DGS
O surto de ´legionella` no Hospital CUF Descobertas deverá ter uma menor dimensão do que o que atingiu o Hospital São Francisco...

Em conferência de imprensa hoje em Lisboa, Graça Freitas adiantou que todos os duches do hospital CUF Descobertas, em Lisboa, estão encerrados por precaução, indicando que doentes e profissionais têm de decorrer a outras formas de higienização.

A diretora-geral admitiu aos jornalistas que um surto de `legionella´ com origem em chuveiros tem menor dimensão do que uma com origem em torres de refrigeração, como o que aconteceu no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Isto porque as torres de refrigeração têm uma maior capacidade de disseminar partículas infetadas que podem ser inaladas por um maior número de pessoas.

Até ao momento, há seis infetados, quatro deles foram diagnosticados durante o dia de sábado e dois foram confirmados já hoje.

No total são cinco mulheres e um homem, havendo duas funcionárias, três doentes e uma acompanhante que, contudo, dormiu e tomou banho nesta unidade de saúde privada.

Graça Freitas explicou que os primeiros dois casos foram detetados no sábado ao final da tarde e que outros dois foram detetados no sábado já de noite.

Os sintomas dos primeiros doentes iniciaram-se por volta do dia 23 deste mês.

“Houve de imediato comunicação às autoridades de saúde por parte do hospital, tal como tinha acontecido no São Francisco Xavier”, declarou a responsável.

As autoridades iniciaram investigação epidemiológica e ambiental, incluindo a colheita de águas, cujas amostras foram enviadas para o Instituto Doutor Ricardo Jorge, mas ainda sem resultados definitivos.

O hospital procedeu ainda a um choque térmico e a um choque químico nas águas, formas de parar a infeção, mas os chuveiros da unidade CUF Descobertas permanecem todos desligados.

“A fonte de transmissão em princípio está interrompida”, refere Graça Freitas,

A primeira preocupação das autoridades foi caracterizar o percurso destes doentes e a investigação ambiental deverá ainda incluir “um perímetro” em torno do hospital, mas a diretora-geral da Saúde refere que “nada indica” que a fonte seja externa à unidade de saúde.

Também presente na conferência de imprensa, o delegado de saúde pública Mário Durval sublinhou que “em menos de 24 horas as autoridades de saúde tomaram as medidas de saúde pública que se impunham”, quer no caso do CUF Descobertas, quer no São Francisco Xavier.

O próprio delegado de saúde indicou ainda que hoje à tarde vai dirigir-se ao hospital CUF Descobertas para tentar esclarecer “mais aprofundadamente” a situação, nomeadamente no que respeita às instalações.

A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

‘Legionella’
Mais dois casos de ‘legionella’ do surto do hospital CUF Descobertas, em Lisboa, foram registados, elevando para seis o número...

Os primeiros quatro casos de ‘legionella’ foram conhecidos no domingo.

Numa nota divulgada hoje ao final da manhã, a Direção-Geral da Saúde (DGS) informa que foram diagnosticados seis casos de doenças dos legionários com ligação ao hospital CUF Descobertas. Os doentes são cinco mulheres e um homem e encontram-se estáveis.

A DGS recorda que as autoridades de saúde pública, em conjunto com a administração do hospital privado, já implementaram medidas para interromper a transmissão e reforçaram a vigilância ambiental e epidemiológica.

A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Em Coimbra
Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveram e testaram a eficácia de uma intervenção psicológica inovadora, baseada...

Denominado Kg-Free, o programa resulta de quatros anos de investigação de especialistas do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação daquela Universidade (FPCEUC), refere uma nota da Universidade de Coimbra (UC).

O Kg-Free foi desenvolvido no âmbito do doutoramento de Lara Palmeira, orientado pelos professores José Pinto Gouveia, da FPCEUC e coordenador do CINEICC, e Marina Cunha, do Instituto Superior Miguel Torga, em Coimbra.

Constituído por dez sessões semanais e duas quinzenais em grupo, o novo programa “foca-se em promover comportamentos saudáveis e qualidade de vida” e em “diminuir o impacto do estigma” em relação ao peso com excesso em mulheres e obesidade, explica a UC.

A intervenção aposta no ‘mindfulness’ (treino mental que ensina as pessoas a lidarem com os seus pensamentos e emoções), promovendo uma relação mais consciente com a alimentação, como, por exemplo, dando atenção aos sabores e textura dos alimentos.

É também promovida uma relação positiva e flexível com a imagem corporal, peso e alimentação, acrescenta a UC, adiantando que “a terceira componente trabalha a relação do ‘eu’ e da autocompaixão, isto é, diligencia uma relação interna baseada numa atitude de compreensão, cuidado e suporte” a si mesmo quando se falha ou “as coisas correm mal”.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o projeto envolveu a participação de centenas de adultos com excesso de peso e obesidade, na sua maioria mulheres, em tratamento para perda de peso no distrito de Coimbra, destacando-se o estudo da intervenção Kg-Free em que participaram 60 mulheres adultas com peso a mais ou obesidade.

Os resultados, afirma Lara Palmeira, citada pela UC, evidenciam que a “intervenção foi eficaz na promoção do bem-estar e da qualidade de vida e na diminuição de comportamentos alimentares perturbados, do estigma internalizado e do autocriticismo”.

O programa Kg-Free “permitiu que as participantes desenvolvessem uma atitude mais saudável, flexível e positiva em relação ao seu peso e alimentação, promovendo uma alimentação mais consciente e saudável, bem como o desenvolvimento de uma visão do ‘eu’ mais positiva e menos crítica/hostil, focada no bem-estar e na persecução de uma vida com significado que vá para além do peso”, explicita a investigadora.

As conclusões do estudo alertam para a importância de complementar as tradicionais abordagens de combate à obesidade com uma intervenção psicológica. É necessária “uma abordagem multidisciplinar que se foque não só na perda de peso, mas que promova diretamente o bem-estar e qualidade de vida, intervindo na diminuição do estigma e nas estratégias de regulação emocional desadaptativas”, sustenta Lara Palmeira.

“Apesar do seu profundo impacto negativo, o estigma em relação ao peso permanece atualmente como uma das formas de estigma mais socialmente aceite, sendo muitas vezes promovido como forma de combate contra a obesidade e que tende a ser internalizado pelas pessoas com excesso de peso e obesidade”, acrescenta.

“É urgente integrar a abordagem psicológica nos tratamentos, porque a obesidade é uma doença muito heterogénea”, acentua ainda a investigadora do CINEICC.

No seu conjunto, os resultados “apresentam importantes implicações para a intervenção psicológica na obesidade, salientando a importância de adequar as intervenções às pessoas com excesso de peso e obesidade e consciencializar os profissionais de saúde para a importância de adotar uma atitude de tolerância, aceitação e não julgamento para promover a adesão ao tratamento e melhores resultados”, conclui Lara Palmeira.

Health Consumer Powerhouse
Portugal manteve em 2017 o 14.º lugar no ‘ranking’ que avalia os serviços de saúde dos europeus, melhorando em alguns...

Elaborado pela organização Health Consumer Powerhouse, o Euro Health Consumer Index (EHCI) é uma classificação anual dos sistemas de saúde nacionais da Europa, com base em indicadores de seis áreas temáticas: direitos e informação dos doentes, acessibilidade, resultados, diversidade e abrangência dos serviços prestados, prevenção e produtos farmacêuticos.

Entre os 35 países avaliados, Portugal obteve a 14.ª posição, a mesma que já tinha obtido em 2016, continuando ainda de fora do “clube dos 800”, ou seja, dos países que obtiveram 800 pontos nos indicadores avaliados, para os quais o máximo é mil.

Com 747 pontos obtidos, Portugal registou uma diminuição de 28 pontos o que, segundo os autores do ‘ranking’, se deveu a um maior aperto dos critérios.

Ainda assim, a classificação que os serviços de saúde portugueses obtiveram permitiu-lhes ficar à frente dos do Reino Unido (15.º), Espanha (18.º), Itália (21.º) e Irlanda (24.º).

Para a Health Consumer Powerhouse, a Holanda tem o melhor sistema de saúde europeu, tendo obtido a medalha de ouro nesta avaliação, sendo seguida pela Suíça (2.º) e a Dinamarca (3.º).

Entre a melhoria dos indicadores registados por Portugal constam os relativos aos direitos e informação dos doentes, aos resultados e à prevenção.

Um dos indicadores avaliados refere-se ao custo com os cuidados ao doente, no qual Portugal se encontra em penúltimo lugar, gastando menos de metade do que despende a vencedora Holanda.

Os autores do documento sublinham, contudo, que os internamentos prolongados, nos quais apostam os países que os podem pagar, como a Holanda, Suíça ou Itália, não devem ser uma solução para quem não tem recursos, criticando assim a Bulgária, a Roménia e a Albânia, os três países com custos mais elevados nesta área e que “não os podem pagar”.

Nesta avaliação, elaborada com o recurso às cores vermelho, amarelo e verde, que classificam de mau, de mais ou menos e de bom os vários indicadores, Portugal obteve 21 classificações positivas, como no acesso à terapia contra o cancro em menos de 21 dias, na mortalidade infantil, na perda de potenciais anos de vida ou no transplante de rins.

Com a cor amarela foram 18 os indicadores que Portugal recebeu, entre os quais o acesso ao médico de família no próprio dia, a sobrevivência ao cancro ou a depressão.

Os sinais vermelhos foram para seis indicadores, nos quais se consta o acesso direto a um médico especialista, as infeções hospitalares ou o número de cesarianas.

Um dos indicadores em que Portugal obtém um dos piores resultados é o nível das infeções em ambiente hospitalar, na avaliação da bactéria MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina).

Neste indicador, Portugal está em terceiro lugar, seguindo Malta (2.º) e a Roménia (1.º).

Portugal recebeu também sinal vermelho no número de cesarianas, ocupando o sétimo lugar e a registando o dobro das intervenções que realiza a Holanda.

A classificação de Portugal é positiva ao nível dos abortos realizados por cada mil nados vivos, mas também nos tempos médios de espera nos serviços de urgência, na cobertura dos cuidados de saúde oral e no número de horas de atividade física no período escolar.

Portugal registou pontuação máxima nos dois novos indicadores introduzidos em 2017: acesso informático do processo clínico do doente e percentagem de doentes com diabetes diagnosticados e controlados.

'Legionella'
O diretor clínico adjunto do hospital CUF Descobertas, em Lisboa, assegurou ontem que foram efetuados todos os tratamentos...

Paulo Gomes admitiu ainda, em conferência de imprensa, que as águas quentes sanitárias podem ser a origem dos casos diagnosticados com doença dos legionários na unidade, embora sublinhasse que ainda não existe confirmação que a origem fosse no hospital.

O primeiro caso foi diagnosticado na madrugada de sábado e o segundo durante a tarde. “Existem quatro casos confirmados, duas utentes e duas funcionárias, que estão estáveis e com prognóstico positivo”, afirmou Paulo Gomes, diretor clínico adjunto do hospital CUF Descobertas.

“Foram efetuadas colheitas e amostras em todo o hospital e vamos ter resultados em breve. Como não temos torres de refrigeração, a existir será nas águas quentes sanitárias e foram tomadas todas as medidas e o tratamento realizado como se houvesse contaminação confirmada”, defendeu.

As quatro mulheres a quem foi diagnosticada a doença dos legionários têm entre os 47 e os 66 anos, estando todas “estáveis e com prognóstico positivo”, apesar de uma delas estar nos Cuidado Intensivos.

“Uma das doentes está nos Cuidados Intensivos, mas para ser monitorizada pela sua fragilidade já de base. No primeiro caso detetado, a utente já tinha estado internada cerca de duas semanas antes no hospital e teve alta”, referiu, explicando que este tempo está dentro do período de incubação da doença.

Paulo Gomes admite que possam surgir novos casos e referiu que os resultados das amostras recolhidas, quer pelo hospital quer pela Autoridade de Saúde, devem ser conhecidos em breve.

O diretor clínico adjunto confirmou ainda que os duches foram suspensos.

“Para além das medidas curativas, de esterilização das águas quentes sanitárias, foram também tomadas medidas de proteção, como a suspensão do uso do duche”, frisou, explicando que o objetivo foi impedir a inalação de aerossóis contaminados.

O hospital CUF Descobertas continua a funcionar com normalidade, sem que nenhum serviço tivesse sido interrompido.

A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Hospital Cuf Descobertas
O Hospital CUF Descobertas, em Lisboa, informou ontem que está a dar prioridade ao tratamento dos quatro doentes a quem foi...

De acordo com um comunicado do hospital, a unidade de saúde "diagnosticou quatro casos de doentes com doença dos Legionários, os quais foram de imediato reportados à Direção-Geral da Saúde".

O Hospital CUF Descobertas informa ainda que dispõe de "procedimentos de controlo epidemiológico e de segurança muito rigorosos que foram agora reforçados de forma preventiva".

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou ontem que foram detetados quatro casos de doença dos legionários no Hospital CUF Descobertas.

“Todos os doentes são mulheres e todas se encontram estáveis”, adianta Graça Freitas num comunicado publicado no ‘site’ da Direção-Geral da Saúde (DGS).

As autoridades de saúde, em articulação com o conselho de administração do Hospital CUF Descobertas e em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge “iniciaram a necessária intervenção junto do Hospital”, estando a ser aplicadas as medidas necessárias para interromper a transmissão, adianta.

Segundo Graça Freitas, a intervenção das autoridades de saúde visa assegurar “o diagnóstico e tratamento dos doentes”, “o reforço da vigilância epidemiológica” e da “vigilância ambiental” e a “implementação das medidas necessárias para interromper a transmissão”.

“As medidas enunciadas estão já a ser aplicadas”, vinca a diretora-geral da Saúde no comunicado, adiantando que “as entidades envolvidas continuam a acompanhar a evolução da situação e a Direção-Geral da Saúde atualizará a informação sempre que necessário”.

A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Em Lisboa
As questões da Saúde são as que mais dificultam a vida aos imigrantes, especialmente se aliadas ao desconhecimento da língua,...

No “The Migrant Integration Policy Index”, que mede as políticas de integração dos imigrantes em 38 países, incluindo toda a União Europeia, afirma-se que Portugal é o segundo país mais favorável do ocidente em termos de políticas de integração, à frente dos países nórdicos e outros tradicionalmente mais acolhedores.

Mas não na Saúde. Se em áreas como o mercado de trabalho ou a reunião familiar Portugal tem respetivamente uma pontuação de 91 (em 100) e 88, na Saúde fica-se pelos 43 pontos, o mais baixo, o que leva os responsáveis do Index a recomendar a sensibilização dos prestadores de Saúde para melhorar a capacidade de resposta a imigrantes.

Não foi, no entanto, o Index que motivou Cristiano Figueiredo, médico de família, especializado em medicina geral e familiar, a meter mãos a um projeto único no país, de apoio a imigrantes na área da Saúde.

O médico esteve em Londres há três anos a trabalhar com o britânico Vikesh Sharma junto da comunidade portuguesa, traduzindo folhetos e informando os portugueses sobre os diferentes serviços de saúde e o seu funcionamento, e ajudar a resolver problemas.

De regresso a Portugal é um projeto idêntico que está a criar. “Enquanto cidadão notei um fluxo crescente de pessoas do sul da Ásia, do Nepal, do Bangladesh… um dia num restaurante falei com os empregados, do Bangladesh, sobre a perceção que têm do sistema de Saúde e pensei que havia aqui uma necessidade”.

É Cristiano quem o conta. Foi Cristiano que nessa mesma noite enviou um email à Junta de Freguesia de Arroios, cuja presidente, Margarida Martins (que foi presidente da associação Abraço durante duas décadas), aceitou discutir o assunto. E do encontro saiu a ideia de se começar o trabalho com a comunidade do Bangladesh, das mais necessitadas devido a barreiras culturais, religiosas e linguísticas.

Conta o médico que para fazer a ligação à comunidade contactou o presidente do Centro Islâmico do Bangladesh, Rana Uddin, que vive em Portugal há 27 anos e que concordou que havia da parte dos seus concidadãos dificuldade no acesso aos serviços de saúde, “muito por falta de informação”.

Cristiano, médico na Unidade de Saúde Familiar da Baixa, no Martim Moniz, afirma: “Um imigrante não recorre ao Serviço Nacional de Saúde e se precisa mesmo vai às urgências hospitalares que é o que se lembra”.

O projeto (explicado na página https://sites.google.com/view/bengalisboaproject), também com o apoio da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, foi criado em 2016 e tem estado a avançar. Em agosto passado organizaram-se grupos de discussão informais com a comunidade do Bangladesh, fizeram-se grupos de discussão com profissionais da Unidade de Saúde, fez-se uma “walk with a doc” (caminhada com um médico).

“Percebemos quais as dificuldades, sobretudo a barreira linguística e depois a barreira cultural. As mulheres do Bangladesh preferem ser observadas por médicas mulheres e isso nem sempre é fácil”, diz Cristiano Figueiredo, acrescentando: “Estamos a explorar um caminho novo. Como isto não existe nada. Ao nível da Saúde estamos a ser pioneiros, a tentar dar respostas”.

E a comunidade do Bangladesh agradece. Sentado numa explanada no Martim Moniz em Lisboa, quase em frente da Unidade de Saúde onde deverá estar Cristiano Figueiredo, Rana Uddin garante que o projeto é “muito importante para uma comunidade que não fala muito bem português”.

“Há muita gente que está a sofrer com muitas doenças e não as consegue explicar aos médicos. E os centros de saúde também não têm tradutor”, conta Rana Uddin, também presidente da Mesquita Baitul Mukarram.

E acrescenta: “Temos muitas mulheres que quando estão grávidas precisam de uma médica. E depois no parto elas não querem que sejam homens. Muitas pessoas vêm ter comigo para que eu fale com os médicos, que explique, porque as mulheres não querem mesmo”.

Uddin conta que mesmo a sua mulher não queria a presença de homens nos partos e que foi ele quem a convenceu de que era irrelevante. “Há 30 ou 40 anos se calhar aqui em Portugal também seria assim”, diz, com um sorriso, o responsável, um lisboeta convicto que chegou há tanto tempo que costuma dizer que foi ele quem “descobriu Portugal”. Há 27 anos “éramos cinco do Bangladesh” em Portugal, hoje somos 15 mil, diz.

Mas diz mais. Que quando um bengali fica doente ou vai à farmácia ou a um médico privado, “mas só uma vez, porque fica sem dinheiro”, muitos nem sabem que existem centros de saúde, que era muito útil que equipas de médicos fizessem mensalmente uma reunião com a comunidade, por exemplo nas juntas de freguesia, que “os novos fossem informados” do sistema de Saúde, do que devem fazer se estiverem doentes.

“Há muitos diabéticos e com doenças de coração. Um conselho de um médico pode ajudar”, diz, salientando que a imigração do Bangladesh não é qualificada, que a maior parte dos imigrantes em Lisboa trabalha nas “500 a 600 lojas” que exploram.

“Notamos que muitos trabalham em lojas, muitas horas seguidas, que têm uma vida sedentária, notamos uma prevalência de diabetes e hipertensão”, diz Cristiano Figueiredo, que quer organizar um inquérito junto da comunidade, para conhecer os problemas de saúde de forma abrangente, que quer construir um guia de acesso ao Serviço Nacional de Saúde, que quer combater a desinformação, explicar aos imigrantes ilegais os direitos que têm.

Na unidade de saúde onde trabalha 30% dos utentes são imigrantes, a maior parte do Bangladesh (dados de 2016). Na freguesia de Santa Maria Maior (baixa da capital) vivem 92 comunidades. Cristiano Figueiredo acredita que o projeto que está a desenvolver é um projeto piloto que pode ser replicado para outros grupos além dos bengalis.

Uddin lá estará para ajudar. Ou não. Talvez um dia volte com a mulher ao sítio onde nasceram e cresceram apesar de gostarem tanto de Portugal. E os filhos? Sorri mais uma vez. “A terra deles é aqui”.

Venezuela
A UNICEF defendeu que o Governo venezuelano deve cuidar das crianças, considerando que neste grupo populacional que &quot...

Em comunicado divulgado nas Nações Unidas e em Caracas, o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) explica que "apesar de não existirem dados exatos, devido à falta de informação oficial sobre saúde e nutrição, há sinais claros de que a crise está a limitar o acesso das crianças a assistência médica, a alimentos e medicamentos".

Segundo a UNICEF, a informação oficial disponível, publicada pelo Instituto Nacional de Nutrição em 2009, dá conta de que "a prevalência de peso inferior ao correspondente à altura nas crianças com menos de cinco anos era, naquela altura, de 3,2%".

"No entanto, estudos não oficiais mais recentes mostram taxas ainda maiores", destaca-se no comunicado, considerando que o Relatório Global de Nutrição calcula uma prevalência de 4,1%, enquanto que o Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo em 2017, sugere que a desnutrição ou a medida da fome que indica a proporção da população com consumo insuficiente de alimentos, na Venezuela, aumentou para 10,5% e para 13% entre 2004-2006 e 2014-2016, respetivamente.

Entrevista
A teleassistência, um serviço de consultas e monitorização de doentes à distância, é a grande aposta

É cada vez mais evidente a aposta na telemedicina/teleassistência. Em que consiste e o que deve compor este serviço?

A teleassistência consiste em prestar assistência à distância, com recurso a tecnologias de telecomunicações. Na medicina é intercambiável pela denominação “tele-saúde” porque são cuidados de saúde à distância. Um exemplo específico, consiste na telemonitorização dos sinais vitais do doente através do telemóvel ou tablet, juntamente com a recolha (à distância), via telefone, videochamada ou chat, dos seus sinais e sintomas, permitindo a correlação dos sinais vitais recebidos com os sintomas do doente. Estes programas permitem, a médio-prazo, melhorar o conhecimento do doente sobre a sua doença, ao facilitarem o reconhecimento dos sinais e sintomas das agudizações e sabendo, prontamente, como actuar.

O que são os programas de telemonitorização?

Os programas de telemonitorização integram centros de gestão clínica, compostos de profissionais de saúde (cardiopneumologistas, enfermeiros, farmacêuticos e fisioterapeutas), conseguem criar uma dinâmica distinta com os doentes, porque não só recebem a informação enviada pelo doente, como aplicam questionários específicos para avaliação da sintomatologia, correlacionando a mesma com os bio-sinais recebidos.

Que equipamentos são necessários para aceder a este serviço? O que é necessário para implementar um projeto de telemedicina? Estará acessível a qualquer utente, mesmo de franjas mais fragilizadas?

Para se implementar um serviço de telemonitorização é necessário ter à disposição sistemas específicos que incluem não só os dispositivos médicos - como por exemplo, um tensiómetro, um oxímetro ou um termómetro, mas também um dispositivo (sem fios) que recolhe os dados desses mesmos dispositivos médicos – que pode ser um telemóvel, por exemplo. Esses dados são posteriormente enviados de forma automatizada para o centro de gestão clínica, que por sua vez efetua a monitorização diária destes dados juntamente com a recolha à distância - via telefone, videochamada ou chat - dos sinais e sintomas do doente.

A Linde Saúde tem um serviço completo que inclui a disponibilização dos dispositivos médicos, do dispositivo de recolha dos dados e ainda um serviço de monitorização desses dados, pelo que qualquer pessoa poderá ter acesso a este serviço.

Qual o principal objetivo da telemedicina e quais os seus benefícios, não só para o doente mas também para o sistema de saúde?

Para o sistema de saúde, a tele-saúde, permite reconhecer padrões de agudização da doença crónica, habilitando o doente para uma melhor gestão da sua doença, recorrendo menos ao seu hospital (urgências, internamentos, entre outros), contribuindo para uma gestão eficiente dos recursos dos sistemas de saúde. Para o doente, é óbvio que recorrer menos ao hospital é benéfico de diversas formas.

Quem faz a análise dos dados enviados pelo doente, por exemplo? Que dados se podem enviar? E como se processa o seu encaminhamento (caso seja necessário)?

O centro de gestão clínica tem a responsabilidade de monitorizar os dados enviados diariamente pelos doentes e desta forma, evitar agudizações da doença, deslocações às urgências, internamentos desnecessários e ao mesmo tempo poupar tempo ao médico, sendo que estes profissionais se dedicam inteiramente à triagem e análise destes dados e encaminham-nos para o especialista apenas nas situações que efectivamente o justifiquem. O encaminhamento é feito pelo centro de gestão clínica para a equipa clínica do hospital.

Quais as áreas de atuação da telemonitorização que se encontram já implementadas e quais os seus resultados?

Sobretudo na área das doenças crónicas cardíacas e respiratórias, como a insuficiência cardíaca ou a doença pulmonar obstrutiva crónica. Nos locais onde foi implementado foi possível observar uma redução das idas à urgência e internamentos, em comparação com o ano anterior.

Qual a sua expetativa face à possibilidade de se implementar, de forma generalizada, a telemedicina no nosso país?

As condições, em termos de financiamento público estão criadas, resta aos hospitais criarem os seus programas e aderirem a este financiamento específico.

Quem mais vai beneficiar da telemedicina?

Quem mais vai beneficiar é o utilizador final, neste caso, o doente, mas também a sua família, porque para um doente crónico ir menos vezes à urgência ou ficar internado menos vezes, é sempre positivo, quer tem termos de qualidade de vida, quer em termos de prognóstico da doença.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A nível mundial
O Instituto Ricardo Jorge desenvolveu uma plataforma ‘online’ que vai permitir analisar o genoma completo do vírus da gripe,...

Em comunicado, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge adianta que se trata da “primeira plataforma ‘online’ a nível mundial e de livre acesso” que “vai revolucionar a vigilância da gripe”.

Segundo aquele organismo, qualquer laboratório do mundo pode ter acesso a esta plataforma bioinformática, denominada INSaFLu, que vai permitir "analisar o genoma completo do vírus da gripe, o que será decisivo para o aumento do conhecimento e inovação em áreas fundamentais para a prevenção e controlo desta doença".

Os investigadores do Instituto Ricardo Jorge responsáveis pelo desenvolvimento deste projeto consideram que a nova plataforma será decisiva, por exemplo, para “o melhor ‘design’ das vacinas antigripais”.

“A contribuição para a identificação dos mecanismos genéticos responsáveis pela resistência a fármacos antivirais, assim como para a melhor compreensão da capacidade de transmissão e virulência do vírus influenza são outras mais-valias desta ferramenta inovadora”, sublinha o instituto.

No comunicado, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da plataforma, Vítor Borges, refere que “a plataforma INSaFLU permite que, de uma forma simples, a vigilância da gripe possa ser realizada com base na análise da totalidade do genoma”.

Segundo o investigador, “um dos principais obstáculos à análise dos dados da sequenciação total do genoma prende-se com a necessidade de aplicar métodos complexos de bioinformática, os quais requerem um ‘expertise’ especializado não disponível na maior parte dos laboratórios a nível mundial”.

Para colmatar esta lacuna, frisa o Instituto Ricardo Jorge, foi desenvolvida “esta nova ferramenta que, apesar da complexidade inerente à sua construção e implementação, é acessível a qualquer microbiologista sem conhecimentos avançados em bioinformática”.

O Instituto Ricardo Jorge indica ainda que esta plataforma ‘online’ “é de fácil utilização para a integração da análise total do genoma do vírus ‘influenza’ na vigilância da gripe, obedecendo às recomendações das autoridades de saúde mundiais, no sentido de levar a cabo esta revolução tecnológica para o estudo da gripe”.

Associação do Sono
O presidente da Associação Portuguesa do Sono alertou para o "grande problema" que é a prescrição excessiva de...

As benzodiazepinas são fármacos "universalmente usados para induzir o sono" e úteis para o tratamento durante "duas ou três semanas", mas a sua utilização em insónias durante mais de dois meses acaba por afetar o sono e transformar aquilo que seria um sintoma "numa doença", disse o presidente da Associação Portuguesa do Sono (APS), Joaquim Moita.

A partir dos dois meses de utilização, "o sono passa a ser um sono fragmentado e com má qualidade", para além de serem fármacos "altamente aditivos" notou o também diretor do Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

No simpósio "O Essencial da Medicina do Sono para a Medicina Geral e Familiar", que vai decorrer em Coimbra, a 23 de março, a Associação Portuguesa do Sono vai alertar para esta problemática e debater alternativas às benzodiazepinas que, para além de criarem dependência, provocam perdas de memória e estão associadas à demência precoce, sublinhou o responsável.

"Há outras formas que não sejam a prescrição das benzodiazepinas para tratar uma insónia que pode começar por ser apenas um sintoma de uma depressão ou de ansiedade, mas que se não for abordada de forma correta passa de sintoma a doença", explanou.

No simpósio, haverá destaque a três patologias: síndrome de apneia de sono (que se estima afetar ou vir a afetar 49% dos homens), insónia crónica (cerca de 9% da população) e síndrome das pernas inquietas (10%).

"Estamos a falar de doenças muito prevalentes e é o médico de família que é a porta de entrada no Serviço Nacional de Saúde", sublinhou Joaquim Moita, considerando que, na área da apneia do sono, a associação pretende aprofundar as experiências que já decorrem em alguns hospitais do país na referenciação e seguimento dos doentes entre os médicos de família e as unidades hospitalares.

Segundo o especialista, no diagnóstico da apneia do sono - que tem tratamento -, se houver informação mais completa do doente quando é encaminhado do centro de saúde para o hospital, poderá permitir aos especialistas dar prioridade a casos considerados mais graves.

"Isso é extremamente importante. Se a lista de espera for muito grande, doentes correm risco de ter problemas cardiovasculares" caso não sejam tratados de forma célere, vincou Joaquim Moita, considerando que tem de haver protocolos formalizados na área da referenciação e uma posterior incorporação no sistema, por parte da tutela.

No simpósio, vão ser também abordadas todas estas patologias por parte de pediatras, acrescentou.

O evento é organizado pela APS e pela Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, tendo como destinatários principais os profissionais de medicina geral e familiar.

Centro Hospitalar do Oeste
Os hospitais das Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras vão ser equipados com um sistema de desinfeção do circuito de água...

O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) “iniciou um procedimento para aquisição, o mais rapidamente possível, de um sistema de desinfeção do circuito de água fria e águas quentes sanitárias para as três unidades hospitalares [Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras]”, divulgou o Conselho de Administração (CA).

A medida tem por base a deteção da existência da bactéria ‘legionella’ na Unidade Hospitalar de Torres Vedras, noticiada hoje pela Lusa, e que obrigou ao encerramento do Serviço de Ortopedia 2 e à recolocação dos 17 doentes que se ali se encontravam internados em outros serviços daquele hospital.

A instalação do novo sistema de desinfeção para as três unidades tem por “finalidade a obtenção de resultados negativos para ‘legionella’ em todos os pontos em que a mesma foi detetada”, bem como a prevenção de “possíveis situações futuras”, explicou o CHO, num comunicado.

A medida é, segundo o CHO, ”considerada a solução mais adequada pelas autoridades técnicas competentes em Saúde Pública”, já que a situação, detetada a 8 de janeiro, está desde então a ser acompanhada pela autoridade local de Saúde Pública, articulada com a autoridade Regional de Saúde Pública.

A autoridade local de Saúde Pública considera “do ponto de vista da Saúde Pública a situação de baixo risco”, revelou o CHO, que já hoje tinha assegurado não haver doentes nem profissionais daquele hospital infetados com a bactéria.

A deteção da bactéria ocorreu no âmbito das colheitas de amostras de água, que são realizadas com regularidade mensal.

Desde 8 de janeiro “estão a ser tomadas as medidas de prevenção e minimização deste baixo risco no Hospital”, entre as quais, refere o comunicado, “choques térmicos e temperaturas nos pontos de utilização de água, com periodicidade semanal”, de acordo com as recomendações da autoridade local de Saúde Pública.

A “desinfeção dos prelatores das torneiras e dos crivos dos chuveiros com produto adequado para o efeito e a monitorização da situação através da realização de colheitas periódicas” são outras das medidas em curso.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e de Peniche e detém uma área de influência constituída pelas populações daqueles três concelhos, Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã, e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro).

A população abrangida é de 292.546 pessoas, número que sobe para mais de 300 mil pessoas devido a eventos sazonais e aos doentes referenciados pelos centros de saúde.

Exames Sem Papel
A prescrição de exames complementares de diagnóstico vai estar disponível em formato eletrónico, como já acontece com as...

“Será possível sair do consultório do médico, em alguns pontos do país, com a prescrição em papel ou com o SMS que permitirá marcar os exames nos laboratórios e clínicas convencionados” que tenham aderido ao projeto Exames Sem Papel.

O projeto Exames Sem Papel, iniciativa do Ministério da Saúde a cargo da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), pretende desmaterializar os processos de requisição, efetivação e faturação de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), bem como assegurar que toda a informação relativa aos mesmos acompanha o utente em suporte digital.

Desde o ano passado que tem sido feita, de forma gradual, a disponibilização e partilha de resultados dos exames, que são enviados para o Portal do Profissional e para a Área do Cidadão do Portal Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O passo seguinte será avançar com a total desmaterialização do circuito de prescrição, prestação e pagamento de um MCDT, passando a estar disponível em formato digital.

A região Norte do país foi pioneira neste processo, que se iniciou na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM), no Centro Hospitalar do Porto e no Hospital de Santa Maria Maior, de Barcelos.

Nestas três instituições já foi disponibilizada a partilha de resultados de “mais de 100 mil” exames realizados, referiu Henrique Martins, salientando que o objetivo é “até final do ano começar a receber os resultados de toda a área convencionada”.

Ou seja, explicou o responsável, “os resultados passam a estar disponíveis a nível nacional, o que é muito importante, no caso, por exemplo, de o cidadão mudar de residência ou no caso de ter uma emergência e necessitar de recorrer ao SNS em qualquer zona do país”.

Nesta fase a adesão das unidades privadas é voluntária, mas passará a ser obrigatória após a publicação do despacho “que está a ser trabalhado com a tutela, para regular as datas de obrigatoriedade e também as datas da faturação eletrónica”.

As grandes mais-valias deste projeto são a poupança de tempo e recursos para o cidadão e para o SNS e a rapidez de diagnóstico.

“Se o médico conhece bem o doente e preferir que ele faça o exame antes da próxima consulta, pode na sequência de uma conversa telefónica, por exemplo, enviar-lhe a prescrição por ‘email’ ou SMS, como acontece com as receitas”, sublinhou.

Ou seja, acrescentou, “em vez de estarem todos à espera uns dos outros, envia-lhe a requisição para o telemóvel e ele faz o exame e já vai à consulta com o exame realizado, o que, obviamente, reduz o tempo para o diagnóstico”.

O presidente da SPMS salientou ainda a importância que o projeto poderá ter na redução da procura dos serviços de urgência.

“Uma das razões porque há muita gente a ir às urgências é exatamente porque há a ideia de que nas urgências não só há a consulta, como há também a capacidade de fazer RX, eletrocardiograma e outros exames muitos frequentes e necessários, que em cuidados primários demoram muito tempo”, disse.

Henrique Martins apelou ainda ao registo na área do cidadão do Portal do SNS porque os resultados dos exames são partilhados na área privada dos cidadãos.

“Se estiverem registados passam a receber, sempre que fazem um exame numa unidade convencionado que já tenha aderido ao projeto, um ‘email’ a avisar que o resultado está disponível ‘online’”, sustentou.

Centro Hospitalar do Oeste
O Serviço de Ortopedia 2 do Hospital de Torres Vedras foi encerrado após ter sido detetada ‘legionella’ numa casa de banho, mas...

“Encontrou-se ‘legionella’ em torneiras de uma casa de banho do Serviço de Ortopedia 2 e o serviço foi encerrado”, disse António Curado, diretor clínico do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que integra o Hospital de Torres Vedras.

A existência da bactéria foi conhecida no dia 08, altura em que “o resultado das análises à água foi positivo”, explicou o responsável, adiantando que “foi logo fechada a casa de banho e feita a desinfeção com choque térmico e com produto próprio, primeiro daquele serviço e depois de todo o hospital”.

Apesar de o resultado positivo ter sido conhecido no dia 08, “é referente a datas anteriores”.

A presença da bactéria levou à deslocação dos 17 doentes da Ortopedia 2 para o Serviço 1 de Ortopedia e outros serviços do hospital.

“Foi feita uma pesquisa às análises clínicas dos últimos seis meses para confirmar que não houve qualquer doente ou trabalhador infetado”, explicou.

A situação está “desde o primeiro momento a ser acompanhada pelo delegado regional de saúde e por técnicos de saúde pública”, afirmou ainda António Curado, admitindo que, após a desinfeção efetuada, “neste momento possa até já não haver ‘legionella’”, embora isso só possa ser confirmado pelo resultado de novas análises, cujo resultado “deverá demorar cerca de duas a três semanas”.

O CHO está a proceder “à substituição das tubagens e das torneiras e estão a ser tomadas todas as medidas”, mantendo-se a funcionar normalmente as consultas e cirurgias de ortopedia na unidade.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) confirmou que a bactéria foi detetada “no decurso de análises de vigilância, habitualmente feitas nas unidades de saúde”.

Mário Durval, coordenador do Departamento de Saúde Pública da ARSLVT, garantiu ainda que “prontamente foram aplicadas as medidas necessárias para combater o foco e proteger a saúde dos utentes, o que foi totalmente conseguido”, confirmando não ter sido registado qualquer caso de infeção.

Segundo o mesmo responsável, em complemento às medidas de desinfeção e realização de choque térmico foi também determinada a instalação de equipamento de adição de cloro à rede de água do hospital.

O Hospital de Torres Vedras integra, em conjunto com os hospitais das Caldas da Rainha e de Peniche, o Centro Hospitalar do Oeste, que abrange os concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro).

A população abrangida é de 292.546 pessoas, número que sobe para mais de 300 mil pessoas devido a eventos sazonais e aos doentes referenciados pelos centros de saúde.

Evento solidário
Um espetáculo sem programa anunciado e às escuras, mas com um objetivo predefinido: ajudar a Operação Nariz Vermelho. Este é o...

Pelo segundo ano consecutivo, todos entram às escuras no Cinema São Jorge, com um bilhete na mão, não sabendo o alinhamento, nem quem serão os convidados. A iniciativa tem lugar sábado, 3 de fevereiro, entre as 17h00 e as 19h00. Os bilhetes custam 10 euros e o valor total da bilheteira será entregue à Operação Nariz Vermelho (ONV).

O Cinema São Jorge volta a ser palco deste espetáculo solidário, onde simplesmente tudo anda volta do fator surpresa. Na primeira edição do “Quarto Escuro”, realizada o ano passado, foram várias as atuações, desde humoristas, músicos até entertainers, destacando-se nomes como Bruno Nogueira, Nuno Markl, Manuel João Vieira, Márcia, Samuel Úria, Filipe Melo, Catarina Molder, Ricardo Ribeiro, entre outros. Este ano volta a gerar-se a expetativa, com o público a desconhecer por completo o cartaz, o alinhamento e quais serão os espetáculos. A única coisa que sabem é que estarão a ajudar a Operação Nariz Vermelho.

Com 15 anos de missão em Portugal, a ONV marca atualmente presença semanal em 15 hospitais nacionais, através de 26 Doutores Palhaços, que através de um trabalho sério e profissional, espalham alegria junto das crianças hospitalizadas.

Para Magda Morbey Ferro, diretora de comunicação da ONV, “É para a Operação Nariz Vermelho uma honra e um privilégio ter sido selecionada pela organização deste evento, que para além de ser um formato bastante original, é porventura o único em Portugal em que pagamos bilhete sem saber o que vamos ver. Isto deve-se inteiramente aos promotores, que conseguiram esse capital de confiança junto dos portugueses e nós estamos bastante alinhados com esta ideia de que o reconhecimento pelo nosso trabalho gera confiança naqueles para quem nos dirigimos.”, sublinha a responsável.

Para Fernando Alvim, um dos apresentadores e promotores do “Quarto Escuro”, “A Operação Nariz Vermelho cativou-me desde o início por uma coisa: fez-me rir. E depois disto, estudei-os e percebi que o trabalho deles é assombroso. Fazer rir e ainda por cima neste contexto, é notável. Por isso mesmo, toda a nossa receita irá para eles.”, acrescenta.

Publicado em Diário da República
O Estado passa a assumir na íntegra os custos dos produtos para os portadores da ictiose, doença de pele incurável, segundo uma...

O anúncio surge um dia depois de a presidente da Associação Portuguesa dos Portadores de Ictiose (ASPORI), Vera Beleza, acusar o Ministério da Saúde (MS) de ter "falhado na promessa" de comparticipação aos doentes "acordada em 2017 e que previa um apoio de 95% na aquisição de cremes hidratantes".

Em comunicado enviado, o MS esclareceu que o processo desencadeado em reunião de fevereiro de 2017 "culminou no início de janeiro de 2018, tendo sido estabelecida a disponibilização dos produtos nos serviços farmacêuticos dos hospitais do SNS, através de prescrição por médico especialista em dermatologia, sem custos para os doentes, consubstanciada em portaria específica".

Da reunião ocorrida no ministério resultou o "compromisso de o INFARMED propor à tutela o financiamento dos produtos utilizados por estes doentes, que não constituam medicamentos", por estes já serem financiados pelo Serviço Nacional de Saúde, "dispondo desde 2014 de uma majoração da comparticipação para 90%".

Foi nessa altura iniciada pelo INFARMED a "recolha de informação das necessidades dos doentes, que foi depois validada por peritos clínicos dermatologistas (um do INFARMED e outro indicado pela ASPORI). Dessa análise resultou um conjunto de formulações de aplicação tópica a financiar", acrescenta a nota do ministério.

"A disponibilização efetiva aos doentes foi depois analisada em várias vertentes e com parceiros do Ministério da Saúde, tendo sido solicitado o contributo da ASPORI em alguns momentos, nomeadamente no que concerne à via mais efetiva de acesso dos doentes", num processo, conclui o comunicado que "culminou no início de janeiro de 2018".

Estima-se que existam cerca de 350 cidadãos portadores de ictiose em Portugal sendo que, segundo Vera Beleza, estes gastam mensalmente 500 euros em tratamentos para a pele.

Cancro do Colo do Útero
O Papilomavírus Humano não distingue género nem idade.

O Papilomavírus Humano é o principal agente responsável por infeções genitais em homens e mulheres e o segundo carcinogéneo mais importante, logo a seguir ao tabaco.

Trata-se de uma infeção bastante comum – estimando-se que cerca de 70% dos indíviduos com menos de 50 anos já tenham sido infetados -,  que se transmite por simples contato sexual, não sendo necessários comportamentos de risco.

“O Papilomavírus Humano (HPV) tem uma grande variedade de tipos, dos quais cerca de 30 infetam os genitais. A infeção desaparece espontaneamente em 95% dos casos, mas em 5% persiste e pode provovar lesões nos genitais, ânus e orofaringe, das quais as mais frequentes são as do colo do útero”, começa por explicar o ginecologista acrescentando que, no entanto, ainda não é possível prever quem vai desenvolver a lesão. Há, isso sim, alguns fatores de risco como o tabagismo, outras inflamações/infeções, uso prolongado da pílula ou  imunodepressão.

“Importa reforçar que nem todos os tipos de HPV que infetam os genitais têm o mesmo potencial de provocar lesões”, afirma adiantando que alguns provocam lesões benignas – como é o caso das verrugas genitais ou condilomas acuminados – que não evoluem para cancro mas que se espalham facilmente pelas zonas de contacto sexual “conferindo um aspeto desagradável e, por vezes, dor local”.

Pelo contrário, os HPV de alto risco são capazes de provocar alterações celulares dando origem a lesões pré-cancerígenas. “Estas lesões são mais comuns no colo do útero, mas podem acontecer na vulva, vagina e ânus”, acrescenta.

Tratando-se de uma infeção maioritariamente assintomática – apenas os condilomas e verrugas são fáceis de detetar – o seu diagnóstico nem sempre é feito a tempo. “Não se espere por sintomas, pois só aparecem quando as lesões cancerosas estão avançadas e, nessa altura, as queixas dependem dos locais das lesões”, adverte.

Tradicionalmente, o diagnóstico era feito nas mulheres com recurso a citologia do colo do útero que permitia identificar ou não a existência de alterações celulares provocadas pelo vírus. “Hoje, faz-se pela pesquisa de material do vírus nas células e secreções do tracto genital feminino e canal anal. O teste não está aferido para outras localizações. Nos ógãos genitais masculinos e orofaringe podemos chegar ao diagnóstico com uma observação rigorosa”, esclarece o especialista.

Vacina contra HPV deve ser universal

A infeção pelo Papilomavírus Humano não tem tratamento e apenas a prevenção pode fazer a diferença na luta contra o vírus e suas complicações.

“Todas as pessoas são susceptíveis à infeção desde o início da sua atividade sexual, por mais cuidados que tenham. O preservativo pode conferir alguma proteção, mas como não recobre toda a área genital, mesmo quem o usa sistematicamente pode transmitir ou ser infetado pelo HPV”, explica Daniel Pereira da Silva.


"A infeção pelo HPV não tem tratamento, não temos nenhum meio eficaz e seguro para o fazer. É muito importante prevenir as lesões e sobretudo o cancro", afirma o presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Ginecologia e Obstetrícia, Daniel Pereira da Silva 

A vacinação surge, deste modo, como a única forma segura que dispomos de nos proteger contra alguns tipos de HPV. “Temos de prevenir a infeção com o uso de vacinas, que deve ser universal”, afirma o especialista acrescentando que, apesar deste método ser extremamente eficaz e abrangente, “não protege contra cem por cento das situações e há muita gente que não foi vacinada”.

Atualmente, existe uma vacina bivalente que cobre apenas os tipos de HPV 16 e 18, uma vacina quadrivalente que protege contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18 e vacina nonavalente que protege contra 9 tipos de HPV (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58).

É neste contexto que se reforça a necessidade de realização do rastreio ao cancro do colo do útero e o teste ao HPV a todas as mulheres após os 25 anos de idade.

“Como referido anteriormente, é importante que o rastreio se faça, porque a maior parte da população não está vacinada e a vacinação não é um seguro contra todos os riscos”, reforça.

“Todas as mulheres devem fazer o rastreio, de preferência com o teste ao HPV realizado de cinco em cinco anos. Recomenda-se também a todas as pessoas que praticam sexo anal”, aconselha o especialista.

No âmbito da Semana Europeia do Cancro do Colo do Útero, que se assinala entre os dias 22 e 28 de Janeiro, Daniel Pereira da Silva é peremtório na sua mensagem: “controlar a infeção pelo HPV é fácil – vacine-se e faça o rastreio”.

Na Europa surgem todos os anos 60 mil casos de cancro de colo do útero. Metade são fatais.  “Em Portugal, estamos a trabalhar para acabar com este flagelo - 90 por cento das mulheres, em Portugal, com 25 anos de idade ou menos, estão vacinadas contra o HPV, o que é fantástico”, afirma.

No entanto, admite que é preciso fazer mais.  “Temos de acelerar o processo, para isso todas as mulheres, pelo menos até aos 45 anos, devem vacinar-se e todas as que têm entre 25 e 65 anos devem fazer o rastreio pelo menos de cinco em cinco anos”, conclui.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
A atividade gripal em Portugal está "com tendência para a estabilidade", com todos os valores a indicarem que o pico ...

Em conferência de imprensa para fazer o balanço da epidemia da gripe deste inverno a responsável disse que na terceira semana de janeiro "a atividade gripal continua em epidemia ligeira", com os casos de gripe a diminuírem no norte e no Algarve, a estabilizarem na região de Lisboa e a terem uma "ligeira tendência crescente" na região centro.

Sem grandes alterações em relação à semana passada, disse Graça Freitas que se mantém a predominância do vírus B, o menos agressivo, e que a procura de cuidados médicos foi inferior ou manteve-se ao nível da semana passada.

A epidemia de gripe provocou até agora oito mortos, de pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos. Sete mortes foram provocadas pelo vírus B e uma pelo vírus A.

No boletim de vigilância epidemiológica da gripe, do Instituto Ricardo Jorge, também se diz que a atividade é de baixa intensidade e com tendência estável, com uma taxa de incidência de 58,4 por 100 mil habitantes. E que na terceira semana do ano os vírus de tipo B foram detetados em 79% dos casos de gripe.

"Foram reportados 13 casos de gripe pelas 26 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) que enviaram informação. Foi identificado o vírus influenza A em 3 (23%) doentes e o B em 10 (77%). A proporção de casos de gripe admitidos em UCI nesta semana (4,4%) é semelhante à da semana anterior (4,2%)", lê-se no boletim.

"Se não houver nenhuma alteração drástica a tendência (de casos de gripe) será para diminuição", disse Graça Freitas, acrescentando que as previsões são de descida de casos nas próximas semanas, porque "tudo indica que o pico já foi atingido".

No último mês, última semana de dezembro e primeiras três de janeiro, morreram em Portugal 10.702 pessoas (por todas as causas). Neste período houve uma sobremortalidade, em relação à linha de base (mortalidade esperada) de cerca de 1.300 óbitos por todas as causas, segundo a Direção-Geral da Saúde. Estes 1.300 óbitos fazem parte do total de óbitos ocorridos nas quatro semanas (os 10.702).

Associação Portuguesa de Hospitalização Privada
Os hospitais privados estão a estudar uma forma de os beneficiários da ADSE continuarem a ter acesso aos serviços, nas mesmas...

A ideia foi avançada pelo presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Óscar Gaspar, a propósito da nova tabela com os valores que a ADSE quer pagar aos prestadores privados e que deverá entrar em vigor a 01 de março.

Segundo Óscar Gaspar, “pode haver soluções que permitam, ainda que não no regime convencionado, que os mesmos beneficiários tenham acesso à rede”.

“Estamos a procurar soluções que permitem que os beneficiários da ADSE continuem a poder ter acesso, nas mesmas condições, aos nossos hospitais”, sublinhou.

Segundo Óscar Gaspar, muitos dos hospitais privados e associados da APHP ainda estão a analisar os valores propostos pela ADSE, uma vez que a nova tabela só foi apresentada à associação na passada quinta-feira.

São milhares de atos, distribuídos por 250 páginas, pelos quais o subsistema de saúde dos funcionários públicos paga uma parte aos hospitais privados, cabendo aos beneficiários o pagamento do resto.

“Ficámos muito surpreendidos ao sermos confrontados com uma tabela já supostamente fechada e com as contas feitas e em relação às quais não tivemos oportunidade de opinar”, disse Óscar Gaspar.

O dirigente da APHP adiantou que o presidente da ADSE lhe terá dito que o que estava em causa é um corte de 42 milhões de euros no total do regime convencionado.

Para esta diminuição contribuirá, segundo a nova tabela, uma descida dos valores que a ADSE paga aos prestadores, como também o que os beneficiários pagam.

“Um corte de 42 milhões basicamente significa um corte de 10% e um corte de 10% não é comportável porque os operadores privados não trabalham com margens de 10%. Estar a tirar 10% onde não existe obrigaria a trabalhar em negativo e isso colocaria em causa a qualidade da prestação de cuidados de saúde”, disse.

“Não estamos disponíveis para reduzir a qualidade e pensamos que os beneficiários da ADSE também não querem que seja este o caminho”, afirma.

Óscar Gaspar defende um debate mais alargado: “Tem que se repensar os termos da sustentabilidade da ADSE. Essa é a boa discussão, para a qual nós também queremos participar. A forma simplista de o fazer, com cortes administrativos, penso que nada resolve e pode ser perigosa”.

Os prestadores privados da ADSE estão agora a analisar a proposta e a elaborar uma estimativa de impacto da redução que, segundo o presidente da APHP, não deverá ser igual para todos.

Contudo, Óscar Gaspar garante que nenhum dos muitos associados que têm tentado esclarecer dúvidas sobre esta questão estão disponíveis para aceitar uma tabela com semelhantes valores.

“Aquilo que me é transmitido pela generalidade dos meus associados é que é incomportável um corte de 10%”, referiu.

Apesar de não existir um calendário da discussão sobre a nova tabela, Óscar Gaspar revelou que a ADSE sensibilizou os prestadores para a necessidade de uma reação até ao final da semana.

Segundo as regras da ADSE, para a nova tabela entrar em vigor a 01 de março tem de ser comunicada com 30 dias de antecedência, ou seja, sexta-feira.

A associação apela para que “o processo seja totalmente repensado” e haja “uma renúncia a esta proposta” para iniciar negociações para um entendimento sobre aquilo que se justifica fazer na ADSE.

“Em concreto, propomos a retirada desta proposta. Não é aceitável, nem sequer como base negocial. A tabela atual é desajustada, desequilibrada e não pode ser vista assim, alínea a alínea”, prosseguiu.

No caso da ADSE insistir nesta tabela, a intenção dos hospitais privados não é de recusar o atendimento dos beneficiários deste subsistema: “Os hospitais estão abertos e continuarão a receber as pessoas que em nós confiam e crescentemente em nós têm convencionado, mas por ventura não através do regime convencionado da ADSE”, declarou.

“Os beneficiários da ADSE já de queixam que em determinado tipo de áreas têm dificuldades. Há especialidades médicas em que poucos médicos aceitam trabalhar para a ADSE”, referiu.

Óscar Gaspar manifesta a “firme intenção” dos privados em continuarem “a servir e a servir bem os beneficiários da ADSE, mas não a receber o montante que a ADSE quer pagar pelos atos”.

Em análise estão “várias opções”, sobre as quais poderão existir “novidades nas próximas semanas”, anunciou.

A ADSE, que tem 1,2 milhões de beneficiários, representa 20% da faturação dos hospitais privados.

Estudo
Um vírus da gripe foi modificado por cientistas no Reino Unido para inibir o desenvolvimento do cancro do pâncreas, de acordo...

A nova técnica tem potencial para ser usada no tratamento de doentes com esta forma agressiva de cancro, considera a equipa liderada por Gunnel Halldén acerca da investigação relatada no boletim Molecular Cancer Therapeutics.

"Mostrámos pela primeira vez que os cancros pancreáticos podem ser combatidos especificamente com uma forma modificada do vírus da gripe comum", afirmou a primeira autora do estudo, Stella Man.

Os investigadores modificaram o vírus para este infetar e matar células cancerosas sem causar danos colaterais no tecido saudável, e conseguiram criar um método para o libertar na corrente sanguínea e atacar células de tumores em outras partes do corpo.

"Se conseguirmos confirmar estes resultados em testes clínicos com humanos, este poderá ser um novo tratamento promissor para os doentes de cancro do pâncreas, combinado com a quimioterapia existente para destruir células cancerosas persistentes", afirmou Man.

O cancro do pâncreas desenvolve-se rapidamente, costuma ser diagnosticado demasiado tarde e é resistente às terapias atuais, pelo que a sua taxa de mortalidade é alta.

O vírus da gripe é modificado para conter na sua camada exterior uma proteína suplementar que reconhece e se liga a moléculas específicas presentes no cancro do pâncreas.

Quando entra na célula cancerosa, o vírus replica-se tantas vezes que acaba por rebentar a célula, destruindo-a. Essas réplicas do vírus espalham-se na área circundante e repetem o processo em outras células doentes.

Este processo foi testado em células humanas de cancro pancreático enxertadas em ratos, conseguindo inibir o espalhar da doença.

Gunnel Halldén indicou que a equipa está "à procura de novo financiamento para progredir para testes clínicos num prazo de dois anos".

"Assim que conseguirmos esse financiamento, demorará cerca de cinco anos a determinar se o tratamento é seguro e eficaz", acrescentou.

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