva do sono apresentam alterações neuropsicológicas, nomeadamente, perturbações do humor, concentração e memória, bem como hipersonolência diurna condicionadoras de uma má qualidade de vida pessoal, social e laboral”, enumera Paula Pinto. Por outro lado, um estudo português mostrou que mais de metade (64,4%) dos doentes com apneia do sono é atingido pela disfunção eréctil e diminuição da líbido.

Vários anos podem decorrer entre os primeiros sintomas e o diagnóstico

Uma vez que este é um distúrbio de “instalação progressiva ao longo de vários anos e que se manifesta predominantemente durante a noite, sem que o doente se aperceba”, podem decorrer vários anos entre o início dos sintomas e o seu diagnóstio. Neste sentido, pode-se afirmar que esta é uma patologia subdiagnosticada com graves repercussões para a saúde em geral.

“Por outro lado, alguns médicos ainda não estão muito sensibilizados para a associação desta entidade com doenças cardíacas, o que leva a um atraso no diagnóstico e no tratamento atempado desta patologia”, acrescenta a pneumologista.

O seu diagnóstico é obtido através de um estudo do sono – a polissonografia – que consiste na monitorização do sono durante a noite “por técnicos especializados e que permite avaliar a gravidade da patologia”.

Quanto ao tratamento, este depende da evolução da doença.  “Existe um tratamento muito eficaz para a apneia do sono que consiste na utilização de um ventilador – CPAP – que funciona através de uma máscara que se aplica no nariz, durante a noite, e que fornece ar a uma pressão contínua, impedindo que as vias respiratórias fechem”, explica a pneumologista Paula Pinto.

No entanto, em alguns casos, nomeadamente em situações ligeiras de apneia do sono, é possível recorrer a cirurgia, designada por uvulopalatofaringoplastia, ou a dispositivos de avanço mandibular (DAM).

A uvulopalatofaringoplastia conduz à melhoria em 87% dos casos e está indicada quando há excesso de tecido mole redundante no palato, úvula ou pilares anteriores. O seu prognóstico, no entanto, dependente de vários fatores como a idade, sexo, peso, aspeto faríngeo ou características do ronco e dos episódios apneicos. Sabe-se por exemplo, que a obesidade é  a principal condicionante aos bons resultados.

Em relação aos dispositivos de avanço mandibular, estes “são dispositivos que, tal como o nome indica, avançam a mandíbula, atuando de forma mecânica na via aérea superior, evitando o  seu colapso. Ao mesmo tempo, evitam a queda da língua, uma vez que não permitem o total relaxamento da mesma”.

Seja qual for o caso, a especialista recomenda a consulta de um centro especializado em patologia do sono e, em matéria de prevenção, reforça a importância da adoção de hábitos de vida saudáveis. “Perda de peso nos doentes obesos e evicção do tabaco e bebidas alcoólicas”, conclui.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde declarou “a existência de um surto” de sarampo em Portugal, depois de terem sido confirmados sete...

Num comunicado ontem divulgado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) refere que “a presente situação na Região Norte configura a existência de um surto” de sarampo. A DGS recorda que até terça-feira tinham sido “notificados na Região Norte dois casos de sarampo, aparentemente não relacionados, confirmados laboratorialmente em adultos não vacinados”.

Destes dois pacientes, um “encontra-se internado, clinicamente estável”, refere.

Entretanto, até às 21:00 de ontem, o Hospital de Santo António, no Porto, “reportou 32 casos suspeitos de sarampo com relação laboral ao hospital”. Desses 32 casos, refere a DGS, oito “foram já testados laboratorialmente no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge”, tendo cinco sido “confirmados como casos de sarampo”.

“Estão internados três doentes, um deles em situação clínica instável”, adianta a DGS.

No total, desde terça-feira foram confirmados sete casos de sarampo no norte do país.

De acordo com a DGS, “está em curso a investigação epidemiológica detalhada da situação, que inclui a investigação laboratorial de todos os casos”.

No comunicado ontem divulgado, a DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de “uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas”.

No caso de pessoas vacinadas, “a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso”.

A DGS aconselha ainda a “quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas” que ligue para a Linha Saúde 24 (número 808 24 24 24)

Deve também ligar para aquela linha quem tiver “sintomas sugestivos de sarampo (febre, erupção cutânea, conjuntivite, congestão nasal, tosse)”. Com esses sintomas, a DGS recomenda que “não se desloque e evite o contacto com outros”.

O sarampo provocou 35 mortes no ano passado, incluindo uma em Portugal, só num conjunto de 50 países da região europeia, onde se registaram mais de 20 mil casos em 2017.

No ano passado, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), “cada nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa relembra que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivam, continuam em risco de contrair a doença e de a passar a outros que possam ainda não estar vacinados”.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Perguntas e respostas
Sete casos de sarampo estão confirmados em Portugal, depois de no ano passado ter ocorrido um surto no que chegou a provocar a...

Os surtos de sarampo têm aberto a discussão na opinião pública sobre a vacinação, que em Portugal é gratuita, mas não obrigatória.

Perguntas e respostas sobre o sarampo:

- O que é o sarampo?

O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus, sendo mesmo das infeções virais mais contagiosas. Geralmente é propagada pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe e por via aérea.

- Como se manifesta?

Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

- Como é a incubação da doença?

O período de incubação pode variar entre sete a 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer o exantema (erupções cutâneas).

- Que complicações causa?

O sarampo tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalites. Pode ser grave e até levar à morte. Os adultos têm geralmente uma forma mais grave da doença.

- Atualmente ainda se morre de sarampo?

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), só na região Europeia morreram no ano passado 35 pessoas. Mais de 20 mil casos foram registados em 50 países.

- Qual a proteção contra o sarampo?

A vacinação é a principal medida de proteção contra o sarampo. As vacinas conseguiram mesmo reduzir a mortalidade por sarampo em quase 80% entre 2000 e 2015 a nível mundial. A OMS estima que tenham sido prevenidas pela vacinação 20,3 milhões de mortes nesse período.

- Como é a vacinação em Portugal?

A vacina contra o sarampo é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV), devendo ser dada em duas doses, aos 12 meses e aos cinco anos. Contudo, não é obrigatória porque não há vacinas obrigatórias em Portugal. É altamente recomendada pelas autoridades de saúde, médicos e pediatras, devendo ser cumpridas as duas doses nas idades indicadas no Programa de Vacinação.

- Desde quando existe vacina do sarampo em Portugal?

A vacinação organizada começou em 1973, com uma campanha de vacinação de crianças entre os um e os quatro anos, que vigorou até 1977. Em 1974, a vacina foi incluída no PNV em uma dose e em 1990 foi introduzida uma segunda dose da vacina.

- Qual o nível de imunização em Portugal?

Portugal tem uma elevada taxa de imunização contra o sarampo, que ronda os 95%. Consideram-se já protegidos contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso de menores de 18 anos, e uma dose quando se trata de adultos.

 

Serviço Nacional Saúde
O ministro das Finanças, Mário Centeno, esclareceu estar a trabalhar com a tutela da Saúde para melhorar a gestão financeira do...

“Nós estamos sempre a analisar todas as dimensões. Temos observado um aumento da dívida na saúde e temos de repensar a forma como essa dívida é acumulada e isso é um trabalho conjunto – na área financeira e da saúde – sem pôr em causa o serviço”, declarou o governante.

Falando aos jornalistas à margem de uma conferência sobre crescimento económico organizada pelo jornal The Economist, em Cascais, Lisboa, Mário Centeno salientou a necessidade de “melhorar a gestão financeira do setor da saúde”.

Ainda assim, notou que o Estado está a “servir os portugueses no Serviço Nacional Saúde” e que tal dívida “está no valor do défice e não há escondido”.

“Há é uma questão de gestão e essa gestão é financeira”, referiu.

O esclarecimento surgiu depois de o responsável ter admitido, também hoje, no parlamento, que possa haver situações de má gestão no Serviço Nacional de Saúde e que, nesse caso, têm de ser avaliadas, adiantando que foi criada uma unidade de missão para avaliar a dívida na Saúde.

“Pode seguramente haver má gestão, na verdade, e temos de olhar para ela”, disse Mário Centeno, na comissão de Trabalho da Assembleia da República.

Já falando aos jornalistas, em Cascais, vincou que “o setor da saúde é um desafio no contexto da execução orçamental”

“Eu e o senhor ministro da Saúde temos tido um trabalho em comum, em conjunto, de enorme sucesso”, observou Mário Centeno, aludindo ao “enorme esforço que o Governo tem feito para recuperar o setor que estava debilitado com as dificuldades que o país atravessou no programa de ajustamento”.

“Não vale a pena continuarmos a fingir que este esforço não existe porque existe […]. Este esforço revela-se no número de investimentos que tem sido feito na saúde, mas, em particular, nos investimentos em recursos humanos”, disse, falando em mais 6.500 profissionais face aos que existiam em 2015.

O responsável vincou que o atual executivo vai “continuar a trabalhar em conjunto num setor que é de difícil gestão em todo o mundo”.

“Devíamos fazer mais? Devíamos. E vamos continuar a fazer”, garantiu.

Além de uma unidade de missão sobre gestão hospitalar aprovada recentemente em Conselho de Ministros, Mário Centeno apontou as verbas aprovadas, no âmbito do Orçamento do Estado, para amortizar a dívida no setor.

“Vão ser feitos pagamentos muito significativos ao longo do mês de março - estimamos que 400 milhões de euros vão ser amortizados nessa dívida - e há mais 500 milhões de euros que […] vão também ser usados para o mesmo efeito”, adiantou.

Segundo os últimos dados da Direção-Geral de Orçamento (DGO), no final de janeiro, havia 951 milhões de euros em dívida em atraso dos Hospitais EPE - Entidade Pública Empresarial (acima dos 837 milhões de dezembro e dos 613 milhões de janeiro de 2017) e mais quatro milhões de euros no subsetor saúde.

Os pagamentos em atraso referem-se a contas por pagar há mais de 90 dias.

 

Estudo
Os cigarros eletrónicos podem ser mais prejudiciais do que benéficos, diminuindo o número de fumadores de forma pouco relevante...

As conclusões são de uma investigação do Centro Médico Dartmouth-Hitchcock-Centro Oncológico Norris Cotton, do estado norte americano de New Hampshire, em colaboração com outras instituições dos Estados Unidos, na qual se quantifica o equilíbrio entre os danos e os benefícios dos cigarros eletrónicos.

“Embora a indústria do tabaco apresente os cigarros eletrónicos como uma ferramenta para ajudar os fumadores adultos a deixarem de fumar, na verdade o uso desses cigarros apenas aumenta marginalmente o número de pessoas que conseguem deixar o tabaco com sucesso”, disse o investigador Samir Soneji, do Instituto Dartmouth.

Por outro lado, os cigarros eletrónicos podem facilitar, com o uso da nicotina, a iniciação ao consumo de tabaco, especialmente junto de adolescentes e jovens adultos, acrescentou o responsável.

Utilizando dados de recenseamento, de inquéritos nacionais sobre saúde pública e tabagismo e literatura publicada, a equipa liderada por Soneji calculou total dos anos de vida ganhos ou perdidos na população dos Estados Unidos devido ao impacto dos cigarros eletrónicos, quer para parar de fumar quer ao levar pessoas que nunca fumaram a usar o tabaco tradicional.

“Os cigarros eletrónicos podem levar à perda de mais de 1,5 milhões de anos de vida porque o seu uso pode aumentar substancialmente junto de adolescentes e jovens adultos, que eventualmente se tornam fumadores de cigarros”, disse Soneji.

Publicado na revista científica PLOS ONE, o estudo sugere que, com base nas conclusões científicas relacionadas com os cigarros eletrónicos, e com as suposições otimistas de que os cigarros eletrónicos causam menos danos se comparados com os cigarros fumados, o uso dos “e-cigarette” representa atualmente mais danos na população do que benefícios.

E diz que embora os esforços de controlo de tabaco tenham levado a uma redução de fumadores jovens desde os anos 1990, os cigarros eletrónicos podem potencialmente retardar ou mesmo reverter essa tendência.

São necessários esforços, diz-se no estudo, para reduzir o uso dos cigarros eletrónicos por parte dos jovens e aumentar o seu uso nos adultos no sentido de ser um meio para parar de fumar.

Soneji sugere também que se legisle no sentido impedir que os cigarros eletrónicos sejam atraentes para os jovens, reduzindo por exemplo a disponibilidade de sabores agradáveis, como o sabor a frutas.

 

Assembleia da República
O movimento, que nasceu no IPO-Porto e que já mobilizou cerca de sete mil pessoas, obteve parecer positivo da Comissão da Saúde...

Depois de ter entregue uma petição com cerca de sete mil assinaturas para implementar o Dia da Esperança em Portugal, a Delegação do Dia da Esperança, do IPO-Porto, voltou, no dia 13 de março, à Assembleia da República, para explicar melhor o movimento e quais as suas motivações. O projeto acabou por obter um parecer positivo por parte dos Deputados da Comissão da Saúde e segue agora para plenário.

Laranja Pontes, Presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto, explicou, no decorrer da reunião, que “Mais que um movimento promovido pelo IPO-Porto e pela sua equipa, este é um movimento de literacia para a saúde, bastante focado nos aspetos positivos que celebram a vida. O principal objetivo deste projeto passa por aumentar o conhecimento e a consciência nacional da investigação clínica e por motivar as pessoas a serem participantes ativos no desenvolvimento da ciência médica. Para o IPO do Porto, os ensaios clínicos são uma janela de esperança para o doente com cancro e é por isso que sentimos a necessidade de alterar o paradigma da recetividade da sociedade.”

Por sua vez, a equipa de Deputados da Assembleia da República da Comissão da Saúde, em consenso, referiu que “É bastante claro o contributo deste movimento para melhoria dos cuidados de saúde dos doentes com cancro e para a consciencialização da população para o tema. Conseguimos identificar uma perspetiva de futuro no movimento tendo por isso todo o nosso apoio para avançar em plenário.” 

A equipa promotora do movimento, presente ontem na Assembleia da República e ouvida pela Comissão da Saúde, foi constituída por Dr. Laranja Pontes, Presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto, Dr. José Dinis, Coordenador da Unidade de Ensaios Clínicos, Dra. Assunção Tavares, Médica no Serviço de Psico-Oncologia, Dra. Susana Duarte, Presidente da A.A.P.C. - Associação de Apoio às Pessoas com Cancro - e por Fátima Pinheiro, doente de cancro.

Desde 2015 que o IPO-Porto celebra, no primeiro dia da primavera, a Esperança. Numa iniciativa de portas abertas à sociedade, que conta com o apoio da Roche e que é protagonizada por profissionais de saúde, utentes do hospital, entidades oficiais, figuras públicas e muitos anónimos. Este ano a equipa quer fazer a diferença e alargar a iniciativa a uma escala nacional.

Saúde
Provar pão com menos sal, assistir ao trabalho dos enfermeiros no centro SNS 24 ou ver como funciona a receita eletrónica numa...

O evento que decorre até 23 de março apresenta-se como um meio para promover “o que de melhor se faz em Portugal na área do 'ehealth' (informática aplicada à saúde)”, conforme explicou o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), organizador do evento.

O 'Portugal eHealth Summit' reúne tecnologia e inovação em saúde, com um objetivo: “Encontrar as melhores respostas e soluções para os cidadãos, profissionais e instituições de saúde”.

Segundo Henrique Martins, esta segunda edição do evento pretende repetir e aumentar o sucesso do primeiro, que contou com 10 mil visitantes.

O presidente do SPMS não esconde a ambição de transformar este encontro no maior do mundo no género, até 2020.

Para esta edição estão inscritos 5.000 pessoas, dois espaços, 90 expositores, cinco entidades de saúde, 70 empresas tecnológicas, dez empresas farmacêuticas e cinco consultores.

Irão ser apresentadas 45 ´startups`, entre as quais 17 projetos dos SPMS.

O encontro vai contar com 200 oradores, estando envolvidos cinco ministérios.

“Queremos que as pessoas vejam o setor público como também capaz de inovar”, disse Henrique Martins, acrescentando que “o público alvo é toda a gente”, dos utentes aos profissionais de saúde, entidades e empresas do setor.

Henrique Martins acredita que neste encontro “há espaço para todos os portugueses aprenderem alguma coisa sobre saúde”.

A organização acredita que esta segunda edição vai contar com 15 mil visitantes.

 

Plano Nacional de Vacinação
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, manifestou-se preocupado com o “pequeno surto de sarampo”, apelando à...

“É uma situação que também preocupa a Ordem dos Médicos (OM)”, afirmou Miguel Guimarães, no Porto, à margem de uma reunião com o líder do PSD, Rui Rio.

O bastonário destacou que o Plano Nacional de Vacinação (PNV) é “uma medida de saúde pública das mais importantes na história da medicina”, que permite “salvar milhões de vidas em todo o mundo, todos os anos”.

Afirmando estar “seguro” de que a Diretora Geral da Saúde "está em cima de todos os acontecimentos”, o bastonário disse ser “fundamental” cumprir o PNV, pois “mais uma vez” este “pequeno surto” está “relacionado com a não vacinação”.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou na terça-feira que foram notificados na região norte dois casos de sarampo confirmados, existindo outros doentes com sinais e sintomas, mas que ainda estão em investigação, sendo aguardados os resultados laboratoriais.

“Foram notificados na região norte dois casos de sarampo, aparentemente não relacionados, confirmados laboratorialmente em adultos não vacinados”, referiu a Direção-Geral da Saúde, em comunicado.

De acordo com a DGS, também na região norte estão em investigação outros doentes com sinais e sintomas clínicos, de início súbito, incluindo exantema (erupção cutânea), dores musculares e cansaço, explicando que os resultados laboratoriais são confirmados no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

A DGS lembrou que o sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave, principalmente em indivíduos não vacinados, explicando que atualmente se verificam surtos de sarampo em alguns países europeus devido à existência de comunidades não vacinadas.

O sarampo provocou 35 mortes no ano passado, incluindo uma em Portugal, em 50 países da região europeia, onde se registaram mais de 20 mil casos em 2017.

 

Comissão de Farmácia e Terapêutica
Associações de doentes crónicos contestam os “motivos economicistas” que dizem nortear uma orientação da Autoridade do...

Associações que representam doentes crónicos com doença inflamatória do intestino, com artrite reumatoide, com psoríase ou com espondilite reuniram-se ao fim da tarde de ontem na Ordem dos Médicos para tomarem uma posição conjunta sobre a norma da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, do Infarmed, emitida em fevereiro sobre os fármacos biossimilares.

Os biossimilares são medicamentos biológicos semelhantes aos fármacos biológicos de referência. Os medicamentos biológicos são produtos inovadores destinados ao tratamento de doenças crónicas.

Em declarações, a presidente da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide considerou que a norma da Comissão de Farmácia e Terapêutica não tem em conta a opinião do médico, nem a informação ao doente.

“A norma refere que o médico é obrigado a fazer prescrição por denominação comum internacional. Quando o doente levanta o fármaco no hospital ou vai lá para lhe ser administrado, não sabe o fármaco que lhe deram. Pode não ser exatamente o que o médico lhe prescreveu”, afirmou.

Para Arsisete Saraiva, os doentes crónicos exigem ser informados da substituição da medicação e exigem que o seu médico saiba o fármaco que vão tomar.

“O doente tem de estar no centro do sistema, mas esta frase não pode ser só um 'cliché'. Só se veem cifrões [neste tipo de medidas]. Primeiro vêm os cifrões, depois é que vêm os doentes”, declarou.

A Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino também contesta esta norma e opõe-se à mudança de um medicamento biológico “para um biossimilar sem envolver o doente e sem se ter em conta que essa mudança poderá alterar o seu estado de saúde”.

“Acresce que a relação médico-doente é, como todos sabemos, uma relação fundamental no âmbito de uma doença crónica. Esta alteração vem comprometer o elo de confiança e de estabilidade, quer do doente quer do médico, visto que a decisão relativa à escolha do medicamento transita do médico para o farmacêutico hospitalar”, afirma a Associação.

A norma da Comissão de Farmácia do Infarmed refere que “o início de tratamento deverá ser efetuado com o medicamento biossimilar ou biológico de referência com menor custo para a instituição que o disponibiliza, sendo um objetivo a alcançar em todos os novos doentes”.

“Esta realidade deve ser igual para os doentes com prescrição originária da própria instituição ou de centros de tratamento exteriores, pelo que as instituições deverão informar todos os prescritores, internos e externos, sobre este objetivo. Em doentes já em tratamento com um medicamento biológico, quando a avaliação das condições de aquisição entre marcas alternativas de um mesmo medicamento biológico traduzirem oportunidades de redução significativa de custos para a instituição, deverá ser implementado um processo de mudança do medicamento para a opção com menor custo”, adianta ainda a norma.

É ainda indicado que deverá ser objetivo de cada instituição promover a mudança em todos os doentes clinicamente estáveis.

 

Serviço Nacional de Saúde
O ministro das Finanças admitiu hoje, no parlamento, que possa haver situações de má gestão no Serviço Nacional de Saúde e que,...

“Pode seguramente haver má gestão, na verdade, e temos de olhar para ela”, disse Mário Centeno, na comissão de Trabalho da Assembleia da República.

A declaração do governante surgiu após uma sugestão do deputado do PSD Álvaro Batista de que a elevada dívida e os pagamentos em atraso no Serviço Nacional de Saúde (SNS) se podem dever a má gestão.

O governante afirmou ainda que a dívida da Saúde é um tema que preocupa este Governo e que foi por isso que foi criada uma “unidade de missão para repensar todo o processo de criação de dívida” no Serviço Nacional de Saúde.

Mário Centeno acrescentou, contudo, que a dívida também se deve a mais investimento na Saúde, referindo que “os recursos dedicados [hoje] ao Serviço Nacional de Saúde são muito superiores àqueles que foram dedicados em 2015”, quando estava no Governo PSD e CDS-PP.

Segundo os últimos dados da Direção-Geral de Orçamento (DGO), no final de janeiro, havia 951 milhões de euros em dívida em atraso dos Hospitais EPE - Entidade Pública Empresarial (acima dos 837 milhões de dezembro e dos 613 milhões de janeiro de 2017) e mais quatro milhões de euros no subsetor saúde.

Os pagamentos em atraso referem-se a contas por pagar há mais de 90 dias.

O Governo tem vindo a dizer que espera uma “redução pronunciada” dessa dívida este ano, desde logo devido ao reforço de capital no valor de 500 milhões de euros feito no final de 2017 nos Hospitais EPE. e que “começará a produzir efeitos a partir de março”.

 

i3S
Investigadores do Porto estão a estudar a migração no corpo humano do parasita responsável pela doença infecciosa leishmaniose,...

O parasita 'Leishmania', responsável pela leishmaniose, é contraído pelos humanos e cães através da picada da mosca da areia, inseto que vive em climas tropicais e mediterrânicos, indicou à Lusa a investigadora Maria Inês Rocha, do grupo de Parasitologia Molecular do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto.

Em consequência do aquecimento global, este inseto tem encontrado 'habitat' em novas regiões do planeta, contribuindo para a propagação geográfica da leishmaniose, indicou.

Além disso, a resistência destes parasitas aos medicamentos e inseticidas em uso, tornam a leishmaniose uma ameaça à saúde pública a uma escala mais global.

De acordo com a investigadora, apesar de partilharem o mesmo modo de transmissão, os parasitas podem migrar para outras zonas do organismo, levando a que sejam apresentados sintomas muito variados.

Em alguns casos, a 'Leishmania' permanece no local da picada, onde origina uma pequena infeção na pele, enquanto noutros viaja para regiões mais afastadas do corpo, originando infeções cutâneas disseminadas (que acarretam um grande estigma social) ou em órgãos vitais (como o fígado e o baço).

Para migrar para longe do local da picada, a investigadora explicou que os parasitas "apanham boleia" dentro das células do sistema imune, que, "ao invés de eliminarem esses agentes infecciosos, acolhem-nos e servem-lhes de local privilegiado para viver".

Entre os vários fatores que determinam o local do organismo humano colonizado pela 'Leishmania', a investigadora referiu que "um dos mais importantes" é a espécie do parasita, sendo conhecidas atualmente mais de 20.

Considerando que a 'Leishmania' "vive dentro de células do sistema imune, partimos do pressuposto que o destino final de uma determinada espécie no organismo humano (por outras palavras, o que define os sintomas da doença), depende da capacidade que esse parasita tem de controlar os movimentos da célula onde vive", esclareceu.

Ao perceberem a forma como os parasitas manipulam a migração das suas células-abrigo, os responsáveis pelo projeto esperam, a longo prazo, contribuir para controlar a doença.

Maria Inês Rocha contou que, apesar de as leishmanioses ameaçarem um bilião de pessoas à escola mundial, esta patologia faz parte de "uma vasta lista de doenças negligenciadas, elaborada pela Organização Mundial de Saúde".

"O termo negligenciadas deriva do facto de afetar maioritariamente países em vias de desenvolvimento, cujas populações, não conseguindo suportar os custos dos medicamentos, caem fora do radar das grandes farmacêuticas", notou.

A falta de investimento público em investigação nesta área não permite avanços científicos no que respeita ao diagnóstico e combate das leishmanioses, disse ainda.

Em Portugal, os casos reportados de leishmaniose humana são reduzidos (menos de um em cada 10 mil habitantes), devido à subnotificação de casos positivos e à falta de um plano nacional de diagnóstico, com a maior parte dos casos a surgirem em indivíduos com o sistema imune debilitado.

A investigadora considera que, a nível nacional, mais do que um problema de saúde pública, a leishmaniose é um problema veterinário, com cerca de 6% dos cães a revelaram-se positivos para a doença.

As descobertas no âmbito deste projeto, no qual participam igualmente os investigadores Helena Castro e Miguel Ferreira, poderão ter impacto noutras áreas de conhecimento, nomeadamente na investigação contra o cancro, dada a semelhança entre a migração de células infetadas por 'Leishmania' e a disseminação das metástases.

 

TestBioTech
O Tribunal Europeu de Justiça reconheceu hoje às organizações da sociedade civil o direito de agirem na justiça para tentar...

A decisão daquele órgão de justiça anula uma outra deliberação da Comissão Europeia, que tinha negado, em 2015, à organização não governamental TestBioTech um pedido de exame às autorizações de mercado de soja geneticamente modificada das empresas Monsanto e Pioneer.

A organização anti-organismos geneticamente modificados tinha tentado que fosse reexaminada a autorização, argumentando que não tinham sido avaliados os potenciais efeitos da soja modificada nos seres humanos.

"A Comissão Europeia permitiu a importação de soja geneticamente modificada apesar de preocupações com os riscos para a saúde humana e tentou impedir o reexame da aprovação", afirmou Christopher Then, da Testbiotech, que considera a decisão de hoje "um passo importante para fortalecer o princípio da precaução na União Europeia".

A Testbiotech tem outros dois casos em apreciação no tribunal europeu para impedir a aprovação da importação de soja modificada criada pela Monsanto que produz proteínas inseticidas para proteger as plantas.

Num comunicado acessório à decisão, o Tribunal afirma que a criação de alimentos para humanos e animais geneticamente modificados faz parte, no âmbito do direito ambiental europeu, das matérias que podem ser alvo de reexame a pedido de organizações da sociedade civil.

 

Pediatra
O pediatra Gomes Pedro lamentou hoje a morte do pedagogo Berry Brazelton, sublinhando o “extraordinário contributo” dos seus...

O médico, que preside ao Centro Brazelton em Portugal, classificou a morte de Berry Brazelton, ocorrida terça-feira, como uma “perda tremenda para todas aqueles que tiveram o privilégio de aprender e difundir o seu alvo de intervenção”, disse.

Autor de inúmeras obras literárias, nomeadamente “O grande livro da criança”, Brazelton foi “um criador de qualquer coisa fundamental como a avaliação comportamental «touchpoints» para fortalecer os primeiros laços de paixão da família pelo bebé”.

O modelo «touchpoints» consiste numa abordagem teórica e prática de um modelo de desenvolvimento perspetivado em torno de momentos chave, focado no bebé/criança e centrado na família, que visa potenciar a competência parental na construção da relação pais-filhos e criar uma aliança entre os pais e os profissionais que fazem parte do seu sistema.

Em Portugal, o modelo já é aplicado por vários pediatras e Gomes Pedro, que preside a um centro Brazelton, inaugurado pelo próprio, acredita que existem “ótimos profissionais” com capacidade para o desenvolver.

Para o médico português, Brazelton “demonstrou que o desenvolvimento humano não é uma trajetória meramente linear, mas de patamares, socalcos, correspondentes a crises e respetiva reorganização, por parte do bebé e da família”.

Centro Brazelton
Morreu o pediatra, cientista e perito norte-americano em desenvolvimento infantil T. Berry Brazelton anunciou o Centro...

"É com profunda tristeza que compartilhamos a notícia de que nosso estimado colega e amado amigo e mentor, T. Berry Brazelton, morreu nesta manhã, 13 de março de 2018. O mundo perdeu um verdadeiro herói para bebés, crianças e famílias", refere o Centro Brazelton no seu ‘site’ na internet.

Berry Brazelton, autor da obra “O Grande Livro da Criança”, traduzida em Portugal, era professor emérito de pediatria na Harvard Medical School e foi um dos clínicos e defensores mais influentes em pediatria e em desenvolvimento infantil da era moderna.

Brazelton foi criador do conceito 'touchpoints', que consiete numa abordagem teórica e prática de um modelo de desenvolvimento perspetivado em momentos-chave focado no bebé e criança e centrado na família.

Este conceito, enquanto modelo filosófico que explica o desenvolvimento humano, modificou o modo de intervenção dos profissionais envolvidos com a criança, enquanto educadores que aprendem a privilegiar, assumidamente, a relação bebé-família, segundo o ‘site’ da Fundação Brazelton/Gomes Pedro.

No fundo, defendem que "para alcançarem melhores resultados, as crianças precisam de ter pais convictos das suas competências e capacidades".

 

Europa
O sarampo provocou 35 mortes no ano passado, incluindo uma em Portugal, só num conjunto de 50 países da região europeia, onde...

Segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), a região europeia que é considerada por aquele organismo das Nações Unidas registou, em 50 nações, 20 mil casos de sarampo num ano, 35 deles mortais.

Também no mês passado, o Centro Europeu de Controlo de doenças dava conta de 14 mil casos de sarampo em 30 países em 207, triplicando o número de casos da doença em 2016.

A Direção-Geral da Saúde em Portugal anunciou quarta-feira que foram notificados na região norte dois casos de sarampo confirmados, existindo outros doentes com sinais e sintomas, mas que ainda estão em investigação, sendo aguardados os resultados laboratoriais.

No ano passado, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

Para a OMS, “cada nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa relembra que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivam, continuam em risco de contrair a doença e de a passar a outros que possam ainda não estar vacinados”.

A OMS recorda que os surtos de sarampo registados no ano passado afetaram um em cada quatro países da região europeia, tendo sido notificados surtos em 15 dos 53 países abrangidos pela OMS Europa.

O país europeu com mais casos reportados desde 1 de janeiro de 2017 até ao momento continua a ser a Roménia, seguido de Itália, da Ucrânia e da Grécia.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Estudo
O principal poluidor do planeta, a China, está a ganhar na guerra contra a poluição atmosférica e pode aumentar em mais de dois...

Com base em dados recolhidos em 200 recetores espalhados por toda a China, o estudo da Universidade de Chicago calcula que a taxa de partículas finas no ar, muito prejudiciais à saúde, reduziu-se em 32% entre 2013 e 2017.

Se essa tendência se mantiver, a esperança média de vida dos chineses pode aumentar até 2,4 anos, segundo o estudo. As partículas finas —também conhecidas como PM2,5 pelo seu diâmetro máximo — são determinantes tanto nas doenças cardiovasculares e respiratórias, como no cancro, escreve o Sapo.

"Não existem exemplos de um país que tenha conseguido uma redução tão rápida da poluição atmosférica. É extraordinário", comentou à agência de notícias France Presse Michael Greenstone, que dirigiu o estudo do Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago.

EUA precisaram de mais tempo para conseguirem resultado semelhante
Já os Estados Unidos precisaram de mais de dez anos para uma melhoriaa comparável, após aprovarem uma lei nesse sentido em 1970.

"Esses quatro anos demonstram que as coisas podem mudar, mesmo rapidamente, graças à vontade política", disse Greenstone.

Sob pressão da opinião pública, o regime comunista chinês lançou em 2013 um plano contra a poluição destinado a reduzir em 25% a taxa de partículas finas no ar nas regiões de Pequim e Xangai.

"A China não é considerado um país democrático, mas constatamos que o governo teve de tomar as medidas que a opinião pública exigia", afirmou Greenstone.

“Põe o teu sono na agenda”
Para assinalar o Dia Mundial do Sono, que se celebra no próximo dia 16 de março, a Comissão de Trabalho de Patologia...

O trabalho por turnos é um componente essencial da sociedade moderna, estimando-se que a nível mundial cerca de 20% dos indivíduos trabalhem por turnos – classicamente definido como o trabalho realizado entre as 19 e as 6 horas. Sonolência diurna, dificuldade de atenção e memória, obesidade, aumento do risco de doenças cardiovasculares e gastrointestinais são algumas das consequências negativas que o trabalho noturno representa para a saúde. 

Sobre o impacto do trabalho por turnos na saúde, Susana Sousa, secretária da Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono refere: “nos últimos anos, vários autores têm sugerido existir também uma relação entre as perturbações do sono e o aumento do risco de cancro, nomeadamente entre o distúrbio do sono associado ao trabalho por turnos e o cancro da mama, melanoma e cancro colo-rectal. Têm sido propostos vários mecanismos mas são necessários mais estudos para explicar esta possível relação epidemiológica”. Perante esta realidade, “são necessárias estratégias de intervenção preventiva. É mandatário que se programe o sono da mesma forma que se planeia, por exemplo, o dia de trabalho” refere a médica pneumologista.

Para Jorge Barroso Dias, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho (SPMT), é importante a consciência de que “o sono e o descanso são parte integrante das obrigações do trabalhador, são intrínsecos ao próprio trabalho. Neste âmbito, saliento com particular preocupação os profissionais de saúde que por inerência são trabalhadores noturnos e, tão frequentemente, saem de um turno noturno para começarem, logo a seguir, um turno diurno sem descanso! Outra classe profissional com este problema crónico são os taxistas, por exemplo.” O médico especialista em Medicina do Trabalho deixa o apelo: “todos os portugueses podem ajudar nesta campanha, todos somos responsáveis por cuidar dos nossos familiares, amigos e colegas de trabalho alertando para a importância de «pôr o nosso sono na nossa agenda»”.

No âmbito desta campanha, no dia em que se assinala o Dia Mundial do Sono, será realizada uma ação de rua que consistirá na distribuição de um folheto informativo à população com recomendações para os casos em que existe trabalho noturno bem como indicações sobre as medidas de higiene do sono mais corretas a adotar. Será ainda pedido aos transeuntes que preencham um questionário com vista a avaliar os seus hábitos de sono. A ação vai decorrer na Estação do Rossio, entre as 08h00 e as 11h00.

Criado pela World Sleep Society, o Dia Mundial do Sono é assinalado anualmente juntando médicos, investigadores e pacientes num trabalho conjunto de sensibilização para a importância do sono e o seu impacto na saúde. O mote global para este ano é “Join the Sleep World, Preserve Your Rhythms to Enjoy Life”, chamando precisamente a atenção para a necessidade de “cuidarmos dos nossos ritmos para podermos disfrutar da vida” e inspirado na atribuição do Prémio Nobel da Medicina de 2017 a três investigadores cujo trabalho foi dedicado ao estudo dos ritmos circadianos (período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico, sendo influenciado por fatores como a variação de luz e temperatura e entre o dia e a noite).

A Campanha “Põe o teu sono na agenda” deixa algumas recomendações para os casos em que existe trabalho noturno:

- Fazer uma sesta de 30 a 60 minutos antes do início do turno;
- Manter exposição à luz na primeira metade do turno;
- Gerir e dividir tarefas em equipa, programando tarefas que exijam menos atenção para a segunda metade do turno;
- Na segunda metade do turno evitar bebidas com cafeína e psicoestimulantes;
- Após o turno deve ser evitada a exposição a luz solar;
- Após uma noite de trabalho, tomar uma refeição ligeira e dormir num ambiente calmo, sem luz ou ruído;
- Durante o período de sono deve ser desligado o telemóvel uma vez que a sociedade não está preparada para o sono durante o dia e as solicitações podem impedir um sono com qualidade e quantidade;
- Se necessário utilizar tampões auriculares para conseguir um ambiente sem ruído (o período de sono durante o dia é muitas vezes interrompido por ruídos da circulação de viaturas, obras públicas, etc)

Nos restantes dias adotar medidas de higiene do sono que incluam:

- Horário regular de sono;
- Evitar consumo de álcool (sobretudo nas 4h antes de deitar) e não fumar;
- Evitar refeições pesadas/excesso de açúcar/picantes nas 4h antes de deitar;
- Praticar exercício físico de forma regular;
- Manter o quarto com temperatura adequada, sem ruído e sem luz;
- Evitar ver televisão no quarto ou utilização de telemóvel/computador antes de dormir.

Associação Zero
A associação ambientalista Zero defende a aplicação de medidas para cumprir os limites de dióxido de azoto no centro de Lisboa...

A posição da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, apresentada em comunicado, vem no seguimento das conclusões de um estudo da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E), hoje divulgado, referindo que as restrições nas principais cidades europeias "excluem inadequadamente veículos novos poluentes a gasóleo".

"A Zero quer todas as medidas equacionadas para cumprir valores limite de dióxido de azoto nos centros de Lisboa e Porto, incluindo banir os veículos a gasóleo", realça a associação de defesa do ambiente, considerando fundamental a aplicação de ações adicionais para a proteção da saúde pública.

Lisboa definiu duas Zonas de Emissões Reduzidas (ZER) para tentar melhorar a qualidade do ar no centro da cidade, com limitações à circulação dos veículos mais poluidores e, "apesar do aumento gradual da exigência das normas EURO quanto à sua aplicação, a ausência de fiscalização e de penalização quanto a infrações são os maiores obstáculos para a eficácia desta medida, razões também apontadas no estudo T&E agora divulgado", salienta o comunicado.

Para os ambientalistas, as medidas "têm de passar por uma clara penalização do uso do automóvel, uma dinamização do transporte público", das alternativas andar a pé ou uso da bicicleta, assim como da expansão dos veículos de baixas emissões, como os elétricos.

Defendem também que "a sistemática ultrapassagem" do limite de vários poluentes no centro de Lisboa causada pelo tráfego rodoviário "mostra que são necessárias medidas com muito maior impacte e expressão".

Segundo o trabalho da T&E, de que a Zero faz parte, mais de 90% dos novos veículos a gasóleo, aprovados segundo a norma de emissão EURO 6, imposta pela União Europeia, "não cumprem na estrada os limites de emissão e não estão sujeitos a quaisquer restrições de circulação".

Com base na análise das medidas de restrição de veículos em 11 cidades europeias, incluindo Lisboa, a federação conclui que os carros a gasóleo EURO 6 excedem entre quatro a cinco vezes o limite de emissão dos óxidos de azoto na estrada e alguns modelos emitem até 10 vezes mais.

A Zero refere dados provisórios das concentrações de dióxido de azoto recolhidos na estação de monitorização da qualidade do ar da avenida da Liberdade, em Lisboa, relativos a 2017 e que "mostram que se ultrapassou quer o valor-limite médio anual de 40 mg/m3 [microgramas por metro cúbico](verificou-se 60 mg/m3), quer o número anual de 18 excedências ao valor-limite horário (ocorreram 74)".

Na estação de monitorização de Francisco Sá Carneiro/Campanhã, no Porto, a eficiência de recolha dos dados disponibilizados ao público foi inferior a 50%, mas mesmo assim o valor da média anual foi também superior a 40 mg/m3, alerta a Zero.

Várias cidades ponderam já zonas centrais sem emissões, como Londres, Madrid, Paris e Bruxelas, onde só os veículos elétricos serão permitidos.

Em fevereiro, na Alemanha, um tribunal decidiu que as cidades daquele país podem proibir a circulação de automóveis, justificando que o direito dos cidadãos de respirar ar limpo é mais importante que o direito dos proprietários de conduzir veículos poluentes.

"Este precedente deve conduzir a que todas as cidades com incumprimentos de legislação possam equacionar esta medida", salienta a Zero.

De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, os automóveis a gasóleo são a principal causa das emissões de dióxido de azoto em todas as cidades europeias, resultando em 68.000 mortes prematuras por ano.

 

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde anunciou ontem que foram notificados na região norte dois casos de sarampo confirmados, existindo...

“Foram notificados na região norte dois casos de sarampo, aparentemente não relacionados, confirmados laboratorialmente em adultos não vacinados”, refere a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O primeiro caso é um homem, de 27 anos, que teve o início dos sintomas em 26 de fevereiro e diagnóstico clínico em 02 de março.

“Está clinicamente curado, com ligação epidemiológica a França, país onde há registo de circulação do vírus do sarampo”, salienta.

O segundo caso é um homem, de 43 anos, com início dos sintomas em 06 de março e diagnóstico clínico em 12 de março.

“Está internado e clinicamente estável. Está em curso a investigação para apurar a possível origem da infeção”, frisa.

A DGS acrescenta que, também na região norte, estão em investigação outros doentes com sinais e sintomas clínicos, de início súbito, incluindo exantema (erupção cutânea), dores musculares e cansaço, explicando que os resultados laboratoriais são confirmados no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

“A Direção-Geral da Saúde e a rede de Autoridades de Saúde, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e com os profissionais de saúde, estão a acompanhar a evolução da situação de acordo com o previsto no Plano de Contingência”, salienta.

A DGS lembra que o sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave, principalmente em indivíduos não vacinados, explicando que atualmente se verificam surtos de sarampo em alguns países europeus devido à existência de comunidades não vacinadas.

O Hospital de Santo António divulgou ontem ter internado um profissional daquela unidade de saúde por suspeita de ter contraído sarampo, tendo sido feitas colheitas para análise cujos resultados serão conhecidos hoje.

O hospital afirma ter procurado saber de outros casos, incluindo entre pessoal em folga, sendo que no final foram sinalizados “20 casos idênticos, todos em profissionais”, sublinhando, porém, não haver ainda qualquer confirmação de que se trata de sarampo, podendo ser uma outra virose.

Segundo aquela unidade de saúde, “esta manhã (terça-feira, 13 de março de 2018) alguns profissionais do Hospital de Santo António, jovens adultos, apresentaram sintomas e sinais clínicos, de início agudo, incluindo exantema (rubor) cutâneo, febrícula (apenas alguns), mialgias e cansaço”.

Segundo o hospital, “não há nenhum doente com ligação epidemiológica conhecida com um caso confirmado de sarampo”, não sendo de excluir tratar-se “de uma outra virose”, já que “a apresentação clínica não é tão exuberante como habitualmente, designadamente com febre, prostração tosse, manchas da bochecha interna”.

Ainda, “não é provável um surto de sarampo manifestar-se com todos os casos num mesmo dia, atendendo à variabilidade individual dos períodos de incubação e de contágio”.

O hospital garante que “foram tomadas as medidas recomendadas para casos de sarampo” e que as autoridades locais e regionais de saúde Pública e a Diretora-Geral da Saúde foram informadas.

 

Telerreabilitação
O Centro Hospitalar de Leiria anunciou hoje que é o primeiro hospital público do país a utilizar uma plataforma de...

O projeto de reabilitação física monitorizada no domicílio irá permitir uma solução integrada para reabilitar utentes com uma das patologias crónicas mais comuns, bem como uma das principais causas de dor e incapacidade nos adultos, refere o Centro Hospitalar de Leiria (CHL) em nota de imprensa.

Desde o início do mês, há oito doentes em tratamento. O CHL prevê a inclusão de cerca de dez doentes por semana, esperando-se que possa chegar a 400 doentes este ano.

Após a inclusão de todos os doentes em lista de espera que cumpram os critérios de inclusão e que aceitem este plano terapêutico domiciliário, serão recrutados doentes a partir dos cuidados de saúde primários.

O programa de telerreabilitação permite acompanhar 30 doentes em simultâneo e os tratamentos em domicílio duram em média cerca de um mês, com regime de cinco a sete dias de tratamento por semana.

Segundo nota do centro hospitalar, a plataforma de telerreabilitação "vem dar também uma importante resposta aos utentes com tendinopatia do ombro que, em estádios avançados, pode levar à rutura tendinosa da coifa dos rotadores, que se estima afete pelo menos 40% das pessoas com mais de 60 anos".

"As orientações internacionais evidenciam a importância de abordar estes doentes primeiramente com programas de fisioterapia antes da abordagem cirúrgica", acrescenta o comunicado.

A Plataforma de telerreabilitação para a patologia osteoarticular crónica do joelho e ombro do CHL é dinamizada pelo Serviço de Medicina Física e Reabilitação do CHL (MFR), em conjunto com os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral e Oeste Norte, e a Sword Health.

O programa de reabilitação motora permite ao utente realizar o tratamento prescrito em casa, "por se basear nos princípios de biofeedback, sendo que os movimentos do doente são digitalizados utilizando sensores de movimento".

"A informação é processada para providenciar feedback em tempo real ao doente sobre o seu movimento, por intermédio de uma aplicação móvel. Esta tecnologia, nunca até hoje utilizada no Serviço Nacional de Saúde, permite ao doente realizar sessões de reabilitação motora sem necessidade de supervisão constante por parte do seu terapeuta", assume o CHL.

A tecnologia inclui ainda uma plataforma 'online' que permite à equipa clínica prescrever, monitorizar e alterar remotamente os programas de reabilitação de cada utente, possibilitando assim gestão à distância, evitando deslocações do doente ao serviço hospitalar.

"A nível global, a osteoartrose afetará entre 10 e 15% da população mundial, cerca de 250 milhões de pessoas. Segundo o Estudo Epidemiológico de Doenças Reumáticas em Portugal, a osteoartrose do joelho é uma patologia muito comum, afetando 12,4% dos portugueses."

 

Páginas