SNS
O movimento que cumpre há três meses as “sextas-feiras negras” no Serviço Nacional de Saúde alastrou-se a mais de 30 unidades,...

Filipe Froes, um dos médicos fundadores, explica que o movimento “espontâneo de cidadania” rejeita “ser cúmplice da destruição do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, tendo nascido de um grupo de médicos e alastrando rapidamente a todo o tipo de profissionais de saúde.

O movimento partiu da necessidade de mostrar “o lado B do SNS”, que “não passa no discurso oficial” e que muitas vezes fica sem visibilidade pública.

Às sextas-feiras, os profissionais vestem-se de negro e colocam crachás com a inscrição “SNS in Black”, uma forma de manifestar o seu descontentamento “sem prejudicar os utentes”.

“É visível, transmitimos uma mensagem e não prejudicamos ninguém”, refere a médica Ana Paiva Nunes, outra das três fundadoras da iniciativa, que conta que já participam no movimento profissionais de mais de 30 unidades do SNS, de quase todo o país, incluindo as regiões autónomas.

O movimento, que tem também uma expressão nas redes sociais, começou em meados de fevereiro com o objetivo ser mensal.

“Foi a crescente adesão dos profissionais, que espelha o seu descontentamento, que fez com que passasse a ter periodicidade semanal”, explica a médica Ana Paiva Nunes.

Filipe Froes refere que “o movimento ganhou vida própria”, com cada vez mais profissionais a usarem as t-shirts e os crachás do “SNS in Black” e até com utentes a pedirem também os símbolos do movimento.

Ana Paiva Nunes, Filipe Fores e António Diniz, o outro fundador da iniciativa, indicaram à agência Lusa que sentem “solidariedade da parte dos utentes” e também, de alguma forma, a vontade de se associarem.

“Os utentes veem eles próprios as dificuldades às quais nos referimos. Veem cadeiras e camas partidas, impressoras que não funcionam, cabos de monitores colados com fita cola, etc”, refere Ana Paiva Nunes, lamentando as condições em que os profissionais trabalham e em que os utentes são atendidos.

Aliás, os três fundadores do movimento consideram que esta iniciativa não serve para beneficiar um grupo profissional específico, mas para beneficiar precisamente os utentes e todo o SNS.

O pneumologista Filipe Froes frisa que “um SNS mais forte tem de ser mais do que a soma das partes de cada grupo profissional”, lembrando que “todos devem ter e merecer a mesma dignidade”.

Por isso, os três fundadores ponderam promover uma concentração que envolva as várias classes profissionais e trabalhadores do SNS, para exibir problemas “que são comuns a todos” e reivindicar mudanças.

Apesar da “crescente adesão” às “sextas-feiras negras” no SNS, os médicos fundadores do movimento referem que “há várias histórias de intimidação ou de tentativas de intimidação” dentro de instituições do SNS.

Segundo os médicos, há profissionais a quem foi aconselhado a não usarem a t-shirt preta do movimento nem o crachá com a inscrição “SNS in Black” e casos de chefias que questionaram diretamente os trabalhadores.

“Temos relatos de intimidação e de ameaça”, sintetiza Filipe Froes, indicando que há trabalhadores “com medo de usar o crachá e a t-shirt”.

O médico António Diniz lembra, contudo, que o movimento vai persistir, frisando que não se trata de “meia dúzia de malucos que decidem chatear o Governo”, mas antes de um conjunto vasto de profissionais “com razões objetivas de queixa nos locais onde trabalham”.

DGS
A diretora-geral da Saúde explicou hoje que a campanha antitabágica, que a deputada socialista Isabel Moreira classificou de ...

A campanha, intitulada “Uma princesa não fuma”, mostra o relacionamento entre uma mãe fumadora e uma filha e começou quarta-feira, no mesmo dia em que a deputada socialista Isabel Moreira defendeu que o Ministério da Saúde deve retirar o vídeo.

“Espero que o Ministério da Saúde retire a campanha, que é uma campanha misógina e culpabilizante das mulheres”, declarou à agência Lusa.

Confrontada com estas críticas, a diretora-geral da Saúde explicou que esta campanha do Ministério da Saúde, que Graça Freitas acompanhou desde o início, é dirigida a um público alvo: as mulheres jovens.

Isto porque “é nesta parte da população que o consumo de tabaco está a aumentar, em vez de diminuir”, explicou.

Segundo Graça Freitas, a campanha tem um enquadramento epidemiológico que são as mulheres adolescentes, porque são as que estão a fumar mais.

Relativamente ao slogan “opte por amar mais”, a diretora-geral da Saúde esclareceu que se refere ao bem-estar, ao amor à vida e não a terceiros.

“Queremos, desejamos que o consumo do tabaco se reduza”, adiantou, optando por esperar pela forma como a campanha vai evoluir.

Segundo Graça Freitas, se se verificar que é útil alguma alteração, esta será feita.

Segundo o Ministério da Saúde, o consumo de tabaco é responsável por 10,6% das mortes em Portugal, o que significa que o tabaco mata um português a cada 50 minutos e que as mulheres estão a adoecer e a morrer mais por doenças associadas ao tabaco.

“O relatório das doenças oncológicas, publicado em 2017, destacou o aumento de 15% da mortalidade no sexo feminino, entre 2014 e 2015, por tumores malignos de traqueia, brônquios e pulmão.

 

Consumo elevado
A redução do consumo de sal na alimentação retirando o saleiro da mesa é o mote da nova campanha de saúde pública lançada pela...

De acordo com dados divulgados pela ARS/Algarve, aproximadamente 36% dos algarvios adicionam sal no prato, um gesto que aumenta o já elevado consumo de sal na alimentação, sobretudo entre os homens.

O elevado consumo adicional de sal verificado no Algarve levou o Núcleo Regional do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS, a lançar a campanha "Sabor sem saleiro à mesa".

Em comunicado, a ARS cita dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), que indica que 7,7% dos portugueses inquiridos referiram adicionar sal no prato da sua comida pela utilização do saleiro.

O estudo revela que o padrão de consumo adicional de sal é diferente entre sexos, grupos etários, situação laboral e nas diversas regiões do país, sendo prevalente entre homens, no grupo etário dos 25 aos 34 anos, em pessoas empregadas e na região do Algarve.

"Mesmo com o diagnóstico de hipertensão arterial, 13,7% dos inquiridos adicionam sal na comida. Entre as várias regiões, o costume demonstra grandes assimetrias, variando entre 9,2% no Norte e 35,8% no Algarve", concluem.

A campanha de saúde pública, dinamizada pelos nutricionistas da ARS/Algarve, visa "informar a população sobre a importância de diminuir o uso do saleiro na mesa, incentivar as pessoas a reduzir o consumo de sal, utilizando mais alimentos aromáticos".

Tem ainda como objetivo promover a aquisição de hábitos alimentares mais saudáveis, minorando o risco de doença cardiovascular e melhorando o estado de saúde.

Dia Mundial Sem Tabaco assinala-se a 31 de maio
É verdade que não existe uma fórmula que descreva a solução de como se pode prevenir ou curar a demê

Isto passa nomeadamente pela aquisição de um estilo de vida diferente, que confira a adoção de hábitos mais saudáveis e conscientes.

Vários estudos têm salientado o facto de as pessoas fumadoras apresentarem um maior risco de vir a sofrer da doença de Alzheimer. Quanto mais elevado for o consumo, e consequentemente a dependência da nicotina, maior é a probabilidade de desenvolver esta doença.

Contudo, apesar de o tabaco aumentar de forma considerável o risco de desenvolvimento de demências, seja a doença de Alzheimer ou não, existem outros maus hábitos que contribuem igualmente para a deterioração das funções cognitivas. São estes o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, a falta de descanso, os elevados níveis de stress, e muitos mais.

É desta forma importante frisar que existe um conjunto de medidas recomendadas que visam a manutenção da saúde cerebral e, consequentemente, a redução de risco de doença de Alzheimer ou outros tipos de demência. Alguns estudos sugerem que a prática de exercício físico regular, a aposta numa alimentação mais saudável, rica em vegetais, frutas, leguminosas, azeite e peixe, e a realização de atividades que estimulem a parte cognitiva do cérebro, como passear pelo jardim, fazer palavras cruzadas, sopa de letras ou sudoku, ou participar em atividades comunitárias que impliquem o contacto com outras pessoas, são benéficas para o estabelecimento do equilíbrio mental.

Importa referir que cada pessoa deve assumir uma postura preventiva e de cuidados com a saúde mental o mais cedo possível, dado que, segundo os cientistas, as mudanças que ocorrem no nosso cérebro e que podem resultar em demência começam a formar-se décadas antes dos primeiros sintomas serem detetados.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Apesar dos esforços e das medidas de prevenção e controlo que vêm sendo adotadas desde a década de 8

O tabagismo causa um grande prejuízo à saúde pública, já que é responsável pela diminuição da qualidade e duração de vida. Fumar diminui a imunidade, aumentando o risco de infeções respiratórias e de morte por tuberculose. Fu­mar diminui a fertilidade. Fumar durante a gravidez é lesivo para o desenvolvimento fetal e agrava o risco de complica­ções perinatais. Fumar provoca envelhecimento prematuro. Tem ainda a agravante de ser um factor de risco não apenas para o fumador, mas para todos aqueles que se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo.

O relatório «Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo 2017», apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), revela que morreu uma pessoa a cada 50 minutos, em Portugal, no ano passado, por doenças atribuíveis ao tabaco. O mesmo relatório, com base em estimativas elaboradas pelo Institute of Health Metrics and Evaluation, revelaram que em 2016, morreram em Portugal mais de 11.800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco.

A prevalência de consumidores diários ou quase diários de tabaco, entre 2012 e 2016/17, registou uma ligeira redução, passando de 95,2 % para 94,0%.

Sabemos atualmente que o tabaco é uma das principais causas evitáveis de morte prematura por cancro, por doenças respiratórias e por doenças cérebro-vasculares, sendo que uma em cada 4 mortes no grupo dos 50-59 anos é atribuível ao tabaco. Nas mulheres o grupo etário com maior mortalidade foi o dos 45 aos 49 anos (14,5 % do total de óbitos).

No mesmo ano, de acordo com o relatório da DGS, o tabaco foi responsável por 46,4 % das mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica, 19,5 % das mortes por cancro, 12 % das mortes por infeções respiratórias do trato inferior, 5,7 % das mortes por doenças cérebro-cardiovasculares e 2,4 % das mortes por diabetes.

 Há cada vez menos homens e cada vez mais mulhe­res a fumar, contudo em geral há cada vez mais pessoas que deixam de fumar. Aumentou o número de consultas de apoio à ces­sação tabágica realizadas no SNS, assim como o nú­mero de locais de consulta;

Em 2016, assistiu-se a «um aumento da acessibilidade às consultas de cessação tabágica», tendo-se registado cerca de 31.800 consultas de apoio intensivo à cessação tabágica a nível dos agrupamentos de centros de saúde e unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (um aumento de 3,5% face a 2015), número com tendência a aumentar.

Em Janeiro de 2017, pela primeira vez, foi implementada a comparticipação dos medicamentos antitabágicos sujeitos a receita médica, pelo que num estudo do Eurobarómetro, refere que, cerca de um terço das pessoas fumadoras disse ter tentado parar de fumar em algum momento (35,7 %), 6,3 % nos últimos 12 meses e 30,1 % há mais de um ano. Só em 2016 foram registadas a dispensa de 56.330 embalagens antitabágicos nas farmácias portuguesas. O consumo de um desses fármacos (vareniclina) aumentou cerca de 68,2% no primeiro trimestre de 2017 (mais 6.196 embalagens).

Foram estabelecidas medidas pela DGS de apoio a Sociedade Civil e a comunicação anti-tabágica como:

- Implementar campanhas de sensibilização no âmbi­to da prevenção à exposição ao fumo do tabaco e da cessação tabágica, com especial enfoque nas mulhe­res;

- Promover a realização de sessões de divulgação dos principais resultados dos estudos;

- Elaborar e divulgar materiais pedagógicos de informa­ção e sensibilização ao cidadão;

- Celebrar o Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio) e o Dia Nacional do Não Fumador (17 novembro);

- Elaborar respostas a pedidos de informação por parte de entidades e cidadãos sobre prevenção e controlo do tabagismo.

Em suma, o Tabaco apenas nos tira saúde e dinheiro. Assim com todas as medidas estabelecidas e os apoios disponibilizados não existe razão para mantermos este vício que em nada acrescenta a nossa vida pessoal ou em Sociedade.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Versão final
A Comissão de Saúde aprovou hoje o texto final do projeto-lei sobre utilização da canábis para fins medicinais, que reforça o...

“Pela forma como decorreram as votações não há razão nenhuma para que o projeto na sua versão final não venha a ser aprovado”, afirmou aos jornalistas o coordenador do grupo de trabalho sobre a canábis, Moisés Ferreira, no final de uma reunião da comissão parlamentar de Saúde, onde o texto final passou com os votos a favor do PS, BE e PSD e a abstenção do PCP e CDS-PP e será debatido em plenário.

Segundo Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda, o texto aprovado diz que cabe apenas ao médico prescrever medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis, em que são consideradas preparações que vão desde os óleos até à flor desidratada.

“A ser aprovada esta versão final, quer dizer que os clínicos vão poder prescrever canábis nas suas várias formas e preparações para fins medicinais mediante receita”, sublinhou.

As alterações introduzidas reforçam o papel do Infarmed, autoridade do medicamento, na “regulação, introdução de medicamentos e outros produtos” e introduzem a possibilidade de o Laboratório Militar poder contribuir para a produção destes medicamentos, preparações e substâncias, disse Moisés Ferreira.

Há uma introdução que foi feita pelo PSD que diz que a prescrição de medicamentos ou preparações à base de canábis só pode acontecer se outros medicamentos convencionais tiverem efeitos adversos ou não tiverem os efeitos que era suposto ter, uma proposta que o BE votou contra, mas que foi aprovada pelo PSD, PCP E CDS.

“Votámos contra porque consideramos que não cabe à lei limitar a decisão clínica”, explicou o deputado bloquista.

“Acreditamos que ainda assim, com esta disposição da qual discordamos, uma versão final que diga claramente que a canábis pode ser utilizada para fins medicinais é uma boa versão e era um passo necessário. Certamente que os clínicos depois farão a avaliação caso a caso, patologia a patologia, paciente a paciente e decidirão em conformidade com a sua decisão clínica”, sustentou.

O BE substituiu o seu projeto inicial retirando a questão do autocultivo. “Sempre dissemos que para nós era uma questão de acessibilidade, mas se estava a criar ruído na discussão e se poderia inviabilizar o projeto, o retiraríamos porque o que era central era legalizar a canábis para fins medicinais”, salientou Moisés Ferreira.

A questão da planta poder ser comercializada ou não, é uma questão de definição, disse ainda, explicando que o projeto do BE já não previa que a planta viva fosse comercializada em farmácia.

Universidade de Toronto
Uma investigação levada a cabo por investigadores da Universidade de Toronto concluiu que apenas o ácido fólico pode trazer...

Um estudo, realizado por investigadores da Universidade de Toronto e publicado na passada terça-feira no jornal científico American College of Cardiology, vem concluir que a maioria dos suplementos não traz melhorias para a saúde nem para o bem estar do nosso organismo.

A investigação, que acrescenta ainda que alguns suplementos podem mesmo aumentar o risco de morte, chegou à conclusão de que apenas o consumo em comprimido do ácido fólico reduz os riscos de incidência de doenças cardíacas e enfartes.

Em análise estiveram estudos anteriores, conduzidos durante o período de cinco anos, referentes aos suplementos vitamínicos que são mais comuns, entre os quais as vitaminas A, B1, B2, B3 (niacina), B6, B9 (ácido fólico), C, D e E.

Pode perceber-se ainda que os suplementos de vitamina C, D e de Cálcio não demonstraram ter qualquer efeito que seja um benefício ou risco na prevenção de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, doenças cardiovasculares ou na ocorrência de mortes prematuras.

Ainda assim, os suplementos de B3, que contém antioxidantes, revelaram poder ter interferência mínima em algumas causas de morte.

David Jenkins, líder do estudo em causa, afirmou que “ficámos extremamente surpreendidos quando analisámos os suplementos mais populares do mercado e nos deparámos com tão poucos benefícios” e acrescentou que a pesquisa apurou que "não faz mal tomar multivitamínicos, tais como vitamina D, cálcio ou vitamina C, se assim o desejar, mas que de facto não lhe trazem qualquer vantagem”.

Uma vez que não há dados positivos, à exceção do ácido fólico, Jenkins recomenda que “os indivíduos apostem no consumo de uma dieta saudável e equilibrada, rica em vitaminas e nutrientes”.

A pesquisa – debruçada em estudos científicos realizados entre 2012 e 2017 – aconselha ainda que quem sofre de deficiências específicas deve consultar um médico.

Inquérito
A exposição ao fumo ambiental de tabaco é mais frequente nos homens e nos mais jovens, segundo os resultados do Inquérito...

Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o inquérito analisou o estado de saúde da população residente em Portugal, em 2015, com idade entre os 25 e os 74 anos, tendo concluído que cerca de 13% dos portugueses está exposto ao fumo ambiental de tabaco em casa, nos transportes, em espaços públicos ou no trabalho, durante mais de uma hora por dia.

Divulgados a propósito do Dia Mundial Sem Tabaco, que se assinala na quinta-feira, os dados indicam que a exposição ao fumo ambiental de tabaco é mais frequente nos homens (14,9%) do que nas mulheres (10,8%) e nas pessoas com menos escolaridade (23,6%).

Os jovens, dos 25 aos 34 anos, representam a população mais exposta ao fumo ambiental do tabaco (19,8%) enquanto na população dos 65 aos 74 anos apenas 3,9% afirmou estar exposta.

A exposição ao fumo ambiental de tabaco é maior na região autónoma dos Açores, com 20% da população a afirmar estar exposta ao fumo.

Relativamente à ocupação profissional, são os inquiridos “sem atividade profissional” que estão mais expostos ao fumo (18,2%), seguidos dos “desempregados” (17,7%) e, nos “empregados”, 13,6% disse estar exposto ao fumo ambiental do tabaco durante mais de uma hora por dia.

Segundo estimativas elaboradas pelo Institute of Health Metrics and Evaluation, em 2016, morreram em Portugal mais de 11.800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco.

 

Pais denunciaram falta de condições
O presidente do conselho de administração do Hospital de São João, António Oliveira e Silva, afirmou hoje que as verbas para a...

“O ponto de situação em relação ao desbloqueamento de verbas é o mesmo desde que começámos com este processo”, afirmou António Oliveira e Silva na comissão paramentar de Saúde, onde foi hoje ouvido, a pedido do PCP e do PSD, sobre os problemas existentes no Hospital de S. João.

Respondendo aos deputados sobre o desbloqueamento das verbas para a obra da ala pediátrica, o responsável disse que "as verbas não estão desbloqueadas”, sublinhando que “a totalidade das verbas não está nas contas” do hospital.

“Nas contas do hospital estão 19,8 milhões de euros”, salientou.

Em 16 de abril, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que os procedimentos para avançar com a construção da nova ala pediátrica do hospital seriam desbloqueados no espaço de duas semanas, garantindo que o dinheiro estava disponível.

“Faz-me lembrar quando era miúdo, que os meus pais e os meus padrinhos punham-me dinheiro na conta e eu estava cheio de dinheiro, mas não podia gastá-lo”, afirmou António Oliveira e Silva comentando o facto de não poder aceder às verbas para avançar com a obra.

“Mas isto não é o mais importante, o que importa é termos autorização de despesa por parte dos ministérios das Finanças e da Saúde” para iniciar o processo de lançamento do concurso para as obras no hospital.

“O Centro Hospitalar de São João tem um centro pediátrico que é único na assistência pediátrica na região norte, não é substituível, não é transplantável”, frisou.

Questionado pelo deputado Moisés Ferreira, do BE, e pela deputada do PCP, Carla Cruz, sobre a reunião com o Ministério das Finanças, António Oliveira e Silva disse que foi uma “reunião informativa” e que foi encarada com “a maior normalidade”.

“Fomos convocados pelo Ministério das Finanças para uma reunião informativa sobre o projeto e como se garantia a assistência às crianças durante as obras”. Depois disso, não houve mais nenhum contacto deste ministério, o que decorreram foram algumas reuniões técnicas no Ministério da Saúde.

Mas, salientou, “este não é um compromisso ministerial é um compromisso do Governo”, que “estamos à espera que se concretize”.

A falta de condições de atendimento e tratamento de crianças com doenças oncológicas foi denunciada por pais de crianças doentes que são atendidas em ambulatório e também na unidade do ‘Joãozinho', para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas no Centro Hospitalar de São João.

Os pais denunciaram que havia crianças a serem tratadas no corredor, o que foi negado por António Oliveira e Silva, adiantando que houve uma “situação esporádica” de uma criança que teve de ser tratado num espaço que parece um corredor, mas que não é de passagem, porque a sala de tratamento estava cheia, mas assegurou que foram ponderados todos os riscos e benefícios.

Os deputados também levantaram a questão dos elevados tempos de espera para algumas consultas de especialidade à qual o responsável explicou que se devem ao aumento da procura, com a livre escolha dos utentes, e da produção.

“Houve um aumento de custos de produção de 16 milhões de euros e os proveitos diminuíram 13 milhões no mesmo período. Em junho de 2016 houve a publicação do diploma que garantiu o livre acesso. Teoricamente estamos de acordo com a opção, o que acontece é que de um dia para o outro o CHSJ viu-se com mais 2500 pedidos de primeiras consultas. Ou temos mais recursos físicos e humanos ou será impossível dar uma resposta tempestiva a todos os que nos procuram”, salientou.

Apontou ainda a diminuição dos recursos humanos entre 2015 e 2017, afirmando que o centro hospitalar tem mais médicos e menos enfermeiros, adiantando que se o pedido de 170 enfermeiros for autorizado, a situação será resolvida num tempo razoável.

Ministério da Saúde
Pela primeira vez, todo o país tem cobertura de cuidados paliativos através do SNS. No entanto, tutela assuma que a resposta se...

Dois anos depois da nomeação da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, o Ministério da Saúde fez ontem um ponto de situação do alargamento desta valência destinada a pessoas com doenças incuráveis em estado avançado. A tutela assume, ainda assim, que a resposta se mantém incipiente em alguns pontos do país.

Este ano, todos os hospitais do SNS passam a ter uma equipa dedicada ao suporte de cuidados paliativos dos doentes internados, um aumento de 65% face às 26 equipas que existiam em 2015. Em termos de resposta na comunidade, entre 1996 e 2015 foram criadas 13 equipas que visitam os doentes no domicílio e nos últimos dois anos iniciaram atividade mais sete. Quanto a camas de cuidados paliativos em unidades integradas na rede de cuidados continuados, a variação não é tão significativa: em 2015 havia 362 vagas e atualmente são 376. O ministério adianta que em junho abrirá uma nova unidade de cuidados paliativos no Hospital de São João, no Porto, com 11 vagas para doentes complexos, e está em estudo a criação de uma unidade no Hospital de Alcobaça.

A discussão em torno da despenalização da eutanásia, ontem recusada no parlamento, trouxe para a esfera pública a preocupação com o facto de os cuidados paliativos não abrangerem ainda a maioria dos doentes que poderiam beneficiar deste apoio no final da vida, muitos porque não são sequer encaminhados, outros porque o tempo de espera não é compatível com o seu estado de saúde. Estima--se que 71 mil a 85 mil doentes poderiam beneficiar todos os anos deste tipo de cuidados. Em 2017, eles terão chegado apenas a 12 mil pessoas.

 

Estudo
Pela primeira vez, um estudo concluiu que vários genes associados ao risco de esquizofrenia são estimulados durante a gravidez...

Um estudo do Instituto Lieber para o Desenvolvimento Cerebral, em Baltimore, EUA, descobriu que gravidezes complicadas, com hipertensão, por exemplo, estimulam os genes responsáveis pela esquizofrenia (doença crónica que afeta o pensamento, a maneira como nos sentimos, como nos comportamos e como compreendemos a realidade) na placenta.

Sendo que é a responsável por fornecer ao bebé oxigénio e nutrientes, ao mesmo tempo que retira do sangue do feto aquilo que não interessa, quando está em "stress", a placenta pode alterar indiretamente o desenvolvimento cerebral.

Nesta investigação foram testados, e questionados acerca do historial de gravidezes na família, 2.800 adultos de quatro países diferentes - Estados Unidos, Itália, Alemanha e Japão - dos quais 2.038 tinham esquizofrenia.

A conclusão principal é que há uma alta relação entre as complicações na gravidez e os genes associados ao risco da doença. Aqueles cujas mães tiveram uma gravidez complicada tinham cinco vezes mais hipóteses de sofrer esquizofrenia do que aqueles que tinham os genes de risco mas não tinham tido qualquer problema durante o período de gestação.

"Pela primeira vez, encontrámos uma explicação para a relação entre as complicações precoces da vida, o risco genético e seu impacto na doença mental, e tudo nos leva para a placenta ”, revela Daniel Weinberger, principal autor do estudo.

De seguida, a equipa estudou a expressão genética em várias amostras de tecido da placenta: Nos casos em que as mulheres tiveram uma gravidez complicada, os genes da esquizofrenia eram estimulados, e quanto mais estimulados, mais eram os sinais de que a placenta estava sob stress, mostrando sinais de inflamação.

"Os resultados surpreendentes deste estudo fazem da placenta a peça central de um novo campo de investigação biológica relacionando os genes e o ambiente e a maneira como estes interagem para alterar a trajetória do desenvolvimento cerebral humano", completa Weinberger.

A única questão que permanece é o porquê de estes distúrbios afetarem quatro vezes mais os homens do que as mulheres.

Leituras
A Sociedade Portuguesa de Endocrinologia aconselhou hoje os doentes que ajustam as doses de insulina durante o dia consoante as...

O alerta para as falhas na leitura das tiras surgiu hoje de manhã, com a informação de que alguns lotes das tiras de teste Accu-Chek Aviva, para determinar a glicemia, foram recolhidos pelo fabricante por falhas no sistema medidor.

Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a Roche Diabetes Care “verificou que alguns lotes das tiras teste Accu-Chek Aviva para determinação da glicemia (glucose sanguínea) podem apresentar um aumento potencial da identificação de erro antes da medição do valor de glicemia”.

Para Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo SPEDM), uma vez que as falhas no sistema medidor não fazem com que apareçam valores muito altos ou muito baixos, apenas impedem a leitura, a principal preocupação são os doentes que têm de ir ajustando as doses de insulina consoante as medições que fazem ao longo do dia.

“Para estes doentes, que são a maior preocupação, o conselho é que se dirijam às farmácias, para trocar as tiras, ou consultem o seu médico”, afirmou Davide Carvalho, presidente da SPEDM.

O responsável acrescentou que, sendo uma situação excecional, deverá ser relativamente fácil a troca das tiras nas farmácias.

A Autoridade do Medicamento publicou hoje na sua página da internet a lista dos lotes afetados e aconselhou os doentes a verificarem se as tiras que possuem pertencem a estes lotes e, em caso positivo, a não as usarem e contactarem a linha de apoio ao cliente Accu-Chek através do telefone 800 200 265.

“O fabricante encontra-se a investigar as causas deste problema e já iniciou a implementação de medidas corretivas”, refere o Infarmed.

Lembra igualmente que quaisquer incidentes ou outros problemas relacionados com este dispositivo devem ser notificados à Unidade de Vigilância de Produtos de Saúde do Infarmed.

SPP deixa o alerta
O uso de cigarros eletrónicos e tabaco aquecido está a preocupar a Sociedade Portuguesa de Pneunomologia, que teme serem ...

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da Comissão de Trabalho de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumonologia, José Pedro Boléo-Tomé, alertou hoje para a necessidade de intervir, junto dos adolescentes, com campanhas atrativas e um “trabalho continuado” para evitar a iniciação tabágica, em especial destes novos produtos.

“Há um risco agora mais recente que são os novos produtos como os cigarros eletrónicos, tabacos aquecidos e outros produtos” que são “atraentes para os jovens” para experimentação, porque “dão uma aparência de serem interessantes, giros, tecnológicos”, disse o especialista, que falava à Lusa a propósito do Dia Mundial Sem Tabaco, que se assinala na quinta-feira.

Contudo, estes produtos também têm tóxicos, muitos dos quais parecidos com os do cigarro. “A falsa ideia de que são produtos seguros ou que são muito mais seguros [do que o cigarro] é muito duvidoso, é preciso dizer às pessoas que são produtos que têm componentes perigosos, tóxicos e com altas doses de nicotina” e que o risco de “ficar dependente é muito alto”, salientou.

Para José Pedro Boléo-Tomé, “é importante” que haja informação sobre este risco e que seja numa linguagem adaptada à população jovem.

“O que interessa aos jovens não são as doenças, porque para eles é uma questão que não se coloca, mas é mostrar que ser ‘cool’ não passa por fumar qualquer produto”, disse, explicando que é preciso mostrar-lhes que “os hábitos saudáveis é que são bons” e “marginalizar o ato de fumar qualquer que seja o produto”.

A mensagem deverá chegar-lhes de uma forma atrativa através da internet ou do ‘smartphone’, vias a que os jovens são muito recetivos. “Da mesma forma que a indústria tabaqueira foi sempre criativa a fazer publicidade aos seus produtos também existem formas criativas de fazer o oposto, mostrar que o tabaco e os outros produtos não prestam e que o que presta são os hábitos saudáveis”.

“Mas não bastam campanhas, é um trabalho que tem que ser feito de uma forma muito continuada”, porque “é preciso mudar uma geração” e evitar que as crianças e adolescentes comecem a fumar. “Isso é que vai ter impacto no futuro”, salientou.

Um estudo, apoiado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que decorreu no ano letivo 2013/2014, revelo que a iniciação tabágica ocorre entre o 7.º e o 9.º ano. No 7.º ano, cerca 70 a 80% dos jovens nunca fumaram um cigarro, uma percentagem que baixou para os 40% no 9.º ano.

Sobre o consumo de tabaco nos jovens, Boléu-Tomé disse que os vários inquéritos indicam que não tem havido um aumento muito grande, mas “há algumas questões preocupantes”, nomeadamente o facto de as raparigas estarem a fumar mais do que os rapazes, acompanhando o que está a acontecer com as mulheres jovens até aos 30 anos, que “estão a fumar cada vez mais”.

“O que está a acontecer é que no futuro vamos ter cada vez mais mulheres fumadoras e menos homens a fumar”, comentou o pneumologista.

Para assinalar o Dia Mundial Sem Tabaco, a SPP vai lançar uma campanha promocional sobre os benefícios de não fumar, com testemunhos de vários ex-fumadores que pretende mostrar que “as pessoas têm imenso a ganhar” se deixarem de fumar, independentemente da idade, do que já fumaram ou de terem doenças ou não.

Segundo estimativas elaboradas pelo Institute of Health Metrics and Evaluation, em 2016, morreram em Portugal mais de 11.800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco.

Esclerose Múltipla
Considerada a principal causa de incapacidade de origem não traumática em adultos jovens, a Escleros
Mulher à janela com ar triste

A esclerose múltipla é referida como uma doença crónica, inflamatória desmielinizante e neurodegenerativa do sistema nervoso central, de causa desconhecida. Apesar de não serem conhecidos os fatores que iniciam o processo da doença, existe uma resposta imune aberrante que desempenha um papel fundamental na sua patogénese, tal como sucede noutras doenças autoimunes.

A esclerose múltipla é uma doença complexa, de origem multifatorial, existindo uma suscetibilidade genética para a doença, sendo igualmente inequívoco o papel de fatores ambientais entre os quais se salientam a deficiência de vitamina D / exposição solar e agentes infeciosos, nomeadamente o vírus Ebstein-Barr.

A esclerose múltipla é a principal causa de incapacidade de origem não traumática em adultos jovens, afetando mais do que 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, com predomínio do sexo feminino. Em Portugal, estima-se uma prevalência da doença superior a 50 por 100.000 habitantes.

O seu curso clínico varia bastante, refletindo a complexidade e heterogeneidade da sua fisiopatologia.

O quadro clínico pode incluir diferentes sintomas e sinais neurológicos, traduzindo a presença e distribuição de áreas de desmielinização no sistema nervoso central. Entre os sintomas mais frequentes podemos salientar a fadiga, alterações sensitivas, défices motores, alterações do equilíbrio e/ou da marcha, alterações visuais e alterações esfincterianas nomeadamente urinárias.

A depressão é frequente e podem instalar-se alterações cognitivas, tais como diminuição da capacidade de processar informação ou focar a atenção. O diagnóstico da doença continua a ser clínico, suportado por exames complementares nomeadamente a ressonância magnética, ainda que o exame do líquido cefalorraquidiano continue a ter o seu papel. É prática generalizada o recurso a critérios de diagnóstico definidos internacionalmente e regularmente atualizados.

A apresentação clínica habitual da esclerose múltipla é a forma surto-remissão, em que surgem episódios agudos de instalação de défices neurológicos, designados surtos, seguindo-se habitualmente recuperação desse défice em dias ou semanas, frequentemente completa. Quando a recuperação não é completa, poderá associar-se um acréscimo de incapacidade. A evolução da doença ao longo dos anos é também caracterizada por grande variabilidade de doente para doente, desde casos descritos como benignos com uma longa evolução da doença praticamente sem queixas ou défices, a outros que evoluem rapidamente para um grau elevado de incapacidade. Após um número de anos, também variável de doente para doente, a doença poderá assumir um curso de agravamento progressivo da incapacidade, não relacionado com a existência de surtos, os quais, entretanto, habitualmente, deixam de ocorrer; é a chamada forma secundária progressiva da esclerose múltipla. Em cerca de 15% dos casos, a doença segue um curso lentamente progressivo desde o início, sem surtos (ou são raros); é a chamada forma primária progressiva de esclerose múltipla.

São geralmente utilizadas escalas para o registo do grau de incapacidade, sendo a escala EDSS (“Expanded Disability Status Scale”) a mais frequentemente utilizada. Esta escala é pontuada de 0 a 10, sendo uma avaliação de incapacidade correspondente a um EDSS igual a 4 um indicador importante sobre a evolução da doença, por se considerar presentemente que o tempo desde o início da doença até se atingir um EDDS 4 corresponde ao período de grande variabilidade individual da progressão da doença. Uma vez atingido um grau de incapacidade correspondente a um EDSS 4, a evolução da doença e respetiva progressão de incapacidade passa a ser bastante uniforme entre os doentes. Na prática, esse período corresponde também à chamada janela terapêutica, isto é o período durante o qual as terapêuticas poderão influenciar a evolução da doença, se bem que quanto mais cedo se iniciar a terapêutica, melhor.

A terapêutica na esclerose múltipla incide fundamentalmente em dois aspetos: tratamento sintomático e tratamento modificador da evolução da doença. São exemplos da primeira categoria os fármacos para a espasticidade, fadiga e alterações urinárias, entre outros. Quanto à segunda categoria, para além dos benefícios duma dieta saudável, prática regular de exercício físico e abstinência tabágica, existe já uma experiência substancial com alguns fármacos injetáveis, os interferons (interferão ß-1a intramuscular e subcutâneo, interferon ß-1b) e o acetato de glatirâmero, a que se juntaram recentemente os chamados fármacos orais (fumarato de dimetilo e teriflunomida) com indicação de primeira linha para o tratamento da forma surto-remissão.

A chamada terapêutica de segunda linha está indicada para o agravamento da doença e/ou caso mais graves e inclui o natalizumab, fingolimod e alemtuzumab. Outros fármacos foram recentemente aprovados tais como a claridibina e o ocrelizumab, este último, inclusive, para utilização na forma primária progressiva. O benefício de todos estes fármacos reflete-se sobretudo na diminuição no número de surtos e de novas lesões na ressonância magnética e numa diminuição de progressão da incapacidade, especialmente quando iniciados precocemente na evolução da doença. Além disso, é importante reconhecer precocemente perfis evolutivos menos favoráveis e/ou casos de insucesso com as terapêuticas de primeira linha, visando um escalonamento terapêutico com fármacos de segunda linha, deste modo adequando as medidas terapêuticas da forma mais eficiente possível à situação clínica do doente individual.

Finalmente, deverá existir uma comunicação efetiva entre o médico e o doente em todo este processo, de modo a que o doente esteja devidamente informado do estado do conhecimento sobre a doença e da sua situação, de forma a que possa participar devidamente informado nas decisões clínicas relacionadas com a sua doença.

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Sabe-se que 85% dos casos de cancro do pulmão e 90% dos casos de DPOC se devem ao tabagismo. Por isso, fazer todos os esforços para deixar de fumar – ativa ou passivamente – é dar um passo muito importante para promover a saúde, a qualidade de vida e prolongar a esperança de vida.

É muito importante que “os fumadores, os ex-fumadores e mesmo os fumadores passivos se lembrem de que os efeitos do tabaco ficam nos pulmões para sempre. Não é à toa que uma grande parte só comece a ter sintomas de problemas de saúde vários anos depois de deixar de fumar. Para muitos desses, reaprender a respirar e recuperar a sua capacidade física, através da reabilitação respiratória é essencial”, destaca o António Carvalheira, médico pneumologista coordenador do Programa de Reabilitação Respiratória do AIR Care Centre®, único centro em Portugal exclusivamente dedicado à reabilitação de doentes respiratórios.

Entre os principais benefícios da Reabilitação Respiratória estão: a redução dos sintomas de dispneia (falta de ar) e fadiga; a melhoria da capacidade física, para melhor realizar as tarefas do dia a dia; a redução do número de exacerbações e/ou da sua gravidade; a redução das idas ao serviço de urgência, bem como de hospitalizações e até duração das mesmas;; a melhoria da qualidade de vida relacionada com a saúde; a melhoria da função emocional; e uma maior capacitação para gerir com maior eficácia a sua doença crónica.

Com isto reduzem ainda os custos com a saúde associados aos internamentos por doenças respiratórias (a terceira mais importante causa de custos diretos relacionados com os internamentos hospitalares, a seguir aos das doenças cardiovasculares e do sistema nervoso) que, segundo o relatório "Portugal - Doenças Respiratórias em Números 2015" da Direção Geral de Saúde (DGS), atingiram os 213 milhões de euros em 2013. No mesmo ano, o custo médio de um internamento por doença respiratória foi de 1.892 euros.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença respiratória com queixas gerais muitas vezes confundida com o processo natural de envelhecimento. De início poderá sentir tosse e catarro/expetoração, por vezes desvalorizados. Com a continuação da exposição a tabaco e/ou gases nocivos, estes sintomas podem tornar-se mais frequentes e incómodos, sendo mais frequentes as infeções respiratórias e os períodos de bronquite agudizada (exacerbações). Esta doença pode ainda apresentar sintomas como cansaço, dificuldade em respirar, sensação de falta de ar (dispneia) e/ou pieira ou farfalheira. Os sintomas de cansaço e falta de ar são particularmente relacionados com os esforços físicos e por isso são muitas vezes atribuídos ao envelhecimento.

Infarmed
Alguns lotes das tiras de teste Accu-Chek Aviva, para determinar a glicemia, foram recolhidos pelo fabricante por falhas no...

Segundo uma nota do Infarmed, a Roche Diabetes Care “verificou que alguns lotes das tiras teste Accu-Chek Aviva para determinação da glicemia (glucose sanguínea) podem apresentar um aumento potencial da identificação de erro antes da medição do valor de glicemia”.

“Esta situação origina normalmente uma mensagem de erro no medidor, após a inserção da tira ou devido ao não reconhecimento da tira”, explica o Infarmed, acrescentando que, num número muito limitado de casos, a tira não indique o erro mas origine um falso resultado, que poderá levar a uma terapêutica inadequada.

A Autoridade do Medicamento publica na sua página da internet a lista dos lotes em causa e aconselha os doentes a verificarem se as tiras que possuem pertencem a estes lotes e, em caso positivo, a não as usarem e contactarem a linha de apoio ao cliente Accu-Chek através do telefone 800 200 265.

“O fabricante encontra-se a investigar as causas deste problema e já iniciou a implementação de medidas corretivas”, refere o Infarmed.

A Autoridade do Medicamento lembra ainda que quaisquer incidentes ou outros problemas relacionados com este dispositivo devem ser notificados à Unidade de Vigilância de Produtos de Saúde do Infarmed.

 

Ciência e Espiritualidade
Os resultados da investigação científica em parapsicologia são “suficientemente importantes” para que a ciência tenha a...

Durante a apresentação do seu livro “Da Ciência ao Amor – Pelo Esclarecimento Espiritual”, em Serralves, no Porto, o autor referiu que um cientista não deverá mais dizer, à priori, que os fenómenos parapsicológicos não existem, pelo contrário deverá estudar e investigar demonstrando, sob o rigor do método científico, o que é verdadeiro e o que é falso, como se processam e para quê.

Na sua opinião, esta será uma maneira de a humanidade se esclarecer sob o ponto de vista espiritual, sendo razoável admitir que alguns dos fenómenos tradicionalmente relatados são pura fantasia, o seu esclarecimento permitirá acabar com alguns mitos e com alguma exploração da ignorância do homem.

“Mas, também é razoável admitir que alguns dos fenómenos relatados serão confirmados como verídicos, permitindo uma perspetiva mais completa do nosso eu e, provavelmente, criando condições para que o ser humano assuma uma maior capacidade de realização individual e coletiva, pela possibilidade de utilização de formas de energia atualmente menos conhecidas”, considerou.

Essa perspetiva mais abrangente poderá criar condições para nos percebermos como partículas de energia universal interligadas, o que poderá desenvolver um maior respeito pelo outro, pelos valores universais e pelo todo, frisou.

Luís Portela vincou que no século XXI a ciência poderá contribuir para o esclarecimento espiritual da humanidade, criando condições para que os seres humanos vivam com maior conforto espiritual.

O presidente da Bial recordou que ao longo do século XX a humanidade fez uma enorme progressão nas áreas científicas e tecnológicas, possibilitando um grande domínio da matéria em geral e um grande conhecimento do corpo humano, mas a existência nos seres humanos de um ou vários corpos não físicos, a vida para além da morte física e a fenomenologia chamada parapsicológica, foram pouco estudadas, não permitindo um grande esclarecimento espiritual.

Assim, existe um grande desequilíbrio na postura de um “considerável” número de seres humanos, muito focados no mundo físico, no ter e no parecer, dando uma importância menor aos valores universais, ao ser e à vida espiritual.

 

Chumbo permitira discussão alargada
O presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, disse estar “satisfeito” com o debate de ideias sobre a...

“Era extemporâneo legislar precipitadamente nesta matéria. A questão da despenalização da eutanásia, e de outras formas de morte medicamente assistida, é um tema muito profundo, muito complexo, e a população portuguesa tem o direito a estar devidamente informada sobre aquilo que possa vir a estar em jogo e a pronunciar-se de forma direta ou indireta sobre esta evolução, que é uma das maiores evoluções civilizacionais da sociedade portuguesa do século XXI”, afirmou o presidente da associação a propósito do chumbo hoje no parlamento de quatro projetos-lei sobre a despenalização da eutanásia.

Para Rui Nunes o debate que teve lugar nos últimos meses deverá ser o “início do caminho” que deve prosseguir com “frontalidade” nas próximas eleições legislativas.

“Esperava, e assim aconteceu, que isto fosse um momento de debate de ideias e que o caminho não terminasse agora, mas que prosseguisse nos próximos meses, um ano ou dois. Que fosse debatido nas próximas eleições legislativas com toda a frontalidade para que não haja nenhum défice democrático nesta matéria”, disse.

De acordo com o presidente da Associação Portuguesa de Bioética um maior debate sobre a matéria permitirá, a dois anos, “tomar uma decisão que seja mais em conformidade com os desejos do povo português”.

 

Pela Vida
A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) congratulou-se com o chumbo pelo Parlamento dos projetos de lei para a...

“Os médicos não têm outra vocação senão estar ao lado da vida, tratando e aliviando o sofrimento dos doentes, e garantindo os cuidados paliativos a todos aqueles que deles necessitam”, disse o presidente da associação, Pedro Afonso, citado num comunicado da AMCP.

Exortando a um maior investimento nos cuidados paliativos, a associação nota que a medicina apoia a sua prática no diagnóstico e no tratamento das doenças, no alívio do sofrimento dos doentes, “e não em decisões que, com o subterfúgio de quererem eliminar o sofrimento, eliminam o doente”.

A Assembleia da República chumbou  os projetos de lei do PAN, BE, PS e PEV para a despenalização da eutanásia.

O projeto do PAN teve 107 votos a favor, 116 contra e 11 abstenções. O diploma do PS recebeu 110 votos a favor, 115 contra e quatro abstenções.

O projeto do BE recebeu 117 votos contra, 104 a favor e oito abstenções. O diploma do PEV recolheu 104 votos favoráveis, 117 contra e oito abstenções.

Seis deputados do PSD votaram a favor da despenalização da eutanásia, mas apenas duas parlamentares – Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz – o fizeram em relação aos quatro projetos em discussão.

Entre os deputados do PS, somente os deputados Ascenso Simões e Miranda Calha votaram contra todos os projetos.

 

Reações
A Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, afirmou que os enfermeiros estavam “preparados para os dois cenários”...

“Era uma decisão política, sempre o dissemos. Tendo havido essa decisão política nós estaríamos sempre preparados para os dois cenários. Neste caso, do ponto de vista ético e deontológico, não é preciso acautelarmos nada. Continua tudo na mesma e, portanto, é a decisão da Assembleia a quem competia decidir sobre esta questão”, disse a bastonária à agência Lusa.

Segundo Ana Rita Cavaco o foco deverá ser aquilo que o país tem “para oferecer às pessoas” e que considera ser pouco.

“Para além deste debate e destas decisões, é preciso, também, não desfocarmos daquilo que temos de oferecer às pessoas, em termos de dignidade e conforto, no final da sua vida e que são os cuidados paliativos”, afirmou a bastonária, acrescentando que “infelizmente, ainda é muito pouco”.

Ana Rita Cavaco alertou, ainda, para a incapacidade de se encaminhar os doentes para os cuidados paliativos e para a atual falta de enfermeiros nas unidades que existem, que, referiu, “não dão dignidade a ninguém”.

“O que não pode acontecer é que neste momento 90% das pessoas não chegam aos cuidados paliativos. Da parte do regulador da Ordem fizemos o que nos competia que era, por exemplo, criar esta área de especialidade, que era uma área que não existia. Havendo muito poucas unidades, ainda, de cuidados paliativos aquelas que existem também não podem ter os enfermeiros que têm. Deparamo-nos com situações de um enfermeiro para 40 pessoas e isso também não dá dignidade a ninguém”, afirmou.

 

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