"Bridging the Atlantic"
Um grupo de alunos de enfermagem das universidades de Massachusetts, nos Estados Unidos, e dos Açores, encontram-se na região...

O secretário regional adjunto da presidência para as Relações Externas, Rui Bettencourt, que recebeu hoje os jovens, considerou que este projeto é “muito interessante”, unindo duas comunidades de açorianos radicadas nos Estados Unidos e Açores.

Nos Estados Unidos, na costa leste, existe uma larga comunidade de emigrantes de origem portuguesa de origem açoriana, de forma mais acentuada nas cidades de Fall River e New Bedford.

Rui Bettencourt, que ressalvou que a iniciativa engloba jovens com raízes portuguesas e outros de outras nacionalidades que se interessam pela região, declarou que o projeto “coloca os estudantes de enfermagem a preocuparem-se com questões sociais".

A edição de 2018 está focada nas dificuldades de saúde que se fazem sentir nas comunidades piscatórias da cidade de New Bedford e da ilha de São Miguel, tendo o titular da pasta das Relações Externas assinalado o “entusiasmo que os jovens" estudantes de enfermagem colocam neste projeto.

O governante destacou as vertentes social e cultural inerente ao projeto, além da vertente profissional, que lhes permite apurar como é que podem na sua ação comunitária atenuar as dificuldades de saúde das comunidades piscatórias.

Para Rui Bettencourt, mais importante do que apoiar o projeto é o Governo Regional dos Açores registar o seu retorno por via do que estão a produzir e a eficácia relevada no terreno.

O trabalho de campo dos jovens enfermeiros consiste na identificação das patologias existentes nas comunidades piscatórias em estudo, estabelecendo-se paralelos e produzindo uma resposta que será materializada num relatório sobre esta fase atual do projeto.

O projeto já envolveu durante as suas quatro edições 64 estudantes dos Açores e Estados Unidos, vários eventos técnico-científicos, publicações científicas e visitas de caráter cultural.

 

No Porto
O fórum Norte Yoga 2018 arranca no Porto na próxima sexta-feira e o objetivo é dar sugestões e conselhos às empresas e...

“É preciso interagir com amor. (…) Dirigir é amar”, defende Catarina Ferreira, presidente da Federação Regional do Ioga do Norte, a entidade que está a organizar o Norte Yoga 2018, um fórum sobre as boas práticas que podem ser incluídas nas instituições e empresas para promover produtividade, excelência e felicidade, e que vai decorrer na próxima sexta-feira e no sábado, na cidade do Porto, no âmbito das celebrações do Dia Internacional da Felicidade (20 de março).

Catarina Ferreira explica que aulas de ioga para executivos, ginástica à hora de almoço ou uma ‘app’ no telemóvel que conte os passos diários promovendo a atividade física junto dos colaboradores são algumas dicas que as cerca de 20 empresas e instituições que participam no Norte Yoga 2018 vão partilhar com outras congéneres para uma melhor e maior produtividade com felicidade.

“Produzir sem ter colaboradores felizes e sem ter uma preocupação com o ambiente, não vai levar a grande lugar”, diz Catarina Ferreira, considerando que este fórum é “a semente” e “tem sido a semente de uma mudança” com o objetivo de tornar as empresas portuguesas do Norte e da Galiza (Espanha) “mais produtivas, mas produzindo com excelência, tendo em conta os seus recursos humanos e o Planeta”.

Para Catarina Ferreira a “felicidade e bem-estar é um desafio urgente”, enumerando que o fórum Norte Yoga vai ser marcado por palestras sobre como conseguir aumentar a produtividade, a importância de saber liderar, ou como fazer uma cidade feliz.

O elemento de ligação no Norte Yoga é o ioga, explica Catarina Ferreira, mas o mais importante é a partilha de ideias e experiências para ajudar a ter bons resultados com os colaboradores.

“O ioga tem ferramentas que ajudam à concentração, ao combate ao stresse, que é fonte de doença e de tensão e de muitas vezes de infelicidade dentro das empresas e fora. O ioga ensina as pessoas a colaborarem e a interagirem não competitivamente, mas de forma colaborativa, o que também vai ajudar a que as instituições, se tiverem equipas motivadas, felizes, tem melhores resultados”, acrescenta.

O Norte Yoga 2018 é organizado pela Confederação Portuguesa do Ioga, com o apoio da Universidade do Porto e, este ano, vai oferecer uma aula de ioga para executivos numa sala com mais de 100 lugares.

O evento arranca na sexta-feira, pelas 08:00, no Auditório Sonae da Porto Business School, no Porto, com a presidente da Federação Regional do Ioga do Norte, Ramon O’Callaghan, da Porto Business School, e Paulo de Almeida, presidente da Associação Empresarial de Portugal, na sessão de abertura.

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, fala pelas 10:30 de sexta-feira sobre o projeto em marcha “Braga cidade feliz”, e o responsável pela Industria 4.0 da Bosh Car Multimédia Portugal, Francisco Duarte, apresenta pelas 11:30 uma palestra sobre “Homens e as Máquinas na Transformação Digital das Organizações”.

O evento Norte Yoga 2018, de participação gratuita, conta com 20 empresas e instituições na edição deste ano, designadamente as câmaras de Braga e Vila do Conde, AEP, Altronix, AMF Shoes, Aveleda, Bosch Car Multimedia, Confederação Portuguesa do Yoga, Corticeira Amorim, Hilti Portugal, Infineon, Instituto Português de Oncologia, Liga Portuguesa Contra o Cancro, Lightbox, Ordem dos Notários, Porto Business School, PwC Portugal, Sonae e Universidades do Minho e Porto.

O Norte Yoga é organizado pela Federação Regional do Yoga do Norte, com a coorganização da Confederação Portuguesa do Yoga e o apoio da Porto Business School e da Câmara Municipal do Porto, destinando-se aos colaboradores das empresas e instituições públicas da região Norte e Galiza.

 

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu quase 14 toneladas de bacalhau numa empresa de Ílhavo, no distrito de...

Em comunicado divulgado hoje, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) refere que desencadeou uma ação de fiscalização dirigida a uma indústria de produtos da pesca, localizada no concelho de Ílhavo, com o objetivo de verificar as condições de produção e transformação de produtos da pesca congelados.

Durante esta ação, realizada pela brigada especializada das indústrias, foram apreendidos 13.770 quilos de bacalhau congelado, eviscerado e descabeçado, sem ter sido feito o aviso prévio à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.

“Apurou-se ainda que este bacalhau foi congelado depois de ter sido adquirido no seu estado fresco, para ser escalado e salgado, sem rótulos e sem documentos, não sendo demonstrada a sua rastreabilidade”, refere a mesma nota.

A ação teve ainda como resultado a instauração de um processo de contraordenação à empresa em causa.

 

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
Perto de 20 mil portugueses têm o seu testamento vital registado, sendo que só no ano passado fizeram este documento mais de 12...

Os números dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), mostram que nos primeiros meses deste ano já registaram o seu testamento vital mais de 1.400 portugueses.

Do total de 19.690 testamentos vitais já feitos até hoje, a maior parte é realizada por pessoas das faixas etárias entre os 65 e os 80 anos, seguidas das pessoas entre os 50 e os 65 anos. Há mais de 12.800 testamentos registados por mulheres, enquanto que os homens não chegam aos sete mil.

O testamento vital é um direito de todo o cidadão maior de idade, que consiste em manifestar que tipo de tratamento e de cuidados de saúde pretende ou não receber quando estiver incapaz de expressar a sua vontade.

O registo do testamento vital aumentou significativamente no ano passado, tendo mais de 12 mil portugueses elaborado o documento, expressando as suas vontades antecipadas. Até ao final de 2016, eram apenas cerca de seis mil os testamentos vitais feitos pelos portugueses, uma possibilidade iniciada com a entrada em vigor das diretivas antecipadas de vontade, em julho de 2014.

Além de campanhas informativas sobre o testamento vital, o aumento registado em 2017 coincidiu também com um momento em que a sociedade portuguesa tem debatido a despenalização da morte assistida ou da eutanásia.

O testamento vital é um documento onde se pode manifestar o tipo de tratamento ou cuidados de saúde que se deseja ou não, permitindo igualmente a nomeação de um ou mais procuradores de cuidados de saúde.

O registo do testamento vital permite que os médicos tenham informação atempada e constante sobre a vontade do doente. Numa situação de urgência ou de tratamento específico, o médico assistente pode consultar o testamento vital através de um portal específico para os profissionais de saúde.

Desde outubro do ano passado é já possível aceder ao testamento vital através de um telemóvel, pela aplicação na MySNS Carteira, uma aplicação que reúne informação de saúde de cada cidadão.

A vontade expressa pelo doente pode produzir efeitos quando lhe tiver sido diagnosticada uma doença incurável em fase terminal, quando não houver expectativas de recuperação na avaliação clínica feita pelos membros da equipa médica ou em situação de doença neurológica ou psiquiátrica irreversível, complicada por intercorrência respiratória, renal ou cardíaca.

O utente pode escolher não ser submetido a reanimação cardiorrespiratória, não ser submetido a meios invasivos de suporte artificial de funções vitais ou a medidas de alimentação e hidratação artificiais que apenas visem retardar o processo natural de morte.

É ainda possível decidir não ser submetido a tratamentos que se encontrem em fase experimental, pedir assistência religiosa quando se interrompam os meios artificiais de vida ou solicitar a presença de determinada pessoa que deve ser especificada pelo utente.

Apesar de ter várias hipóteses sujeitas a preenchimento através de cruz, o documento tem um espaço em branco para outras opções que o utente deseje colocar.

O modelo do testamento vital pode ser descarregado através do Portal da Saúde, devendo ser preenchido e entregue num agrupamento de centros de saúde com balcão de Registo Nacional de Testamento Vital (RENTV).

O utente deve entregar o documento antecipado de vontade em papel, com assinatura reconhecida pelo notário ou com assinatura presencial junto de um funcionário de um balcão de Registo de Testamento Vital.

Para que o testamento vital seja válido, basta ter o documento assinado e reconhecido pelo notário. Contudo, é necessário que esteja registado no RENTEV para que se garanta que o médico assistente tem conhecimento da vontade deixada pelo doente.

Além da parte em que são indicados os tratamentos a que se deseja ou não submeter, o testamento vital prevê que se possa nomear um procurador de cuidados de saúde, que é a pessoa chamada a decidir em nome do utente.

Contudo, se um doente manifestar uma proposta contrária à do procurador de cuidados que nomeou, prevalece o que está expresso pelo utente no testamento vital.

 

Estudo
Um grupo de investigadores decidiu estudar o que acontece ao cérebro no momento exato em que morremos. "Despolarização da...

A pesquisa foi feita com doentes terminais, e como tal, os investigadores tiveram que pedir autorização às famílias uma vez que o processo exigia um monitoramento neural considerado invasivo. A maioria dos pacientes sofreu acidentes de viação, cardiovasculares ou paragens cardíacas.

O processo passava por monitorizar a atividade neurológica dos doentes terminais, com a ajuda de elétrodos, à medida que a sua situação piorava, escreve a SIC Notícias.

Como conta a BBC, os cientistas descobriram que os neurónios armazenam energia para o caso do corpo voltar a funcionar. Foi o que aconteceu com alguns doentes, em que se verificou algum movimento das células cerebrais que tentavam combater o inevitável.

Normalmente os neurónios funcionam com iões carregados que levam a desequilíbrios elétricos entre eles e o ambiente, o que permite a ocorrência de pequenos choques ou sinais. Os investigadores dizem que a manutenção deste sistema torna-se mais lenta à medida que a morte se aproxima.

Uma vez que as células se alimentam de oxigénio e energia química da corrente sanguínea, quando morremos e o fluxo de sangue para, os neurónios não têm outra alternativa se não acumular os recursos restantes e esperar que o fluxo regresse à normalidade. O que nunca acontece. Este fenómeno foi designado de "depressão não dispersa", ou "tsunami cerebral".

Os cientistas verificaram que à medida que os níveis de oxigénio dos doentes terminais baixavam, a atividade elétrica bloqueava todo o cérebro.

"A despolarização expansiva marca o início das mudanças celulares tóxicas que eventualmente levam à morte, mas não é o ponto chave da morte por si só, pois essa despolarização é reversível até certo ponto, com a restauração do suprimento de energia", disse Jens Dreier, do Centro de Pesquisas de Acidentes Cardiovasculares da Universidade de Charité.

Os autores do estudo publicado na revista Annals of Neurology dizem que mais do que perceber o que acontece ao cérebro no momento da morte, é importante identificar em que momento ocorre a morte cerebral, para que no futuro possa ser revertida.

 

APCL transforma IRS em “porto seguro”
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia acaba de lançar uma campanha de angariação de fundos através da consignação do IRS...

Manuel Abecassis, hematologista e presidente da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), explica que “Para muitos doentes os tratamentos que necessitam só podem ser feitos em hospitais centrais, o que obriga à sua deslocação a Lisboa. Por vezes precisam de permanecer meses, sobretudo quando submetidos a transplante, e muitos deles não têm familiares ou amigos com quem possam ficar quando têm alta. Nestes casos, a casa que a APCL pretende disponibilizar e irá permitir  o seu acolhimento e o de um acompanhante, em condições de conforto e dignidade contribuindo assim  para amenizar o período difícil que atravessam”.

Para consignar o IRS deverá colocar o NIF da entidade que pretende que receba 0,5% do seu IRS no anexo H do modelo 3. No caso da APCL é o 505 945 401.  Esta consignação de IRS é feita do montante que teria que pagar ao Estado, sendo que o seu reembolso será o mesmo. No caso do IVA, que também pode consignar, esse montante irá sair do valor que iria ser creditado no seu saldo de IRS.

A “Casa Porto Seguro” fica na rua Dom Luís de Noronha, num edifício cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, a 1 km do Instituto Português de Oncologia e a 2km do Hospital de Santa Maria, as duas Unidades de Transplante de Medula óssea de Lisboa e o grande objetivo é conseguir albergar 16 pessoas (8 famílias) de cada vez.

 

Higiene oral
O terceiro Barómetro da Saúde Oral, da Ordem dos Médicos Dentistas, concluiu que, apesar da grande maioria dos portugueses...

A escovagem com dentífrico fluoretado, sendo um procedimento fulcral para a saúde da boca, não consegue remover sozinha a placa bacteriana e os pequenos resíduos que se alojam entre os dentes, principais fatores para o surgimento do mau hálito, de cáries, de tártaro e de doenças da gengiva. Nesse sentido, para assegurar uma limpeza perfeita da boca - que inclui dentes, língua e gengivas - é crucial aliar o fio dentário e o elixir à escovagem.

Adicionalmente, escreve o Sapo, foi possível aferir que 27,1% dos portugueses nunca visitam o médico dentista ou fazem-no somente em caso de urgência, sendo negativa a correlação entre a frequência de visitas e a falta de dentes naturais (que afeta 68% da população).

Visitas regulares ao dentista permitem, não só avaliar o estado da boca e proceder aos cuidados de prevenção necessários à saúde da mesma, mas também examinar o rosto, o pescoço, a mordida, a saliva e o movimento do maxilar inferior, e diagnosticar inúmeras doenças infeciosas, como a anemia, a leucemia e a sífilis, por se manifestarem na mucosa bucal.

As consequências da falta de consultas periódicas podem ir muito além das cáries dentárias e da placa bacteriana. Efetivamente, lesões precoces, que não sejam tratadas corretamente e/ou a tempo, podem evoluir para condições muito delicadas, como o cancro da boca.

Maioria dos menores de 6 anos nunca foram ao dentista
No que às crianças diz respeito, as ilações que se retiram do estudo são também alarmantes, com 60,6% dos menores de 6 anos a nunca terem visitado um médico dentista.

Segundo a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), a primeira consulta deverá ser realizada a partir do momento em que os primeiros dentes temporários surgem ou, no máximo, até ao bebé completar o primeiro ano de vida, a fim de definir um programa preventivo de Saúde Oral e intercetar hábitos prejudiciais.

Posteriormente, a criança deverá ser observada a cada seis meses, diminuindo o período para três meses em situações de elevado risco de cárie. A dentição pode apresentar variações de formato, dimensão, cor, número e formação das estruturas, sendo imperiosa a sua avaliação. O diagnóstico e tratamento precoces das alterações de desenvolvimento são fundamentais para uma boca saudável, funcional e estética.

 

Estudo
Pelo menos uma em cada seis mortes pode estar relacionada com a exposição ao chumbo, um metal pesado com alta presença no...

"As nossas conclusões sugerem que das 2,3 milhões de mortes a cada ano nos Estados Unidos, ao menos 400 mil podem ser atribuídas à exposição ao chumbo, uma estimativa dez vezes superior à atual".

Esta cifra, "surpreendentemente alta", é "comparável ao número de mortes que atualmente se atribui ao cigarro". O estudo foi realizado com mais de 14 mil pessoas durante quase 20 anos em média, entre 1990 e 2011.

Os pesquisadores calcularam que para as pessoas com grande concentração de chumbo no sangue (ao menos 6,7 mg por decilitro) o risco de se morrer precocemente aumenta em 37%, e o de sofrer um problema cardíaco dobra, escreve o Sapo.

"Baixos níveis de exposição ao chumbo são um fator de risco importante, mas muito ignorado, de morte por doença cardiovascular", destaca um dos autores do estudo, Bruce Lanphear, da universidade canadense Simon Fraser.

O estudo questiona "a ideia de que existam 'níveis seguros' de tóxicos específicos, como o chumbo", diz Lanphear.

O chumbo é um metal abundante na natureza e com múltiplos usos na indústria. Sabe-se que é tóxico há muito tempo e que provoca o saturnismo, entre outras doenças.

A exposição ao chumbo é decorrência do contato com combustíveis, pinturas, encanamentos e até alimentos. Nas últimas décadas, foram impostos limites às emissões contaminantes, tanto nos Estados Unidos como em outros países. 

Segundo o epidemiólogo Philip Landrigan, o estudo "sugere que chegou o momento de abandonar o descuido com o papel da contaminação na mortalidade por doença não contagiosa".

"Este estudo mostra uma forte associação entre o nível de chumbo no sangue e o futuro risco de um ataque do coração e de morte", destaca um professor de cardiologia da Universidade de Sheffield (Grã-Bretanha), citado pelo Science Media Centre.

 

Reconhecer os sintomas
Caracterizada por um aumento da frequência ou urgência urinária, muitas vezes acompanhada de noctúri

Estima-se que 17% da população europeia com mais de 40 anos sofra de Bexiga Hiperativa, uma condição que afeta tanto homens quanto mulheres. Em Portugal, o número de casos ultrapassa um milhão de pessoas, apresentando um impacto bastante significativo em termos económicos e sociais.

De acordo com Miguel Silva Ramos, urologista no Centro Hospitalar do Porto e membro da direção da Associação Portuguesa de Urologia, a bexiga hiperativa consiste num conjunto de sintomas, caracterizando-se por uma urgência miccional provocada pela “contração involuntária e repentina do músculo da parede da bexiga, mesmo quando esta contém um volume reduzido de urina”.

“Na bexiga hiperativa, a bexiga trabalha excessivamente, contraindo-se com maior frequência do que o habitual e em alturas inapropriadas”, acrescenta referindo que o seu principal sintoma é a “necessidade imperiosa de urinar que por vezes é impossível de dominar e que pode causar incontinência”.

Entre os fatores de risco, destaca a idade, a diabetes, o sindrome metabólico, a obstrução infravesical, a disfunção do pavimento pélvico (como é o caso do prolapso) ou as doenças neurológicas. Quanto ao que está na sua origem, revela que nem sempre é possivel atribuir-lhe uma causa. “Na prática clínica é habitual distinguir a bexiga hiperativa em neurogénica – quando é possível atribuir claramente causas neurológicas – ou idiopática, quando não é possível atribuir uma etiologia, que é a mais frequente”, explica o especialista.

Isolete Dias viveu toda a sua infância com estes sintomas. Urgência em urinar e incontinência eram o “pão nosso de cada dia”. “Ia muitas vezes à casa de banho e, outras tantas, não conseguia aguentar a urgência em urinar. Na escola foi muito complicado”, recorda lamentando que, na época, todos tenham desvalorizado a situação. “Os meus pais diziam que era preguiça de criança, que não queria ir à casa de banho e que, eventualmente, um dia iria passar”, conta. Mas não passou!

Por isso, durante anos, Isolete acreditou que o problema estava dentro de si. “Eu cresci a pensar que o problema era eu! Pensava que tinha alguma disfunção”.

Depressão e isolamento social são algumas das consequências desta condição. “Este problema causa um grande constrangimento. As pessoas não entendem esta necessidade”, diz explicando que teve de se “ajustar” à doença. “Eu evitava beber líquidos, não ia para sítios onde sabia que não existia casa de banho... dei por mim a preferir não sair de casa”.  “Mesmo com o meu marido... a vida pessoal também sofre com estas coisas. Uma pessoa não se sente completamente à vontade”, lamenta.

A nível profissional, a situação não foi menos díficil. “Os patrões não entendem. Eu sempre fiz questão de explicar o que se passava comigo, mas no final quase todos achavam que eu não queria trabalhar. Que me servia das idas à casa de banho para fazer uma pausa”, recorda.

“O meu médico de família receitou-me calmantes”

O diagnóstico da Bexiga Hiperativa é baseado na história clínica, sendo necessário, tal como explica o especialista Miguel Silva Ramos, “realizar alguns exames para excluir outras patologias, como análises de urina e ecografia”. Em casos de dúvida, adianta, pode ser necessário realizar um exame urodinâmico.

Isolete começou a ouvir falar em incontinência urinária mais tarde, era já adulta. E decidida em obter um diagnóstico, consultou um urologista. “Fiz vários exames até descobrir que tinha Bexiga Hiperativa”, diz recordando que, na altura, tinha 28 anos.

Entre as várias possibilidades de tratamento, onde se inclui a terapia comportamental, a terapia farmacológica e a cirurgia, as opções terapêuticas são recomendadas caso a caso. “Habitualmente, nos casos mais ligeiros inicia-se pela terapêutica comportamental e se a resposta for insuficiente institui-se a terapêutica farmacológica. Os fármacos usados atuam na mucosa e no músculo da bexiga, fazendo com que a bexiga se contraia menos vezes e com volumes de urina maiores”, explica o urologista.

O tratamento com toxina botulínica tipo A, que “consiste na realização de várias injeções no detrusor”, foi a opção indicada no caso de Isolete, atualmente com 41 anos. “Uma vez por ano fazia uma injeção”, conta.

De acordo com Miguel Silva Ramos, “a toxina botulínica impede a libertação de neurotransmissores responsáveis pela contração do detrusor e pela mediação de sensações, fazendo com que a bexiga contraia apenas a volumes maiores e quando as contrações são voluntárias”.

“Ao fim de dois, três anos, por opção do médico, coloquei um neuroestimulador que não resultou. Tive de voltar à toxina botulínica e, quando esta começa a perder o seu efeito, faço medicação oral”, explica Isolete afirmando que agora consegue ter uma vida normal.

“Durante anos, achei que tinha alguma coisa errada”, admite reforçando a ideia de que nem todos os especialistas conhecem esta sindrome. “Alguns médicos, principalmente os médicos de família não estão familiarizados com este problema. Durante anos, o meu médico de família receitou-me calmantes porque, dizia, o que me estava a acontecer só podia ser do foro do sistema nervoso”, recorda. Por isso, apela a que se façam mais campanhas, a que se fale mais sobre o tema.

Aos doentes, pede ação: “não cruzem os braços. Se têm um problema procurem ajuda. Não se inibam de falar com alguém. E se por acaso é o vosso filho que passa por isto, tentem encontrar uma resposta. Se é difícil um adulto passar por isto, imaginem uma criança”, conclui emocionada.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção Geral de Alimentação e Veterinária
Com o objetivo de sensibilizar a população para a detenção responsável de animais de companhia, a DGAV – Direção Geral de...

Todos somos responsáveis e todos podemos ter um papel ativo nesta questão do abandono dos animais de companhia - esta é uma das mensagens centrais para a qual a DGAV pretende alertar o público. A par da responsabilidade dos detentores - que devem assegurar os cuidados básicos com os animais (abrigo, alimentação, cuidados de higiene, assistência veterinária, espaço para exercício), bem como o cumprimento de todas as obrigações legais próprias da espécie, nomeadamente, identificação eletrónica, registo e licença - também os cidadãos que encontrem animais abandonados devem ter um papel ativo alertando as entidades policiais ou a autarquia local, a quem compete a recolha.

Com a realização desta campanha a DGAV alerta ainda para as consequências do abandono dos animais. Para além de estar em causa o respetivo bem-estar, por falta de alimentação e de cuidados de saúde, os animais podem sofrer e provocar acidentes. Acrescem ainda riscos para a saúde humana e animal face à possibilidade de transmissão de doenças e de agressões a pessoas e a outros animais.

Relativamente ao circuito dos animais, quando abandonados, são recolhidos e alojados por serviços municipais nos Centros de Recolha Oficial das Autarquias onde aguardam até 15 dias para que o respetivo detentor os reclame. Nos casos em que estes animais não sejam reclamados, podem ser adotados, após esterilização, por pessoas individuais ou associações de proteção animal devidamente legalizadas e que tenham condições adequadas para o seu alojamento.

Além da divulgação nos meios de comunicação social, a Campanha de Sensibilização para o não abandono de animais de companhia, prevê também a distribuição de folhetos à população e a distribuição de flyers junto dos médicos veterinários.

É fundamental não esquecer que a decisão de adquirir um animal de companhia implica um compromisso de o cuidar ao longo de toda a sua vida.

Associação Portuguesa de Sono
O Dia Mundial do Sono assinala-se, anualmente, na sexta-feira anterior ao equinócio da Primavera. É uma data com a qual se...

Os ciclos de sono são essenciais ao bem-estar do organismo e são regulados pelos ritmos circadianos (do latim circa cerca de + diem dia). Estes ritmos são oscilações biológicas, de aproximadamente 24 horas, fundamentais para todas as células e seres vivos. Estas oscilações são condicionadas por estímulos como a luz/noite, temperatura, oxigénio e até exercício físico e alimentação. Para além do sono, muitos dos nossos processos fisiológicos variam também ao longo dessas 24 horas, como a produção de hormonas ou a temperatura corporal.

Estas variações cíclicas, que ocorrem no nosso organismo ao longo do dia, estão sincronizadas com o meio ambiente e essa sincronização é crucial para a nossa saúde e bem-estar. Neste sentido, o mau funcionamento dos relógios biológicos está associado a várias perturbações do sono, assim como ao desenvolvimento de outras doenças.

Em 2017, o Prémio Nobel da Medicina foi atribuído a três investigadores americanos que estudam os ritmos circadianos, o que vem reforçar a importância que a comunidade médica e científica confere a este tema. Em 2018, a World Sleep Society associa-se a este tema com o lema “Dê importância ao sono, cuide dos seus ritmos, desfrute a vida”.

A Associação Portuguesa de Sono (APS) e o Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra (CNC) pretendem assinalar o Dia Mundial do Sono alertando a população para este relógio circadiano e a importância de atender aos seus ritmos para conseguir uma vida saudável.

O desafio da APS e do CNC é que acertemos o relógio neste dia, que desfrutemos a vida, e que consigamos um melhor sono para todos.

Direção-Geral da Saúde
Um estudo da Direção-Geral da Saúde concluiu não ter havido, nos últimos anos, na freguesia de Santo Isidoro e Livração, um...

"O relatório divulgado pela Direção-Geral de Saúde conclui que, com base nos registos de incidência e de mortalidade, não há motivos para qualquer suspeição de aumento do número de novos casos de cancro na freguesia de Santo Isidoro e Livração, à semelhança daquilo que é verificado no resto do concelho do Marco de Canaveses", lê-se no comunicado

Ainda segundo a autarquia, o estudo da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicou que as populações daquela localidade "não têm especial risco de ter cancro".

No documento assinala-se que, com aqueles resultados, "é desconstruído o caso que tem vindo a ser notícia".

Os resultados apurados decorrem de um trabalho realizado em conjunto pelos agrupamentos dos centros de saúde locais, a Administração Regional de Saúde do Norte, a Direção-Geral de Saúde e o Instituto Nacional de Estatística, com o objetivo de proceder ao "levantamento das situações, para esclarecimento dos factos".

A autarquia de Marco de Canaveses recorda que na freguesia de Santo Isidoro e Livração "foi levantada a suspeita de aumento do número de novos casos de cancro e de mortalidade associada e apontadas como causas possíveis eventuais tóxicos ambientais, relacionados com a grande percentagem de população que consumiria água de poços".

No entanto, de acordo com o relatório do estudo, entre 2008 e 2012, o número de casos de cancro na localidade foi de 42, com a média nacional a ser de 45 a 50, no mesmo período.

Quanto à mortalidade por tumores malignos, nos anos de 2014, 2015 e 2016, o estudo concluiu que foram 15 e que a média nacional foi 16.

 

Lajes
O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, disse que não são conhecidos dados que relacionem a contaminação na ilha Terceira...

“Relativamente a situações de prevalência estatística, não temos ainda nenhum elemento – e espero que nunca venhamos a ter – que indique diferencial estatístico muito preocupante relativamente à incidência de problemas de saúde concretos daqueles que estão num contexto geográfico relacionado com as situações de contaminação ambiental”, declarou o governante.

Azeredo Lopes falava aos jornalistas à margem de uma reunião com o presidente do Governo Regional dos Açores, em Angra do Heroísmo, em resposta a uma questão sobre notícias que apontam para uma relação entre a contaminação de solos e aquíferos na ilha Terceira, provocada pela Força Aérea norte-americana, e uma possível incidência de casos de cancro nas zonas próximas da infraestrutura.

Está a ser desenvolvido um estudo sobre esta possibilidade pela Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo, em colaboração com a Universidade de Boston, e o ministro apelou a que sejam transmitidos os resultados de qualquer estudo que comprove essa relação e garantiu que, verificando-se tal cenário, esses elementos “serão imediatamente enfrentados”.

“Se houver resultados que já representem conclusões cientificamente avaliáveis devem imediatamente ser transmitidos”, apontou.

Azeredo Lopes disse que todas as situações conhecidas de contaminação estão a ser “enfrentadas” e que, de acordo com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) nos locais em que ainda não foi concluída a descontaminação "não há situações que se considerem de perigo iminente”.

“Sempre que se verificaram valores anormalmente elevados foram tomadas medidas imediatas de correção, por exemplo, por remoção de terras ou de imediata pavimentação, para se evitar que esse risco pudesse afetar quem trabalha na base ou quem quer que fosse”, frisou.

Questionado sobre os relatórios da Força Aérea norte-americana que apontam para a contaminação de vários locais na ilha Terceira, Azeredo Lopes disse que o Estado português se baseia nos estudos do LNEC.

“Creio que o LNEC é uma entidade intocável do ponto de vista do prestígio e da reputação que tem quanto a esta matéria”, salientou.

O LNEC identificou 41 locais contaminados, dos quais alguns já foram descontaminados ou remediados e outros, em que há uma divergência com os Estados Unidos, exigem um reforço de análises, segundo o ministro.

“Em relação ao universo inicial, já melhorámos muito significativamente. Era injusto pensar que estamos na mesma situação desde que os problemas de contaminação foram verificados”, realçou.

Continuam a chegar denúncias de locais contaminados ao Governo da República e, por isso, o ministro anunciou um novo estudo sobre esta matéria.

“Vai haver um novo estudo feito pelo LNEC e pelo Laboratório Regional de Engenharia Civil, como demonstração de que estamos totalmente empenhados em definir o que ainda há que corrigir, verificar o que foi corrigido e antecipar hipóteses”, adiantou.

 

Estudo
Uma droga usada para combater o cancro pode, em doses mais pequenas, ser eficaz na recuperação de competências sociais das...

Na investigação publicada hoje no boletim de neurociência da revista científica Nature, usou-se o medicamento Romidepsin, usado nos Estados Unidos para casos de cancro, em experiências com ratos e conseguiu-se recuperar o défice de sociabilidade nos animais.

Os ratos, a que falta um gene considerado como fator de risco para o autismo, foram sujeitos ao medicamento e os investigadores registaram melhorias nas suas capacidades sociais e de comunicação.

"Descobrimos um pequeno composto molecular que demonstra um efeito profundo e prolongado em défices sociais do tipo do autismo sem efeitos secundários óbvios", afirmou Zhen Yan, professora do departamento de Fisiologia e Biofísica da universidade de Buffalo, nos Estados Unidos.

Uma dose baixa de Romidepsin restabelece a expressão genética usando um mecanismo epigenético, ou seja, provocando mudanças sem mexer nas sequências de ADN.

Yan assinalou que "o autismo implica a perda de tantos genes" que para "recuperar os défices sociais, um medicamento tem que agir nos genes que estão envolvidos na comunicação entre neurónios".

 

DGS
A Direção-Geral da Saúde anunciou hoje que na atual época gripal foram vacinadas gratuitamente contra a gripe mais 170 mil...

Em comunicado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou que desde o início de outubro do ano passado foram administradas gratuitamente e no Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais de 1,3 milhões de vacinas contra a gripe.

Estes valores indicam um aumento de 170 mil pessoas vacinadas, em relação ao ano anterior, e mais 255 mil pessoas que receberam a vacina, em relação à época de 2015/2016.

A DGS estima que a cobertura na população com 65 ou mais anos de idade (SNS e setor privado) seja da ordem dos 65%, o que representa uma subida de cinco por centro em relação à época anterior.

Este organismo do Ministério da Saúde sublinha que “a vacinação é a principal medida de prevenção contra a gripe e tem como objetivo proteger as pessoas mais vulneráveis, prevenindo a doença e as suas complicações”.

“A vacinação contra a gripe constitui um dos eixos do Plano de Saúde Sazonal, na sua vertente de Inverno, em vigor de 01 de outubro a 30 de abril e, eventualmente, noutros períodos em função das condições meteorológicas”, lê-se no comunicado.

Esta subida do número de pessoas vacinadas contra a gripe difere dos dados do Vacinómetro, que monitoriza a evolução da cobertura desta vacinação e que foram hoje divulgados pela Lusa.

Segundo o Vacinómetro, a vacinação contra a gripe foi mais baixa nesta época gripal em todos os grupos populacionais, especialmente o dos doentes crónicos.

Sobre estes dados, a DGS esclarece: “O estudo é promovido pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, é realizado por amostragem através de entrevistas telefónicas, sendo que os valores apresentados têm intervalos de confiança alargados”.

 

ONU
As Nações Unidas iniciaram hoje, em Viena, cinco dias de debate sobre a situação mundial da droga e da toxicodependência, com o...

Nas reuniões estarão presentes centenas de representantes governamentais e de organismos internacionais, bem como peritos independentes e de organizações não governamentais.

Na quarta-feira, os 53 Estados que integram a comissão da ONU sobre políticas relativas a drogas vão debater a inclusão de seis opioides sintéticos, derivados do fentanil, para que sejam submetidos a um controlo internacional mais apertado, no seguimento de recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O consumo de substância análogas ao fentanil, um analgésico que é cem vezes mais poderoso do que a morfina, provocou milhares de mortes por sobredosagem em todo o mundo.

Entre os opioides que poderão ser incluídos num controlo mais apertado está o carfentanil, “responsável por centenas de mortes em todo o mundo”, segundo a OMS.

O carfentanil é uma droga sintética análoga ao fentanil e que é 10 mil vezes mais potente do que a morfina, sendo usada como anestésico em animais de grande porte.

O diretor executivo para a política contra a droga das Nações Unidas, Yuri Fedotov, considera que o problema das drogas requer uma resposta global que inclua prevenção, redução da procura e tratamento da toxicodependência, segundo declarações citadas pela agência EFE.

De acordo com dados da ONU, mais de 200 mil pessoas morrem todos os anos por consumo de drogas, números que não incluem as mortes violentas relacionadas com o narcotráfico.

 

Estudo
Cientistas descobriram a razão que leva os bebés a mexerem-se dentro o útero, orientando as células para desenvolver ossos e...

De acordo com investigadores de Trinity College, em Dublin, algumas interações moleculares fundamentais são estimuladas pelo movimento, orientando as células e os tecidos do embrião para construir um esqueleto robusto e também maleável.

Caso um embrião não se movesse, perder-se-ia um sinal vital, o que poderia levar ao desenvolvimento de ossos frágeis e articulações anormais.

Segundo a investigação hoje divulgada na revista científica Development, as células do embrião recebem precocemente sinais biológicos que são orientadas para diferentes tipos de tecidos e de locais.

Assim, as células do embrião são direcionadas para tomar a decisão de formar osso ou cartilagem, dependendo de onde se encontrem. Por exemplo, alguns ossos precisam de material forte e resiliente para proteger e apoiar o corpo, enquanto as articulações como joelhos ou cotovelos necessitam de maleabilidade para serem movimentadas.

A comunidade científica já conhece bem os sinais que direcionam as células para construir o osso, mas sabe muito menos sobre a formação da cartilagem na articulação.

Atualmente, o tratamento clínico para a degeneração articular é a substituição das articulações, o que melhora a qualidade de vida de muitas pessoas, mas envolve cirurgia invasiva e não é uma solução permanente.

Segundo os investigadores, se for possível compreender melhor como o embrião forma a cartilagem articular, estar-se-á mais perto de encontrar formas de regenerar a cartilagem das células.

Se entendêssemos melhor como o embrião forma cartilagem articular na articulação, estaríamos em melhor posição para encontrar formas de regenerar a cartilagem de células estaminais para descobrir melhores tratamentos para lesões e doenças nas articulações.

 

Alimentação
A Comissão Europeia vai lançar na terça-feira um Centro de Conhecimento para melhorar a qualidade dos alimentos e reforçar a...

O Centro de Conhecimento, uma rede constituída por peritos internos e externos da Comissão Europeia, irá dar apoio aos responsáveis políticos da União Europeia (UE) e às autoridades nacionais, partilhando e facultando o acesso a conhecimentos científicos atualizados em matéria de fraude alimentar e de qualidade dos alimentos, e será gerido pelo Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia.

Em comunicado, Bruxelas salienta que as preocupações com possíveis fraudes alimentares e com a qualidade dos alimentos minam a confiança dos consumidores e prejudicam toda a cadeia de abastecimento alimentar na Europa, desde os agricultores até aos retalhistas.

“Os casos recentes de fraude alimentar atingiram produtos como azeite, vinho, mel, peixe, produtos lácteos, carne e aves de capoeira. Além disso, os consumidores podem ser expostos a práticas comerciais desleais, em especial no que se refere aos produtos alimentares disponíveis nos diferentes mercados, com diferenças significativas na sua composição, mas com uma embalagem similar”, acrescenta a nota.

O Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos irá coordenar as atividades de fiscalização do mercado, por exemplo, em matéria de composição e propriedades organoléticas dos alimentos fornecidos com a mesma embalagem e marca em vários mercados da UE.

A rede irá ainda operar um sistema de alerta precoce e informação para a fraude alimentar, por exemplo, através do acompanhamento dos meios de comunicação social e da disponibilização destas informações ao público em geral, fazer uma ligação entre os sistemas de informação dos Estados-membros e da Comissão, e gerar conhecimentos específicos a cada país, fazendo, entre outras coisas, o levantamento das competências e infraestruturas laboratoriais nos Estados-membros.

O novo Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos vai ser lançado na terça-feira, em Estrasburgo, pelo Comissário da Educação, Cultura, Juventude e Desporto, que tutela o Centro Comum de Investigação, Tibor Navracsics, na presença do vice-presidente responsável pela União da Energia, Maroš Šefčovič, e a Comissária responsável pela Justiça, Consumidores e Igualdade de Género, Vêrá Jourová.

“A qualidade dos alimentos que consumimos é importante para todos nós, e dado que a fraude alimentar é um crime transnacional, a UE tem um papel claro a desempenhar na resposta a este problema. O lançamento do Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos é um passo importante. O Centro ajudará a proteger a integridade da cadeia alimentar da UE e a salvaguardar a qualidade dos produtos alimentares, gerando um valor acrescentado claro para os europeus”, defendeu Navracsics, citado em comunicado.

 

Estudo
Investigadores do CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da Universidade Nova de Lisboa vão...

Segundo um comunicado do CINTESIS a que a agência Lusa teve acesso, o grupo pretende avaliar o efeito do consumo de cerveja na microbiota intestinal (flora intestinal), no perfil metabólico e lipídico em indivíduos saudáveis, sendo liderado pela investigadora e especialista em Nutrição e Metabolismo do CINTESIS, Conceição Calhau.

"O impacto do consumo de bebidas alcoólicas com compostos bioativos (nomeadamente polifenóis) na saúde é um tópico urgente nas ciências biomédicas", defendeu a investigadora, adiantando que "participar neste estudo é uma oportunidade rara de contribuir para o conhecimento dos efeitos metabólicos do consumo de cerveja".

Para desenvolver o estudo, a equipa está à procura de 30 voluntários saudáveis, do sexo masculino, entre os 18 e os 65 anos de idade, que estejam dispostos a consumir uma cerveja por dia, com e sem teor alcoólico (5,20%, 0,45% e 0% de álcool), durante quatro semanas.

 "A colaboração no projeto não implica a toma de qualquer medicamento, apenas o consumo diário de uma cerveja, preferencialmente ao jantar, fornecida pela equipa", esclareceu Conceição Calhau, que é também professora da NOVA Medical School da Universidade Nova de Lisboa, entidade envolvida no projeto.

Sobre a cerveja, a investigadora esclareceu que existem informações decorrentes de estudos em animais ou de estudos de observação.

Nos estudos de observação, verificou-se, muitas vezes, que as consequências para a saúde do consumo de cerveja estão sobretudo associadas ao ‘estilo de vida', como sedentarismo, hábitos tabágicos e alimentação inadequada, "sendo assim difícil reconhecer os efeitos do consumo da bebida na ausência desse estilo de vida menos saudável", explicou.

De acordo com a professora, é a falta de evidência científica na área que torna este estudo necessário, defendendo ainda que a prática deve ser baseada na evidência científica e que só com a realização de estudos controlados de intervenção é possível acrescentar conhecimento.

Durante o estudo os participantes serão avaliados por um profissional de saúde no início e no fim, através de análises de sangue, fezes e urina, procedimentos esses da responsabilidade da equipa de investigadores, frisou Conceição Calhau.

Os valores analíticos apresentados serão avaliados antes e depois do consumo da cerveja, obtendo assim dados que serão comparados sobre efeito da ingestão desta bebida.

Numa primeira fase, o estudo decorrerá em Lisboa, nas instalações da NOVA Medical School, devendo ser aberta uma segunda fase do ensaio, a decorrer no Porto.

 

Doenças cardíacas
Uma equipa de investigadores, liderada por cientistas do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde do Porto, afirmou ter...

Em comunicado, os cientistas explicam que o individuo adulto não tem capacidade de gerar novo músculo cardíaco em situação de doença, formando geralmente uma cicatriz como forma de reparação, o que pode levar à falência cardíaca.

Neste estudo, publicado na revista Stem Cells Reports, a equipa de investigadores, coordenada por Diana Nascimento e Perpétua Pinto-do-Ó, mostrou que o coração após o nascimento, para além de formar esta cicatriz, tem também capacidade para regenerar e gerar novo músculo cardíaco.

Isto significa que “é importante estudar o coração do neonatal para encontrar terapias inovadoras para um vasto leque de doenças cardíacas”, defendem.

“Mostramos que os fibroblastos estão a regular tanto a regeneração e reparação no coração neonatal e, como tal, o estudo da resposta destas células, é essencial para que de futuro se consiga desencadear uma resposta mais eficiente do coração adulto em situação de doença”, explica a coordenadora desta investigação, Diana Nascimento

O primeiro autor do artigo, Vasco Sampaio-Pinto sublinha que “o modelo descrito pode ser usado para desenvolver novas terapias com vista a promover a regeneração do coração em caso, por exemplo, de enfarte do miocárdio, e também para encontrar novos fármacos que impeçam a formação de cicatriz”.

De acordo com o investigador, “esta cicatriz impede o normal funcionamento do coração, conduzindo frequentemente à falência cardíaca”.

 

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