Utilização na Medicina Estética

O mundo do Silicone

Atualizado: 
30/06/2021 - 11:58
Silicones são compostos quimicamente inertes, inodoros, insípidos e incolores, resistentes à decomposição pelo calor, água ou agentes oxidantes. Podem ser sintetizados em grande variedade de formas com inúmeras aplicações práticas, por exemplo, como agentes de polimento, vedação e proteção. São também impermeabilizantes, lubrificantes e na medicina são empregados como material básico de próteses. Atualmente estima-se que os silicones são utilizados em mais de 5.000 produtos.

Os silicones são altamente resistentes ao ultravioleta e intemperismos, tais como efeito ozono, altas ou baixas temperaturas ambientes (em geral de -45 a +145°C). Tecnicamente chamados de siloxanos polimerizados ou polissiloxanos, eles são polímeros mistos de material orgânico e inorgânico. Podem variar de consistência líquida a de gel, borracha ou plástico duro. As características físico-químicas dos silicones são especialmente determinadas pelo fato da grande mobilidade da sua cadeia, uma vez que o impedimento espacial é pequeno neste grupo de produtos.

A Sílica (dióxido de silicone) é nada mais, nada menos do que um dos componentes principais da areia e materiais similares naturais, são o material inicial para a produção do silicone. É também a principal matéria-prima para o vidro.

É um dos óxidos mais abundantes na crosta terrestre.

Em Medicina, o silicone faz parte de materiais utilizados em muitas Especialidades – Oftalmologia, Ortopedia, Cirurgia Plástica e Estética, Otorrinolaringologia, etc.

O silicone faz parte da composição de materiais elétricos, vestuário, revestimentos, etc.

Há silicone por todo o lado, faz parte da nossa vida. Por isso, pelas suas qualidades específicas e únicas este material também foi escolhido em Medicina.

Em Cirurgia Plástica e Estética, o seu uso mais conhecido é em próteses de mama. São muito antigas as primeiras descrições de material menos puro usado para encher mamas com resultados maus ou desastrosos. Podemos dizer que é a partir de 1963 que aparece o silicone já com outro preparo e tratamento para este fim. Decorridos 50 anos o silicone nas próteses de mama passou por cinco gerações até chegar ao estado atual do gel coesivo de silicone, a última geração.

Mas em Cirurgia Estética o silicone não é só usado para aumentar mamas. Pode ser usado da cabeça aos pés, imagine.

Os tipos, modelos, consistência, forma, tamanhos variam de acordo com a aplicação.

As motivações são variadas, e as perturbações causadas por uma parte da pessoa que não está bem, muitas vezes fazem estragos difíceis de reparar. Estas cirurgias recorrendo ao uso do silicone pretendem melhorar a qualidade de vida das pessoas, melhorando a sua autoestima, confiança e segurança.

As causas dessas alterações são na maioria genéticas, mas podem ter outras como acidentes, etc.

Há doenças e malformações genéticas que podem ser solucionadas recorrendo a próteses específicas e apropriadas. É exemplo o “peito escavado”, atrofia ou ausência de músculos (peitoral, deltoide, gémeos, etc.).

Para melhorar e definir o contorno do rosto podem-se colocar próteses de silicone nas “maçãs do rosto”, no queixo, no nariz.

No corpo são mais as suas indicações e algumas se calhar nem imaginava que se podiam fazer. As mamas são, sem dúvida, as mais aplicadas, sendo a cirurgia estética mais praticada e procurada atualmente.

Nádegas, pernas, parte interna das coxas, parte externa das coxas, tanto em homens como em mulheres. Mais específico para homens são as próteses peitorais, dos bicípites, tricípites e deltoides. Estas para os “fanáticos” do ginásio e que mesmo com muita malhação não conseguem os volumes e contornos desejados. Hoje em dia também há mulheres que procuram estes tipos de ajudas, as adeptas de culturismo ou outras atividades físicas semelhantes.

Autor: 
Dr. Ângelo Rebelo – Cirurgião Plástico
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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