Reação João Semedo
O médico e ex-coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo afirmou que a aprovação da eutanásia "é uma questão de tempo...

“Foram poucos os votos que impediram a aprovação da despenalização [da eutanásia]. É uma questão de tempo, não foi agora será na próxima legislatura”, afirmou João Semedo numa declaração escrita para a agência Lusa a propósito do chumbo hoje no parlamento de projetos de lei do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Bloco de Esquerda, Partido Socialista e Partido Ecologista os Verdes (PEV) para a despenalização da eutanásia.

João Semedo sublinhou que nos últimos dois anos se avançou “imenso na compreensão das problemáticas do fim de vida, designadamente, na legitimidade de permitir o recurso à morte assistida a todos que o pretendam, sem obrigar seja quem for, mas também sem impedir quem cumpra todos os requisitos exigidos pela lei e reitere inequivocamente ser essa a sua vontade”.

“Andou-se muito nestes dois últimos anos, estamos mais próximos de consagrar na sociedade e na lei um direito fundamental: garantir a todos o direito a morrer com dignidade”, salientou o médico.

A Assembleia da República chumbou ontem os projetos-lei do PAN, BE, PS e PEV para a despenalização da eutanásia.

O projeto do PAN teve 116 votos contra, 107 votos a favor e 11 abstenções. O diploma do PS recebeu 115 votos contra, 110 votos a favor e quatro abstenções.

O projeto do BE recebeu 117 votos contra, 104 a favor e oito abstenções. O diploma do PEV teve 117 votos contra, 104 votos favoráveis e oito abstenções.

SPO alerta
Os malefícios do tabaco associados a patologias cardiovasculares, pulmonares e à diabetes são constantemente abordados mas o...

Manuel Monteiro Grillo começa por explicar que “Os fumadores, quer sejam ativos ou passivos, inalam substâncias tóxicas que chegam a todos os órgãos do corpo, através da corrente sanguínea, inclusive para o sistema ocular, podendo danificá-lo de forma irreversível. As cataratas e a degenerescência macular são dois exemplos de doenças oculares que aumentam com a exposição ao fumo do tabaco."

“De notar que a exposição ao fumo do tabaco não afeta apenas a parte interna do globo ocular mas também a superfície ocular. Tanto pode interferir no filme lacrimal como também se pode tornar um factor irritativo. As alterações vasculares que o fumo do tabaco provoca pode também levar ao agravamento do glaucoma,” acrescenta Manuel Monteiro Grillo.

Dias antes do 31 de maio, data em que se assinala o Dia Mundial Sem Tabaco, o Presidente da SPO deixa o alerta para os malefícios do tabaco na saúde ocular, concluindo que “o fumador tem maior probabilidades de desenvolver vários problemas, incluído problemas de visão. É, por isso, também importante estar atento a esta relação perigosa entre o tabaco e saúde ocular.”

 

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Esclerose Múltipla
Para assinalar o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, que se comemora esta quarta-feira, a associação vai iluminar fachadas de...

“O ‘alerta laranja’ é uma campanha que pretende, de uma forma positiva, criar um momento público para se falar de esclerose múltipla e a necessidade da sociedade contribuir para que as pessoas afetadas, maioritariamente jovens em idade ativa, possam fazer face à doença e continuar as suas vidas com as mesmas oportunidades”, explicou a vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), Susana Protásio.

No comunicado enviado, a vice-presidente da associação explica que esta ação é também uma “mensagem de esperança” para as pessoas que são diagnosticadas com a doença.

“Dada a evolução dos tratamentos ao longo dos últimos 20 anos, o prognóstico destes doentes mudou substancialmente. A história natural da esclerose múltipla está a mudar. Esperança e qualidade de vida serão, de hoje em diante, palavras associadas ao tratamento e gestão do doente com esclerose múltipla”, afirmou.

Para além de iluminar as fachadas de edifícios e monumentos como o Cristo Rei, o Templo de Diana ou o Castelo dos Mouros, através das redes sociais vai ser criado um movimento de pessoas vestidas com roupa laranja, para angariar fundos de apoio às associações de doentes com esclerose múltipla e, em Lisboa, serão realizadas várias iniciativas de sensibilização e animação.

Em Portugal, a esclerose múltipla afeta cerca de 8.000 pessoas, sendo duas vezes mais prevalente nas mulheres do que nos homens. Entre os sintomas mais comuns estão a fadiga, distúrbios de equilíbrio, dificuldades cognitivas e fraqueza muscular, sendo que 65% dos doentes refere algum nível de incapacitação.

 

 

DGS
As primeiras consultas de apoio intensivo à cessação tabágica aumentaram cerca de 70% entre 2016 e 2017, passando de 7.145 para...

De acordo com dados avançados hoje à agência Lusa a propósito do Dia Mundial Sem Tabaco, que se assinala na quinta-feira, foram disponibilizadas em 2017 no Serviço Nacional de Saúde (SNS) 39.763 consultas, mas 7.941 face ao ano anterior, o que representou um aumento de 25%.

Os locais de consulta de apoio intensivo à cessação tabágica a nível dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e unidades hospitalares do SNS também aumentaram, passando de 180 em 2016, para 218 em 2017 (mais 21,1%).

Questionada pela Lusa sobre se existe lista de espera para estas consultas, a DGS afirmou que “a procura é variável ao longo do ano e entre consultas”, existindo “algumas consultas com pouca procura, outras com lista de espera”.

O Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo da Direção-Geral da Saúde associou-se às comemorações do Dia Mundial sem tabaco 2018 promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que desafiou todos os países a intensificarem o controlo do tabaco como parte das suas estratégias para a diminuição da mortalidade por doenças cardiovasculares.

A DGS refere que o consumo de tabaco é a segunda principal causa de doença cardiovascular, a seguir à hipertensão arterial, adiantando que fumar e a exposição ao fumo ambiental contribuem para aproximadamente 12% do total de mortes por doença cardíaca em todo o mundo.

Mesmo as pessoas que fumam menos de cinco cigarros por dia apresentam maior risco de desenvolver doença coronária, adverte a DGS, que lança na quarta-feira a Campanha Nacional de Luta Contra o Tabagismo 2018.

Em Portugal, segundo estimativas elaboradas pelo Institute of Health Metrics and Evaluation para 2016, hoje divulgadas pela DGS, o tabaco foi responsável pela morte de mais de 2.100 pessoas por doenças cerebrocardiovasculares (5,7% do total de óbitos). Destas, 1.620 eram homens e 545 eram mulheres.

Segundo a OMS, a epidemia global do tabaco mata mais de sete milhões de pessoas por ano, das quais cerca de 900.000 são não fumadores que morrem por exposição ao fumo do tabaco.

Os objetivos traçados pela OMS para o Dia Mundial Sem Tabaco 2018 passam por “destacar a relação entre o consumo de produtos do tabaco, a saúde do coração e as doenças cardiovasculares” e “aumentar a consciencialização da população sobre o impacto do consumo do tabaco e da exposição ao fumo ambiental na saúde cardiovascular”.

“Proporcionar oportunidades para o público, governos e outros assumirem medidas de promoção da saúde cardiovascular, protegendo as pessoas do consumo de tabaco” e “incentivar os países a intensificarem a implementação das medidas preconizadas pela Convenção-Quadro da OMS para o Controlo do Tabaco” são outros objetivos preconizados para este dia, que tem este ano como tema “O tabaco destrói corações, escolha saúde, diga não ao tabaco”.

Alívio de problemas respiratórios, melhoria do sono ou défice de atenção são alguns dos benefícios associados à terapêutica da...

Desde o nascimento da criança até à adolescência a Medicina Tradicional Chinesa apresenta-se como uma alternativa terapêutica em questões de saúde como, melhorias no sono, enurese noturna diminuição de problemas gástricos ou respiratórios. Em crianças mais próximo da idade de adolescência muitas vezes recorrem à acupuntura para melhorar problemas de défice de atenção, e ainda ansiedade (sobretudo em épocas de testes e exames escolares). 

Técnica milenar, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a acupuntura assegura um maior e melhor equilíbrio da energia do corpo da criança, fortalecendo o sistema imunitário. A estimulação de determinados pontos do corpo da criança permite ao organismo restabelecer o seu equilíbrio, combatendo alguns malefícios que afetam a população mais jovem.

Segundo o Artur Morais, Diretor Clínico das Clínicas Artur Morais “O nosso cérebro funciona por estímulos. É pois muito fácil perceber o funcionamento das técnicas de acupuntura uma vez que o cérebro ao receber o estímulo provocado pela agulha ou laser de acupuntura, promove a libertação hormonal de substâncias como a serotonina, noradrenalina, que atuam no sistema imunológico da criança, promovendo um melhor e mais equilibrado funcionamento do organismo”.

Em que momento pode ser feito o tratamento por acupuntura?

A acupuntura pode ser realizada nos primeiros anos de vida de uma criança. Muitas vezes surgem problemas no bebé relacionados com dificuldades do sono, perda de apetite, problemas gástricos e até irritação constante. Nestes casos, para o Dr. Artur Morais, “as sessões de acupuntura podem ajudar a criança a estabilizar o normal funcionamento do seu organismo. Por vezes temos crianças em que numa única sessão reagem positivamente e os pais vêm logo efeitos positivos”. No entanto, quando a criança atinge já uma idade entre os 4 e os 12 anos de idade, os tratamentos focam-se mais em potenciar as defesas do organismo face a gripes ou problemas respiratórios.

Laserneedle ou acupuntura a laser como substituto das agulhas tradicionais

Muitos pais hesitam na hora de optar por tratamentos de acupuntura devido ao “medo” das agulhas e no impacto do seu uso nas crianças. No entanto existem já técnicas disponíveis que permitem ultrapassar esta situação. O uso de agulhas de acupuntura é feito através da colocação de agulhas mais “finas”, comparativamente com as agulhas usadas em adultos, sendo colocadas a um nível mais superficial da pele da criança. Outra técnica inovadora é a introdução da Laserneedle - consiste na emissão de um feixe de luz, diretamente sobre o ponto de Acupuntura, permitindo a sua bio estimulação. Para o Dr. Artur Morais “esta técnica é completamente indolor e constitui um avanço na estimulação dos pontos de acupuntura, dado que permite a utilização de frequências analgésicas, anti-inflamatórias ou regeneradoras que potenciam o resultado clínico obtido”.

Considerada uma terapia milenar, com origens na China, a acupunctura consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo humano de forma a atuar como tratamento num vasto conjunto de doenças do foro físico e psicológico. Estas agulhas, quando aplicadas sobre algumas regiões específicas produzem efeitos terapêuticos não só ao nível músculo-esquelético mas em inúmeras doenças como a enxaqueca, alergias, doenças degenerativas como o Parkinson ou Alzheimer, mesmo problemas como a depressão, ansiedade.

Estatuto Cuidador Informal
A presidente da Comissão para a Revisão da Lei de Bases da Saúde, Maria de Belém Roseira, defendeu hoje, no Porto, a...

“Temos de cada vez mais trabalhar uns com os outros”, disse Maria de Belém Roseira, salientando a necessidade de “uma participação muito ativa das associações de doentes, enquanto experimentalistas daquilo que é o funcionamento do sistema” de saúde.

Maria de Belém Roseira, que foi ministra da Saúde do XIII Governo Constitucional (1995-1999), liderado por António Guterres, falava na abertura de um encontro dedicado à revisão da Lei de Bases da Saúde e ao Estatuto do Cuidador Informal, organizado pela Plataforma Saúde em Diálogo, no âmbito do programa comemorativo dos seus 20 anos de existência.

A responsável, que ocupou também o cargo de ministra para a Igualdade e mais tarde foi candidata à Presidência da República, considerou que “a participação dos doentes traz aquilo que é o sentir das pessoas na sua relação com o sistema de saúde”.

Mas, acrescentou, “para que os sistemas de saúde sejam melhores, as associações de doentes também têm de ser aliadas do Ministério da Saúde para atuar naquilo que é a promoção da saúde e a prevenção da doença”.

“Elas [associações de doentes] têm que atuar no apoio aqueles que já são doentes, mas têm que atuar muito no sentido de prevenir que muito mais pessoas adoeçam. Elas têm de ser aliadas nesse grande objetivo que tem de constituir a centralidade das políticas de saúde”, sublinhou.

Em seu entender, “uma nova lei de bases tem de apontar para a centralidade na promoção da saúde e na prevenção da doença, mas tem de apontar também para a indispensabilidade da intersetorialidade da abordagem das questões relativas às determinantes da saúde”.

“Segurança social e saúde são importantes - um tema do encontro são os cuidadores, que necessitam de uma atenção especial das políticas públicas -, mas temos de interagir mais com a escola, com a habitação, com a energia, com as políticas do ambiente, com tudo aquilo que realmente nos permite ter uma saúde adequada”, disse.

A comemorar os 20 anos de existência, a Plataforma Saúde em Diálogo, associação sem fins lucrativos, congrega atualmente cerca de 50 associações de doentes, promotores e profissionais de saúde e de consumidores.

Com o encontro hoje realizado na Ordem dos Farmacêuticos, no Porto, as associações que integram a Plataforma pretendem apresentar os seus contributos para a revisão da Lei de Bases da Saúde e impulsionar também a aprovação das iniciativas legislativas em apreciação no parlamento relativamente ao Estatuto do Cuidador Informal.

 

Qualidade dos serviços
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e a respetiva Associação de Estudantes (AEFMUP) manifestaram hoje &quot...

Paralelamente vai ser enviada ao Governo uma carta onde é descrita como "inaceitável a condição de ensinar, aprender e investigar num centro universitário depauperado numa área clínica nuclear, a pediatria".

"As notícias recentes sobre as hesitações da tutela quanto à resposta assistencial à população pediátrica na zona norte do país provocam, no mínimo, surpresa e inquietação a uma instituição de referência no ensino superior em Portugal", lê-se na carta que resulta de uma tomada de posição da FMUP, bem como de docentes doutorados do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Pediatria que acumulam funções médicas no Centro Hospitalar de São João.

O documento vai ser remetido ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ao qual querem manifestar "preocupação com a forma como está a ser gerida a situação por parte do Governo".

Já numa nota remetida à agência Lusa, a diretora da FMUP, Maria Amélia Ferreira, considera ser "contraproducente estar a ser feito investimento na criação dos centros académicos clínicos enquanto, por outro lado, se limita a atuação dos hospitais universitários".

"Acreditamos que a capacidade de pensamento crítico dos governantes prevalecerá sobre qualquer interesse que não o que valorize a melhor formação e o cuidado dos utentes e, enquanto instituição que tem como missões o Ensino, a Investigação e a Assistência, não podemos pactuar com qualquer situação contrária", acrescenta a responsável.

Para a FMUP e para a AEFMUP "a aprendizagem integrada, algo que é possibilitado pelos centros académicos clínicos, não poderá ser posta em causa por flutuações de perspetivas políticas dos governantes".

"Até ao momento temos conseguido assegurar a qualidade da prestação dos nossos serviços, mas apenas a custo de um esforço de docentes e estudantes. É necessário resolver esta situação o mais depressa possível", anota Maria Amélia Ferreira.

Estas entidades enumeram que na vertente de produção de conhecimento, o manifesto alerta para o impacto que a investigação desenvolvida na FMUP (48 artigos científicos publicados durante 2017) tem na saúde das crianças, sublinhando o facto de as sinergias entre a FMUP/Pediatria terem permitido desenvolver inúmeros progressos na área da saúde deste grupo populacional.

Esta tomada de posição surge depois de há cerca de um mês alguns pais terem denunciado que há crianças a fazer quimioterapia nos corredores do hospital São João, perante a falta de verbas do Ministério da Saúde para fazer obras no serviço de pediatria.

Esta situação já gerou intervenções de vários partidos, bem como de associações, bem como a audição no Parlamento de vários responsáveis da tutela.

Na carta que está a ser preparada para enviar ao Governo constam dez perguntas sobre o futuro do ensino nesta instituição.

A direção da FMUP e a AEFMUP dizem acreditar que o conhecimento acerca da formação médica, bem como a capacidade de pensamento crítico dos governantes prevalecerão sobre qualquer interesse que não o que valorize a melhor formação médica.

Ambas acrescentam acreditar que "a aprendizagem integrada, algo que é possibilitado pelos centros académicos clínicos, não poderá ser posta em causa por flutuações de perspetivas políticas dos governantes".

"Por tudo isto e como Instituição de Ensino Superior, não podemos pactuar com a intenção por parte da tutela, de fragmentar o ensino, avaliação e investigação da Pediatria", termina a carta.

Processos parados
Atualmente, as faculdades de medicina não aceitam candidaturas para reconhecimento, enquanto o Conselho das Escolas Médicas...

O Sistema Nacional de Saúde (SNS) não está a reconhecer os médicos estrangeiros, provenientes fora da União Europa (UE), pelo que os processos de reconhecimento estão parados há meses, uma vez que as faculdades de medicina não aceitaram novos processos de reconhecimento desde 2017, noticia o “Público” esta terça-feira.

Para conseguirem exercer em Portugal, pelo menos uma universidade nacional que ministre um curso de medicina tem de reconhecer as habilitações académicas do médico proveniente fora UE (para os que estudaram em países da UE a equivalência é direta). O médico terá ainda de fazer um exame de línguas, uma prova de conhecimentos e outra de prática clínica. Só depois tem acesso a uma inscrição na Ordem dos Médicos.

De acordo com o “Público,” o que acontece atualmente é que as faculdades de medicina não aceitam candidaturas para reconhecimento, enquanto o Conselho das Escolas Médicas Portuguesas não terminar a revisão do regulamento que rege este tipo de pedidos.

A revisão deverá estar terminada em julho e, por isso, até ao final deste ano as candidaturas para médicos estrangeiros deverão ser reabertas, segundo a coordenadora do Conselho de Escolas Médicas, Maria Amélia Ferreira, disse ao matutino.

Atualmente os médicos luso-venezuelanos são os ques estão a perder mais com esta situação. Desde que se intalou a crise política, social e económica na Venezuela, que vários médicos têm tentado emigrar para Portugal. De acordo com a Associação de Médicos Luso-Venezuelanos (Asomeluve), dos seus 250 membros cerca de 120 tentaram vir trabalhar para Portugal.

Em 2017, o número de médicos estrangeiros representavam 6,4% do total de 28.563 médicos a trabalhar no SNS. A maioria é proveniente de países comunitários.

 

 

Na minha práctica clínica, falando em termos de consulta, já observei, como é fácil de imaginar, múl

Assim sendo farei uma abordagem sucinta de cada um destes temas tendo como preocupação usar linguagem simples e não muito técnica, que possa ser entendida pela grande maiorias dos leitores.

Comecemos então pela Dispepsia, palavra que tem origem na língua grega e que significa má digestão que talvez seja, mesmo, a patologia mais frequente das nossas consultas.

Podemos defini-la como uma dôr ou desconforto centrada no abdómen superior.

Para nós gastrenterologistas existem, essencialmente, dois tipos de dispepsia: orgânica e funcional. Sendo esta a mais comum. Por sua vez, esta ainda pode ter origem numa dismotilidade ou ser inespecifica.

Passemos então ao diagnóstico e é necessário dizer, desde já, que este é sobretudo clínico e baseado em alguns exames complementares. O diagnóstico clínico é fundamental e assenta, desde logo, na colheita de uma boa história clínica que possibilite colher os sintomas que sustentam o diagnóstico, sobretudo na dispepsia funcional que se relaciona muito com factores anímicos, como o ”stress“ diário.

Os exames complementares, dos quais destaco a endoscopia alta servem, sobretudo, para excluir as causas orgânicas como por exemplo as doenças pépticas de falaremos a seguir.

A terapêutica deve ser feita de acordo com as causas para o caso da dispepsia orgânica.

Na dispepsia funcional poderemos utilizar os procineticos, que actuam na motilidade gástrica, os inibidores da bomba de protões e sucralfato que actuam na acidez gástrica e até,mesmo,os psicofármacos em casos específicos.  

Como segundo tema iremos agora abordar a Doença Ulcerosa Péptica, até porque se pode relacionar com a dispepsia, que foi anteriormente referida.

Existem dois tipos principais: as úlceras quer gástricas quer duodenais e as gastrites e bulbites erosivas. Importa referir que estão presentes em cerca de 15 a 25% dos doentes que apresentam sintomas de dispepsia e que, no caso das úlceras, poderão ser responsáveis por algumas complicações como as hemorragias digestivas ou perfurações gastrointestinais.

A causa principal do aparecimento destas patologias prende-se como desequilíbrio entre a barreira protectora do estômago e os factores agressivos da mucosa gástrica como por exemplo alguns fármacos, o excesso de ácido ou determinados comportamentos sociais como o excesso de álcool e tabaco.

O diagnóstico é clinico, sendo fundamental uma boa colheita de sintomas e antecedentes pessoais e endoscópico para que seja possível caracterizar bem as lesões.

A terapêutica deve ser feita com base em duas premissas: alteração dos comportamentos dietéticos e sociais de modo a evitar as agressões da mucosa gástrica, como foi mencionado anteriormente, e na utilização dos medicamentos ao nosso dispor. Dentro destes importa mencionar os Inibidores da bomba de protões (ex: Omeprazol), os protectores da mucosa gástrica, como o Sucralfato e até mesmo alguns antibióticos, nos casos específicos em que exista infecção pelo Helicobacter pylori.

No terceiro tema iremos falar sobre a doença do cólon irritável, também uma das patologias que, juntamente com a dispepsia, serão as mais frequentes nas nossas consultas.

O cólon irritável de acordo com o postulado na reunião de consenso de Roma, denominada Roma III, pode ser definido por um mal-estar abdominal com alterações dos hábitos de defecação.

Existem, essencialmente, dois tipos: predomínio da diarreia e predomínio da obstipação. No entanto pode haver doentes que manifestam os dois.

Como características podemos referir duas: muito comum correspondendo a 35-40 % das consultas e o elevado custo relacionado com esta patologia (muitos exames de diagnóstico e abstenção ao trabalho).

 As causas que são mais apontadas têm relação com a hipersensibilidade visceral,dismotilidade intestinal e doenças do foro psiquiátrico.

Na grande maioria dos doentes, deve ser feito com base na clínica, contudo, e tal como já referimos, existe um grande número de casos em que os doentes fazem múltiplos exames antes de ser estabelecido o diagnóstico. Voltamos a reforçar que a clinica é na maioria das vezes suficiente para o diagnóstico.

A terapêutica tem por base medidas gerais de higiene alimentar e alteração de alguns hábitos da vida do doente.

Como fármacos os mais usados são os antiespasmódicos, antidiarreicos e, por vezes, os probióticos. Ultimamente surgiu um novo composto (Xiloglucano) que pare ser muito benéfico nos casos em que predomina a diarreia.

Por último vamos tratar de um tema que, pela sua actualidade, julgamos ser de grande interesse: os pólipos do cólon.

A palavra pólipo vem do grego e significa excrescência correspondente a protusão da mucosa cólica.

O seu diagnóstico precoce é de extrema importância, uma vez que alguns poderão ter potencial de malignização. Este diagnóstico deve ser, essencialmente, endoscópica dada a possibilidade de serem imediatamente removidos, no entanto também pode ser feito através da colonografia por TAC (colonoscopia virtual) O risco de progressão para cancro do cólon depende do seu tipo histológico (adenomas) e do seu tamanho na altura da descoberta. 

Convém, também, realçar que a prevenção do cancro do cólon não passa apenas pela remoção dos pólipos mas também tem relação com factores genéticos e do comportamento social como por exemplo o pouco exercício físico a dieta desequilibrada e o consumo exagerado de álcool e tabaco.

Terminamos, assim, este pequeno artigo, no qual procuramos ser sintéticos e usar linguagem facilmente perceptível por pessoas sem formação médica.

Queremos por último agradecer a oportunidade que nos foi dada para abordar temas muito importantes e actuais na nossa práctica clínica.

*este artigo está escrito, por opção do autor, sem respeitar o acordo ortográfico

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Pela Vacinação
Liga Portuguesa Contra a Sida, Associação Portuguesa de Asmáticos e Associação Portuguesa de Insuficientes Renais são, a partir...

Fundado pela Respira, com o apoio da Fundação Portuguesa do Pulmão e do GRESP, em abril do ano passado,  este movimento de cidadania tem como principal objetivo a sensibilização da população, dos profissionais de Saúde e dos decisores políticos  para a importância da vacinação na idade adulta.

Distintas nas patologias e nas causas que defendem, estas 6 entidades unem-se na promoção dos direitos dos (seus) doentes. No caso da vacinação antipneumocócia, causa que originou o MOVA, todas as associações de doentes representam grupos de risco, e todas têm indicação para a fazer.

Um ano passado sobre a sua fundação, o MOVA acaba de se estender a outras entidades. Liga Portuguesa Contra a Sida, Associação Portuguesa de Asmáticos e Associação Portuguesa de Insuficientes Renais são, a partir de agora, membros do MOVA, juntando-se à Respira, à Fundação Portuguesa do Pulmão e ao GRESP.

A vacinação antipneumocócica esteve na base do lançamento do MOVA, movimento de cidadania que defende o acesso à informação e a vacinação como bases de uma boa prevenção. A par da Respira, a Liga Portuguesa Contra a Sida, a Associação Portuguesa de Asmáticos e a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, fazem parte dos grupos que, pelas suas co-morbilidades, correm risco acrescido de contrair doenças graves e potencialmente fatais, como a Pneumonia, uma das principais causas de morte em Portugal. É o caso de pessoas que sofrem de DPOC e de outras doenças respiratórias crónicas, pessoas cuja Imunidade esteja comprometida, pessoas que sofram de Asma ou que tenham recebido um Transplante, representadas, no MOVA por estas associações.

Sabemos que 9 em cada 10 adultos com mais de 50 anos não estão vacinados contra a Pneumonia, e que a maioria não o faz por falta de aconselhamento médico. Isto apesar de existir, desde 2015, uma Norma da Direção Geral da Saúde (011/2015) que recomenda a vacinação de grupos de adultos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica (DIP). O MOVA quer inverter esta tendência, sensibilizar população, profissionais de Saúde e decisores políticos para a importância da prevenção. Reconhece nas associações recém-chegadas parceiros fundamentais.

Compromisso
O abandono pela França do uso do glifosato em 2021 é "um claro compromisso" do presidente Emmanuel Macron, segundo um...

"O compromisso do Presidente da República sobre a saída do glifosato em três anos é um compromisso claro", afirmou Benjamin Griveaux à rádio Franceinfo, acrescentando: “Será feito em parceria com a indústria".

Depois da decisão da União Europeia, em novembro, de renovar a licença do controverso herbicida por cinco anos, Emmanuel Macron prometeu que a substância seria proibida em França "assim que fossem encontradas alternativas" e, o mais tardar, em três anos.

Mas na noite de segunda-feira os deputados franceses decidiram que a saída do glifosato até 2021 não estaria nesta fase inscrita na lei, apesar das exigências da maioria, com o governo a querer primeiro uma solução para os agricultores.

Embora tenha sido considerado que esta decisão constituía uma "humilhação adicional" para o popular ministro da transição ecológica Nicolas Hulot, o porta-voz do governo argumentou com o progresso alcançado com a lei noutros locais, acrescentando: "concentramo-nos sempre nos detalhes, na espuma".

"Nicolas Hulot trabalha com atores do setor e com o INRA (Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária) e, se encontrarmos soluções industriais e científicas para permitir que a França abandone o glifosato em três anos, todo mundo lá terá vencido ", concluiu.

"A França resistiu aos seus parceiros europeus", acrescentou Griveaux, observando que, se a recomendação da Comissão Europeia tivesse sido seguida, "demoraria dez anos" até se encontrar uma saída.

Inscrever “na lei (...) não é garantia de que isso aconteça", disse o responsável, acrescentando: "tenhamos um pouco de confiança, paremos permanentemente de pensar que a restrição, a sanção, são as únicas maneiras de conduzir políticas públicas eficazes”.

Seguros de Vida
As seguradoras queixam-se de não terem sido ouvidas sobre os projetos de lei de despenalização da eutanásia que são hoje...

Em resposta a perguntas da agência Lusa, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) afirma que uma eventual aprovação de legislação sobre eutanásia “não será neutra em matéria de seguros de vida, face à legislação que hoje disciplina os contratos de seguro”.

“A APS nunca foi consultada sobre o tema, apesar de, nesta como em muitas outras matérias, a transversalidade da atividade seguradora recomendasse que houvesse uma auscultação prévia deste setor de modo a prevenir a existência de lacunas na legislação e a consequente incerteza jurídica, geradora muitas vezes de conflitualidade indesejada”, defende.

A Assembleia da República discute e vota hoje os projetos de lei sobre a despenalização da morte medicamente assistida, numa pouco habitual votação deputado a deputado e de resultado imprevisível.

Para a APS, “as normas existentes que podem de algum modo ser chamadas a enquadrar este tema não foram elaboradas tendo em conta uma eventual alteração do quadro legal no que respeita à eutanásia” e, por isso, precisarão de ser “reinterpretadas ou alteradas à luz da legislação que venha a ser produzida sobre esta matéria”.

Em debate e votação no parlamento vão estar os projetos de lei apresentados pelo partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), BE, PS e Partido Ecologista “Os Verdes”, numa sessão que se prevê longa.

Os dois principais partidos, PS e PSD, que somam 175 dos 230 parlamentares, deram liberdade de voto aos seus deputados.

Bloco de esquerda e PAN votam a favor, sendo previsível o voto favorável da maioria dos deputados do PS.

CDS-PP e PCP são os únicos que anunciaram o voto contra, prevendo-se também votos contra de grande número de deputados do PSD.

O resultado dependerá dos votos desalinhados: os “sim” no PSD e os “não” do PS. A estas variáveis é preciso ainda juntar os deputados indecisos, as abstenções e os que possam estar ausentes em missão parlamentar ou por qualquer outro motivo.

Todos os diplomas preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo necessário confirmar várias vezes essa vontade.

Ministério da Saúde
Apenas catorze camas de internamento em cuidados paliativos foram criadas desde 2016, mas as equipas de suporte a paliativos...

Números do Ministério da Saúde a que a agência Lusa teve acesso, mostram que há atualmente 376 camas de internamento em cuidados paliativos na rede pública.

Entre o início dos anos 1990 e 2015 foram criadas 362 camas e em 2017 foi criada a unidade de cuidados paliativos do Baixo Vouga, com 14 camas.

No próximo mês, segundo o Ministério da Saúde, será aberta a unidade do Centro Hospitalar de São João, no Porto, com 11 camas.

Está ainda em fase de "estudos de implementação" a criação de uma outra unidade, com 12 camas no Centro Hospitalar de Leiria.

Quantos às equipas de suporte, o aumento foi mais significativo.

Há atualmente 43 equipas intra-hospitalares de suporte, sendo que 17 foram criadas entre 2016 e 2018.

Trata-se de um aumento de 65 por cento no número dessas equipas em relação a 2015, indica o Ministério da Saúde.

Com o início efetivo de atividade da equipa do Hospital da Figueira da Foz, que o Ministério prevê para o segundo semestre deste ano, todas as instituições hospitalares do SNS passarão a ter uma equipa intra-hospitalar de suporte em cuidados paliativos.

Quanto às equipas comunitárias de suporte em cuidados paliativos, são atualmente 20, sete delas criadas entre 2016 e 2018, com as outras 13 a terem sido criadas desde 1996 a 2015.

Neste caso, é um aumento de 54 por cento no número de equipas em relação a 2015.

Segundo o Ministério da Saúde, existe pela primeira vez uma cobertura de cuidados paliativos em todo o país, ao contrário do que acontecia em 2016. Contudo, o próprio Ministério, na informação fornecida à Lusa, admite que nalguns distritos a cobertura é ainda incipiente para as necessidades.

Morte Assistida
A Assembleia da República discute e vota hoje os projetos de lei sobre a despenalização da morte medicamente assistida, numa...

Para junto às escadarias do Palácio de São Bento está prevista uma manifestação pelo “não” - "Não mates, cuida!" -, convocada pelo movimento Toda a Vida Tem Dignidade.

A ordem de trabalho do plenário desta tarde é totalmente dedicada ao debate dos projetos do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), BE, PS e Partido Ecologista “Os Verdes”, numa sessão que se prevê longa.

Os dois principais partidos, PS e PSD, que somam 175 dos 230 parlamentares, deram liberdade de voto aos seus deputados.

Bloco e PAN votam a favor, sendo previsível o voto favorável da maioria dos deputados do PS.

CDS-PP e PCP são os únicos que anunciaram o voto contra, prevendo-se também votos contra de grande número de deputados do PSD.

Assim, o resultado dependerá dos votos desalinhados: os “sim” no PSD e os “não” do PS. A estas variáveis é preciso ainda juntar os deputados indecisos, as abstenções e os que possam estar ausentes em missão parlamentar ou por qualquer outro motivo.

Na bancada do PSD confirmaram à Lusa que votarão a favor o vice-presidente do grupo parlamentar Adão Silva, a líder da JSD Margarida Balseiro Lopes, a ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz, os antigos vice-presidentes do PSD Teresa Leal Coelho e Pedro Pinto e os deputados Cristóvão Norte e Duarte Marques.

No PS, o deputado Ascenso Simões já anunciou que vai votar contra.

Estão previstas quase três horas de debate, seguindo-se a votação nominal dos deputados, 230 no total se ninguém faltar.

Nos últimos dias, surgiram posições públicas a favor do "sim" de várias personalidades, incluindo António Costa, que, na qualidade de secretário-geral do PS, no congresso da Batalha (Leiria), manifestou o seu apoio à despenalização.

Outro socialista, Jorge Sampaio, ex-Presidente da República, também fez uma declaração a defender a despenalização da morte medicamente assistida.

Do lado do “não”, surgiu o antigo chefe de Estado Cavaco Silva que, numa declaração à Rádio Renascença, se manifestou contra e defendeu que, nas legislativas de 2019, não se vote nos partidos a favor da despenalização da lei.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem evitado falar sobre a questão, afirmando que não tomará qualquer decisão sobre a lei com base nas suas convicções pessoais.

Todos os diplomas preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo necessário confirmar várias vezes essa vontade.

Francisco George
O presidente da Cruz Vermelha e antigo diretor-geral da Saúde, Francisco George, alertou para o número significativo de...

"Estamos perante este problema do envelhecimento, mas, antes disso, temos um problema de mortalidade prematura que tem de ser corrigida", afirmou Francisco George, que falava durante o Congresso Internacional sobre o Envelhecimento, que decorre em Coimbra.

Francisco George salientou que o organismo do ser humano "não está preparado para ser confrontado com a pastelaria de hoje".

"Temos os mesmos genes do Vasco da Gama", mas hoje há produção industrial de cigarros e um consumo de açúcar excessivo, notou.

Segundo o antigo diretor-geral da Saúde, mais de 20% da população não festeja os 70 anos, realçando a quantidade de anos "potenciais de vida perdidos", em que as causas de mortes estão sobretudo relacionadas com o cancro e doenças cardio e cérebro-vasculares.

"Um em cada cinco portugueses não ultrapassa os 70 anos. Isto é grave. É um sinal que tem de ser corrigido", vincou, sublinhando que é fundamental seguir conselhos há muito defendidos: mais exercício físico, alimentação equilibrada e não fumar.

Francisco George referiu ainda que o envelhecimento "não é um fenómeno novo" na sociedade, sendo que "resulta das políticas públicas que foram sendo conduzidas nos últimos 100 anos".

"Os governantes não têm desculpa para dizer que estamos perante este problema e que não sabemos o que fazer. Sabemos é que se não fizermos nada teremos menos três milhões de portugueses, dentro de duas gerações", alertou.

 

Estes produtos representam 70% dos resíduos marítimos na UE
A Comissão Europeia apresentou hoje, em Bruxelas, medidas para reduzir a poluição nos mares e oceanos e que incluem a proibição...

Estes produtos representam 70% dos resíduos marítimos na União Europeia (UE).

Segundo uma nota de imprensa, nos casos em que existem alternativas facilmente disponíveis e acessíveis em termos de preço, os produtos de plástico descartáveis serão banidos do mercado.

A proibição será aplicável aos cotonetes, talheres, pratos, palhinhas, agitadores de bebidas e paus para balões em plástico, que terão de ser todos fabricados exclusivamente a partir de matérias-primas mais sustentáveis.

Por outro lado, as embalagens de bebidas descartáveis feitas de plástico só serão autorizadas no mercado se as respetivas tampas se mantiverem agarradas ao recipiente.

A proposta de Bruxelas indica ainda que os Estados-membros terão de reduzir a utilização de plásticos em recipientes descartáveis para alimentos e bebidas, podendo fazê-lo através da fixação de objetivos nacionais de redução, disponibilizando produtos alternativos nos pontos de venda ou garantindo que os produtos de plástico descartáveis não possam ser fornecidos gratuitamente.

Os Estados-membros terão ainda, propõe a Comissão Europeia, que recolher 90% das garrafas de bebidas de plástico descartáveis até 2025, por exemplo através de regimes de restituição de depósitos, como taras recuperáveis.

Os produtores terão de contribuir para cobrir os custos da gestão dos resíduos e da limpeza, bem como para medidas de sensibilização para o problema dos recipientes de alimentos, dos pacotes e embalagens (por exemplo, de batatas fritas e doces), dos recipientes para bebidas, dos produtos de tabaco (filtros dos cigarros), dos toalhetes húmidos, dos balões e dos sacos de plástico leves.

Serão também dados incentivos à indústria para desenvolver alternativas menos poluentes para esses produtos.

As propostas da Comissão serão agora transmitidas ao Parlamento Europeu e ao Conselho para adoção. A Comissão insta as outras instituições a tratar este dossier com caráter prioritário e a assegurar resultados tangíveis para os europeus antes das eleições de maio de 2019.

 

 

Alimentação
O Porto recebe em junho a primeira Unidade de Intervenção Alimentar da Criança para ajudar as famílias com crianças a comer...

A Unidade de Intervenção Alimentar da Criança (UnIAC) é colocada em marcha em junho por iniciativa das faculdades de Ciências da Nutrição e da Alimentação (FCNAUP), Psicologia e Ciências da Educação e a de Medicina da Universidade do Porto, bem como do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, avançou hoje à agência Lusa o diretor da FCNAUP, Pedro Moreira.

A criação da UnIAC, que vai ser anunciada publicamente na terça-feira, no âmbito da celebração do 42.º aniversário da FCNAUP, tem o objetivo aproveitar a investigação que a Universidade do Porto faz no domínio da nutrição e alimentação e trabalhar em conjunto com as várias faculdades da Universidade do Porto para ajudar as famílias a comer saudável e a prevenir a obesidade infantil e outras doenças, explicou Pedro Moreira.

Dar sopa com palhinha a crianças avessas a legumes pode ajudar a travar conflitos entre pais e filhos às refeições e é para aprender a comer saudável que a especialistas do Porto decidiram avançar com a UnIAC.

“Hoje em dia, a nossa sociedade é muito hedónica, temos a ideia que tem que dar prazer, mas a solução da palhinha é um belo exemplo para mostrar que não é tanto a questão do prazer, é mais a questão da motivação para o comer. De facto a palhinha é um método” fácil para pôr uma criança a comer mais saudável sem travar guerras, porque muitas vezes a refeição é um “fator de grande stresse entre o casal”, explica Pedro Moreira, um dos impulsionadores da criação da unidade no Porto.

O “recurso à recompensa” em dar um doce em troca de comer a sopa é um erro apontado por aquele especialista em nutrição, alertando que depois é “muito difícil sair dessa armadilha” de comer saudável com “contratos de recompensa” com sobremesas doces.

As marcações de consultas de nutrição e psicologia devem ser feitas por telefone ou 'e-mail' para a Faculdade de Nutrição e Psicologia, e os dias disponíveis são às segundas-feiras, das 09:30 às 16:00, e aos sábados das 09:00 às 13:00, explicou Sandra Torres, a psicóloga que integra o projeto universitário da UnIAC, referindo que preço das consultas é 30 euros.

“Prevemos com cada caso haver uma avaliação inicial que é feita conjuntamente pelo psicólogo e pelo nutricionista (…) e é partir daqui é que será depois elaborado o plano de intervenção e será programada o tipo de estratégias que vão ser conduzidas”, explicou Sandra Torres.

A psicóloga considera que “há muito trabalho a fazer com os pais, porque na faixa etária das crianças entre os dois e cinco anos quem “toma as grandes decisões” são dos progenitores.

“Aumentar o tempo de exposição de alimentos saudáveis e brincar com eles é um caminho a percorrer nas consultas, disse, explicando que no contexto de intervenção e de consulta vai haver um “supermercado montado” com os produtos alimentares mais desejáveis, onde se vai pôr a criança a brincar e a simular escolhas, com o objetivo de no futuro resultar numa escolha melhor da comida”.

A UnIAC pretende ser “uma resposta” para que um conjunto de profissionais de saúde junto das famílias e das crianças possam trabalhar “colaborativamente com o objetivo de promover um estilo de alimentação saudável da criança”, explicou Pedro Moreira.

“Prevemos com cada caso haver uma avaliação inicial que é feita conjuntamente pelo psicólogo e pelo nutricionista (…) e é partir daqui é que será depois elaborado o plano de intervenção e será programada o tipo de estratégias que vão ser conduzidas”, explicou Sandra Torres.

As consultas com as crianças são uma forma de chegar aos pais também, porque “tem de haver exemplos em casa e uma unidade de discurso na família coerente”, resume Pedro Moreira.

“Sabemos que a biologia humana, regra geral, não nos empurra muito para as coisas que são mais desejadas em termos de alimentação saudável, nomeadamente uma ingestão adequada de produtos hortícolas. Sabemos que comer vegetais é uma coisa muito complicada nas famílias”, acrescenta o diretor da FCNAFP, lembrando que a investigação demonstra que o “consumo de vegetais” pode aumentar com a “exposição repetida de alguns vegetais” ou que a “interação de sabores diferentes dos vegetais com outros que a criança gosta”.

As consultas “inovadoras pelo espírito colaborativo entre nutricionistas, pediatras e psicólogos", vão ter “normas” e “ferramentas” devidamente adaptadas e validades como por exemplo pelo Geração XXI”, um projeto de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto que tem estudado 8647 crianças, e que concluiu, por exemplo, que as crianças portuguesas preferem doces aos legumes, referiu Pedro Moreira.

 

Opinião
A adolescência (10-19 anos, OMS) é uma fase de transição da infância para a idade adulta, que maiori

As duas grandes tarefas da adolescência: a autonomia e a identidade implicam várias aquisições:

1. Fisiológicas (desenvolvimento cerebral sobretudo de áreas como córtex pré frontal e sistema límbico que permitem a frenação de impulsos, e a aquisição do pensamento abstrato. A puberdade completa que definem um género (papeis espectáveis intrínsecos ao mesmo), e uma imagem corporal que pode ser ou não bem aceite) e aparecimento de emoções e sentimentos de carater sexual.

2. Sociais (integração num grupo de pares, adoção de comportamentos e ideologias identificativas desse grupo; a escola como sistema de socialização e cidadania além da família, contexto familiar com um sistema de crenças (religiosas, etnias, politicas), regras e padrões que podem ser ou não aceites – processo de coping -  Resiliência)

3. Psicológicas (o que sou, o que esperam de mim, que papeis desempenho... aquisição do pensamento abstrato, a maturidade física, a experiência de novos contextos (amigos, namoro, escola/faculdade), a definição de projetos futuros (faculdade/trabalho/sair de casa)

Resiliência - termo adquirido de um conceito da física “ capacidade de um material voltar ao seu estado original quando sujeito a uma força externa que o deforma” (sem existir fratura ou fragmentação) assim, nos adolescentes sujeitos a situações de “crise” (morte familiar, separação pais, rutura amorosa, abandono de amigos, mudança de residência, dificuldades escolares…) têm de recorrer a recursos internos e externos para superar essa dificuldade até atingir novo equilíbrio (geralmente com maior ganho de capacidades e descoberta de “novos recursos”)

 Associados à resiliência os 7 C:

Competência - Efetividade (aérea académica, familiar, social) autonomia

Confiança - Crença nas suas capacidades (em quem me vou tornar - Identidade) a criança e jovem com laços fortes com família, amigos escola e comunidade têm maior sensação de segurança e evitam a procura de alternativas destrutivas para ter atenção e afeto.

Conectividade - Relações fortes Família/ amigos (segurança)

Carácter - Saber o que é o certo e tomar decisões acertadas, sentido de moralidade, associado a valores positivos (identidade)

Contribuição - Papel contributivo para a sociedade (empatia/ compaixão) (identidade)

Controlo (gerir emoções) - Controlo dos resultados das suas ações e decisões (desenvolvimento neuro cognitivo e social)

Coping - Aptidões e capacidades mais eficazes para superar desafios (baseado muito no sistema familiar (aprendo por exemplificação dos meus pais… poder do “ver fazer” é maior do que apenas a oralidade (daí o provérbio faz o que te digo e não o que faço ser muito errado) … na adolescência também a rede alargada amigos, percurso escolar/desportivo, espiritualidade…)

Os adolescentes não são todos iguais. Existem estádios de maturação fisiológica e psicológica e Formas de expressão emocional e psicológica inerentes ao género.

Quanto ao mal-estar psicoemocional as raparigas com mais sintomas de internalização (ansiedade, choro, alteração humor, Auto lesões, alteração padrão alimentar) e os rapazes mais com sintomas de externalização (comportamento de oposição, agressividade, absentismo escolar, consumos) 

Os adolescentes a aprenderem a serem adultos “saudáveis”, a cuidarem de si:

Dificuldades de aceitação dos filhos pelos pais podem estar associadas a vários fatores:

Sistemas educacionais (autoritarismo/ permissividade ou ausência total de regras/ autoritativo: o ideal)

Pais autoritários diminuem a autoconfiança; há controlo pelo medo: risco de reação com conflituosidade franca (fugas, absentismo escolar, consumos, sexualidade em idade mais jovem), ou desenvolver processos de fobia/perturbação de ansiedade tipo pânico, depressão, auto-lesões, fraca capacidade de adaptação a situações novas, dificuldade em definir projetos futuro. Muitas vezes replicação deste padrão nas relações e filhos futuros (nomeadamente violência no sexo masculino e submissão no sexo feminino)

Pais permissivos – dificuldade em definir os limites entre as duas gerações (pais como “melhores amigos”) nas crianças e adolescentes pode desencadear situações de falta segurança (regras definem um ambiente mais controlado e seguro), rotinas (refeições, hora de dormir, horas de estudo, horas e tipos de atividades desportivas/lúdicas, horas de chegar a casa quando se sai com amigos), ausência de sanções ajustadas e conhecidas a problemas (incapacidade de lidar com frustração, incapacidade de gerir conflitos com outros, dificuldade em organizar tarefas nomeadamente escolares, experimentação/consumos). 

Pais autoritativos – flexibilidade nas regras em função da maturidade e comportamento dos filhos, reforçam positivamente capacidades dos filhos. 

Atualmente, com um número crescente de divórcios e reconstituição de famílias a conflituosidade dos pais muitas vezes mantém-se. Neste caso podem surgir dificuldades na perceção de problemas dos filhos e aceitação das mudanças que neles ocorrem. 

Comparação entre filhos (a individualidade e as capacidades intrínsecas a cada filho podem ser difíceis de valorizar, sobretudo se o 1º filho não “deu problemas” e o segundo é uma “dor de cabeça”)

Projeção das vivências dos pais nos filhos (pode não ser tão obvia, mas tendencialmente o ser humano tem tendência a recorrer ao que conhece e experienciou… reforçando ou antagonizando essas experiências (“como fui muito reprimido agora vou dar tudo ao meu filho” ou “eu na tua idade também queira sair e meu pai não deixava…não sabia nada da vida e tu também não sabes”)

Conflito de ideais/ crenças (orientação sexual, opção de namoro por uma etnia diferente, não querer casar, gravidez na adolescência, a interrupção voluntaria da gravidez, a contraceção na adolescência)

Poder do grupo de pares (desejo de fazer tatuagem/piercing/pintar cabelo de cor diferente, inicio do namoro/ experimentações)

Medo de falhar (os pais muitas vezes sentem-se culpabilizados por situações que os adolescentes experienciam: o engravidar, o consumir drogas, as auto lesões e ideações suicidas, o ter uma orientação sexual diferente), esta situação pode levar a situações de maior rigidez nas regras ou aboli-las de todo, dificultar a socialização, dificultar o diálogo… muitas vezes os pais esquecem-se que podem pedir ajuda (outros familiares, técnicos saúde, amigos…). O pior mal é não dar uma resposta a uma solicitação de um adolescente (mesmo que tenha de ser transitoriamente protelada… “vou pensar no que me pediste e amanhã de manhã falamos”)

Exigência/expectativas demasiado elevadas (muitos adolescentes não conseguem, mesmo que se apliquem, de atingir bom resultados na escola; contudo podem ser ótimos atletas. E vice-versa). O planeamento dos projetos futuros pode passar por um curso profissional em vez de um curso na faculdade por exemplo. E é de todo errado castigar um adolescente que adora o seu desporto onde se sente capaz e valorizado, proibindo-o de treinar só porque não tem bons resultados escolares (geralmente desmotiva-os mais…)… o desporto é um local onde se treinam regras (treinadores também ajudam os pais no processo educativo e podem ser também uma pessoa significativa para o adolescente a quem podem pedir ajuda), socialização (amigos), desenvolvem aptidão física e ajudam também no percurso escolar ( maior concentração, mais memória…)

Poder da comunidade (“o que os outros irão falar”… muitas vezes os pais até compreendem a situação dos seus filhos mas a pressão da família/comunidade envolvente impede-os de manifestar esse apoio… assim cria-se no adolescente uma revolta porque os pais que seriam seus pontos de força e segurança dicam desacreditados e gera-se um conflito geracional)

Não reconhecer outras pessoas significativas na vida dos filhos (professores, treinadores, outros familiares)

Sinais de alarme para os pais de adolescentes:

1. Quebra de rendimento escolar ou faltas às aulas injustificadas:

Esteja sempre atento (calendário escolar, época de exames, contacte regularmente o diretor de turma;

Acompanhe o rendimento escolar do seu filho – identifique as suas dificuldades e, sem crítica, ajude-o a superá-las. Se necessário, solicite apoio (explicador, outro familiar, aulas de apoio na escola);

Ajude-o a planear tarefas e assim ser mais autónomo;

Não castigue o insucesso com retirada do desporto e outras atividades que promovem o seu bem-estar e saúde.

2. Mentiras, ocultação de quando, onde, com quem estão:

A ausência de regras ou “demasiadas” regras podem levar o adolescente a experimentar situações de risco;

A confiança deve ser trabalhada através de regras claras, moldadas à maturidade do seu filho. Devem estar definidas as “sanções” antes da “quebra das regras”; 

Tente perceber o ponto de vista do seu filho e negoceie com ele o que pense ser seguro e razoável. Evite escaladas de argumentação e contra-argumentação;

Uma boa comunicação assenta na confiança e responsabilização.

3. Abandono de atividades que lhes eram prazerosas (futebol, dança, teatro, música):

Muitas vezes os adolescentes perdem interesse em atividades que anteriormente gostavam sem que isso seja um problema. Mudam de amigos, gostam de estar “sem fazer nada” no seu quarto…;

Contudo uma quebra brusca sobretudo associada a “mal-estar”, evitamento de abordar o assunto, pode estar subjacente uma situação de risco (bullying, abuso, “não se sentirem capazes ou suficientemente bons” (exigência elevada ou demasiadas expectativas dos outros), “dificuldade na imagem/ orientação sexual”, “depressão”, “problemas na família”…)

4. Isolamento (em casa, do grupo de amigos…), choro fácil:

Muitas vezes associadas ao foro mental (ansiedade, depressão, auto lesões, ideação suicida), independentemente da causa subjacente.

5. Alterações do comportamento (irritabilidade permanente, heteroagressividade, insónias, queixas somáticas recorrentes (cefaleias, toracalgia, dor abdominal sem causa “orgânica” aparente):

Atenção que existem diferenças na vivência do mal-estar entre rapazes (+ mudanças de comportamento, consumos, absentismo escolar) e raparigas (choro, tristeza, insónias, sintomas psicossomáticos, Auto lesões);

A imaturidade neuro cognitiva (pensamento abstrato só após 16 anos) impede-lhes de muitas x terem insight dos seus problemas e expô-los numa conversação como nos adultos.

6. Auto-lesões (Cortes, arrancar cabelos, queimaduras com cigarros…) Usar roupa comprida mesmo no verão para esconder as marcas:

Muitos adolescentes tentam ocultar dos pais os sinais de mal-estar… que normalmente vão em crescendo nas situações mais graves e associadas a “clusters” de fatores de risco

7. Mudança brusca de amigos (amigos com comportamentos de risco):

Mudança de amigos pode ocorrer de forma salutar, mas se esses amigos estão envolvidos em comportamentos de risco a “pressão pelos pares” pode levar à adoção dos mesmos comportamentos. Especial atenção aos adolescentes maturadores precoces (quando a maturação corpo está mais avançada do que a sua idade real). Não se esqueça que continua a ser um exemplo para o seu filho (ex: se fumar)

8. Marcar encontros com pessoas que não conhecem (em particular redes sociais):

O facto de os adolescentes permanecerem em casa não implica que não estejam em risco. O acesso pela internet permite por um lado a manutenção da sua socialização com os seus amigos “reais” (escola, desporto…) mas também a “descoberta” de sites promotores de comportamentos de risco (ex: anorexia e bulimia, Auto lesões, desafios de risco para a saúde), encontros com adultos de natureza sexual, partilha de vídeos e fotos de nudez/sexo. Além de que pode ser um agente de bullying (ciberbullying);

Estabeleça horários de desligar aparelhos eletrónicos, bloqueie sites de internet na sua casa, Debata com seu filho cenários “hipotéticos de risco” e o que fazer se se sentir “em perigo”.

9. Encontrar comida escondida, redução brusca da quantidade de alimentos nas refeições, após as refeições irem logo para a casa de banho (vomitar), mudança de vestuário (preferirem roupa larga, comprida ou acharem que nada fica bem porque estão “gordas”):

Na 1ª e 2ª fase da adolescência a mudança corporal pode trazer desconforto com a imagem, em particular nas raparigas. Sinais de alerta como os descritos ao lado devem ser sempre valorizados pois podem evitar-se doenças de comportamento alimentar como a anorexia e bulimia nervosa.

Conselhos para pais de adolescentes:

Evite exaltar-se e “perder a calma, Ouça seu filho. Esteja sempre disponível para o diálogo.

Seja gentil, mostre afeto desde que não embarace seu filho, em particular junto dos seus amigos

Envolva-se na vida do seu filho e acompanhe seu desempenho escolar.

Os amigos do seu filho são importantes! …Está a desenvolver capacidades sociais.

Tente conhecer os amigos de seu filho, só assim terá uma melhor compreensão do seu comportamento.

Estabeleça regras claras e adequadas. Estas devem ser adaptadas ao desenvolvimento e comportamento do seu filho. As consequências de infração de regras devem ser conhecidas e cumpridas.

Evite demasiado controlo ou autoritarismo. Ame seu filho incondicionalmente, especialmente quando ele comete erros.

Evite ideias pré-concebidas e julgamentos face à identidade do seu filho… aceite as diferenças (sexualidade, projetos futuros, espiritualidade, amizades) e ajude-o a ser “feliz”!

Auxilie na toma de decisões difíceis. Seu filho não está preparado para planear, estabelecer prioridades, organizar pensamentos, gerir impulsos e prever todas as consequências de seus atos. Mas promova progressivamente a sua autonomia e autoconfiança.

Elogie o êxito do seu filho e mantenha espectativas positivas (e realistas) em relação a ele.

Não projete as suas experiências como adolescente no seu filho 

Não faça comparações entre os seus filhos

Se “não souber lidar” com alguma situação particular, não se precipite e se necessário peça ajuda. Mas não deixe o seu filho sem uma resposta. Continuará a ser um exemplo para o seu filho.

Mantenha o acompanhamento médico regular do seu filho, muitas situações podem ser prevenidas. Ensine o seu filho a cuidar da sua saúde!

Promova a participação de pessoas significativas na vida do seu filho (treinador, professor, outros familiares) para o auxiliar nos momentos mais difíceis!

Planeie atividades em família que sejam atrativas para o seu filho

Não “invada” a privacidade do seu filho (ex: telemóvel) ele vai-se sentir “traído” e tenderá a ocultar situações de risco. Se acha que existe algum problema (porque mais que ninguém conhece o seu filho), aborde a situação com o seu filho, escolhendo o “melhor momento”.

Não se coloque ao nível do seu filho. Os pais são a referência para os filhos (valores, regras, cuidado, afeto, responsabilidade) mas não devem ser mais um dos seus amigos”, a confusão de papéis não ajuda o seu filho a crescer.

Não deixe de ter as suas atividades e o “espaço para si”… Mostre ao seu filho que também necessita de ter tempo para as suas atividades, amigos e família…promova a partilha de tarefas e responsabilidades entre os diferentes elementos da família.

Dr. Sérgio Neves - Pediatra, Coordenador da Unidade de Pediatria da Clínica de Santo António

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Protocolo
O Hospital das Forças Armadas vai começar a fazer cirurgias a utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o objetivo de...

Os ministros da Saúde e da Defesa assinaram hoje em Lisboa uma portaria conjunta sobre a colaboração entre o hospital das Forças Armadas e o SNS no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgias.

Segundo o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a portaria torna o hospital das Forças Armadas uma “entidade ativa” na recuperação das listas de espera em cirurgia, contribuindo nomeadamente nas cirurgias às cataratas ou em cirurgias na área da ortopedia e da otorrinolaringologia.

“As Forças Armadas têm um enorme prestígio na área da Saúde. E há muitas áreas onde podemos ser suplementares. (…). É mais um passo no caminho que temos vindo a prosseguir no sentido de conjugar esforços e partilhar recursos”, afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas, à margem da cerimónia de assinatura que coincidiu também com a comemoração do 4.º aniversário do hospital das Forças Armadas.

Foi também assinado um protocolo entre o hospital e o INEM com vista a avaliar a possibilidade e instalar duas viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) no hospital das Forças Armadas, uma em Lisboa e outra no polo do Porto.

 

 

Estudo
Um estudo recente concluí que alguns antidepressivos, uns com mais risco do que outros, podem aumentar até 5% a massa corporal...

Pessoas que são obesas têm maior risco de desenvolver depressão. A depressão pode levar à obesidade, uma vez que faz com que não nos sintamos motivados para fazer exercício e ter uma alimentação saudável e equilibrada. Estes distúrbios são dois problemas de saúde que já têm vindo a ser relacionados há algum tempo, mas os estudos sobre o tema nunca tiveram uma amostra significativa ou informação suficiente.

Agora, um novo estudo descobriu outra possível ligação entre o aumento de peso e a depressão: os antidepressivos.

Uma equipa liderada por Rafael Gafoor, no Reino Unido, analisou o peso, as medidas e o Índice de Massa Corporal (IMC) de perto de 295 mil adultos entre 2004 e 2014. Estas medições foram feitas por um médico, no mínimo, três vezes.

A amostra foi depois dividida de acordo com o seu IMC e tendo em conta se tomavam ou não antidepressivos. Durante esses 10 anos foram também considerados outros factores que influenciam o aumento de peso, como a idade, se tinham outras doenças, se fumavam ou se bebiam.

Os resultados mostraram que os doentes a quem eram prescritos os medicamentos para a depressão tinham mais 21% de hipóteses de aumentar o seu peso em cerca de 5% nos 10 anos seguintes, sendo que os anos mais preocupantes seriam o segundo e terceiro ano de tratamento.

Os antidepressivos também mostraram ter um impacto variável consoante os pacientes.

No entanto, apesar de a amostra ser grande, a investigação tem algumas condicionantes. Como foi um estudo apenas por observação, não se pode dizer que os antidepressivos causam mesmo aumento de peso. Durante os 10 anos, houve quem fosse ao médico mais vezes, o que fez com que obtivesse um IMC mais consistente. Também é possível que os sintomas depressivos tenham aumentado o apetite e diminuído a motivação para fazer exercíci e, por último, nada garante que os doentes tenham sempre tomado a medicação corretamente.

Assim, a conclusão dos investigadores é que os antidepressivos "podem estar a contribuir, a longo prazo, para um aumento do peso da população", pelo que as pessoas que os tomam têm de ter noção dos riscos antes de começar a medicação. Mas "nenhum paciente deve parar de tomar e, se tiver alguma preocupação, deve falar com seu médico ou farmacêutico", alerta Gafoor.

 

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