Estudo britânico

Há cura para a alergia aos amendoins

A alergia aos amendoins é cada vez mais comum nos países desenvolvidos. Não há explicações concretas para este problema, mas há quem consiga estar a dar-lhe a volta.

Lena Barden, 11 anos, é uma das quinhentas mil pessoas que no Reino Unido sofre de alergia aos amendoins. É uma desordem alimentar cada vez mais comum entre as crianças de países desenvolvidos, qualquer coisa entre um e meio e meio por cento dos miúdos. No caso da Lena, de cada vez que comia amendoins sem saber (porque os rótulos não diziam nada), os efeitos eram quase imediatos.

“O habitual é os meus lábios incharem, a minha língua parece que fica peluda, sensível, tenho dificuldade em respirar e a minha garganta começa a fechar-se”, descreve Lena Barden.

Mas agora Lena consegue tolerar o fruto seco, depois de ter sido exposta a quantidades pequenas, mas cada vez maiores, de proteína de amendoim, num estudo do Hospital de Addenbrooke, em Cambridge, que durou seis meses. Das 85 crianças que entraram no estudo, 71 chegaram ao fim a conseguir comer cinco amendoins inteiros por dia. É uma taxa de sucesso de 84%.

“Portanto, pegamos nesta farinha de amendoim e damo-la a comer aos doentes de uma forma gradual. Começamos com um bocadinho de nada, só um sétimo de um amendoim, e fazemos isso todos os dias, e depois aumentamos a dose a cada duas semanas, até que três ou quatro meses depois já conseguem comer amendoins normalmente”, diz Andrew Clark, investigador da Universidade de Cambridge.

Os amendoins são a principal causa de morte por reacção alérgica aos alimentos. Os doentes são obrigados a verificar todos os ingredientes listados nos rótulos, e têm de andar com um antídoto autoinjectável, em caso de consumo acidental. A Lena ainda não gosta do sabor do amendoim, mas ela sabe que tem de continuar a comer aqueles cinco por dia, para conseguir manter a sua tolerância.

“Antes da experiência eu não podia comer absolutamente nada que tivesse o mínimo vestígio de um amendoim. Comecei com dois miligramas de amendoim, que parece que é um sétimo de um amendoim, misturados com iogurte de maneira a que eu não desse pelo sabor, e depois foram dobrando a dose a cada duas semanas, e agora já há dois anos que ando a comer cinco amendoins por dia. É muito fixe”,acrescenta Lena Barden.

Todavia, não experimente isto em casa. Os médicos lembram que a automedicação pode ser fatal. Já se o tratamento for feito como deve ser, responsavelmente, no ambiente clínico adequado... pode muito bem ser o fim de anos de sofrimento para os alérgicos.

Fonte: 
TVI24 Online
Nota: 
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