Relatório
A organização ecologista Greenpeace denunciou a presença de níveis excessivos de radioatividade em áreas que foram reabertas à...

Num relatório publicado na quarta-feira, baseado em mediações realizadas pela própria organização, a Greenpeace assinala que muitas das áreas se encontram em situação de “emergência radiológica”, apesar de o Governo nipónico ter levantado as restrições de acesso a estes locais, após anos de limpeza e descontaminação radioativa.

Este panorama contrasta com a versão das autoridades do Japão, que falam de uma progressiva volta à normalidade nestas zonas afetadas pela catástrofe nuclear causada pelo terramoto e tsunami de 11 de março de 2011.

O documento detalha, por exemplo, que nas localidades de Namie e Iitate, situadas entre 10 a 40 quilómetros da central e onde se levantaram parcialmente as ordens de evacuação há um ano, a radiação continua em níveis “muito acima dos padrões internacionais”.

A organização assinalou a “escassa eficácia” dos trabalhos de descontaminação nas zonas afetadas, e criticou que Tóquio tenha decidido “demasiado depressa” a reabertura do acesso a algumas áreas, apesar do “alto risco” que isso representa para os seus habitantes.

Por sua parte, o executivo japonês mantém que a radioatividade nas áreas reabertas não representa riscos para a saúde humana, e aponta dados corroborados por especialistas médicos do arquipélago e organismos como o Comité Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação.

O acidente nuclear de Fukushima é considerado o pior da história, depois do ocorrido em Chernobyl (Ucrânia) em 1986, e mantém ainda deslocadas dezenas de milhares de pessoas, além de provocar graves prejuízos à economia local, significando um custo total para o erário púbico estimado em 152 milhões de euros.

 

Estudo
Uma bactéria benigna da pele que tem capacidade para proteger contra o cancro foi identificada por investigadores da...

No trabalho publicado na revista Science Advances, investigadores da Faculdade de Medicina da universidade norte-americana revelam o potencial novo papel para uma bactéria naturalmente presente na pele saudável, sublinhando que a ciência continua a desvendar as camadas do microbioma da pele para revelar as suas propriedades protetoras.

“Identificámos uma estirpe de 'Staphylococus epidermidis', comum na pele humana saudável, que tem uma capacidade seletiva para inibir certos tipos de cancro”, disse Richard Gallo, responsável pelo Departamento de Dermatologia da faculdade.

“Esta espécie única de bactéria da pele produz um químico que mata vários tipos de células cancerígenas, mas não parece ser tóxico para as células normais”, refere um comunicado divulgado pela universidade.

A equipa de investigadores descobriu que a bactéria produz o componente químico 6-N-hydroxyaminopurina (6-HAP). Em experiências com ratos, os animais com 'Staphylococus epidermidis' na pele que não produziram 6-HAP tiveram muitos tumores de pele depois de serem expostos a raios ultravioleta (UV) causadores de cancro, mas os ratos com a aquela estirpe da bactéria que produz 6-HAP resistiram ao desenvolvimento de tumores.

A universidade explica que a 6-HAP é uma molécula que reduz a produção de ADN, conhecida como síntese de ADN, e previne a expansão das células tumorais transformadas, além de ter potencial para suprimir o desenvolvimento de tumores de pele induzidos por UV.

Os ratos que receberam injeções intravenosas de 6-HAP a cada 48 horas durante um período experimental de duas semanas não apresentaram efeitos tóxicos, mas quando transplantados com células de melanoma, o tamanho dos seus tumores foi suprimido em mais de 50% face aos registos.

“Há indícios crescentes de que o microbioma da pele é um elemento importante na saúda humana. Na verdade, reportamos anteriormente que algumas bactérias na nossa pele produzem péptidos antimicrobianos que defendem contra bactérias patogénicas como a 'Staphylococus aureus', afirmou Gallo.

O melanoma é a forma mais séria de cancro da pele que começa nas células de produção de pigmento da pele, os chamados melanócitos.

 

Administração Regional de Saúde
A capacidade da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados na região Centro vai ser aumentada este ano com mais 142 camas...

O anúncio foi feito no encontro "Cuidar em Casa", que decorreu durante o dia em Coimbra, organizado pela Equipa Coordenadora Regional da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Na sua intervenção, Rosa Reis Marques considerou "razoável" a resposta da rede na região Centro, onde existem 65 unidades de internamento com 2.291 camas nas diferentes tipologias de cuidados e 66 equipas domiciliárias, com 846 lugares.

Relativamente às Equipas de Cuidados Continuados Integrados no domicílio, a presidente da ARSC adiantou que está em curso o reforço dos recursos humanos, com a colocação de mais 103 enfermeiros nas unidades de Cuidados de Saúde Primários, que efetuam a referenciação dos doentes.

O coordenador nacional da reforma do Serviço Nacional de Saúde na área dos Cuidados Continuados Integrados defendeu ontem que o futuro do setor passa pela prestação de cuidados em casa.

Segundo Manuel Lopes, cuidar em casa vai ser "um dos mais importantes complementos aos restantes cuidados e, provavelmente, vai ser aquele que mais se vai desenvolver nos tempos mais próximos".

"É uma mudança de paradigma, não tenho dúvidas nenhumas sobre isso, e estou em crer que vai cumprir alguns critérios muito interessantes: torna os cuidados mais baratos, com menos riscos [do que nos hospitais] e, ao mesmo tempo, vai aumentar a satisfação dos doentes com os cuidados", disse.

De acordo com Manuel Lopes, existem atualmente cerca de 3.000 vagas nas Equipas de Cuidados Continuados Integrados que não estão a ser preenchidas por falta de referenciação dos Cuidados Primários de Saúde.

"Isto preocupa-nos, porque queremos que estas equipas estejam a ser utilizadas na sua total capacidade", sublinhou o responsável, referindo que, no caso das unidades de institucionalização, não existem vagas.

 

Estudo
Uma equipa internacional que inclui investigadores portugueses descobriu um mecanismo de resposta imunitária a um componente de...

Em comunicado, aquela universidade, que integra a equipa internacional juntamente com outras instituições portuguesas como o Instituto Português de Oncologia do Porto e o Hospital Universitário de Santa Maria da Universidade de Lisboa, explica que o referido fundo, "Aspergillus fumigatus", mata 200 mil pessoas por ano e provoca doenças pulmonares e alérgicas em milhões de outras.

A investigação, publicada na revista “Nature”, "explica a resposta do sistema imunitário" àquele organismo.

Segundo o texto, a equipa internacional, liderada pelo MRC Center for Medical Mycology da Universidade de Aberdeen (Reino Unido), "descobriu um mecanismo de resposta imunitária a um componente "inesperado" do fungo".

O recetor agora identificado, refere, "reconhece um pigmento específico do fungo chamado melanina".

Em Portugal, o trabalho foi coordenado pelo Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, tendo sido identificadas mutações neste recetor que aumentam o risco de contrair infeções em doentes submetidos a transplante em cerca de 25%.

"Esta descoberta poderá contribuir para o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico e terapias personalizadas para combater esta infeção", salienta a UMinho, que refere ainda que "a infeção causada por este micro-organismo é uma das complicações que mais preocupa os doentes submetidos a tratamentos médicos complexos, como transplante de medula, sendo fatal em metade dos casos".

Os investigadores o ICVS Agostinho Carvalho e Cristina Cunha apontam ainda que se acredita que aquele fungo "seja responsável por uma série de doenças pulmonares, incluindo a asma, que afetam milhões de pessoas em todo o mundo".

Os investigadores explicam ainda que o trabalho desenvolvido permitiu melhorar o nível de conhecimento do sistema imunitário: "Respiramos diariamente centenas de esporos deste fungo, embora sem consequências graves. No entanto, em situações de debilidade do sistema imunitário esta infeção é fatal na maioria dos casos. Esta investigação permitiu melhorar o conhecimento sobre como o nosso sistema imunitário responde a este micro-organismo, sendo esta informação crucial para melhorar a capacidade de diagnosticar a sua presença em pessoas infetadas e conceber novas terapias capazes de ajudar no tratamento desta doença complexa", realça Agostinho Carvalho.

O estudo envolveu ainda o National Institute of Allergy and Infectious Diseases, o National Institutes of Health (ambos dos EUA), o Instituto Pasteur (França), o Imperial College London (Reino Unido), a Universidade Friedrich Schiller de Jena (Alemanha), o Centro Médico da Universidade Radboud (Holanda).

 

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde vai abrir 503 vagas para o concurso dos cerca de 700 médicos recém-especialistas que concluíram o...

De acordo com o despacho conjunto dos Ministérios da Saúde e das Finanças vão ser contratados 503 médicos dos mais de 700 médicos que concluíram a especialidade no ano passado, sendo 483 para a área hospitalar e 20 para a área da saúde pública.

Eram mais de 700 os médicos recém-especialistas que aguardavam a abertura do concurso, sendo que serão celebrados 503 contratos para os quadros do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo o despacho do Governo, trata-se de abrir concurso para contratar os médicos “que se encontram atualmente sem uma relação jurídica por tempo indeterminado”.

A diferença entre as vagas para concurso e o número de especialistas que concluiu o internato pode estar relacionada com o facto de alguns profissionais terem já sido contratados diretamente pelas unidades de saúde, como hoje admitiu o próprio ministro da Saúde.

“Alguns médicos terão sido contratados, entretanto por razões de imperativa necessidade”, afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes hoje aos jornalistas no final da comissão parlamentar de Saúde.

O despacho agora publicado vai, segundo o ministro, “em linha com os médicos que concluíram o internato” e que ainda não têm vínculo de trabalho por tempo indeterminado.

Em anatomia patológica vão abrir 11 vagas, em anestesiologia abrem 32, angiologia e cirurgia vascular são quatro vagas, 12 abrem para cardiologia, para cirurgia geral há disponíveis 34 vagas, três para dermatologia, sete para doenças infecciosas, 11 para endocrinologia, cinco para gastro, 35 para ginecologia e obstetrícia, 73 para medicina interna, 13 para nefrologia, 16 serão para oftalmologia, 17 em oncologia, 19 em ortopedia, 15 em otorrino, 23 em pediatria, 26 vagas para psiquiatria e mais 10 para psiquiatria da infância e adolescência, 15 para radiologia e sete para urologia, entre outras especialidades.

Do total de vagas para especialidades hospitalares, cerca de 30 são para o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, que hoje o ministro da Saúde reconheceu que tem carência de profissionais.

Contudo, Adalberto Campos Fernandes disse que há hoje mais 315 profissionais de saúde no Algarve do que havia em 2015.

“A questão do Algarve trata-se de conseguir fazer do Algarve uma região que atrai e fideliza profissionais. É uma região particular porque é favorável à iniciativa privada. Os hospitais privados têm no Algarve um mercado que é muito forte. A luta e a competição dos recursos no Algarve é brutal. Estamos a estudar para ver se este ano podemos avançar com um procedimento legislativo para mobilizar mais recursos para o Algarve no verão, independente da vontade dos hospitais de origem”, afirmou o ministro da Saúde.

 

Encontro “Cuidar em Casa”
O coordenador nacional da reforma do Serviço Nacional de Saúde na área dos Cuidados Continuados Integrados defendeu hoje, em...

Segundo Manuel Lopes, que falava no Encontro “Cuidar em Casa”, promovido pela Administração Regional de Saúde do Centro, cuidar em casa vai ser "um dos mais importantes complementos aos restantes cuidados e, provavelmente, vai ser aquele que mais se vai desenvolver nos tempos mais próximos".

"É uma mudança de paradigma, não tenho dúvidas nenhumas sobre isso, e estou em crer que vai cumprir alguns critérios muito interessantes: torna os cuidados mais baratos, com menos riscos [do que nos hospitais] e, ao mesmo tempo, vai aumentar a satisfação dos doentes com os cuidados", disse à agência Lusa.

De acordo com Manuel Lopes, existem atualmente cerca de 3.000 vagas nas Equipas de Cuidados Continuados Integrados que não estão a ser preenchidas por falta de referenciação das unidades de saúde, Segurança Social e instituições de solidariedade social.

"Isto preocupa-nos, porque queremos que estas equipas estejam a ser utilizadas na sua total capacidade", sublinhou o responsável, referindo que, no caso das unidades de institucionalização, não existem vagas.

Manuel Lopes entende que são necessárias mais Equipas de Cuidados Continuados Integrados no país, mas defendeu que enquanto estas vagas não forem totalmente ocupadas, ou a pelo menos 85%, tem dificuldade em dizer que são precisas mais.

"Eu sei que a população precisa, tenho esses dados, mas se as equipas não estão a ser usadas”, coloca-se a questão de se estarem a canalizar recursos que não são usados e que são necessários noutros contextos, enfatizou.

Atualmente, são cuidados em casa mais de 6.000 pessoas diariamente, um número que tem vindo a aumentar, de acordo com Manuel Lopes, que considera ser esta a forma de, no futuro, cuidar das pessoas com dependência e multimorbilidade e "um dos mais importantes complementos aos restantes cuidados".

O coordenador nacional da reforma do SNS na área dos Cuidados Continuados Integrados disse ainda que, em breve, vai sair um manual de orientações para os profissionais de saúde apoiarem os cuidadores informais, "que estão a assumir um papel muito importante".

"Se olharmos para as pessoas que estão a ser ajudadas pelas Equipas de Cuidados Continuados Integrados temos mais de 6.000 cuidadores informais, mas há quem diga que o número de cuidadores informais no país ultrapassa os 50 mil", frisou.

O encontro "Cuidar em Casa", que decorre durante o dia de hoje, debate a importância de levar os cuidados continuados integrados a casa do doente, evitando, sempre que possível, a sua deslocação.

 

Formação especializada
A Ordem dos Médicos e o Conselho Nacional do Médico Interno saudaram hoje a aprovação do diploma do internato médico, mas...

Apesar de saudarem “algumas das alterações” introduzidas pelo diploma, que entrou em vigor na segunda-feira e veio instituir o novo Regime Jurídico do Internato Médico (RJIM), as duas entidades manifestam, em comunicado, a sua “preocupação relativamente ao futuro da formação especializada em Portugal”, que consideram ser “estruturante para a solidez e qualidade” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Tendo em conta que a operacionalização do presente regime jurídico carece ainda de regulamentação específica a ser publicada nos próximos 90 dias”, a Ordem dos Médicos (OM) e o Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI) alertam para a necessidade de consagrar algumas medidas.

As duas entidades elogiam medidas como o facto de o novo diploma aplicar um fator de normalização entre as escolas médicas e reintroduzir a formação geral, além de estabelecer 12 horas semanais como tempo máximo de trabalho nas urgências.

No entanto, consideram que houve um “grave retrocesso” com o novo regime jurídico, já que passa a ser exigida a prestação da prova nacional de acesso apenas no acesso à especialidade.

A situação, referem as entidades, contribui “para o aumento dos médicos sem especialidade” e representa “um grave retrocesso na formação médica, com repercussões sérias na prestação de cuidados aos doentes e pondo em risco a segurança clínica”.

Por isso, pedem a OM e a CNMI, a situação deve ser corrigida para que haja “uma sempre crescente elevação da qualidade técnico-científica dos médicos”.

Por outro lado, a Ordem dos Médicos e o Conselho Nacional do Médico Interno dizem que o novo regime não contempla uma reivindicação que faziam para salvaguardar este ano que a desistência durante o primeiro ano da formação especializada não seja punida com a proibição de acesso aos concursos de ingresso no internato.

As entidades criticam ainda que não esteja previsto remunerar os recém-especialistas como assistentes, apesar destes executarem funções de especialista enquanto aguardam concurso, o que, segundo entendem “poderá afastar os médicos do Serviço Nacional de Saúde”.

A necessidade de regulamentação específica a ser publicada nos próximos 90 dias, leva o CNOM e o CNMI a apelar para a necessidade de adotar “regimes de transição relativos ao procedimento concursal ao Internato Médico de 2018 que salvaguardem as legítimas expectativas dos candidatos” no que respeita à data do concurso que este ano deve manter-se em junho, bem como aos critérios de desempate na ordenação de candidatos.

A “atualização remuneratória dos recém-especialistas após a publicação da obtenção da especialidade” e a “atribuição de tempo no horário dos orientadores de formação para esta atividade”, são outras medidas defendidas pelos médicos.

Consideram também ser urgente definir “uma estratégia de curto e médio prazo” para reduzir o número de médicos sem especialidade, adequando a formação pré-graduada à pós-graduada e “corrigindo as múltiplas insuficiências” no SNS “ao nível do capital humano, dos concursos, dos equipamentos e materiais médicos”.

A OM e o CNIM apelam ainda ao Governo a manter “uma atitude de abertura e diálogo” com os parceiros institucionais, para que no articulado do regulamento “possam ser corrigidas e evitadas as insuficiências” detetadas.

 

Juiz Eurico Reis
O presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida classificou hoje de “violação dos direitos humanos” a...

Eurico Reis falava no final da tomada de posse, pelo presidente da Assembleia da República, dos membros do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) eleitos pela Assembleia da República e nomeados pelo governo.

Pelo parlamento foram eleitos Carlos Calhaz Jorge, Eurico José Marques dos Reis, Joana Maria Cunha Mesquita Guimarães, Carla Maria de Pinho Rodrigues e Sérgio Manuel Madeira Jorge Castedo.

Foram nomeados pelo Governo Alberto Manuel Barros da Silva, Alexandre Tiedtke Quintanilha, Carlos Plancha e Pedro Alexandre Fernandes Xavier.

No final da cerimónia, Eurico Reis disse que aceitou um terceiro mandato à frente do CNPMA porque “há uma série de projetos que estão apenas iniciados” e que gostaria de os deixar “em velocidade cruzeiro”.

“Infelizmente surgiu agora um problema, que não antecipei, que é a notícia sobre a possibilidade de um chumbo da lei da gestação de substituição pelo Tribunal Constitucional”, afirmou.

“Isto é uma violação dos direitos humanos, de mulheres que têm a força de não se resignar à crueldade da natureza e deixa-me profundamente chocado”, disse o juiz desembargador.

Eurico Reis recordou que, de todos os presidentes da república portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa “é o único perito em direito constitucional”.

“Se ele não mandou a lei para o Tribunal Constitucional, isso foi um sinal que me deixou totalmente tranquilizado”, adiantou.

O juiz desembargador classifica esta possibilidade como “uma perturbação da paz social e da tranquilidade jurídica” e, sobre algumas críticas que diz ter recebido à forma como tem manifestado a sua posição, afirmou: “Não há ninguém acima da crítica nas democracias. O Tribunal Constitucional é um tribunal como os outros e todos têm o direito de exercer o seu direito de crítica, seja com quem for, seja com os juízes dos tribunais comuns ou dos Constitucional”.

“Os juízes não são semideuses e não são aiatolas. São seres humanos escolhidos para determinada função que podem e devem ser criticados”, referiu.

A lei que regula o acesso à gestação de substituição nos casos de ausência de útero, de lesão ou de doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez, foi publicada em Diário da República, a 22 de agosto de 2016.

 

Câmara Municipal
A provedora dos Animais de Lisboa enviou à Câmara Municipal uma recomendação que visa criar um serviço veterinário público,...

Em declarações, a provedora explicou que “o serviço municipal veterinário público acaba por ser mais abrangente do que a ideia de um hospital veterinário municipal”, aprovada na terça-feira na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML).

“Nós apoiamos a proposta [do PAN], mas já adivinhando alguns constrangimentos que o executivo poderia ter relativamente à criação de uma infraestrutura de base, nós aproveitámos o momento político para emitir uma recomendação para a criação de um serviço municipal público que preste cuidados veterinários às famílias carenciadas devidamente identificadas pelas juntas de freguesia”, acrescentou a provedora, Marisa Quaresma dos Reis.

“Escolhemos a expressão serviço para que o executivo não tenha desculpa para dizer que não é implementável por questões de orçamento. Nós podemos sempre protocolar este serviço com associações zoófilas, com faculdades que têm também hospitais veterinários e que podem auxiliar no desenvolvimento deste conceito”, reforçou.

Ainda assim, Marisa Quaresma dos Reis referiu que a provedoria dos Animais de Lisboa preferiria a criação de uma infraestrutura base, indicando que a recomendação enviada à CML se salvaguarda “da hipótese de o executivo contra-argumentar com a necessidade de criar uma rúbrica orçamental própria e que neste momento não é conveniente em termos orçamentais”.

De acordo com o documento, a implementação do Serviço Veterinário Municipal Público, com aplicação de taxas reduzidas ou gratuito, destina-se a “família carenciadas com animais de companhia e com situação de insuficiência económica devidamente aferida pela respetiva Junta de Freguesia, a associações de proteção animal e a socorrer animais em situação de urgência médica”.

No mesmo documento é explicado que entre os vários deveres dos proprietários de animais está a “garantia de acesso a cuidados médico-veterinários sempre que justificado, incluindo as medidas profiláticas, de identificação e de vacinação previstas na lei”, algo que nem todas as famílias lisboetas conseguirão assegurar.

Assim, a provedoria dos Animais de Lisboa entende que “a implementação desta medida contribuirá para uma redução do número de abandonos e para uma diminuição drástica de animais doentes no município”, que podem “constituir um risco para a saúde pública".

 

Atrofia muscular espinal
Mais de 5.000 pessoas assinaram a petição que defende o financiamento de um medicamento para tratar a atrofia muscular espinal,...

De acordo com o texto da petição, a manifestação da doença acontece entre os seis e os 18 meses de idade e as crianças afetadas “têm dificuldade em se sentar de forma independente e são incapazes de se levantar e de andar com um ano”.

“A fraqueza muscular (quase sempre simétrica) afeta predominantemente as pernas e os músculos do tronco” e são comuns nestes doentes “a insuficiência respiratória, escoliose e fraturas em resposta ao mínimo trauma”, explica o texto da petição, que até às 10:10 de hoje tinha sido subscrita por 5.088 pessoas.

Dizem ainda os autores que a introdução no mercado do medicamento Spinraza (nusinersen), que custa 500.000 euros/ano para cada doente, foi autorizada pela Comissão Europeia para o tratamento da atrofia muscular espinal (SMA) e que a forma mais comum da doença representa aproximadamente 95% de todos os casos.

Em Portugal, acrescentam, estão diagnosticadas oito crianças com necessidade de uso de medicação e que, neste momento, “já foi submetido um pedido à Comissão do Hospital Dona Estefânia para financiamento” deste medicamento.

A propósito desta petição, o pai de uma das crianças com atrofia muscular espinal escreveu uma carta à Comissão Parlamentar de Saúde a lembrar que o medicamento está já a ser administrado a um par de meninos que têm o tipo I desta doença (o mais gravoso), dizendo que a farmacêutica que o produz ofereceu o tratamento ao Hospital Dona Estefânia.

Contudo, recorda na missiva, “os 8 meninos que já são acompanhados pela Neuropediatria do Hospital Dona Estefânia, e que têm o tipo II, não estão abrangidos por este programa”, recordando que “o Infarmed e a Biogen têm estado em negociações” por causa do elevado valor do medicamento.

Questionado, o Infarmed confirma que “está em avaliação o pedido de comparticipação para o medicamento Spinraza (nusinersen) indicado para o tratamento da atrofia muscular espinhal 5q”.

Acrescenta que, em novembro de 2017, “foi autorizado um Programa de Acesso Precoce (PAP) para tratamento de doentes com atrofia muscular espinal 5q, para os doentes que apresentem manifestações clínicas nos primeiros 6 meses de vida, compatíveis com o fenótipo tipo I” e sublinha que a empresa “não submeteu qualquer pedido de PAP para os doentes com o fenótipo tipo II, que é obrigatório para garantir o acesso […] quando o medicamento está em fase de avaliação”.

Por seu lado, a Biogen, diz que “no caso dos doentes dos tipos II, III e IV, enquanto decorre a avaliação farmacoeconómica do Infarmed para o financiamento, o único enquadramento legal para o acesso ao medicamento passa por um mecanismo de Autorização de Utilização Especial (AUE)”, sublinhando que “os pedidos de AUE devem ser realizados ao Infarmed pelos profissionais de saúde que acompanham os doentes”.

A propósito do custo do medicamento, que os autores da petição estimam em 500.000/ano para cada caso, a Biogen refere que o custo anual do Spinraza em Portugal "ainda não se encontra definido, uma vez que se aguarda a conclusão do processo de financiamento pela autoridade reguladora e pagadora competente (INFARMED)".

Na resposta, a Autoridade Nacional do Medicamento diz que convidou a Associação Portuguesa de Neuromusculares para participar no processo, dada a dificuldade de negociação e o elevado preço proposto pelo medicamento em Portugal”, pretendendo que, ”em conjunto com os representantes dos doentes e os pais das crianças, possa contribuir para sensibilizar a empresa para esta situação, que se tem tornado insustentável para o SNS”.

 

Tuberculose pulmonar
O presidente da Ordem dos Médicos/Norte disse hoje ter recebido da Universidade Portucalense pedidos para que atue em...

“A Ordem dos Médicos/Norte só pode repudiar esta situação”, afirmou António Araújo, salientando tratar-se, neste caso, de “uma doença grave e de notificação obrigatória” que necessita de exames laboratoriais, “para que se confirme a infeção pela bactéria da tuberculose”.

O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos lamenta “toda esta confusão, que poderá ter consequências graves em termos da saúde pública”.

António Araújo esclareceu que “na legislação nada obsta a que possam emitir um atestado, depende de quem o recebe aceitá-lo como válido ou não. Com força de lei, só o médico tem autoridade e conhecimento científico para tal”.

Recentemente foi publicada uma portaria que valida a criação de ciclos de estudo que conferem o grau de licenciado em medicina tradicional chinesa.

A portaria foi publicada este mês e recebeu a contestação imediata da Ordem dos Médicos, que acusou o Governo de ameaçar a saúde dos portugueses validando cientificamente práticas tradicionais chinesas através de uma licenciatura.

“A Ordem dos Médicos repudia esta situação, responsabilizando os ministros da Saúde e do Ensino Superior pelo engano que estão a induzir na população, pelas implicações para a saúde das populações e para o gasto acrescido que vai trazer ao Serviço Nacional de Saúde”, sustentou António Araújo.

Nos atestados de doença, a vice-reitora da Universidade Portucalense solicita à Ordem dos Médicos para “atuar em conformidade, atento o teor dos mesmos”.

Um dos atestados é assinado por uma “especialista em Medicina Tradicional e Alternativa, portadora de célula profissional da Associação Internacional de Profissionais de Medicinas”.

A especialista atesta que uma funcionária da Universidade Portucalense se “encontrava doente e incapacitada de se movimentar, para efeitos laborais, sob o ponto de vista da Medicina Tradicional e Alternativa Homeopatia”.

Refere “suspeita de tuberculose pulmonar” e que por esse motivo a doente estaria “incapacitada de ir à universidade (…) por apresentar sintomas infetocontagiosos, ficando em repouso até nova consulta”.

O segundo atestado foi passado por um outro especialista em medicinas alternativas a uma aluna por alegadamente “sofrer de doença infetocontagiosa grave e severa com debilidade física intensa”.

Este caso foi comunicado pelos serviços jurídicos e de recursos humanos da “Portucalense” ao Centro de Saúde de Paranhos.

Na resposta, assinada pela delegada de saúde/Coordenadora da Unidade de Saúde Pública, lê-se que a situação descrita “carece de confirmação pelo delegado de saúde da área de residência da doente”.

“Por outro lado, não é possível verificar o número da cédula profissional conforme emitida pela Ordem dos Médicos, de acordo com o legalmente previsto. No sistema de informação das doenças de declaração obrigatória dos residentes na área geográfica de Bonfim, Campanhã e Paranhos não consta qualquer notificação com o nome da estudante em causa”, acrescenta a delegada de saúde.

 

APCP e Associação Portuguesa de Bioética
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos - APCP, em parceria com Associação Portuguesa de Bioética, promove um Ciclo de...

“O atual debate sobre "Eutanásia e Suicídio Medicamente Assistido" tem sensibilizado um grande número de concidadãos para as questões relativas ao fim de vida, reforçando a consciência coletiva da sociedade portuguesa sobre esta matéria.

O facto de sermos uma das populações mais envelhecidas do Continente Europeu, apresentando projeções nacionais que indicam um aumento significativo da esperança média de vida, conduzindo a um aumento significativo da população idosa e do número de mortes durante o século XXI, faz-nos também querer refletir sobre esta questão.

Neste enquadramento, é importante reiterar os progressos alcançados desde 2014, com a criação e desenvolvimento do Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV)”, explica Dr. Duarte Soares, Presidente da APCP.

O RENTEV permite a receção, registo, organização e atualização de toda a informação e documentação relativas ao documento de diretivas antecipadas de vontade e à procuração de cuidados de saúde, para todos os cidadãos nacionais, estrangeiros e apátridas residentes em Portugal.

“Recordamos que, segundo o balanço feito pelos Serviços Partilhados do Ministérios da Saúde (SPMS) em 2017, apenas 17 mil portugueses fizeram o seu testamento vital”, conclui o Dr. Duarte Soares.

A 1ª Conferência está marcada para dia 18 de Maio, no Auditório Paulo Quintela, pelas 18h00, em Bragança. O debate conta com a participação do Professor Doutor Rui Nunes, Presidente da Associação Portuguesa de Bioética, da Dr.ª Liseta Gomes, Médica de Cuidados Paliativos, na Unidade Local de Saúde do Nordeste e do Dr. Duarte Soares, Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos.

As Conferências são dirigidas a profissionais de saúde, doentes, cuidadores e famílias e têm inscrição gratuita.

Bragança - 18 de Maio (18h00)
Vila Real - 22 de Junho (18h00)
Braga - 20 de Julho (18h00)
Porto - 28 de Setembro (18h00)
Castelo Branco - 19 de Outubro (18h00)
Coimbra - 23 de Novembro (18h00)
Lisboa - 18 de Janeiro 2019 (18h00)
Évora - 22 de Fevereiro 2019 (18h00)
Beja - 22 de Março 2019 (18h00)
Faro - 26 de Abril 2019 (18h00)

Para mais informações:
http://www.apcp.com.pt/cursos/conferencia-testamento-vital-e-diretivas-antecipadas-de-vontade-bragnca.html.

 

Doentes são seguidos em consultas especializadas
As doenças do movimento são frequentes na população portuguesa e podem causar incapacidade importante aos doentes. Entre estas...

“A revolução que ocorreu no conhecimento da genética nos últimos 20 anos permitiu conhecer genes que causam ou predispõem para algumas doenças do movimento”, afirma o neurologista Alexandre Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento (SPDMov), explicando a razão pela qual o tema do Congresso Nacional da SPDMov é “Genética das Doenças do Movimento”.

Entre vários avanços significativos a nível da genética, o especialista destaca as novas técnicas que vieram simplificar a sequenciação do ADN e permitiram a descoberta de genes implicados nestas doenças do movimento.

“O conhecimento de genes implicados nestas doenças pode permitir entender melhor os mecanismos implicados e contribuir para novos tratamentos, que poderão vir a ser individualizados para cada doente. Também se espera que venha a ser possível alterar o curso progressivo de algumas destas patologias”, acrescenta o neurologista.

O diagnóstico da Doença de Parkinson é importante e leva a que os doentes sejam orientados para consultas especializadas. Pode ser atrasado, sobretudo nos cerca de 30% de doentes que não têm tremor. “É importante pensar na doença de Parkinson, uma doença muito frequente, e não olhar para a dificuldade motora como um problema da idade ou apenas associado a patologia da coluna ou a patologia articular”, explica Alexandre Mendes.

O tremor essencial é a doença do movimento mais frequente na população. Contudo, não é nesta patologia que se verifica, na maioria dos casos, a maior incapacidade para o doente. Outras doenças do movimento, menos frequentes, e que terão a atenção dos participantes no Congresso, são as distonias, as coreias, as ataxias, as síndromes parkinsónicas atípicas e doenças do movimento provocadas por fármacos.

O Congresso anual da SPDMov acontece a 2 e 3 de março, no Hotel Curia Palace, em Aveiro, e vai juntar especialistas portugueses (alguns a trabalhar em centros no estrangeiro, como o Canadá e a Alemanha) para debaterem os avanços no conhecimento sobre as Doenças do Movimento, este ano com um foco particular nos avanços do conhecimento sobre a genética.

A reunião tem um forte carácter formativo para os participantes – neurologistas, internos de neurologia e cientistas – e conta também com a presença do conceituado especialista italiano Vincenzo Bonifati, com reconhecido trabalho na área da genética das Doenças do Movimento, e que fará uma apresentação e promoverá o debate sobre esse tema.

 

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde admitiu hoje a existência de “uma quantidade significativa” de hospitais em “falência técnica”, situação...

Adalberto Campos Fernandes proferiu a afirmação durante uma audição na comissão parlamentar da Saúde sobre política do setor e a propósito da verba de 1,4 mil milhões de euros que foi anunciada para os hospitais pagarem as suas dívidas.

Segundo o ministro, 400 milhões de euros foram já transferidos no final do ano, apesar de o valor ainda não ter sido totalmente executado.

Para breve está também, segundo o ministro, o desbloqueamento de mais 500 milhões de euros, bem como uma outra tranche no mesmo valor.

Este montante irá, segundo Adalberto Campos Fernandes, “corrigir a fragilidade orçamental dos EPE [hospitais Entidades Públicas Empresariais]”.

“Permite retirar da falência técnica uma quantidade significativa de EPE”, disse.

Segundo dados divulgados na segunda-feira pela Direção-Geral de Orçamento (DGO), os pagamentos em atraso das administrações públicas atingiam 1.188 milhões de euros no final de janeiro, sendo que a maior parte se referia ao setor da saúde.

Deste valor destaca-se os 951 milhões de euros em dívida em atraso dos hospitais EPE (acima dos 837 milhões de dezembro e dos 613 de janeiro de 2017).

O Governo disse, nesse dia, esperar uma “redução pronunciada dos pagamentos em atraso ao longo de 2018”, desde logo devido ao reforço de capital feito no final de 2017 nos hospitais EPE, que “começará a produzir efeitos a partir de março”.

No final de janeiro, o ministro das Finanças, Mário Centeno, reconheceu no parlamento que existe um problema com os pagamentos aos fornecedores na saúde, justificando o facto com o aumento de investimentos no setor.

 

Estudo
Quase todos os idosos portugueses (91,5% dos homens e 80% das mulheres) ingerem sal acima das recomendações da Organização...

Uma amostra que contou com 1.500 portugueses com idade igual ou superior a 65 anos indica que 91,5% dos homens idosos portugueses e 80% das mulheres idosas ingerem sal a mais, suspeitando-se que seja da “elevada utilização na confeção e consumo de alimentos ultra processados”, avançou hoje Pedro Moreira, um dos autores do estudo que envolveu a Universidade do Porto e instituições científicas do Minho e Noruega.

A ingestão de sal recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de "até cinco gramas por dia", mas os valores máximos de sal identificados nos idosos em Portugal foram de 27 gramas de sal nos homens e 20,8 gramas nas mulheres, ou seja, mais do triplo do valor recomendado pela OMS.

Outra conclusão do estudo é que foi encontrada uma maior ingestão de sódio (sal) entre idosos “mais velhos, solteiros, com menor rendimento e peso abaixo do peso normal” e uma maior ingestão de potássio foi encontrada nos idosos “mais jovens, casados e com maior rendimento”.

Um dado novo avançado também neste estudo é que se analisou e comparou o sódio (fator nutricional associado à hipertensão e acusado de aumentar o risco de cancro do estômago), em função do potássio (melhor regulação do açúcar no sangue e menor resistência à insulina, o que será importante para limitar o risco de diabetes ingerido), sublinha Rui Moreira, explicando que é tanto mais grave, quanto maior o valor do sódio e menor estiver o do potássio.

Ora o estudo hoje publicado revelou que praticamente todos os homens idosos portugueses (99,1%) e quase todas as mulheres idosas portuguesas (98,4%) tinham um valor acima de 1 na relação sódio/potássio, quando o recomendando é inferior a 1,0. Ou seja, só estavam adequados 0,9% dos homens idosos e 1,6% das mulheres.

“E porquê olhar para os dois [sódio e potássio]? Porque contrariamente ao passado, em que se olhava sobretudo para o sódio, começou-se a perceber que olhar para o sódio simultaneamente com o potássio, explica mais o risco de doença cardiovascular e a mortalidade do que olhar para cada um deles isoladamente”, explicou Pedro Moreira.

“E é aqui que os dados são ainda bastante piores - um valor inferior a 1,0 traduz menor risco de doença cardiovascular e de mortalidade. Neste trabalho, [verificou-se] a ocorrência simultânea de alto consumo de sódio e baixo consumo de potássio”, acrescentou.

A proporção de participantes com ingestão inadequada de potássio foi de 96,2% de mulheres e 79,4% de homens”, lê-se ainda nas conclusões do estudo científico.

O estudo foi realizado no âmbito do projeto Nutrition Up 65 e contou com uma amostra de 1.500 pessoas com mais de 65 anos (57% mulheres e 43% homens), tendo sido realizado entre 2015 e 2016.

O potássio é um “nutrimento essencial” e tem papel fundamental” na manutenção da função das nossas células, e diferentes sistemas como o muscular, ósseo ou renal, bem como na proteção cardiovascular. Outros benefícios do aumento do consumo de potássio podem incluir uma melhor regulação do açúcar (glicose) no sangue e menor resistência à insulina, o que será importante para limitar o risco de diabetes, explica o investigador.

“As estratégias para reduzir o sódio e aumentar a ingestão de potássio são prioridades na população idosa portuguesa”, alertou Pedro Moreira, referindo que o objetivo do estudo era “reduzir as desigualdades nutricionais da população idosa portuguesa, melhorando o conhecimento atual sobre o estado nutricional da população portuguesa com mais de 65 anos de idade”.

O estudo científico foi financiado pelo EEAGrants - Programa Iniciativas de Saúde Pública - em 519 mil euros.

Este projeto conta com a participação dos investigadores da FCNAUP, do Departamento para a Pesquisa do Cancro e Medicina Molecular da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia e da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE, tendo como coordenadora Teresa Amaral, da FCNAUP.

 

Ministro da Saúde
O despacho que abre concurso para as centenas de médicos recém-especialistas hospitalares que aguardam por colocação há mais de...

Adalberto Campos Fernandes disse aos deputados da comissão parlamentar de Saúde, onde está a ser ouvido sobre política geral do setor, que o despacho sairá hoje à tarde em Diário da República.

Cerca de 700 médicos que terminaram a especialidade há quase um ano ainda aguardam a abertura de concurso, um atraso que tem sido contestado pela Ordem dos Médicos e pelos sindicatos médicos.

Um grupo de recém-especialistas a aguardar concurso entregou na semana passada uma carta aberta no parlamento a contestar os atrasos.

A Ordem dos Médicos já considerou a situação como uma vergonha nacional e, tal como os sindicatos, teme que vários dos cerca de 700 médicos recém-especialistas tenham abandonado o Serviço Nacional de Saúde (SNS), ou para o privado ou indo para o estrangeiro.

Na semana passada, o ministro da Saúde tinha indicado aos jornalistas que o despacho para abrir concurso para os recém-especialistas hospitalares estava no Ministério das Finanças.

 

Estudo
Um estudo com a participação do investigador português Miguel Araújo indica que incorporar dados históricos sobre a...

O estudo, desenvolvido por Miguel Bastos Araújo, da Universidade de Évora e do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid (Espanha), e por Søren Faurby, da Universidade de Gotemburgo (Suécia), está publicado na edição desta semana da revista Nature Climate Change.

No artigo científico, escreve o Sapo, os investigadores admitem que “os efeitos das alterações climáticas na distribuição dos grandes mamíferos de América do Norte poderiam ser menos prejudiciais do que o antecipado pelos modelos frequentemente usados”.

Os autores estudaram, não apenas a distribuição atual das espécies e a sua relação com o clima, mas recorreram também a modelos que incorporaram, além das distribuições atuais, os dados históricos sobre a presença das espécies “antes de terem sido extintas pelos humanos”.

“Fomos buscar os dados históricos da distribuição de mamíferos na América do Norte, desde antes da chegada dos europeus aos Estados Unidos, e fizemos uma caracterização do que é a distribuição potencial de todos esses animais sem intervenção humana”, explicou Miguel Araújo.

A seguir, continuou, foram elaborados modelos que incorporaram, por um lado, “toda a distribuição potencial das espécies incluindo os dados históricos”, e, por outro, “a distribuição apenas atual”.

“Fizemos as projeções para o futuro, para medir o impacto das alterações climáticas, e concluímos que, se usarmos só as distribuições atuais, temos uma perceção um pouco inflacionada, um pouco alarmista de quais serão os impactos do clima. Mas, se considerarmos os fatores históricos, temos uma perceção mais realista e que resulta menos alarmista”, realçou.

Lobo praticamente extinto por causa da ação humana
Exemplificando com o caso do lobo, o investigador português lembrou que este animal está hoje “praticamente extinto”, existindo apenas “em algumas partes do norte da Península Ibérica e no norte de Itália, em regiões montanhosas”, assim como “no norte da Europa e na Sibéria”.

“Ora, no passado, os lobos existiam por toda a Europa, o que quer dizer que o que limita a distribuição atual dos lobos não é o clima, é o fator humano”, defendeu. Por isso, este fator histórico na distribuição das espécies, referente à intervenção humana, deve ser tido em consideração nas projeções para o futuro das espécies.

“Se descartarmos essa informação, a informação sobre a distribuição histórica, estamos a ter uma perceção muito incompleta da capacidade de ocupação do território por parte do lobo”, frisou.

Segundo Miguel Araújo, “a utilização de dados históricos e contemporâneos sobre a distribuição das espécies é inovadora”, assim como o facto de a investigação ter conseguido demonstrar que “existe uma certa inflação nos modelos atuais sobre a distribuição das espécies”.

Este estudo “é uma boa notícia, é possível que as espécies estejam mais capacitadas para se adaptarem as alterações do clima do que indicam alguns modelos”, afirmou.

Mas, admitiu o investigador, também existe um “reverso da medalha”, ou seja, além do clima, “há outros fatores que com ele interagem e que podem tornar estas projeções demasiado otimistas”, afetando o risco de extinção das espécies, como a fragmentação de habitats, doenças ou espécies invasoras.

 

Estudo
Os sumo de beterraba podem ajudar a promover a capacidade de fazer exercício nos pacientes com insuficiência cardíaca, sugere...

A capacidade de praticar exercício físico é um fator-chave para a qualidade de vida e sobrevivência dos pacientes com insuficiência cardíaca. Porém, a maioria dos doentes com esta patologia do foro cardíaco é sedentária, porque precisa de mais energia para concluir um exercício.

Os investigadores da Universidade Purdue Indianapolis, nos Estados Unidos, analisaram o impacto do nitrato alimentar, na forma de suplemento de sumo de beterraba, na capacidade de praticar exercício físico em oito pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção.

Em todos os pacientes analisados, escreve o Sapo, o músculo cardíaco não conseguia contrair de forma eficaz, nem bombear sangue suficientemente rico em oxigénio.

Insuficientes cardíacos despendem de mais energia a fazer exercício
Cerca de metade dos pacientes com insuficiência cardíaca tem uma redução na fração de ejeção, apresentando uma respiração ofegante e um consumo máximo de oxigénio menor, ou seja, necessitam de mais energia do que o normal quando praticam exercício.

A toma do suplemento de beterraba resultou em aumentos significativos na duração do exercício físico, na capacidade máxima e no consumo máximo de oxigénio durante o exercício. No entanto, estas melhorias não foram acompanhadas de alterações na resposta respiratória dos pacientes, nem na eficácia do exercício físico.

"As anormalidades nas respostas ao exercício aeróbico desempenham um papel importante na incapacidade, perda de independência e pior qualidade de vida que acompanham a insuficiência cardíaca", comenta Andrew Coggan, co-autor do estudo, numa nota apensa ao mesmo.

O investigador considera que os resultados sugerem que este tipo de suplementação poderá fazer a diferença no tratamento da intolerância ao exercício físico nos pacientes com insuficiência cardíaca.

 

Médico alerta
"A depressão nas pessoas mais velhas é difícil de reconhecer, pois os próprios doentes negam muito frequentemente ter...

De acordo com Joaquim Cerejeira, psiquiatra e diretor clínico da Unidade Psiquiátrica Privada de Coimbra (UPPC) alerta que "a depressão nas pessoas mais velhas é difícil de reconhecer, pois os próprios doentes negam muito frequentemente ter sintomas de depressão como perda de apetite, falta de interesse, energia e motivação para fazer atividades sociais, ansiedade, sentimento de inutilidade, perturbações frequentes do sono, sintomas de culpa e baixa autoestima)".

"Por outro lado, a semelhança entre os sintomas de depressão com os de demência conduz, muitas vezes, a um diagnóstico tardio", frisa o especialista ao Sapo.

O psiquiatra acrescenta que "a demência é o termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento da pessoa".

Sintomas de demência
Os sintomas iniciais de demência incluem perda de memória frequente e progressiva; confusão; alterações da personalidade; apatia e isolamento; e perda de capacidade para a execução das tarefas diárias.

"Com o agravamento da doença verifica-se agitação, comportamento motor aberrante, ansiedade, exaltação, irritabilidade, depressão, delírios, alucinações e alterações do sono ou do apetite", especifica.

A Unidade Psiquiátrica Privada de Coimbra (UPPC) disponibiliza uma consulta de gerontopsiquiatria dirigida a pessoas mais velhas com sintomas emocionais, comportamentais ou cognitivos associados ao envelhecimento. A consulta é coordenada por um psiquiatra com prática específica na área com o apoio de uma equipa multidisciplinar.

 

Alterações climáticas
Enquanto a Europa treme de frio, o Polo Norte conhece um pico de calor com temperaturas 30 graus centígrados (ºC) acima da...

O termómetro atingiu os 35ºC negativos em algumas regiões do centro da Federação Russa no domingo, 12ºC negativos na Polónia ou ainda 10ºC negativos no leste da França.

Durante este tempo, o Polo Norte, mergulhado na escuridão permanente da noite polar, registava temperaturas positivas graças a vagas de ar ameno, escreve o Sapo.

Existe "uma situação de bloqueio anticiclónico no norte da Escandinávia (...) com uma subida de ar ameno da Islândia para o Polo Norte de um lado e o anticiclone do outro, descida de ar frio do Ural e da Rússia ocidental para a Europa ocidental", disse à agência AFP um meteorologista da Meteo-France, Etienne Kapikian.

Em resultado, "estima-se que ao nível do Polo Norte estão zero graus", indicou Kapikian, segundo estimativas feitas com modelização, porque não há estação meteorológica instalada no local.

Mais quente na Gronelândia do que em Bragança
Para ter uma medida mais precisa, é preciso ir ao extremo norte da Gronelândia, "onde se registaram 6,2ºC no domingo", acrescentou Kapikian. "É um valor excecional, cerca de 30ºC acima do que é normal para a época, mesmo 35ºC dada esta medida tão precisa", acentuou. É este um episódio excecional? Sim, mas nem tanto, respondem os cientistas.

"Temperaturas positivas no Polo Norte no inverno foram registadas quatro vezes entre 1980 e 2010 (...). Mas agora ocorreram em quatro dos últimos cinco invernos", disse à AFP o climatologista Robert Graham, do Instituto Polar Norueguês.

"Tivemos um inverno excecional no Ártico, o precedente também já tinha sido e não arriscamos muito se dissermos que o próximo também vai ser (...). É o aquecimento do Ártico", reforçou Etienne Kapikian.

Será que se pode atribuir esta situação às alterações climáticas?
"É difícil dizer que um acontecimento está ligado ao aquecimento global. Mas esta tendência que observamos, um Ártico quente, um continente frio, pode estar ligada às alterações climáticas", respondeu Marlene Kretschmer, climatologista no Instituto de Potsdam para a investigação sobre as alterações climáticas.

Estes episódios de subida das temperaturas não são uma boa notícia para o gelo do Ártico, cuja superfície nunca foi tão reduzida nesta época desde o início dos registos, há mais de 50 anos.

Em torno do arquipélago norueguês de Svalbard, a leste da Groenlândia, a superfície de gelo medida na segunda-feira era de 205.727 quilómetros quadrados, seja menos de metade da superfície média do período 1981-2010, segundo os registos noruegueses.

De forma global, os climatologistas consideram provável ver o Oceano Ártico sem gelo no verão até 2050.

 

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